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18/05/2023

SUPORTE PARENTERAL

Professora: Me. Andrea Nunes Mendes de Brito

TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP)

Solução estéril de nutrientes é infundida por via


endovenosa, periférico ou central, de forma que o
TGI é completamente excluído no processo.

(CUPARI, 2005)

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TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP)

“Solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos,


lipídeos, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em
recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração endovenosa em
pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando à síntese ou a manutenção dos tecidos, órgãos ou
sistemas”

PORTARIA Nº 272, DE 8 DE ABRIL DE 1998

INDICAÇÕES DE TNP

• Suprir as necessidades nutricionais e metabólicas de pacientes que não


podem ser alimentados adequadamente por via oral ou enteral.

TGI não funcionante, obstruído ou


inacessível, por pelo menos 7 dias

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INDICAÇÕES DE TNP

Diretriz da Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (ESPEN):


• Recomenda a NP após 24 a 48 horas em indivíduos com intolerância à
NE e que não se espera que alcancem nutrição adequada dentro de 3 dias.

Diretrizes da Sociedade Americana de Nutrição Enteral e Parenteral (ASPEN):


• Não recomendam iniciar NP antes de completarem 8 dias de internação,
com exceção de pacientes que apresentem desnutrição na admissão hospitalar.

INDICAÇÕES DE TNP
 Vômitos intratáveis: pancreatite aguda, hiperemese gravídica, quimioterapia;

 Diarréia grave: Doença inflamatória intestinal, síndrome de má absorção, doença enxerto


vs hospedeiro, síndrome do intestino curto, enterite.

 Mucosite e esofagite: doença enxerto vs hospedeiro e quimioterapia.

 Íleo: Grandes cirurgias abdominais, trauma grave e isquemia mesentérica.

 Obstrução: Neoplasias, mal formações no TGI.

 Repouso intestinal: fistulas digestivas de alto débito.

 Pré-operatório: casos de desnutrição grave em que a cirurgia não pode ser adiada.

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CONTRAINDICAÇÕES DA TNP
• Pacientes hemodinamicamente instáveis (hipovolemia, choque cardiogênico ou
séptico, edema agudo de pulmão, anúria sem diálise ou que apresentem graves
distúrbios metabólicos e eletrolíticos).

• Para prolongar a vida de pacientes terminais

• Relativas:
• Jejum <5 dias, pcts sem desnutrição severa
• TGI viável
• Dificuldade para obter acesso venoso
• Prognostico que não necessite de suporte nutricional agressivo.

VIAS DE ACESSO
Fatores que orientam a escolha da via de acesso:

Duração da terapia
Necessidade energética e proteica
Central
Limitação de infusão hídrica
Acesso venoso disponível Periférica

A escolha e o cuidado adequados com a via de acesso venoso são


fundamentais para minimizar eventos adversos e garantir o sucesso da terapia
de NP.

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VIAS DE ACESSO
Central
• Indicada:
• Quando os benefícios superam os riscos
• Tempo de duração > 2 semanas
• Acesso venoso periférico limitado
• Necessidade de restrição de líquidos.

• Oferece aporte energético e proteico


adequado

• Osmoralidade > 1.000 mOsm/L

Monitoramento é FUNDAMENTAL!!

VIAS DE ACESSO
Periférica
• Indicada: Pacientes que não podem ingerir ou absorver >60% das necessidades
nutricionais via oral ou enteral;
• Períodos curtos (até 2 semanas);
• Valor energético: 1.000- 1.500 kcal/dia
• Osmoralidade <900mOsm/L para evitar flebite

Vantagens Contraindicações
• Ausência de complicações relacionadas à • Veias periféricas inadequadas
punção e presença do cateter central • Restrição de líquidos
• Punção venosa mais fácil, rápida e de • Historia de alergia a ovo e emulsões
menor custo. lipídicas
• Menor probabilidade de hiperglicemia • Disfunção hepática ou renal
• Desnutrição grave

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MÉTODO DE ADMINISTRAÇÃO

• Gotejamento regular rigoroso, preferencialmente com


bomba de infusão.
• Velocidade inicial: <50ml/h (24h)
• Em períodos prolongados, recomenda-se pausa de 8
horas
 Evitar complicações hepáticas

CUIDADO!
• Velocidade de Infusão
 Hiperglicemia e distúrbios hemodinâmicos

CATETERES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL

• Os cateteres devem dirigir-se para a veia cava


superior ou inferior  Permite diluição de
soluções hiperosmolares em decorrência do
alto fluxo sanguíneo.

• Cateteres de duplo e triplo lúmen podem ser


utilizados se uma via for destinada
exclusivamente para NP.

• CUIDADO! Cateteres multilumens apresentam


maior taxa de infecção.

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SOLUÇÕES DE NUTRIÇÃO PARENTERAL

Energia Hidratação Carboidratos Lipídios

Proteínas Eletrólitos Vitaminas Oligoelementos

SOLUÇÕES DE NUTRIÇÃO PARENTERAL


Energia Lipídios
• Fórmula de Bolso: 25-30 kcal/g/dia • LP: 20-30% do VET
• Equação de Harris Benedict. • W-6: 2-4% do VET
• Emulsão lipídica: 10 e 20%
Hidratação • 10%- 1,1 kcal/ml
• 30-35 ml /kg • 20%- 2,0 kcal/ml
• 1 ml/1 kcal ofertada • Recomenda infusão de 1g/kg/dia.
Carboidratos Proteínas
• Glicose mono-hidratada. • Pct não críticos: 0,8 a 1,0 g/kg/dia
• Fornece 3,4 kcal/dia • Pct críticos: 1,2 a 2,0 g/kg/dia
• Máx concentração adm: Periférica-10%/ • 1g de PT--- 4 kcal
Central-35% • Formulações especificas para hepato e
• Quant. Mínima 200g. nefropata.

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PRATICANDO ...
João, 48 anos , pós operatório de colectomia proximal (50 cm) por
traumatismo abdominal (acidente de moto) , hemodinamicamente estável ,
porém apresentando íleo paralítico e distensão abdominal. Peso estimado:
62kg. Eutrófico. Indicação: Nutrição parenteral total- acesso central.

3. Calcule LP
1. Calcule o VET
1g/kg/dia
25-30kcal/kg/dia 2. Calcule a PT 1 x 62 kg= 62g
25 x 62 = 1550 kcal/dia 1,2 g/kg/dia
30 x 62 = 1860 kcal/dia 1,2 g x 62 kg = 74,4 g Emulsão lipídica a 20%:
 297,6 kcal (16%) 100 ml  20g
4. Calcule HC ?  62g
4g/kg/dia = 310 ml de EL a 20%
4 x 62 kg= 248g
Glicose monoidratada: 3,6 kcal/g EL a 20%  2 kcal/ml
3,6 x 248g= 892,8 kcal (48%) 2 x 310 ml = 620 kcal (33,3%)

PRATICANDO ...
João, 48 anos , pós operatório de colectomia proximal (50 cm) por
traumatismo abdominal (acidente de moto) , hemodinamicamente estável ,
porém apresentando íleo paralítico e distensão abdominal. Peso estimado:
62kg. Eutrófico. Indicação: Nutrição parenteral total- acesso central.

VALOR CALÓRIO TOTAL E PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES


PT: 297,6 kcal (16%)
LP: 620 kcal (33,3%)  20-35%
HC: 892,8 kcal (48%) 45-60%
TOTAL: 1810,4 Kcal  1550 - 1860 kcal/dia

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SOLUÇÕES DE NUTRIÇÃO PARENTERAL


• Proporção de nutriente utilizados como fonte de energia
NUTRIENTE %BASAL %CATABOLISMO AUMENTADO

Proteínas 10-20% (0,8-1,0 g/kg/dia) 20-30% (1,2-2,0 g/kg/dia)


Carboidratos 45-60% 30-40%
Lipídios 20-30% 20-30%

SOLUÇÕES DE NUTRIÇÃO PARENTERAL

Eletrólitos
• Acetato e cloreto: O farmacêutico
balanceará as concentrações para
evitar acidose metabólica
hiperclorêmica (AMH) ou alcalose
metabólica hipoclorêmica.

• Solubilidade do Ca-P

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SOLUÇÕES DE NUTRIÇÃO PARENTERAL


De acordo com o Compêndio de Nutrição Parenteral (2018) as vantagens de se
utilizar a combinação de lipídios, aminoácidos e glicose, além dos micronutrientes,
na NP são:

• Evitar hiperglicemia;
• Reduzir o estresse respiratório e metabólico;
• Garantir o fornecimento de ácidos graxos essenciais e aminoácidos essenciais;
• Reduzir o risco para hipofosfatemia;
• Facilitar a infusão periférica devido à baixa osmolaridade;
• Transmitir efeito favorável sobre a função das células do fígado e integridade com
nova geração de emulsões lipídicas;

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MONITORAMENTO DA TNP
• Controle glicêmico:
• A meta de glicemia é manter os níveis abaixo de 180 mg/dL.
• O controle glicêmico rigoroso está relacionado à redução de infecção, ao tempo de
internação e à mortalidade.

• Controle metabólico:
• Controle diário de eletrólitos e semanalmente do perfil parenteral para adequação
da terapia e monitoração de complicações.

• Indicação de TNE ou oral: em pacientes estáveis com a TNP, a indicação de


dieta oral ou enteral deve ser reavaliada frequentemente.

MONITORAMENTO DA TNP

• A administração da TNP é responsabilidade do enfermeiro e os cuidados


necessários para prevenir complicações devem ser seguidos por meio de
protocolos institucionais de boas práticas, tendo a Equipe Multiprofissional
em Terapia Nutricional (EMTN) à frente de todos os processos.

RESOLUÇÃO CFN Nº 222, DE 21 DE MAIO DE 1999


Dispõe sobre a participação do Nutricionista em Equipes
Multiprofissionais de Terapias Nutricionais (EMTN), para
a prática de Terapias Nutricionais Enterais (TNE), e dá
outras providências.

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COMPLICAÇÕES DA TNP
Metabólicas Mecânicas
Alterações de glicemia, (Relacionadas ao cateter)
distúrbios hidroeletrolíticos
e ácido-base, disfunção Pneumotórax, hidrotórax e
hepática. lesão vascular

Infecciosas
Gastrointestinais
(Relacionadas ao cateter ou
a solução de NP) Atrofia das vilosidades GI,
colestase e anormalidades
Contaminação por bactérias hepáticas.
gram-negativas e sepse

REFERÊNCIAS
• CUPPARI, L. Guia de nutrição: Nutrição clinica no adulto. 2 ed. São Paulo: Manole,
2005.

• MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, nutrição e dietoterapia. 12 ed. Rio


de Janeiro: Elsevier, 2010.

• PROTOCOLO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL DA COMISSÃO DE


SUPORTE NUTRICIONAL. Goiânia: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Goiás, 2014, 162 p.

• WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica - 2 Vols - 5ª ed,


2017. 3296p.

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ATIVIDADE 1
M.C.G, masculino, 33 anos, passou por acidente automobilístico grave sofrendo
politraumatismo inclusive perfuro-cortante. Foi admitido no hospital em choque
hipovolêmico hipovolêmico com PA: 70/30 mmHg, lesão perfuro cortante de pescoço,
tórax e abdômen, sendo submetido à drenagem de tórax à esquerda e levado a
laparotomia exploradora com a seguinte descrição operatória:
• Intestino delgado lesado a partir de 10 cm do ângulo de Treitz;
• Enterectomia extensa
• Entero anastomose jejuno- ileal;
• Remanescente 20 cm de intestino delgado;
• Válvula íleo cecal preservada.
Após cirurgia de urgência paciente tornou-se portador de Síndrome do Intestino Curto
(SIC) grave. Paciente no 2º PO apresentava-se hemodinamicamente estável, sem drogas
vasoativas, ventilação espontânea, eupneico, acordado, consciente e orientado.
Peso atual (PA): 80kg Altura: 1,85m IMC: 23,37kg/m2

Qual a terapia nutricional indicada para MCG?

ATIVIDADE 2
Paciente masculino, 48 anos, pós-operatório de colectomia proximal (50 cm)por
traumatismo abdominal (acidente de moto), hemodinamicamente estável,
porém apresentando íleo paralitico e distensão abdominal.
Quadro clínico estável.
Peso estimado: 62 kg.
Diagnóstico nutricional: eutrófico.

Qual a terapia nutricional indicada?


Calcule as necessidades energéticas e nutricionais do paciente.

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ATIVIDADE 3

ATIVIDADE 3

REFLITA:

• Qual a terapia nutricional indicada?


• Qual a(s) via(as) de alimentação possíveis de escolha.
• Calcule as necessidades energéticas e nutricionais do paciente.

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ATIVIDADE 4
M.C.G, masculino, 33 anos, passou por acidente automobilístico grave sofrendo politraumatismo
inclusive perfuro-cortante. Foi admitido no hospital em choque hipovolêmico com PA: 70/30 mmHg,
lesão perfuro cortante de pescoço, tórax e abdômen, sendo submetido à drenagem de tórax à
esquerda e levado a laparotomia exploradora com a seguinte descrição operatória:
• Intestino delgado lesado a partir de 10 cm do ângulo de Treitz;
• Enterectomia extensa
• Entero – entero anastomose jejuno – ileal;
• Remanescente 20 cm de intestino delgado;
• Válvula íleo cecal preservada
Após cirurgia de urgência paciente tornou-se portador de Síndrome do Intestino Curto (SIC) grave.
Paciente no 2º PO apresentava-se hemodinamicamente estável, sem drogas vasoativas, ventilação
espontânea, eupneico, acordado, consciente e orientado.
• Peso atual (PA): 80kg
• Altura: 1,85m
• IMC: 23,37kg/m²

ATIVIDADE 4

RESPONDA:

• Qual a terapia nutricional indicada para MCG? Justifique


• Qual a melhor via de acesso? Justifique .
• Calcule as necessidades energéticas e nutricionais do paciente.

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