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Manejopragas
Manejopragas
NíVEL DE CONTROLE
Até recentemente o controle de pra-
gas, de modo geral, era baseado na pre-
sença do inseto na cultura, independente
de seu nível populacional. No momento,
devido ao desequilíbrio biológico provo-
cado pelo uso indiscriminado de defensi-
vos, pelo alto custo destes produtos e por
maior conhecimento da bioecologia dos
insetos, procura-se controlar a praga so-
mente quando seu nível populacional
causa danos maiores do que o custo de
seu controle. O dimensionamento dos da-
nos provocados pela maioria das pragas
não é, contudo, conhecido. Especifica-
mente para as principais pragas do milho,
já se têm alguns dados que permitem sa-
ber quando combatê-Ias. Para isto, de-
ve-se conhecer o nível de controle (NC),
ou densidade populacional da praga, para
que sejam tomadas medidas para impedir
prejuízos na produção. Para se calcular o
NC das pragas, certos parâmetros, além
do dimensionamento dos danos, devem
1/ EngP Agr'2, Pn. O, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.
2/ EngP Agr'2, Ph. O, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.
3/ EngP Agr'2, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.
bem protegidas, ora dentro da planta ora períodos secos ap6s as primeiras chuvas. tram que o dano da lagarta-rosca depende
dentro de um casulo por elas construído. Também ela terá maior probabilidade de do estádio de crescimento da planta e
Cultivo, mínimo e manutenção da ocorrer quando se planta o milho logo também do ínstar da lagarta. Isto porque,
cultura livre de plantas daninhas servem ap6s o plantio de outro hospedeiro, como se o seccionamento provocado for acima
para reduzir a população de elasmo no o arroz ou trigo, ou em cultivos sucessi- do ponto de crescimento, a planta pode
campo. Corno a praga é adversamente vos de milho. recuperar. Diante desse fato, foram con-
afetada por alta umidade no solo, se esta Quando se optar pelo tratamento de feccionados os Quadros 2 e 3 que podem
condição ocorrer durante o plantio e per- sementes, o método mais econômico, de- ser aplicados no Brasil, principalmente
sistir por cerca de 30 dias, dificilmente ve-se plantar a semente tão logo seja feita nas regiões onde se obtêm altas produti-
o inseto causará danos à cultura. A irriga- a mistura com o inseticida, para evitar vidades.
ção é, portanto, uma prática que ajuda possíveis problemas fitot6xicos, reduzin-
a reduzir as infestações da lagarta-elas- do assim a germinação das sementes.
Quadro 2 - Largura de Cápsula
mo.
A decisão sobre o uso de produtos
Cefálica da Lagarta-rosca nos
• Lagarta-rosca
químicos deve ser baseada no nível de Dif s Ínstares
controle mostrado no Quadro 1. Neste A lagarta-rosca não em sido proble-
quadro, tem-se o nível de controle para mática para a cultura de milho no Brasil, a
diferentes valores da produção e de custo não ser em áreas de baixadas e/ou áreas
de tratamento, com umidade de solo favorável à praga.
Como os inseticidas aplicados logo Portanto, em regiões cujo plantio é efe- 3
ap6s o aparecimento da praga não têm tuado em solos mais secos, como o cerra- 4
dado bom controle, recomendam-se os do, por exemplo, o inseto não tem causa- 5
inseticidas sistêmicos granulados, aplica- do problemas. 6
dos no sulco de plantio ou misturados à O controle biol6gico desta praga, 7
semente, como o carbofuran ou thiodi- à semelhança do que ocorre com a lagar-
carb. Neste caso a aplicação será preven- ta-elasmo, não tem sido eficiente, princi-
Método de Amostragem
tiva, o que, na maioria dos casos, é viável, palmente pelo fato de a praga ficar es-
dado ao baixo valor do nível de controle condida sob a terra, protegida contra os - Selecionar cinco pontos da cultura.
(Quadro 1). Mesmo assim deve-se levar inimigos naturais. Inspecionar 20 plantas consecutivas,
em consideração, na decisão de usar pre- Existem poucos trabalhos sobre o ní- anotando-se o número de plantas ataca-
ventivamente ou não o inseticida, que a vel de controle desta praga no Brasil. das. Determinar a percentagem de plantas
praga ocorre com maior freqüência em Entretanto, dados da literatura interna- infestadas em cada área amostrada e ex-
culturas instaladas em solos arenosos e em cional, principalmente americana, mos- trapolar para a área como um todo.
- Contar e anotar o número de fo-
lhas totalmente abertas, na 19~ e 20~
planta de cada área amostrada. Determi-
nar o número médio.
- Coletar no mínimo dez lagartas vi-
(i1ustode vas. Utilizando o Quadro 2, computar as
Tratamento medidas de cápsula cefálica e determinar
(BTN) 135 180 225 270 314 o Instar médio das espécimes coletadas.
- Entrar no Quadro 3. No ponto de
interseção entre Instar médio de lagartas
(horizontal) e número de folhas inteira-
mente abertas (vertical) tem-se a percen-
tagem de plantas cortadas ou danificadas,
acima da qual se deve decidir sobre o
t
V1Válores cor
controle (Nível de Controle). Uma vez
decidido sobre o controle químico da pra-
1
I
mente. ga, deve-se ter o cuidado de dirigir o jato
BTN = 2,6956 (setembro/89) da calda de inseticidas para a base da
Preço por saco de 60 kg = 5,56 BTN planta, que é o local onde a praga ataca.
F6rmula para cálculo: NC (%) = 100 CT
VP • Lagarta-elo-cartucho
A lagarta-do-cartucho no milho,
além de ser a praga mais disseminada no
Brasil, é, sem dúvida, a mais importante.
• Broca-da-cana-de-açúcar e Pulgão
Quadro 5 -lnseticidas Registrados para o Controle das Pragas da Cultura do Milho em Condições de Campo
Baccilus
Thuringiensis
Carbaryl
PM3,2
P 5,0
0,5kg
24kg 14
• Curuquerê-dos-capinzais
lagarta-do-cartucho
Curuquerê-dos-capinzais
e
P7;5 18 kg 14 Lagarta-do-cartucho
P 50 2,3 kg 14 Lagarta-elasmo
PM60 1,9kg 14 Lagarta-da-espiga
PM80 1,5 kg 14 L~garta- rosca
PMS5 1,2kg 14
G5,0 20kg 14
CE40 2,SQ 14
SC 30 3,3Q 14
SC36 2,SQ 14
SC48 2,1 k 14
FW48 2,2Q 14
FW 50 2,2Q 14
Quadro 5 - Inseticidas Registrados para o Controle das Pragas da Cultura do Milho em Condições de Campo
Methomyl
PS90 O,40kg 3
SC 21,S 1,7 Q 14
Parathion
!!Ethyl
Permethrin Lagarta-do-cartucho
-do-car
lag ta-da-espiga
Cumquerê-dos-capinzais,
lagarta -do-cartucho,
lagarta-da-espiga e
lagarta- rosca
MANEJO DE
"
IRRIGA~AO E FERTILIZANTES NA
CULTURA DO MILHO
Morethson Resende 1/ positivamente, como: cultivar, espaça- MANEJO DE IRRIGAÇÃO
Vera Maria Carvalho Alves 2/ mento e população de plantas, adubação,
Gonçalo Evangelista de França f/ manejo de irrigação, controle de insetos e Considerando que a irrigação é um
José de Anchieta Monteiro ~I plantas daninhas, dentre outros. complemento tecnol6gico para obtenção
Embora a área irrigada no país venha de altas produtividades e de alto custo,
apresentando incremento significativo, a após a implantação de um projeto de irri-
baixa produtividade e a falta de alternati- gação, o produtor necessita ser orientado
INTRODUÇÃO
vas de culturas para uma exploração in- para que possa obter o máximo rendi-
O uso de irrigação pressupõe dois tensiva têm sido os principais problemas mento do sistema em uso. Esta orientação
princípios básicos: primeiro, o uso inten- para o produtor rural após a implantação técnica em manejo de irrigação significa
sivo do solo; e segundo, o emprego de alta de um sistema de irrigação. O milho tem estabelecer lâminas de água a serem apli-
tecnologia. sido considerado como uma alternativa, cadas e determinar o momento de apli-
Assim, é importante diferenciar agri- principalmente para o cultivo de verão. cá-Ias. As fases mais críticas à deficiência
cultura irrigada de agricultura de sequeiro Esta cultura pode alcançar altas produti- de água na cultura do milho são, em or-
mais água, sendo que a primeira, devido vidades, principalmente com o uso ade- dem decrescente, o florescimento, enchi-
aos altos custos de investimento e opera- quado de fertilizantes e um bom manejo mento de grãos e desenvolvimento vege-
ção do sistema de irrigação, faz com que a de irrigação .. Por isso, este trabalho dará tativo (Eck 1986; Museck & Duser 1980;
viabilidade econômica dependa de altas enfoque especial a estes tópicos, além de Beltrame & Oliveira 1986). Denrnead &
produtividades. Portanto, é necessário considerações econômicas sobre milho ir- Shaw (1960) apontam reduções na produ-
que um conjunto de fatores se integrem rigado. ção de milho de 25%, 50% e 21% quando
1/ Eng9 Agr9, Ph.D, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.
21 Eng? Agi', M.Sc, Pesq. EMBRAPAICNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.