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RESUMINHO TOP PARA A PROVA DA BÁRBARA (17/03)

EPIDEMIOLOGIA:

Conceito de EPIDEMIOLOGIA: antes, é necessário entender três elementos


principais que definem o conceito de epidemiologia. São eles:

1. Clínica: baseada no avanço das pesquisas e desenvolvimento da tecnologia


médica, a clínica contribui com conhecimento sobre a descrição, o diagnóstico e
o tratamento das doenças, bem como sobre os eventos e agravos em saúde que
acometem pessoas e as comunidades;

2. Medicina Social: as iniquidades (aquilo que é desigual) em saúde são diferenças


socialmente produzidas. Por isso, a medicina social auxilia no conhecimento
sobre os determinantes do processo saúde-doença e no desenvolvimento dos
modelos explicativos dos determinantes sociais de saúde. É ela que aponta as
diferenças injustas e evitáveis ou remediáveis entre grupos populacionais
definidos social, econômica, demográfica e geograficamente (iniquidades
sanitárias).

3. Estatística: torna possível realizar análises entre os riscos, os fatores de risco e


os desfechos em saúde, promovendo maior confiabilidade nas pesquisas. O
avanço tecnológico trouxe mais precisão à estatística.

A articulação desses três elementos resulta na evolução da epidemiologia como


ciência aplicada no diagnóstico e na solução de problemas de saúde.

Epidemiologia é, portanto, o estudo da distribuição e dos determinantes de


estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas, e sua aplicação
na prevenção e controle dos problemas de saúde (Last, 2001).

 As doenças, condições de saúde e seus determinantes não se distribuem ao


acaso na população;
 O conhecimento desses fatores tem uma aplicação prática no controle e
prevenção das doenças e agravos à saúde.
CONCEITO DE SAÚDE: o conceito de saúde está determinado pelo contexto histórico. A
OMS definiu a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social,
e não apenas ausência de doença ou de enfermidade”. Esse conceito é utópico, ou
seja, difícil de ser alcançado, mas serve como um objetivo a ser perseguido.

 Conceito dado pela LEI ORGÂNICA DE SAÚDE:


o Art. 3º - Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica
do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

o Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por


força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e
à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.

 A raíz dos estudos da Epidemiologia Brasileira foi sobre as doenças tropicais:


peste bubônica, varíola, febre amarela etc. Época da Revolta da Vacina (1904).

PROCESSO SAÚDE-DOENÇA:

Existem diversos modelos explicativos estabelecidos para elucidar a


complexidade do processo saúde-doença ao longo da história da humanidade.

Essas concepções serão passadas, por alguns autores, em forma linear no


tempo de modo que o conceito mais antigo seria ultrapassado pelo mais novo.
Contudo, outros autores defendem que esses conceitos coexistem.

São eles:

1. Concepção Mágico-Religiosa: acreditava que a saúde advinha dos elementos


naturais e que as doenças eram causadas por espíritos sobrenaturais. Nesse
modelo, o adoecer era resultante de transgressões de natureza individual e
coletiva;

2. Modelo Holístico: foi introduzido pelas medicinas Hindu e Chinesa. Esse


modelo explicava as doenças por meio do equilíbrio entre os elementos e os
humores que compõem o organismo humano. A doença era entendida como
desequilíbrio da força vital.

a. Hipócrates - Concepção humoral de saúde: explica a ocorrência de


doenças por meio da consequência do desiquilíbrio dos elementos
água, terra, fogo e ar.

3. Concepção Empírico-Racional (Biológico/Biomédico): passar a se ter


conhecimento sobre a microbiologia e antibióticos. O descobrimento desses
dois direcionaram a explicação do processo saúde-doença afirmando que a
ocorrência de qualquer doença estava necessariamente vinculada à presença
de uma causa e à prescrição de um tratamento.

a. Surgiu, assim, o modelo biomédico, no qual se destaca a explicação


dos fenômenos de saúde e de doença com base na biologia e na
concepção mecanicista (René Descartes) da vida. Isso influenciou
diretamente as formas de cuidado, buscou-se uma causa e uma
proposta de tratamento, por exemplo: as vacinas;

b. A doença é definida como o desajuste ou falta de mecanismos de


adaptação do organismo ao meio ou, ainda, como a presença de
perturbações da estrutura viva, causadoras de desarranjos na função
de um órgão, sistema ou organismo.

c. Unicausalidade.
4. Modelo Sistêmico: trouxe uma compreensão mais abrangente do processo
saúde-doença. O sistema, nesse modelo, é um conjunto de elementos, de tal
forma relacionados, que uma mudança no estado de qualquer elemento
provoca mudança os demais elementos (incorporação da ideia de “todo”).
 Noção de processo  múltiplas e complexas determinações.

DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE (DSS):

Em 2006 foi criada a Comissão Nacional Sobre DSS, que define: “DSS são os fatores
sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que
influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população”.

 Comissão homônima da OMS: “os DSS são as condições sociais em que as


pessoas vivem e trabalham”.
 Iniquidades em Saúde: desigualdades de saúde relevantes, evitáveis, injustas e
desnecessárias entre grupos populacionais.
 Princípio do SUS: equidade = superação de desigualdades produzidas;
o As desigualdades sociais entre as pessoas não são dadas
“naturalmente”, mas determinadas pelo processo histórico e pelo modo
de produção e organização da sociedade;

 Modelo de Determinação Social da Saúde Proposto por Dahlgren e Whitehead :


DSS dispostos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos
determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os macros
determinantes.

Por que temos mais de uma concepção de saúde?

R: Porque a saúde teve um processo muito complexo ao longo da história da


humanidade. É necessário entender que a concepção de saúde varia de pessoa para
pessoa, sem contar a época em que foi conceituada, o lugar, a classe social, os
valores individuais, as teorias científicas, religiosas, filosóficas, dentre outras. Ou
seja, a existência de uma sociedade plural e diversificada influenciou na criação de
mais de uma concepção.

Explique a concepção mágico-religiosa da saúde e doença.

R: A concepção mágico-religiosa consiste no vínculo espiritual entre o indivíduo e a


entidade. Acreditava-se que as doenças eram resultantes de forças alheias ao
organismo humano. Nesse sentido, a saúde advinha de elementos naturais e as
doenças eram causadas por espíritos sobrenaturais, além disso, adoecer era
sinônimo do cometimento de transgressões e da não obediência das leis divinas.

Explique a concepção biológica/biomédica da saúde e doença e como se baseia o


cuidado em saúde nesta perspectiva.

R: Nessa concepção, originou-se o conhecimento sobre micro-organismos e


antibióticos. Estabeleceu-se, também, a concepção mecanicista criada pelo
pensamento positivista de René Descartes. Esses novos conhecimentos
influenciaram as formas de cuidado e as explicações sobre processo saúde-doença,
onde passou a se buscar a causa da doença, bem como a proposta de tratamento,
como, por exemplo, a criação de vacinas.

Explique a visão ampliada de saúde (OMS) e como se baseia o cuidado em saúde


nesta perspectiva.

R: A OMS define saúde como um estado de completo bem estar físico, mental e
social, não somente na ausência de afecções e enfermidades. É importante destacar,
a propósito, que essa visão é considerada ultrapassada pelo fato de visar uma
perfeição inatingível. Nesta perspectiva, o cuidado em saúde busca uma abordagem
mais ampla do que a biomedicina tradicional propõe, sem contar as condições
ambientais de saúde e as dimensões sociais presentes, ou seja, procura-se uma
abordagem mais humanizada e centrada no paciente.
Explique a saúde com o processo saúde-doença-cuidado e por que este processo é
entendido como multideterminado.

R: A saúde como processo saúde-doença-cuidado vem de um conjunto de fatores


que proporcionam a manutenção da qualidade de vida individual e coletiva. O
termo multideterminado, por sua vez, nos remete a uma atuação integradora com
vistas à saúde, demonstrando a necessidade da interdisciplinaridade, ou seja, a
existência de uma interconexão de diferentes setores determinantes, tais quais: a
Psicologia, a Economia, a Biologia, a Cultura e o Convívio Social.

O que são determinantes sociais de saúde e de que forma eles estão interligados?

R: As DSS refletem condições sociais, ambientais e econômicas capazes de interferir


na saúde e bem estar de uma coletividade, como, por exemplo: o acesso à saúde,
fatores de emprego e habitação, renda, dentre outros. Pode-se afirmar que essas
questões acima mencionadas estão umbilicadas de forma que acabam sendo
resultados uma das outras, vejamos o seguinte cenário: a precariedade das
condições de emprego afeta a saúde de um indivíduo o qual sentirá impacto em
outras áreas de sua vida; se sua renda acaba sendo reduzida pela perda do
trabalho, esse pode passar a sofrer níveis elevados de estresse que podem o levar a
má nutrição e, possivelmente, uma depressão. Diversos outros exemplos poderiam
ser citados, mas em resumo, essa interligação nada mais é do que um efeito bola de
neve em que um fator negativo agrava o outro gradativamente.

INDICADORES SOCIAIS:

Indicadores Sociais são medidas em geral quantitativas dotadas de significado


social substantivo, usadas para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito
social abstrato, de interesse teórico (estudos e pesquisas) ou programático (formulação
de políticas públicas).
Em outras palavras, é um recurso metodológico, empiricamente referido, que
informa algo sobre um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se
processando na mesma.

 Estatísticas  são dados sociais na sua forma bruta e são úteis para a
construção de indicadores contextualizados e comparativos. São matéria-prima
para criar indicadores.
 Indicador Social  é o valor contextual da informação presente na estatística,
por exemplo: taxas, proporções, médias, índices etc.

Sistema de Indicadores Sociais:

É um conjunto de indicadores sociais referidos a um determinado aspecto da


realidade social ou área de intervenção programática. A construção de um sistema
possui 4 (quatro) etapas, quais sejam:

1. Definição operacional do conceito abstrato ou temática a que se refere o


sistema em questão, por exemplo:
a. condições de vida;

2. Especificação das dimensões dessa temática, das suas diferentes formas de


interpretação ou abordagem, tornando-o um objeto específico, claro e passível
de ser “indicado” de forma quantitativa. Por exemplo:

a. nível de atendimento das necessidades materiais básicas para


sobrevivência; reprodução social da comunidade;

3. Obtenção de estatísticas públicas pertinentes a temática, por exemplo:

a. condições de saúde – n.º de óbitos registrados/n.º de atendimentos


médicos oferecidos;
b. educação – n.º de matrículas realizadas;
c. trabalho – volume de empregos;
d. habitação – quantidade de domicílios com acesso à infraestrutura de
serviços urbanos;

4. Combina-se de forma orientada todos esses dados estatísticos disponíveis e


computam-se os indicadores, compondo, assim, um sistema.
a. Com os exemplos acima é possível determinar alguns indicadores
sociais:
i. Taxa de mortalidade infantil;
ii. Taxa de cobertura escolar;
iii. Taxa de desemprego.

Todos esses indicadores compõem um sistema de indicadores sociais que


reflete a temática inicialmente estabelecida, qual seja: as condições de vida.

Critérios de Classificação dos Indicadores Sociais:

CLASSIFICAÇÕES TEMÁTICAS:

 Indicador de Saúde: percentual de crianças nascidas com o peso adequado;

 Indicador de Educação: escolaridade média da população de 15 anos ou mais;

 Indicador de Mercado de Trabalho: rendimento médio real do trabalho;

 Indicador Demográfico: taxa de mortalidade;

 Indicador de Habitação: densidade de moradores por domicílio;

 Indicador de Segurança Pública e Justiça: roubos à mão armada por cem mil

habitantes;

 Indicador de Infraestrutura Urbana: percentual de domicílios com esgotamento

sanitário ligado à rede pública;

 Indicador de Renda e Desigualdade: nível de pobreza;


 Indicador de Meio Ambiente: não achei exemplo e não quis pensar em nenhum
:D

CLASSIFICAÇÃO OBJETIVA x SUBJETIVA (QUANTITATIVA x QUALITATIVA):

 Indicadores Objetivos/Quantitativos: referem-se a ocorrências empíricas


(reais) e concretas, por exemplo: a taxa de evasão escolar ou o risco de
acidentes de trabalho;

 Indicadores Subjetivos/Qualitativos: correspondem a medidas construídas a


partir da avaliação de indivíduos ou especialistas com relação a diferentes
aspectos da realidade, com dados e informações levantadas em pesquisas de
opinião pública ou grupos de discussão, por exemplo: se referida instituição é
confiável ou se determinado governante possui ou não uma boa performance.

 OBS.: Nem sempre esses dois indicadores irão apontar a mesma tendência,
mesmo que se refiram a uma mesma dimensão social.

CLASSIFICAÇÃO DESCRITIVA x NORMATIVA:

 Indicadores Descritivos: tem a função de “descrever” características e aspectos


da realidade e não são fortemente dotados de significados valorativos como,
por exemplo: a taxa de mortalidade infantil ou a taxa de evasão escolar;

 Indicadores Normativos: refletem explicitamente juízos de valor ou critérios


normativos com respeito à dimensão social estudada, por exemplo: a
proporção de pobres como indicador de insuficiência de meios para a
sobrevivência humana; ou, então, a taxa de desemprego como indicador de
inatividade e ocupação econômica.
CLASSIFICAÇÃO SIMPLES X COMPOSTA:

 Indicadores Simples: são construídos a partir de uma estatística social


específica, por exemplo: a taxa de alfabetização – vai demonstrar somente qual
porcentagem da população sabe ler e escrever;

 Indicadores Compostos/Sintéticos/Índices Sociais: são construídos a partir de


dois ou mais indicadores simples (temáticos), por exemplo: o IDH é formado a
partir da combinação de indicadores de saúde, educação e renda.

o OBS.: Diferente do Sistema de Indicadores Sociais, o Indicador


Composto permite orientar de forma mais objetiva a priorização de
recursos e ações de política social, entretanto, esta operação acarreta na
perda crescente de proximidade entre conceito e medida e de
transparência para seus potenciais usuários.

CLASSIFICAÇÃO DE INDICADORES QUANTO À NATUREZA DO ENTE INDICADO:

 Indicador-Insumo (recursos disponibilizados): correspondem às medidas


associadas à disponibilidade de recursos humanos, financeiros ou
equipamentos alocados para um processo ou programa (políticas sociais) que
afeta uma das dimensões da realidade social, por exemplo: n.º de leitos
hospitalares por mil habitantes, n.º de professores por quantidade de
estudantes ou o gasto monetário per capita em diversas áreas de política social;

 Indicador-Produto (efetividade da utilização dos recursos e das políticas


sociais): são vinculados às variáveis resultantes de processos mais complexos,
ou seja, são medidas representativas das condições de vida, saúde, nível de
renda da população, avanços ou retrocessos das políticas sociais formuladas
etc. Por exemplo: a proporção de crianças fora da escola, o nível de pobreza ou
a esperança de vida ao nascer de uma criança;
 Indicador-Processo: é um indicador intermediário que traduz em medidas
quantitativas o esforço operacional de alocação de recursos humanos, físicos ou
financeiros para a obtenção de melhorias efetivas de bem-estar. Por exemplo:
número de consultas pediátricas por mês, merendas escolares distribuídas
diariamente por aluno etc;

 Os indicadores de INSUMO e PROCESSO são chamados, também, de


INDICADORES DE ESFORÇO, enquanto o indicador-PRODUTO é chamado de
INDICADOR DE RESULTADOS.

CLASSIFICAÇÃO DE INDICADORES DE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS:

 Indicador de Estoque: refere-se à medida de uma determinada dimensão social


em um momento específico, como os anos de escolaridade;

 Indicador de Performance: procura abarcar mudanças entre dois momentos


distintos, como o aumento dos anos de escolaridade.

CLASSIFICAÇÃO DE INDICADORES PARA A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS/PROGRAMAS


SOCIAIS:

 Indicador de EFICIÊNCIA: indica a eficiência dos meios e recursos empregados,


por exemplo: volume de investimentos por unidade de área física em um
programa público de reurbanização de favelas;

 Indicador de EFICÁCIA: indica a eficácia no cumprimento das metas, por


exemplo: a melhoria das condições de moradia, infraestrutura e acessibilidade
do local quanto ao programa supramencionado;

 Indicador de EFETIVIDADE: indica os efeitos de um determinado programa em


termos de justiça social, de contribuição para aumento da sociabilidade e
engajamento político. Por exemplo: indicadores de moralidade infantil, nível de
coesão social e participação da comunidade, nível de criminalidade etc.

INDICADOR RELATIVO X INDICADOR ABSOLUTO:


 Indicador Relativo: exemplo – proporção de pobres na população;
 Indicador Absoluto: exemplo – total de pessoas classificadas como pobres.

PROPRIEDADES DESEJÁVEIS:

Entram neste contexto as seguintes classificações: Relevância Social, Validade,


Confiabilidade, Cobertura, Sensibilidade, Especificidade, Inteligibilidade, Periodicidade,
Desagregabilidade e Historicidade.

Relevância Social é o atributo fundamental para justificar a produção do


indicador e legitimar seu emprego no processo de análise, formulação e
implementação de políticas, além disso, ela é historicamente determinada, resultante
de uma agenda de discussão política e social de cada sociedade ao longe de sua
trajetória.

Validade corresponde ao grau de proximidade entre o conceito e a medida, ou


seja, a sua capacidade de refletir o conceito abstrato que o indicador se propõe a
substituir ou operacionalizar. Por exemplo, o percentual de famílias com renda abaixo
de um salário mínimo é um indicador muito mais válido para retratar o nível de
pobreza do que um indicador de renda média per capita de uma população.

Confiabilidade é como o próprio nome já diz, está relacionada com a qualidade


do levantamento dos dados usados em seu cômputo, funciona como uma balança
confiável que sempre acusará a mesma medida se a dimensão da realidade empírica a
que ele se refere permaneceu estática.

Cobertura pode ser tanto espacial ou populacional, total ou parcial, que


representem uma realidade empírica em análise.

Sensibilidade diz respeito a capacidade de um indicador refletir mudanças


significativas se as condições que afetam a dimensão social referida se alteram. Ela está
intimamente relacionada à Validade e Confiabilidade do Indicador Social.

Especificidade corresponde a sua propriedade em refletir alterações


estritamente ligadas às mudanças relacionadas à dimensão social de interesse e é de
extrema importância para os Índices ou Indicadores Sociais Compostos. Pode ser
preferível se utilizar de um indicador parcial que, embora limitado, intui claramente seu
significado, do que usar uma medida composta com significado abstrato demais para
ser interpretado de forma clara.

Inteligibilidade diz respeito à transparência da metodologia de construção do


indicador, o que faz com que seja “comunicável”, de fácil compreensão pelos demais.

Periodicidade é uma propriedade adotada para que se possa acompanhar a


mudança social, avaliar o efeito de programas sociais implementados e corrigir
eventuais distorções de implementação com o levantamento regular de indicadores. O
custo e o tempo para obtenção do indicador têm que ser compatíveis com as
necessidades e usos que se faz do mesmo.

Desagregabilidade refere-se à capacidade de separar dados e informações para


analisar situações de grupos específicos, por exemplo: em vez de reportar o índice de
desemprego de uma cidade, a desagregação permitiria analisar o desemprego de
forma mais detalhada, sendo por gênero, idade, raça ou nível de educação.

Historicidade é a propriedade de se dispor de séries históricas extensas e


comparáveis de um indicador, de modo que se possa confrontar o valor presente com
situações do passado, inferir tendências e avaliar efeitos de eventuais políticas sociais
implementadas.

 NEM SEMPRE O INDICADOR DE MAIOR VALIDADE É O MAIS CONFIÁVEL; NEM


SEMPRE O MAIS CONFIÁVEL É O MAIS INTELIGÍVEL; NEM SEMPRE O MAIS
CLARO É O MAIS SENSÍVEL...

Com relação às notícias sobre transmissão vertical do HIV e sífilis de mãe para filho e os
estudos sobre indicadores sociais, analise as afirmativas a seguir e julgue cada uma
delas como verdadeira ou falsa:

a) (VERDADEIRA) – A construção de indicadores sociais, no âmbito do diagnóstico


de IST e transmissão vertical de IST de mãe para filho, possibilitou a proposição
de ações públicas de saúde e estabelecimento de metas a serem atingidas.
b) (VERDADEIRA) – O sistema de informações para diagnóstico, ação e controle do
Ministério da Saúde é composto de vários registros administrativos, que
compõem estatísticas. Estas servem como matéria prima para elaboração de
indicadores sociais.

c) (FALSA) – Os indicadores de transmissão vertical de HIV de mãe para filho são


expressos como taxas, proporções, médias e índices, não sendo possível sua
expressão em números absolutos.
a. É possível que sua expressão seja em números absolutos.

d) (VERDADEIRA) – Os critérios para a certificação de Eliminação da Transmissão


Vertical do HIV (taxa de detecção de HIV inferior a 0,3 casos por mil nascidos
vivos; proporção anual inferior a 2% de crianças expostas ao vírus que se
tornaram positivas para o HIV) são indicadores sociais.

e) (VERDADEIRA) – As diferenças nas taxas de transmissão vertical do HIV de um


ano para o outro, considerando as ações implementadas com o objetivo de
redução, indicam a eficácia das ações.

f) (FALSA) – As metas estabelecidas, de reduzir a mortalidade das pessoas vivendo


com HIV e da co-infecção tuberculose/HIV, bem como a meta de reduzir as
hepatites virais, podem ser medidas especificamente por indicadores
subjetivos.
a. Devem ser medidas por indicadores objetivos.

g) (VERDADEIRA) O aumento na taxa de detecção de HIV em gestantes indica


eficiência na distribuição de insumos e eficácia no uso de recursos (distribuição
de testes rápidos e realização de testagens).

h) (VERDADEIRA) – As informações sobre a implantação de ações e recursos,


como na Atenção primária à Saúde, com o pré-natal, testes rápidos, consultas,
pode compor indicadores de esforço.
i) (VERDADEIRA) – A ampliação do diagnóstico no pré-natal e a consequente
melhoria da prevenção da transmissão vertical do HIV são ações que podem ser
monitoradas e avaliadas por indicadores sociais.

j) (VERDADEIRA) – O diagnóstico no pré-natal permite que sejam realizados


todos os protocolos para reduzir o risco de infecção do HIV a menos de 2%, por
meio da inserção de tratamentos. Sem os cuidados, o risco de transmissão
passa a ser de 30%. Esses indicadores de risco são interessantes, mas não têm
relevância social.
a. É óbvio que um indicador de risco tem relevância social.

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