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Resumo para a Prova do 2º Bimestre – Prof.

Bárbara

História da Saúde Pública No Brasil

Início do Século XX: a população pobre só dispunha de atendimento filantrópico nos


hospitais de caridade mantidos pela Igreja, ou seja, pelas Santas Casas de
Misericórdia, enquanto os ricos tinham acessos a médicos que os atendiam em suas
próprias residências.

Rio de Janeiro:

Oswaldo Cruz – nomeado Diretor Geral de Saúde Pública. Sugeriu a obrigatoriedade


de comprovantes de vacinação contra a varíola para a realização de matrículas em
escolas, obtenção de empregos, autorização para viagens e registros de certidões de
casamento, com pena de multa para quem não se vacinasse.

 Haviam diversos fatores de insatisfação com o governo (legislações que


oprimiram as pessoas pobres e um projeto de urbanização que demoliu e
expulsou essas pessoas de suas casas e barracos).

 A sugestão de Oswaldo Cruz originou a Lei 1.261/1904 e, após sua aprovação


e regulamentação, se tornou o estopim para a Revolta da Vacina, visto que a
população não aceitava ter sua casa invadida para ser vacinada.

 O movimento foi aproveitado para limpar o Centro das pessoas pobres e


doentes. Inclusive, foram presas pessoas que nada tinham a ver com a revolta,
pois não eram adequados para a sociedade o governo queria criar.

 A obrigatoriedade da imunização foi revogada no mesmo mês e o resultado


disso foi uma nova e intensa epidemia de Varíola, que só foi erradicada em
1971 (quase 70 anos após a promulgação da lei citada acima), pois as pessoas
passaram a procurar a vacina voluntariamente.
São Paulo:

Emílio Ribas: médico que morava junto com pacientes afligidos pela Febre Amarela.
Queria provar que a doença não era contagiosa.

 Dirigiu as Obras de Saneamento nos Portos de Santos/SP, evitando as


epidemias propagadas nos portos, o que permitiu que navios que importavam
matérias primas atracassem – desenvolvimento da indústria.

 Gripe Espanhola (1918): epidemia que acometeu o Brasil.

 Greve dos Operários nas Indústrias. Haviam muitas doenças decorrentes da


industrialização.

Eloy Chaves: Ministro da Justiça. Apresentou, em 1923, uma lei que regulamentou as
Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs). Os trabalhadores passariam a ter
assistência médica e, após alguns anos de trabalho, aposentadoria.

Getúlio Vargas (1930): passou a implantar políticas sociais.

 Incentivou os trabalhadores a se integrarem ao sistema sindical e transformou


os CAPs em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), ligados a
empresas e trabalhadores (esse último teria uma parcela mínima do seu salário
retirada), garantindo assistência médica, contudo, ainda não abrangia os
idosos, as crianças e algumas categorias de trabalhadores.

 Os recursos adquiridos através dos IAPs foram aplicados pelo governo no


financiamento da industrialização do país e não em saúde pública.

 Criação do Ministério do Trabalho.

 SESP (Serviço Especial de Saúde Pública) – praticava ações de saneamento


básico para combater as epidemias no interior do país, áreas responsáveis
pela produção de matéria-prima (Amazônia, por exemplo).
o Isso era mais focado em preservar os trabalhadores para manter a
produção do que para cuidar realmente deles.
 Saúde pública baseada no estilo Estado Unidense (grandes hospitais com
equipamentos modernos e médicos especialistas, mas o acesso não era
gratuito e custava caro).

 Getúlio Vargas é eleito presidente novamente e cria o Ministério da Saúde,


buscando fortalecer as ações em saúde pública e a medicina preventiva.

 Correntes da Saúde Pública:

o Médicos Especialistas: queriam isolar (segregar) o doente em


estabelecimentos próprios para o tipo da doença que portavam, assim
como queriam construir hospícios para os loucos;

o Medicina Social e Preventiva: queriam criar centros de saúde e


aproximar a medicina com as questões sociais do povo.

Ditadura: unificação de todos os IAPs e outros órgãos em um sistema único chamado


de Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o qual concentrava todas as
contribuições previdenciárias (dinheiro) dos trabalhadores. O dinheiro continuou sendo
destinado às obras do país.

 Hospitais da Iniciativa Privada atenderiam os trabalhadores inscritos na


previdência social.

 Extensão da Previdência Social aos trabalhadores rurais.

 Censura das notícias sobre epidemias, por exemplo: poliomielite e meningite.


O Governo considerou como casos isolados.

 Falência do Sistema Previdenciário. Resultou no aumento do valor das


contribuições e na diminuição dos valores dos benefícios.
8ª Conferência Nacional de Saúde (1986): participação da população. Proposta da
criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Importante marco para a consolidação do
SUS.

 1988: reconhecimento pela Constituição do acesso universal à saúde de toda a


população.

 1990: Aprovada a regulamentação do SUS (Leis 8.080 e 8.142 de 1990).

A Constituição estabelece o Sistema Único de Saúde (SUS), de caráter público,


formado por uma rede de serviços regionalizada, hierarquizada e descentralizada,
com direção única em cada esfera de governo, e sob controle dos seus usuários.

O SUS é uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento


dos serviços e ações de saúde estabelecida pela Constituição de 1988. O SUS não é
o sucessor do INAMPS e nem tampouco do SUDS. O SUS é o novo sistema de
saúde que está em construção.

Art. 194, CF/88. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,
à previdência e à assistência social.

Art. 196, CF/88. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.

Princípios Doutrinários do SUS:

 Universalidade: todos serão atendidos, sejam ricos ou pobres, brasileiros ou


estrangeiros etc. O acesso universal é a expressão de que todos têm o mesmo
direito de obter as ações e os serviços de que necessitam, independentemente
de complexidade, custo e natureza dos serviços envolvidos.

 Integralidade: reconhecimento da prestação de serviço e tratamento integral


do indivíduo, protegendo e recuperando sua saúde. É entendida como um
conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema.

 Equidade/Igualdade: É assegurar ações e serviços de todos os níveis de


acordo com a complexidade que cada caso requeira, more o cidadão onde
morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o SUS e
será atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder
oferecer para todos.

 Participação da Comunidade: é a garantia de que a população, por


intermédio de suas entidades representativas, possa participar do processo de
formulação de diretrizes e prioridades para a política de saúde, da fiscalização
do cumprimento dos dispositivos legais e normativos do SUS e do controle e
da avaliação de ações e serviços de saúde executados nos diferentes níveis de
governo.

Princípios Organizativos do SUS:

 REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO:
o Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade
tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e
com a definição da população a ser atendida. Isto implica na
capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada população
todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo
de tecnologia disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade
(solução de seus problemas).

o A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada,


permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população
da área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica,
sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de
atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade.

 RESOLUBILIDADE:
o É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou
quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o
serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo
até o nível da sua competência.

 DESCENTRALIZAÇÃO:
o É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às
ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da
ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais
chance haverá de acerto. Assim, o que é abrangência de um município
deve ser de responsabilidade do governo municipal; o que abrange um
estado ou uma região estadual deve estar sob responsabilidade do
governo estadual, e, o que for de abrangência nacional será de
responsabilidade federal. Deverá haver uma profunda redefinição das
atribuições dos vários níveis de governo com um nítido reforço do poder
municipal sobre a saúde - é o que se chama municipalização da saúde.

 PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS:


o É a garantia constitucional de que a população, através de suas
entidades representativas, participará do processo de formulação das
políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis,
desde o federal até o local.

o Deve ser também considerado como elemento do processo participativo


o dever das instituições oferecerem as informações e conhecimentos
necessários para que a população se posicione sobre as questões que
dizem respeito à sua saúde.

 COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO:


o A Constituição definiu que, quando por insuficiência do setor público, for
necessário a contratação de serviços privados, isso deve se dar sob
três condições:

 Celebração de Contrato;

 A Instituição Privada deve seguir os princípios básicos e normas


técnicas do SUS;
 A integração da Instituição Privada deve se dar na mesma lógica
organizativa do SUS (regionalização e hierarquização).

 Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

o § 1º - As instituições privadas poderão participar de


forma complementar do sistema único de saúde,
segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito
público ou convênio, tendo preferência as entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos.

Art. 198, CF/88. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

QUEM É O RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO AO DOENTE E PELA SAÚDE


DA POPULAÇÃO?

R: O Município.

INDICADORES DEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE:

1. Taxa de Natalidade: estabelece os parâmetros básicos para dimensionamento da


população futura, consumidora de bens e serviços – públicos e privados - e dos
públicos-alvo das políticas sociais.

a. Taxas elevadas de natalidade: nestas circunstâncias, as políticas


sociais mais demandadas concentram-se na atenção à saúde materno-
infantil e na oferta de vagas em creches e ensino básico.

b. Taxas de natalidade mais baixas: indicam necessidades de expansão


menos acelerada na construção de escolas e postos de saúde, mas, em
contrapartida, apontam para a necessidade de oferta crescente de
serviços urbanos, habitação e emprego.
2. Taxa de Crescimento Demográfico: A taxa de crescimento demográfico é um
indicador fortemente correlacionado com a taxa de natalidade; daí sua aplicação
para as mesmas finalidades programáticas. Tal como a taxa de natalidade, a taxa
de crescimento demográfico é um indicador muito comum nos Relatórios Sociais e
Anuários Estatísticos.

3. Carga de dependência de crianças e idosos: como medida complementar às


taxas de natalidade e crescimento na caracterização demográfica da população de
um país ou região, costuma-se empregar a carga de dependência de crianças e
idosos em relação à população adulta.

a. É um indicador de maior especificidade à formulação de políticas que a


simples taxa de natalidade e crescimento, na medida em que traz à
análise uma indicação mais precisa do perfil etário da população. É,
contudo, menos sensível a variações de curto prazo.

4. Taxa de urbanização: A taxa de urbanização é um indicador demo-geográfico que


dimensiona a parcela da população nacional ou regional que reside em áreas
urbanas, e portanto, em tese, com maior acessibilidade aos bens públicos, serviços
básicos de infraestrutura urbana (água tratada, saneamento básico, coleta de lixo) e
serviços sociais (educação, saúde etc.).

5. Taxa de mortalidade infantil: Além de sua aplicação estritamente demográfica, de


caracterizar níveis e padrões de mortalidade, ela tem sido empregada
tradicionalmente como um indicador social representativo das condições gerais de
vida ou saúde prevalecentes em uma região ou segmento populacional.

6. Esperança de vida ao nascer: A esperança de vida ao nascer é um indicador


demográfico alternativo para esse objetivo de avaliação das condições de saúde da
população. Embora seu cômputo seja bastante complexo, o significado do indicador
é bastante claro: número médio de anos que se espera que um recém-nascido
possa viver em uma dada sociedade, considerando as probabilidades de
sobrevivência registradas no momento presente para cada faixa etária.
7. Taxa ou proporção de óbitos por causas O perfil epidemiológico das doenças e
óbitos está fortemente associado ao nível de desenvolvimento socioeconômico e da
oferta de prestação de serviços de saúde para a população.

a. Regiões e países subdesenvolvidos apresentam uma sobremortalidade


decorrente de doenças infecciosas e parasitárias, em função da
precariedade da infraestrutura de serviços de abastecimento de água,
saneamento básico, atendimento ambulatorial, das carências
nutricionais e privações materiais de grande parcela da população.

b. Em regiões mais desenvolvidas, com maior atendimento à saúde, maior


cobertura da infraestrutura urbana básica e de níveis de renda familiar
mais elevados, estas doenças perdem precedência como causa de
mortalidade mais importante para as chamadas enfermidades
"modernas”, como são tidas as doenças crônico-degenerativas,
acidentes de trânsito e demais mortes violentas.

8. Indicadores de morbidade e atendimento à saúde: pertencem à categoria dos


Indicadores Demográficos, construídos a partir de eventos intrínsecos ao ciclo de
vida da população.

a. Naturalmente, como se procurou mostrar, em que pesem suas


limitações de validade e/ou confiabilidade podem ser de grande
utilidade para monitoramento das condições de saúde e nível de vida
da população.

b. As estatísticas de morbidade e atendimento à saúde, por outro lado,


correspondem mais diretamente às dimensões analíticas necessárias
ao acompanhamento contínuo do padrão de saúde da população e da
oferta de serviços médicos.

9. Indicadores de desnutrição: Estes indicadores são úteis para subsidiar a


formulação de programas de suplementação alimentar, como a distribuição de leite,
cestas básicas ou enriquecimento da merenda escolar.

10. Coeficientes técnicos de recursos: Esses indicadores revelam o esforço


despendido nos programas voltados à saúde pública, não o resultado efetivo dos
mesmos. Esse é um detalhe não trivial que perpassa muitas vezes a avaliação de
políticas na área de saúde e em outras áreas. De qualquer forma, estabelecem
padrões de referência que podem ser usados como pontos de partida na estimação
preliminar de recursos financeiros, humanos e físicos para programas na área de
saúde pública.

INDICADORES DE RENDA E POBREZA:

1. Renda PIB ou Per Capita: Conceitualmente, a renda per capita é um indicador


econômico, já que mede o valor total de bens e serviços finais produzidos
internamente na economia de um país relativamente ao tamanho da sua população.

2. Renda familiar média: Os indicadores de renda computados através das


pesquisas domiciliares diferenciam-se entre si em três aspectos:

a. abrangência do conceito de renda (renda bruta, renda líquida após


descontos, renda do trabalho etc.);

b. a população em referência (indivíduos, indivíduos ocupados, famílias,


domicílios etc.);

c. e a unidade de estudo (renda individual, renda familiar total, renda


familiar per capita, renda familiar por adulto-equivalente etc.).

O nível médio de renda familiar é um indicador sensível a mudanças conjunturais do


mercado de trabalho, na medida em que os rendimentos do trabalho respondem por
parcela majoritária da renda disponível.

3. Índice de Gini para distribuição de renda: Além do nível médio da renda, seu
padrão de distribuição é outra dimensão importante da caracterização
socioeconômica de uma sociedade. Afinal, é preciso saber se, por exemplo, uma
renda comparativamente mais elevada deve-se à situação concreta em que a
população efetivamente desfruta de um padrão melhor de bem-estar. Porém,
algumas ressalvas a fazer na utilização do Índice de Gini. Ele é uma medida menos
sensível à desigualdade associada à riqueza ou pobreza extremas, refletindo mais
precisamente o que se passa em termos distributivos nos segmentos de renda
média.

4. Parcela da massa apropriada pelas famílias: é um indicador mais específico e


sensível a mudanças no perfil distributivo entre os mais pobres e os mais ricos, e,
portanto, mais adequada para avaliação de políticas sociais mais focalizadas (que
envolvam transferência de renda) ou políticas econômicas de impacto redistributivo
(variação real do salário mínimo, dos proventos previdenciários etc.).

5. Posse de bens duráveis e classe socioeconômica: As dificuldades já citadas no


levantamento de informações sobre renda em pesquisas domiciliares no Brasil
levou as agências de pesquisa de mercado e institutos de opinião pública a
desenvolver nas últimas décadas métodos alternativos de identificação do poder
aquisitivo da população. O objetivo das agências era o de ter um critério de
classificação socioeconômico das famílias que fosse prático, correlacionado à
renda familiar (portanto, válido para tal dimensão) e menos suscetível aos erros
sistemáticos por parte do entrevistador e entrevistado nas pesquisas de campo (isto
é, um indicador mais confiável).

6. Indicador de pobreza como insuficiência de renda: O "Mapa da Fome", estudo


sobre o nível de pobreza e indigência nos municípios brasileiros, elaborado no
princípio da década de 1990 é um marco neste sentido, ao sinalizar estas
dimensões como prioridades centrais da política social em nível federal no país.
Segundo esta perspectiva, indigência e pobreza retratam situações de carência de
rendimentos suficientes para compra, respectivamente, de uma cesta básica de
alimentos e de uma cesta básica de produtos e serviços imprescindíveis à
reprodução social. Assim, famílias com rendimento familiar per capita inferior ao
valor de custo da cesta básica de alimentos - cujo valor define a chamada linha de
indigência - são consideradas famílias indigentes. Ou seja, famílias indigentes são
aquelas que não dispõem de rendimentos suficientes sequer para alimentar de
forma minimamente adequada seus membros. Famílias com renda familiar per
capita inferior ao custo de uma cesta básica que inclui não apenas alimentos, mas
outros produtos e serviços imprescindíveis à sobrevivência no meio urbano ou rural
- que define a linha de pobreza - integram o contingente de pobres.

7. Indicador de pobreza como carências múltiplas: São os indicadores baseados


no estado de carências ou de necessidades básicas insatisfeitas em diversas
dimensões analíticas (educação, atendimento à saúde, habitação, emprego etc.). A
Proporção de pobres, carentes ou excluídos nesta perspectiva corresponde à
parcela de população que não tem ou dispõe, sob certos critérios normativos, de
nível suficiente de escolaridade, acesso a políticas de saúde, habitação adequada,
trabalho regular etc.

8. Índices de custo de vida: Os Índices de custo de vida e de preços ao consumidor


são, a rigor, indicadores econômicos. Expressam a variação média - em geral,
mensal - dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas
famílias, indicando, pois, o nível médio da inflação observada no país ou região.
Contudo, a aplicação dos índices de custo de vida como indicadores relevantes
para monitoramento da conjuntura social justifica-se pelo impacto das variações de
preços sobre o poder aquisitivo dos rendimentos familiares, sobretudo da
expressiva parcela da população que subsiste com rendimentos próximos aos
limiares da indigência e pobreza.

ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO E POBREZA HUMANOS:

1. IDH - Índice de Desenvolvimento Humano: Para avaliar operacionalmente o nível


e o progresso do Desenvolvimento Humano propôs-se o cálculo de um índice – IDH
– construído a partir da aglutinação de indicadores representativos das três
dimensões básicas citadas do Desenvolvimento Humano e para as quais se dispõe
de informações com maior regularidade nos diversos países:

a. um indicador composto de nível educacional (computado a partir da


taxa de alfabetização de adultos e a taxa de escolarização);

b. a esperança de vida, como medida síntese das condições de saúde e


riscos à morbimortalidade, e o;

c. Produto Interno Bruto (PIB) per capita ajustado segundo uma técnica
específica, de modo a refletir melhor a necessidade de recursos
monetários para compra de bens e serviços indispensáveis à
sobrevivência material em cada país.

2. IPH – Índice de Pobreza Humana: o PNUD propôs em 1997 o IPH – Índice de


Pobreza Humana, para medir o grau de Pobreza Humana ou de privação de meios
básicos à sobrevivência. Enquanto o IDH mediria os progressos médios nas
dimensões de educação, saúde e recursos materiais para sobrevivência, o IPH
avaliaria o nível de privação nestas dimensões.

a. para países subdesenvolvidos, o índice de pobreza (IPH-1) é


calculado através da combinação do risco de mortalidade após os 40
anos (privação da longevidade e saúde), da taxa de analfabetismo
(privação de acesso à educação) e de um indicador-síntese de três
dimensões que refletiriam a privação de recursos para sobrevivência:
proporção de pessoas sem acesso à água potável, proporção de
serviços de saúde e proporção de crianças desnutridas, medida pela
adequação do peso das mesmas.

b. Para os países desenvolvidos, onde os padrões normativos de


privação são mais elevados e as estatísticas sociais cobrem aspectos
mais abrangentes da realidade social, o índice de pobreza (IPH-2) é
calculado através da combinação do risco de mortalidade após os 60
anos (privação da longevidade), da taxa de analfabetismo funcional
(privação à educação e cultura), da proporção de pessoas com
rendimentos insuficientes e da taxa de desemprego de longo prazo
(privação de renda e emprego para gerar a sobrevivência).

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