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Maria Rosineide Da Silva Costa Oab/Am 4.952
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Maria Rosineide da Silva Costa OAB/AM 4.952
Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0635078-83.2021.8.04.0001 e código A6B151B.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARIA ROSINEIDE DA SILVA COSTA, protocolado em 02/09/2023 às 11:29 , sob o número PWEB23610961015 .
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DE FAMÍLIA
DACOMARCA DE MANAUS-AM:
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Rua Beatriz Portinari 305, Japiim I, CEP 69078-520 – Celular: (92) 993896680, e-mail: neide.giga@yahoo.com.br, - Manaus – AM.
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DA VERDADE DOS FATOS
De inicio cabe ressaltar que embora as autoras aleguem o parentesco por consaguinidade
com o falecido, não apresentaram qualquer comprovação destas alegações ou mesmo do que
decorre a alegada parentalidade, limitando-se apenas a afirmar alguns supostos fatos e juntar um
amontoado de fotos em que são registradas a presença do falecido, as quais, todavia, não são
documentos hábeis para comprovar grau de parentesco seja biológico ou socioafetivo.
As autoras alegam que o falecido foi expulso de casa por sua mãe biológica e que por
essa razão procurou abrigo na casa dos pais destas. No entanto, cumpre esclarecer que o falecido
foi registrado em nome dos bisavós maternos e por eles criados desde que nasceu, conviveu e
residiu sob o mesmo teto destes até a idade adulta. Ou seja, o falecido nunca morou com a mãe
biológica.
Aliás, a própria autora, em sua Réplica nos presentes autos (vide pg. 88 2º parágrafo)
afirma que o falecido “viveu somente até a adolescência com os avós e que nunca morou com a
mãe biológica”. Então, como poderia a mãe biológica tê-lo expulsado de casa se com ela ele
nunca morou? Daí se pode constatar a falta de veracidade e contradição nos fatos alegados pelas
autoras.
Note-se que as autoras alegam convivência sobre o mesmo teto e afirmam ter o falecido
recebido educação e auxílio financeiro dos tios, porém, não juntaram nenhum documento escolar
assinado pelos supostos tios, nenhum registro oficial de que o falecido de fato morou com os
supostos tios ou mesmo com uma das autoras e mais, considerando a afirmação de que o mesmo
tinha 14 anos de idade quando foi morar com os supostos tios, também não juntaram qualquer
documento comprobatório de que os mesmos detinham a guarda legal do falecido.
A verdade é que durante toda sua infância desde o nascimento e adolescência, o falecido
morou e conviveu plenamente com os bisavós maternos os quais assumiram toda a
responsabilidade por sua criação, dando-lhe todo o amor, educação, atenção assim como todo o
auxílio financeiro e emocional necessários à sua sobrevivência até o atingimento da idade adulta,
quando só então, tendo condições de se manter por conta própria, resolveu sair de casa e morar
sozinho e, mesmo tendo saído de casa, o falecido nunca abandonou os laços familiares com sua
família materna e nunca deixou de frequentar a casa dos bisavós e de outros familiares.
Ora, o fato de uma pessoa ter uma ótima relação de convivência e amizade com outras,
familiares ou não, compartilhando viagens experiencias, momentos de laser, eventos familiares
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dentre outros, demonstra apenas a existência de uma relação saudável entre eles, não podendo
esse vinculo ser necessariamente considerado socioafetivo, mesmo porque, para que tal ocorra
deve haver a demonstração contundente, clara e inequívoca da relação de socioafetivadade, sob
pena de banalização das relações de parentesco, principalmente por conta dos efeitos pessoais e
patrimoniais daí decorrentes, até mesmo para se evitar pedidos indiscriminados de declaração
de fraternidade socioafetiva por motivação exclusivamente patrimonial.
De mais a mais, fotos familiares, cartões de créditos adicionais, aquisição de imóvel de
um suposto primo ou mesmo ser padrinho da filha da outrem, não são elementos de provas
minimamente capazes de demonstrar de forma cabal, a existência de uma relação fraternal entre
as autoras e o falecido, senão uma convivência saudável com pessoas que talvez ele considerasse
como membros de sua família paterna, da mesma forma que mantinha uma relação saudável e
harmônica com os membros de sua família biológica materna.
Por sua vez, as declarações escritas juntadas aos autos pelas autoras são por demais
frágeis para comprovar os fatos por elas alegados visto que revelam várias contradições em
relação aos fatos nelas declarados, com os fatos alegados pelas autoras, senão vejamos alguns
exemplos:
as autoras, durante todos os seus relatos tentam demonstrar que eram tratadas como irmãs pelo
falecido e que entre os três havia uma verdadeira relação fraternal e que foram os três criados sob
o mesmo teto, inclusive. No entanto, em algumas declarações (vide pg. 52-56), os declarantes
afirmam que o falecido era “filho” afetivo e não irmão afetivo da senhora Marli.
Ora, se a autora se considerava mãe afetiva do falecido, porque então está pleiteando
reconhecimento de fraternidade ao invés do reconhecimento de maternidade afetiva?
Outro declarante (vide pg 57) afirma que o falecido apresentou a senhora Maria Bezerra
como parte de sua família. Indaga-se, se o falecido tinha uma verdadeira relação fraternal com as
autoras, por que ao invés de apresentá-la como parte da família não a apresentou diretamente
como sua irmã?
Já outros declarantes (vide pgs. 58-59) afirmam que presenciaram a expulsão do falecido
da casa de sua mãe biologia, porém, como já dantes mencionado, as próprias autoras afirmam
que o falecido nunca morou com a mãe biológica.
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Portanto, percebe-se claramente que as declarações juntadas pelas autoras não são
elementos capazes de corroborar suas alegações posto que, além de serem produzidas de forma
unilateral, são confusas, evasivas e contraditórias em relação aos fatos alegados.
Além disso, o documento particular não tem o condão de provar o fato nele declarado,
ou seja, prova que houve a declaração do fato pelo declarante mas não o fato declarado, cabendo
àquele que tem interesse em sua veracidade o ônus de prová-lo. É o que se infere do disposto no
parágrafo único do artigo 408 do CPC/2015, senão vejamos:
Art. 408....
As autoras não se desincumbiram deste ônus razão pela qual não fazem jus ao direito
pleiteado, devendo o pedido ser rejeitado em todos os seus termos.
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive pericial, documental,
testemunhal, tudo o que desde já requer.
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