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Estratificação social – Sociologia 1º ano

Ao andar pelas ruas, é possível se deparar com pessoas muito ricas e outras muito pobres em um único
lugar. Enquanto uns viajam para o exterior e andam em carros de luxo, outros pedem dinheiro no sinal e
sobrevivem de baixo de viadutos. É o que chamamos, em Sociologia, de estratificação social. Isso acontece
porque a sociedade não é homogênea, mas sim heterogênea. Ou seja, ela é composta por grupos de
pessoas com características socioeconômicas distintas. Vários estudiosos se debruçaram sobre o assunto
para explicar o que é isso e como as pessoas se dividem em classes. Vamos aprender mais?
O que é estratificação social

O termo estratificação social é usado no campo da Sociologia para a classificação que envolve indivíduos
em grupos de acordo com suas condições socioeconômicas. Quando uma pessoa ou um grupo social leva
vantagem e tem privilégios em detrimento de outros, dá-se o nome de estratificação social.

Trata-se de uma característica histórica da sociedade e pode ser observada desde o início das civilizações.
Não envolve apenas critérios econômicos, mas leva em consideração, também, as crenças e as práticas
culturais. Comumente, na cultura ocidental capitalista, as divisões acontecem em três níveis principais:
classe baixa, classe média e classe alta.

Desta forma, a Sociologia busca entender como uma determinada sociedade se organiza através de uma
hierarquia. Dois estudiosos dedicaram parte de suas vidas para compreender o funcionamento da
estratificação social.

O primeiro deles, o alemão Karl Marx, denomina os grupos sociais como “classes”, enquanto Max Weber,
também alemão, utiliza a palavra “estamentos” para designar essas divisões. Pirâmide da estratificação
social

A pirâmide social é um modelo criado para representar a posição das classes sociais. Assim, as classes são
organizadas na pirâmide de acordo com seu poder econômico e seu status social.
Quanto mais alta for a posição do indivíduo, maiores serão seus recursos e suas condições de acesso aos
bens materiais. Por formarem a maior parte da população, as pessoas mais pobres são representadas na
base da figura geométrica. Isso significa que a parte de baixo tem menos poder econômico e social.

Esse modelo é muito utilizado para exemplificar as classes sociais ao longo da história. É importante
lembrar que, no modo de produção capitalista, as pessoas podem mudar de posição na pirâmide devido à
mobilidade social. Veremos um pouco mais sobre isso daqui a pouco.
Tipos de estratificação social

Ao longo da história, já existiram vários tipos de estratificação social. Atualmente, existem basicamente
três formas de qualificar essa divisão.
Sistema de castas

Muito utilizado na Índia, o sistema de casta está previsto nos livros sagrados do hinduísmo e se baseia na
família em que a pessoa nasceu. Cada casta está ligada a uma prática religiosa, tem profissões específicas
e regras próprias.

Inicialmente, haviam apenas quatro castas: os shudras (escravos); os vaixás (trabalhadores, artesãos e
camponeses); os xátrias (homens do exército) e os brâmanes (elite e clero).

Existem, também, os párias, conhecidos como “os intocáveis”. Condenado à marginalidade, esse grupo
exerce trabalhos degradantes, pede esmolas e recebem baixas remunerações. Apesar de todos os
esforços governamentais para diminuir a desigualdade social na Índia, essas castas ainda são presentes.

A partir de 1947, a criação de uma nova Constituição tentou diminuir a discriminação imposta pelas castas.
Contudo, trata-se de um comportamento cultural que não acaba apenas com a criação de leis.
Escravidão

A escravidão é um sistema fechado, ou seja, não oferece oportunidades para que o indivíduo mude de
posição social. É um dos modelos econômicos mais antigos da humanidade, em que um indivíduo passa a
ter posse da pessoa escravizada.

O maior exemplo de todos foi a escravidão no continente americano, praticada, principalmente, pelos
portugueses e espanhóis durante a colonização. Estima-se que mais de 12 milhões de pessoas tenham sido
trazidas da África para as Américas para exercerem trabalhos forçados, mediante castigos físicos,
aprisionamento e tortura.

A escravidão ainda existe, embora seja ilegal. Cerca de 400 milhões de pessoas vivem sob essa condição
no mundo. Mulheres e crianças são retiradas de seus países de origem para trabalharem como escravos
sexuais, principalmente na Ásia e na Europa. É comum também o uso clandestino de escravos na
produção de roupas de grifes.
Capitalismo

O capitalismo é o modo de produção atual presente em quase todos os países do mundo. Esse sistema
permite a mobilidade social, quer dizer, um indivíduo pode ascender ou descender de classe de acordo
com seu trabalho e seus ganhos ao longo da vida.

Esse sistema relaciona classe e estratificação social.


 A classe baixa é composta de pessoas mais pobres, desempregadas e, em muitos casos, sem abrigo
nem comida.
 Já a classe média está no meio das duas outras. É formada por pessoas trabalhadoras que,
geralmente, têm condições de moradia e de alimentação dignas, possuem um nível de formação
educacional médio ou superior. Constituem essa classe profissionais como: médicos, professores,
engenheiros, pequenos e médios empresários, entre outros.
 Por fim, a classe alta é composta das pessoas mais ricas. Vivem nos bairros mais caros, frequentam
instituições de ensino de alta qualidade e exercem poder e influência perante as outras classes.
Compõem a classe alta: grandes empresários, políticos, banqueiros, latifundiários, entre outros.
Estratificação social segundo Max Weber

Como já vimos, Max Weber foi um sociólogo que estudou e analisou a composição social. De acordo com
Weber, a sociedade pode ser dividida de três formas principais: social, política e econômica.

Os critérios utilizados por Weber para analisar a estratificação social vão além do trabalho que o indivíduo
realiza (fator econômico). Os estratos sociais são formados pela união de diferentes ordens, como a
posição social que a pessoa ocupa e seu poder de influência perante os demais.
Estratificação Social segundo Karl Marx

Karl Marx mostrou que o processo de transformação social do feudalismo para o capitalismo libertava o
indivíduo, pois permitia certa mobilidade. Mas ele foi um crítico ferrenho do sistema capitalista e
denunciou as péssimas condições de trabalho e as longas jornadas dos trabalhadores.

Para Karl Marx, a estratificação social se baseia principalmente nas questões econômicas. A sociedade se
divide entre proletariado e burguesia no pensamento marxista. Somente com a distribuição das riquezas e
da estatização dos meios de produção, a sociedade conseguiria uma harmonia e as desigualdades
diminuiriam.

Como você viu, a estratificação social existe na humanidade desde a sua origem, mas há vários tipos de
formação de grupos ou classes, dependendo da cultura, da situação econômica, e até política.

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