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Tinha Que Ser Voce
Tinha Que Ser Voce
Criado no Brasil
Depois de todos esses anos, ela ainda é a mulher mais bonita que eu
já vi, e atrai o meu olhar para ela exatamente como da primeira vez...
— Acredito que o desempenho da bolsa nos próximos dias pode ser o
ponto definitivo para os nossos planos. Então, estamos combinados?
Fixei a minha atenção na conversa que estava mantendo com Petrus
Dimitriou, um novo e difícil cliente que estávamos tentando trazer, e aos seus
investimentos, para a nossa empresa. Arisco e pouco inclinado a
investimentos de riscos mínimos, o bilionário de origem grega estava no
Brasil especialmente para negócios naquelas semanas. Como convidados
especiais para esse pequeno coquetel a bordo do seu iate, eu poderia ver a
oportunidade de atingir os meus objetivos se delineando bem à minha frente.
O que não significava que eu não pudesse ser momentaneamente
atraído pelo som único e melodioso da risada da mulher mais linda presente
no lugar.
A poucos passos de mim, entretida em uma conversa com um casal de
banqueiros, nossos amigos há décadas, Abigail parecia brilhar no seu longo
vestido azul de corte reto, os cabelos loiros recolhidos delicadamente em um
coque alto que expunha o seu pescoço longo, seu corpo esguio e o perfil
gracioso. Elegante e dócil, ela transitava com desenvoltura em praticamente
qualquer cenário, e mesmo ali, em meio a bebidas caras e entre pessoas com
mais dinheiro do que poderiam gastar em várias vidas, ela entretinha seus
interlocutores com a mesma habilidade que sentava-se descalça no nosso
jardim e brincava com os nossos netos.
Marina disse algo em seu ouvido e ela sorriu novamente, virando na
minha direção, seus olhos encontrando os meus, focados nela. Sorri
discretamente para ela e virei a cabeça para encontrar Dimitriou.
— Claro, estamos sim. Seria um prazer voltarmos a nos encontrar e
discutir sobre isso. Um jantar na minha casa, talvez?
Ele bebeu um gole do seu champanhe e ergueu a sua taça em um
gesto de concordância, mas pelo seu sorriso de canto de boca, não me
pareceu que ele tenha deixado de notar a breve interrupção do meu foco na
nossa conversa. Seu olhar seguiu a direção do meu.
— Perfeito. Tenho planos de permanecer no Brasil ainda até o final
do mês — Dimitriou assegurou, em seu português com um sotaque grego
carregado.
Ao seu lado, mantendo um braço perfeitamente atado ao seu, a bela e
altíssima jovem morena que o acompanhava inclinou-se e falou em seu
ouvido. Era uma modelo famosa, pelo que eu sabia, e há algumas semanas
estava sendo companhia constante do grego no país.
Não que eu tenha perguntado, dificilmente tinha interesse em detalhes
pessoais da vida dos meus parceiros de negócios, a não ser que isso, de
alguma forma, fosse impactar os meus planos, no entanto, as minúcias da
vida íntima de um homem como Dimitriou estavam em praticamente todos os
lugares: rico, divorciado e de férias no Brasil, eu deduzia que, com sua
fortuna, aparência e o fato de que ele parecia ter não mais do que 60 anos,
assim como eu, encontrar mulheres não era exatamente uma dificuldade.
Ainda que essas mulheres tivessem idade para serem suas filhas, mas
isso não era um problema meu, definitivamente, então, eu estava deixando
passar.
— Claro, querida, eu encontro você daqui a pouco — ele estava
dizendo para a ela, acenando em concordância e recebendo um beijo antes
que ela se afastasse e sumisse no meio dos convidados espalhados pela
imensa proa da embarcação. Ele a acompanhou com o olhar, então retirou um
estojo de charuto do bolso interno do paletó. — Ela estava ficando entediada,
eu não deveria estar surpreso.
Fiz um ligeiro sinal de assentimento apenas. Não fazia ideia do que
ele esperava que eu dissesse sobre isso, apesar de ter notado que a moça não
havia dado uma única palavra desde que iniciamos a nossa conversa.
— De certa forma, é um preço pequeno a pagar para ter uma mulher
daquelas pendurada em você por todos os lados. — Dimitriou acendeu seu
charuto, tragou lentamente e fez um sinal de oferecimento do estojo para
mim.
— Não, obrigada. Estou realmente tentando parar.
— Sorte sua — ele resmungou, com um sorriso, e eu levei o meu
copo de uísque aos lábios. Aparentemente, os assuntos sobre os negócios
estavam pausados, a julgar pela forma reflexiva com que ele soprou sua
fumaça e ficou olhando para frente. — Não posso reclamar, pensando bem.
Muitos homens não reclamariam da possibilidade de ter uma mulher linda e
jovem como ela ao alcance, eu sei disso. Mas, meu amigo, não espere alguém
que esteja interessado em seus negócios ou mesmo em outros aspectos da sua
vida que não envolvam jantares caros e presentes mais caros ainda.
Dessa vez, eu segui o seu olhar rápido na direção de onde a sua
acompanhante entediada estava agora, rindo com um grupo de outras
mulheres altas, magras e bonitas, à nossa direita.
Limpei a garganta e desviei o olhar. A amargura detectável em sua
afirmação não estava no nível de envolvimento que eu me sentia à vontade
para lidar, mas ainda assim, em nome da boa educação, eu precisava dizer
algo.
— Eu deduzo que não é um relacionamento que se poderia se chamar
de promissor, então? — perguntei, franzindo a testa. Uma parte de mim, a
parte sarcástica e realista me cutucou internamente para o fato de que, se era
aquilo que ele estava buscando em uma mulher, não tinha o direito de
reclamar, realmente, do que estava recebendo.
Minhas ponderações internas mostraram-se acertadas quando
Dimitriou riu com evidente ironia, voltando-se para mim.
— Não, não é, para dizer o mínimo. Assim que eu voltar para Atenas,
nós seremos apena bons e velhos amigos, espero. Larissa é... uma menina
adorável, claro, mas de modo algum é o que se pode chamar de material para
estável ou mesmo promissor.
— Bom, então, não seja muito duro com as suas expectativas em
relação a ela. — Sorri, afável, erguendo uma sobrancelha e tentando não
deixar transparecer o leve indício de impaciência sobre o assunto.
Dimitriou riu, assentindo.
— Touché, meu caro. Você está casado há muito tempo, Otávio, eu
imagino?
Instintivamente, meu olhar captou novamente a figura de Abigail a
alguns metros de nós, ainda entretida com o casal.
— Trinta e oito anos completos, este ano.
— Meus parabéns. Isso é incrível, principalmente hoje em dia. Eu saí
do meu terceiro casamento recentemente.
— Lamento saber disso. Planos sobre isso ainda no horizonte?
— Não creio. — Ele voltou a fumar, encolhendo os ombros. — Chega
um momento em que você simplesmente desiste e passa a viver com o que
pode. As “Larissas” da vida são o meu status atual. Seus filhos estão casados
e você tem netos, não? Lembro de ter conhecido o seu filho mais velho na
sua empresa, a semana passada.
— Sim, dois dos meus filhos estão casados, e minha filha está noiva.
Temos quatro netos, agora, e há poucos meses, nasceram as minhas primeiras
netinhas — respondi, mal podendo manter o orgulho e a felicidade fora da
minha voz ao lembrar dos meus netos e, mais recentemente, das garotinhas
fofas de olhinhos verdes e bochechas gordinhas. Um novo nível de amor e
proteção parecia rasgar meu peito quando elas sorriam e balbuciavam coisas
ininteligíveis pra mim.
Ainda viriam alguns meses pela frente até que elas começassem a
dizer as palavras, mas eu já estava me preparando para mais uma vez ouvir o
“vovô”. Era emocionante e nunca perdia a graça. Nunca.
— Um casamento de quase quatro décadas com a mesma bela mulher,
filhos e netos. Você conseguiu o pacote completo, Otávio — ele comentou,
sorrindo. Eu sorri de volta, mesmo que estivesse um pouco incomodado com
os caminhos que essa conversa estava tomando.
Provavelmente era apenas a minha velha mania de reserva e silêncio
em coisas que fossem mais pessoais. Não que eu estivesse me saindo muito
bem com isso, a propósito. Era difícil manter a fama de frio e fechado quando
agora eu era mais do que nunca o “vovô Otávio”. Tenho certeza de que
atualmente eu sabia tanto sobre investimentos e capital de risco quanto
entendia dos jogos de João Pedro, de musiquinhas e filmes de bebês.
Dimitriou me encarou, o lábio estreitado em um sorriso, os olhos
apertados.
— Fico feliz por você, de verdade. Eu tenho uma neta, também,
apenas uma, da minha única filha. Elas moram nos Estados Unidos e eu não
mantenho contato o suficiente com elas, eu acho.
— Não imagino como seria a minha vida sem os meus netos,
sinceramente.
Ele acenou com um gesto de cabeça, e nesse momento, vi quando
Abigail despediu-se do casal e veio caminhando de volta em nossa direção,
os passos leves, um sorriso e os olhos brilhando.
Quando ela chegou ao meu lado, envolvi a sua cintura com uma das
mãos, suavemente, pousando depois meus dedos na discreta faixa de pele das
suas costas que o decote deixava entrever.
— Espero não estar atrapalhando uma conversa de negócios muito
importante — ela disse, cortês, mantendo o sorriso e olhar entre mim e
Dimitriou.
— De modo algum, querida. Você nunca atrapalha — garanti,
curvando-me só um pouco em direção à sua têmpora e deliciando-me com o
seu perfume.
— Estávamos justamente aqui conversando sobre casamentos
duradouros com belas mulheres, filhos e netos maravilhosos. — Dimitriou
inclinou a cabeça em um gesto galante e um sorriso amplo, seu olhar pousado
na minha mulher. — Aliás, Abigail, acho simplesmente impossível acreditar
que você tenha netos, olhando para você.
Virei a cabeça lentamente na direção dele, enquanto o perfurava com
o olhar, analisando suas palavras e o tom charmoso do grego maldito ali ao
meu lado. Óbvio que o cara estava sendo apenas educado, mas... que porra
era aquela de “Abigail” e aquele olhar sedutor? Eu tinha pelo menos olhado
duas vezes na direção da mocinha que estava com ele?
— Ah... eu vou tomar então como um elogio, Dimitriou, obrigado. —
Abigail deu-lhe um sorriso caloroso, encostando a cabeça de leve no meu
peito e levando à mão ao topázio pendendo no seu decote, um presente meu
para combinar com o azul do seu vestido naquela noite. — Apesar de que
tenho que lhe dizer... — ela abaixou a voz um pouco como se estivesse lhe
dizendo um segredo — ... orgulho mesmo eu tenho de poder dizer que tenho
netos e estou esperando alegremente por mais alguns.
Dimitriou deu uma risada, parecendo deliciado e encantado ao olhar
para ela.
Sorri com os dentes cerrados, educadamente. Qual a porra da graça
que ele estava vendo mesmo? Envolvi o meu braço completamente em sua
cintura agora, e a puxei com delicadeza. Abigail levantou o rosto para mim,
seus olhos nos meus.
— Eu e Otávio estamos em permanente campanha para isso, não é?
— Completa e absolutamente, meu amor — concordei,
surpreendendo-a com um beijo rápido em seus lábios. Um vinco surgiu em
sua testa antes que ela sorrisse. Abigail sabia que eu era carinhoso, ainda que
fosse discreto e não muito dado a demonstrações efusivas de afeto em
público.
Quando dei mais um olhar na direção de Dimitriou, ele olhava para
longe de nós, agraciando-me com uma breve e sutil demonstração de
privacidade.
Ótimo. Eu tinha acabado de lhe dar uma breve e nada sutil
demonstração de que aquela linda mulher bem ali era doce, inteligente, sagaz,
capaz de entreter empresários do mundo todo com maestria e até receber
sorrisos e elogios melosos de gregos bilionários, mas era também a mulher
que estava ao meu lado há quase 40 anos, a mãe dos meus filhos e avó dos
meus netos, a minha “loirinha” esquentada que havia revirado o meu mundo
certinho e previsível de uma forma irreparável, décadas atrás.
Graças a Deus que ela havia feito isso, pensei, observando a ligeiras
rugas em torno dos seus olhos verdes lindos.
E ainda assim, eu não tinha dúvidas de que ela era a mulher mais
linda naquele lugar.
Rio de Janeiro
1980
— Pai...
Merda... Não acredito, e agora? Como assim ele estava acordado
àquela hora, e ainda por cima, ali fora? O meu pai tomava um remédio por
causa de problemas de insônia, dormia muito cedo e acordava mais cedo
ainda todos os dias, por que diabos ele estava acordado agora? Justo hoje?
Respira e organiza o pensamento, Abigail, pensa... Pensa. Senti o
meu coração acelerar e engoli em seco, medo subido pela minha espinha
enquanto imaginava os cenários que poderiam surgir daquela situação,
tentando pensar rápido enquanto o meu pai, bem lentamente, vinha para fora,
para perto de nós dois.
Olhei para Otávio, que parecia ter se aproximado um pouco mais de
mim, e respirei fundo, tentando articular uma resposta boa o suficiente para
explicar aquilo para o meu pai.
— Eu realmente precisei sair, pai, e...
— Precisava sair? E está chegando agora? — o meu pai atalhou,
firme, mas olhava diretamente para Otávio, provavelmente tentando enxergar
melhor na luminosidade não tão boa assim da porta de casa, ao mesmo tempo
em que tentava descobrir quem ele era. — E acompanhada, pelo que vejo.
Não ia ser nada bom, aquilo ia dar uma merda das grandes, e eu
estava tentando pensar em milhões de coisas para sair daquela situação, mas
parecia que nada se encaixava. Eu era boa para sair de situações complicadas,
acabava me saindo bem e de algum jeito conseguia revertê-las. Havia
aprendido aquilo como um mecanismo de defesa, principalmente por conta
do meu pai e da forma como eu parecia estar sempre com problemas perto
dele, à medida em que eu crescia. Como eu ia me livrar daquilo?
Estava começando a pensar em simplesmente dizer a ele que havia
saído e enfrentar as consequências que eu sabia que viriam — a última vez
que desafiei uma ordem direta dele, ele quase havia me batido, o que não
aconteceu porque mamãe e Andréa interviram a meu favor — quando notei
que Otávio, sabe-se lá Deus por que, deu um passo à frente na direção do
meu pai.
— Boa noite, senhor.
— Pai, eu posso falar com o senhor lá dentro e explicar tudo — falei
quase ao mesmo tempo que Otávio, olhando entre um e outro. Além de tudo,
um pouco de vergonha estava me consumindo naquele momento por ter que
passar por aquela situação justamente na presença dele, que havia me
recriminado e tido uma imagem ruim de mim.
Mas parece que o meu pai não estava tão disposto assim a abrir mão
de saber quem era aquele rapaz ali comigo, como eu deveria ter imaginado.
— Abigail, falamos quando eu achar necessário, não se preocupe,
você vai me explicar tudo depois, sim. Agora, eu gostaria de saber quem é o
seu acompanhante.
Lancei um olhar alarmado para Otávio, tentando fazer por telepatia
com que ele olhasse para mim e eu pudesse tentar fazê-lo entender que ele
não precisaria passar por nenhum interrogatório desnecessário, aquele
problema era meu e ele só me dera uma carona, no entanto, ele simplesmente
focou em meu pai e me ignorou.
— Meu nome é Otávio, senhor, e gostaria de pedir desculpas pelo
horário em que a sua filha está chegando. — Ele então me encarou
rapidamente, e percebi que sua postura mudou, antes de retornar para o meu
pai. — A culpa é minha.
Olhei para ele em completo assombro, e eu fiquei lá encarando-o
boquiaberta, tentando entender o que ele pretendia com aquilo. Mas estava
muito claro, contudo, ele estava tentando claramente me ajudar ali,
envolvendo-se em algo que não lhe dizia respeito para não me deixar em uma
pior com o meu pai.
Um quase desconhecido, pensei, enquanto uma parte do meu cérebro
apontava que eu tinha um namorado, ainda que eu tivesse brigado com ele,
mas foi “aquele quase desconhecido” que havia me trazido em casa e estava
agora ali, encarando o meu pai e tentando me defender, e não Daniel.
Obriguei a minha mente a voltar para a questão seríssima ali na
minha frente e esquecer que por um momento, no carro, eu tive a nítida
impressão de que ele me beijaria... e eu me questiono se teria coragem de ter
permitido.
Meu pai cruzou os braços e assumiu aquela postura intimidante que
ele costumava usar com seus subordinados no quartel e inclusive conosco
dentro de casa.
— Se a culpa é sua pelo horário que a minha filha está chegando em
casa, meu rapaz, eu preciso saber os motivos, e também preciso saber mais
do que o seu primeiro nome — meu pai retrucou, agora definitivamente
dando um passo em direção a Otávio. Em seu favor, podia ser dito que ele
não recuara, apenas fizera aquilo que eu já o tinha visto fazer algumas vezes
naquela noite incomum: pôr as mãos nos bolsos da calça, e fazer um
assentimento curto com a cabeça, mais como de respeito do que de medo.
— Eu deveria ter trazido a Abigail mais cedo, ela pediu, mas eu tive
uns problemas com o carro e nos atrasamos. Ela não podia fazer nada quanto
a isso, sinto muito, não vai acontecer novamente — ele explicou, sucinto, sua
voz soando natural naquela mentira tão descarada. Ele não parecia o tipo de
mentir assim, e eu suspirei, ajeitando a minha bolsa no ombro e
aproximando-me um pouco mais dos dois.
— Ela poderia não ter saído sem o meu consentimento, para
começar — meu pai retorquiu, com a voz dura, olhando para mim, eu parei,
sentindo a raiva na sua voz. Fez-se silêncio repentino, pesado, e nem Otávio
disse nada. Eu precisava tirá-lo daquela situação urgentemente, mesmo que
ele estivesse sendo, novamente, um cavalheiro.
— Otávio, você não precisa... por favor, eu posso...
— Está tudo bem — ele me garantiu.
— Entre agora mesmo, eu falo com você amanhã, Abigail.
— Pai, você não está entendendo, o Otávio não é, quer dizer, ele só
me trouxe, ele não... — Jesus do céu, em que momento aquela noite tinha se
transformado naquele pesadelo? E por que ele não dizia nada? Olhei para
Otávio de olhos arregalados e ele só deu de ombros. Que tipo de louco ele
era? Meu pai podia muito bem achar que ele meu namor... espera aí. Será
que...?
— Você me ouviu, Abigail? Ou vou ter que repetir para você entrar?
Isso nem mesmo é hora de uma moça estar na porta, não me faça perder a
paciência com você!
Eu sabia reconhecer quando devia acatar a autoridade dele, ainda
mais estando errada, e por mais que não concordasse com sua postura ou seus
métodos, ele era meu pai e eu o amava, mesmo que vivesse a maior parte do
tempo ressentida com ele.
Respirei fundo, tentando imaginar o que aconteceria quando eu
saísse e passei pelos dois, não sem antes lançar mais um olhar para aquele
cara que de repente tinha atravessado a minha vida e eu não sabia por que
tudo estava indo de uma maneira completamente diferente quando eu saí de
casa aquela noite.
Enquanto eu atravessava o portão da minha casa, a contragosto,
curiosa, inquieta, preocupada e sim, impressionada com a atitude protetora de
Otávio, lembrei que meu pai nem mesmo conhecia Daniel, nós nos
encontrávamos quando eu saía para estudar na maioria das vezes. Ok, era um
namoro praticamente escondido, e ele sempre dizia que iria falar com o papai,
mas nunca realmente aconteceu e eu não me importava.
Eu estava começando a achar que se fosse o Daniel sob o foco da
atenção dura do meu pai agora, ele provavelmente teria ido embora o mais
rápido possível. Eu sempre achei que não ligasse muito para aquele tipo de
coisa, mas ao subir correndo as escadas para o quarto que dividia com a
minha irmã, notei que estava sorrindo feito uma boba, o coração acelerado,
apesar do medo do que poderia acontecer ali fora.
TEO
SINOPSE:
Teo
Quando fez uma proposta ousada para Malu, e ela aceitou, Teo Stein
concluiu que era um cara de sorte. Ela era uma mulher linda, sensual, e que
sabia apreciar as vantagens de "uma noite e nada mais". Divorciado e com
uma filha adolescente, tudo que ele não queria era um relacionamento sério e
toda a complicação que eles traziam para a vida de um cara. Mas uma noite
de sexo alucinante com aquela mulher? Pode apostar que ele queria.
Malu
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DIEGO
SINOPSE:
Diego é um homem discreto que gosta de seguir regras. Tudo que ele
não quer são complicações... ou que as coisas saiam de um jeito diferente do
qual ele as estabeleceu para si próprio. Quando encontra Diana, uma jovem
que parece ter confusão e indisciplina inscritas em cada parte do corpo, ele
sabe que não deveria se deixar levar. O problema para Diego é que às vezes a
vida te empurra para quebrar algumas regras, e os resultados podem ser bem
catastróficos... ou te trazer coisas maravilhosas que você nem sabia que
queria, mas precisava. Em uma única noite, suas vidas tomam um rumo
inesperado, que irá ligá-los de uma maneira especial, para sempre, apesar das
suas inegáveis diferenças. Uma trama de sexo, escolhas, erros, perdão e
amor. Venha conhecer a história de Diego e Diana, o segundo livro da Série
Avassaladores.
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[1]
A informação refere-se à garotinha britânica Íris Grace, hoje com 7 anos de idade.
[2]
Claude Monet, pintor francês, um dos maiores nomes do Impressionismo.