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RC-14
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Gabinete do Ministro Raimundo Carreiro
RELATÓRIO
Com relação a esta matéria, é importante rememorar que o Plenário deste Tribunal ao
proferir o Acórdão 2131/2006, nos autos do processo TC-001.296/2005-8, firmou o
entendimento de que a MP 301/2006, convertida na Lei nº 11.355/2006, regularizou o
pagamento da parcela relativa ao PCCS aos servidores enquadrados na recém-criada
Carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho, e autorizou, em caráter excepcional,
por medida de racionalidade administrativa e economia processual, que a discutida
parcela fosse considerada legal por relação, mesmo na hipótese de pareceres divergentes
e/ou propostas de ilegalidade. Isto, desde que, evidentemente, os atos não encerrem
matéria controversa de outra ordem que venha maculá-los.
Vale recordar a respeito da parcela “PCCS” que houve, inicialmente, por parte de
diversos órgãos, implementação irregular no enquadramento dos servidores à novas
carreiras, que consistia no pagamento dos novos vencimentos estabelecidos no Anexo IV
da Lei nº 11.355/2006 sem observância das devidas reduções proporcionais previstas.
Nesta situação encontram-se, ainda, os citados servidores Márcio Cabral da Cunha
Cavalcanti (fls. 71/75) e Regina Lúcia de Oliveira Correia de Souza (fls. 111/115).
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As informações levantadas por consulta ao Sistema Siape da Rede Serpro corroboram este
fato ao demonstrar que o Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/PE, do total de 27
(vinte e sete) aposentadorias ora em análise, já implementou e/ou regularizou 23 (vinte e
três) enquadramentos de servidores à nova carreira, restando apenas as 4 (quatro)
aposentadorias acima indicadas. Vê-se que, apesar da deficiência de pessoal relatada pela
origem nos autos do TC-015.881/2005-0, que o processo de enquadramento está em
andamento e que em breve deve estar concluído (fls. 190/241).
1. ilegal, para fins de registro, o ato de Maria das Graças Carvalho (fls.
76/80), com as seguintes determinações:
1.1. dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos, com
fundamento no Enunciado nº 249 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal; e
1.2. dar ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido à interessada;
2. legais, em caráter excepcional, os demais atos constantes dos autos, com as
seguintes determinações:
2.1. com relação aos servidores Márcio Cabral da Cunha Cavalcanti (fls.
71/75), Regina Lúcia de Oliveira Correia de Souza (fls. 111/115), Josué Rodrigues de
Lemos (fls. 41/45) e Marinalva Barbosa de Barros (fls. 91/95):
2.1.1. efetuar o enquadramento à nova Carreira da Previdência, da Saúde e do
Trabalho destes optantes, nos termos da Lei nº 11.355/2006; e
2.1.2. promover o ressarcimento, a partir da edição da Lei nº 11.355/2006, dos
valores eventualmente pagos em desconformidade com o que preceitua o art. 2º, § 4º, do
citado diploma legal, com redação dada pela Lei nº 11.490/2007.
Adicionalmente, destaca que os atos de fls. 1/5, 6/10, 11/5, 16/20, 26/30,
31/5, 36/40, 41/5, 46/50, 61/5, 66/70, 71/5, 76/80, 81/5, 91/5, 101/5, 106/10, 111/5,
116/20, 121/5 e 131/5 tratam de aposentadorias com proventos proporcionais, contudo,
as Gratificações de Desempenho de Atividade da Seguridade Social e do Trabalho –
GDASST (instituída pela Lei 10.483/2002) e a Específica da Seguridade Social e do
Trabalho - GESST (instituída pela Lei 10.971/2004) estão sendo pagas, atualmente, aos
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É o Relatório.
VOTO
No tocante ao ato de Maria das Graças Carvalho (fls. 76/80), foi computado o período de 4
anos e 5 meses como aluna-aprendiz. Esta Corte de Contas, no Acórdão 2024/2005 – Plenário, em
determinação feita à Secretaria Federal de Controle Interno para orientação às escolas federais de ensino
profissionalizante, deixou assente que somente pode prosperar, para fins de inativação, após o advento da
Lei 3552/1959, o cômputo do tempo de serviço prestado como aluno-aprendiz constante de certidão
baseada em documentos que comprovem o labor do então estudante na execução de encomendas pela
escola e que mencione o período trabalhado, bem como a remuneração percebida.
Assim sendo, acolho os pareceres da Sefip e do Ministério Público que propugnam pela
ilegalidade do ato de fls. 76/80.
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Por fim, em consonância com a jurisprudência desta Corte de Contas que considera como
únicas gratificações isentas de proporcionalização a Gratificação Adicional por Tempo de Serviço, a
Vantagem Pessoal dos Quintos e a Vantagem consignada no art. 193 da Lei 8.112/1990, incorporo a
sugestão do Parquet quanto a expedir orientação ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/PE para que
reveja o pagamento atual da Gratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social e do
Trabalho – GDASST e da Gratificação Específica da Seguridade Social e do Trabalho - GESST, em
valores integrais nas aposentadorias proporcionais a fim de fazer incidir a proporcionalidade em relação
ao tempo de serviço sobre as citadas vantagens, tendo em vista a situação demonstrada nas fichas
financeiras de fls. 190/241, v. principal, relativas aos atos de fls. 1/5, 6/10, 11/15, 16/20, 26/30, 31/35,
36/40, 41/45, 46/50, 61/65, 66/70, 71/75, 76/80, 81/85, 91/95, 101/105, 106/110, 111/115, 116/20,
121/125 e 131/135.
Em face do exposto, Voto por que seja adotado o Acórdão que ora submeto à consideração
deste Colegiado.
RAIMUNDO CARREIRO
Ministro-Relator
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9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de apreciação dos atos de concessão de aposentadoria a
ex-servidores do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/PE,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, com
fundamento nos arts. 71, III, da Constituição Federal; 1º, V e 39, II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de
1992, 1º, VIII e 259, II, do RI/TCU, diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1. considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação, para fins de registro, do ato de
aposentadoria de Luiza Ana da Paz, em virtude de seu falecimento, nos termos do art. 7º da
Resolução/TCU 206/2007;
9.2. considerar legais os atos de Suzete de Oliveira Moreira, Ailza Brandão de Sá Alves, Antonio
Alves de Andrade, Antonio de Lima Magalhães, Carmelita Pinheiro da Silva, Francildes Alves de Sousa,
Helcias Pessoa de Luna, Iracema Rosalina de Almeida, Josué Rodrigues de Lemos, Laudicea Batista
Maciel, Lúcia Melo de Souza, Luiza Ana da Paz, Lurildo Cleano Ribeiro Saraiva, Luzinete Alves Gomes,
Márcio Cabral da Cunha Cavalcanti, Maria Nazaré Silva, Marinalva Barboza de Barros, Marinalva
Francisca da Silva, Marli de Souza Melo Alves da Silva, Marta Diana Holanda da Silva, Regina Lúcia de
Oliveira Correia de Souza, Sonia Maria Nunes da Silva, Taciana Maria Santana de Amorim, Terezinha
Rocha de Siqueira e Yone da Silva Rodrigues, concedendo-lhes os respectivos registros;
9.3. considerar ilegal o ato de fls. 76/80, em favor de Maria das Graças Carvalho, negando-lhe o
registro;
9.4. dispensar a Sra. Maria das Graças Carvalho da reposição dos valores indevidamente percebidos,
de boa-fé, com fundamento na Súmula/TCU 249;
9.5. determinar ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/PE que:
9.5.1. com relação aos servidores Márcio Cabral da Cunha Cavalcanti (fls. 71/75), Regina Lúcia de
Oliveira Correia de Souza (fls. 111/115), Josué Rodrigues de Lemos (fls. 41/45) e Marinalva Barbosa de
Barros (fls. 91/95):
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Fui presente: