Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DIREITOS HUMANOS - Material Complementar
DIREITOS HUMANOS - Material Complementar
SUMÁRIO
Há bastante polêmica nessa conceituação, mas a noção ordinária mais correta sobre os
direitos humanos é que são direitos essenciais ao desenvolvimento da vida humana. Segundo
André de Carvalho Ramo1s¹, direitos humanos é considerado o conjunto de direitos
indispensáveis para uma vida humana pautada na liberdade, igualdade e dignidade.
FUNDAMENTOS São três as principais teorias:
Teoria jusnaturalista (principal) ➔ Os direitos humanos se fundamentam em uma
ordem superior, universal, imutável e inderrogável;
Teoria positivista ➔ Alicerça tais direitos na ordem jurídica posta, pelo que somente
seriam reconhecidos como direitos humanos aqueles positivados.
Teoria moralista (Perelman) ➔ Fundamenta os direitos humanos na “experiência e
consciência moral de um determinado povo”, ou seja, na convicção social acerca da
necessidade da proteção de determinado valor.
Na atualidade, encontra-se difundida a visão de que os direitos humanos se fundam
nos reconhecimentos da dignidade inerente a todos os membros da espécie humana, iguais
em sua essência. O entendimento majoritário é o de que os direitos humanos não encontram
seu fundamento na positivação de suas normas.
1
RAMOS, André Carvalho. Curso de Direitos Humanos – Editora Saraiva 2a Edição
b) a reforma protestante e o Renascimento como marcos históricos que fragmentariam
os alicerces do Estado.
c) a Petition of Rights. (1828) que permitiu que o Parlamento impusesse limites à
taxação.
d) e o Habeas Corpus Act (1679) e da Bill Of Rights, que finalmente colocou o rei sob o
primado da lei.
Todos os marcos anteriormente descritos serão aprofundados em outro capítulo, mas
foram listados agora de modo que o aluno perceba as raízes do que viria a ser a proteção do
indivíduo frente ao poder do Estado. Há uma sucessão de fatos histórico-sociais e legais que
culminaram no Estado Constitucional que conhecemos modernamente e, posteriormente, na
proteção internacional.
Cabe observar que, nesses períodos ainda não existiam normas e regras de proteção
aos direitos humanos com esse intuito declarado, até porque o Estado ainda não era limitado
diante da esfera individual. Com relação às classificações dos direitos humanos, ademais da
clássica divisão em gerações que será abordada num tópico separado neste mesmo capítulo,
existem diversas formas de classificar tais direitos. Cabe, então, abordarmos algumas delas:
Podemos concluir desta maneira, que o Direito Humanitário tem por finalidade
estabelecer regras para o tratamento da população dos países em conflito, garantindo assim
os direitos humanos e a dignidade da pessoa humana, limitando a atuação do Estado perante
o indivíduo.
➢ Direito dos Refugiados
Em terceiro lugar temos o Direito dos Refugiados. Antes de adentrarmos
especificamente no seu conteúdo, importante fazermos a distinção entre refúgio e asilo.
Enquanto o asilo é uma medida empregada quando há perseguição política de caráter
individual, constituindo o exercício do ato político e soberano do Estado (portanto, não sujeito
aos regramentos internacionais), o refúgio ocorre quando há uma proteção a um grande
número de pessoas, não revestido de caráter político.
O refúgio ocorre, assim, quando a proteção é conferida àqueles que estão sofrendo
agressões generalizadas (ou, ainda, em casos de ocupação ou dominação estrangeira, de fatos
que alterem a ordem pública de um país ou em caso de violação dos direitos humanos). Em
síntese, o Direito dos Refugiados protege o ser humano desde a saída de seu território até o
término da concessão do refúgio.
4
Vide questão 10 no final do capítulo.
5
6 OLIVEIRA, Bruna Pinotti Garcia e GARCIA OLIVEIRA, Rafael de Lazari, Manual de direitos humanos:
volume único - 3. ed. rev. Amplo. E atual. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017. P.50.
Na doutrina, temos que a definição de Antônio Peres Luño 6 se amolda perfeitamente
ao nosso estudo. O estudioso afirma que os direitos humanos são:
Conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico,
concretizam as exigências da dignidade, liberdade e igualdade humanas, as
quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos
em nível nacional e internacional.
Por fim, temos os direitos fundamentais. É importante nos atermos ao fato de que
essas duas nomenclaturas não se confundem: enquanto “direitos humanos” é, em síntese, a
terminologia utilizada para indicar o conjunto de direitos do homem protegidos na ordem
internacional, “direitos fundamentais” é o conjunto de direitos do homem já reconhecidos e
positivados na ordem interna de cada Estado.
6
PERES LUÑO, Antônio. Derechos humanos, Estado de Derecho y Constituición. 5 edição. Madrd:
Editora Tecnos, 1195, p. 48
Inalienabilidade: Segundo essa característica, os Direitos Humanos são indisponíveis,
não possuindo conteúdo econômico patrimonial e, assim, não podem ser objeto de
negociação e/ou comercialização;
Imprescritibilidade: De acordo com essa característica, os direitos humanos são
sempre exigíveis, não se sujeitando à prescrição e, assim, não possuem prazo para o seu
exercício;
Irrenunciabilidade: Dispõe que o indivíduo, apesar de poder não exercer os seus
direitos caso queira, não pode renunciar a eles;
Proibição de retrocesso: A proibição do retrocesso indica que não é possível a
supressão normativa dos direitos já consagrados através de medidas legislativas. É o chamado
efeito cliquet.
Inexauribilidade (inesgotáveis): Os direitos humanos estão em constante evolução e
são referentes aos momentos históricos vivenciados pelos indivíduos, portanto, eles não se
esgotam.
RESOLVA A QUESTÃO:
(2013 – CESPE – Policial Rodoviário Federal)4 – A aplicação das normas de direito
internacional humanitário e de direito internacional dos refugiados impossibilita a aplicação
das normas básicas do direito internacional dos direitos humanos.
( ) Certo
( ) Errado
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Bruna Pinotti Garcia e GARCIA OLIVEIRA, Rafael de Lazari, Manual de direitos
humanos: volume único - 3. ed. rev. Amplo. E atual. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017.