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Fluxo Potencia
Fluxo Potencia
CENTRO DE TECNOLOGIA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Santa Maria, RS
2017
Christian Puhle Maria
Santa Maria, RS
2017
Christian Puhle Maria
____________________________________
Daniel Pinheiro Bernardon, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
____________________________________
Dion Lenon Prediger Feil, Me. (UFSM)
____________________________________
Marco Antônio Ferreira Boaski, Eng. (UFSM)
Santa Maria, RS
2017
RESUMO
This work presents the applications involved in the analysis of electrical networks using
the Network Analysis Program - ANAREDE, developed by the Electric Energy Research
Center (CEPEL). For an electrical system to be stable, balanced, and provide quality power,
there must be planning and operating studies. In this context, simulations are developed to
analyze the behavior of the system in contingencies situation, expansion of the system,
variations in voltage levels and control of reactive and dispatch of powers. To accomplish this
work, the IEEE 14 Barras System is used, in which these studies are carried out. In this way it
is possible to have a very broad vision of how the electrical system behaves under different
situations. ANAREDE software is a very useful tool in this scenario, being one of the programs
most used by companies in what concerns the planning and operation of electric power systems.
Thus, a small tutorial on this software is performed, showing the main functionalities, controls
and models, explaining how the main tools of the program are used and the realization of the
applications related to the studies carried out. The case study developed presents simple
situations of the analyzed analyzes, exemplifying the studies and showing the potentiality of
ANAREDE.
1 INTRODUÇÃO
O Sistema Elétrico de Potência (SEP) tem por sua função básica fornecer energia
elétrica aos seus consumidores, com qualidade e de forma instantânea. O sistema segue alguns
requisitos para que consiga cumprir suas funções da maneira adequada, tais como manter uma
continuidade de energia elétrica, sempre disponível ao consumidor, além de obedecer a padrões
a limites de amplitude de tensão estabelecidos pela ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica). Além disso, o sistema elétrico deve ser flexível a variações, como por exemplo, o
aumento de cargas, ou quedas de tensões na rede, e sempre manter a segurança e a estabilidade
da energia entregue aos seus consumidores.
Para atender a essas necessidades e manter essa qualidade de energia é preciso que haja
planejamento, controle, operação e investimentos para o sistema elétrico. Para isso, é preciso a
realização de estudos para compreender o funcionamento do sistema e analisar como ele se
comporta perante situações adversas.
Com isso, a importância do planejamento está em realizar estimativas do SEP, para ter
noção de como ele vai se comportar com diferentes adversidades que possam sofrer ao longo
dos anos. As contingências são exemplos dessas adversidades, como a queda de uma linha de
transmissão, ou problemas de funcionamento em algum equipamento do sistema, como
transformadores, e que podem originar violações nos limites da rede, tais como aumentos e/ou
quedas de tensões nas barras, ou ainda, sobrecarga de fluxos nos ramos.
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1.2 OBJETIVO
Para que um sistema elétrico opere de maneira equilibrada é preciso que haja
planejamento e controle de operações desse sistema, com o propósito de manter uma melhor
qualidade de energia tanto na geração, transmissão e distribuição. A análise de redes serve
justamente para fazer esse planejamento, estudando as variações do sistema através da
implementação, ou retiradas de equipamentos e cargas, assim como a variação dos valores
nominais desses equipamentos, avaliando seu comportamento e como cada caso afeta o sistema.
Este trabalho tem por objetivo demonstrar algumas aplicações que envolvem análises
de redes em regime permanente, tais como análise de contingências, expansão do sistema
elétrico, controle de tensão e reativos, importação e despacho de geração distribuída, entre
outros. Assim, demonstrando a importância desses estudos para que se possa planejar e projetar
sistemas elétricos de potência de qualidade, confiabilidade, e que forneçam energia de forma
contínua e de segurança aos seus consumidores, permitindo dessa forma ter uma visão geral do
sistema, das suas capacidades e limitações.
Para análise e planejamento de redes esse tipo de estudo é importante para poder estimar
o quanto o sistema é afetado, e em quais pontos ele é afetado, como por exemplo, a retirada de
uma linha entre as barras “x” e “y” podem causar sérios danos ao funcionamento do sistema,
assim como a queda de uma linha em outro ponto pode não causar tanto prejuízo.
Assim, essas análises permitem que se tenha uma visão prévia do problema, mostrando
o comportamento do sistema perante as alterações ocorridas. Dessa forma é possível avaliar
quais seriam as melhores alternativas para resolvê-las, quais as medidas que devem ser tomadas
e quais as soluções devem ser adotadas para um melhor restabelecimento e funcionamento
normal do sistema.
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O planejamento correto permitirá ter uma visão de um plano de obras de uma linha de
estudos, adequando o sistema às melhores condições operativas e atendendo às necessidades
do crescimento da geração e do consumo de energia elétrica, oferecendo subsídios para a
definição dos pontos de conexão de acessantes. (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA, PRODIST MODULO 2, 2016).
Ainda, segundo o Prodist Módulo 2, desenvolvido pela ANEEL (2016), para realização
da expansão da rede elétrica, alguns critérios devem ser levados em consideração, dentre os
quais, podemos destacar:
Segurança;
Confiabilidade;
Como exemplos de aplicações realizadas para expansão do sistema, pode ser estudado
o comportamento do mesmo perante um grande aumento de carga, em um de seus barramentos.
Esse tipo de problema pode causar grandes quedas de tensão na barra. Como solução possível,
pode ser realizada a implementação de geradores, restabelecendo as condições de equilíbrio do
sistema novamente.
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As variações dos níveis de tensão nas redes elétricas são ocasionadas pelo
comportamento das cargas elétricas, potencias ativa e reativas, ao longo das redes. As quedas
de tensões podem ser controladas pelo TAP dos transformadores, com o uso de reguladores
automáticos de tensão e com o controle de potência reativa através de capacitores shunt. A
inserção, ou retirada de geração distribuída também pode influenciar no controle dos níveis de
tensão. (BERNARDON, 2015)
Outro tipo de análise que pode ser realizado é o de importação, ou despacho de usinas,
ou de fontes de geração. O despacho de usinas está ligado ao ajuste de potências de operação
dos geradores, dentro dos limites operacionais, para atender a carga. Consiste em alterar os
níveis de potência entregue pelas maquinas para aliviar as violações dos parâmetros do sistema,
sendo uma das principais ações utilizadas para alivio de potência.
Em alguns casos, como exemplo, pode ser uma de geração ligada a um barramento para
suprir uma carga ali ligada, não havendo perdas de transmissão. Em outros casos, a potência é
transmitida através de uma linha de transmissão, ocasionando perdas de energia ao decorrer da
linha.
Fazendo uma comparação dos dois casos, o primeiro atua através das variações dos
níveis de carga, reduzindo as variações dos níveis de tensão; o segundo independe da variação
de carga, podendo aumentar os níveis de tensão atuando tanto com uma operação de rede em
carga pesada em baixa potência, como operação de rede com carga leva com a GD produzindo
energia a plena potência.
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3 SOFTWARE ANAREDE
Fluxo de Potência;
Equivalente de Redes;
Análise de Contingências;
Para acessar os arquivos do IEEE deve-se clicar em “Caso”, no canto superior esquerdo,
e em seguida “Carregar”, assim abrirá uma janela de diálogo onde se deve ir até o diretório
onde estarão os arquivos.
Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
As ferramentas da interface gráfica como zoom e movimentação da área
de trabalho podem auxiliar no entendimento do sistema como, por exemplo, a
nomenclatura das barras e os fluxos de potência partindo da mesma através de cada
linha em que está conectada. Essas ferramentas simples podem ser utilizadas através
de seleção na segunda linha de menus do programa representadas por uma pequena
lupa (zoom) e uma pequena mão (mover área de trabalho). Outras ferramentas
disponíveis nos menus principais da interface gráfica do programa possuem uma
breve descrição de função caso o mouse seja posicionado em cima do botão desejado.
(GARCIA, 2014)
apenas, seus dados permanecerão salvos, e o circuito funcionará, como se esse elemento ainda
estivesse ali. Para apagar os dados desse elemento do circuito, deve-se abrir o quadro com os
“Dados de barra” e apagar os dados ali inseridos, ou através do ícone da “caveira”, selecionando
no próprio circuito o elemento que se deseja deletar, junto com seus dados. A “borracha”
permite que apenas seja apagada a parte gráfica do sistema. Para acessar os dados do circuito,
deve-se clicar no ícone “i”, obtendo as informações dos elementos.
Figura 3 – Barra de ferramentas do ANAREDE
Fonte: ANAREDE.
Para desenhar um circuito, deve-se clicar no ícone com o lápis, onde irá abrir uma aba,
como mostrada na figura 5, abaixo. Nela será possível escolher opção para se desenhar, ou
implementar no sistema alguma barra, linha, gerador, transformador, carga, bancos em shunt,
entre outras opções.
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Fonte: ANAREDE.
Para inserir um elemento no sistema, deve-se dar um duplo clique com o botão esquerdo
no mouse, abrindo uma nova janela para inserção de dados. Na figura 6, é tabelado os principais
elementos do quadro de desenhos do ANAREDE.
Ao selecionar uma opção de elemento, deve-se escolher o local que se deseja adiciona-
lo. O procedimento para a inserção é realizado por meio de um duplo click com o botão
esquerdo do mouse, abrindo assim uma nova janela para inserção de dados. Os tópicos a seguir
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serão dedicados a explicar os parâmetros necessários para a inserção dos principais elementos
de um SEP.
Ao desenhar uma barra, por exemplo, pode-se redimensionar o seu tamanho, ou alterar
a ligação de algum elemento desejado clicando no botão “<<___>>” da barra de ferramentas,
mostrado na figura 3, ou pressionando “F12”.
Dentro do quadro de dados da barra pode-se definir os dados dos equipamentos que
compõe determinado barramento. Primeiramente é necessário estabelecer os dados das barras
e de seus elementos. Clicando em “Dados”, na barra de ferramentas, logo após em “Rede CA”
e “Barra”. Ao fazer isso, irá abrir uma janela, como mostrado na figura 7, “Dados de Barra
CA”, abaixo.
Fonte: ANAREDE.
do sistema, linhas, ou barramentos, deve-se clicar no ícone “i”, na barra de ferramentas e com
o botão esquerdo clicar no elemento desejado.
No caso de uma barra conter algum gerador, defina-se sua potência ativa, e os limites
da potência reativa, dessa maneira, o próprio software calcula a potência reativa que deverá ser
entregue ao sistema do após rodado o fluxo.
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Fonte: ANAREDE.
Fonte – ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
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Nessa janela será possível escolher o tipo, se referindo à “barra”, “área” e “tensão” e o
número registrado para cada um deles.
Fonte: ANAREDE.
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4 ESTUDO DE CASOS
Fonte: ANAREDE.
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Fonte: Autor
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Fonte: ANAREDE.
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A figura 15 detalha os dados de barra usados inicialmente, tendo seus dados de potência
ativa (P) a 40 MW e reativa (Q) a 60.9 MVAr, com seus limites de potência reativa variando
entre -40 MVAr e 50 MVAr, com tensão nominal de 1 p.u.
Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
Percebe-se que com o aumento da potência ativa da barra, a potência reativa diminui de
60.08 MVAr para 22.89 MVAr, normalizando o sistema, pois o gerador passa a injetar mais
potência na barra atendendo a demanda da carga. O circuito, após rodado o fluxo e potência,
fica como mostrado na figura 17.
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Fonte: ANAREDE
Da mesma forma, na barra 3, como mostrado na figura 18, a potência reativa injetada
pelo gerador síncrono, de 67.08 MVAr é maior que seu limite estabelecido, como mostrado na
figura 19. Como solução encontrada, apenas foi preciso aumentar o limite de 40 MVAr para 70
MVAr, como mostrado na figura 20.
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Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
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Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
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Fonte: ANAREDE.
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Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
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Para uma possível solução desse caso, foi implementado no sistema uma GD com
potências de 20 MW e 20 MVAr na mesma barra, dessa forma foi possível suprir o aumento de
carga ocorrido no sistema, e estabilizado a tensão novamente. As figuras 26 e 27 mostram a
modificação dos dados da barra e o circuito após o importe da GD, respectivamente.
Fonte: ANAREDE
Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
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Fonte: ANAREDE.
Percebe-se que o gerador síncrono injeta 36.3 MVAr de reativo na barra, passando os
limites estabelecidos de 24 MVAr, mostradas na figura. Dessa forma, percebe-se a relação entre
a variação de tensão do TAP do transformador e a potência reativa. Para um aumento do TAP
do transformador, será necessário um consumo maior de reativos para manter a tensão da barra.
Outra maneira de se fazer o controle dos limites de tensão da barra através da variação
da potência reativa é a utilização de capacitores shunt. Da mesma maneira proposta
anteriormente, com a variação do TAP do transformador, o gerador precisa injetar mais do que
sua capacidade permite. A implementação de um capacitor shunt na barra 6 ajuda na injeção de
reativos e diminui a sobrecarga do gerador. Como mostrado na figura 31, o capacitor
implementado tem capacidade de 20 MVAr, a potência reativa do gerador se torna de 16.3
MVAr, mantendo a tensão na barra em 1 p.u.
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Fonte: ANAREDE.
Por fim é realizado uma análise de contingência automático no sistema. Esse teste
permite verificar em quais barramentos existe uma maior tendência a ocorrer alguma
contingencia gerando um relatório, como mostrado abaixo na figura 32.
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Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE
Fonte: ANAREDE
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Fonte: ANAREDE.
Fonte: ANAREDE.
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5 CONCLUSÃO
Através dos estudos feitos nesse trabalho, foi possível perceber a importância de realizar
uma análise de planejamento e operação de redes elétricas, pois através desses estudos é
possível entender o funcionamento do sistema e como ele se comporta perante diferentes
situações. Sendo os tópicos estudados de suma importância para o entendimento de como o
SEP funciona e qual o melhor planejamento que pode ser realizado de acordo com cada caso
abordado.
A partir dos resultados das análises, fica muito visível a relação entre os componentes
do sistema e o que a variação de um pode causar ao outro. Ao aumentar o TAP do
transformador, por exemplo, pode-se causar um grande aumento na geração de reativos para
compensar a tensão. Da mesma forma, havendo uma diminuição do TAP, ocorre um aumento
no consumo de reativos. O TAP permite aumentar ou diminuir a tensão transformada, através
da variação da relação de espiras do transformador. Sendo assim, para manter o nível de tensão
nominal, ocorre a variação de reativos injetados pelo gerador, ou pelo motor síncrono, podendo
sobrecarregar esses equipamentos.
Portanto, de acordo com o que foi mostrado no trabalho, pode-se concluir a importância
de um estudo de análises de redes para um sistema elétrico, permitindo ter visão e controle de
todas falhas e alterações que podem ocorrer no sistema. Foi possível compreender o
comportamento do sistema elétrico, assim como suas potencialidades e limitações. Dessa
forma, é possível se projetar um sistema melhor, com melhor confiabilidade e que garanta uma
melhor qualidade de energia entregue a seus consumidores.
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REFERÊNCIAS
FOUAD, Anderson P.M., A.A., Power System Control and Stability, IEEE Power Systems
Engineering Series, Revised Printing, 1977.