Você está na página 1de 88

CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

INSTITUTO MÉDIO POLITECNICO

IMEP

DOCENTE: Engo Borges Mate

PARTICIPAR NA CONCEPÇÃO E DESENHO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE


AÇO E DE MADEIRA

FICHA DE APONTAMENTO DO MODULO

2º SEMESTRE

Elemento de Competência:

1. Analisar os documentos do anteprojecto


2. Determinar as características técnicas dos elementos principais e secundários
3. Examinar os dados da obra
4. Determinar a resistência dos elementos da estrutura
5. Determinar as características técnicas dos elementos de montagem
6. Detalhar os elementos da estrutura e montagem
7. Fazer aprovar os resultados da análise

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
1
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Elemento de Competência nº 1: Analisar os documentos do anteprojecto.

Critérios de Desempenho:

 Interpretar a(s) planta(s) preliminar(es).


 Identificar os elementos portantes principais, secundários e não portantes.
 Determinar com exactidão a regulamentação para aplicar.
 Identificar os constrangimentos de realização.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
2
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

1. Analisar os documentos do anteprojecto.

a) Interpretar a(s) planta(s) preliminar(es).

1.0. Introdução

Um elemento muito importante para o desenvolvimento de uma obra eficiente é o projecto


estrutural.
Um projecto estrutural deve conter todas as informações necessárias para executar uma estrutura
que sustente a construção sem nenhum tipo de problema.
Mas na hora de executar o projecto, quais são as principais informações que devemos interpretar
dos desenho e detalhes?
A facilidade para ler e interpretar um projecto estrutural é adquirida com a experiência na
profissão e também varia com a qualidade e complexidade do projecto.
Dependendo do projecto, existem elementos ou detalhes extras, mas em todo projecto estrutural
existem 3 elementos básicos essenciais.
1.0.1. Elementos básicos essenciais

São eles:

 Planta de locação

A planta de locação é um desenho cuja sua função é posicionar as fundações correctamente no


terreno.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
3
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Na planta de locação devem conter as informações sobre as dimensões de todas as fundações,


independentemente do tipo.
As fundações são localizadas por um sistema de coordenadas com linhas de eixo posicionadas
em relação a um ponto de referência do terreno.
Os números presentes nas linhas de eixo representam a distância entre elas e a origem
determinada.
Ler a planta de maneira incorrecta leva a erros na locação da obra, podendo trazer vários
transtornos no decorrer da construção.

 Planta de forma

A planta de forma é uma planta baixa que mostra os elementos estruturais de cada pavimento.

Nela são representados os pilares, vigas, lajes e outros elementos que estejam presentes no
pavimento específico.

Da planta de forma, é possível identificar a posição de cada elemento e suas dimensões para que
seja possível montar as formas da estrutura de forma adequada.
A planta de forma deve estar bem cotada para evitar erros durante a betonagem ou na fixação dos
elementos.

 Detalhamento das armaduras ou dos perfis

Outra parte sempre presente nos projectos estruturais é o detalhamento da armadura ou dos perfis
de todas as peças estruturais.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
4
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Nesses detalhamentos, é possível obter os comprimentos, bitolas e a posição de cada elemento de


cada armadura ou perfil.
Acompanhado dos detalhamentos, também há uma tabela resumo das barras de aço utilizadas e
seus comprimentos parciais, quantidades e comprimentos totais.
Com essa tabela é possível orçar o custo da estrutura e programar a obra nas etapas de montagem
e execução.
Como exemplo, na imagem acima temos escrito acima de uma das barras (linha azul) 1 N3
Ø12.5 C=1042 (2C).
O termo acima significa que há uma barra do tipo N3 que possui as seguintes características:
diâmetro 12,5 mm, comprimento total de 1042cm e posicionada na segunda camada da armadura
superior.

 Considerações finais

Assim entendemos que, para ler um projecto estrutural completamente, é necessário


compreender os elementos presentes no projecto e as informações que podem ser obtidas a partir
deles.
Também é ideal possuir conhecimentos básicos para compreender as ideias por trás da confecção
do projecto.
Dessa forma é possível formar um senso crítico e opinar sobre possíveis melhorias no projecto.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
5
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

1.1. Estruturas de Aço

1.1.1. Definições

Os aços são ligas de ferro que contêm, para melhorar as suas propriedades, elementos como o
carbono, manganês, silício, cromo.

Os aços estruturais são aqueles que, devido a sua resistência, ductilidade, e outras propriedades,
são utilizados em elementos estruturais que suportam e transmitem esforços mecânicos.

1.1.2. Vantagens e desvantagens do aço

1.1.2.1. Vantagens do aço

 A construção em aço permite que todos os elementos estruturais sejam pré-fabricados em


estaleiros, restando apenas a sua montagem no local da obra.
 Tempo de Execução reduzido
 Os elementos de aço podem ser desmontados e substituídos com facilidade, o que permite
reforçar ou alterar facilmente uma dada estrutura, durante ou depois da construção;
 O aço é impermeável à água e aos gases, o que se deve à elevada densidade do material.

1.1.2.2. Desvantagens do aço

 A necessidade de protecção dos elementos estruturais contra incêndios;


 Custos de manutenção relacionados com a protecção dos elementos contra a corrosão
excessiva.

1.1.3. Exemplos de Estruturas de Aço

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
6
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

1.2. Definição da madeira

A madeira é um produto vegetal extraído do caule das árvores, tradicionalmente aplicada em


edificações como material de telhados, esquadrias ou pisos, encontrando ainda aplicações na
fabricação de móveis, instrumentos musicais, embarcações e inúmeros artefactos.

1.2.1. Vantagens
 Material que resiste simultaneamente a esforços de tração, compressão, flexão, torção e
cisalhamento, com menor massa específica que outros materiais.
 Pode ser produzida em peças de grandes dimensões estruturais que rapidamente se
desdobram em peças menores.
 Pode ser trabalhada com ferramentas simples e ser reempregada.
 Apresenta boas características de isolamento térmico e acústico.
1.2.2. Desvantagens
 É material anisotrópico, heterogéneo e higroscópico, características que são próprias de
sua constituição orgânica, fibrosa e orientada.
 É vulnerável a microrganismos e sua durabilidade é limitada, caso não seja submetida a
processos de impermeabilização e impregnação de substâncias inseticidas.
 É mais sensível à variação de temperatura que outros materiais de mesma aplicação,
assim como também é mais suscetível a absorver umidade.
 Apresenta-se sob formas limitadas: alongadas e de seção reta transversal reduzida.
 É um material de produção demorada e, se explorada irracionalmente, compromete a
fauna, a flora e toda a vida no planeta.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
7
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

1.2.3. Dimensões das peças de madeira aparelhadas e respectivas seções

1.3. Definições gerais

1.3.1. Dono da obra

Pessoa colectiva que manda elaborar o projecto.

1.3.2. Autor do projecto

Empresa, técnico ou grupo de técnicos que è contratada com o dono da obra a elaboração do
projecto.

1.3.3. Projecto geral

Documento que define as características impostas pela função especifica da obra e no qual se
integram os projectos das especialidades que o condicionam ou por ele são condicionados.

1.3.4. Projecto de remodelação

Projecto com base numa obra existente e tendo em vista introduzir alterações de estruturas ou de
utilização.

1.3.5. Projecto de ampliação

Projecto de remodelação, no qual a capacidade de utilização sofre acréscimos.

1.3.6. Projecto de arquitectura de interiores

Projecto que tem por objectivos criação do um ambiente ca definição de revestimentos,


decoração, mobiliário e outro equipamento complementar.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
8
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

1.3.7. Projecto de instalações

Projecto que tem por objectivo o traçado e o dimensionamento das redes de canalizações de
condutores de energia eléctrica, incluindo acessórios aparelhagem de manobra e protecção
indispensáveis ao funcionamento do equipamento da obra.

1.3.8. Equipamento

Conjunto de máquinas, utensílios, mobiliário e dispositivos de utilização indispensáveis a


satisfação das exigências funcionais da obra.

1.3.9. Programa preliminar

Documento fornecido pelo dono da obra ao autor do projecto para definição dos objectivos,
caracteres ticas orgânicas e funcionais condicionamentos financeiros da obra, bem como dos
respectivos custos e prazos de execução observar;

1.3.10. Programa base

Documento elaborado pelo autor do projecto a partir do programa preliminar, resultando da


particularização deste, da verificação da sua viabilidade e do estudo das soluções alternativas,
eventualmente mais favoráveis ou mais ajustadas as condições locais do que a anunciada no
programa preliminar, e que, depois de aprovado pelo dono da obra, serve de base ao
desenvolvimento das fases posteriores do projecto.

1.3.11. Anteprojecto

Desenvolvimento pelo autor do projecto, do estudo prévio aprovado pelo dono da obra,
destinado a esclarecer os aspectos da solução proposta que possam dar lugar duvidas, a
apresentar com maior grau de pormenor alternativas de soluções de soluções difíceis de definir
no estudo prévio, e de um modo geral, assentar em definitivo as bases a que deve obedecer a
continuação do estudo sob forma de projecto de execução.

1.3.12. Projecto (projecto de execução)

Documento elaborado pelo autor do projecto, a partir do estudo prévio ou do anteprojecto


aprovado pelo dono da obra, destinado a constituir, juntamente com o programa de concurso o

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
9
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

caderno de encargos, o processo a apresentara concurso para adjudicação da empreitada ou do


fornecimento e a facultar todos os elementos necessário a boa execução dos trabalhos.

1.3.13. Assistência técnica

Serviços complementares da elaboração do projecto, a prestar pelo seu autor ao dono da obra
durante a preparação do concurso para adjudicação da empreitada, a apreciação das pro postas e
a execução da obra, visando a correta interpretação do projecto, a selecção dos concorrentes e a
realização da obra segundo as prescrições do caderno de encargos.

1.4. Fases do projecto

O projecto desenvolver-se-á de acordo com as seguintes fases, algumas das quais poderão ser
suprimidas na sua apresentação formal, por acordo entre o dono da obra e o autor do projecto:

 Programa preliminar;
 Programa base;
 Estudo prévio;
 Projecto base e;
 Projecto de execução.

1.5. Anteprojecto ou projecto base

O anteprojecto ou projecto base será constituído por peças escritas, peças desenhadas e outros
elementos que permitam a conveniente definição e dimensionamento da obra e ainda o
indispensável esclarecimento do modo da sua execução.

No caso de o contrato não especificar as condições de apresentação do projecto base, o autor do


projecto deverá apresentar à aprovação do dono da obra, os seguintes elementos:

Pecas desenhadas, a escalas conveniente, e outros elementos gráficos que explicitem a


planimetria e a altimetria das diferentes partes componentes da obra e fixem com rigor, o
dimensionamento;

Peças escritas que descrevam e justifiquem as soluções adoptadas; incluindo capítulos


especialmente destinados a cada um dos objectivos especificados para o projecto base;

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
10
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Descrição dos sistemas e dos processos de construção previstos para execução da obra e das
características técnicas e funcionais dos materiais, elementos de construção e equipamento;

Avaliação das quantidades de trabalho a realizar e respectivos mapas;

Orçamento preliminar da obra;

Programa de trabalhos, indicando suas operações consideradas vinculantes no plano a apresentar


pelo empreiteiro.

1.6. Projecto

1.6.1. O projecto de execução, ou simplesmente projecto, será apresentado por forma a constituir
um conjunto coordenado das informações escritas e desenhadas de fácil e inequívoca
interpretação por parte das entidades intervenientes na execução da obra.

1.6.2. Caso as outras condições não estiverem fixadas no contrato, o projeto de execução incluirá
as seguintes peças:

 Memória descritiva e justificativa;


 Cálculos relativos as diferentes partes da obra;
 Medições dando a indicação da quantidade e qualidade dos trabalhos necessários para a
execução da obra;
 Orçamento;
 Pecas desenhadas de acordo com o estabelecido para cada tipo de obra ;
 Condições técnicas.

b) Identificar os elementos portantes principais, secundários e não portantes.

2. Demostração

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
11
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

2.1. Plano passo a passo:

2.1.1. Obtenha definições e premissas de projecto

 Entenda as necessidades do cliente;


 Elabore um desenho arquitectónico ilustrativo para aprovação junto ao cliente.
2.1.2. Desenhe os diagramas de corpo livre da estrutura
 Defina os tipos de vinculação (Engastamento, Rotulação, apoios simples, etc)
 Defina os deslocamentos máximos (flechas actuantes) máximas para cada barra
 Defina os esforços actuantes sobre as superfícies
 Defina os esforços actuantes sobre cada barra (Cargas axiais, cisalhamento, Momento
Flector e torção)
 Defina as reacções nas bases.

2.1.3. Dimensione cada barra conforme os esforços solicitantes

Verifique cada barra conforme o esforço actuante

Verifique se os deslocamentos máximos estão dentro dos limites

2.1.4. Elabore a lista de materiais e o desenho de detalhamento

Passo 1

Entenda as necessidades do cliente

 Quais as dimensões da construção?


 Qual será a utilização da construção?
 Onde fica a obra?
 Em quanto tempo a obra precisa estar pronta?

Respostas do Cliente:

Preciso de uma estrutura de 6m x 10m, para servir de escritório em minha oficina mecânica. O
pé direito livre deve ser de no mínimo 2,70m e o vão de 6m não pode ter pilares intermediários.
No máximo 20dias.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
12
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Elabore um desenho arquitectónico para ilustrar

Passo 2: Desenhe os diagramas de corpo livre

c) Determinar com exactidão a regulamentação para aplicar.

Para determinar com exactidão a regulamentação a aplicar deve recorrer – se ao REBAP, REAE,
RSA, Tabelas técnicas, euro códigos, etc. são os regulamentos que até alguns nos permitem
quantificar as acções e cargas, que por regra já estão quantificados nos regulamentos para cada
situação de solicitação e utilização.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
13
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

d) Identificar os constrangimentos de realização.

Antes de se começar a conceber o projecto e recrutar os intervenientes, há que fazer a observação


de alguns aspectos que condicionam o projecto. A existência de um conjunto de problemas e
situações a que se tem de estar atentos desde o início.

Se não tiver um período de tempo previamente fixado para a realização de um projecto


certamente que podera se relaxar o controle de execução das tarefas, escolher equipamentos
menos sofisticados e pessoal menos preparado; podera se definir elevados padrões de qualidade e
atingi-los, mesmo que tal comporte custos elevadíssimos.

Se nada se disser ao «núcleo duro» do projecto sobre a qualidade do resultado do projecto todos
admitirão que deverá ser o mais elevado possível , estando esse limite apenas condicionado pelo
desenvolvimento científico e tecnológico. Quase tudo é possível de imaginar e conceber
gastando-se mais ou menos tempo, custando mais ou menos dinheiro. Se não tiver um orçamento
a cumprir podera se atingir uma maior qualidade e encurtar tempos de execução contratando
mais especialistas e trabalhadores, adquirindo serviços altamente especializados, comprando
máquinas e equipamentos que sejam a última inovação.

Os projectos estão sujeitos a um conjunto de constrangimentos externos que têm de ser


observados cuidadosamente. Frequentemente um projecto tem à partida um tempo máximo para
a sua realização. Com tempo fixado formal ou informalmente existem tempos máximos de
execução do projecto.

Os aspectos económicos de um projecto são habitualmente definidos desde o primeiro momento,


através da atribuição de um custo máximo para a sua execução.

A qualidade do projecto nem sempre é previamente definida, admitindo-se quase


simbolicamente, que é a melhor. Fica por esclarecer se é a melhor tendo em conta o actual
desenvolvimento técnico-científico e os conhecimentos existentes a nível mundial ou se é a que
mais satisfaz o cliente por corresponder à sua concepção prévia. Fica por esclarecer se aquela
deve ser entendida em termos absolutos ou deve ser relativizada no contexto do custo máximo
definido e do tempo disponível. Mas em alguns casos também pode haver a prévia fixação de
alguns parâmetros de qualidade: o novo carro tem de atingir a velocidade de x quilómetros com

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
14
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

um consumo de gasolina de y, a barragem tem que criar uma albufeira de x dimensão, a casa tem
de ter estas e aquelas características, a carta educativa tem de conter estas e aquelas peças
escritas e cartografadas e dar respostas a perguntas previamente enunciadas. Explicita ou
implicitamente há uma qualidade mínima a atingir. Estes três primeiros elementos exigem a
procura do ponto de equilíbrio possível. É possível um projecto condicionado pelo tempo
máximo Tmax, pelo custo máximo Cmax e obedecendo a padrões de qualidade que respeitem o
mínimo exigido Qmin. É necessária a optimização de

Esta triangulação de condições (tempo, custo, qualidade), esta necessidade de optimização é


habitualmente representada pelo triângulo dos problemas a resolver ou triângulo do
planeamento:

Que características é que o projecto deve apresentar para que esse ponto de equilíbrio seja
atingido ou respeitado?

O projecto ter um destinatário – um cliente, em sentido lato – e este pode (deve) ter uma
concepção do produto final, do resultado que pretende ver contemplado.

As boas relações com os clientes é um aspecto também a ter em conta desde o início do projecto.
Estas boas relações podem traduzir-se em muita coisa. Pode ser garantir que o resultado do
projecto corresponde ao que o cliente pretendia.

Pode ser encontrar formas burocráticas ou operacionais de o projecto ser periodicamente


acompanhado ou fiscalizado pela entidade adquirente. Pode ser o núcleo duro do projecto conter

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
15
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

uma determinada personalidade que o cliente considere particularmente competente,


transmitindo-lhe confiança quanto aos resultados.

Mas, provavelmente, o decisivo é a experiência acumulada e os conhecimento de gestão de


projectos de toda a direcção do projecto. É na consideração de todos estes elementos e na
procura das soluções mais adequadas que, em grande medida, pode-se testar as qualidades do
gestor de projecto.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
16
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Elemento de Competência nº 2: Determinar as características técnicas dos elementos


principais e secundários.

Critérios de Desempenho:

 Calcular as forças e cargas existentes com exactidão.


 Analisar as reacções estruturais com exactidão.
 Escolher adequadamente a forma dos elementos da estrutura.
 Calcular as dimensões dos elementos com exactidão.
 Determinar o número de elementos de estrutura com exactidão.
 Utilizar adequadamente o programa informático (software) de CAD.
 Fazer validar os cálculos.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
17
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

2. Determinar as características técnicas dos elementos principais e secundários.

a) Calcular as forças e cargas existentes com exactidão.

2.1.1. Forças
As forças mais conhecidas são os pesos, que tem sempre sentido vertical para baixo, como por
exemplo, o peso próprio de uma viga, ou o peso de uma laje sobre esta mesma viga.
A força é uma grandeza vectorial que necessita para sua definição, além da intensidade, da
direcção, do sentido e também da indicação do ponto de aplicação.

Duas ou mais forças constituem um sistema de forças, sendo que cada uma delas é chamada de
componente. Todo sistema de forças pode ser substituído por uma única força chamada
resultante, que produz o mesmo efeito das componentes.

Sendo dada uma força F num plano ―xy‖, é possível decompô-la em duas outras forças Fx e Fy,
como no exemplo abaixo:

Da trigonometria sabemos que:

Então, para o exemplo acima, temos:

portanto:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
18
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exemplo 1: Calcular as componentes horizontais e vertical da força de 200N aplicada na viga


conforme figura a baixo.

2.1.2. Equilíbrio
Para que um corpo esteja em equilíbrio é necessário que o somatório das forças actuantes e o
somatório dos momentos em relação a um ponto qualquer seja nulo.

Exemplo 2: Calcular a carga nos cabos que sustentam o peso de 4 kN, como indicado nas
figuras:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
19
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

2.1.3. Determinação de esforços para o cálculo de elementos estruturais


 Identificar os elementos estruturais no projecto;
 Identificar os tipos de solicitações

Exemplo 3: Defina as cargas actuantes sobre a superfície, sabendo que o projecto é para um
escritório de uma oficina, e a sua estrutura é metálica e será também constituído de seguintes
materiais:

 Cerâmica + Painel Wall


 Contrapiso

A distância entre Vigas: 1,20m nos alçados laterais

A distância entre as vigas: 2,50m no alçado principal e posterior

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
20
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

b) Analisar as reacções estruturais com exactidão.

2.2. Sistemas articulados planos

Nos sistemas articulados planos, as barras que encontram – se dispostas essencialmente num
mesmo plano.

Duas hipóteses simplificativas:

As barras comportam – se como se estivessem articuladas nos nós;

O sistema considera – se carregado apenas nos nós.

Esforços nas barras

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
21
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Método dos nós

Exemplo 1: Considere a estrutura articulada plana representada na figura. Todas as barras são
constituídas por perfis cuja secção transversal apresenta uma área de 10 cm2.

Material constituinte das barras: Aço E = 200 GPa

a) Determine as reacções nos apoios;

b) Determine os esforços instalados em todas as barras.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
22
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exemplo 2: A estrutura representada na figura abaixo representa um suporte que está sujeito a
uma força F=75kN. A escora BC é de madeira com secção quadrada e a tirante AC de aço com
secção circular.

a) Determine os esforços na escora e no tirante.

Exercícios de aplicação

1. Considere a estrutura articulada plana representada na figura abaixo. Material constituinte das
barras: Aço E = 210 GPa.

a) Determine as reacções nos apoios;

b) Determine os esforços instalados em todas as barras;

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
23
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

2. Considere a estrutura articulada plana representada na figura. Todas as barras são constituídas
por perfis cuja secção transversal apresenta uma área de 8 cm2. Material constituinte das barras:
Aço E = 200 GPa.

a) Determine os esforços instalados em todas as barras;

b) Determine os esforços instalados em todas as barras.

3. Calcule as reacções e os esforços nas barras da estrutura representada na figura.

4. Calcule as reacções e os esforços nas barras da estrutura representada na figura.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
24
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

c) Escolher adequadamente a forma dos elementos da estrutura.

Para escolher adequadamente a forma dos elementos da estrutura é fundamental avaliar cada
projecto especificamente e analisar que sistema de uniões acomoda – se da melhor maneira aos
requisitos estruturais e estéticos.

Nas construções, as peças componentes da estrutura devem ter geometria adequada e definida
para resistirem às acções impostas sobre elas.

―Um pilar metálico de uma estrutura tem resistência para suportar as cargas transmitidas das
vigas‖. ―A Laje de um edifício tem resistência adequada para suportar as pressões dos utentes‖.

Se o material não resistir às acções e romper, diz-se que ele atingiu um estado limite último, no
caso, por ruptura.

Um piso de um edifício deve ser rígido para evitar um deslocamento excessivo, que poderá
provocar, em alguns casos fissuras no teto, tornando-o inadequado ao seu aspecto funcional.

Os elementos de uma treliça devem ter uma rigidez que a impeça de sofrer deformações
excessivas.

Se as peças ou a estrutura tiverem deslocamentos ou deformações excessivas, diz-se que a


estrutura atingiu um estado limite de utilização.

Um Elemento de uma estrutura pode ter características geométricas tais que atingirá um estado
limite por perda de estabilidade (flambagem).

Em síntese, a selecção dos materiais de uma estrutura baseia se em três factores:

 Resistência;
 Rigidez; e
 Estabilidade.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
25
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

d) Calcular as dimensões dos elementos com exactidão.

2.4.1. Tensão e deformação


Tensão é ao resultado da acção de cargas externas sobre uma unidade de área da seção analisada
na peça, componente mecânico ou estrutural submetido à solicitações mecânicas.

A direcção da tensão depende do tipo de solicitação, ou seja da direcção das cargas actuantes. As
tensões provocadas por tracção compressão e flexão ocorrem na direcção normal (perpendicular)
à área de seção transversal e por isso são chamadas de tensões normais, representadas pela letra
grega sigma ( ). As tensões provocadas por torção e cisalhamento atuam na direcção tangencial
a área de seção transversal, e assim chamadas de tensões tangenciais ou cisalhantes, e
representadas pela letra grega tau ( ).

2.4.1.1.Tensão Normal

A carga normal F, que atua na peça, origina nesta, uma tensão normal ― ‖ (sigma), que é
determinada através da relação entre a intensidade da carga aplicada ―F‖, e a área de seção
transversal da peça ―A‖.

No Sistema Internacional, a força é expressa em Newtons (N), a área em metros quadrados (m²).
A tensão (s) será expressa, então, em N/m², unidade que é denominada Pascal (Pa).

Na prática, o Pascal torna-se uma medida muito pequena para tensão, então usa-se múltiplos
desta unidade, que são o quilopascal (KPa), megapascal (MPa) e o gigapascal (Gpa).

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
26
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exemplo 1:Uma barra de seção circular com 50 mm de diâmetro, é traccionada por uma carga
normal de 36kN. Determine a tensão normal actuante na barra.

Força normal:

F = 36kN= 36000N

Cálculo da área de secção circular:

A = 3,14 ·25= 1963,5mm2

2.4.2. Diagrama Tensão X Deformação


Na tensão e deformação é necessário conhecer o comportamento dos materiais quando
submetidos a carregamentos. Para obtermos estas informações, é feito um ensaio mecânico numa
amostra da material chamada de corpo de prova (CP). Neste ensaio, são medidas a área de secção
transversal ―A‖ do corpo de prova e a distância ―L‖ entre dois pontos marcados neste.

A deformação longitudinal de um material é definida como:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
27
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

2.4.3. Lei de Hooke

No trecho inicial do diagrama da figura acima, a tensão s é directamente proporcional à


deformação. Essa relação é conhecida como Lei de Hooke, e se deve ao matemático inglês
Robert Hooke. O coeficiente E é chamado módulo de elasticidade ou módulo de Young, que é
determinado pela força de atracção entre átomos dos materiais, isto é, quando maior a atracção
entre átomos, maior o seu módulo de elasticidade.

Como sabemos que:

ou

Podemos escrever a seguinte relação para o alongamento (∆l):

Se N tiver sentido oposto ao da Figura acima ter-se-ia compressão na barra.

Portanto se: N > 0; σ > 0 trata – se de Tracção

N <0; σ <0 trata – se de Compressão

Onde E é uma constante de proporcionalidade conhecida como módulo de elasticidade do


material.

Alguns valores de E:

Aço: 2 100 000Kgf/cm2 =210 000MPa

Madeira: 100 000Kgf/cm2 = 10 000MPa

Betão: 200 000Kgf/cm2 =20 000MPa


Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
28
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exemplo 2: Uma barra de alumínio possui uma secção transversal quadrada com 60 mm de lado,
o seu comprimento é de 0,8m. A carga axial aplicada na barra é de 30 kN. Determine o seu
alongamento. E = 70 MPa.

Exercício 1: A estrutura representada na figura abaixo representa um suporte que está sujeito a
uma força F=75kN. A escora BC é de madeira com secção quadrada e a tirante AC de aço com
secção circular. Sabendo que σadmaço=140Mpa σadmmad=6Mpa Eaço= 2x105 Mpa Emad=2x104Mpa:

a) Determinar as dimensões da secção transversal dos elementos da estrutura Aço.

b) Determinar as dimensões da secção transversal dos elementos da estrutura da Madeira.

Exercício 2: Considere a estrutura representada na figura abaixo constituída por elementos de


aço e madeira sendo de madeira todos elementos comprimidos e de aço todos traccionados

a) Determinar os esforços nas barras 1 ; 5 e 11.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
29
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

b) Determine as dimensões das secções transversais desses elementos sabendo que as


tensões de aço e de madeira são respectivamente 160MPa e 6MPa

c) Determinar o alongamento dos mesmos elementos sabendo que o módulo de elasticidade


do aço é de 3x106Kpa e da madeira 2x107Kpa.

e) Determinar o número de elementos de estrutura com exactidão.

A determinação exacta do número de elementos de estrutura depende do projecto a ser


executado, e do dimensionamento dos elementos estruturais que o projecto contem e seguir o seu
dimensionamento usando as normas estipulados no regulamento.

f) Utilizar adequadamente o programa informático (software) de CAD.

Para a materialização do projecto dos desenhos arquitectónicos vamos recorrer ao programa


informático com recurso ao software de desenho neste caso pode – se recorrer ao CAD E
ArqCAD.

g) Fazer validar os cálculos

Para validar os cálculos vamos recorrer aos regulamentos.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
30
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Elemento de Competência nº 3: Examinar os dados da obra.

Critérios de Desempenho:

 Listar os dados dos materiais utilizados.


 Listar as dimensões dos elementos estruturais da obra.
 Listar os dados dos esforços e momentos.
 Identificar os pontos estratégicos da obra.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
31
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

3. Examinar os dados da obra.

a) Listar os dados dos materiais utilizados.

Os materiais utilizados nas estruturas de madeira e aço é a própria madeira e o próprio aço os que
caracterizam os materiais é o tipo de estrutura que será utilizado para poder os diferenciar vária
de natureza do projecto e do seu dimensionamento da estrutura a empregar no projecto para a
definição dos perfis.

b) Listar as dimensões dos elementos estruturais da obra.

Para listar as dimensões dos elementos estruturais da obra devemos fazer o projecto estrutural.

O Projecto Estrutural faz parte do conjunto de projectos complementares essenciais para


construção; nele são representados e dimensionados os elementos estruturais, como vigas,
pilares, lajes e demais componentes responsáveis pela sustentação da edificação.

A elaboração do Projecto Estrutural deve se comunicar com o Projecto Arquitectónico e demais


projectos complementares, como o Projecto Hidros sanitário e Projecto Eléctrico, pois pode fazer
com que alguns elementos destes projectos sofram modificações durante a etapa de
compatibilização.

Preferencialmente o sistema estrutural a ser utilizado deve ser decidido na etapa de planeamento
do Projecto Arquitectónico, a fim de prever soluções já compatíveis com o sistema adoptado.

Apesar de serem projectos distintos, é comum que o Projecto de Fundação seja considerado uma
parte do Projecto Estrutural, visto que são interdependentes, principalmente em relação à posição
dos pilares e blocos de coroamento.

Caso sejam elaborados separadamente, o projectista estrutural responsável pelo projecto assume
que a edificação será construída sobre terreno estável com resistência suficiente para suportar as
cargas indicadas e que o posicionamento de todos elementos arquitectónicos e estruturais serão
mantidos, sendo necessário fazer os devidos ajustes se houver alterações em qualquer projecto.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
32
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Etapas do Projecto Estrutural

O Projecto Estrutural é dividido em etapas distintas a fim de optimizar o processo de elaboração.


Cada etapa é de extrema importância e deve sempre ser revisada antes que uma nova etapa seja
iniciada, evitando assim retrabalho.

Escolha do Sistema Construtivo

O Sistema Construtivo, idealmente, deve ser pensado durante a concepção do Projecto


Arquitectónico, para evitar que sejam necessárias modificações no projecto original, por
exemplo, para escolha de pilares e vigas.

Lançamento

Nesta etapa que se concentra o maior esforço do projectista e quando este pode realmente fazer a
diferença no custo da obra. Para o lançamento dos Elementos Estruturais o projectista deverá
buscar a melhor solução e avaliar o impacto na segurança, funcionalidade e economia de cada
decisão.

Dimensionamento

Na etapa de dimensionamento é feito o cálculo da estrutura, considerando todas cargas que


actuarão na edificação durante sua vida útil. O processo de dimensionamento é iterativo, pois
para cada mudança realizada a estrutura deve ser recalculada com as novas dimensões para que
seja considerado a influência nos demais elementos. Ao fim deste processo são definidas as
dimensões dos elementos estruturais.

Optimização

Apesar de ser um processo opcional, bons projectos precisam ser optimizados diversas vezes
antes da entrega final. Em função da grande quantidade de variáveis em um projecto estrutural,
dificilmente a ―estrutura ideal‖ é alcançada na primeira tentativa.

Compatibilização

Após definição da estrutura, é necessário realizar a compatibilização com o Projecto


Arquitectónico e outros Projectos Complementares. O projecto a ser modificado varia de acordo

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
33
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

com o tipo de problema encontrado, normalmente sendo realizadas no Projecto Hidrosanitário e


Projecto Eléctrico, por apresentarem maior maleabilidade e menor impacto nos elementos.

Detalhamento

Após definida a estrutura final, é necessário registar as informações do projecto para que o
construtor possa executá-lo. Para isso são criadas as pranchas de detalhamento, plantas de cargas
e formas, entre outros documentos.

c) Listar os dados dos esforços e momentos.

Elementos do Projecto Estrutural

Os elementos do Projecto Estrutural têm como objectivo passar a informação para o responsável
pela execução da obra e para elaboração dos demais projectos, por isso, é importante que sejam
bem elaborados e claros o suficiente para que não haja dúvidas e nem necessidade de dedução no
canteiro de obras.

Planta de Cargas

A Planta de Cargas é utilizada para o dimensionamento dos elementos da fundação. Nela estão
representadas as cargas originadas de toda a edificação, juntamente com a localização dos pilares
que irão transferir essas cargas para a fundação.

Planta de Formas

Na Planta de Formas são representas as formas que serão utilizadas para receber os materiais de
aço, madeira ou betão.

Detalhamento dos Elementos Estruturais

Deve ser feito os detalhamentos das vigas, lajes e pilares, representando suas dimensões.

Memorial Descritivo

No memorial descritivo são detalhadas todas informações relevantes para caracterização e


execução do empreendimento, como:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
34
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

 Referências Normativas;
 Identificação dos responsáveis técnicos;
 Processos executivos;
 Especificação de materiais, equipamentos e insumos;
 Características construtivas;
 Expectativa sobre o comportamento e uso;
 Identificação dos responsáveis técnicos;
 Plano de betonagem;
 Quantitativos de materiais;
 Orçamentos;
 Objectivos.

Memorial de Cálculo

No memorial de cálculo são descritos todas informações e processos utilizados para o cálculo da
estrutura, como:

 Referências Normativas;
 Identificação dos responsáveis técnicos;
 Premissas do Projecto;
 Exposição ambiental da edificação;
 Agentes e processos de degradação actuantes;
 Vida útil prevista.

Exercício 1: pretende – se construir uma oficina mecânica apresentada nas figuras abaixo, cujo

as dimensões dos seus elementos são: a separação das vigas na direcção principal é de 2,5m e na

direcção lateral a separação é de 1,20m

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
35
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

a) Para a construção da oficina mecânica apresentada na figura acima apresentar em forma de

tabela a lista e as quantidades dos materiais necessários para a construção da oficina.

b) A partir da mesma oficina mecânica, escolher um elemento vertical e apresentar o desenho

com todas suas dimensões da secção transversal a sua escolha considerando que se trata de

um perfil I..

c) Apresentar o sistema estático de uma viga a sua escolha e apresentar as cargas que nela

actuam.

d) Apresentar o traçado dos diagramas dos esforços internos (M, T e N) do elemento estrutural

apresentado na alínea c).

d) Identificar os pontos estratégicos da obra.

O planeamento de obras é o primeiro passo para a definição e organização do projecto. Nele, são
definidas etapas e fases da obra, é a combinação de diversas actividades fundamentais, como
orçamento, cronograma e o posterior controlo das obras. Assim, podemos definir o planeamento
de obra como um guia.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
36
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

A partir de suas informações, é possível fazer estimativas, obter previsões e identificar impactos,
além de ter uma visão geral do projecto. Para que todos esses benefícios sejam obtidos, no
entanto, a construção do planeamento deve ser feita de forma estratégica por meio de alguns
elementos específicos.

Para realizar um bom planeamento estratégico, o primeiro passo deve ser compreender quais são
os resultados esperados pela empresa. Compreender o que a empresa está projectando como
objectivos para seus empreendimentos permite que as equipes possam esboçar e detalhar o ritmo
que a obra deve ter, os prazos de entrega de cada etapa, os possíveis pontos críticos e mapear as
soluções que vão permitir o cumprimento do plano. Alguns exemplos de pontos que podem ser
mapeados neste sentido são novos métodos construtivos que agilizem processos, quantidade de
pessoas necessária para o avanço, quais equipamentos serão utilizados etc.

Além disso, outro aspecto muito importante da realização de um bom planeamento de obras é a
previsibilidade. No detalhamento do planeamento, é possível prever possíveis gargalos e
preparar o gestor e sua equipe para lidar com eles, além de contar com esse tempo gerando um
prazo um pouco maior para a entrega de cada etapa onde houver essa possibilidade.

É muito importante compreender que somente se basear em um bom planeamento inicial, mesmo
que ele esteja realmente muito bem feito, não soluciona toda a obra. Revisões periódicas deste
plano inicial — em frequência a ser definida pela sua empresa — devem ser visando identificar
os gargalos, pontos críticos e correcções que devem ser feitas naquele desenho inicial para
executar a obra da forma mais adequada possível ao cronograma.

A construção de um planeamento de obra estratégico depende de elementos que são a base para o
alinhamento das necessidades e expectativas do projecto, combinadas com a efectividade de cada
acção.

Elementos bases para a criação de um planeamento de obras estratégico.

Levantamento das actividades que serão realizadas

Para saber o tempo e os materiais que serão necessários em cada fase, primeiro é preciso levantar
quais actividades serão realizadas naquele projecto. Essa identificação costuma ser feita por meio

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
37
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

de uma EAP (Estrutura Analítica do Projecto) de Planeamento, que nada mais é do que uma lista
de todas as actividades e subactividades que serão realizadas na obra.

Definição de tempo médio de cada actividade

O sucesso de um planeamento de obra depende da elaboração correta das actividades e do tempo


necessário em cada fase. A definição do tempo médio de cada actividade pode causar muitas
falhas de planeamento, pois nem sempre o profissional tem conhecimento sobre essas
informações. E não só isso, imprevistos pode impactar essa definição.

Identificação de dependência entre as actividades

A hierarquia é uma sinalização de qual actividade vem antes ou depois que outra, qual depende
obrigatoriamente da anterior, e assim por diante. Essas informações vão impactar directamente
no cronograma, que será construído com base nos prazos de entrega de cada actividade.

Desenvolvimento do cronograma de obras

As informações que foram listadas anteriormente serão utilizadas na construção do cronograma


de obras. Nesta fase, deve-se definir quais são as actividades que serão realizadas e qual o tempo
necessário para cada uma delas.

Junto ao cronograma, é possível listar quais materiais, projectos e equipamentos serão


necessários em cada fase, possibilitando a criação também de um cronograma de médio prazo
com as principais tarefas. Assim, o gestor de obras tem mais uma fonte de informação na hora de
organizar suas tarefas directamente no canteiro.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
38
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Elemento de Competência nº 4: Determinar a resistência dos elementos da estrutura.

Critérios de Desempenho:

a) Utilizar adequadamente os códigos dos materiais.

b) Consultar as pessoas-recurso adequadas apropriadas.

c) Determinar os pontos fracos (pontos de falha) de maneira completa e precisa.

d) Descrever brevemente as fissuras.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
39
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

4. Determinar a resistência dos elementos da estrutura.

a) Utilizar adequadamente os códigos dos materiais.

4.1.1. Dimensionamento

O dimensionamento é a determinação das dimensões das peças. Para tanto é preciso fixar, para
cada material, a tensão máxima que pode ser atingida, mantendo condições de segurança, quando
da aplicação de esforços. Esta tensão recebe o nome de tensão admissível σ adm.

A relação entre a tensão máxima que o material poderia suportar e a tensão admissível é definida
como coeficiente de segurança (γ):

4.1.1.1.Coeficiente de segurança e dimensionamento

O coeficiente de segurança deve cobrir as falhas existentes nas suposições de cálculo; nas
variações involuntárias dos materiais e os excessos excepcionais das cargas previstas.

O dimensionamento no caso de esforço axial de tracção ou de compressão é a determinação da


área da seção transversal (A) de modo que:

Onde:

Σ – é a tensão actuante

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
40
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

4.1.2. Barras submetidas a forca axial de tracção


4.1.2.1.Condição de segurança

A condição de segurança para barras metálicas traccionadas, em função do estado limite último,
é definida por:

Onde:

Nt, Sd – é a forca axial de tracção solicitante de cálculo, obtida pelo envoltório do estado limite
´ultimo em sua combinação de acções mais desfavorável, sejam elas, normal, especial ou
excepcional;

Nt, Rd – é a forca axial de tracção resistente de cálculo, determinada de acordo com as secções a
seguir.

4.1.2.2.Limitação do índice de esbeltez

Antes de iniciar o cálculo propriamente dito da forca axial resistente de cálculo, deve-se verificar
se as barras atendem ao requisito mínimo quanto ao índice de esbeltez.

Figura : Eixo na seção transversal, o eixo z é sempre definido como no sentido longitudinal da
barra (saindo do plano da figura).

Essa limitação não é uma restrição, porem recomenda-se que o índice de esbeltez das barras
traccionadas, tomado como a maior relação entre o comprimento destravado e o raio de giração
correspondente (Lb/r), exceptuando-se tirantes de barras redondas pré-tencionadas ou outras
barras que tenham sido montadas com pretensão, não supere 300. Essa verificação deve ser feita
para ambas as direcções cartesianas da secção transversal, ou seja:
Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
41
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Onde:

Lb,x – o comprimento destravado na direcção x (medido no plano X-Z);

Lb, y – o comprimento destravado na direcção y (medido no plano Y-Z);

rx – o raio de giração em torno de x (sem usar a regra da mão direita, na direcção y);

ry – o raio de giração em torno de y (sem usar a regra da mão direita, na direcção x);

O raio de giração é definido como:

Onde:

Ix ou Iy – as inércias.

Ag – a área bruta da secção transversal

Nota bem: Se o comprimento destravado é medido na direcção x, plano X-Z, Lb,x, o raio de
giração deve ser tomado em torno do eixo y, ry.

Um ponto de contenção lateral pode ser uma união de um elemento contra ventado devidamente
ligado a uma subestrutura de contraventamento.

Recomenda-se que perfis ou chapas, separados uns dos outros por uma distância igual á
espessura de chapas espaçadores, formando assim uma secção transversal composta, sejam
interligados através dessas chapas espaçadoras de modo que o maior índice de esbeltez de
qualquer perfil ou chapa, entre essas ligações, não ultrapasse 300. A figura abaixo exemplifica,
sendo l a distancia entre essas chapas espaçadoras e r o mínimo raio de giração da secção

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
42
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

transversal dentre os perfis que formam a composição, de maneira a relação l/r sempre resulte em
um valor máximo possível, ou seja, máximo l admissível e mínimo r existente.

4.1.2.3.Força axial de tracção resistente de cálculo - Nt,Rd

A força axial de tracção resistente de cálculo, Nt,Rd, a ser usada no dimensionamento, excepto
para barras redondas com extremidades rosqueadas e barras ligadas por pinos, é o menor dos
valores obtidos, considerando-se os seguintes estados limites últimos:

4.1.2.3.1. Escoamento da secção bruta (ESB)

4.1.2.3.2. Ruptura da secção líquida (RSL)

4.1.2.3.3. Ruptura da secção líquida (RSLC) por cisalhamento – Pinos

Essa verificação é somente aplicada a barras de quaisquer secções transversais com ligações nas
extremidades feitas através de pinos.

Onde:

Ag – é a área bruta da secção transversal;


Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
43
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Ae – é a área líquida efectiva da secção transversal, determinada nas regiões de furacão;

Asf – é a área de cisalhamento da chapa ligada por pino;

Ct – é o coeficiente de redução da área nominal;

fy - é a tensão de resistência ao escoamento do aço;

fu –é a tensão de resistência a ruptura do aço ou resistência ultima.

– Representa o coeficiente de ponderação da resistência relacionado ao escoamento, sendo


este igual a 1,1.

– Representa o coeficiente de ponderação da resistência relacionado à ruptura, sendo este


igual a 1,35.

Forca axial de tracção resistente de calculo - (NRD)

No caso de ligações por pinos são aplicados os três estados limites últimos apresentados. No caso
de barras com extremidades com ligações parafusadas ou ligadas por roscas ou que foram alvo
de aberturas, aplicam-se os estados limites ESB e RSL. No caso de barras com ligações nas
extremidades por solda e sem nenhum tipo de abertura ou corte no perfil, aplica-se apenas o
estado limite ESB.

4.1.2.3.Área lıquida efectiva - Ae

No caso de barras ligadas por parafusos ou com aberturas a área lıquida efectiva, Ae, de uma
barra ´e o produto do comprimento da linha de ruptura crıtica, lr,cr, pela espessura do perfil, t.

Ae = lr,cr.t

A linha de ruptura crıtica, lr,cr, é a que fornece o menor comprimento dentre todas as
possibilidades de linhas de ruptura.

No caso de barras com seções tubulares ou seções circulares maciças, com extremidades
rosqueadas, a área lıquida efectiva corresponde a 75% da área bruta, ou seja, Ae = 0, 75Ag.

No caso de barras com extremidades em chapas ligadas por pinos, a área lıquida efectiva vale:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
44
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Ae = 2.t.bef

t é a espessura da chapa de ligação;

bef é largura efectiva da chapa de ligação, dada pelo menor dos dois valores:

Sendo b a largura da chapa de ligação e dh o diâmetro do furo do pino.

Tabela 1: Características do aços-carbono

4.1.2.4.Material aço – propriedades mecânicas

Norma Portuguesa NP 1729 (1981):

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
45
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

As propriedades do aço (Euro código) à temperatura ambiente são:

Exercício 1: Calcular a espessura necessária de uma chapa simples traccionada de 100mm de


largura, sujeita a um esforço axial de 100kN de cálculo, figura abaixo Resolver o problema para
o aço MR250.

Resolução

1. Determinação da área bruta necessária

Dados Formula cálculos

MR250{

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
46
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

2. Determinação da espessura necessária (t)

Dados Formula cálculos

Deve-se procurar a espessura comercial acima do mínimo definido mas o mais perto possível
deste, sendo então sugerido adoptar uma chapa de 3/16‖ (equivalente a aproximadamente 4,75
mm).

Barras de aço comprimidas

Determinação do índice de aproveitamento

Que nada mais é do que a relação, em termos percentuais, entre o esforço solicitante e o esforço
resistente; quanto maior essa relação, mais económico será o perfil adoptado.

Estados limites últimos

Para que os estados limites últimos não ocorram, deve-se atender à condição em
que Nc,Sd N corresponde ao esforço solicitante de cálculo a compressão e Nc,Rd corresponde ao
esforço resistente de cálculo a compressão, sendo este dado por:

Onde:

X – Representa o factor de redução associado à flambagem global;

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
47
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Q – representa o factor de redução associado à flambagem local;

Ag – corresponde à área bruta da seção transversal;

fy – representa a tensão limite de escoamento do aço e

– Corresponde ao coeficiente de ponderação da resistência, sendo igual a 1,10.

A flambagem local corresponde ao fenómeno no qual uma ou mais placas componentes de uma
barra comprimida flambam (mesa ou alma), ocorrendo a formação de semi ondas longitudinais
sem alterar a posição média do eixo longitudinal. Os elementos que fazem parte das seções
transversais usuais, excepto as seções tubulares circulares, podem ser vinculados em apenas uma
borda longitudinal, a outra borda é livre, sendo chamados de elementos ―apoiados – livre‖ ou
simplesmente de elementos ―AL‖, no entanto, podem também ser vinculados nas duas bordas
longitudinais, sendo chamados de elementos ―apoiados – apoiados‖ ou simplesmente de
elementos ―AA‖ (Figura abaixo).

No dimensionamento estrutural, a possibilidade de flambagem local é considerada por meio do


fato de redução, Q, aplicado à resistência do elemento, sendo que:

Onde:

Qa – corresponde ao factor de redução relacionado aos elementos AA e

Qs – corresponde ao factor de redução relacionado aos elementos AL.

A flambagem local não irá ocorrer nos elementos com relação largura/espessura (b/t) reduzida,
ou seja, que não ultrapasse o valor de (b/t)lim. A Tabela F.1 no Anexo F da NBR 8800 (ABNT,
2008) apresenta os valores limites para a flambagem local de diferentes seções (Figuras 1 e 2).
Nos casos em que todos os elementos componentes da seção transversal, AA e AL, possuem
Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
48
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Qa=1,00 e Qs=1,00. Se a seção possui apenas elementos AL, assume-se a Qa=1,00

e s Qs=Q , se a seção possui apenas elementos AA, assume-se que 1,00 s Qs=1,00 e Q=Qa . Para
os casos em que b/t> (b/t)lim deve-se determinar os valores de Qa e/ou Qs

Figura1: Elementos AA - (b/t)lim

Figura 2: Elementos AL – (b/t)lim

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
49
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exercício 2: Considere o perfil W150x13 (Figura abaixo) em aço MR 250 (fy =25 kN/cm²) com
d=148mm, bf=100mm tf=4,9mm e tw=4,3mm. Analise a seção transversal e determine se irá
ocorrer a flambagem local da alma.

Seção transversal perfil W150x13

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
50
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Resolução

1. Determinação da relação largura/espessura (b/t)

Dados formula cálculos

2. Comparação da relação largura/espessura com o valor tabela

Como o perfil W150x13 possui seção transversal tipo I, na Figura 1, temos que:

⁄ ⁄

Dados formula cálculos

⁄ ⁄ ⁄ ⁄

Dessa forma:

, Logo não ocorrerá a flambagem da alma e Qa=1,00

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
51
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exercícios de aplicação

1. Calcular a espessura necessária de uma chapa simples traccionada de 100mm de largura,


sujeita a um esforço axial de 100kN de valor característico de uma carga variável de uso e
ocupação, figura abaixo Resolver o problema para o aço fe360.

2. Calcular o diâmetro do tirante capaz de suportar uma carga permanente especial axial de
150kN de um equipamento, sabendo-se que a transmissão de carga será feita por um sistema de
roscas e porcas. Admitindo-se aço fe360.

b) Consultar as pessoas-recurso adequadas apropriadas.

Consultar sempre que necessário os técnicos qualificados que trabalham na área, com uma larga
experiencia e sempre deve – se consultar os regulamentos e normas vigentes para a boa
materialização e execução do projecto.

c) Determinar os pontos fracos (pontos de falha) de maneira completa e precisa.

4.2. Linha de ruptura critica

As linhas de ruptura são regiões onde supostamente ocorra o colapso `a tracção da secção
transversal. Algumas características delas são:

a) Iniciam em uma das extremidades da secção transversal e se dirigem a outra extremidade;

b) Passam obrigatoriamente pela furacão, caso exista;

c) A linha de ruptura crıtica, lr,cr, é a que produz o menor comprimento possível.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
52
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Figura: Possíveis Linhas de Ruptura (traço ponto), linhas 1, 2, 5, 6 e 7. Não são linhas de ruptura
(traço dois pontos), linhas 3 e 4, pois possuem parafusos entre a linha e a direcção da força, NSd
ou reacção, RSd.

O cálculo do comprimento das linhas de ruptura lr é feito da seguinte maneira:

a) Caso as linhas de ruptura sejam verticais (como o caso da linha 7 da figura acima):

b) Caso as linhas de ruptura possuam trechos diagonais (como o caso da linha 2 da figura acima):

Onde:

i – a linha de ruptura que se está calculando o comprimento;

Lc – a largura total da região ligada ou largura bruta para a chapa c, que no caso de figura ´e L1
para as linhas de ruptura 1 e 2, e L2 para as linhas de ruptura 7, 6 e 5;

n – a quantidade de furos que a linha de ruptura intercepta;

m – a quantidade de diagonais na linha de ruptura;

def – a largura efectiva do furo, conforme a seguir.

di´ - é o comprimento da diagonal entre os centros dos furos adjacentes sem alinhamento

horizontal ou vertical, e pode ser obtido aproximadamente por , Sendo s a distância horizontal

entre os centros dos furos adjacentes em diagonal e g a vertical (s e g podem ter valores iguais ou
diferentes). A unidade de d´e a mesma de s e g.

Largura Efectiva do Furo

Em ligações parafusadas, a largura efectiva do furo dfe deve ser adoptada para efeitos de cálculo
com 2,0mm a mais que o diâmetro do furo df (ver tabela abaixo), ou seja:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
53
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Com df em milímetros assim como o resultado dfe.

Tabela : Dimensões máximas de furos para parafusos e barras redondas rosqueadas (dimensões
em milímetros)

O valor do diâmetro do furo, df à ser adoptado é sempre o valor perpendicular a direcção da


solicitação que, usualmente, pode ser simplificado para o menor valor dentre os apresentados na
tabela acima em função do tipo da furacão, por exemplo, para o tipo de furacão pouco alongada
com db <24mm, df = db + 1, 5.

No caso de barras com extremidades ligadas por pinos, quando o pino tiver por função também
permitir rotações relativas entre as partes conectadas, o diâmetro do furo do pino, dh, pode ser no
m´máximo 1,0 mm maior que o do pino, dp, ou seja: dp < dh ≤ dp + 1, 0mm

No caso de furacão para outra finalidade, que não a de ligação de peças, a largura efectiva do
furo é igual a largura do furo propriamente dita, independente do formato, sendo adoptada a
maior largura perpendicular á solicitação.

Área de cisalhamento da chapa ligada por pino - Asf

Na verificação das extremidades de barras ligadas por pinos através de chapas, a área de
cisalhamento da chapa ligada por pino é dada por:

Onde:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
54
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

a – é a menor distância da borda do furo `a extremidade da barra medida na direcção paralela á


força axial actuante, sendo que

dp – é o diâmetro do pino;

t – é a espessura da chapa de ligação.

Coeficiente de redução - Ct

Quando a ligação é feita por todos os segmentos (elementos AA e/ou AL) de um perfil, a secção
transversal participa integralmente da transferência dos esforços. Isto não acontece, por exemplo,
nas cantoneiras conectadas por uma aba apenas, nas quais a transferência dos esforços se dá
apenas através da aba conectada.

Nesses casos as tensões se concentram no segmento conectado e não mais se distribuem em toda
a secção. Esse efeito, conhecido como ‖Shear Lag‖e apresentado pela primeira vez no
AISI:1993, ´e levado em consideração através do coeficiente Ct.

Seções transversais abertas

Quando a força de tracção for transmitida por alguns (não todos) elementos da secção transversal
somente usando:

a) Parafusos;

b) Soldas longitudinais;

c) Combinação de soldas longitudinais e transversais.

O coeficiente de redução da área líquida efectiva, Ct, ´e dado por:

Onde:

ec – é a excentricidade da ligação;

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
55
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

lc – é o comprimento efectivo da ligação.

Para essa consideração do coeficiente Ct deve ser usado 0,90 como limite superior e não se
permite o uso de ligações que resultem em um valor inferior a 0,60, ou seja, se o Ct resultar
acima de 0,9, usa-se 0,9, se o Ct resultar abaixo de 0,6, deve-se alterar a ligação.

A excentricidade da ligação ´e igual `a distância do centro geométrico da secção da barra, G, ao


plano de cisalhamento da ligação, conforme figura abaixo.

O comprimento efectivo da ligação é igual ao comprimento da solda na direcção da força axial,


Lw em ligações soldadas ou, em ligações parafusadas, a distância do primeiro ao ´ultimo
parafuso da linha de furacão com maior número de parafusos, na direcção da força axial.

Casos especiais:

a) Seção transversal com todos os elementos AA e/ou AL conectados por soldas ou parafusos, o
coeficiente de redução vale Ct = 1, 00;

b) Secção transversal conectada somente por soldas transversais, independente da quantidade de


elementos conectados, o coeficiente de redução vale:

Onde:

Ac – a área dos elementos da secção transversal conectados pela solda.

Chapas planas

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
56
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Quando a força de tracção for transmitida somente por soldas longitudinais ao longo de ambas as
suas bordas, o coeficiente de redução Ct, vale:

Ct = 1, 0, para Lw ≥ 2b

Ct = 0, 87, para 2b > Lw ≥ 1, 5b

Ct = 0, 75, para 1, 5b > Lw ≥ b

Onde:

Lw – é o comprimento da solda longitudinal e

b – é a largura da chapa, conforme figura ilustrada abaixo.

O caso de chapa ligada com solda transversal não é recomentado. Se a ligação for por solda de
topo entre chapas ou parafusada, o coeficiente Ct = 1, 0.

Seções tubulares rectangulares

Quando a força de tracção for transmitida por meio de uma chapa de ligação concêntrica ou por
chapas de ligação em dois lados opostos da secção, desde que o comprimento da ligação, lc, não
seja inferior á dimensão da secção na direcção paralela a(s) chapa(s) de ligação, b, o coeficiente
de redução Ct é dado por:

Sendo a excentricidade da ligação, ec calculada de acordo com a figura abaixo.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
57
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

O comprimento da ligação, lc, não aparece como cota pois ´e perpendicular ao plano da secção
transversal.

Seções tubulares circulares

Quando a força de tracção for transmitida por meio de uma chapa de ligação concêntrica, o
coeficiente de ligação vale:

a) Ct = 1, 0, para lc ≥ 1, 3D;

b)

Sendo o diâmetro externo, D, e a excentricidade da ligação, ec, dados na figura abaixo.

Seções tubulares com extremidades rosqueadas

No caso de barras com secções tubulares ou secções circulares maciças, com extremidades
rosqueadas, o coeficiente de redução Ct = 1,0.

Barras com extremidades ligadas por pinos

No caso de barras com extremidades ligadas por pinos, o coeficiente de redução Ct = 1, 0.

Exercício 1:Uma chapa simples parafusada de de aço fe360 é

solicitada `a tracção conforme indicado na figura abaixo. Ela está conectada á uma chapa gusset

por quatro parafusos de diâmetro . Determine o esforço de tracção resistente

pelo método dos estados limites.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
58
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exercício 2: Duas chapas de 22x300mm são emendadas por meio de talas, também de
22x300mm, com 2x8 parafusos de diâmetro 7/8‖ (aproximadamente 22,2 mm), figura abaixo.
Verificar se as dimensões das chapas são satisfatórias, admitindo-se aço fe430, força permanente
de 300kN (equipamentos) traccionando as chapas e B = 300mm.

Barras de aço flectidas

As vigas são estruturas que estão submetidas ao esforço de flexão e trabalham como elementos,
geralmente, horizontais de transmissão de cargas para os pilares ou outros elementos da
estrutura, como até mesmo outras vigas.

O dimensionamento das vigas é realizado por meio da verificação no estado limite último quanto
ao momento flector e à força cortante, e com relação ao estado limite de serviço, verificando a
flecha e a vibração excessiva e comparando com os valores aceitáveis.

Com relação ao momento flector, o colapso pode acontecer por meio da plastificação total da
seção transversal, da flambagem da viga como um todo (flambagem lateral com torção – FLT)
ou da flambagem local de um ou mais elementos comprimidos da seção transversal (flambagem
local da alma – FLA ou flambagem local da mesa – FLM).

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
59
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Plastificação da seção transversal

O momento flector correspondente ao início do escoamento é dado por:

Onde:

W – é o módulo de resistência elástico da seção transversal com relação ao eixo de flexão.

Já o momento de plastificação é dado por:

Onde:

Z – representa o módulo de resistência plástico da seção.

Colapso de barras flectidas. (a) Flambagem local da alma (FLA). (b) Flambagem local da mesa
(FLM). (c) Flambagem lateral com torção (FLT)

A FLT é caracterizada por deformações laterais da parte comprimida da seção de um elemento


submetido a flexão, que pode ser vista como uma barra comprimida continuamente travada pela

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
60
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

parte traccionada que não apresenta a tendência de deformações laterais, em função disso, as
deformações laterais na parte comprimida provocam também a rotação da seção transversal,
sendo que a FLT pode ser evitada se o deslocamento lateral da parte comprimida for impedido
por meio da instalação de disposições construtivas de contenção lateral, como o envolvimento da
mesa comprimida em laje de concreto (Figura 2-a), ou a ligação da mesa à laje por meio de
conectores (Figura 2-b) ou a instalação de apoios laterais por meio de quadros transversais,
treliças de contraventamento, entre outros (Figura 2 – c, d, e).

Figura 2: Contenção lateral de vigas

Verificação da segurança em barras flectidas

A verificação da segurança em barras flectidas é dada por:

Onde:

– Corresponde ao momento flector solicitante de cálculo;

– Corresponde ao momento flector resistente de cálculo, sendo este o menor dos valores
verificados quanto a FLA, FLM e FLT. Além disso, a NBR 8800 (ABNT, 2008) determina que,
Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
61
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

para assegurar a validade da análise elástica, o momento flector resistente de cálculo da seção

não deve ser maior que

Onde:

W – representa o módulo de resistência elástico mínimo da seção transversal da barra em relação


ao eixo de flexão,

– Representa o limite de escoamento do aço e

– O coeficiente de ponderação da resistência, sendo este igual a 1,10.

O momento resistente de cálculo, MRd, para FLA, FLM e FLT é dado de acordo com o tipo de

seção, sendo que, para seções compactas ou vigas curtas , ,

Para seções semi – compactas ou vigas intermediárias , [

= e

para seções esbeltas ou vigas longas ,

O parâmetro Cb, chamado de factor de modificação para diagrama de momento flector não
uniforme, é calculado apenas para a FLT, uma vez que o momento flector varia ao longo do
comprimento destravado. Para FLA e FLM deve-se considerar b C igual a 1,0, para FLT b C será
maior ou igual a 1,0, sendo determinada por meio da expressão:

Excepto para trechos em balanço, em que b C será igual a 1,0. Os momentos Mmax, MA, MA e MC
representam o valor, em módulo, no comprimento destravado, do momento flector máximo
solicitante de cálculo, do momento na seção situada a um quarto do comprimento destravado, do

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
62
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

momento na seção central do comprimento destravado e do momento na seção situada a três


quartos do comprimento destravado, respectivamente.

Determinação do momento resistente de cálculo

Rm é um parâmetro de monossimetria da seção transversal, igual à para

seções com um eixo de simetria, flectidas em relação ao eixo que não é de simetria, sujeitas a
curvatura reversa, é igual a 1,0 em todos os demais casos, sendo Iyc o momento de inércia da
mesa comprimida em relação ao eixo de simetria e Iy o momento de inércia da seção transversal
em relação ao eixo de simetria.

Os parâmetros São estabelecidos na Tabela G.1 da NBR 8800


(ABNT, 2008), sendo determinados de acordo com o tipo de seção e o eixo de flexão. A Tabela
3 mostra os valores desses parâmetros para seções I e H com dois eixos de simetria e seções U
não sujeitas a momento de torção flectidas em relação ao eixo de maior momento de inércia.
Para outras seções, verificar a Tabela G.1 da NBR 8800 (ABNT, 2008 p. 134).

Tabela 3: Parâmetro para seções I e H com dois eixos de simetria e seções U não sujeitas a
momento de torção flectidas em relação ao eixo de maior momento de inércia.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
63
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

As notas relacionadas à Tabela 3 são as seguintes:

1.

Em que Cw equivale à constante de empenamento, J representa o momento de torção e

2.

Para perfis laminados:

Para perfis soldados:

Em que:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
64
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

3.

b/t é a relação entre largura e espessura da mesa parcial ou totalmente comprimida do perfil (para
seções I e H, b é a metade da largura total da mesa de seções, e para seções U, a largura total da
mesa).

4.

4. A tensão residual de compressão nas mesas e dada por:

Com relação ao esforço cortante, deve-se considerar o estado limite último de escoamento e
flambagem por cisalhamento dos elementos resistentes, sendo que para seções I, H e U
considera-se que apenas a alma resiste ao esforço de cisalhamento, desprezando-se a
contribuição das mesas, nesse caso, a força cortante resistente de cálculo, VRd, é dada por:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
65
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exercícios de aplicação

1. Determinar a menor área líquida efectiva Ae para a chapa representada a seguir. Os furos são
para parafusos de diâmetro 1‖ (2,54cm), as dimensões verticais entre furos são 3‖, 5‖, 5‖e
3‖(7,62cm; 12,7cm; 12,7cm e 7,62cm), totalizando 16‖(40,64cm), as dimensões horizontais são
sempre iguais `a 3‖(7,62cm) e a espessura vale t = (3/4)‖(1, 905cm).

2. Duas chapas de 280x20 mm de aço fe510 são emendadas por transpasse, com parafusos de
diâmetro 20mm e com os furos sendo realizados por punção, figura abaixo. Calcular o esforço
resistente de projecto das chapas, admitindo-as submetidas à tracção axial.

3. Uma cantoneira L3(1/2)x(3/8)‖(22,58x0,953cm) está conectada à uma chapa Gusset por


parafusos de 22,22mm como mostra a figura abaixo. Sendo o tipo do aço fe430, a carga
permanente de equipamentos aplicada de 115,69kN e a carga variável de uso de 66,72kN,
determine se o elemento é capaz de resistir às solicitações impostas. Assumir que Ct = 0, 85 e
Ag=16, 13cm2.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
66
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

4. Um perfil formado por duas cantoneirasL5x3x5/16‖LLBB (long-legs back-to-back) de aço


fe360 está sujeito à esforços de tracção. Determinar a força axial de tracção resistente de cálculo
assumindo-se Ct = 0,75, área da cantoneira de 15,55cm2 e furos para parafusos de 1/2‖ (1,27 cm).
Observar ainda que uma cantoneira L 5x3x5/16‖´e aproximadamente equivalente à
L12,7x7,62x0,794cm.

5. Determinar o valor de Ct do elementos sujeito à esforços de tracção representado na figura


abaixo, sendo a cantoneira tipo L 6x1/2‖ (15,24x1,27cm), a distância entre furos igual à 3‖
(7,62cm) e ec = 4, 24cm).

6. Para a cantoneira L178x102x12,7 (7‖x4‖x1/2‖), com valor de raio de giração mínimo


rmin=2,21cm, indicada na figura (a) e (b) abaixo, determinar:

a) A área líquida efectiva, sendo os conectores de diâmetro igual a 7/8‖ (aproximadamente


22,2mm);

b) O maior comprimento admissível, para esbeltez máxima igual a 300.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
67
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

7. Uma cantoneira com furos para parafusos de 22,23mm (7/8‖) em ambas as pernas ´e
representada a seguir. Sendo esta de aço fe360, Ag = 43, 87cm2, a cantoneira tipo
L20,32x15,24x1,27cm (L8x6x1/2‖) e as dimensões equivalentes 2,25‖= 5,72cm; 2,5‖= 6,35cm;
3‖= 7,62cm; 1,5‖= 3,81cm e 4,75‖= 12,07cm, determinar a força axial de tracção resistente de
cálculo.

8. Para o perfil U 381 (15‖) x50,4 kg/m, de aço MR250 (ASTM A36), indicado na figura abaixo,
calcular o esforço de tracção resistente de cálculo. Assumir que os conectores possuem um
diâmetro de 22 mm e Ag = 64, 2cm2.

9. Determinar o valor de Ct dos elementos sujeito à esforços de tracção representado na figura


abaixo (o mesmo do exercício anterior), sendo a cantoneira tipo L6x6x(1/2)‖
(15,24x15,24x1,27cm), o comprimento horizontal de solda de lw = 13,97cm e ec = 4, 24cm.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
68
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

10. Calcular o esforço de tracção resistente de cálculo do perfil representado na figura abaixo, o
mesmo do exercício 8 mas agora com ligação por solda.

11. Determine a menor área líquida efectiva Ae para o perfil C6x13 (15,24x33,02cm) mostrado
na figura abaixo, sendo os parafusos de 15,88mm (5/8) ‖, Ag = 24,65cm2, espessura t = 1,11cm e
as dimensões 1,5‖= 3,81cm; 3‖= 7,62cm e 2‖= 5,08cm.

11. Uma CH 9,5×177,8mm traccionada está conectada com três parafusos em linha de 25,4mm
de diâmetro, conforme figura abaixo. Sendo o aço da chapa o MR-250, determine a resistência
máxima de cálculo.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
69
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

12. Uma CH 12, 7x203,2mm está solicitada a tracção e é conectada a uma chapa gusset por 6
parafusos de 22,2mm de diâmetro, conforme figura abaixo. Sendo o aço da chapa o A-242-C,
determine a resistência máxima de cálculo.

13. Uma CH9,5x152,4mm está solicitada a tracção e é conectada a uma chapa gusset por dois
filetes de solda longitudinais de 250mm, conforme figura abaixo. Sendo o aço da chapa o A-36,
determine a resistência máxima de cálculo.

14. Determine o produto de Ct pela área líquida efectiva para cada um dos casos mostrados na
figura abaixo (unidades em milímetros).

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
70
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

15. Considere uma viga sem enrijecedores transversais de 6 metros de comprimento submetida a
uma força cortante máxima de cálculo de 135 kN. Sabendo que o perfil utilizado é o W310x52,
cujas informações geométricas são dadas na Tabela abaixo. Verifique a segurança da viga quanto
a força cortante.

16. Lembre-se de que o seu chefe solicitou que você verifique a segurança da viga do mezanino
quanto ao momento flector, sabendo que o aço utilizado é o MR 250, o que significa que a tensão
limite de escoamento, fy, é de 25 kN/cm² e o perfil é o W530x82, cujas informações geométricas
necessárias ao cálculo podem ser encontradas nas Tabelas de perfis da Gerdau (Gerdau, 2018),
conforme mostrado na Tabela 4.5. Sendo a viga biapoiada, o comprimento destravado, b L , será
igual a 8 metros. Será necessário então verificar o momento fletor resistente de cálculo para a
FLA, FLM e FLT conforme formulação mostrada na Tabela 3.

17. Você é um consultor estrutural que foi chamado para determinar a resistência ao momento
fletor de uma viga metálica instalada em um piso de um edifício residencial. Ao chegar ao
prédio, você verificou que a viga é de perfil soldado do tipo VS 400x49 em aço ASTM A572
(fy=35MPa=34,5 kN/cm²), cuja mesa superior foi fixada a uma laje de concreto por meio de
conectores. Sendo os dados geométricos do perfil dados na Tabela 4.5, determine o momento
resistente de cálculo desta viga.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
71
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

d) Descrever brevemente as fissuras.

As fissuras acontecem, geralmente, quando as tensões que a superfície precisa resistir são
inferiores às deformações. A diferença entre as forças faz com que aconteça alívio no sistema,
gerando as pequenas aberturas. A manifestação patológica é resultado de diferentes situações,
como recalque das fundações; esmagamento de elementos construtivos por diversas causas,
incluindo sobrecarga; e falha no cálculo ou execução da estrutura.

A origem do problema pode ainda ser externa à edificação, por exemplo, causada pela
movimentação ou trepidação do solo decorrente da execução de obras nas proximidades.
Dependendo de como evoluem em função do tempo, as fissuras são classificadas entre passivas e
activas. ―As passivas são aquelas que se encontram estabilizadas, ou seja, o tamanho da abertura
é constante‖, explica a profissional. Já as activas apresentam movimento de aumento de
extensão. Essa expansão contínua, normalmente, indica que a situação necessita de mais atenção,
pois a causa pode estar em preocupante evolução.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
72
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Elemento de Competência nº 5: Determinar as características técnicas dos elementos de


montagem.

Critérios de Desempenho:

 Utilizar adequadamente os códigos dos materiais.


 Escolher o método de montagem apropriado.
 Determinar com precisão a posição dos elementos de montagem.
 Determinar com exactidão o número de elementos de montagem.
 Utilizar adequadamente o programa informático (software) de CAD.
 Respeitar os constrangimentos devidos às cargas

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
73
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

5. Determinar as características técnicas dos elementos de montagem.

a) Utilizar adequadamente os códigos dos materiais.

As estruturas de aço são um sistema construtivo limpo e rápido se comparado a outros métodos.
Elas são pré-fabricadas e isso resulta em uma melhor organização do canteiro de obras e menor
produção de resíduos. Além disso, traz mais segurança para os trabalhadores, o que gera um
impacto bastante positivo.

Existem três tipos principais de ligações entre peças estruturais de madeira: por contacto, por
aderência e por penetração. As ligações por contacto só podem ser utilizadas quando existe
garantia de que o esforço a ser transmitido é sempre de compressão.

b) Escolher o método de montagem apropriado.

5.2.1. Ligações e ancoragem


5.2.1.1. Ligações especiais
As ligações apresentadas a baixo são ligações específicas e muitas vezes certificadas. No entanto
as chapas perfuradas cortadas por encomenda para uma obra podem facilmente ser preparadas
numa oficina rudimentar ou numa simples laje.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
74
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

5.2.2. Ligações modernas


5.2.2.1.Os sistemas VB-Bauweise e Bostich
Os sistemas VB-Bauweise e Bostich (figura abaixos) são sistemas de ligação mais delicados de
executar porque necessitam de detalhes múltiplos das peças de madeira. A precisão destas
máquinas exige máquinas potentes e específicas.

5.2.3. Ancoragem de uma base de pilar sobre placa


O exemplo abaixo mostra duas formas de ancoragem da base de um pilar sobre a placa. Uma é
regulável a outra é fixa.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
75
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

O entalhe da base, com a forma de uma gota pendente, protege a base da humidade. Tratados
com alcatrão, os entalhes ficam mais bem protegidos.
O sistema de fixação compreende quatro parafusos ― tire – fonds‖ (parafusos compridos de
madeira), e quatro cavilhas de expansão assentes no betão.
Nota bem: consultar o REAE.
c) Determinar com precisão a posição dos elementos de montagem. E d) Determinar
com exactidão o número de elementos de montagem.

5.3. Ligações

Consideramos as ligações de barras por chapas metálicas e de barras de madeira, no primeiro


caso incluímos os elementos de dimensionamento de ligações metálicas rebitadas, aparafusadas e
soldadas, no segundo caso das ligações pregadas e aparafusadas de madeira.

5.3.1. Ligações rebitadas de barras metálicas

Em conformidade com os artigos 18.o e 19.o do REAE, os diâmetros dos rebites devem satisfazer
aos seguintes condicionamentos:

a) Os rebites devem ter diâmetro normal 1 a 2mm inferior ao dos furos em que são
introduzidos e, depois de cravados, devem preencher completamente os furos;
b) O diâmetro nominal não deve, em geral, ser inferior à espessura do elemento de maior
espessura a ligar.

A espessura dos elementos a ligar não deve, em geral, exceder 5 vezes o diâmetro o diâmetro
dos furos e, em caso algum, exceder 6,5 vezes esse diâmetro. No caso de diâmetros inferiores
a 14mm, a espessura total a ligar deve ser limitada a 4 vezes o diâmetro (quadro 9.1.2)

O artigo 20o estabelece que, na disposição dos rebites devem ser respeitados os seguintes
condicionamentos (fig.1 ver REAE):

Para o dimensionamento das estruturas de aço e madeira vamos recorrer ao regulamento


seguinte: REAE, artigos 12 à 59.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
76
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exercícios

1. A figura abaixo, trata – se do sistema estrutural de um pilar metálico fe360 em perfis INP
submetido ao esforço axial Nsd = 375kN. Dimensione a secção do pilar e verifique a sua
segurança em relação ao estado limite ultimo de encurvadura por varejamento no eixo X e Y.

2. A figura abaixo, trata – se de sistema estrutural de um pilar metálico fe360, composto por dois
perfis UNP10 e um perfil INP. Determine o valor do esforço máximo admissível Nsd a actuar no
pilar e verifique a sua segurança em relação ao estado limite ultimo de encurvadura por
varejamento.

3. Dada a figura a baixo apresentada, verifique a segurança do perfil 2UNP e dimensione os


cordões de soldadura. Sabendo que Nsd=236kN, fe360 e a chapa de ligação tem e=10mm.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
77
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

4. Dada a figura a baixo apresentada, dimensione as ligações aparafusadas sabendo que


Nsd=1530kN, fe360, a chapa de ligação tem 10mm e o é 2UNP20.

5. Dada a figura abaixo apresentado, trata – se de uma ligação rebitada com rebites. Dimensione
os rebites, sabendo que Nsd=680kN, fe360, a chapa de ligação tem e=8mm e o perfil é UNP8.

e) Utilizar adequadamente o programa informático (software) de CAD.

Para a materialização do projecto dos desenhos arquitectónicos vamos recorrer ao programa


informático com recurso ao software de desenho neste caso pode – se recorrer ao CAD E
ArqCAD.

f) Respeitar os constrangimentos devidos às cargas

5.6.1. Introdução

Para respeitar os constrangimento devido as cargas é necessário consultar os regulamentos, e


dimensionar os elementos de acordo com a solicitação dos esforços tendo em conta a tracção,
compressão e flexão.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
78
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

5.6.2. Tracção e compressão

Podemos a firmar que uma peça esta submetida a esforço de tracção ou compressão, quando uma
carga normal (N) actua sobre a área da secção transversal da peça na direcção do eixo
longitudinal.

Quando a força (carga) actua com o sentido dirigido para o exterior da peça; isto é puxar, a peça
estará traccionada. Mas se o sentido da força estiver dirigido para o interior da peça, a barra
estará comprimida.

5.6.2.1. Força de tracção

5.6.2.2. Força de compressão

A força normal (N) que actua na peça origina uma tensão normal que é determinada pela

fórmula: ou e ; K é coeficiente de segurança

Onde:

N ou FN – força normal ou axial (N);

A – área da secção transversal (m2);

– Tensão normal (Pa).

No S.I a unidade da tensão é pascal (Pa) que corresponde a N/m2.

Uma vez que o pascal é a unidade muito pequena, utiliza – se com frequência os seus múltiplos
que são:

KPa – quilo pascal = 103Pa

MPa – Mega pascal = 106Pa

MPa = N/mm2.
Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
79
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

5.6.3. Lei de Hooke

O cientista inglês Robert Hooke 1676, determina a variação do comprimento com ajuda da
fórmula:

, Logo onde:

E – modulo de elasticidade do material

– Comprimento inicial da peça.

5.6.3.1. Peça traccionada

5.6.3.2. Peça comprimida

Onde:

– Comprimento final da peça

– Alongamento da peça.

5.6.4. Deformação longitudinal ( )

Consiste na deformação que ocorre em uma unidade de comprimento de uma peça submetida a
acção de carga axial.

É definida através da relação:

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
80
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

5.6.5. Deformação transversal ( )

Determina – se através do produto entre a deformação unitária ou longitudinal ( ) e o coeficiente


de Poisson (V).

Exercício 1: A barra circular representada na figura é de aço, com 20mm de diâmetro e 0,80m de
comprimento. Encontra – se submetida a acção de uma força axial de 7,20kN, determinar:

a) A tensão normal actuante;


b) O alongamento;
c) A deformação longitudinal;
d) A deformação transversal.

Exercício 2: determinar o diâmetro da barra 1 (BC), da construção representada na figura abaixo.


O material da barra é de aço carbono (ABNT 1010L) com a tensão e o
coeficiente de segurança indicado é de k=2.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
81
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

5.6.5. Flexão

O esforço de flexão configura – se ma peça quando esta sofre a acção das cargas cortantes que
venham originar momento flector significativo.

5.6.5.1. Flexão pura

Quando a peça submetida à flexão apresenta somente momento flector nas diferentes secções
transversais e não possui forças cortantes (transverso) actuante nesta secção a flexão é
denominada pura.

No intervalo compreendido entre os pontos C e D, da viga representada, a força cortante é nula e


o momento flector actuante é constante. Neste intervalo, existe somente a tensão normal, pois a
tensão de cisalhamento é nula, portanto o valor da força cortante é zero.

5.6.5.2. Flexão simples

A flexão simples é denominada simples, quando as secções transversais da peça estiverem


submetidas a acção da força cortante e do momento flector simultaneamente.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
82
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

A tensão normal actuante máxima, é denominada também tensão de flexão. Esta tensão
determina – se pela relação à fibra mais distante da secção transversal, através da reacção entre o
produto do momento flector actuante e a distância entre a linha, neutra e a fibra e o momento da
secção.

; onde:

– Tensão máxima na fibra comprimida: pela convenção o momento nesta fibra é negativo;
logo .

– Tensão máxima na fibra traccionada: pela convenção o momento nesta fibra é positivo; logo
.

5.6.6. Dimensionamento na flexão

Para o dimensionamento das peças submetidas ao esforço de flexão utilizam – se a tensão


máxima, admissível, que será a tensão actuante máxima na fibra mais afastada, não importa se
esta traccionada ou comprimida.

; ;

Quando a carga aplicada for normal ao eixo ‖X‖ temos e se a carga aplicada for normal ao
eixo ―Y‖ teremos ― ‖ Onde:

e – Tensão normal actuante na fibra mais afastada.

e – Módulo de resistência ou flexão da secção transversal

I – momento de inércia

Ymax e Xmax – distancia máxima entre linha neutra e extremidade da secção.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
83
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Exercícios

1. Dimensione uma viga de madeira que devera suportar o carregamento representado na figura
abaixo. A tensão admissível é de 10Mpa e h=3b.

2. Dimensione o eixo (secção) para que suporte com uma segurança K=2, o carregamento
representado. O material é o ABNT1020 com .

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
84
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Elemento de Competência nº 6: Detalhar os elementos da estrutura e montagem.

Critérios de Desempenho:

 Utilizar adequadamente os códigos dos materiais.


 Posicionar com precisão os elementos da estrutura e dos elementos da montagen.
 Ter em conta os espaços livres durante a montagem ou a construção.
 Detalhar com clareza e precisão as plantas de oficina ou as tabelas.
 Utilizar adequadamente o programa informático (software) de CAD.
 Preparar as listas de materiais.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
85
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

6. Detalhar os elementos da estrutura e montagem.

a) Utilizar adequadamente os códigos dos materiais.

Os códigos que devem ser usados constam nos regulamentos como: REAE, REBAP, RSA,
decretos, etc

b) Posicionar com precisão os elementos da estrutura e dos elementos da montagem.

Execução e montagem

Ver: decreto-lei-211-86-de-31-de-julho

Artigos 61 à 68

c) Ter em conta os espaços livre durante a montagem ou a construção.

Disposições de projecto

Ver: decreto-lei-211-86-de-31-de-julho

Artigo: 12 à 37

d) Detalhar com clareza e precisão as plantas de oficina ou as tabelas.

Depois de elaborar o projecto de estruturas de aço e madeira deve detalhar todos os elementos
dimensionados do projecto, mostrando de forma clara e com precisão todos os elementos
necessários para a sua execução.

e) Utilizar adequadamente o programa informático (software) de CAD.

Deve recorrer a programados informáticos, como o CAD, para a execução das plantas do
projecto.

f) Preparar as listas de materiais.

Elaborado o projecto desde a fase de anteprojecto até a fase de projecto e dimensionados todos
os elementos do projecto, deve preparar a lista dos materiais necessários para a sua execução.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
86
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

Elemento de Competência nº 7: Fazer aprovar os resultados da análise.

Critérios de Desempenho:

 Apresentar os resultados detalhados dos cálculos.


 Fazer as correcções necessárias aos cálculos.
 Produzir plantas completas e precisas.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
87
CV4 PCDEEAM Elemento de Competência: 1;2;3;4;5;6 e 7

7. Fazer aprovar os resultados da análise.

Ver: decreto-lei-211-86-de-31-de-julho

a) Apresentar os resultados detalhados dos cálculos.

Terminado o dimensionamento dos elementos estruturais do projecto, deve apresentar os


cálculos detalhados dos seus elementos, segundo as normas vigentes nos regulamentos.

b) Fazer as correcções necessárias aos cálculos.

Artigo 73.º - Recepção

73.1 - A recepção é o acto de decisão final que, em face dos resultados do controle de
conformidade, consiste em aceitar ou rejeitar a obra.

No caso de «conformidade», a obra deve ser aceite no caso de «não conformidade», a obra será,
em princípio, rejeitada, podendo, no entanto, vir ainda a ser aceite nas condições indicadas no
parágrafo seguinte.

73.2 - No caso de os resultados do controle de conformidade não serem satisfatórios, a obra


poderá ainda ser aceite desde que se faça um julgamento do problema, tendo em atenção as suas
condições específicas, e seja feita prova de que as condições regulamentares de segurança são
satisfeitas.

c) Produzir plantas completas e precisas.

Elaborado o projecto desde a fase de ante – projecto até a fase do projecto, das memórias
descritivas e memórias de cálculo deve produzir todas as pecas desenhadas de forma clara e
precisa com todas as dimensões que norteiam o referido projecto.

Elaborado por: Engo Borges Mate bpemate@gmail.com Participar na concepção e desenho de elementos estruturais de aço e de madeira
88

Você também pode gostar