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Capitulo 2

Neste capitulo expressaremos os conceitos de movimento harmônico simples.


Abordaremos o assunto de forma mais simples. Utilizaremos como modelo físico:
Uma mola ideal com massa desprezível em relação à massa pontual fixa na
extremidade da mola, desconsideraremos também o atrito e a resistência do ar.

Sabemos que existem movimentos que se repetem em intervalos de tempo


regulares e sucessivos, estes são ditos periódicos, pois decorrido determinado
período ( ) ele está na mesma posição anterior e com mesma velocidade. O
enfoque do capitulo será no movimento oscilatório um caso especial de movimento
periódico, isso porque ele em algum momento, o sentido se altera. Isso ocorre
devido à velocidade se anular e assim, mudando o sentido. Dizemos que um
movimento é oscilatório se ele for periódico e se o sentido se alterar.

Segundo o livro do Alonso e Fin “Uma partícula está oscilando quando se move
periodicamente em torno de sua posição de equilíbrio”. Esta posição de equilíbrio
estável é o ponto onde se apresenta menor energia potencial ( ) um ponto no
qual a mola não está nem esticada nem comprimida e pode ser representada com a
origem no ponto O.

Para conceituarmos melhor o Movimento Harmônico Simples, utilizamos uma


força restauradora (ou atrativa), que para pequenos deslocamentos tende fazer a
partícula voltar à posição de equilíbrio de estável, para isso, usaremos a lei de
Hooke que só pode ser utilizada até quando não se exceder a deformação da mola.

(1) =− ;

Sendo k > 0 uma constante de proporcionalidade da mola.

Pela segunda lei de Newton:

(2) =

Logo, igualando as equações 1 e 2 teremos:

=−

=−

Observamos com este resultado que: A aceleração é proporcional ao deslocamento


e o sinal negativo indica que a aceleração e deslocamento possuem sentidos opostos.
Está é, uma característica do movimento harmônico simples e veremos a seguir, as
quatro casos ilustrados a baixo.

Primeiro caso: Para este caso observamos que quando > 0 e o bloco esta no
sentido positivo em relação ao vetor → observamos que a força restauradora (→ )
da mola puxa bloco A para a posição de equilíbrio. Neste movimento teremos
< 0 e → < 0.

Figura 1- Para < 0 e → < 0.

Segundo caso: O bloco atinge a amplitude máxima e volta em direção a origem.


Temos assim que < 0 e → < 0, pois o bloco ainda esta no sentindo vetorial
positivo de → contudo observamos que a uma mudança no sentido .

Figura 2 – Para < 0e→ < 0

Terceiro caso: O bloco passa a origem no o sentido vetorial oposto onde obtemos
máximo. Temos também que > 0 e → > 0 e o bloco perdendo novamente
velocidade.
Figura 3- Para > 0e→ > 0

Quarto caso: Neste ultimo vemos que a mola se contrai dando impulso ao bloco no
sentindo do ponto de equilíbrio (origem), temo > 0, → > 0 e > 0.

Figura 4- - Para > 0e→ > 0

Com essas ilustrações ratificamos que a “aceleração e, portanto, também a força


resultante, são proporcionais e opostas ao descolamento a partir da posição de
equilíbrio” (TIPPLER).

Obtenção da equação do movimento Harmônico simples:

Para a obtermos a equação do movimento harmônico teremos que resolver uma


equação diferencial linear de segunda ordem. Sabemos que =− e que
= com isso temos:

(3) + =0

Dividindo- se por a equação 3 teremos:

(4) + =0

Sabemos que se utilizarmos = como solução, teremos = e

= . Substituindo a solução na equação 4 teremos:


(5) + =0

Isolando ≠ 0 na equação 5 obteremos a equação auxiliar + = 0 com

raízes = , onde = é a frequência angular do movimento oscilatório.


oscilatório
Sendo assim a solução geral será:

(6) ( ) = +

Seja a Equação de Euller :

= +

Utilizando em 6 teremos:

(7) ( ) = ( + ( − )

Arrumando,

(8) ( )= ( + )cos ( )+( − ) ( )

Sendo, = + e =( − ) chegamos a equação da posição para o MHS

(9
(9) ( ) = cos( )+ ( )

Que pode ser escrita também (utilizando somente os valores reais) como:

(10) ( ) = cos( + )

Sendo a constante denominada amplitude do movimento e = constante de fase.

Podemos observar o gráfico da equação da po


posição abaixo:

Figura 5 - ω = 0,5 rad/s, A = 1,2 m


m,, δ= π/6 e t variando de 0s a 50s
Formulas da cinemática do MHS:

Sabendo da definição da partícula pontua


pontuall no MHS poderemos explorar as
formulas de velocidade, aceleração, frequência.

Pela definição de velocidade derivada da função posição:


(11) ( ) = − ( +

Abaixo temos o gráfico da equação 11:

Figura 6 - ω = 0,5 rad


rad/s,
/s, A = 1,2 m, δ= π/6 e t variando de 0s a 50s

Derivando mais uma teremos


teremos:

(12) ( ) = − cos( + )

Com gráfico:
Figura 7 - ω = 0,5 rad/s, A = 1,2 m, δ= π/6 e t variando de 0s a 50s

Condições iniciais:

Definimos a posição (0) = e velocidade (0) = como condições iniciais.

Com estas definições a partir das equações 10 e 11 conseguimos sen =− e


cos = . Usando a relação fundamental da trigonometria e isolando que será
fator comum teremos a definição matemática para amplitude no MHS:

(13) = +

Também podemos calcular a constante de fase que será igual:

(14) = tan (− )

Analise das condições iniciais:

Usando a formula da soma de ângulos para cossenos na equação 10 teremos:

(15) ( ) = cos( )+ ( )

A equação 15 mostra quem são os índices e achados na solução da EDO na


equação 9. Nota- se também que:

Para =0e ≠ 0 ou =0 e ≠0

Para que ocorram oscilações no sistema consta-se que deve ser ≠ 0 ou ≠0


ou até os dois conjuntamente diferentes de zero. Do contrário não teremos
vibrações no sistema.
Função cíclica:

Como já foi dito o MHS é um movimento periódico, ou seja, passa pelo mesmo
ponto após um determinado período . Então nessas condições podemos dizer
que:

( )= ( + )

(16) ( + ) = cos [ + + ]

Acrescendo outra fase na equação 10 ( = 2 ) que corresponde a uma volta.


Igualando a equação 13 teremos:

cos( + + 2 ) = cos [ + + ]

Comparando as duas para a mesma posição que teremos é que = 2 , sabendo


da definição de = , =2 . Logo,

1
(17) =
2

A frequência aumenta com o aumento de (rigidez da mola) e diminui com o


aumento da massa que independem das condições inicias.

Energia mecânica no MHS:

Sabemos que uma força é conservativa se o trabalho realizado por ela independe
do caminho. Em outras palavras, se uma força dentro de um percurso fechado tem
trabalho igual a zero. Haja em vista, que não existem forças dissipativas realizando
trabalho no nosso sistema, temos que ele é conservativo. Não houve perda o ganho
de energia, o que nos leva a conclusão que a energia mecânica inicial é igual a final.
Pela definição de energia mecânica temos que = + . Por ser o trabalho de
uma força restauradora temos que será = + .

Para energia potencial instantânea temos:

1
(18) = [cos( + )]
2
Com gráfico:
Figura 8 - ω = 0,5 rad/s, A = 1,2 m, δ= π/6, k= π/2.0 s e t variando de 0s a 50s

Para energia cinética teremos:

1
(19) = [sen( + )]
2
Tendo gráfico:

Figura 9 - ω = 0,5 rad/s, A = 1,2 m, δ= π/6, k= π/2.0 s e t variando de 0s a 50s

Então para energia mecânica total temos:

1 1
(20) = [cos( + )] + [sen( + )]
2 2
Tendo que, sen( + ) + cos( + ) =1

1
(21) =
2
A energia mecânica do movimento harmônico simples é proporcional ao quadrado
da amplitude (TIPPLER)

Movimento Harmônico Simples e Movimento Circular

Dando continuidade aos nossos estudos do MHS, articularemos sobre as


semelhanças deste com o Movimento Circular. Antes de tudo imaginemos uma
partícula se movimentando sobre uma circunferência de raio com velocidade
constante , na direção positiva em relação ao vetor →. Sendo seu deslocamento
dado pela equação abaixo.

(22) = +

Onde é o deslocamento angular para = 0 e a velocidade angular = como


pode ser visto na figura abaixo:

Figura 10- Circunferência contendo partícula com velocidade constante

Da figura 10 podemos extrair a relação para a componente da partícula:

(23) x = Acos = cos ( + )

Com equação 23 podemos notar a grande semelhança entre os movimentos e


afirmar que se uma partícula move-se com velocidade constante sobre uma
circunferência, sua projeção sobre um diâmetro do circulo descreve um
movimento harmônico simples (TIPLER).

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