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GUILHERME SOUZA LOPES

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E


PROJETO PARA INSTALAÇÃO DE UMA
EMISSORA DE RADIODIFUSÃO SONORA
EM FREQUÊNCIA MODULADA, NO
MUNICÍPIO DE JOVIÂNIA, ESTADO DE
GOIÁS

UBERLÂNDIA
2017
GUILHERME SOUZA LOPES

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E PROJETO


PARA INSTALAÇÃO DE UMA EMISSORA DE
RADIODIFUSÃO SONORA EM FREQUÊNCIA
MODULADA, NO MUNICÍPIO DE JOVIÂNIA,
ESTADO DE GOIÁS

Trabalho apresentado na Universidade Fede-


ral de Uberlândia como requisito para con-
clusão do curso de graduação em Engenharia
Eletrônica e de Telecomunicações.

Orientador: Dr. Antônio Cláudio Paschoarelli Veiga

UBERLÂNDIA
2017
GUILHERME SOUZA LOPES
ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E PROJETO PARA INSTALAÇÃO DE
UMA EMISSORA DE RADIODIFUSÃO SONORA EM FREQUÊNCIA MODULADA,
NO MUNICÍPIO DE JOVIÂNIA, ESTADO DE GOIÁS/ GUILHERME SOUZA
LOPES. – UBERLÂNDIA, 2017-
78 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.

Orientador: Dr. Antônio Cláudio Paschoarelli Veiga

Trabalho de Conclusão de Curso – , 2017.

1. Radiodifusão. 2. PBFM. 2. Emissora em Frequência Modulada. I. Antônio


Cláudio Paschoarelli Veiga. II. Universidade Federal de Uberlândia. III. Faculdade de
Engenharia Elétrica. IV. Estudo de viabilidade técnica e projeto para emissora FM.
GUILHERME SOUZA LOPES

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E PROJETO


PARA INSTALAÇÃO DE UMA EMISSORA DE
RADIODIFUSÃO SONORA EM FREQUÊNCIA
MODULADA, NO MUNICÍPIO DE JOVIÂNIA,
ESTADO DE GOIÁS

Trabalho apresentado na Universidade Fede-


ral de Uberlândia como requisito para con-
clusão do curso de graduação em Engenharia
Eletrônica e de Telecomunicações.

Trabalho aprovado. UBERLÂNDIA, 18 de dezembro de 2017:

Dr. Antônio Cláudio Paschoarelli


Veiga
Orientador

Dra . Milena Bueno Pereira Carneiro


Convidado 1

Dr. Éderson Rosa da Silva


Convidado 2

UBERLÂNDIA
2017
Este trabalho é dedicado para minha mãe Maura Lúcia de Souza Borges que sempre
trabalhou muito e se absteve de muitas coisas na vida para que eu pudesse ter uma
educação de qualidade.
Agradecimentos

A Deus pelo dom da vida, pela oportunidade de ser um pessoa apta para seguir
nas direções que Ele sempre me mostra. Sem Cristo e seu sacrifício na cruz, eu nada seria.
A minha mãe Maura Lúcia de Souza Borges que é conhecida por ser uma guerreira
que sempre lutou para me oferecer o melhor. Concluir uma graduação é uma vitória para
ela assim como para mim, afinal, essa luta foi nossa.
A minha avó Alarecina, a matriarca da família, que sempre intercede por nós, e
principalmente por mim.
A minha irmã Gabriela Souza Lopes que da sua maneira sempre me incentivou
nos estudos, e na medida do possível esteve presente para me ajudar nos momentos de
provação.
Ao meu pai Sérgio Lopes de Oliveira que contribuiu para suprir as minhas necessi-
dades, por ser compreensivo nas decisões que foram tomadas em relação à graduação.
A minha futura esposa Ingrid Gomes Xavier, por ter sido uma companheira
excepcional, que chegou no momento certo da minha vida me auxiliando em diversas áreas
da minha vida, inclusive a acadêmica.
A todas aquelas pessoas que passaram por minha vida e que em algum momento
me auxiliou, sendo pouco ou muito.
A minha família materna e paterna que sempre me apoiaram e acreditaram em
meu potencial.
Ao meu orientador e coordenador Prof. Dr. Antônio Cláudio Paschoarelli Veiga
que foi um excepcional amigo, muito compreensivo e que sempre presava pelo bem estar
daqueles ao seu redor. Sem dúvidas conheci uma pessoa comprometida com a função que
lhe compete. Sempre serei grato.
Aos meus excepcionais professores da "TELECOM", todos vocês merecem o meu
agradecimento e respeito pois vocês formam uma equipe que ama o que faz, e que é
comprometida em oferecer o melhor para os alunos. Vocês são os melhores.
A Universidade Federal de Uberlândia que sempre correspondeu com a parte que
lhe correspondia.
"Os que conhecem o teu nome confiam em ti,
pois tu, Senhor, jamais abandonas os que te buscam."
(Bíblia Sagrada, Salmos 9:10)
Resumo
Este trabalho trata de um estudo de viabilidade técnica, com o objetivo de obter a
homologação de uma emissora de radiodifusão sonora em frequência modulada, a qual
será instalada no município de Joviânia, estado de Goiás. Este mesmo trabalho apresenta
um projeto da mesma, com algumas especificações técnicas de equipamentos que serão
utilizados na emissora caso a homologação seja concretizada.
O canal escolhido para o projeto está disponível no Plano Básico de Distribuição de Canais
de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada (PBFM), que deve ser consultado para
que atenda todas as exigências da homologação. Os requisitos utilizados foram os do canal
203, classe C, o qual está disponível para o município de interesse. A observância de tais
requisitos resultaria na liberação e aprovação do uso do canal pela Agência Nacional de
Telecomunicações, a ANATEL.
Para que a ANATEL faça a liberação para a transmissão sonora no local, é necessário
comprovar que as especificações técnicas do projeto respeitem a regulamentação presente
na Resolução no 67, de 12 de novembro de 1998, além de qualquer atualização da mesma
após a sua data. A resolução prevê que a emissora deve atender a vários requisitos técnicos
evitando interferências entre os canais e garantindo a qualidade do sinal. Esses requisitos
são influenciados pelo canal que se trata e pela classe que o mesmo pertence no PBFM,
que é gerenciado pela agência reguladora.
Além do roteiro para elaboração de estudos técnicos presentes na Resolução, que servem
para auxiliar o projetista, foi também utilizada a Recomendação UIT-R p.1546-1 que
serve como uma atualização da Resolução por trazer modelos de previsão de cobertura
ponto-área, que passaram a ser utilizados ao invés das curvas de nível de campo.
Ao término deste trabalho é apresentado os resultados do estudo, além das especificações
técnicas que confirmam a viabilidade técnica para a implantação da emissora segundo à
ANATEL e suas exigências.

Palavras-chave: ANATEL. radiodifusão. emissora frequência modulada. Resolução no


67. PBFM.
Abstract
This assignment is about a technical feasibility study with the aim of obtaining the approval
of a station broadcasting on frequency modulation which will be installed in Joviânia,
Goiás. This same assignment presents a project about what was previously mentioned
with some technical specifications of some equipment that will be used in the TV channel
in case of the homologation be concretised.
The TV channel chosen for this project is available on “Plano Básico de Distribuição
de Canais de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada (PBFM)” which must be
consulted for it to follow all the homologation’s requirements. The requirements used
were the ones of channel 203, class C, which is available for the county in interest. The
observance of such requirements would result in the release and approval of the use of the
channel by the National Telecommunications Agency, ANATEL.
In order for ANATEL to release the sound transmission on site, it is necessary to prove
that the technical specifications of the project comply with the regulations contained
in Resolution no. 67 of November 12, 1998, and any updates thereto after its date.
The resolution foresees that the transmitter must meeet seveeral technical requiirements
avoiding interfeerence between the channels and guaranteeing the quality of the signal.
These requirements are influenced by the channel and by the class that it belongs to the
PBFM, which managed by the regulatory agency.
In addition to the roadmap for the preparatiion of technical studies which serve to assist
the designer, was also used the recommendation “UIT-R p.1546-1” whicch serves as an
update of the Resolution by bringing in point-area coverage prediction models that have
been used instead of the field-level curves. By the end of this assignment it’s presented the
result of this study besides the technical specifications that confirm the technical feasibility
for the implantation of the transmitter according to ANATEL and its requirements.

Keywords: ANATEL. broadcasting. frequency modulation station. Resolution N 67.


PBFM.
Lista de ilustrações

Figura 3.A – Consulta aos canais livres para utilização - Portal da ANATEL (Mosaico) 23
Figura 3.B – Layout da aplicação SIGAnatel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 3.C – As 12 radiais traçadas a partir da base emissora . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 3.D – Gráfico do NMR da Radial 1 gerado pela aplicação SIGAnatel . . . . . 28
Figura 3.E – Representação da coordenada referência do PBFM e da base do sistema 34
Figura 4.A – Diagrama de irradiação de antena dipolo de meia onda para FM . . . . 36
Figura 5.A – Curvas E(50,50) utilizadas para cálculo de contorno protegido . . . . . 44
Figura 5.B – Projeções dos contornos e suas respectivas áreas de cobertura . . . . . 47
Figura 5.C – Projeções ampliadas dos contornos e suas respectivas áreas de cobertura 47
Figura 6.A – Projeções da área urbana e Contorno Protegido 2 . . . . . . . . . . . . 50
Figura 6.B – Resultados obtidos pelo SIGAnatel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Lista de tabelas

Tabela 3.A – Canalização da faixa de Frequência Modulada . . . . . . . . . . . . . . 24


Tabela 3.B – Diferentes classes de emissoras em função de seus requisitos máximos . 25
Tabela 3.C – Coordenadas das latitudes e longitudes referências de cada radial . . . 29
Tabela 3.D – Mapeamento das altitudes de cada uma das 12 radiais . . . . . . . . . 30
Tabela 3.E – Valores de HNMT de cada radial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Tabela 5.A – Pincipais especificações técnicas da emissora FM . . . . . . . . . . . . 40
Tabela 5.B – Valores individuais de ERPaz das 12 radiais . . . . . . . . . . . . . . . 43
Tabela 5.C – Alcance do contorno protegido 2 (66 dBm) . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Tabela 5.D – Diversos dados por radial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Tabela 6.A – Valores do contorno protegido 2 (66 dBm) para cada radial . . . . . . 49
Lista de abreviaturas e siglas

ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações

CBT Cota da Base da Torre

dB Decibéis

dBd Ganho da antena (referente a uma antena dipolo)

dBk Potência em dB (referente a 1kW)

dBm Potência em dB (referente a 1mW)

dBµ Potência em dB (referente a 1µW)

E/Emax Porcentagem da potência irradiada em consideração à potência máxima

Ef Eficiência da linha

ERPaz Potência máxima efetiva irradiada no azimute

ERPmax Potência máxima efetiva irradiada

FM Modulação em Frequência

Gtmax Ganho máximo do sistema irradiante

HCGSI Altura do centro geométrico do sistema irradiante

HNMT Altura efetiva acima do nível médio

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

L Comprimento da linha

MHz MegaHertz

NMR Nível Médio da Radial

NMT Nível Médio do Terreno

PBFM Plano Básico de Distribuição de Canais de Radiodifusão Sonora em


Frequência Modulada

Pc Perdas acessórias

Pd Perdas totais da linha em dB


Pl Perdas da linha

Pt Potência de saída do transmissor

Pv Perdas totais em linha

SIGAnatel Sistema de Informações Geográficas da Anatel

UIT-R União Internacional de Telecomunicações-Radiopropagação

Wrms Potência Eficaz


Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1 Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.4 Objetivo Específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2 REGULAMENTO TÉCNICO PARA EMISSORAS DE RADIODIFU-


SÃO SONORA EM FREQUÊNCIA MODULADA . . . . . . . . . . 18
2.1 Roteiro para elaboração de estudos técnicos . . . . . . . . . . . . . . 18
2.1.1 Estudo de viabilidade técnica de uma emissora . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1.2 Projeto de instalação da emissora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2 Recomendação UIT-R P.1546 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2.1 Conceitos Básicos da Recomendação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3 Adaptação da Recomendação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.1 Nível Médio do Terreno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.2 Altura da antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

3 CANAL PROPOSTO PARA PROPAGAÇÃO . . . . . . . . . . . . . 22


3.1 Plano Básico de Distribuição de Canais de Radiodifusão Sonora em
FM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.1 Canalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2 Características do canal proposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2.1 Enquadramento na classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 Nível Médio do Terreno e Altura Acima do Nível Médio do Terreno 25
3.3.1 Nível Médio da Radial (NMR) e Nível Médio do Terreno (NMT) . . . . . . 26
3.3.2 Altura Acima do Nível Médio do Terreno . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.4 Contorno Protegido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.4.1 Interferências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

4 EQUIPAMENTOS BÁSICOS COMPONENTES DA EMISSORA . . 35


4.1 Sistema Irradiante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.1 Antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.2 Conectores e Linha de Transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1.3 Transmissor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.4 Valores de ERPmax, ERPaz e orientação da antena . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.4.1 Potência Efetiva Irradiada Máxima (ERPmax) . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.4.2 Potência Efetiva Irradiada por Azimute (ERPaz) . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.4.3 Orientação da antena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

5 DESENVOLVIMENTO DA EMISSORA FM . . . . . . . . . . . . . 40
5.1 Especificações obtidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.2 Definição das potências ERPmax e ERPaz . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.3 Definição dos contornos das áreas de serviços . . . . . . . . . . . . . 42
5.3.1 Área de Serviço Urbana (Contorno 2 - 66dBm) . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.3.2 Áreas de Serviço Primário (Contorno 1 - 74 dBm ) e Rural (Contorno 3 - 54
dBm) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.3.3 Áreas dos Contornos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

6 RESULTADOS ALCANÇADOS COM O PROJETO . . . . . . . . . 48


6.1 Considerações sobre os contornos calculados . . . . . . . . . . . . . . 48
6.1.1 Análise da cobertura da Área de Serviço Urbana em Joviânia . . . . . . . . 48
6.1.2 Análise da cobertura das Áreas de Serviço Primário e Rural em Joviânia . . 50
6.2 Comparação entre os resultados finais e os valores obtidos pela
aplicação SIGAnatel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

7 CONCLUSÕES E POSTERIORES TRABALHOS . . . . . . . . . . 53

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

APÊNDICES 56

APÊNDICE A – INFORMAÇÕES TÉCNICAS OBTIDAS SEGUNDO


O ROTEIRO DE ESTUDOS TÉCNICOS . . . . . 57
A.1 Informações Básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
A.2 Memória Descritiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
A.3 Situação Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

ANEXOS 61

ANEXO A – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA ANTENA DIPOLO


ESCOLHIDA PARA O PROJETO . . . . . . . . . . . 62

ANEXO B – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA LINHA DE TRANS-


MISSÃO ESCOLHIDA PARA O PROJETO . . . . . . 67
ANEXO C – PERFIL DE TERRENO DAS RADIAIS ANALISADAS
E SEUS RESPECTIVOS GRÁFICOS . . . . . . . . . . 70

ANEXO D – ANÁLISE TÉCNICA FM - RELATÓRIO GERADO


PELO SIGANATEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
16

1 Introdução

Utilizar ondas eletromagnéticas como meio de comunicação é um método bastante


utilizado no Brasil e no mundo já por várias décadas. Mesmo com o avanço dos meios de
comunicação, e principalmente com as altas taxas de transmissão de dados, as rádios ainda
assim possuem a sua contribuição significativa no mercado, mantendo muitos usuários.
Justamente pela importância que a radiotransmissão ainda representa, neste trabalho é
apresentado as principais normas técnicas necessárias para projetar uma emissora de rádio
FM.
As emissoras de rádio conseguem manter o seu espaço entre usuários principalmente
pela acessibilidade que os ouvintes tem em interceptar o sinal transmitido. Por se tratar de
um método de comunicação sem a necessidade de grande equipamento que faça a recepção
do sinal, historicamente, pode-se perceber que esse fator contribuiu para que esse método
de comunicação se difundisse.
Se tratando do Brasil, as emissoras de rádio são muito importantes, pois muitas
pessoas ouvem músicas ou notícias no rádio em seus momentos de lazer. Outro ponto que
destaca a importância das emissoras de rádio é o alto índice de ouvintes em cidades que a
maioria dos habitantes desempenha atividades rurais, pois, uma vez que as tecnologias
mais modernas demoravam chegar nessas regiões, esse meio foi e continua sendo o principal
meio de interação dessas regiões com o restante do país.
Para que uma emissora de rádio comece a operar, é necessário que a mesma receba
uma autorização da ANATEL. Tal autorização pode ser obtida após a emissora apresentar
uma documentação técnica que comprove que foram considerados todos os requisitos
técnicos exigidos na Resolução no 67, de 12 de novembro de 19981 , disponibilizada no site
da ANATEL2 .

1
http://www.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/13-1998/168-resolucao-67/
2
http://www.anatel.gov.br/institucional/
Capítulo 1. Introdução 17

1.1 Problema
No município de Joviânia, estado de Goiás, atualmente existe apenas uma emissora
de radiodifusão em frequência modulada. Após levantamento da opinião da população,
percebeu-se a necessidade da criação de mais uma opção de serviço, onde surgiu a ideia de
se estabelecer mais uma emissora FM no local. Porém, para que seja estabelecida uma
emissora FM, é necessário respeitar uma série de normas técnicas presentes na Resolução
no 67, de 12 de novembro de 1998, com o fim de obter uma autorização concedida pela
ANATEL para que seja dado o início das operações no local. Com isso, é necessário um
estudo de viabilidade técnica para averiguar se é possível a operação de mais uma emissora
FM na região, e posteriormente, caso seja viável, é preciso a elaboração de um projeto
para que seja analisado pela agência reguladora.

1.2 Justificativa
Com a elaboração deste trabalho se torna possível fazer uma atualização das normas
técnicas utilizadas, uma vez que após 1998 (ano do texto original da Resolução no 67)
alguns requisitos da mesma sofreram alterações. Abordar esse assunto é justificado pela
importância que a radiotransmissão ainda tem entre os meios de comunicação, pelos
inúmeros projetos do gênero que são desenvolvidos a cada dia, além de servir como
um referencial para futuros profissionais da área que pretenderem elaborar projetos de
emissoras FM ou até mesmo outros projetos da área de radiotransmissão.

1.3 Objetivo Geral


Realizar um estudo para maior compreensão das normas técnicas que envolvem
rádio FM, além de apresentar as suas atualizações. Junto ao estudo, explanar as ferramentas
gratuitas disponibilizadas pela ANATEL que podem ser utilizadas para otimizar os estudos
relacionados à radiodifusão.

1.4 Objetivo Específico


Desenvolver um estudo sobre os requisitos técnicos que são necessários para obter a
homologação de um canal de rádio FM que esteja disponível no Plano Básico de Distribuição
de Canais de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada (PBFM), que é administrado
pela ANATEL. Aplicar as instruções obtidas na Resolução no 67 em uma situação real,
com o fim de constatar a viabilidade do projeto e uma possível homologação.

0
18

2 Regulamento Técnico para Emissoras de


Radiodifusão Sonora em Frequência Modu-
lada

Em 12 de novembro de 1998, entrou em vigor a Resolução no 67 que tem por objetivo


instruir e regulamentar a utilização de bandas de frequência em radiodifusão sonora FM.
Tais instruções compõem o Regulamento Técnico para Emissoras de Radiodifusão Sonora
em Frequência Modulada. Esse regulamento apresenta os requisitos mínimos necessários
para que seja oferecido um serviço de qualidade e sem qualquer tipo de dano à população,
além de prevenir qualquer tipo de interferência sobre outros serviços regulamentados de
telecomunicações.
A Resolução no 67 é o documento de maior importância que será utilizado para
projetar a emissora de rádio FM que será instalada em Joviânia, pois esse documento
apresenta os requisitos mínimos necessários para se obter autorização para a emissora
entrar em operação. Juntamente com a Resolução no 67, será utilizada a Resolução no
546, de 1o de setembro de 2010, que atualiza algumas especificações contidas na resolução
de 1998. Deve-se lembrar que a resolução mais recente não substitui a mais antiga, mas
sim atualiza alguns requisitos e procedimentos técnicos. Essas duas resoluções assim como
todas as outras da ANATEL podem ser acessadas através do portal1 na internet.

2.1 Roteiro para elaboração de estudos técnicos


O capítulo 9 da Resolução no 672 apresenta um roteiro que deve ser utilizado na
elaboração de estudos técnicos. Esse roteiro apresenta os diversos parâmetros técnicos da
emissora que devem ser apresentados na solicitação de homologação para funcionamento
na respectiva situação em que se deseja operar.
É necessário lembrar que neste trabalho será considerado apenas as informações
solicitadas referentes à homologação, afinal, na resolução, o roteiro contém outras infor-
mações necessárias para outros cenários que são diferentes do proposto neste trabalho.
Outros anexos e documentações que devem ser apresentados para fins burocráticos em uma
situação real também serão dispensados do roteiro aqui apresentado, afinal, o fim deste
projeto é primeiramente didático. Desta maneira, adiante é apresentado as informações
1
http://www.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/
2
Capitulo 9 - Roteiro para elaboração de estudos técnicos (BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE
TELECOMUNICAÇÕES, 1998a)
Capítulo 2. Regulamento Técnico para Emissoras de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada 19

que devem conter neste projeto, de acordo com o roteiro.

2.1.1 Estudo de viabilidade técnica de uma emissora


As primeiras informações que são solicitadas são relevantes para o estudo da
viabilidade técnica da emissora em questão. Essas informações são reconhecidas como
Informações Básicas e tratam de dados como: entidade que está fazendo a requisição,
localização da emissora a ser instalada, objetivo do estudo, além de características técnicas
pretendidas como frequência que irá operar, número do canal, classe, modelo do sistema
irradiante e a coordenadas geográficas onde se instalará a emissora.

2.1.2 Projeto de instalação da emissora


Nesta seção do projeto é solicitado algumas informações técnicas referentes à
instalação da emissora FM. Nessa parte da Resolução, temos algo chamado de Memória
Descritiva que se trata de compilado das características da emissora e as especificações
técnicas do sistema irradiante, além da linha de transmissão.
Características da emissora:
Nessa parte mais uma vez será cobrado a frequência em que a emissora operará, número
do canal, o transmissor a ser utilizado e sua respectiva potência, a classe e o modo de
operação.
Sistema irradiante:
Nessa parte é necessário informar o tipo de antena utilizada, seu respectivo modelo e
fabricante, a polarização da mesma, ganho máximo, a estrutura de sustentação, altura
física da estrutura que irá sustentar a antena, altura do centro geométrico, altitude em
que está instalada a base da estrutura que sustenta o sistema irradiante, dentre outras
informações.
Linha de transmissão:
Nessa parte é necessário informar o modelo escolhido de linha de transmissão e seu
respectivo fabricante, a impedância característica da linha e seu respectivo comprimento,
a atenuação para cada 100 metros de linha, e a eficiência da mesma.
Dados sobre ERPmax e ERPaz:
Nessa parte é necessário informar a ERP máxima e por radial, ambas em kW.
Enquadramento na classe:
Nessa parte é necessário informar a ERP máxima estabelecida para cada radial, a distância
do Contorno 2 para cada radial, além da média aritmética das distâncias do Contorno 2.
Capítulo 2. Regulamento Técnico para Emissoras de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada 20

Situação Geral:
Nessa parte é necessário informar em relação ao Norte verdadeiro a orientação do azimute,
a altura do centro da antena levando em consideração o nível de cada radial, a intensidade
de campo e a distância dos 3 contornos para cada radial.
Nível Médio do Terreno:
Nessa parte é necessário informar o azimute e o nível médio de cada radial, além do nível
médio do terreno.

Para observar todos esses dados requisitados para o projeto da emisso FM de Joviâ-
nia, basta conferir na íntegra os dados na mesma no APÊNDICE A.

2.2 Recomendação UIT-R P.1546


Existe um método facilitado para prever a cobertura entre 30MHz e 3GHz, proposto
pela UIT-R (União Internacional de Telecomunicações - Radiocomunicações) conforme a
Recomendação UIT-R P.1546. Tal recomendação apresenta métodos que substituem as
curvas de nível de campo que eram antigamente usadas (UNIÃO INTERNACIONAL DE
TELECOMUNICAÇÕES: SETOR DE RADIOCOMUNICAÇÕES., 2009),Para o projeto
da emissora FM de Joviânia foram utilizados os métodos recomendados pela UIT-R,
inclusive para calcular as áreas de serviço.

2.2.1 Conceitos Básicos da Recomendação


Nessa subseção são apresentadas as principais definições que são muito utilizadas
nos cálculos a decorrer do projeto.(RÉGIS,2010)
HNMT
Essa sigla representa a altura acima do nível médio do terreno. Trata-se do valor do nível
do terreno ao redor da estrutura de sustentação da antena. Para que o valor de HNMT
seja obtido, é necessário ter cotas de 12 km de distância, ou seja, distâncias entre 3 e 15
km da antena, e posteriormente fazer uma média dos pontos conseguidos.
Segundo a recomendação, as alturas obtidas podem variar entre 10 e 1200 me-
tros, porém, caso sejam obtidos valores acima desse intervalo estabelecido, a própria
recomendação fornece procedimentos adequados para tal situação.
Curvas E(L,T)
Essas curvas são utilizadas por se tratarem de intensidade de campo excedida L% das
localizações em T% do tempo. Tal método pode ser aplicado para distância entre 1 e 1000
km em relação à base da antena. Neste estudo de viabilidade técnica foram utilizadas
as curvas E(50,50) e E(50,10), e ambas encontram-se na resolução (BRASIL. AGÊNCIA
Capítulo 2. Regulamento Técnico para Emissoras de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada 21

NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 1998b). (RÉGIS,2010)

2.3 Adaptação da Recomendação


Mesmo com a recomendação mostrando maneiras de se obter valores precisos, a
mesma oferece alguma modificações com o objetivo de facilitar os cálculos que sejam
necessários fazer. Abaixo há a demonstração de algumas dessas adaptações.

2.3.1 Nível Médio do Terreno


No Brasil, o NMT (Nível Médio do Terreno) pode ser calculado através da média
aritmética dos valores de NMR (Nível Médio da Radial), porém, para que tal método seja
aceitável, é necessário trabalhar com pelo menos 12 radiais.
O NMR é calculado através da média aritmética de no mínimo 50 trechos de espaços
entre si iguais, e os mesmos devem estar entre 3 e 15 km de distância da base da antena.
O espaço entre as 12 radiais deve ser de 30 graus, e deve incluir na orientação de uma das
12 radiais a orientação do Norte verdadeiro. (RÉGIS,2010)

2.3.2 Altura da antena


Mesmo sendo possível obter o cálculo da intensidade de campo para valores que
sejam fora de 10 a 1200 m para a altura da antena, a recomendação estipula esses dados
como máximos valores. Com isso, para um HNMT da antena menor que 10 metros, deve-se
pegar o valor de 10 metros, e quando extrapolar os 1200 metros, o mesmo se aplica, 1200
metros passa a ser o analisado. (RÉGIS,2010)
22

3 Canal Proposto para Propagação

Ao se tratar de canais de radiodifusão sonora de frequência modulada (FM) deve-se


levar em consideração que esses estão definidos entre uma faixa determinada de frequência
que está entre 87,4 e 108 MHz. É necessário, porém, usar canais que estão nessa faixa, além
de documentação correta para que o funcionamento esteja dentro das normas vigentes
previstas pela ANATEL e atinja o máximo de alcance garantindo resultados satisfatórios
tanto para quem instala quanto para quem recebe informações através dessas ondas
sonoras.

3.1 Plano Básico de Distribuição de Canais de Radiodifusão Sonora


em FM
A referida ANATEL gere o Plano Básico de Distribuição de Canais de Radiodifusão
Sonora em Frequência Modulada (PBFM) garantindo a organização quanto aos canais
existentes em território nacional, mostrando a disponibilidade ou não dos mesmos. Toda
radiodifusão deve escolher os canais disponíveis a fim de seguir as normas da resolução e
consultar os canais vagos no site1 da agência supracitada. No PBFM pode-se conferir a
definição das classes de todos os canais2 .

3.1.1 Canalização
Como mencionado anteriormente a faixa de frequência dos canais FM inicia-se
em 87,4 e termina em 108 MHz. Dentro dessa faixa existem 103 canais os quais, a saber,
198,199 e 200 são para uso restrito das estações de ROADCOM (Serviço de Radiodifusão
Comunitária), cuja separação das portadoras está em 200 KHz. A frequência central define
cada canal e existe a atribuição de números entre 198 e 300, para que haja a identificação
necessária.
Há uma tabela de canalização da faixa de FM que foi promulgada através da
Resolução no 546, de 1o de setembro de 20103 , que faz uma alteração ao Regulamento
Técnico para Emissoras de Radiodifusão Sonora. A presente tabela, a saber, 3.1, que será
apresentada posteriormente dentro desse trabalho, é oriunda da referida resolução e a faixa
de frequência para cada canal FM, definido pelo PBFM é apresentada a fim de esclarecer
sua utilização.
1
http://sistemas.anatel.gov.br/se/public/view/b/srd.php
2
(BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2013b)
3
(BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2010)
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 23

3.2 Características do canal proposto


A partir da verificação de canais existentes dentro do PBFM4,5 foi encontrado o
canal 203 que está disponível na região do município goiano de Joviânia, de frequência
central 88,5 MHz. Esse canal está classificado na Classe C e deve, portanto, seguir as
normas vigentes para seu funcionamento de forma adequada de forma a evitar problemas
de transmissão e interferência. (Figura 3.A)

Figura 3.A – Consulta aos canais livres para utilização - Portal da ANATEL (Mosaico)

Fonte: Captura de tela da consulta ao PBFM no portal da ANATEL

3.2.1 Enquadramento na classe


A tabela 3.B apresenta as especificações necessárias dentro dos requisitos máximos
que devem ser observadas para que o canal mencionado, a saber, 203, que está classificado
na classe C (conforme apresentado na Figura 3.A) funcione corretamente de acordo com a
ANATEL.

4
http://sistemas.anatel.gov.br/se/eApp/reports/b/srd/resumo_sistema.php?id=57dbac1a2cfcb&state=FM-
C0
5
(BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2013b)
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 24

Tabela 3.A – Canalização da faixa de Frequência Modulada


Frequência Frequência Frequência
Canal Canal Canal
(MHz) (MHz) (MHz)
87,5 198 94,5 233 101,5 268
87,7 199 94,7 234 101,7 269
87,9 200 94,9 235 101,9 270
88,1 201 95,1 236 102,1 271
88,3 202 95,3 237 102,3 272
88,5 203 95,5 238 102,5 273
88,7 204 95,7 239 102,7 274
88,9 205 95,9 240 102,9 275
89,1 206 96,1 241 103,1 276
89,3 207 96,3 242 103,3 277
89,5 208 96,5 243 103,5 278
89,7 209 96,7 244 103,7 279
89,9 210 96,9 245 103,9 280
90,1 211 97,1 246 104,1 281
90,3 212 97,3 247 104,3 282
90,5 213 97,5 248 104,5 283
90,7 214 97,7 249 104,7 284
90,9 215 97,9 250 104,9 285
91,1 216 98,1 251 105,1 286
91,3 217 98,3 252 105,3 287
91,5 218 98,5 253 105,5 288
91,7 219 98,7 254 105,7 289
91,9 220 98,9 255 105,9 290
92,1 221 99,1 256 106,1 291
92,3 222 99,3 257 106,3 292
92,5 223 99,5 258 106,5 293
92,7 224 99,7 259 106,7 294
92,9 225 99,9 260 106,9 295
93,1 226 100,1 261 107,1 296
93,3 227 100,3 262 107,3 297
93,5 228 100,5 263 107,5 298
93,7 229 100,7 264 107,7 299
93,9 230 100,9 265 107,9 300
94,1 231 101,1 266
94,3 232 101,3 267
Fonte: (BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2010)
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 25

De acordo com a Resolução no 5466 que altera o Regulamento Técnico para Emisso-
ras de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada algumas pontuações e modificações
foram observadas e aceitas, mas é necessária correta adequação às normas vigentes a fim de
respeitá-las para um funcionamento correto do referido canal classificado na classe C (BRA-
SIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2010). Essas modificações
estão elencadas a seguir. São elas:

Tabela 3.B – Diferentes classes de emissoras em função de seus requisitos máximos


Requisitos Máximos
Potência Distância Máxima ao Altura de Referência
Classes (ERP) Contorno Protegido Sobre o Nível Médio
Kw dBk (66 dBm) (km) da Radial (m)
E1 100 20,0 78,5 600
E2 75 18,8 67,5 450
E3 60 17,8 54,5 300
A1 50 17,0 38,5 150
A2 30 14,8 35,0 150
A3 15 11,8 30,0 150
A4 5 7,0 24,0 150
B1 3 4,8 16,5 90
B2 1 0,0 12,5 90
C 0,3 -5,2 7,5 60
Fonte: (BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2010)

a) As alturas de antena ou ERP superiores às mencionadas na tabela acima estão


autorizadas para uso, caso a distância máxima ao contorno protegido não esteja além do
permitido.
b) Autorização para utilização de transmissor com potência nominal inferior a 50
W somente para as emissoras classificadas na classe C.
c) O canal 201 foi utilizado para se obter as informações referentes às distâncias
mencionadas na Tabela 3.B e com isso oferecem subsídios para a criação de estudos sob a
ausência de ferramentas oriundas de computador.

3.3 Nível Médio do Terreno e Altura Acima do Nível Médio do


Terreno
Agora será mostrada a metodologia referente ao reconhecimento geométrico do
local a fim de instalar a emissora de radiodifusão sonora em frequência modulada. Para
que haja o sucesso nesse projeto os dados apresentados são de fundamental importância.
6
http://www.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/25-2010/14-resolucao-546
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 26

3.3.1 Nível Médio da Radial (NMR) e Nível Médio do Terreno (NMT)


Segundo a resolução é necessário que sejam traçadas no mínimo 12 radiais com
distância angular de 30o e de 50 cotas minimamente, com espaçamento igual. A origem das
radiais será definida a partir do ponto o qual será colocada a antena, sendo, assim, muito
importante definir o local. Para tal procedimento há disponível o endereço eletrônico do
IBGE7 . Nesse local recomenda-se o uso de uma escala definida, a saber, 1: 50.000 (BRASIL.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA., 2010). Essas radiais
são muito importantes, pois elas definirão as altitudes do relevo tendo como destaque
o contorno da base da antena. Nesse projeto, as radiais foram tracejadas a partir das
coordenadas do ponto que representa a base da torre da antena, são elas: 17o 48’11.21”S
com 49o 37’20.82”O. É necessário que a direção do Norte Verdadeiro esteja inclusa em uma
das radiais.
O nível Médio da Radial (NMR) é calculado depois que os 12 raios são definidos.
O referido nível é definido pela média aritmética levando em consideração a totalidade das
cotas da radial. Segundo a norma essas devem estar definidos no intervalo entre 3 e 15
quilômetros. Na tentativa de se ter os valores exatos das cotas acima através do portal
online da ANATEL, existe a eficaz ferramenta denominada SIGAnatel8,9 . Essa ferramenta
é importante para que seja identificado o perfil de terreno (projeção geográfica), por meio
de gráficos produzidos por ele.
Tomando como referência a distância acima deve-se começar pela base da emissora
para que seja possível usar de forma adequada a ferramenta não deixando de obter as
coordenadas das 12 radiais citadas no decorrer desse trabalho. Informados os valores no
mapa através da escala definida acima é possível buscar os valores referidos levando em
consideração a medida de 30 centímetros que os radiais devem ter a partir dos 500m de
cada centímetro no mapa com a referida escala tendo como objetivo atingir 15 km.
A fim de descobrir as coordenadas de 24 pontos a partir da constatação da represen-
tação do intervalo entre 3 e 15 quilômetros da totalidade de radiais no mapa é necessário
realizar a regra de três para que todas as coordenadas sejam definidas. A Tabela 3.C
destaca as coordenadas dos pontos no mapa, a Figura 3.B destaca o layout da ferramenta
SIGAnatel e a Figura 3.C destaca com detalhes as 12 radiais traçadas, tendo como início
a base da torre.

7
ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/mapas_para_fins_de_levantamentos_estatisticos/censo_demografico
_2010/mapas_municipais_estatisticos/go/joviania_v2.pdf
8
http://sistemas.anatel.gov.br/siganatel/
9
(BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2013c)
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 27

Figura 3.B – Layout da aplicação SIGAnatel

Fonte: Captura de tela da aplicação SIGAnatel no portal da ANATEL

Figura 3.C – As 12 radiais traçadas a partir da base emissora

Fonte: Captura de tela da aplicação SIGAnatel no portal da ANATEL

A ferramenta acima mostra-se bastante útil, pois há a presença de uma projeção


geográfica que atende as recomendações. O gráfico dentro da Figura 3.D mostra as
vantagens que tal aplicação proporciona. Nesta há a presença do intervalo de 240 metros
entre cada medição, este que é o valor mínimo pedido pela resolução. O gráfico a seguir
apresenta os valores necessários para conhecer o NMR de cada radial (no ANEXO D estão
as informações das 12 radiais traçadas).
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 28

Figura 3.D – Gráfico do NMR da Radial 1 gerado pela aplicação SIGAnatel

Fonte: Captura de tela do relatório gerado pelo SIGAnatel

Tendo os valores de NMR é possível obter o valor do NMT (nível médio do terreno)
compreendido pela média aritmética dos 12 valores de NMR, fazendo com que o terreno
se torne figuradamente plano e de altura definida.
A tabela seguinte, a saber, 3.D mostra os valores obtidos nas 12 radiais. Esta aponta
as altitudes dos 50 pontos ao longo de cada radial, fazendo com que haja a obtenção da
média para encontrar o NMR de cada radial e, por conseguinte, o NMT de 784,01 m,
como será apresentado a seguir. Os valores de NMR obtidos nessa fase serão utilizados
para calcular os valores de intensidade de sinal em cada uma das radiais em uma fase
seguinte do trabalho.

3.3.2 Altura Acima do Nível Médio do Terreno


De posse dos valores referentes aos níveis médios do terreno levando em consideração
as 12 radiais, é possível, portanto, identificar os valores de HNMT (Altura do nível médio
do terreno) da mesma forma para cada radial. Tais valores serão empregados para definir
os valores de intensidade do campo, que constituirá o contorno protegido de 66 dBm.
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 29

Tabela 3.C – Coordenadas das latitudes e longitudes referências de cada radial


Radial Latitude (3 km) Longitude (3 km) Latitude (15 km) Longitude (15 km)
0o 17o 48’ 15.00” S 49o 35’ 38.00” O 17o 48’ 18.00” S 49o 29’ 01.00” O
30o 17o 47’ 21.49” S 49o 35’ 53.40” O 17o 43’ 49.00” S 49o 30’ 16.00” O
60o 17o 46’ 47.10” S 49o 36’ 31.00” O 17o 41’ 00.09” S 49o 33’ 17.09” O
90o 17o 46’ 38.00” S 49o 37’ 21.00” O 17o 40’ 07.00” S 49o 37’ 18.00” O
120o 17o 46’ 47.10” S 49o 38’ 08.00” O 17o 41’ 03.22” S 49o 41’ 22.00” O
150o 17o 47’ 25.00” S 49o 38’ 48.47” O 17o 43’ 58.28” S 49o 44’ 35.47” O
180o 17o 48’ 15.00” S 49o 39’ 04.10” O 17o 48’ 05.26” S 49o 45’ 47.38” O
210o 17o 49’ 08.00” S 49o 38’ 48.47” O 17o 52’ 34.11” S 49o 44’ 32.34” O
240o 17o 49’ 42.17” S 49o 38’ 05.00” O 17o 55’ 32.30” S 49o 41’ 28.00” O
270o 17o 49’ 55.00” S 49o 37’ 21.00” O 17o 56’ 22.32” S 49o 37’ 12.00” O
300o 17o 49’ 39.04” S 49o 36’ 31.00” O 17o 55’ 29.17” S 49o 33’ 11.00” O
330o 17o 49’ 02.00” S 49o 35’ 53.40” O 17o 52’ 37.23” S 49o 29’ 51.00” O
Fonte: Elaborada pelo autor

O HNMT é constituído através da equação 3.1, a saber,

HNMT = CBT + HCGSI - NMT (3.1)

Onde:

• CBT = Cota da base da torre (altura do terreno em que irá instalar a base da
emissora);

• HCGSI = Altura do centro geométrico do sistema irradiante;

• NMT = Nível Médio do Terreno.

Através da utilização do aplicativo SIGAnatel, e apresentando as coordenadas


17o 48’11.21”S e 49o 37’20.82”O, houve a intenção de buscar a altura do terreno da nossa
base, tendo como resultado 818 m acima do nível do mar. Portanto, é constituído o primeiro
parâmetro, isto é, o CBT .

CBT = 818m

Ao observar a Tabela 3.D é possível perceber que o CBT tem um valor aproximado
com o valor obtido de NMT (784,01), isso demonstra que o relevo ao redor daquela região
tem a tendência de se manter na mesma altura do ponto que foi determinado como base.
Porém, deve-se lembrar que esse valor de NMR foi obtido pela média das 12 radiais.
Tabela 3.D – Mapeamento das altitudes de cada uma das 12 radiais
Radial 1 Radial 2 Radial 3 Radial 4 Radial 5 Radial 6 Radial 7 Radial 8 Radial 9 Radial 10 Radial 11 Radial 12 NMT
Dist.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt.(m) Alt. Média(m)
3000 787 788 650 765 775 827 797 822 826 853 809 805 792,00
3240 787 781 640 770 806 823 813 816 824 847 817 805 794,08
3480 791 775 652 777 799 812 820 813 822 843 822 796 793,50
3720 794 780 647 776 794 801 827 805 817 838 825 753 788,08
3960 798 797 636 779 752 806 835 797 818 839 825 726 784,00
4200 801 804 637 782 684 813 841 783 820 843 825 720 779,42
4440 802 806 619 778 653 817 844 764 820 844 823 688 771,50
4680 804 809 636 776 636 813 844 789 818 844 821 687 773,08
4920 801 808 655 696 609 814 843 794 819 849 814 677 764,92
5160 786 796 652 639 608 807 840 802 813 846 819 661 755,75
5400 790 786 629 597 595 794 830 807 807 838 820 650 745,25
5640 792 745 600 580 582 796 825 800 790 829 815 637 732,58
5880 789 730 625 567 573 791 818 798 772 819 811 622 726,25
6120 773 721 624 552 580 771 810 783 749 807 802 604 714,67
6360 759 720 629 547 589 737 801 783 733 803 785 593 706,58
6600 785 757 624 544 580 701 791 790 740 795 776 593 706,33
6840 793 768 638 543 576 784 789 799 755 786 769 594 716,17
7080 792 779 672 564 560 790 790 812 769 785 731 592 719,67
7320 783 813 674 603 553 766 787 822 770 780 701 591 720,25
7560 722 834 698 580 558 760 797 827 774 770 686 581 715,58
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação

7800 693 833 748 566 558 734 798 828 775 765 665 577 711,67
8040 675 828 775 584 563 679 800 831 768 769 645 572 707,42
8280 664 822 787 598 545 709 800 829 764 775 633 562 707,33
8520 659 816 793 598 538 675 797 826 760 777 630 564 702,75
8760 654 814 798 596 535 702 798 814 751 774 632 561 702,42
9000 648 801 796 595 558 697 797 805 741 774 631 562 700,42
9240 635 764 789 588 570 659 793 791 724 778 630 567 690,67
9480 625 704 785 589 574 683 788 786 718 784 622 569 685,58
9720 616 640 752 603 575 731 782 796 736 787 621 566 683,75
9960 601 616 772 611 571 748 776 806 755 787 618 565 685,50
10200 588 624 779 620 565 759 773 813 752 788 614 564 686,58
10440 586 611 792 617 557 766 766 818 745 781 612 562 684,42
10680 592 595 796 612 548 740 765 823 753 777 609 557 680,58
10920 604 598 749 609 529 728 762 824 765 770 609 555 675,17
11160 612 589 702 608 521 725 754 824 766 770 604 542 668,08
11400 605 582 642 607 529 700 744 819 768 781 599 539 659,58
11640 600 588 623 609 551 649 727 817 763 785 598 543 654,42
11880 596 582 617 605 559 635 716 814 765 787 592 551 651,58
12120 604 577 618 603 560 618 727 811 769 780 590 559 651,33
12360 604 565 642 599 556 636 743 809 766 776 582 566 653,67
12600 592 569 684 593 551 614 747 800 761 765 569 576 651,75
12840 592 575 750 586 546 599 749 792 751 758 568 578 653,67
13080 594 575 819 582 535 587 751 782 741 747 570 580 655,25
13320 585 580 833 573 530 579 751 779 730 729 559 582 650,83
13560 574 580 836 564 521 569 747 777 716 707 567 579 644,75
13800 585 585 849 551 511 561 744 777 711 694 575 577 643,33
14040 582 601 852 538 518 572 735 771 703 706 577 574 644,08
14280 586 610 868 534 512 583 728 765 699 714 579 562 645,00
14520 586 607 879 533 505 591 713 769 706 721 578 547 644,58
14760 586 614 893 542 518 582 724 762 713 725 579 543 648,42
15000 582 615 904 542 533 575 737 757 717 718 578 555 651,08
Soma 40634 35657 39759 36470 30704 41208 44874 45821 43908 45007 35531 30831 39200,33
30

NMR(m) 812,68 713,14 795,18 729,4 614,08 824,16 897,48 916,42 878,16 900,14 710,62 616,62 784,01

Fonte: Elaborada pelo autor


Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 31

Considerando os valores de NMT e tomando como parâmetro a tabela acima,


percebe-se que para algumas direções a partir da base emissora, temos regiões em que a
altura do terreno é maior que a da base. As demais regiões, porém, são mais baixas. A
fim de se manter o espalhamento do sinal é necessário haver um maior esforço em lugares
onde a antena é menos elevada que os terrenos e também tomar o devido cuidado para
que haja a proteção do contorno.
Por mais que a vida útil da torre de constituição metálica e do transmissor atinja
20 anos, recomenda-se a fim de conter gastos aumentar a altura da torre e não aumentar a
potência do transmissor, pois sua manutenção é bem mais elevada que a referida estrutura
metálica gastando, assim, muita energia elétrica.
Com relação a torre, fica definida a altura de 20 metros10 , tendo em vista a
localização da emissora que se encontra em uma área de relevo muito irregular e com
a presença de certas radiais que apresentam NMR maior que a da base. Essa altura da
antena é definida com o objetivo de alcançar também as regiões com NMR maior que a do
local da base da emissora.
A partir de agora é necessário, porém, definir a HCGSI. O valor da altura do Centro
de Fase do Sistema Irradiante localiza-se nas especificações da antena Dipolo 1/2 onda
para FM tendo como fabricante a marca IDEAL, consoante ANEXO A. Ao utilizar um
sistema de três elementos irradiantes e baseado nos dados para a frequência de 88,1MHz
(que é a mais próxima de 88,5MHz disponível para a emissora), o centro de fase do sistema
chega no valor 4,244 m. Através da realização da soma envolvendo as alturas da torre e do
Centro de Fase do Sistema Irradiante, o seguinte valor é definido, a saber,

HCGSI = 20m + 4, 244m = 24, 244m

Uma vez que já estão definidas todas as variáveis constituintes da equação, deve,
agora, portanto, ser buscado o HNMT, segundo a equação abaixo com o seu respectivo
resultado.

HNMT = 818m + 24, 244m − 784, 01m

HNMT = 58, 234m

10
Foi considerada a Tabela 3.B para se definir esse valor. Nessa tabela citada, o requisito máximo para
classe C é 60 metros acima do NMT. Essa altura da torre somada com o centro de fase do sistema
(4,244 m), a altura da antena (HCGSI )passa a ser 24,244 metros
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 32

Tabela 3.E – Valores de HNMT de cada radial


Radial NMR HNMT
0o 812,68 29,56
30o 713,14 129,10
60o 795,18 47,06
90o 729,40 112,84
120o 614,08 228,16
150o 824,16 18,08
180o 897,48 -55,24
210o 916,42 -74,18
240o 878,16 -35,92
270o 900,14 -57,90
300o 710,62 131,62
330o 616,62 225,62
Fonte: Elaborada pelo autor

A utilidade única do primeiro valor encontrado de HNMT refere-se apenas a fins


referenciais. Através desse resultado constata-se que a antena ficará em uma altura-limite
estabelecida pela resolução (60 m), tendo como parâmetro a média de todas as radiais
(NMT ).
Nesse exato instante, a equação mencionada acima deve ser utilizada permutando o
valor do NMT pelos valores de NMR e, então, localizar o HNMT de cada radial de forma
independente.
A Tabela 3.E mostra os valores de HNMT calculados. A partir disso, há as
informações desses valores que se referem a diferença entre a altura da antena e o NMR
da radial relacionado.
A partir da negatividade dos resultados constata-se que há a informação de que na
direção das radiais correspondentes aos valores apresentados, o nível do terreno é mais
alto que a altitude da antena, definida em 842,24 m (resultado da soma entre a HCGSI e
CBT ). Portanto, pode-se constatar que através do sinal irradiado para estas direções há a
presença de obstáculos que podem prejudicar o alcance desse sinal.

3.4 Contorno Protegido


Na intenção de se referir ao contorno protegido de uma estação de rádio FM, esse
relaciona-se ao lugar geometricamente definido onde a intensidade de campo do sinal
detectar o valor de 66 dBµ (2 mV/m)(nomeado Contorno 2). O atendimento à área de
serviço urbana é seu principal objetivo já que a cobertura da referida área estiver segundo
os padrões da resolução, as demais áreas de serviços, a saber, de serviço primária (nomeado
Contorno 1), circunscrita pelo contorno de 74 dBµ (5 mV/m) e de serviço rural (nomeado
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 33

Contorno 3), dentro do intervalo entre o contorno 2 e o contorno de 54 dBµ (0,5 mV/m),
também estará em conformidade com a norma.
Para uma boa extensão do referido contorno protegido é necessário escolher ade-
quadamente os equipamentos e especificações utilizados nesse sistema que devem estar de
acordo com a geografia do local e das normas existentes através da resolução especificada
pela ANATEL levando em consideração a classe do canal em evidência.

3.4.1 Interferências
A resolução, em vários momentos, mostra rigidez excessiva no que tange a interfe-
rências relacionadas a canais, mas apesar de toda essa atitude sendo que o PBFM evita
interferências dada a sua criação há a exigência da presença dessa recomendação no que se
refere ao estudo de viabilidade técnica, segundo prevê o subitem 3.6.2 da referida resolução
(BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 1998b).
Mas as interferências se tornam inócuas a partir do momento em que o sistema
irradiante estiver definido próximo das coordenadas declaradas no PBFM para o presente
canal. Uma vez que existe a proximidade do sistema irradiante das coordenadas definidas
para o canal no PBFM, segundo divulgado na Figura 3.E, o projeto está desobrigado de ir
ao encontro e de mostrar as informações vigentes.
Capítulo 3. Canal Proposto para Propagação 34

Figura 3.E – Representação da coordenada referência do PBFM e da base do sistema

Fonte: (GOOGLE EARTH., 2017)


35

4 Equipamentos básicos componentes da


emissora

Definida a geografia do local onde será implantada a emissora e os fatores técnicos,


que não deixam de ser essenciais, é necessário ir para o próximo passo que envolve a
construção de vários equipamentos relacionados a fim de edificar essa emissora tão citada
durante várias passagens do texto envolvendo esse projeto.

4.1 Sistema Irradiante


Uma antena, um guia de onda, e um transmissor são as ferramentas básicas de um
sistema irradiante. À exceção do fabricante, esses equipamentos possuem características
singulares que os tornam necessários para a edificação da emissora que influenciará no
desenvolvimento da engenharia do processo envolvendo cálculos.
Adiante serão mostradas as etapas do sistema irradiante, além dos critérios utilizados
visando aproveitar as potencialidades de cada equipamento. Os cálculos também serão
destacados a fim de localizar os valores envolvendo as potências constituídas pelo sistema.

4.1.1 Antena
Com polarização vertical e sendo uma Dipolo meia onda a antena empregada
possui qualidades satisfatórias favorecendo a edificação de uma emissora. Seu diagrama
de irradiação é favorável, pois o relevo é irregular tendo em vista que se trata da região
de Joviânia. De acordo com a Figura 4.A, esse é constituído de uma antena com uma
irradiação pouco direcionada. O documento do fabricante da antena aparece no Anexo A
desse projeto, integralmente.
Capítulo 4. Equipamentos básicos componentes da emissora 36

Figura 4.A – Diagrama de irradiação de antena dipolo de meia onda para FM

Fonte: (IDEAL ANTENAS PROFISSIONAIS., 2017)

4.1.2 Conectores e Linha de Transmissão


De acordo com a irradiação da potência máxima e a antena definida, para o guia
de onda, será usado o padrão EIA 1-5/8”. O modelo 1-5/8” CELLFLEX Lite Low-Loss
Foam-Dielectric Coaxial Cable, fabricado pela RFS, foi escolhido. Tomando como base a
frequência do canal projetado de 88,5 MHz, considera-se o valor de 0.6dB/100m (valor
encontrado através do uso da tabela de atenuação, constante nas informações técnicas).
A estrutura da torre que abrigará a antena, como já mencionado, apresenta uma
altura de 20 m. Por conseguinte dada a altura da antena, o comprimento do guia de onda
apresentará o valor de 35 m, tendo em vista sua conexão ao transmissor, que necessita
estar dentro de uma estrutura correta (casa do transmissor). Assim, a atenuação acusada
pelo cabo terá o valor de 0,21 dB.
Deve haver também a consideração dos prejuízos causados pelos conectores, levando
também o nome de perdas acessórias (Pc, em dB). Essas perdas ocorrem por conta dos
conectores e divisores da linha, com isso, adota-se mais uma perda de 2 dB (RÉGIS, 2010).
Capítulo 4. Equipamentos básicos componentes da emissora 37

4.1.3 Transmissor
Para que sejam efetuados os cálculos necessários, do transmissor é considerado
apenas a potência de saída, que geralmente é apresentada em Wrms nas especificações
técnicas, que representa a potência média. A grande maioria dos transmissores disponíveis
no mercado têm potência nominal entre 25 e 300 Wrms. Como o canal 203 pertence à
classe C, conforme a resolução, a emissora fica limitada à uma potência de 300 Wrms,
porém, o valor de potência do transmissor escolhido para esse projeto é de 25 Wrms. Essa
potência nominal do transmissor, juntamente com o ganho da antena e a eficiência da
linha de transmissão deve ter como fim uma potência menor ou igual a 300 Wrms.

4.1.4 Valores de ERPmax, ERPaz e orientação da antena


A fim de se ter um resultado mais eficiente respeitando as normas vigentes serão
apresentados, a seguir, os ajustes e cálculos adequados.

4.1.4.1 Potência Efetiva Irradiada Máxima (ERPmax)

A Potência Efetiva Irradiada Máxima é uma característica importante envolvendo


potência, uma vez que é caracterizada pela máxima potência de transmissão de sinal sendo
isso o resultado da junção das características detalhadas dos elementos que a constituem.
Para identificar a ERPmax, utiliza-se a equação 4.1. Essa equação contém as variáveis
que representam os equipamentos que compõem o sistema além de seus princípios de
funcionamento (RÉGIS, 2010).

ERP max = P t × Gtmax × Ef (4.1)

Sobre a equação acima, é definido que: a variável Pt refere-se à potência de saída


do transmissor em Wrms, Gtmax é o ganho máximo da antena, e Ef a eficiência da linha
de transmissão.
De acordo com o detalhamento do fabricante, podem ser adquiridos a potência de
saída do transmissor, além do ganho máximo da antena. Se o Gtmax estiver apenas repre-
sentado em dBd utiliza-se a equação 4.2 para realizar a mudança levando em consideração
a escala linear (RÉGIS, 2010).

Gtmax(dBd) = 100,1×Gtmax(dBd) (4.2)

Consoante com Régis (2010), a eficiência da linha de transmissão é oriunda das


perdas do sistema. Visando calcular as perdas na linha, utiliza-se a equação 4.3 abaixo:
Capítulo 4. Equipamentos básicos componentes da emissora 38

L × Al
Pl = (4.3)
100
Sobre a equação acima, entende-se que o parâmetro L destaca o comprimento do
guia de onda em metros, Al refere-se à atenuação do guia em um intervalo que se repete
a cada 100 m de comprimento, em dB/100 m. Será adotado o valor de 2 dB levando
em consideração a falta com acessórios (Pc), oriundos de conectores e divisores de linha,
adicionados ao valor Pl, acabando, assim, na extinção da linha (Pd), em dB, conforme
equação 4.4 apresenta (RÉGIS, 2010).

Pd = Pl + Pc (4.4)

As perdas totais são modificadas para escala linear (Pv) (RÉGIS, 2010):

P v = 100,1×P d (4.5)

Para finalizar, visando a definição do parâmetro final restante a fim de localizar


o ERPmax, inverte-se o resultado da equação 4.5, obtendo assim, a equação 4.6, com o
objetivo de ter bom resultado da linha (RÉGIS, 2010).

1
Ef = (4.6)
Pv

4.1.4.2 Potência Efetiva Irradiada por Azimute (ERPaz)

A ERPmax diz respeito à potência máxima, porém, de acordo com o diagrama de


irradiação da antena, tomando como referência a parte prática, apenas em uma direção essa
potência será irradiada. Portanto, agora destacando a ERPaz, essa é usada e importante
a fim de localizar os valores de potência considerando cada radial. A partir da definição
desses valores, localizar as distâncias e definir os contornos das áreas de serviço do sistema
torna-se uma tarefa totalmente viável.
Caracterizando a ERPaz essa é simplesmente uma parte do ERPmax irradiada em
um azimute definido sendo calculada através da equação 4.7 abaixo:

ERP az = ERP max × (E/Emax)2 (4.7)

A equação acima define que E/Emax representa a porcentagem da potência máxima,


irradiada no azimute definido, e sendo localizada através das determinações de viés técnico
do produtor.
Capítulo 4. Equipamentos básicos componentes da emissora 39

4.1.4.3 Orientação da antena

De acordo com a Tabela 3.E, há a existência de valores negativos de HNMT. Esses


valores negativos representam que naquela direção o terreno é mais alto que a altitude da
antena. Havendo a presença de um terreno acidentado, o sinal ao ser transmitido enfrenta
problemas em sua propagação por conta dessa considerável altitude, aumentando a sua
atenuação à medida que se afasta da origem.
No azimute de 210o , pode-se perceber que o NMR é o maior, com isso, o HNMT
é o mais negativo. Com o objetivo de compensar a atenuação do sinal nessa direção, a
antena será posicionada para o azimute de 210o da base emissora, ou seja, o 0o da antena
coincidirá com o 210o da base emissora. Como a especificação técnica da antena informa
que o seu ERPmax é na direção 0o da antena, então a mesma ficará apontada para essa
direção para que o sinal tenha a maior potência disponível ao propagar nessa direção de
maiores obstáculos.
40

5 Desenvolvimento da emissora FM

Nesse capítulo será apresentado o desenvolvimento da emissora tendo em vista que


etapas anteriores já foram apresentadas, a saber, o local de trabalho, os equipamentos
componentes da emissora e os passos a serem percorridos a fim de desenvolver esse projeto.

5.1 Especificações obtidas


Ao longo desse trabalho levantamentos contendo seus valores definidos foram
apresentados. Na tabela 3.E, por exemplo, mostrou-se o mapeamento geográfico do
local referido contendo os valores de NMR e HNMT. Além dessa tabela há outra, mais
especificamente a Tabela 5.A, unindo os detalhamentos técnicos determinados até agora.
A fim de destacar o respeito aos requisitos máximos, comprovando os valores que
configurarão o sistema, tendo como destaque o contorno protegido cujo valor é de 66 dBm,
novos passos serão dados para isso.
Abaixo, a tabela apresenta as principais especificações técnicas da emissora, con-
tendo dados que foram obtidos ao decorrer deste trabalho, valores de passos adiantes, e
dados de equipamentos escolhidos para o projeto, dos quais, pode-se ver as especificações
nos anexos deste.
Essas especificações são essenciais para as próximas etapas do projeto, e como já
citado, deve-se observá-las respeitando as resoluções que regem a radiodifusão em território
brasileiro.

Tabela 5.A – Pincipais especificações técnicas da emissora FM


Canal 203
Frequência 88,5 MHz
Classe C
Orientação do Norte Verdadeiro 90o no diagrama de irradiação
Cota da base da torre 818 metros
HNMT 58,234 metros
Comprimento da linha de transmissão 35 metros
Altura da antena 24,244 metros
Atenuação dos conectores e guia de onda 0,21 dB (para 35 metros)
Potência do transmissor 0,025 kW
Ganho da antena 4,77 dBd (ganho para 3 elementos)
Fonte: Elaborada pelo autor
Capítulo 5. Desenvolvimento da emissora FM 41

5.2 Definição das potências ERPmax e ERPaz


Em se tratando de irradiar o sinal há um limite máximo de potência determinado,
esse valor compreende 0,300 kW. A fim de descobrir o valor de ERPmax da emissora há
fatores existentes que já se tem conhecimento. Passa-se, portanto, nesse momento, para a
amostragem dos cálculos. Esse será iniciado pela perda da linha.

35 × 0, 6
Pl =
100

Pl = 0, 21dB

Adiciona-se esse resultado à atenuação causada por conta dos conectores

Pd = 0, 21 + 2

Pd = 2, 21dB

Modificando para perdas totais em escala linear (Pv)

Pv = 100,1×2,21

Pv = 1, 663

Com o objetivo de obter a Eficiência da Linha, inverte-se o resultado obtido

1
Ef =
1, 663

Ef = 0, 601

Assim, a potência de saída do sistema apresenta-se como

ERPmax = 0, 025 × 3 × 0, 061

ERPmax = 0, 045kW
Capítulo 5. Desenvolvimento da emissora FM 42

Utilizando a notação em decibéis (dB), têm-se

ERPmax = −13, 45dBk

O resultado acima vai de encontro ao proposto pela resolução, ou seja, é menor que
300 W, portanto, os cálculos de ERPaz podem ser iniciados para cada um dos azimutes
determinados.
Novamente, menciona-se que, a antena localizou-se apontando o seu 90o direcio-
nando ao norte verdadeiro, ficando, então, de frente para o azimute 210o da emissora.
Evidenciando a localização da antena bem como os valores de E/Emax (presente
nas características da antena - ANEXO A), o cálculo direcionado ao azimute 0o apresenta-se
assim, conforme a equação 4.7:

ERPaz(0o ) = 0, 045kW × (0, 63)2

ERPaz(0o ) = 0, 045kW × 0, 3969

ERPaz(0o ) = 0, 0179kW

Mudando para dBk (10×log)

ERPaz(0o ) = −17, 48dBk

Esse processo é repetido tendo como objetivo alcançar todas as outras 11 radiais.
Sendo assim, destaca-se o caráter completo da Tabela 5.B, com a presença de todos os
valores de E/Emax e ERPaz contemplando todas as radiais.

5.3 Definição dos contornos das áreas de serviços


A principal finalidade desse projeto é determinar a distância do contorno protegido,
cobertura da área de serviço urbana tendo com valor mínimo de potência 66 dBm. O que
irá determinar a classe da referida emissora conforme cada radial é a distância representada
pela média aritmética. Não pode haver distância maior que 7,5km referindo-se ao contorno
2, por se tratar de um canal de classe C, pois é o resultado da média das 12 radiais.
Capítulo 5. Desenvolvimento da emissora FM 43

Tabela 5.B – Valores individuais de ERPaz das 12 radiais


Radial E/Emax ERPaz (kW) ERPaz (dBk)
0o 0,63 0,0179 -17,48
30o 0,62 0,0173 -17,62
60o 0,63 0,0179 -17,48
90o 0,69 0,0214 -16,69
120o 0,78 0,0274 -15,63
150o 0,88 0,0348 -14,58
180o 0,95 0,0406 -13,91
210o 1,00 0,0450 -13,47
240o 0,95 0,0406 -13,91
270o 0,88 0,0348 -14,58
300o 0,78 0,0274 -15,63
330o 0,69 0,0214 -16,69
Fonte: Elaborada pelo autor

É necessário segundo a norma haver a definição de mais duas áreas de serviços, a


saber, de serviço primário (74 dBm) e de serviço rural (54 dBm), considerando, na ordem,
Contornos 1 e 3. A área de serviço da emissora é composta a partir da união dos três
contornos referidos.
A etapa seguinte refere-se à identificação das distâncias de forma isolada a fim de
constituir os contornos a partir do conhecimento já existente das potências de irradiação
tomando por base cada radial do sistema. Para atingir esse objetivo serão utilizadas as
curvas de intensidade de campo E(50,50), dada a sua importância tendo em vista que
a partir delas há a aquisição das ligações entre potência e relevo, importantes para que
sejam definidas, tendo como referência as áreas de serviços, as distâncias dos contornos. A
partir da potência efetiva de valor 1 kW há o condicionamento de curvas que tem como
parâmetro a propagação feita por um dipolo de 1/2 onda, sem restrições, formando uma
força de campo aumentada, a 1 km, de cerca de 107 dBµ.

5.3.1 Área de Serviço Urbana (Contorno 2 - 66dBm)


O principal contorno do projeto conforme referência anterior é a Área de Serviço
Urbana. Na intenção de respeitar o valor de 7,5km no que se refere ao contorno tomando
como referência a emissora é necessário que as curvas de intensidade sejam usadas de forma
adequada em união com as potências ERPaz. Deve-se efetuar a subtração dos valores
existentes em dBk referindo-se ao contorno almejado, pois é necessário um ajuste dada
a inferioridade de 1kW das potências efetivas irradiadas antes encontradas. A valia de
HMNT referente à radial da presente potência será o ponto de intersecção devendo ser
localizado no meio das escalas destacadas nas curvas de intensidade.
Capítulo 5. Desenvolvimento da emissora FM 44

Figura 5.A – Curvas E(50,50) utilizadas para cálculo de contorno protegido

Fonte: (BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2010)

O valor, em Km, localizado em escala logarítmica no eixo horizontal, é buscado


somente após a definição do ponto. A Figura 5.A destaca o presente procedimento a fim de
mostrar os valores que se referem à radial 0o . A valia, o resultado da equação 5.1 abaixo,
está localizada à esquerda, no eixo vertical. Dada a importância do valor de HMNT de
29,56m na radial 0o , empregando a curva referente chega-se no valor de 2,1 km.

66dBm − (−17, 48dBk) = 83, 48dBm (5.1)

A partir de determinados fatores, chega-se, à potência de 66 dBm. Tais fatores


referem-se à 2,1 km da base da emissora, indo sentido ao norte verdadeiro. A obediência
às normas é essencial, mas exceções e mudanças podem ocorrer. No caso de uma distância
ultrapassar o limite de 7,5 km, no entanto, deve-se considerar a irregularidade do terreno.
O que não pode ser ultrapassada é a média geral. Outro cuidado a ser tomado refere-se
à altura da antena que não pode superar 60 metros, e a potência ERPmax não pode
ultrapassar 0,3 kW. Nota-se que o projeto em questão cumpre a essas recomendações.
Aplicando o presente método levando em consideração todas as 12 radiais, chegou-se
aos seguintes resultados apresentados na Tabela 5.C. Tendo como marca a negatividade
dos valores de HMNT ressalta-se a curva de valor mínimo como destaque, sendo este 10 m.
Capítulo 5. Desenvolvimento da emissora FM 45

Tabela 5.C – Alcance do contorno protegido 2 (66 dBm)


Radial ERPaz (dBk) HNMT (m) 66 dBm Contorno 2 (km)
0o -17,48 29,56 83,48 2,1
30o -17,62 129,10 83,62 3,6
60o -17,48 47,06 83,48 2,4
90o -16,69 112,84 82,69 4,0
120o -15,63 228,16 81,63 7,0
150o -14,58 18,08 80,58 2,5
180o -13,91 -55,24 79,91 2,0
210o -13,47 -74,18 79,47 2,0
240o -13,91 -35,92 79,91 2,0
270o -14,58 -57,90 80,58 2,0
300o -15,63 131,62 81,63 3,7
330o -16,69 225,62 82,69 6,5
Fonte: Elaborada pelo autor

A fim de cumprir o que a resolução estabelece é necessário que o contorno cujo


valor é de 66 dBm cubra minimante 90% da atual área urbana, para então, justificar a
cobertura do território urbano do município de Goiás.

5.3.2 Áreas de Serviço Primário (Contorno 1 - 74 dBm ) e Rural (Contorno 3


- 54 dBm)
Com a finalidade de atender a área de maior contingente populacional e a área
rural existem demais contornos de serviços, a saber, Área de Serviço Primário (74 dBm)
e Área de Serviço Rural (54 dBm) que cuidarão desse processo. O processo usado em
referência a esses dois contornos é análogo para localizar as distâncias do contorno cujo
valor é de 66 dBm. As conclusões estão localizadas na Tabela 5.D.
Capítulo 5. Desenvolvimento da emissora FM 46

Tabela 5.D – Diversos dados por radial


Radiais (graus) 0o 30o 60o 90o 120o 150o
NMT (m) 812,68 713,14 795,18 729,40 614,08 824,16
HMNT (m) 29,56 129,10 47,06 112,84 228,16 18,08
E/Emax vezes 0,63 0,62 0,63 0,69 0,78 0,88
Potência ERPaz (kW) 0,0179 0,0173 0,0179 0,0214 0,0274 0,0348
(dBk) -17,48 -17,62 -17,48 -16,69 -15,63 -14,58
Contorno 1 74 dBm 91,48 91,62 91,48 90,69 89,63 88,58
(km) 1,5 2,0 1,4 2,1 1,7 0,4
Contorno 2 66 dBm 83,48 83,62 83,48 82,69 81,63 80,58
(km) 2,1 3,6 2,4 4,0 7,0 2,5
Contorno 3 54 dBm 71,48 71,62 71,48 70,69 69,63 68,58
(km) 5,6 10,2 6,2 9,7 10,6 5,6
Radiais (graus) 180o 210o 240o 270o 300o 330o
NMT (m) 897,48 916,42 878,16 900,14 710,62 616,62
HMNT (m) -55,24 -74,18 -35,92 -57,90 131,62 225,62
E/Emax vezes 0,95 1,00 0,95 0,88 0,78 0,69
Potência ERPaz (kW) 0,0406 0,0450 0,0406 0,0348 0,0274 0,0214
(dBk) -13,91 -13,47 -13,91 -14,58 -15,63 -16,69
Contorno 1 74 dBm 87,91 87,47 87,91 88,58 89,63 90.69
(km) 0,3 0,3 0,3 0,3 2,4 3,1
Contorno 2 66 dBm 79,91 79,47 79,91 80,58 81,63 82,69
(km) 2,0 2,0 2,0 2,0 3,7 6,5
Contorno 3 54 dBm 67,91 67,47 67,91 68,58 69,63 70,69
(km) 5,0 5,0 5,0 5,0 10,2 10,8
Fonte: Elaborada pelo autor

5.3.3 Áreas dos Contornos


A fim de constatar se os efeitos dessas coberturas estão de acordo com o projetado
foi utilizada a ferramenta SIGAnatel a qual podem ser notados esses contornos, organizados
no mapa da região sabendo, entretanto, que as distâncias já foram determinadas levando
em consideração todas as radiais referindo-se a intensidade do sinal (área de serviço), que
unidos constituem os 3 contornos do sistema conforme Tabela 5.D. A Figura 5.B exibe as
áreas de serviço da emissora em Joviânia, e a Figura 5.C apresenta de maneira ampliada.
Capítulo 5. Desenvolvimento da emissora FM 47

Figura 5.B – Projeções dos contornos e suas respectivas áreas de cobertura

Fonte: Captura de tela da aplicação SIGAnatel

Figura 5.C – Projeções ampliadas dos contornos e suas respectivas áreas de cobertura

Fonte: Captura de tela da aplicação SIGAnatel


48

6 Resultados alcançados com o projeto

Com relação aos resultados alcançados desse projeto todas as informações referentes
ao sistema irradiante no intuito da implantação de uma emissora de radiodifusão sonora
FM foram apresentadas e determinadas. As informações referem-se a elementos essenciais
tais como os equipamentos utilizados, dimensões decididas e comportamento do sinal
irradiado foram previamente estruturados.
Depois desse processo é necessário haver uma análise desses resultados com o
objetivo de estar de acordo com a resolução vigente, uma vez que essa foi bastante
mencionada nesse projeto para que não haja problemas documentais junto à ANATEL.

6.1 Considerações sobre os contornos calculados


Para que haja a cobertura das zonas destinadas é essencial destacar a atuação
das áreas de serviço tendo como destaque o contorno protegido. A fim de constatar esse
fato houve a utilização da ferramenta SIGAnatel que comprovou que o Contorno 2 teve
uma cobertura maior que 90% da área urbana (conforme figuras 5.B e 5C). Utilizando as
informações da aplicação citada, torna-se viável encontrar as áreas de cobertura levando
em consideração o que determina a resolução.

6.1.1 Análise da cobertura da Área de Serviço Urbana em Joviânia


A área destacada para a aprovação das coberturas é a área de serviço urbana,
referente ao contorno 2 ou contorno protegido (66 dBm), entre as três existentes. Por meio
desse contorno há a indicação da regulamentação da classe relacionada, isto é, a classe C.
Abaixo há as competências necessárias apontadas pela resolução destinado ao
contorno de 66 dBm:

• Cobertura mímima de 90% da referida área urbana da localidade pelo contorno de


66 dBm;

• Impossibilidade da distância ao contorno máximo da classe imediatamente inferior


média ser maior do que a aritmética das distâncias a este contorno;

• Limite da média aritmética das distâncias a este contorno de 7,5km.


Capítulo 6. Resultados alcançados com o projeto 49

Tabela 6.A – Valores do contorno protegido 2 (66 dBm) para cada radial
Radial Contorno 66 dBm (km)
0o 2,1
30o 3,6
60o 2,4
90o 4,0
120o 7,0
150o 2,5
180o 2,0
210o 2,0
240o 2,0
270o 2,0
300o 3,7
330o 6,5
Fonte: Elaborada pelo autor

Seguindo uma ordem, a média aritmética das distâncias do contorno protegido será
calculada em primeiro lugar. A Tabela 5.D (ou a Tabela 6.A) mostra-se muito importante,
pois através da busca dos valores nela informados é possível localizar a média do contorno
e descobrir se a emissora segue os requisitos existentes de acordo com o cálculo 6.1 abaixo:

2, 1 + 3, 6 + 2, 4 + 4, 0 + 7, 0 + 2, 5 + 2, 0 + 2, 0 + 2, 0 + 2, 0 + 3, 7 + 6, 5
= 3, 3167km
12
(6.1)
A média aritmética das distâncias do contorno protegido está de acordo com o
primeiro requisito, pois é menor que 7,5 km. Sendo assim, um primeiro requisito é respeitado.
Há um objetivo cumprido no segundo requisito, uma vez que não há a existência de uma
classe de menor categoria do que a classe C.
Há ainda um último requisito. Para ele foi utilizado a aplicação SIGAnatel para
fazer uma analogia com a área de cobertura. Observa-se que a área urbana está localizada
e inserida totalmente no contorno de 66 dBm, segundo representado na Figura 6.A.
Dessa maneira, comprova-se que a área de serviço urbana está devidamente coberta
pelo contorno de 66 dBm, de acordo com a exigência da resolução.
Capítulo 6. Resultados alcançados com o projeto 50

Figura 6.A – Projeções da área urbana e Contorno Protegido 2

Fonte: Captura de tela da aplicação SIGAnatel

6.1.2 Análise da cobertura das Áreas de Serviço Primário e Rural em Joviânia


Referindo-se à cobertura da área de serviço primário, visando um atendimento
satisfatório da zona central do município, deve-se instalar o sistema irradiante de maneira
que o contorno de 74 dBm abranja a maior área possível da região central do município.
É possível analisar, através da Figura 6.A, que se refere a cobertura das áreas de
serviço urbana sobre a zona urbana do município que o presente contorno de 74 dBm
(área representada pela cor laranja escuro) abrange o valor aproximado de 50% da zona
urbana da cidade. Portanto, é possível concluir que há a cobertura completa do contorno
relacionando-se a zona central do referido município em questão, pois, no centro desse
município há a fixação da base da antena.
Pela ampla cobertura da área de serviço urbana seguindo as recomendações da
resolução, a área de serviço rural cujo valor está em 54 dBm é tratada de forma flexível pela
referida resolução. A partir das informações apresentadas afirma-se que não há problemas
de atendimento ao município de Joviânia considerando as áreas de serviço do referido
sistema.
Capítulo 6. Resultados alcançados com o projeto 51

6.2 Comparação entre os resultados finais e os valores obtidos pela


aplicação SIGAnatel
O SIGAnatelL é um importante instrumento de trabalho que assessora os estudos
e projetos que se referem às estações de radiocomunicação. Esse instrumento realiza várias
atividades, a saber, localiza os gráficos de perfil do terreno, além de demonstrar a área de
abrangência da emissora por meio da imagem de satélite. Ademais, contém esses recursos
e faz analogias com as conclusões referentes ao projeto.
Essa ferramenta também serve para a conferência de resultados a fim de estarem
em consonância com as conclusões advindas da aplicação quando, evidentemente, houver a
definição das peculiaridades técnicas geradas ao longo do projeto. A Figura 6.B apresenta a
imagem da aplicação e as conclusões colhidas com os mesmos detalhamentos determinados
no presente projeto. Há também por parte dessa ferramenta a geração de um documento
relatando essas referidas informações conforme é apresentado no ANEXO D.
Os resultados, tanto da ferramenta quanto do estudo, feitos através de analogia,
possibilitam definir que apresentam conclusões quase idênticas, uma vez que um dos
contrastes refere-se aos valores derivados através da análise de terrenos, tais como NMT,
HNMT e os contornos. Tal conclusão ocorre pelo ato da acuracidade da aplicação em
contraposição ao método manual empregado no estudo localizando, assim, os valores de
NMT, por meio da visualização e análise dos gráficos referindo-se ao perfil do terreno.
Quando se trata dos contornos, foram descobertos os valores por meio das curvas de
intensidade do campo possibilitando certa imprecisão no resultado, porém, não tirando a
credibilidade do projeto.
Por conseguinte, as conclusões dos contornos presentes na análise foram semelhantes,
ou seja, quase idênticas, mostrando que houve lisura na condução dos cálculos.
Capítulo 6. Resultados alcançados com o projeto 52

Figura 6.B – Resultados obtidos pelo SIGAnatel

Fonte: Captura de tela da aplicação SIGAnatel


53

7 Conclusões e posteriores trabalhos

Portanto, mediante os resultados da presente pesquisa acerca de uma emissora de


radiodifusão sonora em frequência modulada, pode-se constatar que por mais que se sejam
seguidas normas para a sua projeção com relação ao plano básico, por exemplo, muitas são
feitas por diferentes configurações devido à dinamicidade atual dessas implantações, mas é
necessário que independentemente dos meios e equipamentos empregados haja satisfação e
bom desempenho na resposta e respeito às normas vigentes dentro de uma resolução o
que é fator preponderante para que os objetivos sejam alcançados com satisfação.
O relevo, bem como os elementos que constituem uma emissora de radiodifusão
sonora em frequência modulada, determinam o seu desenho tomando como consideração
sua projeção. Fatores como a potência utilizada no transmissor, as atenuações da linha de
transmissão, os ganhos do sistema irradiante, entre outros fatores, necessitam ser pensados
não de forma isolada, mas em conjunto para que não haja problemas ou insucessos em sua
saída. Se um desses fatores falhar o restante do sistema também passará por problemas.
As configurações da emissora de radiodifusão, nesse trabalho, tiveram um duplo
objetivo. O primeiro referia-se em cumprir todas as normas previstas pela resolução a fim
de seguir rigidamente as recomendações presentes no intuito de não infringir as leis. O
segundo referia-se em diminuir os gastos fixos e com manutenção. Um exemplo que pode
ser aplicado é com relação ao aumento da altura da torre e diminuição da potência do
transmissor. Aliado a isso, torna-se importante o máximo aproveitamento das áreas de
serviço.
No que tange à conclusão desse projeto, esse se mostrou eficiente, uma vez que
através da característica acidentada do terreno da região destacada houve favorecimento,
pois não foi impossível definir os contornos. Apesar dos obstáculos naturais não houve
prejuízos, pois a potência foi distribuída o que favorece o desempenho tornando-o o mais
eficiente possível. Com isso o projeto apresenta em sua totalidade a cobertura da área
urbana favorecendo a classificação da emissora no plano básico levando em consideração,
consequentemente o respeito às normas da resolução. Além disso, é possível investir nesse
projeto, pois é viável, uma vez que o relevo da região favorece tal investimento.
Com o objetivo de dar continuidade a este trabalho, um teste computacional de
estudo de viabilidade técnica pode ser realizado levando em consideração o emprego de
modelos e métodos introduzidos na Recomendação UIT-R P.1546-1, até mesmo para outro
município. Além dessa ideia, é válido destacar a realização de um projeto de viabilidade
técnica para modificação da classe da emissora, com o objetivo de ampliar a área da
cobertura que a mesma possui.
54

Referências

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Resolu-


ção no 546, de 1o de setembro de 2010. [S.1.],2010. Disponível em:
<http://www.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/25-2010/14-resolucao-546>.
Acesso em: 18 jun. 2017.

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Ca-


pitulo 9 - Roteiro para elaboração de estudos técnicos (Reso-
lução no 67, de 12 de novembro de 1998). [S.1.],1998. Disponível em:
<http://www.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/13-1998/168-resolucao-67>.
Acesso em: 18 jun. 2017.

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Reso-


lução no 67, de 12 de novembro de 1998. [S.1.],1998. Disponível em:
<http://www.anatel.gov.br/legislacao/resolucoes/13-1998/168-resolucao-67>.
Acesso em: 18 jun. 2017.

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Site


Anatel. [S.1.],2017. Disponível em: <http://www.anatel.gov.br/institucional/>.
Acesso em: 18 jun. 2017.

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. MOSAICO-


Plano Básico de Distribuição de Canais FM. [S.1.],2017. Disponível em:
<https://sistemas.anatel.gov.br/mosaico/login/login?>. Acesso em: 19 jun. 2017.

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Sis-


tema de Informações Geográficas. [S.1.],2017. Disponível em:
<http://sistemas.anatel.gov.br/siganatel/>. Acesso em: 19 jun. 2017.

GOOGLE EARTH. Localização da base da antena do sis-


tema irradiante. Joviânia - 2017. [S.1.],2017. Disponível em:
<https://www.google.com.br/intl/pt-PT/earth/>. Acesso em: 21 jun.
2017.
Referências 55

IDEAL ANTENAS PROFISSIONAIS.: Antena Di-


polo 1/2 Onda para FM. 2017. Disponível em:
<http://www.idealantenas.com.br/produtosport/fm/dipolodemeiaondafm.pdf>.
Acesso em: 22 jun. 2017.

RADIO FREQUENCY SYSTENS.: 1-5/8”CELLFLEX Lite Low-


Loss Foam-Dielectric Coaxial Cable. 2017. Disponível em:
<www.rfsworld.com/dataxpress/datasheets/?q=LCF158-50JL>. Acesso
em: 25 jun. 2017.

RÉGIS, P. A. Cálculo de Viabilidade Técnica de um Canal de


Televisão Digital. Blumenau: FURB, 2012.

TELETRONIX. Transmissor FM de 25W. 2017. Disponível em:


<http://www.teletronix.com.br/produtos/transmissor-fm-de-25w-sp5025-
agile/>. Acesso em: 29 jun. 2017.

UNIÃO INTERNACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES: SETOR DE


RADIOCOMUNICAÇÕES. Recomendac¸a~o P.1546-4: [S.1.]2009. Dispo-
nível em: <https://www.itu.int/rec/R-REC-P.1546/en>. Acesso em: 30 jun.
2017.
Apêndices
57

APÊNDICE A – Informações técnicas


obtidas segundo o roteiro de estudos técnicos

É de suma importância esclarecer que concluído o desenvolvimento desse projeto


houve total conformidade com a Resolução utilizando também subsídios a fim de mostrar
as informações que serão utilizadas no decorrer do documento desse projeto.
As informações presentes já foram determinadas ao longo desse importante estudo e,
doravante, nesse apêndice, serão apresentadas através de tópicos a fim de esclarecer melhor
eventuais dúvidas que possam surgir. Abaixo serão apresentadas as informações essenciais
para que haja aprovação por parte da ANATEL tomando como base o aproveitamento do
canal 203 pertencente à classe C, presente no município Joviânia, interior do estado de
Goiás.

A.1 Informações Básicas

• Nome da entidade requerente: Como se trata de um trabalho para fins didáticos,


esta resposta não se aplica.

• Município da emissora projetada: Joviânia, Goiás.

• Objetivo do estudo: Elaborar projeto de uma emissora de radiofrequência em


frequência modulada, com canal determinado no PBFM.

Características técnicas almejadas


• Número do canal: 203.

• Frequência a operar: 88,5 MHz.

• Classe: C.

• Tipo de antena: Dipolo 1/2 onda, com polarização vertical.

• Coordenadas geográficas de instalação da antena: 17o 48’11.21”S com 49o 37’20.82”O.


APÊNDICE A. Informações técnicas obtidas segundo o roteiro de estudos técnicos 58

A.2 Memória Descritiva


Resumo das características técnicas da emissora projetada
• Frequência de operação: 88,5 MHz.

• Número do canal: 203.

• Classe: C.

• Modo de operação: Estereofônico.

Sistema irradiante
• Tipo de antena: Onidirecional.

• Modelo de antena escolhido e fabricante: Dipolo 1/2 onda para Frequência


Modulada, fabridado pela IDEAL Antenas Profissionais.

• Polarização: Vertical.

• Ganho máximo em relação ao dipolo de 1/2 onda: 4,77 dBd para 3 elementos.

• Tipo da estrutura de sustentação: Autosuportada.

• Altura física total da estrutura de sustentação em relação à base (solo):


20 metros.

• Altura do centro geométrico da antena em relação à base da estrutura


de sustentação (solo): 24,244 metros.

• Altitude da base da estrutura de sustentação (solo): 818 metros.

• Altura do centro geométrico da antena sobre o nível médio do terreno:


58,234 metros.

Linha de transmissão de radiofrequência


• Modelo e fabricante: 1-5/8” CELLFLEX Lite-loss Foam-Dieletric Coaxial Cable,
fabricado pela RFS.

• Impedância característica (Ω): 50+/- 1.

• Comprimento total: 35 metros.

• Atenuação em dB por 100 metros: 0,6 dB/100 metros.

• Eficiência: 0,601.
APÊNDICE A. Informações técnicas obtidas segundo o roteiro de estudos técnicos 59

Informações sobre ERPmax e ERPaz


• ERPmax (kW): 0,045 kW.

• ERPmax (kW), por radial: Azimute/dBk: 0o /-17,48; 30o /-17,62; 60o /-17,48; 90o /-
16,69; 120o /-15,63; 150o /-14,58; 180o /-13,91; 210o /-13,97; 240o /-13,91; 270o /-14,58;
300o /-15,63; 330o /-16,69.

Enquadramento na Classe
• ERPmax (kW) proposta para cada radial:
Azimute/dBk: 0o /-17,48; 30o /-17,62; 60o /-17,48; 90o /-16,69; 120o /-15,63; 150o /-14,58;
180o /-13,91; 210o /-13,97; 240o /-13,91; 270o /-14,58; 300o /-15,63; 330o /-16,69.

• ERPmax (kW) proposta para cada radial, corrigida levando em conside-


ração a altura de referência sobre o nível médio do terreno, para a classe
da emissora:
Azimute/dBk: 0o /-17,48; 30o /-17,62; 60o /-17,48; 90o /-16,69; 120o /-15,63; 150o /-14,58;
180o /-13,91; 210o /-13,97; 240o /-13,91; 270o /-14,58; 300o /-15,63; 330o /-16,69.

• Distância ao Contorno 2 (66dBm) por radial:


Azimute/Km: 0o /2,1; 30o /3,6; 60o /2,4; 90o /4,0; 120o /7,0; 150o /2,5; 180o /2,0; 210o /2,0;
240o /2,0; 270o /2,0; 300o /3,7; 330o /6,5.

• Média aritmética das distâncias ao Contorno 2 (66dBm) por radial:


3,31 Km.

A.3 Situação Geral

• Azimute de orientação em relação ao Norte Verdadeiro: 210o .

• Altura do centro geométrico da antena com relação ao nível médio de


cada radial:
Azimute/HNMT(m): 0o /29,56; 30o /129,10; 60o /47,06; 90o /112,84; 120o /228,16; 150o /18,08;
180o /-55,24; 210o /-74,18; 240o /-35,92; 270o /-57,90; 300o /131,62; 330o /225,62.

• Intensidade de campo (dBµ) em cada radial:


Azimute/dBm: 0o /83,48; 30o /83,62; 60o /83,48; 90o /82,69; 120o /81,63; 150o /80,58;
180o /79,91; 210o /79,47; 240o /79,91; 270o /80,58; 300o /81,63; 330o /82,69.
APÊNDICE A. Informações técnicas obtidas segundo o roteiro de estudos técnicos 60

• Distância aos Contornos 1, 2 e 3, em cada radial:


Contorno 1:
Azimute/Km: 0o /1,5; 30o /2,0; 60o /1,4; 90o /2,1; 120o /1,7; 150o /0,4; 180o /0,3; 210o /0,3;
240o /0,3; 270o /0,3; 300o /2,4; 330o /3,1.
Contorno 2:
Azimute/Km: 0o /2,1; 30o /3,6; 60o /2,4; 90o /4,0; 120o /7,0; 150o /2,5; 180o /2,0; 210o /2,0;
240o /2,0; 270o /2,0; 300o /3,7; 330o /6,5.
Contorno 3:
Azimute/Km: 0o /5,6; 30o /10,2; 60o /6,2; 90o /9,7; 120o /10,6; 150o /5,6; 180o /5,0;
210o /5,0; 240o /5,0; 270o /5,0; 300o /10,2; 330o /10,8.

Nível Médio do Terreno


• Azimute de orientação de cada radial, tendo como referência o Norte
Verdadeiro:
Radial/Azimute: 1/0o ; 2/30o ; 3/60o ; 4/90o ; 5/120o ; 6/150o ; 7/180o ; 8/210o ; 9/240o ;
10/270o ; 11/300o ; 12/330o .

• Nível Médio do Terreno para cada radial:


Radial/NMT(m): 1/812,68; 2/713,14; 3/795,18; 4/729,40; 5/614,08; 6/824,16; 7/897,48;
8/916,42; 9/878,16; 10/900,14; 11/710,62; 12/616,62.

• Nível Médio do Terreno: 784,01 metros.


Anexos
62

ANEXO A – Especificações técnicas da


antena dipolo escolhida para o projeto
    

   
  
+ F+(+ (+)"  8- * F+()+I" ()*+% ' (
*J**)++  )G+    7    %
+ F+(+ (+)"  K)+  ++ F,*)+% ' ( )+++ 
+(+  (( 7 7B7"  F  ((%
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' ( 7))+ )+$(++  :+I" * ) K()*  7 F(*G) 


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ANEXO B – Especificações técnicas da


linha de transmissão escolhida para o projeto
PRODUCT DATASHEET
LCF158-50JL

1-5/8" CELLFLEX® Lite Low-Loss Foam-Dielectric Coaxial Cable

CELLFLEX® Lite 1-5/8" low loss flexible cable

FEATURES / BENEFITS
It represents a light-weight transmission line solution
The light weight of CELLFLEX® Lite coaxial cable results in reduced work-force and lifting gear.
It is easy to transport, handle and install
CELLFLEX® Lite coaxial cables enable savings in shipping cost.
It exhibits a cost-efficient alternative to copper transmission line
CELLFLEX® Lite coaxial cable helps to reduce CAPEX spending.
It offers a user-friendly compatibility with RFS's existing range of accessories
CELLFLEX® Lite coaxial cable requires less inventory additions, thus reduced OPEX.
It enables trouble-free installation and operation
CELLFLEX® Lite coaxial cable avoids downtime and reduces OPEX.
The attenuation is comparable to the industry standard in traditional cable
CELLFLEX® Lite coaxial cable maintains uncompromised coverage.
Specially developed connectors exhibit low and stable intermodulation performance
CELLFLEX® Lite coaxial cable exceeds present PIM standards ensuring no dropped calls.
It is available with UV-resistant polyethylene or flame-retardant jackets
CELLFLEX® Lite coaxial cable can be used outside and in indoor applications where restrictions
apply.
It exceeds industry standard for return loss performance
CELLFLEX® Lite coaxial cable means zero risk in network planning.

Technical Features

APPLICATIONS
Applications Main feed line, intended for outdoor usage
STRUCTURE
Cable Type Foam-Dielectric, Corrugated
Size 1-5/8"
Jacket Option Black
Inner Conductor mm (in) 17.6 (0.69) Corrugated Copper Tube
Dielectric mm (in) 42.4 (1.67) Foam Polyethylene
Outer Conductor mm (in) 46.4 (1.83) Corrugated Aluminium
Jacket mm (in) 50.2 (1.98) Polyethylene, PE
ELECTRICAL SPECIFICATIONS
Impedance Ω 50 +/- 1
Maximum Frequency GHz 2.75
Velocity % 90.0
Capacitance pF/m (pF/ft) 74 (22.5)
Inductance µH/m (µH/ft) 0.185 (0.056)
Peak Power Rating kW 310.0
RF Peak Voltage Volts 5600.0
Jacket Spark Volt RMS 10000.0
Inner Conductor dc Resistance Ω/1000 m (Ω/1000 ft) 1.3 (0.396)
Outer Conductor dc Resistance Ω/1000 m (Ω/1000 ft) 0.61 (0.186)
Return Loss (VSWR) Performance Standard
Maximum Return Loss dB (VSWR) 24 (1.135)
Phase Stabilized Phase stabilized and phase matched cables and assemblies are available upon request.
Temperature & Power Standard
MECHANICAL SPECIFICATIONS
Cable Weight kg/m (lb/ft) 0.79 (0.53)
Minimum Bending Radius, Single Bend mm (in) 200 (8)
Minimum Bending Radius, Repeated Bends mm (in) 500 (20)
Bending Moment Nm (lb*ft) 40.7
Tensile Strength N (lb) 1800 (405)
Recommended / Maximum Clamp Spacing m (ft) 1.2 / 1.5 (4 / 5)

LCF158-50JL REV: F REV DATE: 11.Dec.2013 www.rfsworld.com

All values nominal unless tolerances provided; information contained in the present datasheet is subject to confirmation at time of ordering Page 1 of 2
PRODUCT DATASHEET
LCF158-50JL

1-5/8" CELLFLEX® Lite Low-Loss Foam-Dielectric Coaxial Cable

ATTENUATION AND POWER RATING


Frequency Attenuation Power TESTING AND ENVIRONMENTAL
MHz dB/100m dB/100ft kW Fire Performance Halogene Free
0.5 0.05 0.015 244.00 Installation Temperature -40 to 60 (-40 to 140) °C(°F)
1 0.07 0.021 172.00 Storage Temperature -70 to 85 (-94 to 185) °C(°F)
1.5 0.08 0.025 140.00 Operation Temperature -50 to 85 (-58 to 185) °C(°F)
2 0.10 0.029 121.00
10 0.22 0.066 53.90
20 0.31 0.094 37.90
30 0.38 0.116 30.80
50 0.49 0.151 23.60
88 0.66 0.202 17.60
100 0.71 0.216 16.50
108 0.74 0.225 15.90
150 0.88 0.267 13.30
174 0.95 0.289 12.30
200 1.02 0.311 11.50
300 1.27 0.387 9.21
400 1.48 0.452 7.91
450 1.58 0.481 7.41
500 1.67 0.51 7.01
512 1.70 0.517 6.88
600 1.85 0.564 6.32
700 2.01 0.614 5.82
750 2.09 0.638 5.60
800 2.17 0.661 5.39
824 2.21 0.672 5.29
894 2.31 0.704 5.06
900 2.32 0.707 5.04
925 2.35 0.718 4.98
960 2.40 0.733 4.88
1000 2.46 0.75 4.76
1250 2.79 0.851 4.19
1400 2.98 0.908 3.93
1500 3.10 0.945 3.77
1700 3.33 1.02 3.51
1800 3.45 1.05 3.39
2000 3.67 1.12 3.19
2100 3.77 1.15 3.10
2200 3.88 1.18 3.02
2400 4.08 1.24 2.87
2500 4.18 1.28 2.80
2600 4.28 1.31 2.73
2700 4.38 1.34 2.67
2750 4.43 1.35 2.64

Attenuation at 20°C (68°F) cable temperature;


tolerance +/- 5% max.; Mean power rating at
40°C (104°F) ambient temperature

External Document Links Notes

LCF158-50JL REV: F REV DATE: 11.Dec.2013 www.rfsworld.com

All values nominal unless tolerances provided; information contained in the present datasheet is subject to confirmation at time of ordering Page 2 of 2
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ANEXO C – Perfil de terreno das radiais


analisadas e seus respectivos gráficos
ANEXO C. Perfil de terreno das radiais analisadas e seus respectivos gráficos 71

Radial 1

Radial 2
ANEXO C. Perfil de terreno das radiais analisadas e seus respectivos gráficos 72

Radial 3

Radial 4
ANEXO C. Perfil de terreno das radiais analisadas e seus respectivos gráficos 73

Radial 5

Radial 6
ANEXO C. Perfil de terreno das radiais analisadas e seus respectivos gráficos 74

Radial 7

Radial 8
ANEXO C. Perfil de terreno das radiais analisadas e seus respectivos gráficos 75

Radial 9

Radial 10
ANEXO C. Perfil de terreno das radiais analisadas e seus respectivos gráficos 76

Radial 11

Radial 12
77

ANEXO D – Análise Técnica FM - Relatório


gerado pelo SIGAnatel
ANEXO D. Análise Técnica FM - Relatório gerado pelo SIGAnatel 78

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