Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Monopol I 10009839
Monopol I 10009839
Rio de Janeiro
Setembro de 2011
AVALIAÇÃO DE PROPOSTAS PARA ESTIMATIVA DE PARÂMETROS DE
COMPRESSIBILIDADE DE ARGILAS MOLES
Examinada por:
_______________________________________________
Prof. Ian Schumann Marques Martins, D.Ss.
________________________________________________
Prof. Leonardo de Bona Becker, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Fernando Artur Brasil Danziger, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Marcos Barreto de Mendonça, D.Sc.
iii
AGRADECIMENTOS
E à família.
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Setembro/2011
v
Abstract of Undergraduate Project presented to Escola Politécnica/ UFRJ as a partial
fulfillment of the requeriments for the degree of Civil Engineer.
September/2011
This work presents the applicability evaluation to Santos/SP and Sarapuí/RJ soft
clays of the method proposed by Schmertmann (1955) to estimate the “undisturbed”
oedometric compression curve by means of oedometric compression tests carried out in
disturbed samples.
To the same clays also are evaluated the proposals of Almeida et al. (2008) and
of Martins et al. (2009) to estimation of the compression index in the “undisturbed”
state (Cc) by means of the water content (w), and the proposal of Atkinson and Bransby
(1978) to estimate the compression index of the remolded clay (Cc,remold) by means of its
the plastic index (PI).
vi
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
vii
2.4.4 Observações sobre o método ....................................................................... 23
2.5 Estimativa do índice de compressão de uma argila remoldada (Cc,remold) a partir
de seus valores de índice de plasticidade (IP) e densidade dos grãos (G) ................ 24
2.6 Propostas de correlação entre o índice de compressão (Cc) e o teor de umidade
natural (w) de argilas moles indeformadas ............................................................... 30
4 RESULTADOS ......................................................................................................... 60
4.1 Avaliação da qualidade dos corpos de prova e efeitos do amolgamento
.................................................................................................................................... 60
4.2 Verificação do método de estimativa da curva de compressibilidade
“indeformada” a partir da curva “amolgada” proposto por Schmertmann (1955)
.................................................................................................................................... 66
4.2.1 Considerações iniciais ................................................................................. 66
4.2.2 Argila de Santos .......................................................................................... 66
4.2.3 Argila do Sarapuí ........................................................................................ 83
4.2.4 Conclusões sobre a avaliação do método de Schmertmann (1955) ............ 94
4.3 Avaliação da estimativa do índice de compressão de uma argila remoldada
(Cc,remold) a partir de seus valores de índice de plasticidade (IP) e densidade dos grãos
(G) ............................................................................................................................. 96
4.4 Verificação das propostas de correlação entre o índice de compressão (Cc) e o
teor de umidade natural (w) de argilas moles ......................................................... 101
viii
5 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 105
ix
1. INTRODUÇÃO
σ'vm
Cr
1
índice de vazios, e
Cc
1
Os parâmetros de compressibilidade são obtidos através da extração de amostras
indeformadas no campo e realização de ensaios de compressão edométrica em
laboratório.
Entende-se por amostra indeformada aquela que preserva ao máximo a estrutura
que o solo apresenta em campo, de tal forma que a inevitável alteração sofrida por sua
estrutura durante a amostragem seja pequena a ponto de não modificar suas
propriedades mecânicas.
O amolgamento do solo pode ser entendido como a alteração de sua estrutura, ou
seja, da forma como seus grãos se dispõem e interagem entre si. No caso de ensaios de
compressão edométrica, o amolgamento da amostra altera drasticamente a curva de
compressão e, consequentemente, os valores dos parâmetros de compressibilidade
encontrados.
A consequência prática mais evidente do amolgamento de amostras utilizadas
em ensaios de compressão edométrica é a previsão errada de recalques, pois os mesmos
serão calculados com base em parâmetros de compressibilidade errados.
A obtenção de amostras indeformadas de solos é uma tarefa que exige uma série
de cuidados. Infelizmente, são poucos os casos em que as recomendações para evitar o
amolgamento das amostras de solos, desde a sua amostragem até a moldagem do corpo
de prova, são seguidas adequadamente, resultando em parâmetros de compressibilidade
não representativos do comportamento que o material apresenta em campo.
Diante desta realidade, Schmertmann (1955) sugeriu um método de estimativa
da curva de compressão edométrica “indeformada” a partir da curva de compressão
edométrica obtida em ensaios realizados em amostras amolgadas. Desta maneira
poderiam ser obtidos parâmetros de compressibilidade mais próximos dos reais.
Atkinson e Bransby (1978), baseados nos resultados de Skempton e Northey
(1953), apresentaram uma proposta de correlação entre o índice de compressão do solo
remoldado (chamado neste trabalho de Cc,remold para diferenciar do Cc do solo
indeformado) a partir de seu índice de plasticidade (IP). Desta forma, ficaria
estabelecido um limite inferior para o valor do índice de compressão do solo, pois
quanto mais amolgada a amostra se encontra menor é o indice de compressão obtido, e
o máximo amolgamento que a amostra pode sofrer é quando a mesma é remoldada. Um
limite como este apresenta importância prática no sentido de possibilitar, junto a alguns
outros critérios, avaliar o grau de perturbação de uma amostra pela análise de seu índice
de compressão.
2
Existem tentativas de se realizar uma estimativa da compressibilidade de um
solo com base em propriedades mais simples de serem determinadas. Uma destas
propostas é a de relacionar o índice de compressão (Cc) de argilas moles com seu teor
de umidade (w), como as apresentadas por Almeida et al. (2008) e por Martins et al.
(2009). Correlações deste tipo podem ser úteis em estimativas preliminares de recalques
por adensamento ou então para balizar os resultados obtidos em ensaios de compressão
edométrica.
Este trabalho apresenta verificações das propostas apresentadas acima através da
aplicação das mesmas a algumas argilas moles brasileiras e da comparação dos valores
estimados com os valores obtidos de ensaios realizados em amostras de boa qualidade
destes solos.
Os dados experimentais utilizados neste trabalho são relativos a ensaios de
compressão edométrica e de caracterização realizados por Aguiar (2008) e por Andrade
(2009) em argilas moles de Santos/SP, e por Coutinho (1976) na argila mole do
Sarapuí/RJ.
1.2 Objetivos
Tendo como objeto de estudo as argilas moles de Santos/SP e do Sarapuí/RJ,
este trabalho tem os seguintes objetivos:
a) Verificar a aplicabilidade do método de estimativa da curva de compressão
edométrica “indeformada” proposto por Schmertmann (1955) a amostras com algum
grau de amolgamento ou a amostras totalmente remoldadas das argilas estudadas.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
principais, e à relação entre as tensões efetivas horizontal e (σ’h) e vertical (σ’v) dá-se o
nome de coeficiente de empuxo no repouso (K0).
σ 'h
K0 = (2.1)
σ 'v
Δε v
mv = (2.2)
Δσ 'v
onde:
Δεv é a variação da deformação volumétrica sofrida pelo solo,
Δσ’v é a variação da tensão vertical efetiva do solo.
5
incremento de carga são acompanhadas as variações de altura do corpo de prova ao
longo do tempo. Quando as deformações praticamente cessam aplica-se o incremento de
carga seguinte, em geral, o dobro da carga anterior. Ao final do ensaio de compressão o
solo é descarregado, também em estágios, registrando-se as correspondentes
deformações de estabilização.
Os resultados do ensaio de compressão edométrica são representados por:
e0
2,50 1
Cr
2,30
Trecho de recompressão
Índice de vazios (e)
1
2,10
1,70
Trecho de expansão
1,50
Ce
1
1,30
6
Quando as tensões verticais efetivas são plotadas em escala logarítimica,
distinguem-se três trechos de comportamento distintos do solo: o trecho de
recompressão, o trecho de compressão virgem e o trecho de expansão.
O trecho de recompressão é caracterizado pelo comportamento menos
compressível do solo, indicado pela pequena inclinação da curva de compressão.
Quando a tensão vertical efetiva atinge o valor da tensão de pré-adensamento (σ’vm), há
um aumento abrupto da compressibilidade do solo, dando-se início ao trecho de
compressão virgem. O trecho de expansão é aquele correspondente à fase de
descarregamento do ensaio edométrico.
O comportamento do solo sob condição edométrica é representado por estes
trechos da curva de compressão unidimensional que, por sua vez, são definidos pelos
seus parâmetros de compressibilidade, a saber: tensão de pré-adensamento (σ’vm), índice
de recompressão (Cr), índice de compressão (Cc) e índice de expansão (Ce).
A tensão de pré-adensamento (σ’vm) é o máximo valor de tensão vertical efetiva
a que o solo esteve submetido durante a sua história. Dentre os diferentes métodos
existentes para sua determinação, os mais utlizados no Brasil são o método de
Casagrande (1936) e o método de Pacheco Silva (1970). Na figura 2.1 é representado
graficamente o método de Pacheco Silva para determinação de σ’vm.
Os índices de recompressão (Cr), compressão (Cc) e expansão (Ce) são as
inclinações da curva de compressão nos trechos correspondentes, dados pela razão
− Δe
. Na figura 2.1 os parâmetros Cr, Cc e Ce estão representados graficamente.
Δ log σ 'v
2.3 Amolgamento
7
2.3.2 Causas do amolgamento
Os procedimentos de amostragem, transporte, armazenamento e moldagem de
corpos de prova inevitavelmente alteram o estado de tensões a que o solo estava
submetido em campo. Muitas vezes estes procedimentos, quando realizados de forma
inadequada, sujeitam a amostra a deformações de tal ordem que alteram a estrutura do
solo, alterando as suas propriedades, notadamente a sua compressibilidade e a sua
resistência não-drenada.
As operações mais críticas quanto ao amolgamento das amostras são as de
extração no campo e de transporte, em geral pelo desconhecimento dos efeitos
prejudiciais que o amolgamento traz à amostra e pelo não cumprimento da norma
brasileira que regulamenta estes procedimentos (NBR-9820/97 – Coleta de amostras
indeformadas de solos de baixa consistência em furos de sondagem).
No caso de argilas moles saturadas o amolgamento se dá de forma não-drenada,
ou seja, sem variação de volume, significando que a destruição da estrutura do solo
ocorre devido apenas às deformações cisalhantes. O solo amostrado sofre distorções nas
seguintes ocasiões:
a) Distorção por extensão devida ao alívio de tensão vertical total pela abertura
do furo para amostragem (figura 2.2).
Figura 2.2 Distorção da amostra por alívio da tensão vertical total (Martins (2011) a
partir de Ladd e DeGroot (2003)).
8
Uma forma de minimizar este efeito é realizar todo o procedimento de execução
do furo e amostragem com o mesmo cheio de lama bentonítica, mantendo o tubo de
revestimento acima do nível do terreno e com o nível de lama o mais alto possível
(figura 2.3).
Figura 2.3 Procedimento para minimizar a distorção da amostra por alívio da tensão
vertical total (Martins (2011) a partir de Ladd e DeGroot (2003)).
9
Este efeito é minimizado utilizando um amostrador com diâmetro do bico
ligeiramente inferior ao do corpo. Quanto maior o diâmetro do amostrador e mais fina a
sua parede menor é a perturbação da amostra, devendo-se lembrar que a região central
da amostra é a menos afetada pelo amolgamento.
Para evitar mais esta perturbação, Ladd e DeGroot (2003) recomendam cortar o
tubo amostrador em segmentos e com um fio de aço, introduzido com o auxílio de uma
agulha, destacar a amostra do segmento de tubo já cortado.
10
2.3.3 Efeitos do amolgamento na curva de compressão edométrica
O amolgamento da amostra afeta os resultados do ensaio de compressão
edométrica. A figura 2.6 apresenta as curvas de compressão edométrica obtidas de
ensaios realizados por Coutinho (1976) com amostras de argila do Sarapuí com
diferentes graus de perturbação.
a) Para a mesma tensão vertical efetiva (σ’v) o índice de vazios (e) é tão menor
quanto pior for a qualidade da amostra.
11
c) Redução do valor estimado da tensão de pré-adensamento.
12
2.4.2 Desenvolvimento do método
(a)
13
(b)
Figura 2.7 Resultados típicos de ensaios de compressão edométrica em laboratório
(Schmertmann, 1955).
Nas figura 2.7a e 2.7b observa-se que as curvas de compressibilidade podem ser
representadas por três trechos característicos, que são representados de forma
esquemática na figura 2.8:
14
σ'vm, evm
σ'v0, e0
1
E Cr
P
índice de vazios, e
1
Cc
1
Ce
Ainda nas figuras 2.7a e 2.7b, observa-se que as curvas de recompressão são
aproximadamente paralelas às curvas de descompressão.
Assumindo esta hipótese, conhecendo-se apenas o trecho de descompressão da
curva de compressibilidade de uma amostra indeformada, poderia-se estimar a
inclinação de seu trecho de recompressão (Cr) considerando-o igual ao índice de
descompressão (Ce).
Como será exposto no item seguinte, as curvas de descompressão não parecem
ser alteradas significativamente pela perturbação da amostra, ou seja, o Ce da amostra
indeformada é aproximadamente igual ao Ce da amostra amolgada. Desta forma, seria
possível estimar o Cr da amostra indeformada a partir Ce da amostra amolgada.
15
Figura 2.9 Comparação entre curvas de compressibilidade obtidas de ensaios realizados com amostras “indeformadas” e com diferentes graus de
amolgamento (Schmertmann, 1955).
16
Além dos efeitos do amolgamento na curva de compressão edométrica citados
no item 2.3.3, os padrões dos resultados apresentados na figura 2.9 permitiram a
Schmertmann realizar algumas observações adicionais. Nos itens a, b e c a seguir, são
apresentadas estas observações e a maneira como estes padrões podem ajudar na
estimativa da curva de compressibilidade “indeformada”.
a) Curva de descompressão
Pode-se observar nos ensaios da figura 2.9 que a inclinação da curva de
descompressão não é alterada significativamente pela perturbação da amostra.
Esta observação em conjunto do padrão exposto no item anterior (paralelismo
entre os trechos de recompressão e de descompressão ao final do ensaio edométrico de
uma amostra indeformada), possibilita estimar o Cr da amostra indeformada assumindo
que o mesmo é igual ao Ce da amostra amolgada.
Desta forma, estimando-se também o índice de vazios e a tensão vertical efetiva
de campo (ponto E), pode-se estimar a posição do trecho de recompressão
“indeformado”, conforme apresentado na figura 2.10.
σ'v0, e0
E 1
Cr
trecho de recompressão
índice de vazios, e
"indeformado" estimado
trecho de
descompressão
"amolgado"
1
Ce,amolg
17
b) Ponto de interseção das retas iniciais de compressão virgem
O termo “reta inicial de compressão virgem” é definido no artigo como a linha
reta desenhada passando pelos dois pontos de ensaio que se situam no princípio do
trecho de compressão virgem do diagrama “e x σ’v(log)”. Observou-se que a extensão
das retas iniciais de compressão virgem de ensaios de compressão edométrica em
amostras com variados graus de perturbação interceptam-se em uma estreita faixa de
valores de índice de vazios.
Com base nos dados de ensaio apresentados na figura 2.9 e em outros similares,
Schmertmann propõe que, para a maioria das argilas, uma boa estimativa do ponto de
interseção das retas iniciais de compressão virgem seria no valor de índice de vazios de
42% de e0. Convencionou-se chamar este ponto de i.
Desta maneira ficaria estabelecido um ponto característico comum às curvas de
compressão edométrica “amolgada” e “indeformada”. Ou seja, com o resultado de um
ensaio edométrico de uma amostra amolgada e seu índice de vazios inicial (que não
deve diferir significativamente do da amostra indeformada), é possível determinar o
ponto i pelo qual a reta inicial de compressão virgem “indeformada” deve passar,
conforme esquematizado na figura 2.11.
σ'v0, e0
possíveis pontos de
pré-adensamento, P
e0
E trecho de recompressão
"indeformado" estimado
índice de vazios, e
0,42e0 i
18
Na figura 2.11 observa-se que, caso fosse possível conhecer a tensão de pré-
adensamento da amostra ideformada, assumindo as outras duas hipóteses apresentadas
até agora (Ce,amolg = Cr e existência do ponto i), seria possível estimar a parte superior do
trecho de compressão virgem “indeformado”.
A determinação da tensão de pré-adensamento é um dos pontos críticos para
utilização do método proposto por Schmertmann. Infelizmente, como já foi comentado
no item relativo aos efeitos do amolgamento na curva edométrica, a determinação da
tensão de pré-adensamento fica bastante prejudicada pela perturbação da amostra. A
aplicação do método gráfico de Casagrande torna-se difícil e, geralmente, leva à
determinação de tensões de pré-adensamento inferiores à real.
Diante disso Schmertmann propõe um método de estimativa da tensão de pré-
adensamento a partir de um ensaio edométrico em amostra amolgada utilizando o
chamado “padrão de redução do índice de vazios” por ele observado, que é apresentado
a seguir.
19
Estas foram as evidências utilizadas por Schmertman para justificar o método
por ele proposto para estimar a curva edométrica “indeformada” a partir da curva
“amolgada”.
No item a seguir todo esse desenvolvimento é resumido num procedimento para
aplicação do método.
20
1. Plota-se o ponto E, que representa a tensão vertical efetiva e o índice de
vazios existentes no campo na posição de amostragem. A tensão vertical efetiva é
geralmente a tensão geostática calculada. Se a expansão da amostra for impedida
durante o armazenamento, o índice de vazios de campo é igual ao índice de vazios
saturado inicial (e0) do corpo de prova do ensaio de compressão edométrica.
Observação: Neste trabalho a etapa 6 não foi seguida pois, frente às incertezas
do método, julgou-se não haver acurácia o suficente que exigisse a precisão de suavizar
a curva no ponto de pré-adensamento. Os três trechos foram aproximados por
segmentos de reta.
21
A linha tracejada grossa na figura 2.12 representa a construção do diagrama
“e x σ’v(log)” “indeformado” para determinada tensão de pré-adensamento arbitrada.
22
2.4.4 Observações sobre o método
O método de estimativa do diagrama “e x σ’v(log)” “indeformado” proposto por
Schmertmann está baseado em uma série de hipóteses que foram formuladas a partir da
experiência de trabalho do autor. Estas hipóteses são listadas abaixo:
argila com qualquer grau de perturbação se interceptam num índice de vazios igual 42%
de e0.
Caso todas as hipóteses listadas acima sejam válidas para determinado solo ao
qual se deseja aplicar o método, o mesmo levará a resultados corretos. Caso haja
discordância entre os resultados estimados e os verdadeiros, esta diferença se deve ao
não atendimento a uma ou mais, em maior ou menor grau, das hipóteses expostas acima
assumidas por Schmertmann.
23
2.5 Estimativa do índice de compressão de uma argila remoldada (Ccremold) a partir
de seus valores de índice de plasticidade (IP) e densidade dos grãos (G)
Atkinson e Bransby (1978) propõem uma forma de estimar o índice de
compressão de uma argila remoldada (Cc,remold) a partir de seus valores de índice de
plasticidade (IP) e densidade dos grãos (G). Esta proposta é baseada em dados
experimentais apresentados por Skempton e Northey (1953).
Na intepretação de Atkinson e Bransby (1978), os ensaios para determinação dos
limites de Atterberg consistem basicamente em se ajustar o teor de umidade, e
consequentemente o índice de vazios, a um valor no qual o solo remoldado apresente
uma resistência ao cisalhamento não-drenada (su) fixa, definda pelas condições
específicas de cada ensaio.
No caso do ensaio de determinação do limite de liquidez (LL), o valor fixo de
resistência não drenada (su,LL) seria aquele correspondente à ruptura de um pequeno
talude de solo remoldado por uma superfície como a AB (figura 2.14) quando a concha
é deixada cair 25 vezes de 1cm de altura sobre uma base de borracha.
24
não-drenada su,LL. Analogamente, qualquer solo remoldado com teor de umidade igual
ao LP deveria apresentar a mesma resistência não-drenada su,LP.
Skempton e Northey (1953) apresentam os resultados de um estudo no qual
algumas argilas remoldadas com diferentes teores de umidade foram ensaiadas para
determinação de sua resistência ao cisalhamento não-drenada. Na figura 2.15 é
reproduzido o resultado destes experimentos, onde é plotada a resistência não drenada
(su) da argila remoldada contra o índice de liquidez (IL) correspondente. O índice de
liquidez é definido pela expressão
w − LP w − LP
IL = = (2.3)
LL − LP IP
onde:
w = teor de umidade,
LP = limite de plasticidade,
LL = limite de liquidez,
IP = índice de plasticidade.
Desta forma, uma argila com teor de umidade igual ao seu limite de liquidez
(LL) tem valor de IL igual a 1, enquanto se a mesma estiver em uma umidade igual ao
seu índice de plasticidade (IP), possuirá IL igual a 0.
25
Figura 2.15 Relação entre índice de liquidez (IL) e resistência ao cisalhamento não-
drenada (su) de argilas remoldadas (Skempton e Northey, 1953).
su , LP = 100 ⋅ su , LL (2.4)
26
Assumindo que a argila encontra-se saturada, o teor de umidade (w) que a
amostra apresenta está relacionado diretamente ao seu índice de vazios (e) pela
expressão
e =G⋅w (2.5)
e = G ⋅ LP + G ⋅ IP ⋅ IL (2.6)
Como para uma mesma argila os termos (G . LP) e (G . IP) são constantes,
reescreve-se
Portanto, como o índice de vazios (e) e o índice de liquidez (IL) guardam entre si
uma relação linear (equação 2.7), cada curva “su (log) x IL” referente a uma argila,
como apresentado na figura 2.15, mantém o mesmo formato que a respectiva curva
“su (log) x e”, desde que se utilize a escala adequada. Na figura 2.16, são apresentadas
as curvas “su (log) x e” referentes às curvas “su (log) x IL” apresentadas por Skempton e
Northey (1953) na figura 2.15, assumindo-se uma densidade dos grãos (G) igual a 2,60
para as 4 amostras.
27
3,5 Shellhaven
3,0 London
su,LL=0,1
su,LL=0,1
2,5 eLL=2,52
índice de vazios (e)
eLL=2,08
2,0
eLL=1,89
su,LL=0,2
1,5
su,LP=12,5
Horten Gosport
su,LP=17,4
1,0
eLP=0,84
eLL=0,78
eLP=0,65
su,LL=0,2
0,5
eLP=0,42
su,LP=18,6
0,0
,01 ,02 ,05 ,1 ,2 ,5 1 2 5 10 20 50 100
Figura 2.16 Representação dos resultados da figura 2.15 em termos de “su (log) x e”
admitindo G = 2,60.
su
Sabe-se também que, para uma mesma argila, a razão
σ 'v é aproximadamente
constante, podendo-se realizar o seguinte desenvolvimento
su
= cte ∴ σ ' v = cte × su ∴
σ 'v
28
apresentadas, conforme o esquema da figura 2.17, onde uma curva “su (log) x e”
hipotética foi aproximada por uma reta (linha tracejada) e a curva “σ’v (log) x e”
correspondente é representada por uma reta paralela (linha contínua).
v u
su,LL su,LP
log su,LP -
log su,LL= 2
Curva de compressibilidade
"remoldada" estimada
Aproximação da
curva "su x e"
A curva “σ’v (log) x e” obtida pode ser encarada como uma estimativa da curva
de compressibilidade oriunda de um ensaio de compressão edométrica realizado com
um corpo de prova de argila remoldada. Desta forma, pode-se estimar o índice de
compressão da argila remoldada (Cc,remold) pela inclinação da curva obtida, que é dada
pela expressão
Δe G × IP G × IP
C c ,remold = = = (2.8)
Δ log σ ' v log su , LP − log s u , LL ⎛ su , LP ⎞
log⎜⎜ ⎟
⎟
⎝ s u , LL ⎠
29
Lançando-se mão da razão aproximada entre os valores de resistência não
drenada da argila no limite de plasticidade (su,LP) e no limite de liquidez (su,LL) igual a
100 (equação 2.4) e substituindo na equação 2.8, obtém-se
G × IP
Cc ,remold = (2.9)
2
Com a equação 2.9 é possível estimar o Cc,remold de uma argila a partir de seus
valores de densidade dos grãos (G) e índice de plasticidade (IP), que são dois
parâmetros obtidos de ensaios de caracterização largamente efetuados.
Como foi visto no item 2.3.3 deste trabalho, quanto maior o grau de
amolgamento da amostra, menor o índice de compressão (Cc) obtido. Uma amostra de
argila remoldada encontra-se no estado mais amolgado que a mesma pode atingir. Desta
forma, o Cc,remold é um limite inferior para o índice de compressão da argila, possuindo
importância prática no sentido de auxiliar na avaliação da qualidade da amostra e no
balizamento dos resultados obtidos.
30
Figura 2.18 Correlação entre o índice de compressão (Cc) e o teor de umidade (w) de
argilas moles da cidade do Rio Janeiro e adjacências (Almeida et al., 2008).
A correlação linear encontrada por Almeida et al. (2008) a partir dos dados
apresentados na figura 2.18 foi
Cc = 1,3 ⋅ w (2.10)
⊄c
Cc ≅ (1 + G ⋅ w − C r ⋅ log OCR ) (2.11)
0,434
onde:
⊄ c = inclinação do trecho virgem da curva de compressibilidade plotada em temos de
31
Das sete argilas apresentadas por Almeida et al. (2008), as de Juturnaíba,
Sarapuí e Uruguaiana tiveram o valor de ⊄ c determinado pelos autores da discussão.
Para estas argilas foram encontrados os seguintes valores médios: ⊄ c =0,21, G ≅ 2,57,
Cc
Cr ≅ e OCR ≅ 1,7 .
8
A substituição destes valores médios na equação 2.11 leva a
Na figura 2.19 as duas propostas de correlação são apresentadas no gráfico “Cc x w”.
6
índice de conpressão, Cc
4
Cc = 0,48 + 1,23.w
Cc = 1,3.w
3
0
0 100 200 300 400 500
teor de umidade natural da amostra, w (%)
Pelas próprias equações das duas propostas, observa-se que a diferença relativa
entre as elas é mais acentuada para teores de umidade baixos, diminuindo com o
aumento da umidade.
32
3 ENSAIOS ESTUDADOS
33
3.2 Ensaios realizados com a argila de Santos/SP
Figura 3.1 Vista aérea da região de onde foram retiradas as amostras indeformadas
(Aguiar, 2008).
34
Na figura 3.2 é apresentada a localização das amostras indeformadas no furo de
amostragem projetadas sobre o perfil do subsolo obtido de uma sondagem a percussão
executada junto ao furo de amostragem.
SPM203
0.87
N
VÃO DA BALSA 0.45
0 21.60
22 2/32
1
LÂMINA D'ÁGUA ARGILA ARENOSA (AREIA FINA), CINZA, MUITO MOLE
1.92
23 2/35
2 24.00
ARGILA MUITO SILTOSA, COM AREIA FINA, 24 2
CINZA ESCURO, MUITO MOLE 0/153
3
3.50 AREIA FINA, MUITO ARGILOSA, CINZA ESCURO, FOFA
6
25 2/35
4
SRA204(12) 23,45 a 24,05m 12 26.00
5 ARGILA SILTOSA, COM AREIA FINA,
26 2
AREIA FINA, MUITO SILTOSA, CINZA, POUCO COMPACTA 5 CINZA ESCURO, MUITO MOLE 27.00
3
27 2/27
FOFA 6
6.83 3
28 2/28
MOLE
0/49
29 2/31
SRA203(2) 6,00 a 6,60m 2 8
ARGILA MUITO ARENOSA (AREIA FINA), MOLE
1/17
30 3/28
ARGILA SILTOSA, CINZA ESCURO, MUITO MOLE
COM AREIA FINA, SRA203(3) 7,00 a 7,60m 3 9
2
32 2
SRA203(5) 9,00 a 9,60m 5 11
MOLE
33 4
12.00
38
17 4
39 6
10
MÉDIA
SRA203(10) 16,00 a 16,60m 18 2/28
RIJA 40 18
19 2/25 40.55
41 17
AREIA MÉDIA, POUCO ARGILOSA, CINZA,
SRA203(11) 18,00 a 18,60m 11 20 2/29 MEDIANAMENTE COMPACTA 42 20/2
21 2/31 MUITO COMPACTA
21.60 43
43.22
Impenetrável à lavagem
35
SRA 203(1) SRA 203(2)
CP3G
Prof. = 7,100m
CP3E Prof. = 7,130m
CP3F Prof. = 7,160m
CP3H Prof. = 7,190m CP4G
Prof. = 8,200m
Prof. = 7,245m CP4E Prof. = 8,240m
CP3A e CP3C
CP4F Prof. = 8,280m
Prof. = 7,320m CP4H Prof. = 8,320m
CP3B e CP3D
Prof. = 7,395m CP4A e CP4C Prof. = 8,380m
Prof. = 8,455m
CP4B e CP4D
Prof. = 8,530m
CP6G
CP5G CP6E
Prof. = 9,170m
CP5E Prof. = 9,200m CP6F
Prof. = 10,220m
CP5F Prof. = 9,240m Prof. = 10,250m
CP5H Prof. = 9,280m Material Prof. = 10,280m
descartado e = 5cm Prof. = 10,310m
CP5A Prof. = 9,335m
CPH Prof. = 10,360m
CP5B e CP5C Prof. = 9,385m
Prof. = 10,425m
Prof. = 9,450m CP6B,CP6C e CP6D
CP5D
CP6A Prof. = 10,500m
Prof. = 9,525m
Prof. = 10,550m
Prof. = 9,600m Prof. = 10,600m
Material Material
descartado e = 7,5cm descartado e = 5cm
Figura 3.3a Posição dos corpos de prova nos tubos amostradores – amostras
SRA-203(1) a SRA-203(6) (Andrade, 2009).
36
SRA 203(7) SRA 203(8)
CP7G
Material Prof. = 11,140m
CP8E
descartado e = 4cm Prof. = 11,180m
CP8C
CP7E Prof. = 11,220m
CP8D Prof. = 12,240m
CP7F Prof. = 11,260m Prof. = 12,270m
CP8F
CP7H Prof. = 11,300m Prof. = 12,300m
CP7B Material Prof. = 12,330m
Prof. = 11,360m descartado e = 4cm Prof. = 12,360m
CP7A Prof. = 11,390m CP8B Prof. = 12,400m
Prof. = 11,420m
CP7C e CP7D Prof. = 12,450m
CP8A
Prof. = 11,490m Prof. = 12,500m
CP10E
CP10C
CP9E Material
CP9C descartado e = 3cm
Prof. = 14,290m Prof. = 16,290m
CP9D Prof. = 14,320m CP10D Prof. = 16,325m
CP9F Prof. = 14,350m CP10F Prof. = 16,360m
Prof. = 14,380m Prof. = 16,390m
CP9A Prof. = 14,400m Prof. = 16,420m
CP9B Prof. = 14,450m CP10B Prof. = 16,450m
Prof. = 14,500m CP10A Prof. = 16,500m
Prof. = 16,550m
Prof. = 14,600m Prof. = 16,600m
Material Material
descartado e = 10cm descartado e = 5cm
Figura 3.3b Posição dos corpos de prova nos tubos amostradores – amostras
SRA-203(7) a SRA-203(12) (Andrade, 2009).
37
3.2.2 Ensaios de caracterização
Os ensaios de caracterização foram realizados seguindo as respectivas normas da
ABNT com o solo restante da moldagem dos corpos de prova dos ensaios de
compressão edométrica.
Nas tabelas 3.1a a 3.1c, reproduzidas do trabalho de Andrade (2009), são
apresentados os valores dos parâmetros de caracterização dos corpos de prova dos
ensaios de compressão edométrica.
Na figura 3.4, também reproduzida de Andrade (2009), são apresentados os
perfis destes parâmetros de caracterização.
38
Tabela 3.1a Parâmetros de caracterização das amostras SRA-203(01) a SRA-203(04) (Andrade, 2009).
Peso Limites de
Índice Granulometria
Grau especí- Atterberg Teor de
Profundidade Densi- de
Corpo de Umidade, de satu- fico % matéria
Amostra do corpo de dade dos vazios % %
prova w (%) ração, S natural, LL LP IP de orgâ-
prova (m) grãos, G inicial, de de
(%) γ (%) (%) (%) argi- nica (%)
e0 areia silte
(kN/m³) la
CP1A* 5,55 - 5,65 48,5 99 1,30 17,1
CP1B* 5,55 - 5,65 50,8 99 1,35 16,9
SRA-203(1) 2,64 51 21 31 42 38 20 2,4
CP1C* 5,55 - 5,65 51,3 99 1,37 16,8
CP1D* 5,55 - 5,65 51,3 94 1,44 16,3
CP2A* 6,48 - 6,55 39,2 93 1,11 17,5
CP2B* 6,48 - 6,55 40,0 95 1,11 17,5
SRA-203(2) 2,65 34 13 21 69 19 12 0,7
CP2C* 6,40 - 6,48 36,3 90 1,07 17,4
CP2D* 6,40 - 6,48 36,6 97 1,00 18,1
CP3A* 7,25 - 7,32 57,1 97 1,55 16,3
CP3B* 7,32 - 7,40 65,1 100 1,69 16,2
2,64 71 26 45 44 25 31
CP3C* 7,25 - 7,32 59,5 100 1,52 16,7
CP3D* 7,32 - 7,40 66,5 96 1,83 15,6
SRA-203(3) 2,8
CP3E 7,13 - 7,16 54,6 97 1,49 16,5
CP3F 7,16 - 7,19 54,8 98 1,47 16,6
2,63 60 15 45 50 23 27
CP3G 7,10 - 7,13 53,9 100 1,42 16,8
CP3H 7,19 - 7,25 51,4 95 1,44 16,5
CP4A* 8,38 - 8,46 85,8 100 2,24 14,9
CP4B* 8,46 - 8,53 87,7 100 2,26 15,0
2,60 104 35 69 13 34 53
CP4C* 8,38 - 8,46 83,3 100 2,17 15,0
CP4D* 8,46 - 8,53 86,6 97 2,31 14,6
SRA-203(4) 5,5
CP4E 8,24 - 8,28 85,5 99 2,25 14,9
CP4F 8,28 - 8,32 83,1 100 2,17 15,0
2,60 108 38 70 16 37 47
CP4G 8,20 - 8,24 82,6 100 2,12 15,3
CP4H 8,32 - 8,38 86,2 100 2,19 15,2
* Os ensaios neste corpo de prova foram realizados por Aguiar (2008).
39
Tabela 3.1b Parâmetros de caracterização das amostras SRA-203(05) a SRA-203(07) (Andrade, 2009).
Peso Limites de
Índice Granulometria
Grau especí- Atterberg Teor de
Profundidade Densi- de
Corpo de Umidade, de satu- fico % matéria
Amostra do corpo de dade dos vazios % %
prova w (%) ração, S natural, LL LP IP de orgâ-
prova (m) grãos, G inicial, de de
(%) γ (%) (%) (%) argi- nica (%)
e0 areia silte
(kN/m³) la
CP5A* 9,34 - 9,39 77,7 100 1,97 15,7
CP5B* 9,39 - 9,45 78,6 100 2,02 15,5
2,62 110 33 77 15 36 49
CP5C* 9,39 - 9,45 80,2 98 2,14 15,0
CP5D* 9,45 - 9,53 - - - -
SRA-203(5) 4,0
CP5E 9,20 - 9,24 82,8 97 2,26 14,9
CP5F 9,24 - 9,28 82,2 100 2,18 15,2
2,65 113 32 81 18 33 49
CP5G 9,17 - 9,20 84,9 100 2,25 15,1
CP5H 9,28 - 9,34 81,0 100 2,14 15,3
CP6A* 10,50 - 10,55 100,1 100 2,53 14,3
CP6B* 10,43 - 10,50 101,5 100 2,57 14,3
2,53
CP6C* 10,43 - 10,50 105,9 100 2,60 14,5
CP6D* 10,43 - 10,50 100,7 99 2,58 14,2
SRA-203(6) 128 46 82 3 38 59 5,7
CP6E 10,25 - 10,28 95,6 100 2,43 14,5
CP6F 10,28 - 10,31 97,9 100 2,40 14,7
2,53
CP6G 10,22 - 10,25 93,0 100 2,34 14,7
CP6H 10,36 - 10,43 98,0 100 2,41 14,7
CP7A 11,39 - 11,42 90,6 98 2,35 14,5
CP7B 11,36 - 11,39 95,8 100 2,43 14,5
2,55 117 37 80 8 39 53
CP7C 11,42 - 11,49 84,1 97 2,21 14,6
CP7D 11,42 - 11,49 84,2 98 2,18 14,8
SRA-203(7) 5,7
CP7E 11,22 - 11,26 100,0 100 2,53 14,4
CP7F 11,26 - 11,30 95,7 100 2,42 14,6
2,55 119 39 80 2 40 58
CP7G 11,14 - 11,18 96,5 100 2,41 14,6
CP7H 11,30 - 11,36 99,6 100 2,49 14,6
* Os ensaios neste corpo de prova foram realizados por Aguiar (2008).
40
Tabela 3.1c Parâmetros de caracterização das amostras SRA-203(08) a SRA-203(12) (Andrade, 2009).
Peso Limites de
Índice Granulometria
Grau especí- Atterberg Teor de
Profundidade Densi- de
Corpo de Umidade, de satu- fico % matéria
Amostra do corpo de dade dos vazios % %
prova w (%) ração, S natural, LL LP IP de orgâ-
prova (m) grãos, G inicial, de de
(%) γ (%) (%) (%) argi- nica (%)
e0 areia silte
(kN/m³) la
CP8A 12,45 - 12,50 83,5 97 2,22 14,8
2,62
CP8B 12,40 - 12,45 84,1 102 2,14 15,2
CP8C 12,27 - 12,30 79,5 96 2,18 14,8
SRA-203(8) 103 32 71 18 38 44 5,8
CP8D 12,30 - 12,33 82,7 99 2,19 15,0
2,59
CP8E 12,24 - 12,27 81,2 99 2,15 15,1
CP8F 12,33 - 12,36 83,4 100 2,19 15,1
CP9A 14,40 - 14,45 74,4 100 1,90 15,5
2,58
CP9B 14,45 - 14,50 77,2 100 1,93 15,6
CP9C 14,32 - 14,35 76,8 97 2,09 15,1
SRA-203(9) 109 35 74 15 35 50 4,8
CP9D 14,35 - 14,38 75,5 100 1,98 15,5
2,63
CP9E 14,29 - 14,32 75,8 100 1,99 15,5
CP9F 14,38 - 14,40 74,9 100 1,96 15,6
CP10A 16,50 - 16,55 70,4 98 1,87 15,5
2,60
CP10B 16,45 - 16,50 74,7 100 1,93 15,5
CP10C 16,33 - 16,36 79,8 99 2,13 15,2
SRA-203(10) 96 29 67 21 34 45 5,0
CP10D 16,39 - 16,42 75,1 100 1,98 15,5
2,64
CP10E 16,29 - 16,33 74,6 100 1,97 15,5
CP10F 16,42 - 16,45 72,7 100 1,91 15,7
CP11A 18,45 - 18,50 36,4 98 0,98 18,1
SRA-203(11) 2,63 36 14 22 74 11 15 1,4
CP11B 18,50 - 18,55 36,7 100 0,96 18,4
CP12A 23,85 - 23,90 27,2 99 0,73 19,6
SRA-203(12) 2,66 32 12 20 78 10 12 1,7
CP12B 23,90 - 23,95 26,0 99 0,70 19,7
41
0.87 m (cota) SPM-203
N
0
VÃO DA BALSA 0.45
1
LÂMINA D'ÁGUA
PERFIS DOS PARÂMETROS DE CARACTERIZAÇÃO
1.92
0
2
ARGILA MUITO SILTOSA, COM
AREIA FINA, CINZA ESCURO, 0/153
MUITO MOLE 3
3.50 UMIDADE NATURAL (W),
6 LIMITE DE LIQUIDEZ (LL),
PESO ESPECÍFICO
LIMITE DE PLASTICIDADE (LP) TEOR DE MATÉRIA
4
GRANULOMETRIA
E ÍNDICE DE PLASTICIDADE (IP) DENSIDADE DOS NATURAL ( γ) ÍNDICE DE VAZIOS GRAU DE SATURAÇÃO (S) ORGÂNICA
AREIA FINA, MUITO SILTOSA, 5 (%) (%) GRÃOS (G ) (kN/m³) INICIAL (e0 ) (%) (%)
CINZA, POUCO COMPACTA 5
0 10 20 30 40 50 60 70 80 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 2,4 2,6 2,8 14 15 16 17 18 19 20 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 2,8 90 92 94 96 98 100 102 0 1 2 3 4 5 6
3
6
6.83 3
5 5 5 5 5 5 5 5
SRA203(1) 7
5,10 a 5,70m
1
0/49
SRA203(2)
6,00 a 6,60m 2 8
Profundidade (m)
1/17
ARGILA SILTOSA, SRA203(3)
COM AREIA FINA, 7,00 a 7,60m
3 9
2
SRA203(5)
9,00 a 9,60m
5 11
10 12.00 10 10 10 10 10 10 10
SRA203(6)
10,0 a 10,60m 6 12 2
SRA203(7)
11,0 a 11,60m 7 13 2
SRA203(8)
ARGILA POUCO
12,0 a 12,60m 8 14 2/31
SILTOSA,
CINZA ESCURO,
MUITO MOLE 15 2
AREIA ARGILA LP IP W LL
SRA203(9)
14,0 a 14,60m 9 16 3
15 15 15 15 15 15 15 15
17 4 SILTE
SRA203(10)
16,0 a 16,60m 10 18 2/28
19 2/25
SRA203(11)
18,0 a 18,60m 11 20 2/29
21 2/31
21.60
20 20 20 20 20 20 20 20
22 2/32
ARGILA ARENOSA (AREIA
FINA), CINZA, MUITO MOLE
23 2/35
24.00
LL { Presente trabalho
(Aguiar, 2008)
24 2
LP { Presente trabalho
(Aguiar, 2008)
AREIA FINA, MUITO Areia
{ Presente trabalho
(Aguiar, 2008)
ARGILOSA, CINZA
ESCURO, FOFA SRA203(12)
25 2/35 IP { Presente trabalho
42
3.2.3 Ensaios de compressão edométrica
Os corpos de prova de ensaio possuíam diâmetro de aproximadamente 7cm,
altura de 2cm e a drenagem era permitida no topo e na base.
Os critérios de carregamento de cada ensaio variaram conforme as
peculiaridades dos estudos de Aguiar (2008) e Andrade (2009), mas no geral foram
utilizados os seguintes critérios:
- foi utilizado o procedimento padrão de dobrar a carga aplicada a cada incremento,
sendo realizados adicionalmente alguns incrementos de carga intermediários com o
objetivo de melhor definir a tensão de pré-adensamento e o início do trecho de
compressão virgem,
- a duração de cada estágio de carga foi de 24h ou baseada na velocidade de deformação
específica ( ε& ) do corpo de prova dada pela expressão
ΔH
ε& = H (3.1)
Δt
onde,
ΔH = variação da altura do corpo de prova entre duas leituras consecutivas do
extensômetro (leituras i-1 e i),
H = altura do corpo de prova correspondente à leitura i-1,
Δt = intervalo de tempo entre as leituras i-1 e i.
43
Para as demais amostras foram realizados apenas ensaios com corpos de prova
indeformados.
Neste trabalho foram utilizados resultados dos ensaios de compressão
edométrica realizados com todos as amostras, exceto a SRA-203(2) e a SRA-203(12).
Para verificação do método de estimativa da curva de compressão
“indeformada” a partir da curva “amolgada” proposto por Schmertmann só puderam ser
utilizados os ensaios realizados com as amostras SRA-203(3) a SRA-203(7), uma vez
que estas foram as únicas amostras para as quais foram realizados ensaios com corpos
de prova amolgados.
Da mesma forma, a verificação da proposta de estimativa do Cc do corpo de
prova amolgado (Cc,remold) a partir de seu índice de plasticidade (IP) depende da
realização de ensaios em corpos de prova amolgados, portanto, também foram
utilizados apenas os ensaios realizados com as amostras SRA-203(3) a SRA-203(7).
Já a verificação das correlações entre a umidade natural e o Cc do corpo de prova
indeformado puderam ser realizadas com as amostras SRA-203(1) e SRA-203(3) a
SRA-203(11).
Da figura 3.5 à figura 3.9 é apresentado para cada uma das amostras SRA-203(3)
à SRA-203(7) o conjunto das curvas de compressiblidade obtidas em ensaios
edométricos realizados com corpos de prova delas extraídos. As curvas de
compressibilidade são apresentadas em termos de índice de vazios, sendo plotados os
pontos correspondentes à velocidade de deformação específica ( ε& ) igual a 10-6 s-1 para
cada incremento de carga.
Nas tabelas 3.2a a 3.2c são apresentados os parâmetros de compressibilidade
obtidos para todos os ensaios de compressão edométrica com a argila de Santos/SP
realizados e utilizados neste trabalho.
44
Tensão vertical efetiva (σ'v) (kPa)
1 10 100 1000
1,80
1,70
1,60
1,50
1,40
Índice de vazios (e)
1,30 ensaio 3A
ensaio 3B
1,20
ensaio 3C
1,10
ensaio 3D (corpo de
prova remoldado)
1,00 ensaio 3E
ensaio 3F
0,90
ensaio 3G
0,80
ensaio 3H
0,70
Figura 3.5 Curvas de compressibilidade (e vs. σ’v) dos ensaios realizados com a
•
amostra SRA-203(3), para velocidade de deformação específica ( ε ) igual a 10-6 s-1.
2,30
2,20
2,10
2,00
1,90
Índice de vazios (e)
1,80
ensaio 4A
1,70
ensaio 4B
1,60
ensaio 4C
1,50
ensaio 4D (corpo de
1,40 prova remoldado)
ensaio 4E
1,30
ensaio 4F
1,20
ensaio 4G
1,10
ensaio 4H
1,00
0,90
Figura 3.6 Curvas de compressibilidade (e vs. σ’v) dos ensaios realizados com a
•
amostra SRA-203(4), para velocidade de deformação específica ( ε ) igual a 10-6 s-1.
45
Tensão vertical efetiva (σ'v) (kPa)
1 10 100 1000
2,30
2,20
2,10
2,00
1,90
1,80
Índice de vazios (e)
1,70
ensaio 5A
1,60
ensaio 5B
1,50
ensaio 5C
1,40
ensaio 5D (corpo de
prova remoldado)
1,30 ensaio 5E
1,20 ensaio 5F
1,10 ensaio 5G
1,00 ensaio 5H
0,90
Figura 3.7 Curvas de compressibilidade (e vs. σ’v) dos ensaios realizados com a
•
amostra SRA-203(5), para velocidade de deformação específica ( ε ) igual a 10-6 s-1.
2,50
2,40
2,30
2,20
2,10
2,00
Índice de vazios (e)
1,90
ensaio 6A
1,80
ensaio 6B
1,70
ensaio 6C
1,60
ensaio 6D (corpo de
1,50 prova remoldado)
ensaio 6E
1,40
ensaio 6F
1,30
ensaio 6G
1,20
1,10 ensaio 6H
1,00
Figura 3.8 Curvas de compressibilidade (e vs. σ’v) dos ensaios realizados com a
•
amostra SRA-203(6), para velocidade de deformação específica ( ε ) igual a 10-6 s-1.
46
Tensão vertical efetiva (σ'v) (kPa)
1 10 100 1000
2,70
2,60
2,50
2,40
2,30
2,20
2,10
Índice de vazios (e)
2,00
1,90
ensaio 7A
1,80
ensaio 7B
1,70
ensaio 7C
1,60
0,90
Figura 3.9 Curvas de compressibilidade (e vs. σ’v) dos ensaios realizados com a
•
amostra SRA-203(7), para velocidade de deformação específica ( ε ) igual a 10-6 s-1.
47
Tabela 3.2a Parâmetros de compressibilidade obtidos nos ensaios realizados com as amostras SRA-203(1) a SRA-203(4) (Andrade, 2009).
Profundidade Corpo Profundidade do σ’vm Cc/
Amostra Ensaio e0 Cc Cr Ce
da amostra (m) de prova corpo de prova (m) (kPa) (1+e0)
1A CP1A 5,55 - 5,65 1,30 100 0,48 0,21 0,08 0,02
SRA-203(1) 5,10 - 5,70 1B CP1B 5,55 - 5,65 1,35 100 0,46 0,20 0,09 0,02
1C CP1C 5,55 - 5,65 1,37 92 0,51 0,22 0,09 0,02
1D CP1D 5,55 - 5,65 1,44 90 0,57 0,23 0,10 0,02
2A CP2A 6,48 - 6,55 1,11 - - - - -
SRA-203(2) 6,00 - 6,60 2B CP2B 6,48 - 6,55 1,11 - - - - -
2C CP2C 6,40 - 6,48 1,07 - - - - -
2D* CP2D 6,40 - 6,48 1,00 - - - - -
3A CP3A 7,25 - 7,32 1,55 105 0,80 0,31 0,10 0,06
3B CP3B 7,32 - 7,40 1,69 100 0,86 0,32 0,10 0,06
3C CP3C 7,25 - 7,32 1,52 120 0,66 0,26 0,11 0,05
SRA-203(3) 7,00 - 7,60 3D* CP3D 7,32 - 7,40 1,83 35 0,67 0,23 - 0,06
3E CP3E 7,13 - 7,16 1,49 110 0,78 0,31 0,12 -
3F CP3F 7,16 - 7,19 1,47 119 0,72 0,29 0,15 -
3G CP3G 7,10 - 7,13 1,42 120 0,77 0,32 0,11 -
3H CP3H 7,19 - 7,25 1,44 105 0,69 0,28 0,16 -
4A CP4A 8,38 - 8,46 2,24 170 1,91 0,59 0,14 0,15
4B CP4B 8,46 - 8,53 2,26 165 1,73 0,53 0,19 0,15
4C CP4C 8,38 - 8,46 2,17 170 1,89 0,60 0,19 0,13
SRA-203(4) 8,00 – 8,60 4D* CP4D 8,46 - 8,53 2,31 70 0,90 0,27 0,47 0,15
4E CP4E 8,24 - 8,28 2,25 139 1,72 0,53 0,16 -
4F CP4F 8,28 - 8,32 2,17 140 1,69 0,53 0,16 -
4G CP4G 8,20 - 8,24 2,12 132 1,69 0,54 0,19 -
4H CP4H 8,32 - 8,38 2,19 152 1,86 0,58 0,12 -
* Ensaio realizado com corpo de prova remoldado.
48
Tabela 3.2b Parâmetros de compressibilidade obtidos nos ensaios realizados com as amostras SRA-203(5) a SRA-203(7) (Andrade, 2009).
Profundidade Corpo Profundidade do σ’vm Cc/
Amostra Ensaio e0 Cc Cr Ce
da amostra (m) de prova corpo de prova (m) (kPa) (1+e0)
5A CP5A 9,34 - 9,39 1,97 170 1,56 0,53 0,17 0,10
5B CP5B 9,39 - 9,45 2,02 165 1,53 0,51 0,20 0,11
5C CP5C 9,39 - 9,45 2,14 155 1,42 0,45 0,18 0,11
SRA-203(5) 9,00 - 9,60 5D* CP5D 9,45 - 9,53 - 65 0,66 - 0,50 0,11
5E CP5E 9,20 - 9,24 2,26 149 1,64 0,50 0,17 -
5F CP5F 9,24 - 9,28 2,18 156 1,56 0,49 0,17 -
5G CP5G 9,17 - 9,20 2,25 108 1,28 0,39 0,41 -
5H CP5H 9,28 - 9,34 2,14 145 1,44 0,46 0,14 -
6A CP6A 10,50 - 10,55 2,53 175 2,22 0,63 0,15 0,16
6B CP6B 10,43 - 10,50 2,57 175 2,18 0,61 0,20 0,14
6C CP6C 10,43 - 10,50 2,60 180 2,37 0,66 0,21 0,17
SRA-203(6) 10,00 - 10,60 6D* CP6D 10,43 - 10,50 2,58 80 1,17 0,33 - 0,10
6E CP6E 10,25 - 10,28 2,43 185 2,23 0,65 0,21 -
6F CP6F 10,28 - 10,31 2,40 181 2,35 0,69 0,19 -
6G CP6G 10,22 - 10,25 2,34 176 1,93 0,58 0,22 -
6H CP6H 10,36 - 10,43 2,41 182 2,44 0,72 0,16 -
7A CP7A 11,39 - 11,42 2,35 160 2,06 0,58 0,23 0,11
7B CP7B 11,36 - 11,39 2,43 150 1,96 0,54 0,30 0,12
7C CP7C 11,42 - 11,49 2,21 155 1,73 0,51 0,27 0,12
SRA-203(7) 11,00 - 11,60 7D* CP7D 11,42 - 11,49 2,18 55 0,95 0,28 0,45 0,13
7E CP7E 11,22 - 11,26 2,53 151 2,29 0,65 0,22 -
7F CP7F 11,26 - 11,30 2,42 155 2,24 0,65 0,25 -
7G CP7G 11,14 - 11,18 2,41 153 2,27 0,67 0,21 -
7H CP7H 11,30 - 11,36 2,49 148 2,39 0,68 0,22 -
* Ensaio realizado com corpo de prova remoldado.
49
Tabela 3.2c Parâmetros de compressibilidade obtidos nos ensaios realizados com as amostras SRA-203(8) a SRA-203(12) (Andrade, 2009).
Profundidade Corpo Profundidade do σ’vm Cc/
Amostra Ensaio e0 Cc Cr Ce
da amostra (m) de prova corpo de prova (m) (kPa) (1+e0)
8A CP8A 12,45 - 12,50 2,22 145 1,67 0,52 0,22 0,12
8B CP8B 12,40 - 12,45 2,14 130 1,54 0,49 0,24 0,11
SRA-203(8) 12,00 - 12,60 8C CP8C 12,27 - 12,30 2,18 157 1,76 0,55 0,22 -
8D CP8D 12,30 - 12,33 2,19 147 1,76 0,55 0,23 -
8E CP8E 12,24 - 12,27 2,15 173 1,82 0,58 0,18 -
8F CP8F 12,33 - 12,36 2,19 148 1,85 0,58 0,24 -
9A CP9A 14,40 - 14,45 1,90 200 1,41 0,49 0,24 0,12
9B CP9B 14,45 - 14,50 1,93 200 1,46 0,50 0,16 0,12
SRA-203(9) 14,00 - 14,60 9C CP9C 14,32 - 14,35 2,09 184 1,46 0,47 0,13 -
9D CP9D 14,35 - 14,38 1,98 200 1,50 0,50 0,18 -
9E CP9E 14,29 - 14,32 1,99 184 1,63 0,55 0,15 -
9F CP9F 14,38 - 14,40 1,96 174 1,41 0,48 0,20 -
10A CP10A 16,50 - 16,55 1,87 200 1,80 0,63 0,17 0,13
10B CP10B 16,45 - 16,50 1,93 190 1,86 0,63 0,33 0,12
SRA-203(10) 16,00 - 16,60 10C CP10C 16,33 - 16,36 2,13 179 1,87 0,60 0,21 -
10D CP10D 16,39 - 16,42 1,98 174 1,61 0,54 0,26 -
10E CP10E 16,29 - 16,33 1,97 184 1,60 0,54 0,16 -
10F CP10F 16,42 - 16,45 1,91 174 1,70 0,58 0,16 -
SRA-203(11) 18,00 - 18,60 11A CP11A 18,45 - 18,50 0,98 150 0,30 0,15 0,09 0,02
11B CP11B 18,50 - 18,55 0,96 160 0,31 0,16 0,07 0,02
SRA-203(12) 23,45 - 24,05 12A CP12A 23,85 - 23,90 0,73 - - - - -
12B CP12B 23,90 - 23,95 0,70 - - - - -
50
3.3 Ensaios realizados com a argila do Sarapuí/RJ
Figura 3.10 Croquis de locação dos aterros experimentais e dos furos de amostragem
(Coutinho, 1976).
51
Figura 3.11 Croquis do perfil do depósito e localização da região de extração de
amostras (Coutinho, 1976).
52
- 100% do solo passa na peneira nº 200 (diâmetro=0,074mm) e possui de 60% a
70% em massa de fração argila (diâmetro menor que 0,002mm).
- densidade real dos grãos (G) de 2,51, baseado em resultados de Ortigão (1975)
e de Coutinho (1976).
53
Tabela 3.3 Resumo dos ensaios de compressão edométrica realizados (Coutinho, 1976).
Estado dos corpos Profundidade
Ensaio
de prova da amostra
AV2-10
AV3-5
5,5m a 6,0m
AV11-5
AV12-10
AV5-10
“Indeformados” de
AV8-5
boa qualidade 6,5m a 7,0m
AV9-5
AV10-10
AV17-5
7,5m a 8,0m AV18-5
AV19-5
AV1-5
“Indeformados” de 5,5m a 6,0m
AV4-10
má qualidade
AV6-10
(amolgados) 6,5m a 7,0m
AV7-5
AV14-5
Remoldados 5,5m a 6,0m
AV16-5
(completamente
AV13-5
amolgados) 6,5m a 7,0m
AV15-5
54
Nas figuras 3.12 e 3.13 são apresentados para as amostras extraídas das
profundidades de 5,5 a 6,0m e de 6,5 a 7,0m, respectivamente, o conjunto das curvas de
compressiblidade obtidas em ensaios edométricos realizados com os corpos de prova
delas extraídos. As curvas de compressibilidade são apresentadas em termos de índice
de vazios, sendo plotados os pontos correspondentes ao fim do adensamento primário
determinado pelo método de Casagrande para cada incremento de carga.
55
Figura 3.12 Curvas de compressibilidade “e x σ’v (log)” dos ensaios realizados com a
amostra extraída da profundidade de 5,5 a 6,0m, para o fim do adensamento primário
determinado pelo método de Casagrande (Coutinho, 1976).
56
Figura 3.13 Curvas de compressibilidade “e x σ’v (log)” dos ensaios realizados com a
amostra extraída da profundidade de 6,5m a 7,0m, para o fim do adensamento primário
determinado pelo método de Casagrande (Coutinho, 1976).
57
Na tabela 3.4 são apresentados os parâmetros de compressibilidade obtidos para
todos os ensaios de compressão edométrica realizados com a argila do Sarapuí e
utilizados neste trabalho.
Para se ter um critério único neste trabalho no cálculo dos parâmetros de
compressibilidade, os índices de compressão (Cc) tiveram que ser recalculados a partir
das curvas de compressibilidade apresentadas nas figuras 3.12 e 3.13 utilizando o
critério apresentado na revisão bibliográfica deste trabalho (item 2.2.2), no qual o Cc é
calculado como a inclinação do trecho de compressão virgem logo em sua parte inicial.
Pelo mesmo motivo os índices de recompressão (Cr) e descompressão (Ce)
também foram recalculados.
Portanto, os valores de Cc, Cr e Ce da tabela 3.4 são diferentes daqueles
apresentados por Coutinho (1976), que calculou estes parâmetros para incrementos
fixos de tensões.
As tensões de pré-adensamento (σ’vm) também foram recalculadas pelo método
de Pacheco Silva.
58
Tabela 3.4 Parâmetros de compressibilidade obtidos nos ensaios realizados com a
argila do Sarapuí/RJ.
Profun-
Estado dos Cc/
didade da σ’vm*
corpos de Ensaio e0 Cc* (1+e0) Cr* Ce*
amostra (kPa)
prova *
(m)
AV2-10 3,71 28 2,36 0,50 0,23 0,28
“Indeformados” AV3-5 3,66 29 2,50 0,54 0,17 0,25
de boa qualidade AV11-5 3,38 37 2,36 0,54 0,15 0,29
AV12-10 3,67 28 2,36 0,51 0,23 0,31
5,5 a 6,0
“Indeformados” AV1-5 3,66 12 1,49 0,32 - 0,22
de má qualidade
(amolgados) AV4-10 3,58 12 1,33 0,29 0,45 0,24
Remoldados AV14-5 3,55 7 1,07 0,24 0,61 0,27
(completamente
amolgados) AV16-5 3,57 8 1,16 0,25 0,63 0,26
AV5-10 3,54 32 2,26 0,50 0,12 0,25
“Indeformados” AV8-5 3,22 40 2,40 0,57 0,10 0,22
de boa qualidade AV9-5 3,30 38 2,40 0,56 0,12 0,22
AV10-10 3,43 33 2,40 0,54 0,09 0,25
6,5 a 7,0
“Indeformados” AV6-10 3,51 8 1,17 0,26 0,68 0,21
de má qualidade
(amolgados) AV7-5 3,27 9 1,15 0,27 0,47 0,21
Remoldados AV13-5 3,20 7 0,96 0,23 0,53 0,23
(completamente
amolgados) AV15-5 3,20 8 1,07 0,25 0,47 0,33
AV17-5 3,34 35 2,39 0,55 0,16 0,27
“Indeformados”
7,5 a 8,0 de boa qualidade
AV18-5 3,27 41 2,75 0,64 0,14 0,27
AV19-5 3,29 40 2,47 0,58 0,09 0,27
* Valores recalculados de acordo com os critérios definidos no item 2.2.2 e representados
graficamente na figura 2.1 deste trabalho.
59
4 RESULTADOS
Δe e0 − e(σ 'v 0 )
= (4.1)
e0 e0
onde:
e0 = índice de vazios inicial do corpo de prova,
e (σ’v0) = índice de vazios correspondente à tensão vertical efetiva de campo estimada
(obtido na curva de compressão edométrica).
60
Tabela 4.2a Avaliação da qualidade dos corpos de prova da argila de Santos.
Estado
do σ’v0 e Δe Qualidade do corpo de
Amostra Ensaio e0
corpo de (kPa) (σ’v0) e0 prova (Coutinho, 2007)
prova
1A 1,30 1,25 0,037 Muito boa a Excelente
1B 1,35 1,30 0,038 Muito boa a Excelente
SRA-203(1) 40
1C 1,37 1,31 0,048 Muito boa a Excelente
1D 1,44 1,37 0,050 Muito boa a Excelente
3A 1,55 1,46 0,058 Boa a Regular
3B 1,69 1,63 0,036 Muito boa a Excelente
3C 1,52 1,46 0,039 Muito boa a Excelente
SRA-203(3) 3E 54 1,49 1,39 0,067 Boa a Regular
3F 1,47 1,39 0,054 Boa a Regular
3G 1,42 1,33 0,063 Boa a Regular
3H 1,44 1,34 0,069 Boa a Regular
4A 2,24 2,18 0,027 Muito boa a Excelente
4B 2,26 2,15 0,049 Muito boa a Excelente
4C 2,17 2,08 0,041 Muito boa a Excelente
SRA-203(4) 4E 61 2,25 2,17 0,036 Muito boa a Excelente
4F 2,17 2,07 0,046 Muito boa a Excelente
4G 2,12 2,01 0,052 Boa a Regular
“Indeformados”
61
Tabela 4.2b Avaliação da qualidade dos corpos de prova da argila de Santos.
Estado
do σ’v0 e Δe Qualidade do corpo de
Amostra Ensaio e0
corpo de (kPa) (σ’v0) e0 prova (Coutinho, 2007)
prova
8A -* -* -* -*
8B -* -* -* -*
8C 2,18 2,07 0,050 Muito boa a Excelente
SRA-203(8) 80
8D 2,19 2,07 0,055 Boa a Regular
8E 2,15 2,00 0,070 Boa a Regular
8F 2,19 2,06 0,059 Boa a Regular
9A -* -* -* -*
9B -* -* -* -*
“Indeformados”
SRA-203(4) 4D 61 - - - -
SRA-203(5) 5D 66 2,13 1,86 0,127 Pobre
SRA-203(6) 6D 71 2,58 2,24 0,132 Pobre
SRA-203(7) 7D 75 2,39 1,94 0,188 Muito pobre
* De acordo com Andrade (2009), para avaliação da qualidade dos corpos de prova
“foram utilizados apenas os ensaios de adensamento convencionais cujos estágios
tiveram duração de 24h. Isto foi feito, porque nos critérios de avaliação é levado em
conta o valor do OCR, parâmetro este que é determinado pela tensão de
sobreadensamento, que por sua vez é influenciada pela duração do estágio de
carregamento.”.
62
Tabela 4.3 Avaliação da qualidade dos corpos de prova da argila de Sarapuí.
Estado Profun-
dos didade
σ’v0 e Δe Qualidade do corpo de
corpos da Ensaio e0
de amostra (kPa) (σ’v0) e0 prova (Coutinho, 2007)
prova (m)
AV2-10 3,71 3,46 0,068 Boa a Regular
AV3-5 3,66 3,49 0,048 Muito boa a Excelente
“Indeformados” de boa qualidade
5,5 a 6,0 22
AV11-5 3,38 3,23 0,044 Muito boa a Excelente
AV12-10 3,67 3,46 0,057 Boa a Regular
AV5-10 3,54 3,35 0,053 Boa a Regular
AV8-5 3,22 3,10 0,039 Muito boa a Excelente
6,5 a 7,0 25
AV9-5 3,30 3,15 0,046 Muito boa a Excelente
AV10-10 3,43 3,27 0,047 Muito boa a Excelente
AV17-5 3,34 3,16 0,053 Boa a Regular
7,5 a 8,0 AV18-5 28 3,27 3,15 0,037 Muito boa a Excelente
AV19-5 3,29 3,15 0,043 Muito boa a Excelente
AV1-5 3,66 2,91 0,205 Muito pobre
mados” de má
5,5 a 6,0 22
qualidade
“Indefor-
5,5 a 6,0 22
amolgados)
(completa-
63
Como era de se esperar, os demais corpos de prova (remoldados e
“indeformados” de má qualidade”) foram classificados como de qualidade “Pobre” a
“Muito pobre”.
Os efeitos da má qualidade dos corpos de prova nas curvas de compressão
edométrica podem ser observados claramente nas figuras 3.5 a 3.9, 3.12 e 3.13. Nas
tabelas 4.4 e 4.5 pode-se avaliar quantitativamente os efeitos do amolgamento nos
parâmetros de compressibilidade obtidos.
Tabela 4.4 Valores médios dos parâmetros de compressibilidade obtidos com corpos de
prova indeformados e remoldados da argila de Santos.
Cc Cr Ce σ’vm (kPa)
Amostra
(1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) (2)
SRA-203(3) 0,75 0,67 0,12 - 0,05 0,06 111 35
SRA-203(4) 1,78 0,90 0,16 0,47 0,14 0,15 153 70
SRA-203(5) 1,53 0,66 0,17 0,50 0,11 0,11 157 65
SRA-203(6) 2,27 1,17 0,19 - 0,16 0,10 179 80
SRA-203(7) 2,13 0,95 0,24 0,45 0,12 0,13 153 55
(1) Média dos ensaios classificados como de qualidade “Regular” a “Excelente” segundo a
classificação de Coutinho (2007) (ver tabela 4.2).
Tabela 4.5 Valores médios dos parâmetros de compressibilidade obtidos com corpos de
prova “indeformados” de boa qualidade, “indeformados” de má qualidade e remoldados
da argila do Sarapuí.
Profun- Cc Cr Ce σ’vm (kPa)
didade da
amostra (1) (2) (3) (1) (2) (3) (1) (2) (3) (1) (2) (3)
(m)
5,5 a 6,0 2,40 1,41 1,12 0,20 0,45 0,62 0,28 0,23 0,26 31 12 7
6,5 a 7,0 2,37 1,16 1,02 0,11 0,57 0,50 0,23 0,21 0,28 36 9 7
(1) Média dos ensaios classificados como de qualidade “Regular” a “Excelente” segundo a
classificação de Coutinho (2007) (ver tabela 4.3).
64
A seguir são verificados os efeitos do amolgamento na curva de
compressibilidade enumerados por Martins e Lacerda (1994).
a) Para a mesma tensão vertical efetiva (σ’v) o índice de vazios (e) é tão menor
quanto pior for a qualidade da amostra.
Para argila do Sarapuí foi observado exatamente este efeito.
Para a argila de Santos este efeito foi mais observado no trecho de compressão
virgem das curvas edométricas. No trecho de recompressão boa parte dos corpos de
prova indeformados apresentaram índice de vazios inferiores aos dos corpos de prova
remoldados.
65
Para os ensaios edométricos com a argila do Sarapuí esta observação aplica-se
perfeitamente.
Para os ensaios realizados com a argila de Santos também é observada uma
grande redução da concavidade do trecho de compressão virgem das amostras
remoldadas, entretanto, os mesmos ainda apresentam uma leve concavidade.
66
Recapitulando o procedimento, devem ser arbitrados diferentes valores de tensão
de pré-adensamento, cada qual dando origem a uma curva de compressibilidade
estimada, cujas diferenças de ordenadas (índice de vazios) em relação à curva
“amolgada” ao longo do eixo das tensões verticais efetivas fornecem o “padrão de
redução de e”. A tensão de pré-adensamento seria o maior valor arbitrado que
fornecesse um padrão de redução de índice de vazios simétrico em relação à mesma.
Na figura 4.1 é apresentada como exemplo a tentativa de estimativa da curva
“indeformada” da amostra SRA-203(5). Foram arbitrados três valores de tensão de pré-
adensamento, a saber: 80, 110 e 150kPa, para os quais foram construídas as curvas
estimadas e os padrões de redução de e.
E(σ'v0=55kPa)
1,80
1,60
curva
"amolgada"
índice de vazios (e)
(ensaio 3D)
1,40
1,20
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
1,00
0,80
i
0,60
1) na maioria dos casos não foi possível obter uma padrão simétrico para
nenhum valor de σ’vm.
67
2) a determinação do padrão mais simétrico também foi dificultada pelo fato de
num mesmo “padrão de redução do e”, dependendo da faixa de tensões abrangida em
torno da tensão de pré-adensamento arbitrada, ter-se um trecho mais simétrico que
outro, e não se saber qual destes trechos deveria ser considerado: se apenas numa faixa
de tensões mais estreita em torno da tensão de pré-adensamento arbitrada, ou para faixas
de tensões maiores, encarando a curva de uma maneira mais global.
0,60
0,50
Δemáx
0,40
Δe
0,30
0,20 log
σ'v,média,i log
σ'v,maior,i Δe i
σ'v,menor,i σ'v,média,i
0,10
0,00
σ'v,menor,i σ'v,média σ'v,maior,i
68
a) Determinou-se a tensão do suposto eixo de simetria, σ’v,média. Este valor foi
considerado igual à σ’vm arbitrada.
σ 'v ,maior ,i
log
log σ 'v ,maior ,i − log σ 'v ,média ,i σ 'v ,média,i
Ri = = (4.1)
log σ 'v ,média,i − log σ 'v ,menor ,i σ'
log v ,média,i
σ 'v ,menor ,i
69
PADRÃO DE REDUÇÃO DO ÍNDICE DE VAZIOS
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
0,70
0,50
R
Δemáx
Ri
1
0
0
0,40
e
0,30
1- Δe
Δemáx
0,20 log
σ'v,média,i log
σ'v,maior,i Δei
σ'v,menor,i σ'v,média,i
simetria perfeita
padrão de
observado
simetria
0,10
0,00
1
Figura 4.3 Obtenção da “curva de simetria” a partir do “padrão de redução do índice de vazios” para um dado valor arbitrado de σ’vm.
70
Na figura 4.4 é apresentado um exemplo de “curva de simetria”, onde pode-se
visualizar que um “padrão de redução do índice de vazios” perfeitamente simétrico teria
como “curva de simetria” uma linha horizontal de ordenada R=1.
CURVA DE SIMETRIA
simetria perfeita
1
padrão de
R simetria
observado
0
0 1
1- Δe
máx
Figura 4.4 Exemplo esquemático de “curva de simetria” para um dado valor arbitrado
de σ’vm.
Desta forma, a “curva de simetria” permite avaliar de uma maneira mais precisa
a simetria do “padrão de redução do índice de vazios” do que uma avaliação apenas
visual do mesmo.
Nas figuras 4.5, 4.7, 4.9, 4.11 e 4.13 são apresentados para cada uma das
amostras SRA-203(3) a SRA-203(7) as curvas de compressibilidade estimadas para
valores arbitados de tensão de pré-adensamento, bem como os respectivos “padrões de
redução de índice de vazios”.
Nas figuras 4.6, 4.8, 4.10, 4.12 e 4.14 são apresentados para cada uma das
amostras SRA-203(3) a SRA-203(7) as “curvas de simetria” correspondentes aos
“padrões de redução do índice de vazios” apresentados nas figuras mencionadas no
parágrafo anterior, além de “curvas de simetria” para valores de σ’vm intermediários.
71
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
2,00
E(σ'v0=55kPa)
1,80
1,60
curva
"amolgada"
índice de vazios (e)
(ensaio 3D)
1,40
1,20
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
1,00
0,80
i
0,60
Figura 4.5 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra SRA-203(3) para valores arbitrados de σ’vm.
1,0
0,9
0,8 σ'vm=60kPa
0,7
σ'vm=80kPa
R
0,6
σ'vm=100kPa
σ'vm = 111kPa σ'vm=110kPa
0,5 Valor médio obtido dos ensaios de
qualidade "regular" a "excelente" de σ'vm=120kPa
acordo com a classificação de
Coutinho (2007).
0,4 σ'vm=150kPa
0,3
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
1 − Δe/Δemáx
Figura 4.6 “Curvas de simetria” da amostra SRA-203(3) para valores arbitrados de
σ’vm.
72
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
2,60
2,40
E(σ'v0=62kPa)
2,20
curva
2,00 "amolgada"
(ensaio 4D)
índice de vazios (e)
1,80
1,60
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
1,40
1,20
1,00
i
0,80
Figura 4.7 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra SRA-203(4) para valores arbitrados de σ’vm.
1,0
0,9
0,8
0,7
R
0,6
σ'vm=100kPa
0,5
σ'vm = 153kPa
Valor médio obtido dos ensaios de σ'vm=140kPa
0,4 qualidade "regular " a "excelente" σ'vm=150kPa
de acordo com a classificação de σ'vm=160kPa
Coutinho (2007).
σ'vm=180kPa
0,3 σ'vm=210kPa
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
1 − Δe/Δemáx
Figura 4.8 “Curvas de simetria” da amostra SRA-203(4) para valores arbitrados de
σ’vm.
73
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
2,20
E(σ'v0=67kPa)
2,00
curva
"amolgada"
1,80 (ensaio 5D)
índice de vazios (e)
1,60
1,40
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
1,20
1,00
i
0,80
Figura 4.9 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra SRA-203(5) para valores arbitrados de σ’vm.
1,0
0,9
0,8
0,7
R
0,6
74
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
2,80
E(σ'v0=72kPa)
2,60
2,40
curva
2,20 "amolgada"
(ensaio 6D)
índice de vazios (e)
2,00
1,80
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
1,60
1,40
1,20
1,00 i
0,80
Figura 4.11 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra SRA-203(6) para valores arbitrados de σ’vm.
1,0
0,9
0,8
0,7
R
0,6
0,5
σ'vm = 179kPa σ'vm=120kPa
Valor médio obtido dos ensaios de
qualidade "regular" a "excelente" de
0,4 σ'vm=150kPa
acordo com a classificação de
Coutinho (2007). σ'vm=170kPa
σ'vm=180kPa
σ'vm=190kPa
0,3 σ'vm=210kPa
0,2
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
1 − Δe/Δemáx
Figura 4.12 “Curvas de simetria” da amostra SRA-203(6) para valores arbitrados de
σ’vm.
75
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
2,60
2,40 E(σ'v0=76kPa)
2,20
2,00 curva
"amolgada"
índice de vazios (e)
(ensaio 7D)
1,80
1,60
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
1,40
1,20
1,00
i
0,80
Figura 4.13 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra SRA-203(7) para valores arbitrados de σ’vm.
1,0
0,9
0,8
0,7
R
0,6
σ'vm=110kPa
σ'vm = 153kPa
0,5 Valor médio obtido dos ensaios de
qualidade "regular" a "excelente" de
acordo com a classificação de σ'vm=140kPa
Coutinho (2007). σ'vm=150kPa
σ'vm=160kPa
0,4
σ'vm=180kPa
σ'vm=210kPa
0,3
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
1 − Δe/Δemáx
Figura 4.14 “Curvas de simetria” da amostra SRA-203(7) para valores arbitrados de
σ’vm.
76
Analisando as “curvas de simetria” apresentadas observa-se que, apesar do grau
de simetria do “padrão de redução do índice de vazios” poder ser visualizado de forma
mais fácil, persiste a dificuldade apresentada anteriormente relativa à determinação do
padrão mais simétrico, pois dependendo da faixa de tensões avaliada o valor de tensão
de pré-adensamento correspondente ao padrão mais simétrico pode variar bastante.
Com isso, abandonou-se a estratégia inicial que consistia em aplicar o método de
Schmertmann às curvas de compressibilidade “amolgadas” e comparar a curva estimada
com as “indeformadas”, pois falta um critério para determinar o “padrão de redução do
índice de vazios” mais simétrico e, consequentemente, a tensão de pré-adensamento.
A partir daí o que se procurou fazer foi tentar criar justamente este critério
através da análise das “curvas de simetria” apresentadas e do conhecimento do valor
médio de tensão de pré-adensamento de cada amostra obtido dos ensaios com corpos de
prova indeformados. No cálculo do valor médio de σ’vm foram considerados apenas os
ensaios de qualidade “Regular” a “Execelente” de acordo com a classificação de
Coutinho (2007).
A análise das “curvas de simetria” em conjunto das tensões de pré-adensamento
obtidos nos ensaios realizados com a argila de Santos e apresentados nas figuras 4.6,
4.8, 4.10, 4.12 e 4.14 permitiram observar o seguinte padrão de comportamento:
77
4) Observa-se que a “curva de simetria” correspondente ao valor da tensão de
pré-adensamento real é a primeiro que, no processo de aumento dos valores arbitrados
de σ’vm, apresenta-se totalmente descendente, ou seja, sem nenhum trecho ascendente
ou horizontal, salvo pequenas oscilações entre pontos próximos da curva.
78
Tensão vertical efetiva (σ'v) (kPa)
1 10 100 1000
1,90
1,80
1,70
1,60
1,50
Índice de vazios (e)
1,40
1,30 ensaio 3A
ensaio 3B
1,20
ensaio 3C
0,90 ensaio 3G
σ'vm = 111kPa
ensaio 3H Valor médio obtido dos ensaios de
qualidade "regular" a "excelente" de
0,80 acordo com a classificação de
curva estimada
Coutinho (2007).
0,70
2,30
2,20
2,10
2,00
1,90
Índice de vazios (e)
1,80
ensaio 4A
1,70
ensaio 4B
1,60 ensaio 4C
0,90
79
Tensão vertical efetiva (σ'v) (kPa)
1 10 100 1000
2,30
2,20
2,10
2,00
1,90
1,80
Índice de vazios (e)
1,70
ensaio 5A
1,60
ensaio 5B
1,50
ensaio 5C
1,20 ensaio 5F
2,60
2,40
2,20
Índice de vazios (e)
2,00 ensaio 6A
ensaio 6B
1,80
ensaio 6C
ensaio 6D (corpo de
1,60 prova remoldado)
ensaio 6E
ensaio 6F
1,40
ensaio 6G
σ'vm = 179kPa
ensaio 6H Valor médio obtido dos ensaios de
1,20 qualidade "regular" a "excelente" de
curva estimada acordo com a classificação de
Coutinho (2007).
1,00
80
Tensão vertical efetiva (σ'v) (kPa)
1 10 100 1000
2,70
2,50
2,30
2,10
Índice de vazios (e)
1,90 ensaio 7A
ensaio 7B
1,70
ensaio 7C
ensaio 7D (corpo de
1,50 prova remoldado)
ensaio 7E
ensaio 7F
1,30
ensaio 7G
σ'vm = 153kPa
ensaio 7H Valor médio obtido dos ensaios de
1,10 qualidade "regular" a "excelente" de
curva estimada acordo com a classificação de
Coutinho (2007).
0,90
81
Tabela 4.6 Comparação dos parâmetros de compressibilidade médios das curvas
“indeformadas” com os da curva estimada com σ’vm conhecida.
Cc Cr Ce
Amostra Diferença Diferença Diferença
(1) (2) (1) (2) (1) (2)
percentual percentual percentual
SRA-203(3) 0,75 1,25 +66% 0,12 0,06 -54% 0,05 0,06 +3%
SRA-203(4) 1,78 1,81 +1% 0,16 0,15 -7% 0,14 0,15 +8%
SRA-203(5) 1,53 1,62 +6% 0,17 0,11 -37% 0,11 0,11 0%
SRA-203(6) 2,27 2,37 +4% 0,19 0,10 -47% 0,16 0,10 -35%
SRA-203(7) 2,13 1,80 -16% 0,24 0,13 -45% 0,12 0,13 +14%
(1) Média dos ensaios classificados como de qualidade “Regular” a “Excelente” segundo a
classificação de Coutinho (2007) (ver tabela 4.2).
(2) Obtidos a partir da estimativa da curva “indeformada” a partir da curva “amolgada” pelo
método de Schmertmann (1955), conhecida a tensão de pré-adensamento das amostras
indeformadas.
A análise dos dados da tabela 4.6, que podem ser visualizados nas figuras 4.15 a
4.19 já apresentadas, permite as seguintes conclusões:
82
estimados de Cr, os mesmos tem pequena influência na aplicação do método de
Schmertmann (1955) e na própria prática da engenharia.
83
Nas figuras 4.20 e 4.22, para cada uma das duas amostras são apresentadas as
curvas de compressibilidade estimadas para valores arbitados de tensão de pré-
adensamento, bem como os respectivos “padrões de redução de índice de vazios”.
Nas figuras 4.21 e 4.23 são apresentados para cada uma das duas amostras as
“curvas de simetria” correspondentes aos “padrões de redução do índice de vazios”
apresentados nas figuras mencionadas no parágrafo anterior, além de “curvas de
simetria” para valores de σ’vm intermediários.
84
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
3,80
3,60 E(σ'v0=22kPa)
3,40
3,20
3,00
2,80
índice de vazios (e)
curva
2,60 "amolgada"
(ensaio AV14-5)
2,40
2,20
2,00
1,60
1,40 i
1,20
1,00
0,80
Figura 4.20 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra da profundidade de 5,5 a 6,0m para valores arbitrados
de σ’vm (estimativa a partir do corpo de prova completamente remoldado AV14-5).
1,0
0,9
σ'vm = 31kPa
Valor médio obtido dos ensaios com
corpos de prova indeformados
0,8
0,7
σ'vm=22kPa
R
0,6
σ'vm=30kPa
0,5
σ'vm=35kPa
0,4
σ'vm=40kPa
σ'vm=50kPa
0,3
σ'vm=60kPa
0,2
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
1 − Δe/Δemáx
Figura 4.21 “Curvas de simetria” da amostra da profundidade de 5,5 a 6,0m para
valores arbitrados de σ’vm (estimativa a partir do corpo de prova completamente
remoldado AV14-5).
85
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
3,40
E(σ'v0=25kPa)
3,20
3,00
2,80
2,60
índice de vazios (e)
2,40
curva
"amolgada"
2,20 (ensaio AV13-5)
2,00
1,80
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
1,60
1,40
i
1,20
1,00
0,80
Figura 4.22 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra da profundidade de 6,5 a 7,0m para valores arbitrados
de σ’vm (estimativa a partir do corpo de prova completamente remoldado AV13-5).
1,0
0,9
σ'vm = 36kPa
Valor médio obtido dos ensaios com
corpos de prova indeformados
0,8
0,7
R
0,6
σ'vm=25kPa
0,5
σ'vm=30kPa
0,4 σ'vm=35kPa
σ'vm=40kPa
0,3 σ'vm=50kPa
σ'vm=60kPa
0,2
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
1 − Δe/Δemáx
Figura 4.23 “Curvas de simetria” da amostra da profundidade de 6,5 a 7,0m para
valores arbitrados de σ’vm (estimativa a partir do corpo de prova completamente
remoldado AV13-5).
86
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
3,80
E(σ'v0=22kPa)
3,60
3,40
3,20
curva
"amolgada"
3,00 (ensaio AV4-10)
índice de vazios (e)
2,80
2,60
2,40
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
2,20
2,00
1,80
1,60
1,40 i
1,20
Figura 4.24 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra da profundidade de 5,5 a 6,0m para valores arbitrados
de σ’vm (estimativa a partir do corpo de prova “indeformado” de má qualidade AV4-10).
1,6
σ'vm = 31kPa
Valor médio obtido dos ensaios com
1,4 corpos de prova indeformados
1,2
σ'vm=25kPa
1,0
σ'vm=30kPa
R
σ'vm=35kPa
0,8
σ'vm=40kPa
0,6 σ'vm=50kPa
σ'vm=60kPa
0,4
0,2
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
1 − Δe/Δemáx
Figura 4.25 “Curvas de simetria” da amostra da profundidade de 5,5 a 6,0m para
valores arbitrados de σ’vm (estimativa a partir do corpo de prova “indeformado” de má
qualidade AV4-10).
87
tensão vertical efetiva (σ'v)
1 10 100 1000
3,40
E(σ'v0=25kPa)
3,20
3,00
2,80
curva
"amolgada"
2,60 (ensaio AV7-5)
índice de vazios (e)
2,40
2,20
2,00
PADRÃO DE REDUÇÃO DE e
1,80
1,60
1,40
i
1,20
1,00
0,80
Figura 4.26 Curvas de compressibilidade estimadas e respectivos “padrões de redução
do índice de vazios” da amostra da profundidade de 6,5 a 7,0m para valores arbitrados
de σ’vm (estimativa a partir do corpo de prova “indeformado” de má qualidade AV7-5).
1,6
σ'vm = 36kPa
Valor médio obtido dos ensaios com
1,4 corpos de prova indeformados
1,2
σ'vm=25kPa
1,0
σ'vm=30kPa
R
0,8 σ'vm=35kPa
σ'vm=40kPa
0,6
σ'vm=50kPa
σ'vm=60kPa
0,4
0,2
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
1 − Δe/Δemáx
Figura 4.27 “Curvas de simetria” da amostra da profundidade de 6,5 a 7,0m para
diferentes valores arbitrados de σ’vm (estimativa a partir do corpo de prova
“indeformado” de má qualidade AV7-5).
88
A análise das “curvas de simetria” obtidas a partir dos corpos de prova
completamente remoldados (AV14-5 e AV13-5) e dos corpos de prova “indeformados”
de má qualidade (AV4-10 e AV7-5) em conjunto dos valores das tensões de pré-
adensamento obtidas nos ensaios “indeformados” realizados com a argila de Sarapuí
permitem as seguintes observações:
Esta análise mostra que para a argila do Sarapuí não foi possível propor um
critério de avaliação das “curvas de simetria” para estimativa da tensão de pré-
adensamento.
Talvez, para os ensaios “indeformados” de má qualidade, uma estimativa
razoável da tensão de pré-adensamento possa ser o valor arbitrado que no padrão de
simetria fornece valores de R próximos a 1, visto que este critério levou ao valor de σ’vm
correto para o ensaio AV7-5, e para o ensaio AV4-10 obteve-se um valor estimado de
89
σ’vm que, frente às incertezas envolvidas, não apresenta uma diferença tão grande em
relação ao valor real.
Nas figuras 4.28 a 4.31 a seguir são apresentados num mesmo gráfico para cada
um dos ensaios analisados:
3,70
3,10
2,90
2,70
Índice de vazios (e)
2,50
ensaio AV3-5
2,30
ensaio AV11-5
2,10
ensaio AV14-5
1,90
(remoldado)
1,50
1,30
1,10
0,90
90
Tensão vertical efetiva (σ'v) (kPa)
1 10 100 1000
3,70
3,10
2,90
2,70
Índice de vazios (e)
2,50
ensaio AV3-5
2,30
ensaio AV11-5
2,10
ensaio AV4-10
1,90
(má qualidade)
1,50
1,30
1,10
0,90
3,40
σ'vm = 36kPa
3,20 Valor médio obtido dos ensaios com
corpos de prova indeformados.
3,00
2,80
2,60
Índice de vazios (e)
2,40
ensaio AV13-5
1,60 (remoldado)
curva estimada
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
91
Tensão vertical efetiva (σ'v) (kPa)
1 10 100 1000
3,60
3,40
σ'vm = 36kPa
3,20 Valor médio obtido dos ensaios com
corpos de prova indeformados.
3,00
2,80
2,60
Índice de vazios (e)
2,40
1,20
1,00
0,80
0,60
(2) Obtidos a partir da estimativa da curva “indeformada” a partir da curva do ensaio com corpo
de prova remoldado pelo método de Schmertmann (1955), conhecida a tensão de pré-
adensamento das amostras indeformadas.
92
Tabela 4.8 Comparação dos parâmetros de compressibilidade médios das curvas
“indeformadas” com os da curva estimada a partir do ensaio com corpo de prova de má
qualidade.
Profun- Cc Cr Ce
didade da
Diferença Diferença Diferença
amostra (1) (2) (1) (2) (1) (2)
percentual percentual percentual
(m)
5,5 a 6,0 2,40 2,13 -11% 0,20 0,23 +18% 0,28 0,23 -18%
6,5 a 7,0 2,37 2,13 -10% 0,11 0,21 +95% 0,23 0,21 -9%
7,5 a 8,0 2,54 - - 0,13 - - 0,27 - -
(1) Média dos ensaios classificados como de qualidade “Regular” a “Excelente” segundo a
classificação de Coutinho (2007) (ver tabela 4.3).
(2) Obtidos a partir da estimativa da curva “indeformada” a partir da curva do ensaio com corpo
de prova de má qualidade pelo método de Schmertmann (1955), conhecida a tensão de pré-
adensamento das amostras indeformadas.
A análise dos dados das tabelas 4.7 e 4.8, que podem ser visualizados nas figuras
4.28 a 4.31 já apresentadas, permite as seguintes conclusões:
93
amostra indeformada, e os estimados a partir da amostra de má qualidade foram
inferiores a estes últimos.
3,00
Argila de Santos
Argila do Sarapuí (amostras "remoldadas")
Argila do Sarapuí (amostras de má qualidade)
2,50
2,00
Cc estimado
1,50
1,00
0,50
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Cc "indeformado"
94
avaliação da simetria de tal gráfico apenas de forma visual, o que impediu de se
continuar com a estratégia imaginada inicialmente de estimar as curvas de
compressibilidade a partir de ensaios amolgados e de compará-las com as curvas
“indeformadas”.
95
estimativa da tensão de pré-adensamento foi a principal dificuldade encontrada para
aplicação do método de Schmertmann (1955).
G ⋅ IP
Cc , remold =
2
96
Tabela 4.9 Comparação entre os valores do Cc,remold estimados pela proposta de Atikson
& Bransby (1978) e obtidos de ensaios com corpos de prova remoldados.
Cc,remold
Ensaio Obtido do
Origem Esti- Dife-
IP com corpo ensaio com
da Amostra G de prova mado a rença
(%) corpo de
amostra remoldado prova
partir de percen-
IP e de G tual
remoldado
45 2,64 0,59 -11%
SRA-203(3) 3D 0,67
45 2,63 0,59 -12%
69 2,60 0,90 0%
SRA-203(4) 4D 0,90
70 2,60 0,91 +1%
Santos
77 2,62 1,01 +53%
SRA-203(5) 5D 0,66
81 2,65 1,07 +63%
SRA-203(6) 82 2,53 6D 1,17 1,04 -11%
SRA-203(7) 80 2,55 7D 0,95 1,02 +7%
prof. 5,5m a AV14-5 1,07 +6%
6,0m AV16-5 1,16 -3%
Sarapuí 90 2,51 1,13
prof. 6,5m a AV13-5 0,96 +18%
7,0m AV15-5 1,07 +6%
1,20
1,00
0,80
IP.G / 2
0,60
SANTOS
0,40
SARAPUÍ
0,20
0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20
Cc,remold
97
Pode-se observar que os valores de Cc,remold estimados pela proposta de Atikson
& Bransby apresentaram uma notável concordância com os valores obtidos dos ensaios
de compressão edométrica com corpos de prova remoldados. Embora o número de
amostras avalidas seja pequeno, os resultados encontrados chamam a atenção.
Uma estimativa do Cc,remold de uma amostra a partir de seu IP e de G, parâmetros
obtidos de ensaios amplamente realizados, seria útil na avaliação da qualidade de
amostras de argila mole, uma vez que quanto mais amolgada for a amostra, mais o seu
Cc se aproximará do Cc,remold. Com este intuito foi realizada uma verificação da relação
entre a sensibilidade do índice de compressão (Cc) ao amolgamento da amostra e seu
índice de plasticidade (IP). A sensibilidade do índice de compressão ao amolgamento é
quantificada pela razão entre o Cc da amostra indeformada e o Cc da amostra remoldada
(Cc,remold), ou seja, quanto maior for esta razão mais o índice de compressão da amostra
é influenciado pelo seu amolgamento.
Espera-se que o índice de compressão da amostra remoldada (Cc,remold) seja o
menor valor de Cc que a amostra pode apresentar, pois este é o estado mais perturbado
(amolgado) em que a mesma pode se encontrar. Desta forma, espera-se que o valor
mínimo da razão Cc/Cc,remold seja igual a 1.
Na tabela 4.10 são apresentados os valores e na figura 4.34 é apresentada a
plotagem “IP x Cc/Cc,remold” para os ensaios de compressão edométrica realizados com
as argilas de Santos e do Sarapuí, sendo que foram utilizados apenas os valores de Cc
obtidos em ensaios classificados como de qualidade “Regular” a “Excelente” de acordo
a classificação de Coutinho (2007) (ver tabelas 4.2 e 4.3).
98
Tabela 4.10 Relação entre a sensibilidade do Cc da argila ao amolgamento e seu IP.
Ensaios com corpos de Ensaios com corpos de
Origem prova indeformados prova remoldados Cc
IP
da Amostra
(%) Corpo de Cc ,remold
amostra Ensaio Cc prova
Cc,remold
3A 0,80 1,19
45 3B 0,86 1,28
3C 0,66 0,99
SRA-203(3) 3E 0,78 3D 0,67 1,16
3F 0,72 1,07
45
3G 0,77 1,15
3H 0,69 1,03
4A 1,91 2,12
69 4B 1,73 1,92
4C 1,89 2,10
SRA-203(4) 4E 1,72 4D 0,90 1,91
4F 1,69 1,88
70
4G 1,69 1,88
4H 1,86 2,07
5A 1,56 2,36
77 5B 1,53 2,32
5C 1,42 2,15
Santos SRA-203(5) 5D 0,66
5F 1,56 2,36
81 5G 1,28 1,94
5H 1,44 2,18
6A 2,22 1,90
6B 2,18 1,86
6C 2,37 2,03
SRA-203(6) 82 6E 2,23 6D 1,17 1,91
6F 2,35 2,01
6G 1,93 1,65
6H 2,44 2,09
7A 2,06 2,17
80 7B 1,96 2,06
7C 1,73 1,82
SRA-203(7) 7E 2,29 7D 0,95 2,41
80 7F 2,24 2,36
7G 2,27 2,39
7H 2,39 2,52
AV14-5 1,07 2,21
AV2-10 2,36
AV16-5 1,16 2,03
AV14-5 1,07 2,34
AV3-5 2,50
prof. 5,5m a AV16-5 1,16 2,16
6,0m AV14-5 1,07 2,21
AV11-5 2,36
AV16-5 1,16 2,03
AV14-5 1,07 2,21
AV12-10 2,36
AV16-5 1,16 2,03
Sarapuí 90
AV13-5 0,96 2,35
AV5-10 2,26
AV15-5 1,07 2,11
AV13-5 0,96 2,50
AV8-5 2,40
prof. 6,5m a AV15-5 1,07 2,24
7,0m AV13-5 0,96 2,50
AV9-5 2,40
AV15-5 1,07 2,24
AV13-5 0,96 2,50
AV10-10 2,40
AV15-5 1,07 2,24
99
3,00
SANTOS
SARAPUÍ
2,50
2,00
Cc / Cc,remold
1,50
0,50
0,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
IP (%)
Figura 4.34 Relação entre a sensibilidade do índice de compressão (Cc) ao
amolgamento da amostra e seu índice de plasticidade (IP).
100
4.4 Verificação das propostas de correlação entre o índice de compressão (Cc) e o
teor de umidade natural (w) de argilas moles
Nas tabela 4.11 e 4.12 são apresentados os valores e no gráfico da figura 4.35 é
apresentada a plotagem “Cc vs. w” para os ensaios de compressão edométrica realizados
tanto com amostras “indeformadas” quanto com amostras remoldadas das argilas de
Santos e do Sarapuí.
No mesmo gráfico são apresentadas as retas que representam as correlações
propostas por Almeida et al. (2008) e Martins et al. (2009).
Tabela 4.11a Índice de compressão (Cc) e teor de umidade (w) dos corpos de prova da
argila de Santos.
Qualidade do
Ensaio Cc w (%)
corpo de prova
1A 0,48 48,5
1B 0,46 50,8
1C 0,51 51,3
1D 0,57 51,3
3A 0,80 57,1
3B 0,86 65,1
3C 0,66 59,5
3E 0,78 54,6
3F 0,72 54,8
3G 0,77 53,9
3H 0,69 51,4
4A 1,91 85,8
4B 1,73 87,7
4C 1,89 83,3
“Indeformados” 4E 1,72 85,5
de qualidade
4F 1,69 83,1
“Excelente” a
4G 1,69 82,6
“Regular”
4H 1,86 86,2
5A 1,56 77,7
5B 1,53 78,6
5C 1,42 80,2
5E 1,64 82,8
5F 1,56 82,2
5H 1,44 81,0
6A 2,22 100,1
6B 2,18 101,5
6C 2,37 105,9
6E 2,23 95,6
6F 2,35 97,9
6G 1,93 93,0
6H 2,44 98,0
101
Tabela 4.11b Índice de compressão (Cc) e teor de umidade (w) dos corpos de prova da
argila de Santos.
Qualidade do
Ensaio Cc w (%)
corpo de prova
7A 2,06 90,6
7B 1,96 95,8
7C 1,73 84,1
7E 2,29 100,0
7F 2,24 95,7
7G 2,27 96,5
7H 2,39 99,6
8A 1,67 83,5
8B 1,54 84,1
“Indeformados” 8C 1,76 79,5
de qualidade 8D 1,76 82,7
“Excelente” a 8E 1,82 81,2
“Regular” 8F 1,85 83,4
9A 1,41 74,4
9B 1,46 77,2
9C 1,46 76,8
9D 1,50 75,5
9E 1,63 75,8
9F 1,41 74,9
10A 1,80 70,4
10B 1,86 74,7
10C 1,87 79,8
10E 1,60 74,6
“Indeformados” 5G 1,28 84,9
10D 1,61 75,1
de qualidade 10F 1,70 72,7
“Pobre” 11A 0,30 36,4
11B 0,31 36,7
Remoldados 3D 0,67 66,5
4D 0,90 86,6
(completamente 5D 0,66 79,4*
amolgados) 6D 1,17 100,7
7D 0,95 84,2
* Tomada como a média das umidades dos corpos de prova dos ensaios 5B e 5C.
102
Tabela 4.12 Índice de compressão (Cc) e teor de umidade (w) dos corpos de prova da
argila de Sarapuí.
Qualidade do
Ensaio Cc w (%)
corpo de prova
AV2-10 2,36 149,3
AV3-5 2,50 148,4
AV11-5 2,36 138,5
AV12-10 2,36 148,9
“Indeformados” AV5-10 2,26 137,0
de boa AV8-5 2,40 129,2
qualidade AV9-5 2,40 131,5
AV10-10 2,40 137,4
AV17-5 2,39 131,6
AV18-5 2,75 132,1
AV19-5 2,47 131,0
“Indeformados” AV1-5 1,49 149,6
de má AV4-10 1,33 144,5
qualidade AV6-10 1,17 143,7
(amolgados) AV7-5 1,15 133,7
AV14-5 1,07 142,8
Remoldados
AV16-5 1,16 144,7
(completamente
AV13-5 0,96 133,5
amolgados)
AV15-5 1,07 134,6
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
0 50 100 150 200
Teor de umidade natural , w (%)
Figura 4.35 Gráfico “Cc x w” para as argilas de Santos e do Sarapuí, e propostas de
Almeida et al. (2008) e Martins et al. (2009).
103
Vale ressaltar que as duas propostas apresentadas no item 2.6 da revisão
bibliográfica e na figura 4.35 são para estimativa do Cc da amostra indeformada. Os
resultados dos ensaios edométricos realizados com amostras remoldadas e
“indeformadas” de má qualidade foram apresentados apenas com o intuito de mostrar a
influência que o amolgamento das amostras poderia acarretar nesta correlação.
A análise dos resultados apresentados permite as seguintes conclusões:
104
5 CONCLUSÕES
Cc
3) A correlação obtida entre a razão e o IP das amostras analisadas
Cc ,remold
LADD, C.C., & DEGROOT, D.J., 2003, “Recommended Practice for Soft Ground Site
Characterization”, Arthur Casagrande Lecture, 12th Panamerican Conference on Soil
Mechanics and Geotechnical Engineering.
106
MARTINS, I.S.M.; SANTA MARIA, P.E.L. e SANTA MARIA, F.C.M., 2009.
“Laboratory behaviour of Rio de Janeiro soft clays. Part 1 : Index and compression
properties”, Discussion, Soils and Rocks, v. 32 : 2, pp. 100-103, SãoPaulo.
107