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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2022.0000368494

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005054-83.2018.8.26.0038 e código 1A0C685E.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1005054-83.2018.8.26.0038, da Comarca de Araras, em que é apelante ORLANDO
GUZELLA JUNIOR, é apelado DAVI RODRIGUES RESENDE (JUSTIÇA
GRATUITA).

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 32ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram
provimento ao recurso, com determinação. V.U., de conformidade com o voto da
Relatora, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIS FERNANDO


NISHI (Presidente sem voto), CAIO MARCELO MENDES DE OLIVEIRA E RUY
COPPOLA.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARY GRUN, liberado nos autos em 17/05/2022 às 14:00 .
São Paulo, 17 de maio de 2022.

MARY GRÜN
Relatora
Assinatura Eletrônica

Ap nº 1005054-83.2018.8.26.0038 – 25478 JV 1
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº: 25478


APELAÇÃO Nº: 1005054-83.2018.8.26.0038

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COMARCA: ARARAS
APELANTE: ORLANDO GUZELLA JUNIOR
APELADO: DAVI RODRIGUES RESENDE

EMBARGOS DE TERCEIRO. Bem de família.


Alegação de impenhorabilidade do bem alvo de
constrição judicial. Sentença de procedência. Apelo
do embargado. Nulidade da sentença por ausência
de fundamentação. Inocorrência. Provimento
jurisdicional que respeitou os requisitos do art. 489
do CPC. Sentença que afastou todos os argumentos
incapazes de influir no convencimento do juízo.
Preliminar de nulidade da sentença afastada.
Preliminar de ilegitimidade passiva que se confunde
com o mérito. Mérito. Embargante que já obteve
resposta jurisdicional em duas oportunidades

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARY GRUN, liberado nos autos em 17/05/2022 às 14:00 .
anteriores no sentido da manutenção da penhora,
ante a ausência de prova cabal de que o bem é o
único imóvel de propriedade do casal e atual
residência. Tentativa transversa de impedir a
adjudicação do bem. Preclusão consumativa quanto
à discussão acerca da impenhorabilidade do bem de
família após decisão definitiva anterior sobre o
tema. Embargante não pode criar empecilhos para o
cumprimento de sentença já transitada em julgada.
Conduta que se caracteriza como litigância de má-
fé, nos termos do art. 80 da lei processual civil.
Recurso provido, com determinação.

Vistos.

Trata-se de “EMBARGOS DE TERCEIRO (com


pedido liminar)” (sic) opostos por DAVI RODRIGUES RESENDE em face
de ORLANDO GUZELLA JUNIOR.

A r. sentença de fls. 341/345, disponibilizada no DJe de


30/05/2019, julgou procedentes os embargos, nos seguintes termos:
“Isto posto e pelo mais que dos autos consta, JULGO
PROCEDENTES os embargos de terceiro aforados,
extingo o processo com resolução de mérito (CPC 487, I)
e o faço para determinar o levantamento da penhora em
testilha, em virtude da proteção legal

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(impenhorabilidade) ao bem de família. Reputo presentes


os pressupostos legais, notadamente a probabilidade do

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direito. alegado, e o receio de dano irreparável ou de
difícil reparação, motivo pelo qual, reconsidero, por
manifesta incompatibilidade, a decisão relativa à tutela
de urgência, e a defiro, para determinar a suspensão da
execução em relação ao referido bem, até o trânsito em
julgado da presente, que se confirmada, deverá ser
providenciado o levantamento da penhora. Anote-se na
execução. Arcará o embargado com o pagamento das
despesas processuais (CPC 84) e honorários advocatícios,
os quais fixo em R$ 3.000,00, nos termos do artigo 85 §
8º do Código de Processo Civil.”

Inconformado, apela o embargado (fls. 383/415).

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Alega que “Embora o Recorrido, capciosamente, tenha
silenciado na inicial quanto às datas de casamento sequer apresentando a
certidão de casamento como lhe incumbia e de aquisição do imóvel pela cônjuge
varôa na exordial dos embargos de terceiro, tentando induzir o r. juízo a erro, no
item 3 da minuta do agravo de instrumento ele reconheceu expressamente não
deter título em relação ao imóvel objeto da constrição agredida via defesa de
terceiro (...) o Recorrido confessa saber ser parte ilegítima e, portanto, carente da
legitimatio ad causam exigida de todos aqueles que tencionam postular em juízo
(art. 17, NCPC). Tanto é assim que o Recorrido através de seu procurador,
reconhecendo a sua ilegitimidade no item 13 de sua prolegomenal, justifica a sua
ação alegando, data maxima venia, cinicamente que a sua legitimidade ativa não
decorre da propriedade ou “co-propriedade” (sic) do bem, mas do interesse de
salvaguardar o bem de família cuja posse alega deter.” (fls. 389/393).

Aduz que “(...) como restou plenamente comprovado


na ocasião, o casal não tinha posse direta do imóvel de há muito quando da sua
penhora, pois este era habitado por inquilinos. É claro que, depois de tudo isto,
mesmo que agora eles residam no imóvel, tudo não passa de manobra com
ofuscante má-fé para induzir o juízo e o E. TJSP a erro (...) Temos, então, a

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produção de coisa julgada, desde que o pedido incidental da Executada de


cancelamento da penhora sob o fundamento de se cuidar de bem de família foi

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rejeitado pela r. decisão proferida pelo MM. Juiz a quo (art. 487, I, do NCPC) e
mantida pelo v. acordão proferido por este E. TJSP que não foi desafiado por
recurso e que, por isso, teve seu prazo recursal transcorrido in albis.” (fls. 399).

Narra que “(...) havia cristalina carência de


fundamentação por ter a r. decisão se omitido na apreciação e solução de cada
uma das preliminares arguidas com a apresentação de um conceito jurídico
indeterminado para justificar a omissão. (...) O Recorrido sustentou basicamente
ter contribuído para o pagamento das prestações do financiamento do imóvel e a
r. decisão recorrida considerou em sua fundamentação sem qualquer prova escrita

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(notas fiscais, faturas, recibos e etc.) como sendo válida a afirmação testemunhal
de que eles não dispunham de móveis para se mudar e considerando implícito que
só se mudaram depois de os adquirirem embora houvessem residido
(obviamente com mobílias) mais de quatro anos na verdadeira residência do casal
desde a aquisição do imóvel penhorado e locado até bem pouco tempo.” (fls.
409/411).

Recurso tempestivo, regularmente processado e


ausente o preparo (fls. 492/494).

Contrarrazões às fls. 429/441.

É o relatório.

Trata-se de embargos de terceiro opostos nos autos


da ação de indenização em fase de cumprimento de sentença, ajuizada em
face da cônjuge virago do embargante, pretendendo a declaração de “bem
de família” do imóvel objeto de adjudicação pelo embargado, com o
reconhecimento da impenhorabilidade e o consequente cancelamento da
penhora que recaiu sobre o bem.

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NULIDADE DA SENTENÇA POR AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO

Não merece acolhida a tese de ausência de


fundamentação da r. sentença suscitada pelo apelante.

O provimento jurisdicional respeitou todos os


requisitos do art. 489 do Código de Processo Civil, não havendo o que se
falar em superficialidade da r. sentença:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a
identificação do caso, com a suma do pedido e da

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contestação, e o registro das principais ocorrências
havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões
de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões
principais que as partes lhe submeterem.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de
ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a
questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar
qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de
súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula,

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jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem


demonstrar a existência de distinção no caso em

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julgamento ou a superação do entendimento.

Os parâmetros da r. sentença são plenamente


inteligíveis e coerentes, decorrendo a conclusão dos fundamentos
expostos, reputando afastadas quaisquer outros argumentos que se
mostraram incapazes de influir no convencimento do juízo.

Desta forma, não há o que se falar em violação ao


art. 489 do Código de Processo Civil, e consequentemente, em nulidade
da r. sentença.

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MÉRITO

A preliminar de ilegitimidade ativa do embargante


se confunde com o mérito e junto a ele será apreciada.

O apelante reputa aludida ausência de


legitimidade à não comunicação do bem constrito, ao argumento de que
teria sido ele adquirido exclusivamente pela cônjuge virago do
embargante em período anterior ao casamento, no qual se pactuou o
regime da comunhão parcial de bens. Diz, dessarte, ser incabível o pedido
de reconhecimento da impenhorabilidade pelo ora integrante do polo
passivo.

Com efeito, retira-se do documento de fls. 21/24


que o imóvel de matrícula nº 5352, objeto da constrição judicial, foi
adquirido exclusivamente por Loise Monique dos Santos, em 29/08/2013,
oportunidade na qual declarou seu estado civil como “divorciada” (fls.
22).

Em que pese a averbação na matrícula, de certidão


de casamento entre as partes, mencionando a data de 12/07/2013 (fls. 23)

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como a do matrimônio, causa estranheza o embargante não ter se


preocupado em compulsar aos autos aludida certidão, mesmo após

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expressa provocação da parte contrária nesse sentido.

Outrossim, conforme fls. 23, a penhora foi anotada


em 18/11/2016, data bastante anterior àquela que afirma o embargante
ter se mudado com a família para o imóvel (2018).

A propósito, é bastante frágil a narrativa no


sentido de que apesar de possuírem tal imóvel desde 2013, preferiram
alugá-lo e residir em outro imóvel até 2018, uma vez que “não possuíam
recursos financeiros para mobiliá-lo”. Destaca-se que o interessado não
traz qualquer prova documental nesse sentido.

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Dentro desse contexto, a prova testemunhal
produzida, não obstante seja superveniente à apreciação da lide por esta
C. Câmara, se revela insuficiente para afastar as conclusões as quais já
chegou em outras duas oportunidades. Confira-se:

“Agravo de instrumento. Compra e venda de veículo.


Ação de indenização por danos morais e morais. Fase de
cumprimento de sentença. Penhora de bem imóvel.
Alegação de impenhorabilidade de imóvel
penhorado por se tratar de único bem imóvel
residencial. Bem de família. Inadmissibilidade.
Ausência de comprovação efetiva de que o imóvel
serve de moradia para a recorrente, ou sua entidade
familiar. Situação incontroversa e não negada pela
própria parte recorrente. Constrição que deve
permanecer. Decisão mantida. Recurso improvido.” (AI
nº 2206282-46.2017.8.26.0000, Rel. Des. Francisco
Occhiuto Júnior, 32ª Câm. de Dir. Privado, j. em
28/11/2017).

“Agravo de instrumento. Embargos de terceiro. Compra


e venda de veículo. Penhora de bem imóvel em sede de

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ação de indenização por danos materiais e morais em fase


de cumprimento de sentença. Alegação de

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impenhorabilidade de imóvel penhorado por se
tratar de único bem imóvel residencial. Bem de
família. Inadmissibilidade. Questão discutida nos
autos principais, arguida pela esposa do agravante,
que figura como executada naqueles autos. Tema já
decidido. Conquanto a matéria seja de ordem
pública, não houve demonstração de modificação da
situação fática já constatada nos principais.
Pretendida a preservação do direito à meação do
imóvel. Imóvel adquirido anteriormente ao
casamento. Ausente demonstração de que o
agravante tenha contribuído com o pagamento do
imóvel, ao menos em sede de análise superficial.
Decisão mantida. Recurso improvido.” (AI nº

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2178723-80.2018.8.26.0000, Rel. Des. Francisco
Occhiuto Júnior, 32ª Câm. de Dir. Privado, j. em
13/12/2018).

Ainda que atualmente se trate o imóvel de sua


atual residência, evidente que tal alteração se deu na tentativa transversa
de impedir a adjudicação do bem, em momento posterior aos
provimentos jurisdicionais, afrontando-os.

A propósito, o C. Superior Tribunal de Justiça


entende que “Opera-se a preclusão consumativa quanto à discussão acerca da
penhorabilidade ou impenhorabilidade do bem de família quando houver decisão
definitiva anterior acerca do tema, mesmo em se tratando de matéria de ordem
pública”.

Tal posicionamento é amplamente adotado por


este Eg. Tribunal Bandeirante:

“INDENIZAÇÃO EM CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. PENHORA. BEM DE FAMÍLIA.
Insurgência contra decisão que afastou discussão sobre
impenhorabilidade do imóvel que o agravante afirma ser

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bem de família, ao fundamento de que a questão já havia


sido decidida em embargos de terceiro opostos pela esposa

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do sócio. Decisão mantida. “Opera-se a preclusão
consumativa quanto à discussão acerca da
penhorabilidade ou impenhorabilidade do bem de família
quando houver decisão definitiva anterior acerca do tema,
mesmo em se tratando de matéria de ordem pública”.
Precedentes. Recurso desprovido.” (AI. nº
2028113-03.2018.8.26.000, Rel. Des. Carlos Alberto de
Salles, 3ª Câm. de Dir. Privado, 19/06/2018).
“Agravo de Instrumento Execução Penhora incidente
sobre 50% do piso inferior do imóvel Alegação de tratar-
se de bem de família Descabimento Matéria já deduzida
anteriormente pelo devedor, sendo afastada Preclusão
configurada, mesmo em se tratando de matéria de ordem
pública Artigo 505 do CPC Depósito judicial referente

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aos aluguéis que deve, entretanto, ser sobre 50% do
imóvel penhorado Recurso parcialmente provido.” (AI. nº
143360-27.2021.8.26.0000, Rel. Des. Thiago de Siqueira,
14ª Câm. de Dir. Privado, 19/10/2021).

Nesse contexto, não há dúvida de que o apelado


tenta, mais uma vez e de forma temerária, obter provimento jurisdicional
diverso, afrontando a coisa julgada e o entendimento exarado por esse Eg.
Tribunal em duas oportunidades.

Tal conduta ultrapassa os limites do bom exercício


do direito da parte e caracteriza litigância de má-fé.

Sendo assim, de rigor o provimento do apelo para


reformar a r. sentença, mantendo-se a penhora do imóvel objeto de
constrição, com a penalização do apelado de pagamento ao erário em
valor correspondente a 5% sobre o valor atualizado da causa, com
fundamento no art. 81 do CPC.
A matéria versada na presente ação fica, desta
forma, inteiramente prequestionada.
Esclarece-se, por fim, que a oposição de embargos

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declaratórios manifestamente protelatórios dará ensejo à aplicação da


penalidade prevista no art. 1.026, §2º, do CPC/2015, porquanto a

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resistência ao resultado ora exposto deve ser ventilada através de recurso
próprio.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, pelo meu voto, dá-se provimento


ao recurso, com determinação.

O presente apelo foi interposto sob a égide do


atual Código de Processo Civil, que determina o arbitramento de
honorários advocatícios em recurso (art. 85, § 1°, CPC). Assim, Inverte-se

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a sucumbência integralmente em desfavor do apelado, com majoração dos
honorários sucumbenciais fixados em R$ 3.000,00 para R$ 4.000,00, nos
termos do art. 85, §11, do CPC.

MARY GRÜN

Relatora

Ap nº 1005054-83.2018.8.26.0038 – 25478 JV 10

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