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Nota Conjunta 5 - 2019
Nota Conjunta 5 - 2019
SUMÁRIO EXECUTIVO
1. Trata-se de Nota Técnica n.º 309/2019/NALP/CGGP/SAA/SE/MJ, da Coordenação-Geral de
Gestão de Pessoas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da qual solicita manifestação
acerca dos procedimentos a serem adotados no caso da recondução, considerando que a data do prazo para
desistência ou publicação de inabilitação em estágio probatório e a data da recondução dificilmente serão
idênticas.
ANÁLISE
2. Iniciou-se a demanda mediante consulta formulada pelo Chefe da Divisão de Recursos
Humanos da Polícia Federal – DRH/CRH/DGP/PF, ocasião em que solicitou manifestação à Coordenação-
Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Justiça e Segurança Pública quanto à possibilidade de quebra de
interstício entre a exoneração e a recondução, uma vez que a portaria de recondução não é expedida com data
retroativa, questionando sobre a possibilidade da seguinte rotina: “somente após a publicação da portaria de
recondução seria apresentado pelo servidor o pedido de desistência do estágio probatório a que estivesse
submetido, com a data de desistência coincidente com a data da portaria de recondução”, de forma a não
prejudicar o servidor.
3. Por sua vez, aquela Coordenação-Geral se manifestou por intermédio da Nota Técnica n.º
309/2019/NALP/CGGP/SAA/SE/MJ, nos seguintes termos:
10. Diante do exposto, esta Assessoria de Legislação de Pessoal tem entendimento no sentido
de que, conforme orientação do órgão Central do SIPEC, o servidor estável considerado
inapto ou que tenha desistido voluntariamente do estágio probatório para o exercício de um
novo cargo público, poderá retornar ao cargo anterior nos termos do art. 29 inciso I, da Lei nº
8.112, de 1990, nos termos da Nota Técnica nº 758/2010/COGES/SENOP/SEH. Portanto, se
for da vontade do servidor, a opção por retornar ao cargo anterior poderá ser concretizada em
até cento e vinte dias, a contar da data da publicação do ato de desistência. Tal hipótese
configurará interrupção do exercício e o servidor passará a receber a remuneração
correspondente a par r do efetivo exercício no cargo para o qual foi reconduzido. Vencido o
prazo de cento e vinte dias, o servidor já não mais poderá retornar ao cargo de origem. O ato
de recondução retroagirá à data do efetivo exercício do servidor no órgão para onde estará
retornando. A publicação do ato de recondução não poderá preceder o de desligamento por
desistência do estágio probatório.
6. Ora, para que haja a recondução do servidor ao cargo anteriormente ocupado, de acordo com o
art. 29 da Lei nº 8.112, de 1990, o servidor deverá ter adquirido estabilidade no cargo ao qual pretende
retornar. Ademais, o servidor não poderá também ter adquirido estabilidade no novo cargo ocupado, fato que
impossibilitaria o seu pedido de recondução, uma vez que tal instituto impõe a inabilitação do servidor no
estágio, ou a desistência deste antes de findo o estágio probatório no novo cargo ocupado.
16. Desse modo, e ao meu aviso, o pleito de recondução há de ser formulado e só poderá ser
deferido pela Administração Pública Federal quando o interessado já tiver sido inabilitado
no estágio probatório do cargo em que foi investido a posteriori.
17. Corolário desse posicionamento é que, se encerrado o estágio probatório do novo
cargo e adquirida a estabilidade neste, pouco importará o momento em que foi
apresentado o pedido de recondução pelo interessado, porquanto ele não terá atendido e
não mais poderá atender o requisito básico para o seu acolhimento, que é a prévia
inabilitação, e, ademais, estará rompido definitivamente o vínculo que mantinha com o
cargo anterior.
18. Logo, se um servidor em estágio probatório deseja voltar sponte propia para o cargo
federal que ocupava anteriormente e no qual adquiriu a estabilidade, será imprescindível
primeiro desistir do estágio enquanto esse ainda estiver em curso. Não poderá esperar o
deferimento do pedido de recondução para só então externar seu interesse em desistir
do estágio probatório em que se encontra submetido.
19. Observe-se, nessa toada, que admitir o pedido de recondução enquanto o estágio
probatório do novo cargo ainda está em curso adversa não apenas o texto expresso do art. 29,
I, da Lei no 8.112/90 (que, como visto linhas acima, fala que a recondução “decorrerá” da
inabilitação): malfere, por igual, a vedação constitucional à acumulação remunerada de
cargos, empregos e funções públicas, de que trata o art. 37, XVI e XVII, da Carta
Magna.
9. Destarte, estabelecem-se duas situações em que o servidor estável poderá ser reconduzido ao
cargo anteriormente ocupado, quais sejam: inabilitação ou desistência de estágio probatório relativo a outro
cargo efetivo de qualquer outro ente da Federação; e reintegração do anterior ocupante.
10. Ademais, considerando o disposto, o servidor estável que seja inabilitado ou desista do
estágio, deverá protocolar requerimento de recondução no seu órgão de origem, no prazo máximo de 120
(cento e vinte) dias, a partir da data de publicação de sua exoneração, nos termos do art. 110, inciso II, da Lei
nº 8.112, de 1990.
12. Tendo em vista o disposto na legislação, observa-se que o servidor tem o prazo de 120 (cento
e vinte) dias para requerer a recondução, a partir da publicação da portaria de exoneração, nos termos do art.
110, inciso II, da Lei nº 8.112, de 1990, sem que haja quebra de vínculo com a União.
13. A Advocacia-Geral da União, em relação aos direitos do servidor que toma posse em cargo
público federal e solicita vacância de outro cargo, ambos inacumuláveis, exarou o Parecer Nº GM-013, de
2000, no qual expôs o seguinte entendimento:
EMENTA: A nomeação e a posse constituem relação jurídica entre o servidor e o Estado,
gerando direitos e deveres. A exoneração os extingue.
Se a vacância de um cargo decorre da posse em outro inacumulável, cessam os direitos e
deveres adstritos ao cargo que vagou e, em razão do cargo provido, são criados ou contraídos
outros, nos termos da legislação vigente na data da nova investidura.
Na hipótese de tratar-se de posse e conseqüente vacância de cargo pertencente à União, são
preservados os direitos personalíssimos incorporados ao patrimônio jurídico do servidor,
mesmo se, na data em que este for empossado, os preceptivos de que advieram os direitos
não mais integrarem a ordem estatutária, pois subsistirá a relação jurídica e nenhuma
interrupção ocorrerá na condição de servidor da entidade empregadora.
Nos casos de provimento e vacância envolventes de pessoas político-federativas distintas,
aproveita-se o tempo de serviço ou de contribuição, conforme o caso, para efeito de
aposentadoria.
Não resulta na interrupção da condição de servidor público e, em decorrência, na elisão dos
direitos garantidos pelo art. 3º da Emenda Constitucional n. 20, de 1998, a mudança de
cargos oriunda de posse e de conseqüente exoneração, desde que os efeitos destas vigorem a
partir de uma mesma data. Os cargos podem pertencer a uma mesma ou a diferentes pessoas
jurídicas, inclusive de unidades da Federação diversas.
14. Sobre a aplicabilidade das disposições contidas no PARECER GM-013 da Advocacia-Geral
da União, especificamente, acerca da quebra de vínculo do servidor com a administração pública, para fins
de contagem de tempo do perfazimento de 5 (cinco) anos de efetivo exercício nos casos de servidor ser
reconduzido ao cargo federal anteriormente ocupado caso venha a desistir do estágio probatório a que estiver
submetido em virtude de posse em cargo inacumulável, seja este estadual, distrital, municipal, este órgão
central do Sipec já se manifestou sobre o assunto, mediante Nota Técnica nº
61/2015/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, consubstanciada no PARECER Nº
00178/2015/TLC/CGJRH/CONJUR-MP/CGU/AGU da Consultoria Jurídica desta Pasta, nestes termos:
15. Frise-se que, considerando-se o disposto na legislação acerca da recondução, bem como o
entendimento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional exposto no PARECER SEI Nº
384/2018/CPN/PGACA/PGFN-ME, esta Coordenação-Geral de Concursos e Provimento de Pessoal
submeteu questionamentos à Consultoria Jurídica de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão deste
Ministério, mediante Nota Técnica nº 4529/2019-MP, aos quais ainda não se obteve resposta.
CONCLUSÃO
16. Dessa forma, tendo em vista a especificidade do assunto, bem como a consulta realizada pela
Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entende-se
necessário reiterar os questionamentos constantes da Nota Técnica nº 4529/2019-MP, bem como submeter os
seguintes questionamentos à Procuradoria-Geral Adjunta de Consultoria de Pessoal, Normas e Patrimônio da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional deste Ministério:
b) A adoção dos 120 (cento e vinte) dias possíveis para requerer a recondução acarretará na
quebra do interstício se a publicação da recondução não ocorrer na mesma data da desistência ou
inabilitação em estágio probatório? Ou ocorrerá a suspensão em qualquer data da publicação da
recondução, desde que esteja no interregno dos 120 dias?
d) Sabendo-se que a análise de pedido de recondução não ocorrerá na mesma data em que
ocorreu a publicação de inabilitação em estágio probatório em Diário Oficial, qual deverá ser o
procedimento adotado, de forma a se evitar a quebra do interstício?
Documento assinado eletronicamente por Eduardo Viana Almas, Diretor(a) Subs tuto(a), em
06/12/2019, às 18:04, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
Documento assinado eletronicamente por Luiza Lemos Roland, Diretor(a), em 26/12/2019, às 14:15,
conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de
outubro de 2015.
Documento assinado eletronicamente por Marcia Alves De Assis, Coordenador(a) Subs tuto(a), em
27/12/2019, às 12:32, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
Documento assinado eletronicamente por Patricia Marinho dos Santos, Agente Administra vo, em
27/12/2019, às 12:37, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
Documento assinado eletronicamente por Jane Carla Lopes Mendonca, Diretor(a), em 30/01/2020,
às 20:46, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539,
de 8 de outubro de 2015.