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Como Identificar
Como Identificar
Os Encargos Setoriais são todos criados por leis aprovadas pelo Congresso Nacional para
viabilizar a implantação de políticas públicas no setor elétrico brasileiro. Seus valores
constam de resoluções ou despachos da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
e são recolhidos pelas distribuidoras por meio da conta de luz. Cada um dos encargos
possui objetivos pré-definidos. Atualmente existem oito encargos setoriais.
Uma outra despesa que é apurada são as perdas não técnicas que decorrem,
principalmente, do consumo irregular de energia, ocasionado por fraudes no medidor,
furtos ou erros de medição. Na revisão tarifária, a ANEEL define o nível eficiente de
perdas não técnicas, por meio da comparação entre o desempenho das distribuidoras.
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Logo, só é repassado para as tarifas um nível de perdas regulatório, que pode ser menor
que o real, dependendo do valor de referência considerado para os diversos agrupamentos
de distribuidoras.
A cobrança dessas Tarifas (TUSD/TUST), dos Encargos Setoriais e das Perdas vem
incluídas nas Contas de Energia Elétrica. Porém a maioria das contas não vem
discriminadas de forma detalhada em cada rubrica os seus valores com o ICMS
correspondente.
TUSD e TUST
Estão aqui
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As denominações Serviços de Distribuição, Distribuição se referem à TUSD e as
denominações Serviços de Transmissão, Transmissão se referem à TUST. Todos os
valores que estão discriminados na composição estão sem os tributos inclusos, sendo estes
destacados separadamente. A incidência dos tributos é de ICMS, PIS e COFINS.
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Para incluir o PIS e a COFINS: somamos as alíquotas 1,04%+4,75% = 5,79% e
subtraímos de 100%, que é igual a = 94,21%. Depois, dividimos o Total sem Tributos por
esse percentual: 11.286,65 / 94,21% = 11.980,29 ➔ Esta será a base de cálculo do PIS
e da COFINS.
Pega-se a base de cálculo do PIS/COFINS e faz a inclusão do ICMS por dentro utilizando
o resultado da alíquota do ICMS menos 100%: 25% - 100% = 75%
ALÍQUOTAS TUSD PIS: 1,0400% COFINS: 4,7500% ICMS: 25,00% DIFERENÇA = 114,25
No Campo “Valor da Restituição” o ICMS é calculado por dentro e não incluiu o ICMS
incidentes s/PIS/COFINS das tarifas em sua base de cálculo. Para incluir e dar um ICMS
a restituir com PIS/COFINS é necessário alterar a fórmula. 1.858,91+114,25 =1.973,16.
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Atualmente existem no País estas Distribuidoras de Energia Elétrica:
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Fonte: https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/noticias/mme-atualiza-reducao-
esperada-na-conta-de-luz-com-nova-base-de-calculo-do-
icms#:~:text=Com%20a%20regulamenta%C3%A7%C3%A3o%2C%20os%20consumi
dores,5%25%20na%20conta%20de%20luz.&text=Os%20estados%20que%20implantar
am%20as,j%C3%A1%20est%C3%A3o%20beneficiando%20seus%20cidad%C3%A3o
s.
Todas as Distribuidoras acima têm embutidas em suas contas de luz a TUSD, TUST,
Encargos Setoriais e as Perdas.
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No site da Aneel tem um aplicativo em Power BI que demonstra as parcelas que compõem
o faturamento. Porém não são todas as contas que fecham com a fatura e o consumo está
limitado a 1000 kWh.
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMjVmYWVkZmQtYzAyMy00NDNiLTgzOG
UtNDBlNDgwOTdjYTY5IiwidCI6IjQwZDZmOWI4LWVjYTctNDZhMi05MmQ0LW
VhNGU5YzAxNzBlMSIsImMiOjR9
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Veja o exemplo desta Conta de Luz da Light no Rio de Janeiro:
ALÍQUOTAS TUSD PIS: 0,5500% COFINS: 2,5500% ICMS: 18,00% DIFERENÇA = 0,47
Apesar da Conta de Luz da Light não trazer as informações da TUSD, TUST e dos
Encargos, simulando no Power BI, achamos os valores individuais que fecharam com a
Conta de Luz no total.
Por meio do Ajuste Sinief nº 01/19, de 5 de abril de 2019 foi instituída a Nota Fiscal de
Energia Elétrica Eletrônica - NF3e, modelo 66, e o Documento Auxiliar da NF3e –
DANF3e para ser utilizada pelos contribuintes do ICMS em substituição à Nota
Fiscal/Conta de Energia Elétrica, modelo 6.
O documento que serve para representar as operações acobertadas por uma NF3e será o
DANF3e conforme leiaute estabelecido no Manual de Orientação do Contribuinte–MOC.
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Com a alteração do leiaute da Nota Fiscal de Energia Elétrica, algumas Distribuidoras
não colocam mais a composição do faturamento com os valores da distribuição,
transmissão, encargos setoriais e das perdas de energia. Com isso, o cliente usuário
consumidor da energia elétrica não tem mais a informação disponível na respectiva conta
de luz. Para obter essa informação, o consumidor deverá solicitar à Distribuidora.
No entanto, como prevê o Ajuste Sinief, a critério da unidade federada, a Distribuidora
emitente pode acrescentar itens nos documentos fiscais sem prejudicar o leiaute disposto
no referido Ajuste. Desta forma, algumas Distribuidoras continuam informando as tarifas
TUSD, TUST e os Encargos Setoriais.
As Distribuidoras de Energia Elétrica contribuintes do ICMS estão obrigados ao uso da
NF3e a partir de 1º de fevereiro de 2022.
Para os Estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul,
Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia,
Roraima e Sergipe, a obrigatoriedade teve início em 1º de outubro de 2022.
Para o Estado de Mato Grosso, a partir de 1º de junho de 2022.
Para os Estados do Espírito Santo, São Paulo e Tocantins e para o Distrito Federal, será
obrigatório a partir de 1º de abril de 2023.
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O Consumidor Cativo é aquele que não tem a opção de escolher seu próprio fornecedor
de energia. Tampouco pode negociar o preço. Ele paga uma fatura todo mês à
concessionária local de energia e está sujeito às tarifas reguladas pelo governo.
Já o Consumidor Livre tem a possibilidade de escolher de qual empresa geradora ou
comercializadora quer adquirir energia, contratando diretamente. Com isso, tem a
liberdade de negociar todas as condições comerciais, como o volume de energia, o preço,
o período de fornecimento e até aspectos de flexibilidade contratual.
Nas Contas de Energia Elétrica podemos identificar os contratos do Consumidor Livre
com a classificação de Tarifa Verde – A4 conforme se observa nas faturas:
As cobranças das TUSD, TUST, Encargos Setoriais e Perdas de Energia são cobradas
tanto nas Contas de Energia Elétrica dos Consumidores Cativos como nos de
Consumidores Livres. Nos Consumidores Livres temos os contratos de Demanda
Contratada.
E ainda, incluiu o inciso X ao Artigo 3º da Lei Kandir para não incidir o ICMS nos
serviços de transmissão e distribuição e encargos setoriais vinculados às operações com
energia elétrica (NR).
A tabela a seguir mostra a atual alíquota do ICMS sobre a Energia Elétrica seguindo a
diretriz da LC-194/22, bem como, quais os Estados que já excluíram a TUST, TUSD e os
Encargos da base de cálculo do ICMS:
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INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE ENERGIA ELÉTRICA
ICMS SOBRE
ESTADO ALÍQUOTA FUNDAMENTO LEGAL
TUST/TUSD/ENCARGOS
AC 17% SIM Decreto 11.084/22
AL 19% SIM Decreto 83.840/22
AM 18% SIM Decreto 45.973/22
AP 18% SIM Art. 25, II, "i" do RICMS/AP
BA 18% SIM Decreto 21.494/22
CE 18% SIM Lei 18.154/22
DF 18% NÃO Decreto 43.521/22 e Art. 5º, XII - RICMS/DF
ES 17% NÃO Decreto 5.164-R/22
GO 17% SIM Lei Complementar 194/22
MA 18% NÃO Lei 11.792/22
MG 18% SIM Lei Complementar 194/22
MS 17% SIM Decreto 15.990/22
MT 17% SIM Decreto 1.240/21
PA 17% SIM Decreto 2.476/22
PB 18% SIM Decreto 42.656/22
PE 18% NÃO Lei 17.898/22 e Decrerto 53.266/22
PI 18% SIM Lei 7.846/22
PR 18% NÃO Lei Complementar 194/22
RJ 18% SIM Decreto 48.145/22
RN 18% NÃO Decreto 31.656/22
RO 17,5% SIM Lei 5.364/22
RR 17% SIM Art. 46, I, "d" do RICMS/RR
RS 17% NÃO Decreto 56.573/22
SC 17% NÃO Decreto 2.110/22
SE 18% SIM Decreto 112/22
SP 18% NÃO Lei Complementar 194/22
TO 18% SIM Lei Complementar 194/22
Tabela elaborada por @YamashiroSérgio
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