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Capacitação e Treinamento

CURSO
ELETRICISTA PREDIAL

ARSENAL DE GUERRA
DO RIO
INTRODUÇÃO

Empresa Lícita Capacitação e Treinamento

A mais de 20 anos atuando na área de capacitações e treinamentos,


com cursos em todo território Brasileiro, a empresa Lícita atua lado a
lado com as instituições públicas nacionais alcançando os mais altos
índices de excelência.
A Lícita se orgulha de fazer parte da formação acadêmica de milhares
de cidadãos brasileiros, com uma didática diferenciada e padrões
personalizados, visando atender as mais diversas especificações e
demandas do mercado.

Equipe Técnica
Corpo Pedagógico
Ana Paula Belmonte - Pedagoga - Material Pedagógico
Marcos Belmonte - Professor - Consultor de Planejamento e Gestão
Pedagogo/Bacharel em Administração CRA/ES 26481
Nossa Missão

A Lícita Capacitação e Treinamento tem a missão de aprimorar e capacitar militares


para o mercado de trabalho, contribuindo para a excelência na realização das
atividades e acredita que a constante atualização é uma das principais ferramentas
à disposição de servidores, trabalhadores e empregadores para garantir ambientes
de trabalho seguros e saudáveis. O curso de Eletricista de Instalações Predial tem
como objetivo proporcionar a atuação dos egressos como Eletricista predial, formar
profissionais para atuar na execução de instalação e manutenção elétrica predial de
baixa tensão, de acordo com as normas e procedimentos técnicos e utilizar
corretamente as normas de segurança, higiene e proteção ao meio ambiente. Desse
modo, fica claro que com essa capacitação ofertada beneficiará na melhoria
do ensino e atingirá significamente o proposto da missão ARSENAL DE
GUERRA DO RIO, em parceria com a empresa Lícita.

AGR
ARSENAL DE GUERRA DO RIO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6

2. SEGURANÇA DO TRABALHO E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ................. 8


2.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO...................................................................... 8
2.2 EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE PROTEÇÃO COLETIVA USADOS NAS
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................................................... 10
2.3 TRABALHO EM ALTURA .................................................................................. 15

3. TECNOLOGIAS DE CONEXÕES ELÉTRICAS E TIPOS: SISTEMAS


MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS ........................................................................... 18

4. SISTEMAS DE TRANSMISSÃO, DISTRIBUIÇÃO E TARIFÁRIO ...................... 21

5. CIRCUITO MAGNÉTICO, CORRENTE ALTERNADA ....................................... 29

6. TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE SISTEMAS DE REDES ELÉTRICAS ............... 38


6.1 A INSPEÇÃO DA INSTALAÇÃO ELÉTRICA CONFORME A NBR 5410 ........... 39

7. PROTEÇÃO DE REDES ELÉTRICAS E SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO ............ 42


7.1 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO .......................................................................... 43

8. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS DE


INSTALAÇÕES PREDIAIS ..................................................................................... 45

9. MEDIÇÕES EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................... 47

10. MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SISTEMAS ELÉTRICOS PREDIAIS 50

11 TÉCNICAS DE MEDIÇÃO EM REDES TRIFÁSICAS ....................................... 53

12 UNIDADES DE SINALIZAÇÃO E CONTROLE .................................................. 55

13 QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO LUZ E FORÇA................................................. 59


14 COMANDO E CONTROLE DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ............................ 62

15 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 71

ANOTAÇÕES .......................................................................................................... 72
1. INTRODUÇÃO

A eletricidade é a forma de energia mais utilizada na sociedade atual, entretanto,


com características adequadas à moderna economia, facilmente disponibilizada aos
consumidores, a eletricidade sob certas circunstâncias, pode comprometer a
segurança e a saúde das pessoas. A energia elétrica que alimenta as nossas
residências, as indústrias e o comércio são geradas principalmente em usinas
hidrelétricas, onde a passagem da água por turbinas geradoras transformam a
energia mecânica, originada pela queda d„agua, em energia elétrica.

Instalação elétrica predial deve ser feita por profissionais habilitados e com
experiência no tipo de serviço a ser prestado, pois todo e qualquer erro ou deslize
culmina em problemas como acidentes e até incêndios.

O técnico ou engenheiro que fará a instalação elétrica predial deve ter todo o
conhecimento necessário para realizar o serviço, inclusive as particularidades dos
itens, como diferenças de cores entre fios e cabos.

Se a instalação elétrica de uma casa já pode ser bem complexa, podemos imaginar
a de um prédio. Seja residencial ou comercial, além da estrutura de cada
apartamento ou sala, as áreas comuns dos prédios precisam ser bem projetadas
para que proporcionem segurança aos moradores e visitantes. A instalação elétrica

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predial precisa ser funcional, mas no caso da iluminação, ela também pode ser
decorativa e contribuir para o bem-estar das pessoas.

O eletricista pode trabalhar basicamente em três áreas, que é a residencial, predial e


industrial. Se trata de um profissional que independente da área escolhida tem a
responsabilidade de executar diversas atividades como por exemplo, elaboração de
pequenos projetos, embora o eletricista não seja projetista, execução de instalações
elétricas, elaboração de propostas comerciais, vistoria de instalações, realizar
manutenção corretiva, preventiva e preditiva, além de muitas outras atividade.

O eletricista de instalações prediais realiza manutenção preventiva e corretiva


quadro de força, comandos elétricos e demais equipamentos de energia em prédios,
analisa as necessidades de troca e regulagem de peças e aplica testes de
funcionamento.

A área de manutenção é uma das que os profissionais têm maior interesse, onde
normalmente para atuar como eletricista de manutenção o mesmo deverá ter
conhecimentos em instalações elétricas, desenvolvimento de instalações e
infraestrutura.

Um dos pontos mais importantes estudados em qualquer curso relacionado a


eletricidade, é justamente voltado para a segurança. Sabemos dos perigos que a
eletricidade oferece e este é o ponto a ser destacado na eletricidade, mas
infelizmente nem todos os profissionais conhecem os riscos de sua profissão, por
isso a importância de se capacitar cada vez mais e conhecer as normas referentes a
cada atividade.

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2. SEGURANÇA DO TRABALHO E EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO
Segurança do Trabalho está definida como uma ciência que visa proporcionar ao
trabalhador proteção para executar sua atividade profissional, minimizando os
riscos, e tornar o ambiente do trabalho seguro para que o funcionário de uma
Empresa atue em condições que prestar um bom serviço.

Além de conceder segurança para o empregado o empregador que estabelece a


aplicação de tal ciência em sua Empresa contratando profissionais qualificados para
avaliar a conduta de seus funcionários, as formas de manuseio de suas ferramentas,
o uso de equipamentos de proteção, não estão aumentando seus gastos, pois a
Segurança do Trabalho tende a oferecer uma forma de diminuição de acidentes,
bem como, demonstrar a valorização e a preocupação da Empresa com o seu maior
patrimônio que é o funcionário, que ao constatar as medidas preventivas, a busca de
sua capacitação, e a preocupação com o seu bem estar atuará com mais satisfação
dando maiores resultados.

2.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Todas as atividades profissionais que possam imprimir algum tipo de risco físico
para o trabalhador devem ser cumpridas com o auxílio de EPIs – Equipamentos de
Proteção Individual, que é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado
pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho, que incluem óculos, protetores auriculares,
máscaras, mangotes, capacetes, luvas, botas, cintos de segurança, protetor solar e
outros itens de proteção. Esses acessórios são indispensáveis em fábricas e
processos industriais em geral.

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O uso do EPI é fundamental para garantir a saúde e a proteção do trabalhador,
evitando consequências negativas em casos de acidentes de trabalho. Além disso,
o EPI também é usado para garantir que o profissional não será exposto a doenças
ocupacionais, que podem comprometer a capacidade de trabalho e de vida dos
profissionais durante e depois da fase ativa de trabalho.

O EPI é importante para proteger os profissionais individualmente, reduzindo


qualquer tipo de ameaça ou risco para o trabalhador. O uso dos equipamentos de
proteção é determinado por uma norma técnica chamada NR 6, que estabelece que
os EPIs sejam fornecidos de forma gratuita ao trabalhador para o desempenho de
suas funções dentro da empresa. É obrigação dos supervisores e da empresa
garantir que os profissionais façam o uso adequado dos equipamentos de proteção
individual.

Os EPIs devem ser utilizados durante todo o expediente de trabalho, seguindo todas
as determinações da organização. O uso adequado e responsável do EPI evita
grandes transtornos para o trabalhador e, também, para a empresa, além de garantir
que as atividades sejam desempenhadas com mais segurança e eficiência.

Os equipamentos de proteção individual devem ser mantidos em boas condições de


uso e precisam ter um Certificado de Aprovação do órgão competente para garantir
que estão em conformidade com as determinações do Ministério do Trabalho.

Empregados e empregadores devem compreender a importância do uso de


equipamentos de proteção no dia a dia de suas funções.

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2.2 EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE PROTEÇÃO COLETIVA
USADOS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) compreendem prioritariamente a


desenergização elétrica, e na sua impossibilidade, o emprego de tensão de
segurança, Essas medidas visam à proteção não só de trabalhadores envolvidos
com a atividade principal que será executada e que gerou o risco, como também à
proteção de outros funcionários que possam executar atividades paralelas nas
redondezas ou até de pessoas que estão por perto, cujo percurso pode levá-los à
exposição ao risco existente.

Alguns equipamentos e sistemas de proteção coletiva usados nas instalações


elétricas são:

 Conjunto de Aterramento: equipamento destinado à execução de


aterramento temporário, visando à equipotencialização e proteção pessoal
contra energização indevida do circuito em intervenção.

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 Tapetes Isolantes: utilizado principalmente em subestações, sendo aplicado
na execução da isolação contra contatos indiretos, minimizando assim as
consequências por uma falha de isolação nos equipamentos. Pode ser
encontrado de borracha ou outro material que não conduza energia.

 Cones e bandeiras de sinalização: destinados a fazer a isolação de uma


área onde estejam sendo executadas intervenções

 Placas de sinalização: utilizadas para sinalizar perigo (perigo de vida, etc.) e


situação dos equipamentos (equipamentos energizados, não manobre este
equipamento sobre carga, etc.), visando assim à proteção de pessoas que
estiverem trabalhando no circuito e de pessoas que venham a manobrar os
sistemas elétricos.
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Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem
tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados
equipamentos de proteção individual (EPIs) específicos e adequados às atividades
desenvolvidas, de acordo com a norma NR-6. As vestimentas de trabalho devem ser
adequadas às atividades, considerando-se, também, a condutibilidade, a inflamabilidade
e as influências eletromagnéticas.

É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em


suas proximidades, principalmente se forem metálicos ou que facilitem a condução de
energia. Todo EPI deve possuir um Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo
Ministério do Trabalho e Emprego. Segue a explicação de alguns EPIs usados com
instalações elétricas:

Capacetes: destina-se a proteção do crânio contra impactos e


perfurações provenientes da queda de objetos e riscos
associados a choques elétricos. Em serviços com eletricidade
usa-se o capacete classe B tipo II, devido a alta resistência
dielétrica.

Óculos de segurança: proteção dos olhos do usuário


contra impactos de partículas volantes multidirecionais.

Luvas Isolantes: as luvas isolantes apresentam


identificação no punho, próximo da borda, onde informa
algumas especificações como a tensão de uso, com as
cores correspondentes a cada uma das seis classes
existentes.

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Luvas de cobertura: são de vaqueta e servem para proteção
de mãos contra agentes abrasivos e escoriantes, devendo ser
aplicada sobre as luvas isolantes em serviços com sistemas
elétricos energizados.

Calçado de Segurança (Sapatos/Botas): utilizado para


minimizar as consequências de contatos com partes
energizadas, as botinas são selecionadas conforme o nível de
tensão de isolação e aplicabilidade (trabalhos em linhas
energizadas ou não).

Cinturão de segurança: destinado à proteção contra queda,


sendo obrigatória sua utilização em trabalhos acima de 2
metros de altura. Pode ser basicamente de dois tipos:
abdominal e de três pontos (paraquedista).

Máscaras/Respiradores e Protetores auriculares: as


máscaras são utilizadas em áreas confinadas e sujeitas a
emissão de gases e poeiras.

Mangas de borracha: Protege os braços e antebraços contra


instalações ou partes energizadas. Classe 0–BTClasses 1/2/3
e 4 – AT.

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Roupa contra arco-elétrico: uniformes de trabalho feitos de
algodão ou de tecido mistos de poliéster e algodão,
independentemente de peso, podem se inflamar em
determinado nível de exposição e continuarão a queimar,
aumentando a extensão das lesões provenientes do arco.

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2.3 TRABALHO EM ALTURA

É considerado trabalho em altura toda e qualquer atividade executada em desnível


acima de 2,00 metros do piso, onde exista risco de queda, cujas consequências
podem ser graves ou até mesmo fatais. Qualquer serviço no qual o trabalhador
tenha que subir em andaimes, escadas ou escalar estruturas é trabalho em altura.
Da mesma forma, quando o trabalho for executado próximo a valas com
profundidade maior que 2,00 metros, também será considerado trabalho em altura –
mesmo que este trabalhador não suba em estrutura alguma, pois o desnível existe
independente disto. Ocorre, porém, que os números denunciam que no Brasil há o
frequente descumprimento de Normas Regulamentadoras, tais quais a NR 35, que
dispõe sobre os trabalhos realizados nas alturas.

A NR 35 estabelece requisitos mínimos e medidas de proteção necessárias para o


trabalho em altura. O correto atendimento da NR envolve planejamento, organização
e execução. A colaboração do empregado e do empregador no cumprimento dos
requisitos é fundamental para a prevenção dos acidentes.

Conforme estabelecido na NR 35, o empregador deverá:

 Garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas na Norma;

 Assegurar a realização da Análise de Risco – ARe, quando for aplicável,


preparar a Permissão de Trabalho – PT;

 Desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras que


envolvam trabalho em altura;

 Assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do


trabalho em altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e
das medidas complementares de segurança aplicáveis;

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 Adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das
medidas de proteção estabelecidas na Norma pelas empresas contratadas;

 Garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as


medidas de controle;

 Garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as


medidas de proteção definidas na NR 35;

 Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou


condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não
seja possível;

 Assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja
forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades
da atividade;

 Assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta


Norma.

Obrigações do empregado:

 Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura,


inclusive os procedimentos expedidos pelo empregador;

 Colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas


nesta Norma;

 Interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que


constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e
saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu
superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis;

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 Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser
afetadas por suas ações ou omissões no trabalho.

Trabalhos em altura são evidentes, mas podem ser minimizados se as medidas


preventivas forem respeitadas. Assim, garante-se o bem-estar e a saúde do
trabalhador, e o resultado para a empresa.

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3 TECNOLOGIAS DE CONEXÕES ELÉTRICAS E TIPOS: SISTEMAS
MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS

O fornecimento de energia para os inúmeros estabelecimentos residenciais,


comerciais e industriais pode ser feito por meio de sistemas monofásicos, bifásicos
ou trifásicos. A utilização de cada sistema de transmissão ocorre a partir do tipo de
estabelecimento que receberá a energia elétrica e da potência
total dos equipamentos elétricos ligados à rede. As vantagens dos sistemas
trifásicos prevaleceram entre os demais sistemas, tornando-o o mais utilizado nos
sistemas elétricos de potência em todo o mundo. Os outros sistemas também são
utilizados, entretanto em pequena escala e em aplicações específicas.

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 Sistema monofásico - No sistema monofásico, a rede é construída com dois
fios: uma fase e um neutro. A tensão elétrica máxima que pode ser ofertada
por esse sistema é de 127 V. Redes monofásicas são instaladas somente
quando a soma das potências de todos os equipamentos de uma residência
atinge um valor máximo de 8 kw (8000 watts). O entendimento do sistema
monofásico é necessário para o estudo do sistema trifásico. Note que um
sistema monofásico difere de um circuito monofásico. A instalação de uma
lâmpada utiliza um circuito monofásico, na grande maioria das vezes derivado
de um sistema trifásico que emprega geradores, transformadores, linhas de
transmissão e linhas de distribuição trifásicas. Já um sistema monofásico é
aquele oriundo de um gerador monofásico que produz uma única tensão
senoidal, chamada tensão de fase.

 Sistema bifásico - O sistema bifásico é caracterizado pela existência de três


fios entre a rede elétrica e o estabelecimento que receberá energia. A
capacidade de tensões elétricas é de 127 V ou 220 V. Esse tipo de ligação é
utilizado apenas em zonas rurais, onde a quantidade de equipamentos
elétricos não é tão grande como a das zonas urbanas. Sistemas bifásicos são
utilizados para potências de 12000 W até 25000 W.

 Sistema trifásico - No sistema trifásico, a rede elétrica é composta por


quatro fios: três fases e um neutro. As tensões elétricas geradas são de 127 V
ou 220 V e podem lidar com potências de 25000 W até 75000 W. A instalação
trifásica é a mais indicada para residências que possuem equipamentos
elétricos cuja soma das potências ultrapassa 8000 W, bem como para
indústrias e o comércio.

As vantagens do sistema trifásico são: Evita a queda inoportuna de energia; Utiliza


menor quantidade de cobre e alumínio para fornecer a mesma potência que um
sistema monofásico; A potência total nunca é nula; Motores trifásicos são menores
que motores monofásicos de mesma potência.

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A proteção de uma instalação trifásica é feita com o auxílio de um disjuntor
termomagnético tripolar. Cada fase pode ser ligada a um polo do disjuntor e atender
um setor diferente de uma residência, por exemplo. Caso ocorra uma sobrecarga em
um dos setores da casa, o disjuntor será desligado, mas o fornecimento de energia
para os demais cômodos não será afetado.

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4 SISTEMAS DE TRANSMISSÃO, DISTRIBUIÇÃO E TARIFÁRIO

As usinas de energia elétrica são, geralmente, construídas longe dos centros


consumidores (cidades e indústrias) e é por isso que a eletricidade produzida pelos
geradores tem de viajar por longas distâncias, em um complexo sistema de
transmissão.

Ao sair dos geradores, a eletricidade começa a ser transportada através de cabos


aéreos, revestidos por camadas isolantes e fixados em grandes torres de metal.
Chamamos esse conjunto de cabos e torres de rede de transmissão. Outros
elementos importantes das redes de transmissão são os isolantes de vidro ou
porcelana, que sustentam os cabos e impedem descargas elétricas durante o trajeto.

No caminho, a eletricidade passa por diversas subestações, onde aparelhos


transformadores aumentam ou diminuem sua voltagem, alterando o que chamamos
de tensão elétrica. No início do percurso, os transformadores elevam a tensão,
evitando a perda excessiva de energia. Quando a eletricidade chega perto dos
centros de consumo, as subestações diminuem a tensão elétrica, para que ela
possa chegar às residências, empresas e indústrias. A partir daí, os cabos
prosseguem por via aérea ou subterrânea, formando as redes de distribuição.

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A energia elétrica chega em nossas casa através das linhas de transmissão de
energia elétrica. Podemos calcular a perda de energia elétrica através da potência
dissipada nos fios pela seguinte expressão:

P = R.i2
Na expressão acima temos que R é a resistência elétrica do próprio fio e i é
a corrente elétrica que passa por ele. De acordo com a expressão, temos que
quanto maior for o valor da corrente elétrica que queremos transportar, maior será a
perda de energia através da dissipação de energia nos fios. Por isso, é mais
vantajoso transportar em tensões muito altas, com correntes mais baixas.

Como P = R.i2, temos que: para que possamos ter uma menor perda de energia
através da dissipação nos fios, devemos manter a corrente elétrica e a resistência
dos fios bem pequenas. Devemos também nos atentar ao fato de que a resistência
elétrica dos fios é proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional à
área de sua seção reta. Sendo assim, fios mais grossos poderiam ser utilizados para
diminuir a perda de energia, fato esse que não ocorre em razão do alto custo e
também pela grande quantidade de material que seria utilizado.

Como sabemos, a tensão de trabalho dessas linhas de transmissão é muito alta,


sendo assim, elas precisam ser bem isoladas, a fim de que não ocorram curtos-
circuitos ou até mesmo descargas elétricas entre o solo e as linhas. Por esse motivo,
vemos que as torres de sustentação dos fios são bastante altas e largas. Já os fios
devem ser presos a isoladores (de vidro ou porcelana) bem longos, como mostra a
figura abaixo. Geralmente esses isoladores possuem um formato de “sanfona” com
a finalidade de aumentar o caminho elétrico entre suas extremidades. Dessa forma,
a sujeira (que pode se depositar) e a água da chuva não produzem um caminho de
baixa resistência, o que poderia provocar descargas elétricas entre o fio de alta
tensão e a torre que está aterrada.

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Depois de percorrer o longo caminho entre as usinas e os centros consumidores nas
redes de transmissão, a energia elétrica chega em subestações que abaixam a sua
tensão, para que possa ser iniciado o processo de distribuição. Entretanto, apesar
de mais baixa, a tensão ainda não é adequada para o consumo imediato e, por isso,
transformadores menores são instalados nos postes de rua. Eles reduzem ainda
mais a voltagem da energia que vai diretamente para as residências, o comércio, as
empresas e indústrias.

As empresas responsáveis pela distribuição também instalam em cada local de


consumo um pequeno aparelho que consegue medir a quantidade de energia por
eles utilizada. A medição é feita por hora e chamamos de horário de pico o momento
em que uma localidade utiliza maior quantidade de energia elétrica. Nos centros
urbanos, o horário de pico se dá por volta das 18 horas, quando escurece e,
normalmente, as pessoas chegam do trabalho acendendo as luzes, ligando os
condicionadores de ar e a televisão e tomando banho com a água aquecida por
chuveiros elétricos. Podemos observar que o consumo de eletricidade varia de
acordo com a estação do ano e com a região do país, dependendo do nível de
luminosidade e do clima, entre outros fatores.

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No Brasil, a tarifa de energia elétrica é o preço definido pela ANEEL - Agência
Nacional de Energia Elétrica que deve ser pago pelos consumidores finais de
energia elétrica. As tarifas podem ser calculadas para uma concessionária de
distribuição (distribuidora) ou para uma concessionária de transmissão
(transmissora). A tarifa calculada para as distribuidoras primeiras são as tarifas de
distribuição, que é o preço cobrado ao consumidor final e as tarifas de uso dos
sistema elétricos de distribuição - TUSD. Já a tarifa calculada para as transmissoras
é a tarifa de uso dos sistema elétricos de transmissão - TUST.

A tarifa de distribuição é dividida em duas partes, denominadas “Parcela A” e “Parcela B”:

 A Parcela A - é composta pelos custos não-gerenciáveis em que


a empresa concessionária apenas cobra do consumidor final os valores
necessários para ressarcir o valor gasto. Os componentes da Parcela A
podem ser agrupados em Compra de Energia, Encargos Setoriais e Encargos
de Transmissão.

A Compra de Energia é a energia elétrica adquirida das empresas geradoras através


de leilões organizados pela ANEEL e operacionalizados pela CCEE, de contratos de
compra e venda de energia elétrica firmados diretamente com os geradores. Para
atender os consumidores localizados na sua área de concessão, a distribuidora
efetua compras de energia de empresas geradoras distintas, e sob diferentes
condições, em função do crescimento do mercado e dependendo da região em que
está localizada.

Os dispêndios com compra de energia para revenda constituem o item de custo não-
gerenciável de significativo peso relativo para as concessionárias distribuidoras.

A energia pode ser adquirida pela empresa distribuidora, basicamente, de duas


formas: Através dos leilões de energia mencionados acima ou de Contratos
Bilaterais de Longo ou Curto Prazo que são compras de energia realizadas pelas
empresas de distribuição, para eventualmente complementar a energia necessária

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para o total atendimento do seu mercado consumidor, efetivada por meio de
contratos bilaterais de longo ou curto prazo, com base nos mecanismos legais de
comercialização vigentes.

Uma exceção são as empresas distribuidoras localizadas nas Regiões Sul, Sudeste
e Centro-Oeste do Brasil, que por imposição legal, pagam uma quota-parte dos
custos referentes à energia elétrica produzida por Itaipu e destinada ao País.

Os Encargos Setoriais são valores pagos pelos consumidores na conta de energia


elétrica e cobrados por determinação legal para financiar o desenvolvimento do
Setor Elétrico Brasileiro e as políticas energéticas do Governo Federal.
Os Encargos Setoriais são:

 Cotas da Reserva Global de Reversão (RGR)


 Cotas da Conta de Consumo de Combustível (CCC)
 Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica (TFSEE)
 Rateio de custos do Proinfa
 Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)

Os Encargos de Transmissão são:

 Uso das Instalações da Rede Básica de Transmissão de Energia Elétrica


 Uso das Instalações de Conexão
 Uso das Instalações de Distribuição
 Transporte da Energia Elétrica Proveniente de Itaipu
 Operador Nacional do Sistema (ONS)

O Uso das Instalações da Rede Básica de Transmissão é a receita devida a todas


as empresas de transmissão de energia elétrica que compõem a Rede
Básica (sistema interligado nacional composto pelas linhas de transmissão que
transportam energia elétrica em tensão igual ou superior a 230 kV) e que é paga por
todas as empresas de geração e de distribuição, bem como pelos grandes

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consumidores (consumidores livres) que se utilizam diretamente da Rede Básica,
mediante tarifa de uso dos sistemas de transmissão – TUST.

A Parcela B são os valores necessários à cobertura dos custos de pessoal, de


material e outras atividades vinculadas diretamente à operação e manutenção dos
serviços de distribuição, bem como dos custos de depreciação e remuneração dos
investimentos realizados pela empresa para o atendimento do serviço. Esses custos
são identificados como custos gerenciáveis, porque a concessionária tem plena
capacidade em administrá-los diretamente e foram convencionados como
componentes da “Parcela B” da Receita Anual Requerida da Empresa.

A Parcela “B” também pode ser divida em três grupos:


 Despesas de Operação e Manutenção
 Despesas de Capital
 Outras Despesas

As Despesas de Operação e Manutenção é a parcela da receita destinada à


cobertura dos custos vinculados diretamente à prestação do serviço de distribuição
de energia elétrica, como pessoal, material, serviços de terceiros e outras despesas.
Não são reconhecidos pela ANEEL, nas tarifas da empresa, aqueles custos que não
estejam relacionados à prestação do serviço ou que não sejam pertinentes à sua
área geográfica de concessão. A ANEEL determina que o preço cobrado do
consumidor seja suficiente para garantir todo o funcionamento da empresa
concessionária, ou seja, estipula uma receita suficiente para pagar desde o
presidente da empresa até os técnicos encarregados da manutenção dos postes na
rua, passando pela estrutura administrativa, contábil e judicial necessária para
manter a empresa prestando um serviço adequado.

As Despesas de Capital envolvem basicamente a Cota de Depreciação e a


Remuneração do Capital.

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A Cota de Depreciação é a parcela da receita necessária à formação dos recursos
financeiros destinados à recomposição dos investimentos realizados com prudência
para a prestação do serviço de energia elétrica ao final da sua vida útil. A função
desta Cota é garantir, por exemplo, que no fim da vida útil de um poste, medidor de
energia elétrica ou transformador, a concessionária tenha receita para trocar o
equipamento por um novo, mantendo a qualidade do serviço prestado.

A Remuneração do Capital é a parcela da receita necessária para promover um


adequado rendimento do capital investido na prestação do serviço de energia
elétrica, ou seja, a taxa de retorno calculada como uma alíquota sobre uma Base de
Remuneração Regulatória.

Na prática, a ANEEL calcula uma taxa de retorno (lucro) de aproximadamente quatro


por cento (4%) dos investimentos feitos pela empresa concessionária de
distribuição e aceitos pela ANEEL como prudentes e necessários à prestação do
serviço.

As tarifas de energia refletem peculiaridades de cada região, como número de


consumidores, quilômetros de rede e tamanho do mercado (quantidade de energia
atendida por uma determinada infra-estrutura), custo da energia comprada, tributos
estaduais e outros.

É obrigação das concessionárias de distribuição levar a energia elétrica aos seus


consumidores. Para cumprir esse compromisso, a empresa tem custos que devem
ser cobertos pela tarifa de energia. De modo geral, a conta de luz inclui o
ressarcimento de três custos distintos:
 Geração de Energia Elétrica;
 Transporte da energia até as casas (fio) tanto da Transmissão quanto da
Distribuição; e
 Encargos e Tributos.

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A partir da edição da Lei 10.848/2004, o valor da geração da energia comprada
pelas distribuidoras para revender a seus consumidores passou a ser determinado
em leilões públicos. O objetivo é garantir, além da transparência no custo da compra
de energia, a competição e melhores preços. Antes dessa lei, as distribuidoras
podiam comprar livremente a energia a ser revendida, mas o limite de preço era
fixado pela ANEEL.

O transporte da energia, do ponto de geração à casa do consumidor, é


um monopólio natural, pois a competição nesse segmento não traz benefícios
econômicos. Por essa razão, a ANEEL atua para que as tarifas sejam compostas
apenas pelos custos que efetivamente se relacionam com os serviços prestados, de
forma a torná-las justas.

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5 CIRCUITO MAGNÉTICO, CORRENTE ALTERNADA

Os fenômenos elétricos e magnéticos estão presentes na natureza e em nosso


cotidiano. Eles são manifestações da carga elétrica, uma propriedade elementar da
matéria. A compreensão desses fenômenos possibilitou ao ser humano utilizar a
energia elétrica em suas atividades.

Chamamos de magnetismo a parte da física que estuda certos tipos de materiais


que possuem propriedades de atrair ou repelir outros. Veremos adiante, que os
fenômenos magnéticos e elétricos têm a mesma origem, isto é, estão ligados ao
movimento dos elétrons. A unificação de ambas as descrições deu origem ao
eletromagnetismo.

O ímã natural é um minério de ferro chamado magnetita descoberto na região de


Magnésia. Esse material tem a propriedade de atrair pedaços de ferro, sendo que
essa força de atração surge devido ao campo magnético que ele cria ao seu redor.
O ímã possui dois polos inseparáveis, denominados norte e sul, devido à relação
com o campo magnético terrestre. Para desenvolvermos o conceito de campo
magnético, podemos aproveitar a revisão de campo elétrico. No campo elétrico, há,
no espaço ao redor do corpo eletrizado, um campo elétrico que pode ser
comprovado pela força elétrica que age numa pequena carga de prova colocada
nesse campo. Analogamente, dizemos que há no espaço ao redor de um imã um
campo magnético, que pode ser comprovado pela alteração da posição das agulhas
magnéticas colocadas em diversos pontos desse espaço. As agulhas se orientam
em direções específicas e indicam que sobre elas age algum tipo de força. De fato, a
força magnética é mediada pelo campo magnético.

Assim, podemos dizer que: O campo magnético pode ser definido como sendo a
região do espaço onde uma força age sobre um corpo magnético. Apesar da
analogia, uma diferença fundamental é a inexistência do monopolo magnético, isto
é, os polos magnéticos sempre se apresentam aos pares. A força de interação

29
entre dois ímãs pode ser de atração ou repulsão, dependendo dos polos que se
encontram próximos, podendo ser observada experimentalmente

“Polos magnéticos diferentes se atraem e polos magnéticos iguais se repelem.”

Cada ponto de um campo magnético é caracterizado pelo vetor campo magnético ⃗ ,


tendo módulo, direção e sentido específicos. Para se determinar a direção do vetor
⃗ em um ponto do campo magnético, deve-se colocar nesse ponto uma agulha

magnética que definirá a direção de ⃗ quando ela estiver em equilíbrio. O sentido de


⃗ será indicado pelo polo Norte da agulha magnética, isso porque as agulhas
tendem a se alinhar com o campo magnético da região em que estão. A intensidade
do vetor campo magnético depende da fonte, no SI, a unidade de medida é o Tesla,
representado pelo símbolo T.

Vetor campo magnético

Para o campo magnético, também podemos traçar linhas de campo, isto é, linhas
que tangenciam o vetor ⃗ em cada ponto desse campo. Essas linhas não se cruzam
e seguem a do vetor campo magnético. Costuma-se dizer que as linhas de campo
vão do polo norte para o polo sul do imã, isto é, “nascem” no polo norte e “morrem”
no polo sul, se considerarmos a região exterior do imã. Entretanto, como as linhas
do campo magnético são fechadas, elas atravessam o interior do imã e, nessa
região, sua orientação é do polo sul para o polo norte. Nas proximidades dos polos
30
do imã, a concentração das linhas de campo (densidade de linhas) é maior e indica
que nesses pontos a intensidade do campo magnético é maior.

O conjunto das linhas de campo que saem do polo norte ou chegam ao polo sul de
um ímã é denominado fluxo magnético, representado pela letra grega (fi), cuja
unidade de medida é o weber „Wb”. A medida do fluxo magnético tem como
referência a seguinte relação: linhas de fluxo.

O número de linhas de fluxo passando perpendicularmente através de uma área, A,


é a densidade de fluxo magnético, B. A unidade de medida da densidade de fluxo
magnético é weber/metro quadrado “ ” ou, simplesmente, tesla „T”, e a sua
intensidade é dada pela equação abaixo:

B
A
Cálculo densidade de fluxo magnético

Em 1820, Hans Christian Oersted (Dinamarca, 1775-1851) descobriu que a agulha


de uma bússola era defletida quando colocada próxima a um condutor percorrido por
uma corrente elétrica. No experimento é passado um plano perpendicular ao
condutor e bússolas magnéticas são colocadas no plano, todas indicando o campo
magnético da terra. Entretanto, quando uma corrente circula pelo condutor, as
agulhas das bússolas mudam de direção e indicam que as linhas de fluxo magnético
formam círculos concêntricos em torno do condutor.

As experiências de Oersted comprovaram que a corrente elétrica, ao percorrer o fio,


é fonte de campo magnético no espaço ao seu redor. Essas experiências nos
proporcionam entender os fenômenos elétricos e magnéticos como tendo a mesma
origem e seguir no estudo de eletromagnetismo.

31
Experiência de Oersted

O campo magnético gerado ao redor do condutor percorrido por uma corrente


elétrica tem o sentido horário, observando a corrente elétrica convencional entrando
no condutor. Se um condutor percorrido por uma corrente é seguro pela mão direita
com o polegar apontando na direção da corrente convencional, os outros dedos irão
então apontar na direção e sentido do vetor campo magnético gerado em cada
ponto (Regra da Mão Direita).

Regra da Mão Direita

Para indicarmos os vetores que se encontram fora do plano da folha, utilizamos dois
símbolos particulares para representar a direção e o sentido do campo magnético.
Quando o vetor campo magnético estiver orientado no sentido de sair do papel
utilizaremos o símbolo . Se o vetor campo magnético estiver orientado a entrar no
papel, o símbolo usado será o .

A intensidade do campo magnético gerado pela corrente que percorre um fio


retilíneo é determinada pela equação abaixo.

o i
B
2   .d
Cálculo intensidade do campo magnético em um fio retilíneo

32
Em que:
 o é a constante de permeabilidade magnética do meio. Para o vácuo essa
constante vale:

é a corrente elétrica dada em Ampères


é a distância do condutor ao ponto que se deseja medir a intensidade do campo
magnético.

O campo magnético gerado por uma corrente que atravessa fios em forma de
espiras e de bobinas pode ser calculado pela equação abaixo. É importante saber,
que espira circular é um fio condutor com a forma de circunferência e que bobina
plana é um conjunto de espiras sobrepostas e concêntricas.

o i
B
2r
Cálculo intensidade do campo magnético em espiras

Em que:
 o é a constante de permeabilidade magnética do meio. Para o vácuo essa
constante vale:

é a corrente elétrica dada em Ampères


é o raio da espira.

Para determinar a direção e o sentido do vetor campo magnético em qualquer ponto


próximo da espira, faremos uso da regra da mão direita

Campo magnético gerado por uma corrente que atravessa uma espira

33
No caso do campo gerado por várias espiras (bobina) temos a soma do campo
gerado por cada espira. Para uma bobina de espiras, a intensidade do vetor
campo magnético em seu centro será:

o i
BN
2r
Cálculo intensidade do campo magnético em várias espiras

Campo magnético gerado por uma corrente que atravessa uma bobina

Chamamos de um solenoide um fio conduto enrolado de forma espiral ao longo de


um cilindro formado por material que aumenta o valor do campo magnético em seu
interior ao ser percorrido por uma corrente elétrica. Em sua região interna a
intensidade do campo magnético é dada pela equação abaixo:

o  N  i
B
L
Cálculo do campo magnético gerado por corrente em um solenoide

Em que:
 o é a constante de permeabilidade magnética do meio.

é a corrente elétrica dada em Ampères


é o comprimento do cilindro
é o número de espiras.

34
Campo magnético gerado por corrente em um solenoide

Se a medida do comprimento for bem maior que a medida do diâmetro de do


cilindro, teremos, na região interna do solenoide um campo magnético praticamente
uniforme.

A Força Magnética São forças de origem magnética e podem se entendida de


maneira análoga a força elétrica. Porém, a força magnética em partículas possui
características diferentes das características da força elétrica. Por exemplo, é
preciso que a partícula, além de estar em movimento, tenha direção não paralela ao
campo magnético. Nesse caso a força é perpendicular ao plano formado pelo campo
magnético e a velocidade da partícula.

O cálculo da sua intensidade é feito através de um postulado, não tendo


demonstração, e pode ser vista logo abaixo.

| |

Equação - Força magnética

Em que:
é a carga
é a velocidade
é o campo magnético
é o ângulo entre a velocidade e o campo magnético.

35
A força magnética em um condutor retilíneo de comprimento , percorrido por uma
corrente , imerso num campo uniforme pode ser calculado utilizando-se a
equação abaixo.

Equação - Força magnética em um condutor retilíneo

A força magnética entre dois condutores paralelos e percorridos por correntes e


imersos num meio de permeabilidade absoluta pode ser encontrada através da
equação abaixo.

Equação 1- Força magnética entre dois condutores paralelos

Em que:

é a constante de permeabilidade magnética do meio.
são as é a correntes elétrica dada em Ampères em cada condutor
é a distância entre os condutores.

Intensidade de Campo Magnético - Em analogia à intensidade de campo elétrico,


pode-se definir intensidade de campo magnético. A intensidade de campo magnético
é a força magnetomotriz por unidade de comprimento ao longo do caminho do
fluxo magnético.

A unidade de medida da intensidade de campo magnético é o ampère/metro “A/m”,


mas para maior clareza a unidade ampère-espira/metro “Ae/m” será usada aqui.
Assim:

fmm N  I
H 
l l .
Campo magnético

36
Circuitos Magnéticos - Existe grande semelhança entre o circuito elétrico e o circuito
magnético. A Lei de Ohm de circuito magnético é expressa pela fórmula:

Fmm

R
Fluxo magnético

Em que:
é o Fluxo magnético, (Wb)
é a Força magnetomotriz, (Ae)
é a Relutância, (Ae/Wb)

37
6 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE SISTEMAS DE REDES ELÉTRICAS

A inspeção das instalações elétricas consiste em avaliar visualmente a adequação


de todas as instalações às normas vigentes, o correto funcionamento do sistema, a
existência de componentes danificados e/ou obsoletos e o estado de conservação
das instalações, abrangendo desde a entrada de energia (linhas de transmissão ou
postes de entrada) até a distribuição (subestações e quadros gerais de baixa
tensão).

Uma inspeção deve ter como embasamento as normas que tangem a segurança
dos operários e técnicos de manutenção e que definam parâmetros para as
instalações, projetos e correto funcionamento do sistema, tais como as NR 13 e
NBR 5410.

Uma inspeção em instalações elétricas é de extrema importância para garantir o


bom funcionamento do sistema e para prevenir possíveis acidentes como descarga
elétrica em operadores e técnicos, ocorrência de incêndios, danos a equipamentos e
componentes e diminuição da vida útil das instalações.

Recomenda a contratação do serviço de inspeção das instalações elétricas pela


economia que é gerada devido a prevenção de possíveis perdas de desempenho ou
queima de equipamentos ao realizar a inspeção, pois com a mesma será possível
identificar os pontos críticos de seu empreendimento.

38
6.1 A INSPEÇÃO DA INSTALAÇÃO ELÉTRICA CONFORME A NBR
5410

A segurança sempre está em pauta em nossas vidas e com a eletricidade não deve
ser diferente. Durante a utilização normal das instalações elétricas estamos sujeitos
a choques elétricos e queimaduras devido ao aquecimento de componentes da
instalação, além do risco de incêndio causado pela inadequada execução da
instalação elétrica ou seleção dos componentes.

A norma Brasileira NBR 5410 estabelece as condições mínimas que devem


satisfazer as Instalações Elétricas de Baixa Tensão, a fim de garantir a segurança
dos usuários, o correto funcionamento da instalação e a conservação dos bens. Os
requisitos são aplicáveis às instalações de baixa tensão de edificações,
independente de sua finalidade (comercial, residencial, etc.), se aplicando também
às instalações novas e reformas.

O processo de avaliação da instalação para atendimento dos requisitos normativos


consiste das seguintes etapas:

 Diagrama unifilar;
Documentação  Memorial descritivo;
 Parâmetro de projetos

 Inspeção Visual;
Inspeção  Ensaios;
 Projeto “as built”

 Documento que apresenta


Relatórios os resultados encontrados
durante a inspeção /ensaios.

Etapas da Inspeção

 Análise Documental

A instalação deve ser executada a partir de um projeto específico, que deve conter
no mínimo:
a) plantas;
b) esquemas unifilares;
c) detalhes de montagem, quando necessário;
d) memorial descritivo da instalação;
e) especificação dos componentes;

39
f) parâmetros de projeto (correntes de curto-circuito, queda de tensão, fatores de
demanda considerados, temperatura ambiente, etc.).

Os documentos acima relacionados serão alvo de análise e devem refletir


exatamente a instalação realizada, ou seja, estar na condição “as built”. O objetivo
desta análise é verificar a distribuição de cargas nos circuitos, a especificação dos
condutores utilizados, a seleção adequada dos dispositivos de proteção, entre outros
itens.

 Inspeção Visual

A inspeção visual é realizada a fim de verificar a correta execução da instalação,


utilização dos componentes e proteção ao usuário, confrontando as informações de
projeto e da norma de referência com a instalação física. A inspeção dos
componentes da instalação tem como objetivo confirmar se estes:

 Estão em conformidade com as respectivas normas;


 Dimensionados e instalados de acordo com a NBR 5410;
 Não apresentam danos aparentes e são capazes de garantir o seu correto
funcionamento e a segurança

Além da inspeção dos componentes utilizados, a inspeção visual deve ter como
base a análise inicial da documentação “as built” e deve cobrir ainda os itens:
a) medidas de proteção contra choques elétricos;
b) medidas de proteção contra efeitos térmicos;
c) seleção e instalação das linhas elétricas;
d) seleção, ajuste e localização dos dispositivos de proteção;
e) presença dos dispositivos de seccionamento e comando, sua adequação e
localização;
f) adequação dos componentes e das medidas de proteção às condições de
influências externas existentes;
g) identificações dos componentes;
h) presença das instruções, sinalizações e advertências requeridas;
40
i) execução das conexões;
j) acessibilidade.

 Ensaios
Após a análise documental e inspeção visual é necessária a execução dos ensaios
da instalação. Tais ensaios são executados ao final da instalação e devem ser
executados por pessoal qualificado e acompanhado por um responsável da
instalação. Alguns testes devem ser executados com a instalação desenergizada, e
sendo assim, é imprescindível que a edificação não esteja em uso a fim de não
comprometer o operacional e a segurança dos usuários.

 Relatório de Inspeção
Após estas três etapas: análise da documentação, inspeção e ensaios, um relatório
de inspeção deve ser emitido, com a finalidade de evidenciar à conformidade da
instalação à norma ABNT 5410:2004. Este laudo, além de garantir a segurança da
instalação e a conformidade com a norma, será parte integrante do PIE (Prontuário
de Instalações Elétricas), obrigatório para instalações com carga instalada superior a
75kW, conforme a NR-10.

41
7 PROTEÇÃO DE REDES ELÉTRICAS E SISTEMAS DE
ILUMINAÇÃO

A proteção da rede de distribuição de energia elétrica visa proteger os equipamentos


os quais compõem o sistema elétrico, e fornecer segurança para as pessoas
envolvidas direta ou indiretamente com o mesmo.

Há diversos tipos de falhas que podem ocorrer numa rede de distribuição de energia
elétrica, desde as naturais como descargas atmosféricas, que são conhecidas como
raios ou relâmpagos e que podem atingir uma linha de rede elétrica. E os curto
circuitos, os quais são variações extremas de corrente que flui no sistema elétrico,
que podem ser causados por inúmeros fatores, como a queda de uma árvore em
cima das linhas, acidentes de trânsitos quando há colisão com postes de energia
elétrica e até mesmo algum ato de vandalismo.

Devido a energia elétrica ser uma utilidade pública, a proteção da rede de


distribuição de energia elétrica é essencial para a instalação das redes públicas, pois
quando há uma falta em algum trecho mal dimensionado, as consequências podem
causar danos ou o mau funcionamento de equipamentos instalados nas casas,
indústrias e hospitais. Para que um sistema de proteção seja eficaz é necessário
que haja o dimensionamento correto, e que seja seguro, confiável, rápido, sensível a
surtos e que haja coordenação entre a seletividade.

A principal função de um sistema de proteção é assegurar a desconexão de todo o


sistema elétrico submetido a qualquer anormalidade que o faça operar fora dos
limites previstos ou de parte dele. Os esquemas de proteção visam isolar os trechos
defeituosos do sistema. Define-se sistema como a associação de todos os
dispositivos necessários para detectar, localizar e comandar a eliminação de um
curto-circuito ou uma condição anormal do sistema elétrico, minimizando os danos
dos equipamentos defeituosos, consequentemente reduzindo o tempo de
indisponibilidade e custo de reparo.

42
Para que um sistema de proteção seja eficaz é necessário atender os seguintes
princípios:
 Velocidade
 Seletividade e coordenação
 Segurança
 Sensibilidade
 Confiabilidade

7.1 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

O sistema de distribuição de energia elétrica no Brasil é regulamentado pelas


resoluções elaboradas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as quais,
por sua vez, se orientam pelas diretrizes estabelecidas nas leis aprovadas pelo
congresso Nacional e nos decretos estabelecidos pelo Executivo Federal.

A ANEEL através das normas elaboradas no PRODIST (Procedimento de


Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional) acompanha os
serviços prestados pela distribuidora através de indicadores de qualidade, como:
DEC, FEC, DIC, FIC e DMIC.

 DEC – duração equivalente de interrupção por unidade consumidora, que


indica o intervalo de tempo, em média, em que ocorreu descontinuidade da
prestação de serviço em cada unidade consumidora do conjunto considerado,
no período de apuração, em horas;

 FEC – frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora, que


indica o número de vezes, em média, em que ocorreu descontinuidade da
prestação de serviço em cada unidade consumidora do conjunto considerado,
no período de apuração;

 DIC – duração de interrupção individual por unidade consumidora ou ponto de


conexão de instalações dos demais acessantes, que indica o intervalo de

43
tempo em que ocorreu descontinuidade da prestação de serviço em uma
unidade ou instalação, no período de apuração, em horas;

 FIC – frequência de interrupção individual por unidade consumidora ou ponto


de conexão de instalações dos demais acessantes, que indica o número de
vezes em que ocorreu descontinuidade da prestação de serviço em uma
unidade ou instalação, no período de apuração;

 DMIC – duração máxima de interrupção individual por unidade consumidora


ou ponto de conexão de instalações dos demais acessantes, que indica o
intervalo de tempo máximo em que ocorreu descontinuidade da prestação de
serviço em uma unidade ou instalação, no período de apuração, em horas.

As concessionárias têm como objetivo manter estes indicadores sempre dentro das
metas estabelecidas pela ANEEL, evitando assim multas e o ressarcimento aos
consumidores.

44
8 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS DE
INSTALAÇÕES PREDIAIS

O projeto elétrico é a junção de todos as informações referentes a parte elétrica de


uma instalação, máquina ou equipamento eletroeletrônico, estes dados podem estar
contidos em forma de tabelas de dados elétricos, diagramas elétricos, esquemas de
distribuição de componentes, plantas elétricas, layout e etc.

É muito comum ao ouvirmos falar em projeto elétrico pensarmos imediatamente em


um projeto elétrica residencial, ou planta elétrica residencial, que é normalmente um
diagrama com a distribuição de cabos, posicionamento de tomadas e lâmpadas, que
são desenhados sobre a planta baixa de uma casa, prédio ou galpão por exemplo.

Qualquer eletricista não só pode como deve saber ler e interpretar um diagrama
elétrico, até mesmo realizar cálculos de projetos elétricos, fazer desenhos, layouts e
criar as tabelas de um projeto elétrico, mas somente o técnico ou engenheiro que
esteja registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) pode
se responsabilizar tecnicamente por um projeto elétrico.

O diagrama elétrico é um conjunto de símbolos gráficos, estes símbolos são


capazes de representar uma instalação elétrica ou parte de uma da instalação, pois
o diagrama elétrico garante uma linguagem comum a qualquer eletricista, pois o
desenho é uma representação visual capaz de ser compreendida em qualquer lugar
do mundo.

Existem quatro tipos de diagramas, que são: diagrama unifilar, diagrama multifilar,
diagrama trifilar e diagrama funcional. O diagrama mais usado para projetos elétricos
residenciais é o diagrama unifilar.

O diagrama unifilar, que também é conhecido como planta elétrica é desenhado


sobre a planta baixa (planta arquitetônica) de uma instalação e ele apresenta os

45
dispositivos e trajeto dos condutores em suas posições físicas de maneira precisa,
apesar de ser uma representação bidimensional.

O diagrama unifilar serve especialmente para se verificar, com rapidez, quantos


condutores passarão em determinados eletrodutos e qual o trajeto do mesmo.

Uma diferença do diagrama unifilar para os diagramas multifilar e funcional é que


todos os condutores de um mesmo percurso são representados por um único traço,
que contém alguns símbolos para que servem para identificar todos os condutores

No diagrama unifilar não é representado com clareza o funcionamento da instalação.


De acordo com a prática adquirida pelo eletricista ao longo do tempo, ele começa
interpretar com facilidade uma instalação elétrica e sem o auxílio de outros
diagramas.

Os circuitos de iluminação são os que geralmente causam mais dúvidas entre os


eletricistas, tanto no momento de elaboração do diagrama, quanto nos momentos de
leitura do diagrama unifilar, principalmente por causa dos cabos de retorno e do
cabo neutro, que muitos eletricistas levam para o interruptor, a não ser que também
tenha um ponto de tomada.

46
9 MEDIÇÕES EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

A medição de energia elétrica é a forma principal de determinar e mensurar um


consumo atual ou ter uma estimativa de um consumo futuro de um circuito de
eletricidade seja ele de Alta Tensão, Média tensão ou mesmo baixa tensão
(residências).

Apesar de ser mais utilizada para fim industrial e comercial o procedimento de


medição e cálculo de carga pode ser feito em residências para, por exemplo, um
aterramento elétrico ou solicitação de aumento de carga na distribuidora.

Com a recente escassez de agua que levou a uma redução preocupante nos
reservatórios isso impactou as usinas hidrelétricas e passou se então a falar mais
sobre os termos técnicos da medição elétrica, como kilowatt-hora entre outro termos
que não são conhecidos do publico geral.

Geralmente eles são conhecidos de eletricistas por todo o Brasil e possuem


nomenclatura especificas e importância para cada setor. São eles:
 Kilowatts
 Fator de potência
 Ruído elétrico

Como em qualquer setor de serviços comerciais e industriais o setor elétrico possui


normas rígidas para a segurança e a qualidade das medições de carga elétrica.

Esses materiais são usadas desde processos simples como o teste de uma tomada,
até em procedimentos mais complexos como aterramento elétrico, instalação de
para raios (SPDA), mensurar um campo elétrico, entre outras aplicações.

Para isso são necessários sistemas e ferramentas de medição que possam informar
com o máximo de precisão, itens como o campo elétrico, voltagem, medição ohmica,
corrente contínua e alternada entre outros.
47
Conheça abaixo os principais equipamento de medição:

 amperímetro – Em formato de alicate é utilizado para medir a diferença de


potência entre dois pontos; a forma de utilização é sempre em paralelo para
averiguar a tensão de energia elétrica.

 voltímetro – Pode ser usado em instalações elétricas comuns. Pode ser usado
para conferencia de corrente continua. e instalações elétricas automotivas
fazendo o monitoramento da bateria, por exemplo.

 ohmímetro – Faz medição de resistência de ohms

 miliamperímetro -O amperímetro é um instrumento utilizado para fazer a medida


da intensidade no fluxo da corrente elétrica que passa através da sessão
transversal de um condutor.

Os instrumentos de medições elétrica geralmente são usados para fazer


acompanhamento em uma instalação elétrica,o monitoramento de uma instalação
elétrica é muito importante na prevenção de possíveis problemas que pode
prejudicar um sistema de fornecimento de energia elétrica,podendo assim provocar
interrupções de energia gerando perca na produção ou outros tipos de transtorno.

Os instrumentos de medições pode ser usados em sistema operacional, onde os


operadores de painéis usam os mesmos para controlar sua produtividade. Existem
diversos tipos de instrumentos de medições ,desde os mais simples até os mais
sofisticados que são os que se usam na automação. Os instrumentos de medições
mais usados nas montagens mais simples são, medidores voltímetros, medidores
amperímetros, medidores horímetros, medidores de temperatura, medidores rpm e
outros mais, já em painéis mais sofisticados que é o caso da automação são
usados, medidor transmissor de vazão, medidor de nível e outros mais. Existem
medidores analógicos e digitais a gosto do cliente. Existem medidores digitais que

48
possuem varias funções facilitando assim na instalação, ao invés de usar diversos
aparelhos, usa um só com várias funções.

Medidores voltímetros analógicos são ideais para montagem em painéis elétrico


onde se torna preciso o monitoramento das tensões elétricas, os instrumentos de
medições voltímetro analógicos são de fáceis instalações e de fácil entendimento, a
escala de medição pode ser dimensionada conforme sua aplicação. A utilização
destes tipos de instrumentos de medições em circuito trifásico se torna necessário o
uso de uma chave de aferição e uma chave seletora ou pode-se também usar um
por fase ,fica a critério do cliente.

Medidores voltímetros digital são menos usados por ter uma precisão um pouco
duvidosa necessitando de algumas aferições, mas também são muito úteis, e de
fácil leitura, geralmente estes tipos de instrumentos de medições já sai de fábrica
aferidos por seus fabricantes, mas na minha opinião eu prefiro os analógico, que
podem ser aferidos com uma simples chave de fenda. Os instrumentos de medições
voltímetros digitais são de fáceis instalação em painéis, e de alta visibilidade,
facilitando assim seu monitoramento a noite ou em ambiente com deficiência de
iluminação, cada instrumento tem sua aplicação que mais se adequa a gosto do
cliente.

49
10 MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SISTEMAS ELÉTRICOS
PREDIAIS

A manutenção elétrica preventiva é essencial para o bom funcionamento de


qualquer residência. Em caso de prédios, esta manutenção é ainda mais importante,
devido à complexidade da estrutural do ambiente e do maior número de pessoas.

Seja em prédios residências ou comerciais, o número de pessoas e ambientes é


bem maior, isso pode causar mais problemas. Por este motivo é preciso ter um
controle rígido da qualidade das instalações elétrica. Este tipo de prevenção não
deve ser algo exclusivo de instalações antigas. As instalações recentes também
devem ter um plano de manutenção preventiva constante, principalmente quando
mais pessoas ou atividades vão para o prédio.

manutenção preventiva elétrica predial tem como principal função revisar e


substituir vários componentes que podem estar funcionando de forma inadequada,
ou não funcionando. Durante a manutenção é analisado os fatores que podem estar
causando o problema.

Este tipo de manutenção deve ser sempre feita e revisada por um eletricista com
experiência. A prevenção bem-feita garante:
 Redução na perda de equipamentos e aparelhos que podem parar de
funcionar por problemas da rede;
 Economia de emergia, afinal com os equipamentos da rede funcionando de
forma correta não há sobrecargas e funcionamento irregular;

50
 Segurança. Este é o principal fator para decidir ter um bom plano de
manutenção predial preventiva na parta elétrica. Apenas com a manutenção
correta que é possível evitar acidentes graves ou até mesmo fatais

Nas instalações elétricas prediais e residenciais, o principal ponto de prevenção está


relacionado com a quantidade da carga elétrica da instalação.

Quando uma residência ou prédio é construído, a sua instalação elétrica é feita para
aguentar até uma certa carga elétrica. Com o tempo, caso não haja uma boa
regulamentação de uso, é possível que os equipamentos acabem ultrapassando
esta carga.

Ares condicionados e chuveiros são os principais culpados deste problema,


geralmente é necessário criar circuitos exclusivos para estes aparelhos.
A manutenção preventiva também age neste tipo de problema, com o profissional
tentando identificar se há instalações que ameaçam causar uma sobrecarga na
rede.

Este é um dos principais fatores que devem ser analisados durante uma revisão
preventiva na instalação elétrica de um prédio. Conheça outras dicas de
manutenção elétrica predial preventiva.

Além da possível sobrecarga da rede elétrica, também é necessário analisar outros


fatores interessantes. São eles:

 Situação do cabeamento, plugues, interruptores e outras partes da rede.


Analisar como está a situação dos fios e de outros componentes da rede
elétrica é tão importante quanto analisar a sobrecarga. São estas falhas que
causam curtos e acidentes.
 Equipamentos e dispositivos de segurança. Quando há uma sobrecarga ou
curto na rede elétrica, geralmente o disjuntor “cai”. Este é um procedimento
bem comum em qualquer rede elétrica e é responsável por evitar incêndios e

51
outras causas. Se defeituoso, os sistemas de segurança e proteção contra
surtos de tensão devem ser trocados imediatamente. Para saber se o
dispositivo está funcionando de forma correta é necessário a vistoria de um
profissional eletricista;
 Ciclo de vida de equipamentos. Todo equipamento tem um tempo de vida útil.
Este tempo pode ser dado como um período de “validade” para aquele
equipamento. Durante a manutenção preventiva predial, é necessário
identificar quais equipamentos estão atingindo este tempo de vida e substitui-
los;
 Equipamentos que estão sem uso por muito tempo. Alguns equipamentos,
principalmente motores e geradores, podem acabar danificados caso fiquem
muito tempo sem uso. Estes itens também devem ser avaliados durante a
manutenção predial preventiva.

De forma bem básica, este é o trabalho da manutenção predial preventiva: Identificar


falhas na rede antes que eles se tornem problemas; corrigir defeitos e substituir
equipamentos antes de quebrarem.

A manutenção preventiva predial deve ser feita todo o ano a partir de 5 anos da
criação da instalação elétrica. Apenas este tipo de manutenção garantirá que o
prédio continue funcionando sem nenhum problema elétrica, o que é essencial para
a segurança de todos os moradores ou trabalhadores do local.

A manutenção preventiva elétrica predial não garante apenas a segurança de todos


que utilizam o prédio, mas também a economia por parte da administração. A
manutenção corretiva sempre será mais cara do que a preventiva. Estar sempre
cuidando e nunca deixando que algo estrague é uma excelente maneira de cortar
gastos com a administração de uma empresa ou condomínio.

52
11 TÉCNICAS DE MEDIÇÃO EM REDES TRIFÁSICAS

Ao abordamos um assunto importante como este é importante mencionar que a


maneira mais comum, de distribuir, gerar e transmitir energia elétrica é pelo sistema
trifásico, sendo que no Brasil até então não existe uma tensão definida, o que em
muitas vezes gera certa ambiguidade quanto a sua utilização e até mesmo alguns
prejuizos com a queima de equipamentos energizados.

As Redes Trifásicas são fornecidas por meio de quatro fios, onde três possuem
tensão R, S, T, e um neutro, conhecido como Sistema Trifásico em Estrela, que
alguns também chamam de Y, ou seja, sua ligação é feita da seguinte forma: um
dos terminais das cargas é conectado a uma das fases do sistema enquanto o outro
terminal é conectado a um ponto comum que é o neutro, aplicando as tensões de
fase na carga. É possível utilizar tal rede no formato Triângulo, por outros
denominado Delta, nesta figuração um dos terminais das cargas é ligado a um outro
terminal de outra carga e as fases do sistema são entrelaçadas nos pontos de
junção dos terminais da carga, aplicando as tensões de linha na carga.

53
As medições ocorrem de por meio de aparelhos analisadores de rede que
processam as informações por cerca de vinte quatro horas, com a finalidade de
examinar a qualidade da energia produzida no Sistema Elétrico, se está ocorrendo o
desbalanceamento de carga entre fases, comportamento das grandezas elétricas,
distorções harmônicas, carregamento dos transformadores, tais como:

A) Consumo;
B) Corrente;
C) Distorções harmônicas de tensão e corrente;
D) Fator de Potência;
E) Potência Ativa e Reativa;
F) Tensão.

Pinça Analisadora para Rede Trifásica mais TRUE RMS AC/DC 2000ª, também
utilizadas para realização do trabalho executado pelo Profissional atuante em Rede
de Eletricidade Predial.

54
12 UNIDADES DE SINALIZAÇÃO E CONTROLE

Para facilitar o trabalho relativo aos comandos elétricos, foram criados diversos
modelos de botoeiras cada uma com um sistema de funcionamento diferente, desta
forma é possível obter diversas formas de trabalho dentro de um único sistema de
comandos elétricos mudando apenas sua forma de acionamento. As normas NR26 e
NR12 especificaram cores para que houvesse um padrão de trabalho onde qualquer
profissional pudesse identificar o fluxo de funcionamento apenas observando as
cores dos botões que estivessem ligados.

Botoeira com retenção ou chave seletora: Possui normalmente duas ou três


posições, sendo elas liga ou desliga, deixando o circuito com praticidade de possuir
em apenas um botão as duas funções e ainda ocupando menos espaço. Da mesma
forma que existem os prós também existem os contras, uma desvantagem do uso
deste componente é que quando acabar a energia e o circuito estiver em
funcionamento ele permanecerá comutado na posição ligado, então quando a
energia voltar o circuito irá voltar automaticamente, da mesma forma se um relé de
proteção atuar desligando o circuito ao se retirar a falha o funcionamento do circuito
se restabelecerá podendo prejudicar no futuro o funcionamento interno de algum
componente de proteção ou até trazer risco aos trabalhadores envolvidos no sistema
comandado por este tipo de dispositivo.

Chave Seletora

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Botão pulsador ou Botão sem retenção: Muito utilizado no circuito de comandos
juntamente com um contato de selo, caso não seja usado juntamente a um contato
de selo seu funcionamento será temporário. Este modelo de botoeira é muito usado
pela segurança proporcionada por ele quando há falta de energia elétrica, pois
mesmo com contato de selo seu circuito é desligado sendo possível sua religação
apenas se acionado novamente o botão, a desvantagem deste modelo é a
necessidade de outro botão para desligar o circuito, o que acaba ocupando espaço
adicional.

Botão Pulsador

Botão liga e desliga conjugado: Este modelo possui as funções necessárias


no circuito em apenas um botão. Sua forma de trabalho é o pulsador sem retenção,
sendo também necessário o uso de um contato de selo para que o circuito
permaneça ligado, no entanto diferente do modelo acima, este possui ambos
acionamentos no mesmo botão onde os contatos são divididos, um lado possuindo o
botão liga na cor verde e no outro lado da divisória possuindo o botão desliga na cor
vermelha.

Botão Liga/Desliga

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Botão cogumelo ou botão de emergência: Usado para desligar o comando em
caso de alguma anormalidade ou para que seja feito alguma manutenção onde é
preciso seu desligamento. Este botão conta com retenção quando acionado através
da pressão sobre sua estrutura. Para retornar ao seu estado normal é necessário
girar o botão de modo a promover o destravamento, esta manobra torna o
dispositivo muto seguro evitando manobras inadvertidas. Geralmente
seus contatos de proteção são NF (Normalmente Fechado) utilizados para desligar o
circuito e NA (Normalmente Aberto) para sinalizar a condição de emergência.

Botoeira de emergência

Cores para sinalização em botões:


 Verde: Arranque, liga e partida.
 Preto: Arranque, liga e partida.
 Vermelho: Parar, desligar, botão de emergência.
 Amarelo: Inverter o sentido, cancelar operação, cancelar condição perigosa.
 Azul: Qualquer função diferente das anteriores.
 Branco: Qualquer função diferente das anteriores.

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Além dos botões, também existem nos comandos elétricos os sinalizadores para
identificar qual funcionamento está acontecendo no painel, normatizado pela NR26 e
NR12 para maior segurança padronizados nas cores Verde, Vermelho, Amarelo,
Azul e Incolor, mas o uso das cores devem ser feito de forma o mais reduzido
possível para não confundir o profissional que está transitando no local onde se
encontra o equipamento ou até mesmo o manuseando.

Cores para sinalização em lâmpadas:


 Verde: Máquina pronta a operar,circuitos e dispositivos em condição de
funcionamento.
 Vermelho: Estado de alerta e perigo,máquina anormal, parada por dispositivo de
proteção ou emergência.
 Amarelo: Valor próximo do máximo para grandezas como temperatura
ou corrente, alarme visual de falha.
 Incolor: Máquina em funcionamento normal, circuito sobre tensão e pronto para
funcionar.
 Azul: Qualquer função que não seja as anteriores

58
13 QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO LUZ E FORÇA

O quadro de distribuição de força e luz é um equipamento elétrico que recebe a


energia elétrica e distribui esta energia em um ou mais circuitos, conforme o projeto
estabelecido.

De acordo com a norma NBR-5410 todas as instalações elétricas devem conter no


mínimo um Quadro de Distribuição de Circuitos (QDC), mas infelizmente nem os
eletricistas sabem como fazer ou por onde começar a montagem de um QDC.

A caixa de distribuição, mais conhecido como quadro de distribuição de circuitos


(QDC) é sem dúvidas uma das partes mais importantes em uma instalação elétrica,
pois é pelo quadro de distribuição que passa toda a energia da instalação.

O quadro de distribuição é responsável por conter todos os dispositivos de proteção


necessários, e como o próprio nome diz ele tem o objetivo de distribuir todos os
circuitos para os pontos de utilização da instalação, para garantir a segurança e o
bom funcionamento, além disso a caixa de distribuição evita defeitos e acidentes
dentro da instalação.

Os circuitos contidos na caixa de distribuição são devidamente separados, como por


exemplo circuito de iluminação, circuito para tomadas de uso geral (TUG), e circuitos

59
individuais para tomadas de uso específico, de forma que todos os circuitos
possuam uma potência máxima a ser dissipada.

Todos os circuitos que se encontram dentro da caixa de distribuição devem estar


todos devidamente identificados, para garantir a segurança do profissional que irá
realizar manutenção, ensaios e inspeções no QDC e dos usuários da instalação.

O quadro de distribuição é onde está contido todos os dispositivos de proteção, tanto


para os circuitos quanto para as pessoas, como por exemplo os
disjuntores, dispositivos de proteção contra surtos (DPS) e interruptor diferencial
residual (IDR), portanto é fundamental que todos eles estejam devidamente
dimensionados e instalados conforme a norma NBR-5410 para instalações elétricas
em baixa tensão.

Antes de realizar a montagem é preciso saber qual será a caixa de distribuição a ser
utilizada, para isso deverá ser feito a divisão de circuitos, e o dimensionamento dos
componentes de proteção, como por exemplo o dimensionamento dos disjuntores e
cabos elétricos.

De acordo com a norma NBR-5410 não existem muitas restrições em relação ao


local de instalação da caixa de distribuição, sendo assim a única exigência para o
QDC é que ele não seja instalado em locais que o quadro de distribuição de força
(QDF) fique trancado, ou seja, de difícil acesso, fora estas situações o quadro de
distribuição pode ser instalado em qualquer local, de acordo com a norma.

Abaixo mostramos a imagem de uma planta baixa com as devidas indicações dos
locais que podem ou não ser instalado o quadro de distribuição de circuitos.

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Observem que a imagem acima não indica se pode ou não instalar a caixa de
distribuição na sala, mas devido a questões de estética não recomendamos que se
feita a instalação do QDC na sala.

Recomendamos que a instalação do quadro de distribuição seja feita o mais próximo


possível do medidor, pois os cabos que são levados até a caixa de distribuição são
os que conduzem maior corrente e são de maior espessura, dessa forma a distância
interfere diretamente no dimensionamento dos cabos elétricos.

61
14 COMANDO E CONTROLE DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

O comando e controle das instalações elétricas implicam a necessidade de vigiar um


conjunto de parâmetros e de gerar ordens de comando, automáticas ou manuais.

A maior ou menor complexidade dos sistemas de comando e controle, o tipo e


número de sinais a recolher e a transmitir e o tipo de equipamento a utilizar nos
sistemas de comando e controle dependem da complexidade e da
relevância da instalação elétrica e do grau de fiabilidade que é requerido para essa
instalação.

Por exemplo, as necessidades para o comando e controle da instalação elétrica de


uma pequena indústria sem componentes de automação são bem mais simples do
que as necessidades de comando e controle, de uma central de produção de
energia elétrica, de uma subestação ou de uma indústria pesada.

O comando e controle de sistemas simples, como por exemplo o arranque de um


motor sem interferência noutros equipamentos da instalação é normalmente
realizado por meio de relés auxiliares e cabos (usualmente designado como
“hardware”), de que se mostra um exemplo nas Figuras 1.1 e 1.2, onde estão
representados, respetivamente, o circuito de potência de um motor elétrico com
duplo sentido de rotação e o respetivo circuito de comando.

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Figura 1.1 – Motor de duas velocidades – esquema de potência

Figura 1.2 – Motor de duas velocidades – esquema de comando

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Em instalações com um pouco mais de complexidade e que envolvem o comando e
controle de diversos equipamentos elétricos, como por exemplo o comando dos
ventiladores do sistema de ventilação e desenfumagem de parques de
estacionamento subterrâneos, a solução habitual é a de utilizar um sistema
constituído por:
 Equipamento de supervisão, constituído por um terminal de diálogo.
 Equipamento de controle, constituído por uma Unidade
Local (UL) programável (autómato – Figura 2), que inclui o IHM (Interface
Homem-Máquina).
 Equipamento de concentração de dados, constituído por uma unidade local
de entradas e saídas (ES), não programável.
 Rede de comunicação.
 Equipamento de campo, constituído pelos sensores e aparelhos que enviam
sinal, ou recebem comando, da UL e da ES.

Autómato programável

Em instalações bastantes mais complexas, como é caso, por exemplo,


de subestações e centrais de produção de energia elétrica e com o desenvolvimento
de unidades micro-processadas, que desempenham simultaneamente as funções de
comando, controle, medida e proteção (designados por IED, o acrônimo inglês de
“Intelligent Electronic Device”), é prática corrente utilizar-se um sistema
descentralizado, designado por DCS (a sigla inglesa de “Distributed Control
System”).
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Os IED, de que mostra um exemplo na Figura 3, são programáveis, apresentam
cerca de 5 a 12 funções de proteção, 5 a 8 funções de comando e controle, medidas
de grandezas elétricas, portas de comunicação, oscilopertubografia, registo de
acontecimentos e religação.

Os atuais IED são desenvolvidos para obedecerem ao estipulado na Norma


IEC 61850 (especificamente dedicada a automação de subestações),
apresentando caraterísticas de inter-operacionalidade e de protocolos de
comunicação definidos.

O conjunto dos equipamentos que constituem o sistema DCS integra as seguintes


funcionalidades:
 Funções de proteção.
 Aquisição de estados e alarmes.
 Funções de comando de equipamentos.
 Automatismos elétricos (sequências de operação, regulação de tensão em
carga, equações lógicas de intertravamento e manobra).
 Funções de registo de perturbações e oscilografia.
 Aquisição das medidas elétricas.

O sistema apresenta vários níveis de hierarquia:

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– Nível 1: equipamento de campo.
– Nível 2: unidades locais de comando, controle e proteção (IED).
– Nível 3: posto central de comando e controle local (PCL).
– Nível 4: posto remoto de comando e controle, habitualmente designado
por SCADA, o acrônimo inglês de “Supervisory Control and Data Aquisition”)

A elaboração do projeto de comando e controle de uma instalação


elétrica pressupõe que sejam definidos um conjunto de ações, que se passam a
enumerar:
 Definição dos equipamentos a comandar e controlar.
 Tipos de comando e de controle a implementar.
 Definição do tipo de sistema de comando e controle a implementar.
 Estabelecimento da matriz de disparos por atuação das proteções.
 Definição dos “set-points” das proteções.
 Estabelecimento da matriz de intertravamentos a implementar.
 Definição de sequências e automatismos sequenciais.
 Sincronização de disjuntores MAT, AT e MT.
 Eventuais situações de deslastre de cargas.
 Definição das manobras de emergência.
 Interações entre equipamentos e/ou sistemas, locais e/ou remotos.
 Acontecimentos e perturbações a registar (oscilopertubografia).
 Alarmes a gerar e seu tratamento.
 Definição dos sinais binários e digitais de entrada e saída (ver Capítulo 6).
 Grandezas elétricas a controlar e medir.
 Temporizações a estabelecer.
 Acontecimentos a transmitir remotamente.
 Sinais de comando e controle a receber do(s) posto(s) de comando remoto.
 Tipos de comunicações, quer no interior da instalação quer remotamente.

Os esquemas de comando e controle devem conter todos os órgãos de comando,


manual ou automático, os intertravamentos (caso existam), os equipamentos a
serem controlados e comandados, os contos dos sistemas de proteção, os relés

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auxiliares necessários e respetivos contos, os sinalizadores de estado, de alarme e
de defeito e os aparelhos de medida.

Estes esquemas devem ser completados com os esquemas de eletrificação dos


quadros de potência e/ou de comando e controle, mostrando todas as ligações dos
terminais dos equipamentos e dos terminais dos quadros (e a sua identificação),
quer aos condutores de eletrificação, quer aos condutores dos cabos de comando e
controle. Cada condutor de eletrificação deve ser marcado com uma etiqueta que
identifique a ligação, de acordo com o critério estabelecido no projeto.

Complementarmente deve ser elaborada uma lista de cabos de comando e


controle, onde constem:
 Tipo de cabo, número de condutores e bitola.
 Origem e destino.
 Identificação do cabo, de acordo com o critério estabelecido no projeto.
 Encaminhamento (opcional).

Os cabos de comando e controle são utilizados nas instalações elétricas para a


ligação dos transformadores de medição aos respetivos aparelhos e proteções, ou a
unidades de comunicação, às bobinas de abertura e fecho, ou outro dispositivo de
atuação, de disjuntores, contatores e interruptores, e outros equipamentos de
comando e controle (interruptores de nível, pressostatos, contatos auxiliares dos
equipamentos, etc.).

Para evitar interferências eletromagnéticas, devido à presença de cabos de


potência nas proximidades, é recomendável que os cabos de comando e
controle tenham uma blindagem (que é comum a todos os condutores) em cobre.

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Cabo de comando e controle

Os cabos de comunicação entre as diversas unidades descentralizadas de


comando, controle e proteção e as unidades centrais de comando e controle, locais
e remotas são habitualmente dos seguintes tipos:

 Cabos UTP (“unshielded twisted pair”) 4x2x0,5 cat. 6


 Cabos de fibra ótica monomodo ou multimodo com tubo de proteção IP 67.

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Os cabos de comando e controle e de comunicação devem ser segregados e
instalados separados dos cabos de potência, a fim de evitar interferências
eletromagnéticas.

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15 CONCLUSÃO

O profissional da área de Eletricista de Instalações Prediais tem a responsabilidade


de instalar, fazer manutenção e reparar fiação elétrica em equipamentos elétricos e
eletrônicos.

Está sob as responsabilidades de um Eletricista de Manutenção executar


manutenção elétrica, preventiva e corretiva, a fim de manter máquinas,
equipamentos, motores, painéis, rede elétrica, aparelhos e instalações em perfeitas
condições de funcionamento, atendendo aos padrões de tempo e qualidade
requeridos, efetuar manutenção elétrica corretiva de máquinas, equipamentos,
painéis de comando, cabine, instrumentos, motores, aparelhos elétricos,
pneumáticos, a fim de diagnosticar defeitos, através de esquemas, desenhos,
catálogos, análise e avaliação técnica, bem como, desmontar, recuperar, montar,
testar e substituir componentes, realizar manutenção preventiva, corretiva e preditiva
dos mesmos, providenciar novas instalações elétricas nas áreas da empresa, tanto
na civil quando na industrial, efetuar reparos em equipamentos e instalações
prediais, executar manutenção emergencial, atender chamados via ordem de
serviço, realizar análise de risco, solicitar peças, manter contato com fornecedores,
zelando pelos equipamentos de sua responsabilidade.

Desta forma, podemos concluir que este curso tem como objetivo proporcionar a
atuação dos egressos como Eletricista predial, formar profissionais para atuar na
execução de instalação e manutenção elétrica predial de baixa tensão, de acordo
com as normas e procedimentos técnicos e utilizar corretamente as normas de
segurança, higiene e proteção ao meio ambiente.

70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em: <http://pronatec.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2012/07/eip1.pdf>.


Acessado em: 30 ago. de 2019.

Disponível em:
<https://br.prysmiangroup.com/sites/default/files/atoms/files/Manual_Instalacoes_Elet
ricas_Residenciais.pdf> Acesso em: 30 agosto de 2019.

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ANOTAÇÕES

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