Todo sistema teológico filosófico deve ter um ponto de partida. Os positivistas
lógicos enunciaram sem demonstrar a suposição de que uma frase não tem sentido caso não seja verificada pela sensação. Falar sem fazer referência a algo tangível, visível, que pode ser cheirado especialmente medido é tolice. Mas eles nunca deduziram esse princípio - seu axioma não demonstrado. Pior, ele é autocontraditório, pois não foi nem pode ser visto, cheirado, nem medido, portanto, condena a si mesmo como tolice. Caso os axiomas de outros secularistas não sejam tolices, permanecem, apesar disso, axiomas. Todo sistema deve começar em algum ponto e não pode ter iniciado antes de começar. O naturalista poderia retificar o princípio lógico positivista para fazê-lo afirmar que todo o conhecimento é derivado da sensação. Isso não é um disparate, mas permanece um axioma não demonstrado de forma empírica. Não sendo autocontraditório, é pelo menos falto de justificativa empírica. Não se faz necessário apresentar aqui outros argumentos contra o empirismo. Nenhum sistema pode deduzir seus axiomas, é esse o ponto em questão. A inferência é ninguém pode contestar de forma coerente o fato de o cristianismo basear-se em axiomas não demonstráveis. Se os secularistas se valem do privilégio de basear seus teoremas e axiomas, os cristãos também podem fazer o mesmo. Se eles se recusam aceitar nossos axiomas, então não podem opor nenhuma objeção lógica para não rejeitarmos os deles. Consequentemente, rejeitamos as próprias bases do ateísmo, do positivismo lógico e do empirismo de forma geral. Nosso axioma é o de que Deus falou. Ou, de modo mais completo - Deus falou na Biblia. De forma mais precisa, as afirmações bíblicas são que Deus falou.
Gordon H. Em Defesa da Teologia. Brasília, pp. 37-38.