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TERAPIAS NATURAIS:
DIREITOS E AÇÕES

CADERNO

Orientações jurídicas sobre o uso das terapias naturais

1a Edição

2008
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TERAPIAS NATURAIS:
DIREITOS E AÇÕES
♦ Texto Informativo distribuído entre os participantes dos eventos
sobre: Plantas Medicinais, Homeopatia, Agricultura Orgânica, Agroeco-
logia, Trabalhos Comunitários, Família Agrícola, Educação Rural, Tera-
pêuticas Tradicionais e Terapias naturais, promovidos pela Universidade
Federal de Viçosa – UFV.
♦ Texto distribuído a Escolas Rurais, Escolas Família Agrícola e a
Voluntárias das Pastorais que acessam pessoas de baixa renda.
♦ Programa de Extensão da Universidade Federal de Viçosa – “Di-
vulgação das Plantas Medicinais, da Homeopatia e da Produção de Ali-
mentos Orgânicos”.
♦ Projeto de Extensão – Partilha de conhecimentos sobre plantas
medicinais e terapêuticas tradicionais.
♦ Patrocínio – Fundação Arthur Bernardes/FUNARBE – Convênio
1713.
♦ Esse texto foi elaborado com base no livro O DIREITO NAS
TERAPIAS NATURAIS, de Juracyr G. A. Saint-Martin, editado pela
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
♦ DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Pedidos:
● Departamento de Fitotecnia/Vicente W. D. Casali
Campus da Universidade Federal de Viçosa
Viçosa – MG
CEP: 36570-000
● Tel: (31)38991131 – Fax: (31)38992614
● vwcasali@ufv.br
● Favor enviar endereço postal completo
2008
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APRESENTAÇÃO

A Constituição Federal Brasileira (CFB) determina competência


à União de elaborar e executar as políticas públicas nacionais de de-
senvolvimento social.
A CFB também determina que o cidadão é livre. Escolher méto-
do de terapia é expressão de liberdade.
As terapias naturais além de direito popular, constituem método
econômico e sustentável. Os sistemas médicos que dependem de me-
dicação industrializada e de equipamentos são antieconômicos.
O sistema financeiro da humanidade historicamente é frágil en-
quanto que o sistema comunitário é forte. As comunidades rurais e ur-
banas sem seguro saúde com dificuldades maiores que as soluções
ofertadas pelo SUS estão buscando alternativas de tratamento na natu-
reza.
As terapias naturais são direito das comunidades, dever da
União e estão duplamente validadas pela etnociência.
As terapias naturais estão consolidadas secularmente na história
da humanidade enquanto que a ciência médica a cada dia libera novo
medicamento invalidando, condenando e desmentindo tantos outros
precedentes. Assim o sistema médico atual é essencialmente comerci-
al, enquanto que as terapêuticas tradicionais são essencialmente natu-
rais.
Enfrentar o poder da corporação médica e a força das indústrias
(farmacêuticas e de equipamentos hospitalares ou clínicos) implica em
organização das comunidades. Esse enfrentamento é democrático, na-
tural, legal e nada contém de doutrina ou de filosofia, é apenas parte
do jogo da sociedade ocidental.
Como parte do jogo de classes as comunidades devem se orga-
nizar perante os órgãos públicos e mostrar seus direitos em terapias
naturais.
Portanto, a cidadania orienta que devemos implementar cada
vez mais profundamente nas instituições brasileiras o direito das tera-
pias naturais.
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TERAPIAS NATURAIS: DIREITOS E AÇÕES


O terapeuta naturista sério, ético, competente, conhecedor de
suas atividades e das suas responsabilidades, não está impedido de
trabalhar legalmente. No entanto algumas entidades médicas vêm
agindo contra ele de modo abusivo, prepotente, antiético e antijurí-
dico, principalmente contra os terapeutas que atuam nas áreas de
homeopatia e acupuntura. O poder da corporação médica nas suas
investidas contra o terapeuta homeopata e o acupuntor, na verdade,
está demandando, inequivocadamente, exclusividade absoluta, ou
seja “reserva de mercado”, do tratamento com terapias naturais,
como se isso lhes fosse possível.
O Conselho Federal de Medicina – CFM, que tem como fun-
ção exclusiva fiscalizar o exercício das atividades profissionais e da
ética médica no País, editou a resolução no 1000/1980, estabelecen-
do a especialidade médica em Homeopatia. Mas equivocou-se pre-
tendendo que somente médicos possam exercê-la, afirmando inclu-
sive que “a sua prática por não-médicos constitui crime de falso
exercício da medicina”, porque especialidade não significa exclu-
sividade, apanágio* ou monopólio dessa respeitável profissão.
Acontece que não existe no País nenhuma Lei – que só a
União Federal pode editar – (CF, art, 22, XVI) dispondo que ape-
nas médicos podem praticar a Homeopatia. E se existisse tal lei, es-
taria infringindo a disposição constitucional que estabelece ser “li-
vre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações que a lei estabelecer” (CF, art. 5O, XIII), como
também a do inciso XXXVI do mesmo art. 5O (a Lei não prejudica-
rá o direito adquirido), como também o art. 6O da Lei de introdução
do Código Civil Brasileiro (a lei em vigor terá efeito imediato e ge-
ral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada).

*Apanágio: propriedade característica, atributo.


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Como a Homeopatia vem sendo praticada no Brasil há quase
150 anos (ou seja, durante cerca de 120 anos, antes do advento da
Resolução no 1000/1980 do CFM), transformou-se a Homeopatia
em direito adquirido pela população brasileira. Contra o direito
adquirido não pode haver efeito retroativo a ser imposto por lei fu-
tura, uma vez que a lei nova, pelo princípio da hierarquia das leis,
vem por beneficiar, não por prejudicar.
No entanto, o CFM, que só foi criado em 1957 (posterior,
portanto, ao Instituto Hahnemanniano do Brasil, divulgador dessa
ciência, instituído em 02-07-1859) e que só aceitou a homeopatia
121 anos após a criação desse Instituto, pretende por mágica, que a
partir de sua Resolução no 1000/1980 (com eficácia dentro dos seus
limites de competência), que esse processo terapêutico somente
possa ser praticado por médicos!!!
Assim, em se tratando de direito adquirido pelos terapeutas
naturistas de quaisquer áreas de atividades, esse DIREITO há que
ser respeitado.
O CFM negligencia o respeito também à norma do art. 5O,
XIII, da CF, que estabelece o princípio da garantia da liberdade de
escolha do agente de saúde. O CFM desrespeita o direito que o ci-
dadão possui de escolher não só o agente de saúde, como também o
método pelo qual ele deseja cuidar de sua saúde.
O CFM afronta também o art. 196 da CF, ao estabelecer que
a saúde é direito de todos, porque as consultas médicas são caras;
os medicamentos alopáticos são caros e, na maior parte das vezes,
não curam, e podem prejudicar a saúde, quando não são falsifica-
dos; os sistemas públicos de saúde não atendem satisfatoriamente
etc. Mesmo os medicamentos denominados genéricos não estão ao
alcance de todas as camadas sociais.
E ignora também o art. 5O, II, da CF, que preceitua que nin-
guém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude da Lei, porque pretendendo impedir as atividades do te-
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rapeuta naturista o CFM está forçosamente obrigando as pessoas a
procurar apenas os médicos.
Um dispositivo legal não pode conceder determinado direito
e, outro dispositivo, negá-lo. A CF é a lei suprema do País, e se es-
tabelece o princípio no art. 5O, XII, não será o CP, que é uma Lei
Ordinária dela derivada, que irá impedir esse direito. Pretendendo o
jurista enquadrar o homeopata no crime de curandeirismo, estará
cerceando* sim o direito que ao cidadão é assegurado por nossa
Carta Magna. A pessoa tem o direito de escolher o agente de saúde
com o qual quer se tratar e o(s) método(s) desse(s) tratamento(s),
desde que lícito(s), sem que ninguém interfira, como ocorria em
tempos medievais. Admitir que a Homeopatia não seja processo te-
rapêutico lícito, então nem mesmo os médicos poderão exercê-la.

Nenhuma lei federal proíbe a prática das terapias alterna-


tivas
Efetivamente não existe lei alguma que proíba as atividades
de terapias naturais por terapeutas naturistas, como assim quer o
CFM e as Associações Médicas de Homeopatia e de Acupuntura.
As resoluções do CFM, no tocante à homeopatia e à acupun-
tura, são as únicas reservas legais, se é que se pode dizer assim ape-
nas para exemplificar, que proíbem a prática dessas terapias por te-
rapeutas naturistas, aí envolvendo quaisquer profissionais de quais-
quer outras áreas da saúde.
Entretanto, tais resoluções só podem ter eficácia de lei (e ain-
da assim existem advogados que contestam a eficácia de uma reso-
lução, de ser ela norma legal que obrigatoriamente deva ser cum-
prida) dentro do limite de atuação do próprio Conselho, ou seja, ex-
clusivamente dentro da classe médica. Ora, é impossível ao CFM
pretender que suas resoluções tenham força de lei, porque isso é

*Cercear: restringir, destruir, suprimir.


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usurpação de poderes constitucionais. Tampouco lhe cabe o direito
de definir regras de atos considerados criminosos, usurpando não
só a Lei como as atribuições do Poder Judiciário. Não lhe compete
o direito de se sobrepor às atividades de outros Conselhos de Clas-
ses, mesmo que também ligadas à área da saúde humana.
Até que alguma lei federal venha disciplinar essa, as terapias
naturais serão livremente praticadas por quem seja competente.
A profissão do terapeuta naturista não está ainda regulamen-
tada por Lei Federal. Inexiste lei ou decreto específicos para tanto.
Mas a inexistência dessa regulamentação não significa, de modo al-
gum, que esteja proibida a prática das terapias naturais por terapeu-
tas naturistas, significando que o exercício dessas profissões é livre.
Onde a lei não proíbe, não pode o Agente Policial, do Minis-
tério Público nem do Poder Judiciário proibir, porque, como já foi
dito, “não há crime sem lei anterior que o defina”.
Tanto assim que outras categorias profissionais de não-médi-
cos estão regularmente praticando a homeopatia, sem que o CFM,
ou qualquer autoridade constituída que o seja, possam impedi-las,
como no caso dos agrônomos, veterinários, fisioterapeutas etc. O
CFM até que tenta impedir, mas está merecidamente perdendo to-
das essas ações, porque todas estas discussões judiciais ratificam o
conceito de que a Homeopatia não se constitui prática médica, mas
sim metodologia terapêutica distinta e independente, que pode ser
aplicada em qualquer área do conhecimento.
O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) divulgou em
10-09-2002 a CBO – Classificação Brasileira de Ocupações de nO
3221, de grande importância para os terapeutas naturistas, porque
reconhece válidas suas atividades profissionais nas áreas terapêuti-
cas que regulamenta.
Dirigida aos acupunturistas, podólogos, quiropraxistas (ho-
meopatas) e afins, não-médicos, define e estabelece que:
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– 3221-05 – Acupunturista – Acupuntor, Fitoterapeuta, Técni-
co corporal em medicina tradicional chinesa, Técnico em acu-
puntura, Terapeuta naturalista, Terapeuta oriental;
– 3221-10 – Podólogo – Técnico em podologia;
– 3221-15 – Quiropraxia – Cinesioterapeuta, Eutonista, Ho-
meopata (exceto médico), Quiropata, Quiropráctico, Rolfista,
Rpgista, Técnico em Alexander, Técnico em antiginástica, Te-
rapeuta crâneo-sacral, Terapeuta holístico, Terapeuta manual,
Terapeuta miofacial.
Interpretando a CBO e ratificando o CFM, o médico não
pode se intitular Homeopata porque se intitula Médico-homeopata,
enquanto que Homeopata mesmo é o terapeuta.
É interessante observar que embora o MTE possa ter dado a
entender na CBO 3221-15 que a homeopatia possa ser praticada
por médicos, o juiz da 6a Vara da Justiça Federal de Santa Catarina,
entendeu que a acupuntura é classificada como profissão de nível
técnico pela Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério
do Trabalho e do Emprego (Processo no 2003.72.00.003442-0).
Ora se a Justiça Federal assim decidiu – acrescentando-se as
demais informações contidas neste Texto sobre a impossibilidade
legal do exercício da Homeopatia e da Acupuntura por médicos –,
conclui-se que o exercício de suas atividades, por serem de nível
superior, são incompatíveis com as atividades do terapeuta naturis-
ta não-médico, que são de nível técnico.
Resulta destas conclusões que falece aos médicos legitimida-
de se praticarem, legalmente, essas terapêuticas, muito menos po-
dem eles acusar homeopatas e acupunturistas terapeutas naturistas
do crime de falso exercício da medicina.
No conceito daquelas entidades médicas, esses terapeutas não
podem exercer suas atividades porque não conhecem anatomia e fi-
siologia como os médicos as conhecem. Consequentemente, não
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saberiam diagnosticar as doenças corretamente e, assim, estariam
prejudicando, em vez de realizarem curas.
Essa afirmativa é, porém, improcedente. O que tal entendi-
mento revela é, no mínimo, o total desconhecimento das atividades
desses profissionais terapeutas naturistas, porque eles não fazem di-
agnósticos, mas diagnose, que é o procedimento que reflete a iden-
tificação das doenças através da observação dos sintomas, ou seja,
o homeopata trabalha sobre a sintomatologia e sensações apresen-
tadas pela pessoa.
É de se estranhar, e muito, o corporativismo gerado por enti-
dades médicas em relação à saúde humana, porque há espaço sufi-
ciente a essas duas categorias sem que uma adentre o trabalho da
outra. Além disso, quem sabe fazer seu trabalho com segurança não
teme a “concorrência”, até porque “concorrência e competitividade
mercadológica” são atividades de comerciantes, nunca atitudes que
digam respeito à saúde humana.
É inegável que os médicos estudaram anatomia e fisiologia,
mas é inquestionável também que desde que a Fundação Rockfeller
e indústrias farmacêuticas americanas e multinacionais passaram a
dar assistência financeira e técnica às nossas escolas de medicina,
os médicos vêm sendo preparados para cuidarem de seus pacientes
praticamente apenas nos campos físico e emocional, receitando me-
dicamentos que os grandes laboratórios farmacêuticos produzem,
sobretudo na atualidade, em que as escolas orientam seus alunos no
sentido de identificarem e trabalharem o organismo humano fracio-
nadamente, como isso é comprovado pelas inúmeras especialidades
médicas.
Já o terapeuta naturista atua nos campos energético, espiritu-
al, mental e emocional da pessoa, buscando atingir seu corpo físico
porque, ao contrário da medicina alopata, o terapeuta naturista vê o
corpo humano na totalidade e não por partes.
Na homeopatia não são trabalhados produtos químicos anti-
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naturais, sintéticos, mas a energia da matéria-mãe e dos princípios
ativos de cada remédio homeopático. A acupuntura, que inclusive
não é considerada ciência, busca atingir os meridianos da pessoa,
por onde flui o chi (ou ti) a energia vital. Ao ser interrompida em
seu fluxo, provoca a chamada doença.
Muitos terapeutas naturistas afirmam não existirem doenças
incuráveis, até porque não existem doenças, mas sim doentes.
São inaceitáveis também, aqueles argumentos médicos por-
que, data venia*: primeiro, inexiste Lei que impeça o terapeuta na-
turista de exercer sua profissão; segundo, no mínimo em razão do
bom senso o terapeuta naturista deve ser profissional consciente de
suas responsabilidades, porque se ele vier a prejudicar a saúde de
alguma pessoa, em vez de curá-la, a LEI prevê sanções específicas,
tal como o Poder Judiciário vem decidindo, ultimamente, nos casos
de Erro Médico; terceiro, os métodos de consulta utilizados pelo te-
rapeuta são muito diferentes dos sistemas adotados pelos médicos
alopatas; quarto, quando o terapeuta não faz cursos de aprendizado,
de aperfeiçoamento e treinamento específico nessas áreas (a exem-
plo dos cursos de homeopatia e Fitoterapia ministrados pela UFV-
Viçosa/MG, ou de acupuntura ministrado pelo IMAM-BH, como
de outras escolas de bom nível existentes no País), ele geralmente
acumula prática de longos anos em suas atividades.
Logo, inexiste qualquer justificativa plausível, seja de fato,
seja de direito, fundamentando que tais entidades médicas possam
querer impedir o livre exercício das atividades dos terapeutas ho-
meopatas e acupunturistas.
Observa-se, todavia, que existem ideias preconcebidas sobre
a impossibilidade de o terapeuta homeopata e o acupunturista pode-
rem praticar livremente essas terapias.
Ocorre que não é só médico que pode praticar homeopatia e
*Data Venia: expressão do latim usada como forma de se desculpar antes de
dizer que discorda da tese de um juiz.
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acupuntura. Qualquer pessoa pode legalmente praticá-las. O tera-
peuta homeopata e o acupunturista não estão enquadrados no alega-
do “crime de curandeirismo”, charlatanismo ou de “falso exercício
da medicina” baseado no apoio da doutrina e na jurisprudência.
É necessário que os capítulos do Código Penal alusivos ao
charlatanismo, curandeirismo e falso exercício da medicina sejam
revistos e reformulados, de maneira a atender livremente às neces-
sidades do povo, porque as terapias naturais nunca colidiram,
não colidem, nem jamais colidiram com o exercício da medici-
na.
Na verdade essas terapias complementam os trabalhos que os
médicos não podem ou não deveriam realizar. Há espaço suficiente
de modo que ambos possam trabalhar livremente, sem que os pri-
meiros precisem fazer escaramuças aos segundos.
As áreas das terapias naturais são amplas e devem ser explo-
radas em benefício de toda a sociedade, em vez de proibidas e dis-
criminadas. Não se pode incriminar falsamente o terapeuta naturis-
ta que as pratica apenas por não ser médico. Não se pode pretender
que as terapias naturais se tornem restritas a uma única profissão,
sob pena de perigosamente transformar-se em monopólio, em au-
têntica reserva de mercado.
Pretender acabar com os terapeutas naturistas, enquadrando-
os nos arts. 282/284 do Código Penal é o mesmo que querer acabar
com os raizeiros, médiuns espíritas, benzedores, agentes de saúde,
movimentos carismáticos das Igrejas, Pastorais da Saúde, etc., tare-
fa que pode ser considerada como humanamente impossível, pois
essas terapias já estão arraigadas na cultura brasileira há muito mais
de um século.
Qualquer lei que venha a ser promulgada nesse sentido será
injusta, desafiando mesmo a ADIN – Ação Direta de Inconstitucio-
nalidade. Na classificação das leis está consagrado o princípio de
que “a lei nova vem para beneficiar, não para prejudicar”. Tal lei
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estará contrariando, principalmente, o art. 50, inciso XIII da Consti-
tuição Federal, que estabelece ser “livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
nais que a lei estabelecer”. E há que ser respeitado o direito adqui-
rido.
Como não existe lei regulamentando a profissão de terapeutas
naturistas, nem lei estabelecendo que apenas médicos é que podem
ser homeopatas ou acupunturistas, o homeopata, o acupunturista, o
fitoterapeuta, etc., não estão impedidos de exercerem suas profis-
sões e ocupações.
Inexistindo crime sem lei anterior que o defina, como consa-
grado pela Constituição Federal e pelo Código Penal, não se pode
processar o profissional das terapias naturais como sendo charlatão,
curandeiro nem muito menos pelo suposto crime de “falso exercí-
cio da medicina”.
Sindicatos e Associações de Terapeutas Naturistas, assim
como Advogados, Pastorais da Saúde, Agentes Populares da Saúde,
Líderes Comunitários, políticos e outros segmentos da sociedade
podem e devem colaborar e lutar para que prevaleça o interesse
maior, que é o da população brasileira, sobretudo a de baixa renda,
quando houver a reformulação do Código Penal.
Como proceder objetivando que isso aconteça? Demonstran-
do-se aos senadores e deputados federais, em suas respectivas re-
giões eleitorais, que essas mudanças são possíveis, legítimas, pro-
cedentes e necessárias, e também porque, afinal, eles foram eleitos
representantes dos interesses do povo, e se do povo recebem seus
proventos, deverão trabalhar em busca dos legítimos direitos e inte-
resses comuns desse mesmo povo que os elegeu. O deputado ou se-
nador, como mandatários do povo, têm o dever de ficar ao lado do
povo e não de interesses lobísticos de pessoas ou entidades e fabri-
cantes de medicamentos.
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Registros de certificados.
Existe a sugestão no sentido de que o terapeuta naturista pro-
cure registrar os certificados de participação que receber em cursos,
congressos, seminários, etc., no Cartório de Registro de Títulos e
Documentos de sua cidade.
Esse registro altera a condição do certificado, de mero instru-
mento particular, em documento público, porque esse procedimen-
to é realizado por algum oficial de seu respectivo Estado, para que
ele produza efeitos jurídicos contra terceiros.
Com isso o terapeuta estará criando condições de estabelecer,
no mínimo, seu “direito adquirido” em sua profissão.

O terapeuta perante os Poderes Públicos. Regularização e


Alvará de Licença de Localização e Funcionamento.
O terapeuta naturista, por si, como pessoa física, ou por sua
clínica ou consultório, como pessoa jurídica, deve regularizar sua
situação perante os Poderes Públicos competentes, e assim ter tran-
quilidade em seus trabalhos. O terapeuta profissional deve cadas-
trar-se na Prefeitura Municipal da cidade onde trabalha, e obter o
Alvará de Licença, de Localização e de Funcionamento. É procedi-
mento obrigatório, devendo esse alvará ser colocado em local visí-
vel no seu ambiente de trabalho, com o objetivo de ser visto pela
fiscalização sanitária.
Procure, portanto, o setor de Alvará municipal e peça a sua li-
cença como terapeuta naturista.
A inexistência desse alvará acarretará multa ao profissional e,
conforme seja a situação, até mesmo na interdição de seu local de
trabalho.
Nenhuma Prefeitura pode se negar a fornecer esse alvará, te-
nha ela em seu Código de Atividades, cadastrada ou não, a especia-
lidade de Terapeuta Naturista. E o terapeuta não deve aceitar ser
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cadastrado em outro tipo de atividade, sob alegação de inexistir
essa especialidade, porque a solução desse problema é do adminis-
trador público e não dele.
Existem prefeituras que, com a vigência do novo Código Ci-
vil, nos capítulos que se referem à abertura, registro e adaptação de
pessoas jurídicas já existentes, passaram a criar obstáculos no for-
necimento de alvará a pessoas jurídicas ou autônomas, inclusive
aumentando abusivamente suas tarifas de concessão do alvará.
São abusos improcedentes e intoleráveis. Pode-se reclamar
no Procon e até ao Ministério Público.

Posto de Socorro Homeopático*


Com o incentivo recente que o Governo Federal concedeu à
participação popular no conhecimento, divulgação e aplicação da
Homeopatia – PORTARIA 971, 4 de maio de 2006 do Ministério
da Saúde e CONSELHO NACIONAL DE SAUDE, os Postos de
Socorro Farmacêutico poderão ser uma prioridade nos governos fe-
deral, estaduais e municipais. A oferta de um outro modelo de saú-
de que chegará aos pontos, rincões, onde o modelo alopático não
atinge, pelas dimensões continentais do país, poderá ser uma meta
governamental. É esperado que sejam criados muitos Postos de So-
corro Farmacêutico.

Boticas Homeopáticas
Botica homeopática é uma loja que qualquer brasileiro pode
instalar para venda de substâncias homeopáticas, desde que esteja
localizada a mais de 6 km de uma farmácia homeopática. O que
pode ser vendido numa botica homeopática?
Todas as homeopatias industrializadas que são listadas na
RDC 139 de 29 maio de 2003, da ANVISA.
*José Alberto Moreno
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Medicamento homeopático energético industrializado é pro-
duzido em laboratório e é fabricado em grande escala. Ele não é
preparado em farmácia homeopática.
O RDC 139 se baseia na Lei Federal 5991, de 17 de dezem-
bro de 1973, artigo 19: “Não dependerá de assistência técnica e res-
ponsabilidade profissional, o posto de medicamentos e a unidade
volante”.
Artigo 3o, item XII – “Posto de medicamentos e unidade vo-
lante – estabelecimento destinado exclusivamente à venda de medi-
camentos industrializados em suas embalagens originais e constan-
tes de relação elaborada pelo órgão sanitário federal, publicada na
imprensa oficial, para atendimento a localidades desprovidas de
farmácias ou drogarias”.

Como Criar um Posto de Socorro Homeopático


O interessado em montar um POSTO DE SOCORRO HO-
MEOPÁTICO, deve solicitar à Prefeitura de seu município um al-
vará de funcionamento. Como esta legislação é geralmente desco-
nhecida pelas autoridades locais, o futuro Boticário deve levar as
informações para mostrar às autoridades que existe esta regulamen-
tação por Lei. A Prefeitura deverá consultar a ANVISA que abranja
o seu município e pedir para ela verificar a Legislação da ANVISA
nacional. Depois de idas e vindas, com paciência, obterá o certifi-
cado de: ALVARÁ DE POSTO DE SOCORRO HOMEOPÁTICO.
Recomenda-se que a pessoa que irá abrir um Posto de Socor-
ro Farmacêutico Homeopático tenha frequentado um curso de Ho-
meopatia.
O Socorro Farmacêutico Homeopático deve ser usado sempre
que não existir o atendimento médico local, especialmente quando
o quadro patológico instalado bruscamente em uma pessoa, por aci-
dentes ou moléstia, e que exija terapêutica medicamentosa ou cirúr-
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gica urgente. O Boticário, que é normalmente um indivíduo leigo,
deve conhecer algumas homeopatias no que se refere aos compo-
nentes, suas indicações e seus efeitos em várias dinamizações.
O auxílio médico na urgência é indiscutível, deve ser avalia-
do pelo médico especializado, mas o auxílio homeopático refere-se
ao uso durante o período de busca deste profissional. Persistindo os
sintomas, o médico deverá ser consultado.
Podem ser vendidos mais de 500 homeopatias industrializa-
das no posto de Socorro Homeopático. (RDC 139/2003 da ANVI-
SA).
(http://www.homeopatias.com/jornal_2007_posto_socorro_h
omeopatico.php)

Veja também o site


http://www.homeopatias.com/processo.php
O terapeuta homeopata e as leis brasileiras.

Práticas Integrativas na Área de Saúde


As prefeituras municipais possuem autonomia, conforme as
Leis e portarias que regulam as práticas integrativas. São as seguin-
tes:
Lei 8080 de 19 de setembro de 1990 – DOU de 20/9/90
Lei 8142 de 28 de dezembro de 1990
Portaria 971 de 04/05/2006 do Ministério da Saúde
Decreto 5813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas.
Foram editados o Livro “POLÍTICA NACIONAL DE PRÁ-
TICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS”
pelo Ministério da Saúde (91 páginas) disponível no site
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpic.pdf
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e também o Documento no 853 “SERVIÇOS DE PRÁTICAS IN-
TEGRATIVAS EMBASAM AS PREFEITURAS”.

Decálogo do Homeopata I
DIREITOS DO ALUNO E OBRIGAÇÕES DAS UNIVER-
SIDADES
1º – DIREITO DE ESTUDAR: Todo aluno tem o direito de
estudar e aprender, conforme a Carta da ONU e da Constituição
brasileira. A Constituição protege quem quer aprender e ter cultura!
Estudar é direito de todos (hierarquia-mor).
2º – Ensinar é obrigação constitucional das Faculdades e Cur-
sos superiores.
3º – Conhecer homeopatia é permitido por lei, não é um ato
ilegal. Comprar e ler livros de homeopatia é permitido. Fazer per-
guntas e falar sobre homeopatia é direito de todos. Estudar a home-
opatia para ter o conhecimento desta ciência é permitido. Dentro da
Homeopatia o cidadão brasileiro estuda o que quer, por lei, por di-
reito. Não é ilegal aprender, ter conhecimento sobre a ciência da
homeopatia!
4º – Comprar livros e ler sobre terapêutica homeopática é
permitido. Estudar terapêutica em livros é permitido.
5º – Livros centenários de homeopatia para o povo como
NILO CAIRO, BRUCKNER, demonstram que quem quer conhe-
cer homeopatia basta ler tais livros e outros semelhantes.
6º – Perguntar aos professores nos cursos de homeopatia não
é proibido. Responder ao aluno é obrigação do professor.
7º – Falar sobre homeopatia aos familiares, vizinhos e amigos
é totalmente legal.
8º – Aconselhar e indicar homeopatias a todos não é proibi-
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do.
9º – Ser homeopata é legal, é oficial, não há lei contra isso.
10º – Ingerir homeopatia é totalmente legal. Falar da experi-
ência que cada um teve ao tomar homeopatia que foi comprada li-
vremente não é vedado por lei alguma.

Decálogo do Homeopata II
1º – Comprar homeopatia em farmácia e posto de socorro ho-
meopático não é crime, não é contravenção, é direito adquirido.
(Art. 13 e artigo 19 da LEI 5991).
2º – A lei federal 5991, em pleno vigor, estabelece que de-
penderá de receita médica os medicamentos homeopáticos, cuja
concentração de substância ativa corresponda às doses farmacolo-
gicamente estabelecidas. Somente as homeopatias contendo subs-
tâncias tóxicas são restritas a receitas de médicos. As homeopatias
que não contêm elementos tóxicos, preparadas pelo processo das
diluições e sucussões sucessivas, são livres para quaisquer pessoas
adquiri-las em farmácias homeopáticas. As homeopatias tóxicas e
as não tóxicas estão listadas pela ANVISA e publicadas no DOU
(RDC 139/2003 de 29/05/2003). Assim quem tem o conhecimento
da homeopatia pode usá-lo, assumindo a responsabilidade por seus
atos.
3º – A instrução normativa nº 7 do Ministério da Agricultura
libera o uso da homeopatia para as plantas e solo, para qualquer
pessoa.
4º – A Classificação Brasileiro de Ocupações (CBO) do Mi-
nistério do trabalho reconhece a existência no Brasil do homeopata
não-médico.
5º – A consciência histórica de cada um revela que a Homeo-
patia é livre no Brasil e no resto do planeta.
20
6º – No Brasil o CFM autorizou os médicos, por meio da re-
solução interna nº 1000/1980, a estudarem e praticarem homeopatia
na condição de especialistas e que sendo especialistas em homeo-
patia poderão ser especialistas em cardiologia, cirurgia, etc., não
gerando exclusividade nem dentro da própria profissão.
7º – Na medicina a homeopatia é uma contingência profissio-
nal que pode ser exercida ou não.
8º – Na cultura popular a homeopatia também é contingência,
adota quem quer, estuda quem quiser.
9º – Cada aluno de homeopatia é responsável por sua ativida-
de fora da sala de aula e deve cumprir o decálogo do homeopata.
10º – É ILEGAL O CIDADÃO SE DECLARAR MÉDICO,
ASSINAR COMO MÉDICO, COMPORTAR-SE COMO MÉDI-
CO, SE APRESENTAR À SOCIEDADE COMO MÉDICO-HO-
MEOPATA.

Terapias aliadas à medicina convencional são regulamen-


tadas no SUS
Portaria do Ministério da Saúde estabelece critérios para a
oferta de novos procedimentos na rede pública de saúde, como o
uso de plantas medicinais.
Práticas com o uso de plantas medicinais, fitoterapia, homeo-
patia, acupuntura, termalismo (uso de águas minerais para trata-
mento de saúde) e outras terapias estão autorizadas nas unidades do
Sistema de Saúde (SUS). A medida, regulamentada por meio de
portaria do Ministério da Saúde leva em consideração, por exem-
plo, a diversidade genética vegetal do país estimada em 55 mil es-
pécies catalogadas e a ampla tradição do uso das plantas medicinais
vinculada ao conhecimento tradicional (popular) transmitido por
gerações, além da capacidade tecnológica para validar cientifica-
mente este conhecimento.
21
A uniformização dos procedimentos para a prestação desses
serviços na rede pública de saúde é o principal objetivo da Portaria
971, publicada em 04/05/2006, que trata da Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. Ela esta-
belece as diretrizes para a incorporação e implementação dessas
práticas no SUS de forma a garantir aos usuários total qualidade,
eficácia, eficiência e segurança, explica Manoel Santos, diretor de
Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde.
Aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde em dezembro de
2005 e finalizada após amplo diálogo com a sociedade civil e as
comunidades médica e científica, a PNPIC define as ações e res-
ponsabilidades dos gestores federais, estaduais e municipais na im-
plementação desses novos serviços no SUS e regulamenta a ade-
quação de iniciativas que já vinham sendo desenvolvidas em algu-
mas regiões do país.
“A portaria contribui para a consolidação de uma política de
assistência farmacêutica ainda mais consistente, destaca Manoel
Santos. A inclusão dessas práticas pode ser considerada mais uma
medida de prevenção à saúde dos brasileiros e poderá representar
economia de gastos na atenção básica”, acrescenta.
De acordo com o Ministério da Saúde, a oferta desses servi-
ços na rede pública será monitorada pelo sistema nacional de vigi-
lância sanitária, que também definirá padrões de qualidade às uni-
dades do SUS aptas a prestar esse serviço à população.
Fitoterapia – Uma das principais medidas inseridas na Políti-
ca Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS é a
“Proposta para Plantas Medicinais e Fitoterapia”. O objetivo é am-
pliar as opções terapêuticas oferecidas aos usuários do Sistema
Único de Saúde com garantia de acesso a plantas medicinais, medi-
camentos fitoterápicos e outros serviços relacionados.
A expectativa é de que no próximo ano, com a possibilidade
de aporte de recursos no orçamento do Ministério da Saúde, os la-
22
boratórios públicos do país recebam um incremento de investimen-
tos para a produção de medicamentos fitoterápicos.
Segundo adianta o diretor de Assistência Farmacêutica do
Ministério da Saúde, um banco de dados sobre plantas medicinais e
também a Relação Nacional de Medicamentos (Rename) em Fitote-
rapia estão em processo de elaboração. A sociedade e unidades do
SUS terão acesso a esses dados.

OMS estimula práticas integradas à medicina convencio-


nal
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que 80%
da população dos países em desenvolvimento utiliza práticas tradi-
cionais nos cuidados básicos de saúde. Deste universo, 85% utili-
zam plantas ou preparados.
Neste sentido, a OMS recomenda a difusão mundial dos co-
nhecimentos necessários ao uso racional das plantas medicinais e
medicamentos fitoterápicos. O Brasil tem ampla tradição de uso
das plantas medicinais e tecnologia para validar cientificamente
este conhecimento.
Além disso, em sua estratégia global sobre a medicina tradi-
cional e a medicina complementar e alternativa, a OMS ainda re-
força o compromisso de estimular o desenvolvimento de políticas
públicas com o objetivo de inseri-las no sistema oficial de saúde
dos seus 191 estados membros.

O Ministério do Trabalho e a homeopatia


O Ministério do Trabalho reconhece a ocupação do homeopa-
ta não-médico, embora esta profissão não seja regulamentada por
lei federal. Há milhares de ocupações e profissões no Brasil, con-
forme a CBO, que não são regulamentadas, mas a sua prática é per-
23
mitida, por não ser proibida.

O Ministério da Agricultura
O Ministério da Agricultura libera o uso da homeopatia para
a agricultura e pecuária (portaria 007 de 17/01/1999). O conheci-
mento da homeopatia pelo aluno de homeopatia da UFV, permite
que ele divulgue as vantagens desta ciência na produção agrícola e
animal, ao invés do uso de agrotóxicos e defensivos agrícolas e an-
tibióticos, que acabam carreando moléculas tóxicas nos humanos e
gerar doenças a médio e longo prazo, para as quais a medicina ofi-
cial não tem a solução.

A Justiça Federal e a homeopatia


Também a Justiça Federal, em processo promovido pelo
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA e pela Associação Médi-
ca Homeopática Brasileira – AMHB contra a Universidade Federal
de Viçosa e ATENEMG – em decisão válida em todo o território
nacional, decidiu que a homeopatia não faz parte da área de norma
subjacente ao programa do preceito constitucional que estabelece a
limitação ao exercício profissional da medicina, não procedendo a
alegação do Conselho Federal de Medicina de que a Homeopatia é
prática médica exclusiva (PAC 1.22.000.00422212002-59). Com
essa decisão ficou confirmada a legalidade dos cursos de Extensão
Universitária de Homeopatia, destinados ao público em geral, que
já vêm sendo realizados há mais de 15 anos, pois conforme afirmou
a UFV, a Homeopatia abrange o campo de ação de inúmeras áreas
do conhecimento humano, dentre as quais a veterinária, odontolo-
gia, farmácia, agronomia, zootecnia, biologia, psicologia, etc. As-
sim, “as pessoas podem praticar homeopatia como sempre fizeram,
desde que não seja como profissionais médicos”, pois “receitar na
condição de médico não é permitido, recomendar na condição de
24
terapeuta não é proibido”. Com esta decisão judicial o Curso de
Homeopatia da UFV teve grande incentivo e tem-se expandido por
diversas cidades e Estados brasileiros.

Modelos de Lei da Inserção das Terapias Naturais no


Município (Municípios de São Paulo e de Belo Horizonte)
LEI No 13.717, DE 8 DE JANEIRO DE 2004 (Projeto de
Lei nº 140/01, do Vereador Celso Jatene – PTB) Diário Oficial do
Município de São Paulo; São Paulo, SP, 9 jan. 2004. p. 1
Dispõe sobre a implantação das Terapias Naturais na Secreta-
ria Municipal de Saúde, e dá outras providências.
MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no
uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a
Câmara Municipal, em sessão de 27 de novembro de 2003, decre-
tou e eu promulgo a seguinte lei:
Art. 1º – Fica o Poder Executivo Municipal incumbido da
implantação das Terapias Naturais para o atendimento da popula-
ção do Município de São Paulo. § 1º – Entende-se como Terapias
Naturais todas as práticas de promoção de saúde e prevenção de
doenças que utilizem basicamente recursos naturais. § 2º – Dentre
as Terapias Naturais destacam-se modalidades, tais como: massote-
rapia, fitoterapia, terapia floral, acupuntura, hidroterapia, cromote-
rapia, aromaterapia, geoterapia, quiropraxia, ginástica terapêutica,
iridiologia e terapias de respiração.
Art. 2º – Para o exercício da função, os profissionais habilita-
dos a exercer as terapias naturais citadas no artigo 1º deverão estar
inscritos nos respectivos órgãos de classe existentes no Município,
Estado ou País.
Art. 3º – O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo
de 90 (noventa) dias, contados a partir da data de sua publicação.
25
Art. 4º – As despesas decorrentes da execução desta lei cor-
rerão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas
se necessário.
Art. 5º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 8 de
janeiro de 2004, 450º da fundação de São Paulo.
MARTA SUPLICY, PREFEITA, LUIZ TARCISIO TEI-
XEIRA FERREIRA, Secretário dos Negócios Jurídicos, LUÍS
CARLOS FERNANDES AFONSO, Secretário de Finanças e De-
senvolvimento Econômico, GONZALO VECINA NETO, Secretá-
rio Municipal da Saúde Publicada na Secretaria do Governo Muni-
cipal, em 8 de janeiro de 2004, RUI GOETHE DA COSTA FAL-
CÃO, Secretário do Governo Municipal
(http://www.cremesp.org.br/library/modulos/legislacao/versa
o_impressao.php?id=6650)

Lei no 9.423, de 1o de agosto de 2007


Autoriza o Executivo a implantar, no Sistema Único de Saú-
de, tratamento alternativo de Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia
e Termalismo.
O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus represen-
tantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º – Fica o Executivo autorizado a implantar, no Sistema
Único de Saúde – SUS –, o tratamento alternativo de Acupuntura,
Homeopatia, Fitoterapia e Termalismo, objetivando a implantação
e a implementação das ações e dos serviços relativos às Práticas In-
tegrativas e Complementares da Saúde.
Art. 2º – Esta Lei entra em vigor na data de sua apresentação.
26
Belo Horizonte, 1o de agosto de 2007.
Fernando Damata Pimentel
Prefeito de Belo Horizonte
(Originária do Projeto de Lei no 976/06, de autoria da Vere-
adora Neusinha Santos)

ENDEREÇOS
Juracyr G. A. Saint-Martin
Rua Benedito Valadares, 125, 1o andar, sala 4, Centro
Cep 37925-000 – Piumhi-MG
Fone (31)99914557/(37)91036333 Fax (37)33711347
SINATEN – Sindicato Nacional dos Terapeutas Naturistas
Rua Dr. Neto de Araújo, 397A – Cj.1A – Vila Mariana
CEP 04111-001 – São Paulo-SP – Fone/Fax: (11)5575 5431
E-mail: sinaten@sinaten.com.br
ATENEMG e CONAHOM
Av. Antônio Abraão Caran, 430/701 – São José
CEP: 31275-000 – Belo Horizonte-MG
Fone: (31)34912240
Email: atenemg@terra.com.br
Associação dos Terapeutas Holísticos e Naturistas do
Espírito Santo
Rua dos Ipês,10 – Bairro Feurosa
CEP: 29172-580 – Serra-ES
Fone: (27)32430303
Associação Brasileira de Homeopatia Popular
Rua Amâncio Pereira de Jesus, 254
Caixa Postal, 42 – Bairro Carumbé
CEP: 78050-660 – Cuiabá-MT
27
Fone: (65)36533710
Email: abhp_socios@hotmail.com
Sindicato dos Terapeutas do Estado de Santa Catarina
Rua Hermes Guedes da Fonseca, 937 – Praia da Armação
CEP: 88065-300 – Florianópolis-SC
Fone: (48)99659853
www.sint-sc.org – Email: sintsc@gmail.com
Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais
Rua Sapucaí, 429 – 10o andar – Bairro Floresta
CEP: 30150-050 – Belo Horizonte-MG
Fone/Fax (31)32473759
http://www.saude.mg.gov.br
ses@saude.mg.gov.br
Secretaria Municipal de Saúde
Av. Afonso Pena, 2336 – Funcionários
CEP: 30130-007 – Belo Horizonte-MG
Fone: (31)3277-7722
E-mail: smsa@pbh.gov.br
Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal
Anexo do Buriti, 10o andar
CEP: 70610-600 – Brasília-DF
(61)39054500(gabinete) – 33558214-8215-8216(cerimonial)
fax: (61)39054500(gabinete) – 33558213(cerimonial)
http://www.saude.df.gov.br
cerimonial@saude.df.gov.br
Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo
Av. Mal. Mascarenhas de Moraes, 2025 – Bento Ferreira
CEP: 29050-625 – Vitória-ES
Fone: (27)31372305-2306-2309-2383-2300
Fax: (27)31372380
28
http://www.saude.es.gov.br
apoiogab@saude.es.gov.br
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_estaduais_brasil_2008.pdf

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