Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Reflexões Metodológicas Sobre Os Usos Da Fotografia Na Antropologia TEXTO RECORTADO
Reflexões Metodológicas Sobre Os Usos Da Fotografia Na Antropologia TEXTO RECORTADO
Resumo Palavras-chave
O texto trata da utilização da fissional, enfocando a fotografia ilustração interpretativa, fotogra-
1
Michael Young
fotografia na pesquisa antro- como instrumento de pesquisa e fia e pesquisa antropológica (1998) faz uma
pológica com base em três ex- como “ilustração interpretativa” análise da utilização
periências de colaboração entre de apresentação dos resultados de imagens por
Malinowski.
as autoras e um fotógrafo pro- de uma pesquisa.
2
Sobre as fotografias
de Griaule, ver Geertz
(1996) e Fiemeyer
(2004).
A utilização da fotografia na antropologia tem uma longa tradição. Bronislaw
3
Malinowski, um dos fundadores da antropologia social, publicou, ainda em 1914, Cf. Saudades do
Brasil, (1994), de
uma monografia sobre as ilhas Trobiands com suas próprias fotografias.1 Outras Levi-Strauss
grandes figuras da disciplina, como Griaule2, Lévi-Strauss3, Mead e Bateson4,
4
Evans-Pritchard5 e Verger, utilizaram a fotografia nos seus textos científicos. Os an- Ira Jackins (1988)
analisa como Mead
tropólogos recorrem freqüentemente à fotografia, sem forçosamente teorizar sobre e Bateson utilizam a
a sua utilização. Geralmente, a fotografia é utilizada para ilustrar o texto antropo- fotografia e o cinema.
lógico no momento de restituição dos resultados da pesquisa. Os trabalhos que 5
Sobre as fotografias
recorrem à fotografia desde a etapa de produção de dados – ou seja, que se utilizam de Evans-Pritchard, ver
da imagem como um verdadeiro instrumento de pesquisa – são muito mais raros6. Geertz (1996).
Uma obra precursora nesse tipo de trabalho é, certamente, o livro Balinese character 6
No que concerne
(1942), de Bateson e Mead. Nesse livro, os autores não só utilizam suas imagens a alguns trabalhos
para a produção dos dados, como consideram as fotografias como uma forma de recentes, podemos
discurso indispensável na apresentação do resultado de suas pesquisas. citar Guran (1996),
Fiéloux & Lombard
Outros trabalhos que utilizam, em paralelo, imagens e texto para construir (1998) e Piette (1992,
uma trama narrativa são os de Léonore Mau e Hubert Fichte (1976; 1980). Seus 1996 e 1998).
ANNE ATTANÉ E KATRIN LANGEWIESCHE • Reflexões metodológicas sobre os usos da fotografia na antropologia 135
La Rouge, Mane, setembro de 1999
11
Essa idéia-chave comparação, e se transforma em mate- ao dizer que, na base do ato fotográfico,
de Barthes (1980) for rial de apoio nas entrevistas. encontram-se três elementos principais:
retomada por Scherer
(1990) e Antoniadis
o fotógrafo, a fotografia (a imagem), e o
(2000, p. 121) A descrição espectador (aquele que vê a imagem)11.
O suporte fotográfico facilita a descri- Ainda que a fotografia reflita as escolhas
ção por três razões essenciais: primei- do fotógrafo e que, por isso, seja parcial,
ramente, permite fixar uma observação ela é, em grande parte, igualmente rea-
visual; em segundo lugar, registra uma lista, uma vez que é um rastro do real.
infinidade de detalhes que a observação O antropólogo reflete sobre os efeitos
direta nem sempre leva em considera- realistas, ou seja, sobre as informações
ção; e, em terceiro, torna perene um veiculadas pela imagem, as roupas dos
instante e a percepção que o fotógrafo atores, suas atitudes corporais, o am-
teve da situação naquele momento. biente, as paisagens etc. No contexto
Nesse sentido, o documento fotográfico da nossa pesquisa sobre os modos de
permite transformar impressões em da- vida alternativos, a fotografia registrou
dos. Mas, uma descrição, seja ela visual dados dificilmente apresentáveis por
ou textual, não pode ser separada da escrito, que vão além da descrição das
interpretação do autor, das condições habitações e seus arredores, além da
de sua produção e da natureza de seus descrição das atitudes ou da maneira
destinatários. Barthes exprime essa idéia de vestir dos interlocutores.
ANNE ATTANÉ E KATRIN LANGEWIESCHE • Reflexões metodológicas sobre os usos da fotografia na antropologia 137
ção para a descrição das práticas rituais.
Por ocasião de cerimônias em que várias
ações ocorrem rapidamente e ao mesmo
tempo, a observação a olho nu pode
ficar no limite da simples impressão.
A fotografia pode, nesse caso, ajudar
o etnólogo a reconhecer quais são as
pessoas que participaram efetivamente
do ritual, quem fez que gestos, quais
objetos foram utilizados etc. Os detalhes
que não são vistos em uma observação
direta ou que não são anotados no ca-
derno de campo são muito numerosos.
A fotografia permite apreender esses
detalhes e trabalhá-los a posteriori. Como
exemplo, escolhemos algumas imagens de
uma breve seqüência ritual composta por
cerca de quarenta fotografias. Trata-se de
uma fase dos funerais do chefe de uma
aldeia próxima à cidade de Ouahigouya,
no noroeste de Burkina Faso. Essa parte
dos funerais ocorreu simultaneamente a
outras atividades rituais que se desenrola-
vam não muito longe dali, na concessão
do defunto, e foram acompanhadas pelas
etnólogas, enquanto o fotógrafo seguia os Funerais em Lago, novembro de 1997
atores que se embrenhavam na mata.
Por fim, a fotografia facilita a descri- O marido dá um pedaço de bolo à
ção graças à sua capacidade de imorta- sua esposa. As famílias, que celebram o
lizar um instante. Ela “tem a vantagem casamento de seus filhos, pertencem à
de parar as coisas – como escreveu Pierre burguesia africana, que muito freqüen-
Verger – (...) e, assim, nos permitir ver temente exprime seu pertencimento
o que tinha sido apenas entrevisto e à modernidade ocidental por ocasião
imediatamente esquecido porque uma das cerimônias familiares. A fotografia
nova impressão veio apagar a preceden- destaca as tendências que provocam
te” (Verger, 1991 p. 168). É o caso da questionamentos e estimulam análises
imagem de um casamento católico feita antropológicas aprofundas. O gesto do
na cidade de Ouahigouya no Burkina marido que serve à sua mulher é o pon-
Faso, na página seguinte. to central da imagem. Assim destacado
A comparação
As imagens podem também contribuir
para a produção de dados comparativos.
As duas fotografias a seguir mostram
diferentes relações com o espaço encon-
tradas por ocasião de nossa pesquisa
sobre o movimento neorural. A primeira
imagem corresponde às representações
mais aceitas na França sobre os neoru-
Casamento católico em Ouahigouya, rais: cabelos longos, casas em madeira,
novembro de 1997. um certo desapego material... A segunda
imagem vai ao encontro das idéias que
pela construção da imagem, esse gesto são feitas desse meio. O espectador
parece traduzir uma transformação en- reconhece um jardim bem cuidado,
tre as relações de gênero analisadas mais uma piscina e um homem que opera
detidamente pela antropóloga (Attané, um cortador de grama. Ao justapor
2003). No primeiro plano, contudo essas duas imagens, podemos mostrar
menos evidente ao primeiro olhar, o a diversidade de atitudes ligadas à na-
leitão assado e as garrafas de bebidas tureza nesse meio. Se alguns escolheram
alcoólicas expostos de maneira osten- uma forma de desapego material, nem
siva podem ser interpretados como o todos vivem longe do conforto que a
desejo de assinalar abastança material sociedade de consumo pode oferecer.
e, ao mesmo tempo, como a preocupa- Trata-se de evitar, ao colcoar essas duas
ção de se distanciar dos muçulmanos imagens lado a lado, as generalizações
(Langewiesche, 1998; 2005). habitualmente veiculadas sobre o meio
No estudo das práticas rituais ou neorural.
sociais, é indispensável considerar o Um outro tipo de comparação vi-
contexto. A fotografia se transforma, sual foi possível graças ao conjunto de
então, em um instrumento primordial imagens realizadas durante a pesquisa
para “uma etnologia do não-dito, do efetuada em Martigues e Cerbourg sobre
ANNE ATTANÉ E KATRIN LANGEWIESCHE • Reflexões metodológicas sobre os usos da fotografia na antropologia 139
Água de balde para lavar a louça e regar o Les Jeux, Mane, primavera de 1999.
jardim, Clos des Sauniers, Limans,
primavera de 1999
a percepção dos perigos ligados à proxi- duas cidades e a relação que os atores
midade de uma usina nuclear. O corpus mantêm com seus respectivos espaços.
fotográfico permite que se apresentem Em Martigues, as pessoas tomam banho,
paralelamente o meio ambiente das comem, vivem ao pé das usinas.
ANNE ATTANÉ E KATRIN LANGEWIESCHE • Reflexões metodológicas sobre os usos da fotografia na antropologia 141
ças às fotografias permite comparar
o que diferentes atores dizem de uma
mesma imagem. As fotografias tornam
os questionamentos sociológicos mais
acessíveis às pessoas envolvidas com
a pesquisa e facilitam a compreensão
mútua entre o pesquisador e seus inter-
16
Para Piette
locutores. Por fim, as imagens estão fre-
a fotografia na qüentemente na origem de discussões
etnologia só funciona sobre uma prática específica, um espaço
acompanhada de um
texto: “a utilização
particular, ou sobre pessoas singulares.
da fotografia como A fotografia fabrica lembranças; para
‘representação não parafrasear Verger, ela registra a história
descritiva’ demanda
a presença de um
e as transformações que podem evocar
‘comentário descritivo’, temas novos que não estavam presentes
para identificar o nas entrevistas.
objeto ou a situação
representada e
indicar o modo de
funcionamento dessa A apresentação dos resultados
Mane, abril de 1999.
representação” (1992,
p. 25). Ver, a esse
da pesquisa
propósito, Sperber, freqüentemente acontece quando a constru-
(1982, p. 18-19), A polissemia de uma imagem é um
ção da casa é concluída. Essa fotografia
ao qual se refere
Piette. Para Darbon, a autoral é útil para precisar o que não trunfo quando ela é apresentada du-
linguagem da imagem pode ser mostrado, as informações não rante uma entrevista, mas se transfor-
“necessita de um ma em limitação na restituição dos
evocadas em uma entrevista em razão
texto para exprimir
sua plena eficácia” de serem muito íntimas. Ao mesmo resultados. Para conservar um poder
(Darbon, 1994, p. tempo que apreendem informações, de comunicação que ilustre as inter-
116). pretações e as hipóteses, uma imagem
as fotografias traduzem as emoções:
17
Segundo Gombrich, elas têm, então, uma capacidade de deve ser acompanhada de um texto16.
“uma interpretação evocação que falta ao discurso do et- O texto não é uma condição suficiente,
correta depende uma vez que a interpretação de uma
nólogo durante uma entrevista. Diante
de três variáveis: o
código, a legenda e o dessa imagem, as pessoas envolvidas imagem não é um ato passivo17. De
contexto. Poderíamos evocaram a importância atribuída à fato, a uma mesma imagem podemos
pensar que a legenda aplicar diferentes enunciados que lhe
casa e ao fato de eles próprios a terem
bastaria para tornar
supérfluas as duas construído. modificam a leitura. Em alguns casos,
outras. Mas as nossas Afora esse poder de evocação, o somente o contexto pode dissipar a
convenções culturais ambigüidade de uma mensagem vi-
recurso às fotografias nas entrevistas
são muito instáveis
para que assim seja.” se revela pertinente por outras razões: sual. A compreensão do contexto de
(1983, p. 328) o corpus de discursos recolhidos gra- uma imagem fotográfica é essencial
ANNE ATTANÉ E KATRIN LANGEWIESCHE • Reflexões metodológicas sobre os usos da fotografia na antropologia 143
pode situar o contexto de um instante
apreendido.
No segundo plano, dois homens se
encontram lado a lado sobre as pedras.
Mais adiante, pescadores seguram suas
varas. O domínio da técnica fotográ-
fica está a serviço da construção do
propósito21. O fotógrafo, ao utilizar
Clos de Sauniers, Limans, verão 1999. uma objetiva grande angular (35 mm),
recoloca as ações humanas em seu
Poucel. Esse ponto de vista fotográfi- contexto. Não se trata de um retrato:
co (e a subjetividade a ele ligada), bem não se busca apreender o olhar ou a
como o valor artístico de suas imagens individualidade (o homem do primeiro
são um trunfo importante para a escrita plano está de costas), mas sobretudo
etnológica. Não porque as fotografias a ação desse homem em seu ambiente
representem a experiência pessoal do imediato. Há, nessa fotografia, elemen-
fotógrafo, mas porque elas se tornam tos suficientes para uma leitura que
fonte de várias leituras possíveis. ultrapasse o instante que ela represen-
A imagem acima interroga o es- ta. Pode-se dizer que essa fotografia
pectador e permite, ao lado do texto, é eficiente porque ela tem um forte
um trabalho de descrição. Durante as poder de comunicação. A fotografia
várias estações do ano, vimos pessoas eficiente não tem por função tornar
do movimento neorural viverem em o texto inútil, mas apenas elaborar
uma certa intimidade com a natureza, uma representação que contenha um
21
Milton Guran propõe
e a imagem demonstra essa intimidade. sentido que seja transmitido com fa-
a produção de uma
fotografia eficiente O olhar do cavalo induz a um estranha- cilidade. A fotografia eficiente é aquela
(1994; 1996, p. 363). mento. Ele atrai o olhar do espectador que, tomada isoladamente, transmite
Terrinoire (1985) insiste
e leva a cabana para o segundo plano. as informações necessárias sobre o
sobre o fato de que
a fotografia deve O enquadramento incita, com bastante contexto do instante fotografado. Sua
ser cientificamente sensibilidade, a pergunta sobre a pre- utilização na restituição dos resultados
construída. Entretanto,
sença da cabana. Uma fotografia mal ganha pertinência. A eficiência de uma
mesmo se o fotógrafo
domina plenamente os composta, como um texto mal escrito, fotografia é freqüentemente descoberta
códigos da linguagem dissimularia o sentido. a posteriori, da mesma forma que um
fotográfica, toda sua
É nesse sentido que podemos dizer dado eficaz surgirá de um caderno
intenção não está
contida na imagem, e que, para certas imagens, o texto tem de notas quando essas notas forem
nada garante que o pouca importância, já que um único apreciadas em seu conjunto.
receptor veja nela tudo
olhar basta para interpretar a imagem. O contexto também pode ser apre-
o que o autor quis que
ali constasse (Darbon, A fotografia na página ao lado ilustra sentado pela construção de uma série de
1994, p. 115). como a construção de uma imagem fotografias. Não utilizamos largamente
Para concluir...
No canal de Caronte, Martigues, junho de 1996. Para concluir, podemos constatar que,
nas três pesquisas rapidamente apre-
esse procedimento no trabalho sobre o sentadas aqui, muito diferentes entre
movimento neo rural. si, a colaboração entre texto e imagem
As pessoas que nós encontramos dão trouxe elementos suplementares para
sua cota de trabalho cotidiano, freqüen- reflexão que contribuíram para valo-
temente difícil e, sobretudo, repetitivo, rizar o objeto antropológico. Primei-
mesmo quando se trata de um trabalho ramente, o questionamento antes da
que elas amam e que são elas mesmas tomada de fotos já produziu dados e
que determinam as regras. A construção interpretações. Para as antropólogas,
da série de fotografias sublinha a idéia observar o fotógrafo trabalhar favore-
que desejamos exprimir: a repetição das ceu a confrontação de pontos de vista,
tarefas cotidianas é um traço caracte- ou seja, as diversas maneiras de apre-
rístico do trabalho agrícola. Ao alinhar ender os fatos observados, específicas
as fotografias de um mesmo indivíduo, a cada um, produziram informações
nós apresentamos os múltiplos instan- válidas.
tes que constituem seu trabalho diário: Ao longo da pesquisa, o diálogo entre
costas curvadas para colher plantas, mão fotógrafo e antropólogas no momento
levantada para guiar cabras. da seleção de fotos nas provas-contato
A construção de uma série de fo- permitiu confrontar e combinar uma
tografias, portanto, fornece aos espec- retórica fotográfica e um propósito dis-
tadores a possibilidade de integrar a cursivo. Durante o processo de pesquisa,
ANNE ATTANÉ E KATRIN LANGEWIESCHE • Reflexões metodológicas sobre os usos da fotografia na antropologia 145
Cuidando das cabras, La Rouge, Mane, abril de 1999.
Referências bibliográficas
ACHUTTI, Luiz E. R. L’Homme sur la photo. Manuel de photoethnographie. Paris: Téraèdre, 2004.
ATTANÉ, Anne. Les pratiques quotidiennes de l’environnement dans deux villes françaises:
Martigues et Cherbourg. In: Rapport du Ministère de l’Environnement, sous la direction
de Caroux J. et Fabiani J.-L. photographies de Franck Pourcel, 1998.
_________. Pêcher, courir, trier ses déchets… Pratiques de l’environnement ou rapport aux
autres?, Europaea, n. 1-2, 2002.
_________. Cérémonies familiales et mutations des rapports sociaux de sexe, d’âge et de généra-
tion. Ouahigouya et sa région, Burkina Faso. Thèse de doctorat, EHESS-Marseille, 2003.
_________. Fixer une observation, produire un discours, illustrer des résultats… Quelques potentialités
de l’outil photographique, 2005 (à paraître).
_________. Les néoruraux: un mode de vie alternatif, exposição apresentada no FotoRio 2005,
Rio de Janeiro, 2005.
BARTHES, Roland. La Chambre claire. Note sur la photographie. Paris: Gallimard, 1980.
BATESON, Gregory. & MEAD, Margareth. Balinese character: a photographic analysis. New
York: New York Academy of Sciences, 1942.
BRAUN, P. Baron Samedie, der Photoapparat und die Schreibmaschine. In: Mitteilungen
aus dem Museum für Völkerkunde Hamburg, Bd 24/25, 1995.
FIÉLOUX, Michéle & LOMBARD, Jacques. Les mémoires de Binduté Da. Paris: Éditions de
l’École des Hautes Études en Sciences Sociales, 1998.
FIEMEYER, Isabelle. Marcel Griaule, citoyen dogon. Paris: Actes Sud, 2004.
GEERTZ, Clifford. Ici et là-bas: l’anthropologue comme auteur. Paris: Métailié, 1996.
GOMBRICH, Ernst. L’image visuelle. In: L’écologie de l’image. Paris: Flammarion, 1983.
JACKINS, I. Margareth Mead and Gregory Bateson in Bali: their use of photography and
film. Cultural Anthropology, n. 3, v. 2, 1988.
JEHEL, Pierre-Jérôme. Photographie: sujet sensible. Un parcours comparatif parmi trois livres
de photographie à caractère ethnologique, Journal des anthropologues, n. 80-81, 2000.
ANNE ATTANÉ E KATRIN LANGEWIESCHE • Reflexões metodológicas sobre os usos da fotografia na antropologia 149
________. Religiöse Mobilität. Konversionen und religiöser Wandel in Burkina Faso. Paideuma 51, 2005.
OUEDRAOGO, J.-B. Scénographie d’une conquête: enquête sur la vision plastique d’un
colonial. Les Cahiers de Lersco, número hors série, 1991, p. 31-50.
________. Les détails de l’action. Écriture, images et pertinence ethnologique. Enquête, n. 6, 1998.
TERRENOIRE, J.-P. Images et sciences sociales: l’objet et l’outil. Revue Française de Socio-
logie, v. XXVI, 1985.
Tradução
Milton Guran
Recebido em
setembro de 2005
Aprovado em
dezembro de 2005
ANNE ATTANÉ E KATRIN LANGEWIESCHE • Reflexões metodológicas sobre os usos da fotografia na antropologia 151