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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M .

B R

LINGUAGENS

Questão 01. Questão 04.


À margem de uma fonte, que corria,
Lira doce dos pássaros cantores Torno a ver-vos, ó montes: o destino
A bela ocasião das minhas dores Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Dormindo estava ao despertar do dia. Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Mas como dorme Sílvia, não vestia
O céu seus horizontes de mil cores;
Dominava o silêncio entre as flores, Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Calava o mar, e rio não se ouvia. Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Não dão o parabém à nova Aurora Vendo correr os míseros vaqueiros
Flores canoras, pássaros fragrantes, Atrás de seu cansado desatino.
Nem seu âmbar respira a rica Flora.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Porém abrindo Sílvia os dois diamantes,
Tudo a Sílvia festeja, tudo adora Que chega a ter mais preço, e mais valia
Aves cheirosas, flores ressonantes. Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.
(Poemas escolhidos, 2010.)

Aqui descanso a louca fantasia,


No soneto, a seguinte expressão é empregada pelo eu lírico em lugar de
o que até agora se tornava em pranto
sua musa Sílvia:
Se converta em afetos de alegria.
a) “Flores canoras, pássaros fragrantes”. COSTA, Cláudio Manoel da. In: FILHO, Domício Proença. A poesia dos inconfidentes. Rio
b) “À margem de uma fonte, que corria”. de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78/9.

c) “O céu seus horizontes de mil cores”.


d) “A bela ocasião das minhas dores”. Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel
da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor.
e) “Aves cheirosas, flores ressonantes”.
a) “Torno a ver-vos, ó montes: o destino” (v. 1)
b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v. 5)
Questão 02.
Faz a imaginação de um bem amado (1), c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v. 6)
Que nele se transforme o peito amante (2); d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v. 7)
Daqui vem (3) que a minha alma delirante e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.” (v. 11)
Se não distingue (4) já do meu cuidado.
(Fonte: Cláudio Manuel da Costa)
Questão 05.
Obs. : do meu cuidado = da pessoa amada Já rompe, Nise, a matutina Aurora

Assinale a alternativa correta. O negro manto, com que a noite escura,

a) O termo a imaginação de um bem amado (1) é objeto direto do verbo Sufocando do Sol a face pura,
“fazer”.
Tinha escondido a chama brilhadora.
b) O termo o peito amante (2) é sujeito do verbo “transformar”. Cláudio Manuel da Costa
c) O segmento Daqui vem (3) introduz idéia de causa.
d) O segmento Se não distingue (4) introduz idéia de condição. Nessa estrofe, o poeta
e) O segmento que a minha alma delirante / Se não distingue já do meu a) dirige-se a Nise, com intuito de expressar tristeza pelo fato de o manto
cuidado (3) e (4) é objeto direto do verbo “vir”. negro da noite corromper a beleza do dia, representada pela deusa
Aurora.
Questão 03. b) dirige-se à amada para lamentar o fim de uma noite de amor pela
chegada de novo dia, fato comprovado pelo uso das expressões a
Assinale a alternativa correta em relação a Marília de Dirceu, de Tomás matutina Aurora e chama brilhadora.
Antonio Gonzaga. c) dirige-se a Nise e lhe descreve um quadro da natureza por meio de
a) No livro, é estabelecido um contraste entre a paisagem, bucólica e metáforas como, por exemplo, negro manto e Sufocando do Sol a face
amena, e o cenário da masmorra, opressivo e triste. pura.
b) Trata-se de um conjunto de cartas de amor, enviadas por Marília, de d) declara seu amor a Nise com uma linguagem emotiva (rompe, negro
Minas Gerais, a Dirceu, que se encontra em Moçambique. manto etc), estabelecendo uma analogia entre a natureza grandiosa
e a beleza da amada.
c) Na obra, o pensamento racional é anulado em favor do sentimentalismo
romântico. e) declara seu amor à Musa e lamenta o fato de não ser correspondido,
já que a face pura do Sol foi apagada pelo negro manto da noite escura.
d) Nas liras de Gonzaga, Marília é uma mulher irreal, incorpórea, imaginada
pelo pastor Dirceu.
e) Trata-se de um livro satírico, carregado de termos pejorativos em
relação às convenções da época.

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Questão 06. Com base nos excertos anteriores e na leitura dos três Sermões de
Quarta-feira de Cinza, assinale a alternativa correta.
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal
da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que a) Em Ariès, a salvação ou danação ocorre no quarto do moribundo, mas
faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê nos sermões de Vieira é a atenção ao momento presente e a decisão
tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de correta que importam para o cristão.
sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque b) A afirmação de Alcir Pécora é válida somente para o primeiro sermão,
o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o pois os dois últimos sermões retomam o tema do fim dos tempos e
sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou da agonia do moribundo para a fé cristã.
porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a c) Segundo Ariès, o drama da salvação se dá na imagem do quarto do
doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não moribundo. Essa imagem é decisiva para a compreensão do terceiro
salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra sermão.
se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem,
que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se d) Para Alcir Pécora, o que distingue os sermões de Vieira dos discursos
pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os sobre a morte nesse período é a ênfase do padre jesuíta na ação
ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo futura.
isto verdade? Ainda mal! e) Conforme Alcir Pécora, o que distingue os sermões de Vieira dos
(Antônio Vieira, Sermão de Santo Antônio, em: <http://www.dominiopublico.gov.br/ discursos sobre a morte nesse período é a ênfase do padre jesuíta na
download/texto/bv000033.pdf>.) ação do passado.

TEXO PARA AS QUESTÕES 08 E 09


O excerto acima é o início do “Sermão de Santo António aos Peixes”
escrito por Antônio Vieira, que se imortalizou pela coerência lógica de Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes” de Antônio
seus textos, além de suas qualidades literárias. Vieira (1608-1697)
O texto trabalha fundamentalmente com duas metáforas: o sal e a A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis
terra, que representam, respectivamente, os pregadores (aqueles que uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz
deveriam propagar a palavra de Cristo) e os ouvintes (aqueles que ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes
deveriam ser convertidos). O tema central do texto é a reflexão sobre comem os pequenos. [...] Santo Agostinho, que pregava aos homens,
as possíveis causas da ineficiência dos pregadores. Para tanto, o autor para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu,
levanta algumas hipóteses. Tendo isso em vista, considere as seguintes que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero
afirmativas: que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não:
1. Os pregadores não pregam o que deveriam pregar. não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o
sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais
2. Os ouvintes se recusam a aceitar o que os pregadores pregam. que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o
3. Os pregadores não agem de acordo com os valores que pregam. de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir,
4. Os ouvintes agem como os pregadores em vez de agir de acordo com vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as
o que eles pregam. ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair
sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os
5. Os pregadores promovem a si mesmos na pregação ao invés de
homens como hão de comer, e como se hão de comer.
promover as palavras de Cristo.
[...]
Constituem hipóteses levantadas pelo autor do texto:
Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão
a) 1 e 3 apenas. declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a plebe e os plebeus,
b) 3 e 5 apenas. que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que menos
c) 1, 2 e 4 apenas. avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem
de qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant.
d) 2, 4 e 5 apenas. Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não
e) 1, 2, 3, 4 e 5. se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a
poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros: Qui devorant
plebem meam. E de que modo se devoram e comem? Ut cibum panis:
Questão 07. não como os outros comeres, senão como pão. A diferença que há entre
o pão e os outros comeres é que, para a carne, há dias de carne, e para o
Sobre as representações históricas da morte no Ocidente, Philippe Ariès peixe, dias de peixe, e para as frutas, diferentes meses no ano; porém o
e Alcir Pécora comentam: pão é comer de todos os dias, que sempre e continuadamente se come:
“O moribundo está deitado, cercado por seus amigos e familiares. e isto é o que padecem os pequenos. São o pão cotidiano dos grandes:
Está prestes a executar os ritos que bem conhecemos. (...) Seres e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em tudo são
sobrenaturais invadiram o quarto e se comprimem na cabeceira do comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que
‘jacente’. A grande reunião que nos séculos XII e XIII tinha lugar no final os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em
dos tempos se faz, então, a partir do século XV, no quarto do enfermo.” que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut
(Philippe Ariès, História da morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos dias. Rio de
cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?
Janeiro: Nova Fronteira, 2012, p. 53.) (Antônio Vieira. Essencial, 2011.)

“(...) essa espécie de arte de morrer de Vieira se opõe à tradição


das artes moriendi fundadas na preparação para a ‘última prova’ que Questão 08.
acontece apenas no quarto do moribundo. Não é mais lá que se decide
a salvação ou a condenação do cristão, mas no exato momento de suas Condizente com o teor do sermão está o conteúdo do seguinte provérbio:
escolhas e ações ao longo da vida, vale dizer, na resolução adequada a
ser tomada hic et nunc (aqui e agora).” a) “A tolerância é a virtude do fraco.”
(Alcir Pécora, A arte de morrer, segundo Vieira, em Antonio Vieira, Sermões de quarta- b) “O homem é o lobo do homem.”
feira de cinza. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2016. p.51.) c) “Ao homem ousado, a fortuna lhe dá a mão.”
d) “A fome é a companheira do homem ocioso.”
e) “Quem tem ofício, não morre de fome.”

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Questão 09. Há livros que só funcionam em papel. É o caso dos livros que os
povos angloparlantes denominam coffee table books, “livros de mesinha
“Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão declaradamente de centro” - aqueles livrões bonitos, em formato grande, cheios de
a sua plebe” (2- parágrafo) ilustrações e muito incómodos de ler no colo, impossíveis de levar para a
cama. Estes são objetos que se destacam pelo tamanho, pela qualidade
Reescrito em ordem direta, tal trecho assume a seguinte forma: de impressão, pela vista que fazem. Quem quer ver um livro desses num
a) Deus diz que os homens, senão declaradamente a sua plebe, comem tablet? Quem quer presentear um desses em e-formato?
não só o seu povo.
Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos
b) Diz Deus que os homens comem não só o seu povo, senão e queremos ter ao alcance da mão. Esses são aqueles livros que, em
declaradamente a sua plebe. geral, lemos pela primeira vez em formato de bolso, mas aos quais nos
c) Deus diz que os homens comem não só o seu povo, senão a sua plebe apegamos tanto que, não raro, acabamos comprando uma segunda
declaradamente. edição, mais bonita, para nos fazer companhia pelo resto da vida.
d) Os homens comem não só o seu povo, senão a sua plebe Isso explica as lindas edições que a Zahar, por exemplo, tem feito
declaradamente, diz Deus. de obras que já encantaram várias gerações, como “Peter Pan”, “Os três
e) Os homens comem não só o seu povo, diz Deus, senão declaradamente mosqueteiros” ou “Vinte mil léguas submarinas”: livros lindos de se ver e de
a sua plebe. se pegar, cujo esmero físico complementa a edição caprichada. Ganhar de
presente um livro desses é uma alegria que não se tem com um vale para
uma compra eletrônica. Fica a dica, aliás, já que o Natal vem aí.
Questão 10.
Há prazeres e sensações que só tem com o papel. Gosto de perceber
“A nossa Sé da Bahia, o tamanho de um livro à primeira vista. Um tablet pode me informar
Com ser um mapa de festas, quantas páginas um volume tem, mas essa informação é abstrata. Saber
É um presepe de bestas, que um livro tem 500 páginas ou ver que um livro tem 500 páginas são
Se não for estrebaria: coisas diferentes. Gosto também de folhear um livro e de fazer uma
Várias bestas cada dia espécie de leitura em diagonal antes de me decidir pela compra. Isso é
Vejo que o sino congrega.” impossível de fazer com ebooks.

Quanto aos versos, é INCORRETO afirmar que Sem falar, é claro, do cheiro inigualável dos livros em papel.
RONAI, Cora. Jornal O Globo, Economia, 12 nov. 2012.
a) São um depoimento impressionante sobre as realidades sociais da época.
b) Criticam as igrejas que serviam como ponto de reunião de senhores-
Em que opção a autora empregou o paralelismo?
de-engenho e do povo.
c) Confirmam a terrível capacidade crítica do poeta, que lhe valeu o a) “Não dou vida longa aos livros de referência em Papel.” (3º§)
apelido de “O Boca do Inferno”. b) “Sem falar, é claro, do cheiro inigualável dos livros em papel.” (9º§)
d) Integram a poesia lírica do poeta, em que ele se posicionou como c) “Esses são aqueles livros que, em geral, lemos pela primeira vez [...].”
censor e vítima, criticando toda a sociedade baiana. (6º§)
e) É um poema com função crítica, marca do poeta. d) “Gosto igualmente de livros e de tecnologia, e seria a primeira a abraçar
[...].” (2º§)
Questão 11. e) “Em alguns casos, percebo uma espécie perversa de prazer apocalíptico
[...].” (1º§)
Não, os livros não vão acabar

Não sei se é a próxima chegada da Amazon ao Brasil ou a profecia Questão 12.


maia do fim do mundo, mas o fato é que nunca vi tanta gente preocupada Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em
com o fim do livro. São estudantes que me escrevem motivados por crônica de jornal – eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me
pesquisas escolares, organizadores de eventos literários que me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes também é feita,
pedem palestras, leitores que manifestam sua apreensão. Em alguns intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o
casos, percebo uma espécie perversa de prazer apocalíptico, mas logo escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua
desaponto quem quer ver o mar pegando fogo para comer camarão cara escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais. Alguns
cozido: é que absolutamente não acredito que o livro vai acabar. discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos
Tenho escrito reiteradas vezes sobre o assunto; estou, aliás, numa que parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados:
posição bastante confortável para fazê-lo. Gosto igualmente de livros e “Você escreveu exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo
de tecnologia, e seria a primeira a abraçar meus dois amores reunidos com meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com
num só objeto; mas embora o Kindle e os vários pads tenham o seu valor minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos
como readers, os livros em papel não estão tão próximos da extinção andava meio assim: é como me botarem no colo – também eu preciso. Na
quanto, digamos, o tigre de Sumatra. verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal.
De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos
Para começo de conversa, é preciso lembrar que o negócio das que iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério
editoras não é vender papel, mas sim vender histórias. O papel é apenas ser sério... mesmo quando parece que estou brincando: essa é uma das
o suporte para os seus produtos. Aos poucos, em alguns casos, ele maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua sendo a
tende a ser mesmo substituído pelos tablets. Não dou vida longa aos minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
livros de referência em papel. Estes funcionam melhor, e podem ser LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004.
mais facilmente atualizados, em forma eletrônica. O caso clássico é o da
Enciclopédia Britannica, cujos editores anunciaram, no começo do ano,
que a edição corrente, de 2010, seria a última impressa, marcando o fim Os textos fazem uso constante de recursos que permitem a articulação
de 244 anos de uma bela - e volumosa -história em papel. entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o elemento

Embora quase todos os conjuntos de folhas impressas reunidos entre a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”.
duas capas recebam o mesmo nome de livro, nem todos exercem a mesma b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
função. Há livros e livros. Um manual técnico é um animal completamente c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.
diferente de um romance; um livro escolar não guarda nenhuma semelhança
d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”.
com uni livro de arte; uma antologia poética e um guia de viagem são
produtos que só têm em comum o fato de serem vendidos no mesmo lugar. e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.

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Questão 13. Acerca do texto lido, pode-se afirmar que:


Dizer o que seja a arte é coisa difícil. Um sem-número de tratados de I. O poeta se espantou com a pergunta, porque ela lhe foi feita por umas
estética debruçou-se sobre o problema, procurando situá-lo, procurando menininhas.
definir o conceito. Mas, se buscamos uma resposta clara e definitiva, II. Os estruturalistas, como os robôs, fazem uma análise tão cuidadosa
decepcionamo-nos: elas são divergentes, contraditórias, além de do poema, que acabam por desfigurá-lo.
frequentemente se pretenderem exclusivas, propondo-se como solução III. O poeta e a professora estavam de acordo sobre a importância dos
única. Desse ponto de vista, a empresa é desencorajadora. diminutivos no texto literário.
Entretanto, se pedirmos a qualquer pessoa que possua um mínimo IV. Os robôs são inumanos e os estruturalistas, com seu excessivo apego
contato com a cultura para nos citar alguns exemplos de obras de arte a detalhes, às vezes tornam-se desumanos.
ou de artistas, ficaremos certamente satisfeitos. Todos sabemos que a V. Os poemas, por demandarem sensibilidade do leitor, não deveriam
Mona Lisa, que a Nona Sinfonia de Beethoven, que a Divina Comédia, que ser analisados por professores que agem como robôs.
Guernica de Picasso ou o Davi de Michelangelo são, indiscutivelmente,
obras de arte. Assim, mesmo sem possuirmos uma definição clara e Estão corretas as seguintes interpretações do texto de Mário Quintana:
lógica do conceito, somos capazes de identificar algumas produções da
cultura em que vivemos como “arte”. a) I - II - IV
b) II - III - IV
É possível dizer, então, que arte são certas manifestações da
atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo, isto c) I - IV - V
é: nossa cultura possui uma noção que denomina solidamente algumas d) I - III - V
de suas atividades e as privilegia. Portanto, podemos ficar tranquilos: se e) II - IV - V
não conseguimos saber o que a arte é, pelo menos sabemos quais coisas
correspondem a essa ideia e como devemos nos comportar diante delas.
O que é arte, 2010. (Adaptado.) Questão 15.

TEXTO I
“arte são certas manifestações da atividade humana diante das quais
nosso sentimento é admirativo” (3º parágrafo) Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os
amigos na praia. Quase não havia cabelos brancos entre os poucos
Os dois segmentos sublinhados podem ser substituídos, com correção que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de
gramatical, por: um jovem. Tinha 50 anos naquela época, entretanto, idade em que me
a) do espírito humano - em frente dos quais. considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilégio de
chegar aos 90 em pleno domínio da razão, é possível que uma imagem
b) da sensibilidade humana - perante às quais.
de agora me cause impressão semelhante.
c) do espírito humano - perante as quais.
O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde a concepção:
d) da sensibilidade humana - em frente as quais.
o feto de seis meses é muito mais velho do que o embrião de cinco dias.
e) do espírito humano - perante aos quais. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na
qual nós somos inigualáveis: a adaptação. Não há animal capaz de criar
soluções diante da adversidade como nós, de sobreviver em nichos
Questão 14.
ecológicos que vão do calor tropical às geleiras do Ártico.
De como não ler um poema
Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitação,
temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais
Há tempos me perguntaram umas menininhas, numa dessas velhos. A adolescência é um fenômeno moderno. Nossos ancestrais
pesquisas, quantos diminutivos eu empregara no meu livro A Rua dos passavam da infância à vida adulta sem estágios intermediários. Nas
Cata-ventos. Espantadíssimo, disse-lhes que não sabia. Nem tentaria comunidades agrárias o menino de sete anos trabalhava na roça e as
saber, porque poderiam escapar-me alguns na contagem. Que essas meninas cuidavam dos afazeres domésticos antes de chegar a essa idade.
estatísticas, aliás, só poderiam ser feitas eficientemente com o auxílio
de robôs. Não sei se as menininhas sabiam ao certo o que era um robô. A figura do adolescente que mora com os pais até os 30 anos, sem
Mas a professora delas, que mandara fazer as perguntas, devia ser um abrir mão do direito de reclamar da comida à mesa e da camisa mal
deles. E mal sabia eu, então, que estava dando um testemunho sobre o passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda
estruturalismo - o qual só depois vim a conhecer pelos seus produtos em Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avós tinham filhos para criar.
jornais e revistas. Mas continuo achando que um poema (um verdadeiro
A exaltação da juventude como o período áureo da existência
poema, quero dizer), sendo algo dramaticamente emocional, não
humana é um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a
deveria ser entregue à consideração de robôs, que, como todos sabem,
publicidade dos bens de consumo, exaltar a estética, os costumes e
são inumanos. Um robô, quando muito, poderá fazer uma meticulosa
os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária tem o
autópsia - caso fosse possível autopsiar uma coisa tão viva como é a
efeito perverso de insinuar que o declínio começa assim que essa fase
poesia. Em todo caso, os estruturalistas não deixam de ter o seu quê
se aproxima do fim.
de humano... Nas suas pacientes, afanosas, exaustivas furungações, são
exatamente como certas crianças que acabam estripando um boneco A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito
para ver onde está a musiquinha. mais do que afligia nossos antepassados. Sócrates tomou cicuta aos 70
(Mário Quintana - Textos Selecionados) anos, Cícero foi assassinado aos 63, Matusalém sabe-se lá quantos anos
teve, mas seus contemporâneos gregos, romanos ou judeus viviam em
média 30 anos. No início do século 20, a expectativa de vida ao nascer
Glossário:
nos países da Europa mais desenvolvida não passava dos 40 anos.
Estruturalismo: tendência metodológica que busca a apreensão de A mortalidade infantil era altíssima; epidemias de peste negra,
estruturas concebidas como modelos matemáticos, mecânicos. varíola, malária, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam
populações inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado
Afanosas: trabalhosas, cansativas. por guerras, enfermidades infecciosas, escravidão, dores sem analgesia
e a onipresença da mais temível das criaturas. Que sentido haveria em
Furungações: buscas exaustivas de dados que não existem.
pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era tão alta?

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Seria como hoje preocupar- nos com a vida aos cem anos de idade, que Questão 16.
pouquíssimos conhecerão.
Os que estão vivos agora têm boa chance de passar dos 80. Se
assim for, é preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se
modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá aos
60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo
de decadência física para aqueles que se movimentam, não fumam,
comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às
transformações do mundo.
Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos de
corpo e alma ao deixar a juventude é torná-la experiência medíocre.
Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 é não
levar em conta que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir
por conta própria as experiências traumáticas e relegar ao esquecimento
inseguranças, medos, desilusões afetivas, riscos desnecessários e as
burradas que fizemos nessa época. Nada mais ofensivo para o velho do
que dizer que ele tem “cabeça de jovem”. É considerá-lo mais inadequado
do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez.
Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a
aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre
espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem
sonhávamos anteriormente.
VARELLA, D. A arte de envelhecer. Folha de S. Paulo. Disponível em: http://www1.folha.
uol.com.br/colunas/2016/01/1732457. Acesso em: mai. 2017. (Adaptado.) https://www.eonline.com/br/news/575274/banksy-critica-o-apego-ao-celular-em-nova-
arte

TEXTO II A imagem acima é um grafite de Banksy, artista de rua britânico que usa
sua arte para questionar os valores da sociedade. Analisando-a, pode-se
a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer afirmar que o objetivo do artista é

a barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer a) criticar as horas que os indivíduos perdem utilizando seus celulares
para fazer chamadas.
os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer b) criticar a dependência da sociedade contemporânea em relação à
os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer tecnologia digital, representada pelo celular.
não quero morrer pois quero ver
como será que deve ser envelhecer c) criticar o fato de o melhor tipo de celular ser aquele que cabe na mão
eu quero é viver pra ver qual é do indivíduo.
e dizer venha pra o que vai acontecer d) criticar a busca dos indivíduos pelo celular que mais represente status
eu quero que o tapete voe no meio da sala de estar social.
eu quero que a panela de pressão pressione e) criticar a padronização dos modelos de celular na contemporaneidade.
e que a pia comece a pingar
eu quero que a sirene soe
e me faça levantar do sofá Questão 17.
eu quero pôr Rita Pavone*
Filme bom é filme antigo? Lógico que não, mas “A Múmia”, de 1932,
no ringtone do meu celular
põe a frase em xeque. Sua refilmagem, com Brendan Fraser no elenco,
eu quero estar no meio do ciclone
ainda corre nos cinemas brasileiros, repleta de humor e efeitos visuais.
pra poder aproveitar
Na de Karl Freund, há a vantagem de Boris Karloff no papel-título,
e quando eu esquecer meu próprio nome
compondo uma múmia aterrorizadora, fiel ao terror doa anos 30. Apesar
que me chamem de velho gagá
de alguma precariedade, lança um clima de mistério que a versão 1999
pois ser eternamente adolescente nada é mais demodé
não conseguiu, tal a ênfase dada à embalagem. Daí “nem sempre cinema
com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer
bom são efeitos especiais” deveria ser a tal frase.
não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de
aprender
Sem alterar a direção argumentativa do texto, a frase “nem sempre
que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr.
cinema bom são efeitos especiais”, só poderia ser substituída por
ANTUNES, A. Envelhecer. Álbum Ao vivo lá em casa. 2010.
a) “há cinema bom com efeitos especiais”.
*cantora italiana de grande sucesso na década de 1960. b) “geralmente, cinema bom são efeitos especiais”.
c) “há cinema bom sem efeitos especiais”.
O ponto convergente entre os textos 1 e 2 é
d) “quase sempre cinema bom são efeitos especiais”.
a) o reconhecimento de aspectos positivos da velhice. e) “cinema bom às vezes são efeitos especiais”.
b) a condenação da discriminação social com relação ao idoso.
c) a comparação entre os diferentes estilos de vida dos idosos.
d) a superação das experiências traumáticas vividas.
e) o descompasso entre comportamento e idade biológica das pessoas.

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Questão 18. Supor que dicionários inventem os sentidos das palavras, em vez
de simplesmente registrar com o maior rigor possível os usos decididos
Ensinar é UM GESTO de amor coletivamente por uma comunidade de falantes ao longo de sua história,
é uma crença obscurantista e autoritária. Sua origem deve ser buscada
Ensinar é uma arte. Nisso, tanto educadores quanto educandos no cruzamento entre a velha ignorância e uma doença intelectual
concordam. O sucesso ou fracasso de uma escola depende em grande mais recente: a ilusão politicamente correta de que, para consertar as
parte dos professores e da sua arte. Mas onde estaria o segredo dessa injustiças do mundo, basta submeter a linguagem à censura prévia.
arte? Estaria nos livros de didática, pedagogia ou psicologia?
A ação partiu de Uberlândia, no Triângulo Mineiro (...) Não deve ficar
Estaria nos diplomas, certificados e especializações? (01)(09) nisso. O Brasil é um país vasto, e, como se sabe, tem poucos problemas
Conheço professores que, sem muita formação ou recursos, realizam verdadeiros, o que deixa ao MPF tempo de sobra para garimpar outros
seu trabalho(02) de maneira brilhante(10). Não que o conhecimento e verbetes insultuosos no melhor, mais completo e mais rigoroso dicionário
os recursos didáticos não sejam importantes, mas certamente não está da língua portuguesa.
aí o segredo. Há pessoas que, com pouco, fazem muito. Por maiores que (http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/curiosidades-etimologicas/ciganos-x-
sejam os avanços tecnológicos, nada substitui um bom professor. houaiss-depois-virao-judeus-baianos-japoneses/)

Afinal, de que é feito um bom professor? Como todo artista, é feito


antes de tudo de paixão, de entrega, de gostar daquilo que faz. Ensinar Quanto ao processo judicial envolvendo o verbete “cigano” no dicionário,
é um gesto de amor ao próximo.(13) Procure se lembrar de um bom o blogueiro expressa uma reação irônica no trecho
professor que você já teve(14). Certamente, você irá identificar nele essa
paixão, o gostar do trabalho, o acreditar no outro. São pessoas que nos a) “em vez de simplesmente registrar com o maior rigor possível os usos
marcaram e que iremos guardar na memória para sempre. decididos coletivamente por uma comunidade”
b) “Sua origem deve ser buscada no cruzamento entre a velha ignorância
(03) O papel do professor não é o de fornecer respostas prontas, mas e uma doença intelectual”
estimular seus alunos(04) a pensarem e desenvolverem o conhecimento
por meio da dúvida e da curiosidade. Desempenha, muitas vezes, papéis c) “para consertar as injustiças do mundo, basta submeter a linguagem
que vão além da sala de aula, sendo, em alguns momentos, amigo, à censura prévia”
confidente, quase pais e mães. Eles são capazes de ficar sem noites e d) “O Brasil é um país vasto, e, como se sabe, tem poucos problemas
finais de semana. Abrem mão, às vezes, do convívio dos filhos e cônjuges, verdadeiros”
para preparar, mais do que aulas, lições de amor e doação ao outro.(05) e) “no melhor, mais completo e mais rigoroso dicionário da língua
Admiramos muitos escritores, músicos, artistas, mas nos esquecemos portuguesa”
de que, se não fosse pela dedicação, pelo apoio e encorajamento de
muitos professores(06), hoje não estaríamos contemplando esses frutos.
Questão 20.
O papel do professor se assemelha ao poder do fogo que transforma
o milho duro em pipoca macia. (11)Sem o poder do fogo, o milho de Machado de Assis
pipoca continuará sendo milho para sempre(12). Sem o incentivo do
professor, muitos talentos se resumiriam a promessas. Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo,
jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na
(07)Artista que é, o professor parece estar na contramão, remando
cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário
contra a maré(08). Sem o reconhecimento merecido, às vezes o guerreiro
mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria
pensa em desistir, mas basta um sorriso, um abraço de quem realmente
Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria tornar-se o maior escritor
o conhece e sabe o seu valor para ele retomar as forças e continuar a
do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela
jornada. Talvez aí esteja o segredo: são mais que professores, são
madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o
mestres da vida.
matricula na escola pública, única que frequentou o autodidata Machado
(Joyldson Gouvêa. Psicólogo e palestrante.)
de Assis.
Disponível em: http://www.passeiweb.com. Acesso em: 1 maio 2009.
Dentre as afirmativas abaixo, assinale a única FALSA.
a) Na frase “Conheço professores que, sem muita formação ou recursos, Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto
realizam seu trabalho de maneira brilhante.” (09)(10), mantém-se a citado constitui-se de
coerência textual iniciando-se o segmento destacado pelo conectivo
“ainda que “ a) fatos ficcionais, relacionados a outros de caráter realista, relativos à
vida de um renomado escritor.
b) No período “Sem o poder do fogo, o milho de pipoca continuará sendo
milho para sempre.” (11)(12), o trecho em destaque denota uma b) representações generalizadas acerca da vida de membros da sociedade
consequência em relação ao fato expresso posteriormente. por seus trabalhos e vida cotidiana.
c) Em “Procure se lembrar de um bom professor que você já teve.” (13) c) explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura
(14), a colocação e o emprego do pronome “se” estão de acordo com argumentativa, destacando como tema seus principais feitos.
a língua culta escrita. d) questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade
d) Neste fragmento adaptado “Certamente, você irá identificar nele está histórica, ressaltando sua intimidade familiar em detrimento de seus
paixão: o gostar do trabalho.”, o termo destacado assume uma função feitos públicos.
apositiva. e) apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo
e) Neste frangmento “O papel do professor não é o de fornecer respostas pela ordem tipológica da narração, com um estilo marcado por
prontas, mas estimular seus alunos” (03)(04), existe a ideia de oposição. linguagem objetiva.

Questão 19.
Recentemente, diversos jornais divulgaram a notícia de que o
Ministério Público Federal entrou com uma ação judicial para retirar de
circulação o dicionário Houaiss, alegando que a obra contém “referências
preconceituosas” e “racistas” contra ciganos. Sobre essa medida, o
jornalista Sérgio Rodrigues escreveu no Blog da revista Veja:

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Questão 21. Questão 22.


Lembro de uma crônica de João Saldanha. Falava das opiniões de Guia de Uso do Português é um dicionário que tem por objetivo
um técnico do Flamengo, não lembro quem era, a propósito de Júnior (2), descrever como as palavras são usadas em textos contemporâneos que
aquele lateral e depois jogador de meio-campo (12), de quem me lembro se utilizam da língua padrão. Observe abaixo o mesmo verbete descrito
bem. O técnico achava que Júnior atacava demais, que tinha que ficar (3); por um dicionário tradicional (Aurélio) e pelo Guia de Uso do Português.
afinal, era lateral. João Saldanha dizia que, se Júnior parasse de atacar,
se Júnior ficasse (4), ele deixaria de ir ao Maracanã. E fechava a crônica Ajudar. [Do lat. adjutare] V. t. d. 1. Dar ajuda a; auxiliar; “há proveito
mais ou menos assim: “Júnior tem que atacar. O que ele precisa é de um em irem as pessoas da minha história colaborando nela, ajudando o
cobertor. Tá no dicionário (5). Cobertor: o que cobre. (1)” autor” (Machado de Assis, Esaú e Jacó, p. 46). 2. Socorrer; favorecer.
3. Facilitar; favorecer, propiciar: Repouso ajuda a cura da gripe. [...] T. d.
A crônica era ótima; a tese sobre tática, também, eu acho (18). Mas e i. 5. Auxiliar a fazer alguma coisa: “Rosto contraído, boca torta, pediu
“cobertor” não significa ’o que cobre’, Seu João (6), a despeito de isso finalmente à mulher que os ajudasse a conseguir uma visão melhor.”
parecer óbvio (24). Um cobertor cobre, mas nem tudo o que cobre é (Gilvã Lemos, Jutaí Menino, p. 7) T. i. 6. Dar ajuda, prestar auxílio: Queixa-
cobertor. No futebol, por exemplo, não se ouve nenhum narrador (13) se de que ninguém lhe ajuda. Int. 7. Dar ajuda, prestar auxílio a alguém:
ou comentarista (14) dizendo que determinado zagueiro (16) é um bom “Pessoas que viram a cena correram para se informar, para ajudar, e
cobertor. Diz-se que dá cobertura muito bem, que cobre as subidas do encontraram Germiniano debruçado na roda chorando.” (José J. Veiga, A
lateral (8) etc. São os fatos da língua (9). É só ouvir. Hora dos Ruminantes, p. 29).
(Dicionário Aurélio)
Tenho falado muito disso ultimamente, do feto de que o sentido da
palavra pode (20) não (19) depender de sua etimologia e mesmo de
sua morfologia. Há outra palavra que serve como bom exemplo para a Ajudar
mesma tese. Trata-se da palavra “trabalhador”. Lembro de ter visto (22)
e ouvido várias vezes (21) um grande empresário (15) brasileiro dizer de 1. O verbo ajudar se usa:
boca cheia (10) que ele também era um trabalhador, porque trabalhava • com complemento sem preposição indicativo de quem recebe a
60 horas por semana. ajuda, podendo ocorrer outro complemento, iniciado pelas
Pois bem, pode tratar-se de um mau exemplo político (11), mas é preposições a (com infinitivo) ou em. Que Deus AJUDE o nosso
um excelente exemplo linguístico. Ao analisar como uma língua funciona povo. (COL-O). Tenho que passar, AJUDAR Jandira a arrumar a
de feto, percebe-se que a palavra “trabalhador” tem dois sentidos: num mudança. (PL) Dê esta chance a seu filho AJUDE-o na remoção do
deles, ela significa ’aquele que trabalha’, o oposto de preguiçoso (17). No obstáculo e finalmente na descoberta da solução. (FSP)
outro sentido, “trabalhador” significa ’aquele que vive do seu trabalho’, • com complemento iniciado pela preposição a indicativo de quem
’aquele que trabalha para os outros’, ’aquele que vende sua força de recebe a ajuda. Recebemos com tristeza desfiliação de um militante
trabalho’. Pode ser mais ou menos preguiçoso, mais ou menos esforçado que muito AJUDOU ao partido, mas a atitude dele no encontro foi
(7). A questão é outra: qual o meio de vida do sujeito? desastrosa. (FSP).

Os empresários também trabalham, claro. Muitos trabalham Nesse caso, pode também ocorrer outro complemento, iniciado pela
muito. Muitos deles são, de feto, empresários trabalhadores (23). Mas, preposição a (com infinitivo) ou em. A construção com dois complementos
certamente, não vivem de seu trabalho, pelo menos não exclusivamente preposicionados não é bem aceita em algumas obras normativas.
de seu trabalho, já que muitos outros trabalhadores trabalham para eles.
Entretanto, ela é usual e está registrada na maioria dos dicionários,
(Adaptado de: POSSENTI, Sírio. Cobertor, trabalhador. In: __. A corda língua e outras
inclusive nos especializados em regência verbal. Ele sabia que também
croniquinhas de linguista. São Paulo: ALB/Mercado de Letras, 2001. p. 25-27.)
seu pai tinha estado ali, e essa concordância com o destino paterno
AJUDOU-LHE a suportar o castigo.(VB). Músico, ele estava familiarizado
Considere algumas acepções da palavra “cobertor” registradas em com coisas como ressonância, timbre, altura do som, o que lhe AJUDOU
dicionários contemporâneos de língua portuguesa. muito em seus estudos sobre percussão. (APA).
(NEVES, M. H. de Moura. Guia de uso do português: confrontando regras e usos. Ed.
cobertor: 1. peça encorpada e felpuda, de lã ou de algodão, que constitui UNESP.)
roupa de cama; 2. coberta; 3. colgadura (estofo vistoso para cobrir e
ornar paredes e janelas); 4. aquilo que cobre ou tampa.
Considere as seguintes afirmativas a respeito dos verbetes apresentados:
Como se vê, a acepção mencionada por João Saldanha (1) não 1. Na descrição feita pelo Guia de uso do português, não é possível saber
corresponde àquela registrada no verbete “cobertor”, pois “o que” e se o verbo é transitivo direto, indireto, intransitivo, ao contrário do que
“aquilo” não são expressões necessariamente equivalentes. Este fato acontece com os dicionários tradicionais.
permite inferir que 2. O Guia de uso do português privilegia uma descrição que possibilita
a) João Saldanha deve ter consultado o dicionário, mas enganou-se. saber a regência do verbo.
b) João Saldanha não costuma consultar o dicionário para saber o 3. Para pesquisar a acepção de uma palavra, os dicionários tradicionais
significado das palavras. ainda são os mais recomendados.
c) Sírio Possenti provavelmente não se recorda com exatidão da frase 4. O Guia de usos registra o uso do verbo ajudar com dois complementos
de João Saldanha. preposicionados. Esse tipo de construção está registrada também no
Dicionário Aurélio.
d) João Saldanha possivelmente utilizou um dicionário especializado em
futebol, que Sírio Possenti desconhece. Assinale a alternativa correta.
e) João Saldanha estava apenas fazendo um trocadilho engraçado, o
que a análise de Sírio Possenti ignora. a) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

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Questão 23. Questão 24.


Vontade de punir

Deu no Datafolha que 87% dos brasileiros querem baixar a


maioridade penal. Maiorias assim robustas, que já são raras em questões
sociais, ficam ainda mais intrigantes quando se considera que, entre
especialistas, o assunto é controverso. Como explicar o fenômeno?
Estamos aqui diante de um dos mais fascinantes aspectos da
natureza. Se você pretende produzir seres sociais, precisa encontrar um
modo de fazer com que eles colaborem uns com os outros e, ao mesmo
tempo, se protejam dos indivíduos dispostos a explorá-los. A fórmula que
a evolução encontrou para equacionar esse e outros dilemas foi embalar
regras de conduta em instintos, emoções e sentimentos que provocam
ações que funcionam em mais instâncias do que não funcionam.
Assim, para evitar a superexploração pelos semelhantes,
desenvolvemos verdadeiro horror àquilo que percebemos como
injustiças. Na prática, isso se traduz no impulso que temos de punir
quem tenta levar vantagem indevida. Quando não podemos castigá-los
diretamente, torcemos para que levem a pior, o que, além de garantir o
sucesso de filmes de Hollywood, torna a justiça retributiva algo popular
em nossa espécie.
Isso, porém, é só parte do problema. Uma sociedade pautada apenas
pelo ideal de justiça soçobraria. Se cada mínima ofensa exigisse imediata
reparação e todos tivessem de ser tratados de forma rigorosamente
idêntica, a vida comunitária seria impossível. A natureza resolve isso
com sentimentos como amor e favoritismo, que permitem, entre outras
coisas, que mães prefiram seus próprios filhos aos de desconhecidos. https://www.conjur.com.br/2020-mai-18/campanha-trata-necessidade-denunciar-
violencia-crianca
Nas sociedades primitivas, bandos de 200 pessoas onde todos
tinham algum grau de parentesco, o sistema funcionava razoavelmente
bem. Os ímpetos da justiça retributiva eram modulados pela empatia Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas sociais. O cartaz
familiar. Agora que vivemos em grupos de milhões sem vínculos tem como finalidade
pessoais, a vontade de punir impera inconteste. a) alertar os adultos agressores sobre as consequências de seus atos.
SCHWARTSMAN, Hélio. Folhaonline, em 24 jun. 2015.
b) conscientizar a população sobre a necessidade de denunciar a violência
infantil.
Considere o verbo destacado na seguinte frase extraída do texto: “Uma c) instruir somente as crianças sobre o que fazer em casos de agressão.
sociedade pautada apenas pelo ideal de justiça soçobraria”.
d) despertar nos adultos a capacidade de reconhecer atos de violência
Um dos objetivos de um dicionário é esclarecer o significado das infantil.
palavras, apresentando as acepções de um vocábulo indo do literal e) exigir das autoridades ações preventivas contra a violência infantil.
para o metafórico. No caso dos verbos, há também informações sobre
a regência.
Questão 25.
Entre as acepções para o verbo destacado acima, adaptadas do
Lutar com palavras
Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa (Rio de Janeiro: ed. Objetiva,
é a luta mais vã.
2001), assinale a que corresponde ao uso no texto.
Entanto lutamos
a) t.d. revolver de cima para baixo e vice-versa; inverter, revirar <o ciclone mal rompe a manhã.
soçobrou o que encontrou no caminho>. Carlos Drummond de Andrade
b) t.d/int. emborcar, virar (geralmente uma embarcação) e ir a pique,
naufragar ou fazer naufragar; afundar(-se), submergir (-se) <temiam O termo “mal”, presente no último verso, corrobora a coesão sequencial
que a tempestade os soçobrasse> <a embarcação soçobrou>. e transmite o valor de
c) t. d/int. por metáfora: reduzir(-se) a nada; acabar (com), aniquilar(-se)
a) concessão.
<com tanta dissipação, sua fortuna soçobrara>.
b) adversidade.
d) t.d. e pron. por metáfora: tornar-se desvairado; agitar-se, perturbar-se
<soçobrou-se ante a negativa dela>. c) explicação.
e) pron. por metáfora: perder a coragem, o ânimo; desanimar, esmorecer, d) proporção.
acovardar-se <soçobrar-se não é próprio dele>. e) tempo.

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Questão 26. O cartaz anuncia os números alcançados por um projeto de merenda


escolar da cidade de São Paulo. De acordo com suas informações, a
As coisas mudaram muito em termos do que achamos necessário fazer quantidade de água utilizada demonstra que
para manter nossos filhos seguros. Um exemplo: só 10% das crianças a) o cultivo de frutas e legumes exagera o seu uso.
americanas vão para a escola sozinhas hoje em dia. Mesmo quando vão
de ônibus, são levadas pelos pais até a porta do veículo. Chegou a ponto b) a população da cidade é a que mais precisa da água.
de colocarem à venda vagas que dão o direito de o pai parar o carro bem c) cada aluno gasta em média dois litros de água na escola.
em frente à porta na hora de levar e buscar os filhos. Os pais se acham d) a produção de proteína animal tem elevado custo ambiental.
ótimos porque gastam algumas centenas de dólares na segurança das
crianças. Mas o que você realmente fez pelo seu filho? Se o seu filho está e) a conscientização do uso da água é responsabilidade do governo.
numa cadeira de rodas, você vai querer estacionar em frente à porta.
Essa é a vaga normalmente reservada aos portadores de deficiência. Questão 29.
Então, você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado
como um inválido. Isso é considerado um exemplo de paternidade hoje
em dia.
Isto É, 22/07/2009

A palavra “isso”, no último período do texto, retoma o fato de


a) as crianças americanas hoje não irem sozinhas à escola.
b) pais americanos tratarem seus filhos saudáveis como inválidos. O sentido da charge se constrói a partir da ambiguidade de determinado
c) apenas 10% das crianças americanas irem sozinhas para a escola. termo. O termo em questão é
d) venderem vagas para os pais pararem o carro em frente à porta da a) “fora”.
escola.
b) “aqui”.
e) os pais levarem e buscarem seus filhos até a porta do ônibus que os
c) “contra”.
leva à escola.
d) “sistema”.
e) “ar”.
Questão 27.
Não era feio o lugar, mas não era belo. Tinha, entretanto, o aspecto
Questão 30.
tranquilo e satisfeito de quem se julga bem com a sua sorte.
Horóscopo do dia de hoje para Sagitário
A casa erguia-se sobre um socalco, uma espécie de degrau,
formando a subida para a maior altura de uma pequena colina que lhe
corria nos fundos. Em frente, por entre os bambus da cerca, olhava uma A Lua continua seu ciclo, entra na fase Cheia em seu signo, recebe um
planície a morrer nas montanhas que se viam ao longe; um regato de tenso aspecto de Júpiter e chega acompanhada de um eclipse, marcando
águas paradas e sujas cortava-as paralelamente à testada da casa; mais um período de mudanças, que podem surgir em algumas áreas de sua
adiante, o trem passava vincando a planície com a fita clara de sua linha vida. Não estão descartados a chegada de um novo amor, de um novo
campinada [...]. emprego ou de uma mudança de país.
BARRETO, Lima.. A semana começa influenciada pela Lua Cheia em seu signo
que chega em tensão com Júpiter e acompanhada por um eclipse,
No trecho, duas tipologias textuais se entrelaçam para melhor situar o marcando um período de mudanças importantes e significativas em
leitor diante dos eventos que compõem o enredo. As duas tipologias são sua vida pessoal e profissional. Os próximos seis meses envolvem
revisões, avaliações e mudança de caminhos. Novas escolhas serão
a) injunção e exposição. feitas e sua vida pode mudar totalmente de rumo e isso pode envolver
b) dissertação e descrição. relacionamentos, trabalho, dinheiro ou apenas uma profunda tomada de
consciência. Mercúrio começa o movimento retrógrado aos 24 graus de
c) narração e descrição.
Gêmeos, indicando dias de possíveis confusões e mal entendidos nos
d) exposição e narração. relacionamentos pessoais e comerciais. Pessoas do passado podem
e) injunção e narração. voltar a fazer parte de sua vida.
https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/signos/sagitario/

Questão 28.
O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de
uso, sua função social específica, seu objetivo comunicativo e seu
formato mais comum relacionam-se aos conhecimentos construídos
socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto
demonstra que sua função é
a) vender um produto anunciado.
b) informar sobre astronomia.
c) aconselhar sobre amor, trabalho, entre outros aspectos pessoais e
profissionais.
d) expor a opinião de leitores em um jornal.
e) ensinar os cuidados com a saúde.

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Questão 31. A imagem acima é uma propaganda do dicionário Aurélio. Sobre isso,
podemos afirmar que a palavra “burro” foi usada com valor
Ilusão (Cracolândia)
(part. MC Hariel, MC Ryan SP, Salvador da Rima e Alok) a) antonímico.
b) sininímico.
Enquanto a lata chacoalhar
E a ilusão for a sensação de ser mais poderoso c) denotativo.
Vários vai memo se arrastar d) conotativo.
Que a Cracolândia tá lotada de curioso e) hiponímico.
Já que é pra fazer uns consciente, então fique bem ciente
Que os moleque é viciado em canetar Questão 33.
Vários viciou e ficou demente, só preju pros seus parente
E a Dona Maria é crente e foi orar “Produtores e diretores de cinema têm fomentado cursos sobre
Era o mais brabo, chapa quente, viciou no da Tenente linguagem cinematográfica em comunidades pobres. Eles tentam, com
Agora é dependente de droga isso, despertar novos talentos e democratizar a formação profissional
Molecada, pensa lá na frente antes de ser inconsequente nessa área.”
De ir na ideia dos outros pra usar
Observe-se o uso do pronome pessoal “eles”, que retoma “produtores e
E eu vou passar a visão pros meus diretores”. Tal recurso coesivo denomina-se
Não precisa morrer pra falar com Deus a) coesão referencial.
E eu vou passar a visão pros meus
b) coesão recorrencial.
Não precisa morrer pra falar com Deus
c) coesão lexical.
Espera um pouco, para e pensa e controle com as droga d) coesão sequencial.
Que um barco sem direção, o mar leva pra rocha e) coesão fática.
A viagem é muito louca e sempre perigosa
E tá transformando em zumbi vários truta da hora
E lembra daquele parceiro que era atacante na quadra e com a mina? Questão 34.
Sempre avançado no tempo, pelo linguajar e pela picadilha
Dançava um break com nóis, sabadão quando tinha escola da família CANÇÃO DO VER
Tá desandado no óleo e de bom exemplo, virou parasita Fomos rever o poste.
O mesmo poste de quando a gente brincava de pique
É que o beck enrolou e a brisa bateu na mente injuriada e de esconder.
É que a nota enrolou, ele tava na hora errada com a banca errada Agora ele estava tão verdinho!
Quando a brisa bateu, o convite foi feito, a atenção desviada O corpo recoberto de Iimo e borboletas.
Prejudicou, perdeu tudo o que tinha Eu quis filmar o abandono do poste.
A família, os amigo, hoje não tem mais nada O seu estar parado.
Enquanto a lata chacoalhar O seu não ter voz.
E a ilusão for a sensação de ser mais poderoso O seu não ter sequer mãos para se pronunciar com
Vários vai memo se arrastar as mãos.
Que a Cracolândia tá lotada de curioso Penso que a natureza o adotara em árvore.
Enquanto a lata chacoalhar Porque eu bem cheguei de ouvir arrulos
E a ilusão for a sensação de ser mais poderoso de passarinhos
Vários vai memo se arrastar que um dia teriam cantado entre as suas folhas.
Que a Cracolândia tá lotada de curioso Tentei transcrever para flauta a ternura dos arrulos.
Mas o mato era mudo.
Agora o poste se inclina para o chão - como alguém
que procurasse o chão para repouso.
As escolhas linguísticas da canção conferem ao texto
Tivemos saudades de nós.
a) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial. Manoel de Barros Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias. A memória expressa pelo enunciador do texto não pertence somente a
d) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet. ele. Na construção do poema, essa ideia é reforçada pelo emprego de

e) originalidade, pela concisão da linguagem. a) tempo passado e presente.


b) linguagem visual e musical.
Questão 32. c) primeira pessoa do singular e do plural.
d) descrição objetiva e subjetiva.
e) neologismos e palavras simples.

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Questão 35. Comemos a carne e guardei os ossos. E hoje puis os ossos para ferver.
E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos estão sempre com fome.
Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar.
... Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas. O barraco está cheio de
pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes.
É assim que os favelados matam mosquitos.
DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de despejo. Diário de uma favelada. São Paulo: Ática,
2007, p.29-31.

Uma característica do gênero diário que aparece nos escritos de Carolina


Maria de Jesus é o(a)
a) presença de elementos que caracterizam a função fática.
b) tom científico.
c) predomínio da função poética da linguagem.
d) recorrência de períodos curtos.
e) narrativa autorreflexiva.

Questão 38.
Havia bem dez dias que o Major Quaresma não saía de casa. Na sua
meiga e sossegada casa de São Cristóvão, enchia os dias da forma mais
útil e agradável às necessidades do seu espírito e do seu temperamento.
De manhã, depois da toilette e do café, sentava-se no divã da sala
principal e lia os jornais. Lia diversos, porque sempre esperava encontrar
num ou noutro uma notícia curiosa, a sugestão de uma ideia útil à sua
cara Pátria. Os seus hábitos burocráticos faziam-no almoçar cedo, e,
embora estivesse de férias, para os não perder, continuava a tomar a
primeira refeição de garfo às nove e meia da manhã.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Penguin & Companhia
das Letras.

O texto publicitário tem a intenção de persuadir o público-alvo. No


anúncio, tal prática é marcada – linguisticamente – pelo verbo “faça”, no Em: “Os seus hábitos burocráticos faziam-no almoçar cedo, e, embora
modo imperativo, e o pronome “seu”, corroborando a função estivesse de férias, para os não perder, continuava a tomar a primeira
refeição de garfo às nove e meia da manhã”, o contraste estabelecido
a) fática. d) referencial. pelo termo destacado expressa ideia de
b) conativa. e) emotiva.
a) explicação. d) condição.
c) metalinguística.
b) concessão. e) consequência.
c) causa.
Questão 36.
Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, Questão 39.
imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para
entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e Mulher tem coração clinicamente partido após morte de cachorro
dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto. Sentir
a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem Como explica o The New England Journal of Medicine, a paciente,
precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância chamada Joanie Simpson, tinha sinais de infarto, como dores no peito e
que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como pressão alta, e apresentava problemas nas artérias coronárias. Ao fazerem
é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, um ecocardiograma, os médicos encontraram o problema: cardiomiopatia
quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver. de Takotsubo, conhecido como síndrome do coração partido.
Amyr Klink, Mar sem fim.
Essa condição médica tipicamente acontece com mulheres em fase
pós-menstrual e pode ser precedida por um evento muito estressante ou
Na frase “que nos faz professores e doutores do que não vimos”, o emotivo. Nesses casos, o coração apresenta um movimento discinético
pronome destacado retoma a expressão antecedente transitório da parede anterior do ventrículo esquerdo, com acentuação da
cinética da base ventricular, de acordo com um artigo médico brasileiro
a) “precisa viajar”. que relata um caso semelhante. Simpson foi encaminhada para casa
b) “o mundo”. após dois dias e passou a tomar medicamentos regulares.
c) “um homem”. Ao Washington Post, ela contou que estava quase inconsolável após
d) “o frio”. a perda do seu animal de estimação, um cão de raça yorkshire terrier.
e) “essa arrogância”. Recuperada após cerca de um ano, ela diz que não abrirá mão de ter um
animal de estimação porque aprecia a companhia e o amor que os cachorros
dão os humanos. O caso aconteceu em Houston, nos Estados Unidos.
Questão 37. Disponível em: https://exame.abril.com.br.

Dia das Mães. O céu está azul e branco. Parece que até a Natureza
quer homenagear as mães que atualmente se sentem infeliz por não Pelas características do texto lido, que trata das consequências da perda
realizar os desejos dos seus filhos. ... O sol vai galgando. Hoje não vai de um animal de estimação, considera-se que ele se enquadra no gênero
chover. Hoje é o nosso dia. ... A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me
15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar a) conto. d) relato.
o dinheiro para comprar pão amanhã, porque eu só tenho 4 cruzeiros. b) depoimento. e) notícia.
... Ontem eu ganhei metade de uma cabeça de porco no Frigorifico. c) editorial.

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Questão 40. Na organização do texto, a sequência que atende à função


sociocomunicativa de apresentar objetivamente o cientista António
Damásio é a
a) descritiva.
b) injuntiva.
c) argumentativa.
d) narrativa.
e) expositiva.

Questão 42.
A língua não pode ser encarada pelo educador como um mero
sistema de códigos e regras, mas sim como ferramenta, instrumentação
imprescindível para se produzir sentido na enunciação. [...] O ensino,
dessa maneira, torna-se efetivo e o sentido de se ensinar e aprender
português deixa de ser um esboço quase sumido nos escombros da
rejeição dos alunos e passa a fazer parte da compreensão deles, que,
por sua vez, entenderão o porquê da existência dessa rede tão extensa
de conceitos e regras da gramática oficial. Para que eles e nós possamos
ver um sentido verdadeiro no ensino e na aprendizagem do português,
é preciso entender juntos língua e linguagem como uma espécie de
binômio, matéria-prima e produto. O que nos favorecerá para que tal
fato ocorra é o contato com a diversidade de textos. Na variedade de
gêneros textuais, em diferentes situações comunicativas, o aluno poderá
usar os instrumentos oferecidos pelo sistema linguístico para melhor
compreender as relações de sentido estabelecidas nesses textos.
A luta se expressa, então, pelo avanço de uma perspectiva de ensino
gramatical em que não se priorize o prescritivo nem o puramente textual,
mas um ensino de encontros – entre língua e uso, aluno e ferramentas
linguísticas, professor e êxito. A presença do texto, materialização do
discurso (expressão humana) é, pois, muito importante para consolidar
essa parceria.
Disponível em: www.linguasagem.ufscar.br/index.php/linguasagem/article/view/31/77.

Entre as funções de um cartaz, está a divulgação de campanhas. Para


cumprir essa função, as palavras e as imagens desse cartaz estão No texto acima, discorre-se sobre o ensino da língua portuguesa e sua
combinadas de maneira a efetividade. Nesse sentido, considera-se que cabe aos professores:

a) erradicar a Hepatite B no Brasil. a) abandonar, por desnecessária, a abordagem de conceitos e regras da


b) aprofundar a evidência de formas de tratamento da doença. gramática oficial.

c) discutir os tipos da doença com a população. b) ignorar as posturas de rejeição reveladas pelos alunos, por serem
destituídas de fundamento.
d) alertar a população em relação à Hepatite B.
c) promover a aproximação entre as normas gramaticais e sua
e) combater os sintomas da Hepatite B. aplicabilidade nos diversos gêneros textuais.
d) privilegiar as prescrições gramaticais, em detrimento do trabalho com
Questão 41. as variadas produções textuais.
e) reconhecer como exagerada a proliferação de diferentes gêneros
Doutor dos sentimentos
textuais, como obstáculo à aprendizagem.
Veja quem é e o que pensa o português António Damásio, um dos
maiores nomes da neurociência atual, sempre em busca de desvendar os Questão 43.
mistérios do cérebro, das emoções e da consciência.
Ele é baixo, usa óculos, tem cabelos brancos penteados para trás e
costuma vestir terno e gravata. A surpresa vem quando começa a falar.
António Damásio não confirma em nada o clichê que se tem de cientista.
Preocupado em ser o mais didático possível, tenta, pacientemente, com
certa graça e até ironia, sempre que cabível, traduzir para os leigos
estudos complexos sobre o cérebro. Português, Damásio é um dos
principais expoentes da neurociência atual.
Diferentemente de outros neurocientistas, que acham que apenas a
ciência tem respostas à compreensão da mente, Damásio considera que
muitas ideias não provêm necessariamente daí. Para ele, um substrato Há, na tirinha acima, o uso de um recurso expressivo que substitui a
imprescindível para entender a mente, a consciência, os sentimentos e as palavra “boi” pela expressão “cabeças de gado”. Tal figura de linguagem
emoções advém da vida intuitiva, artística e intelectual. Fora dos meios denomina-se
científicos, o nome de Damásio começou a ser celebrado na década de
a) metonímia.
1990, quando lançou seu primeiro livro, uma obra que fala de emoção,
razão e do cérebro humano. b) sinestesia.
TREFAUT, M. P Disponível em: http://revistaplaneta.terra.com.br. c) metáfora.
Acesso em: 2 set. 2014 (adaptado).
d) eufemismo.
e) hipérbole.

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Questão 44. Questão 45.


“Muleque” de Vila

Projota

Eu falei que era


Uma questão de tempo
E tudo ia mudar e eu lutei
Vários me disseram que
Eu nunca ia chegar, duvidei
Lembra da ladeira, meu
Toda sexta-feira
Meu melhor amigo é Deus
E o segundo melhor sou eu
O humor da tirinha acima é construído por meio de uma organização
típica de um método de raciocínio lógico denominado
Eu tanto quis, tanto fiz, tanto fui feliz
Eu canto Xis, canto Péricles, canto Elis a) catarse.
Torcedor do Santos b) intertextualidade.
Desse pão e circo eu também quis
Não ser infeliz, mas geral merece não ser infeliz c) dedução.
d) indução.
Prosperei com suor do meu trabalho e) dialética.
Me guardei, lutei sem buscar atalho e
Sem pisar em ninguém,
Sem roubar também,
Então sei
...
Deus olhou pra mim, disse assim
Escuta, “neguin”
Pegue este caderno e escreve em cada folha até o fim
Eu disse: Senhor sou tão tímido!
Sinto “mó” pavor
Só subir no palco
A perna congelou

Mas rodei o Brasil


CD na mochila foi 50 mil
Mão em mão
Na rodoviária passando “mó” frio
Quem viu, viu
Curitiba, meu tesouro, foi estouro
25 Mil, tio, DVD de ouro
Triunfo bombou, Leandro estourou, Michel prosperou
Dei valor, só trabalhador, homens de valor
Minha cor não me atrapalhou, só me abençoou
Quem falou que era moda, hoje felizmente se calou.

Vai, vai lá
Não tenha medo do pior
Eu sei que tudo vai mudar
Você vai transformar
O mundo ao seu redor
Mas não vacila
“Muleque” de vila, “muleque” de vila
“Muleque” de vila, não vacila
“Muleque” de vila, “muleque” de vila, “muleque” de vila

Gêneros textuais são organizados por sua estrutura, materialização e


circulação em sociedade. O texto acima, canção de Projota, exemplifica
a finalidade
a) ficcional.
b) dialogal.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) metalinguística.

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HUMANAS

Questão 46. A minissaia era lançada no Rio e execrada em Belo Horizonte, onde o
“Povoando dramaticamente esta paisagem e esta realidade social delegado de Costumes declarava aos jornais que prenderia o costureiro
e econômica, vagando entre o sonho e o desespero existem 4.800.000 francês Pierre Cardin, caso aparecesse na capital mineira (...) Toda essa
famílias de rurais sem terras. A terra está ali, diante dos olhos e dos cocorocada iria influenciar um deputado estadual de lá (...) que fez
braços, uma imensa metade de um país imenso, mas aquela gente discurso na câmara sobre o tema: “Ninguém levantará a saia da mulher
(quantas pessoas ao todo? 15 milhões? mais ainda?) não pode lá entrar mineira”.
para trabalhar, para viver com a dignidade simples que só o trabalho (HOLLANDA, Heloisa Buarque de & GONÇALVES, Marcos Augusto. Cultura e
participação política nos anos 60. São Paulo: Brasiliense, 1999.)
pode conferir, porque os voracíssimos descendentes daqueles homens
que haviam dito: “Esta terra é minha” (...) rodearam a terra de leis que os
protegem (...)”. Os trechos acima, retirados do livro de Stanislaw Ponte Preta, “FEBEAPÁ
(SARAMAGO, José. In: MORISSAWA, Mitsue. “A História da luta pela terra e o MST”. - Festival de besteira que assola o país”, satirizam uma situação que se
São Paulo: Expressão Popular, 2001.) tornou comum no Brasil, no pós-1964.

“OS SERTÕES Esta situação está corretamente apontada na aliança entre:


Foi no século passado
a) Estado e setores das classes médias, pelo ufanismo patriótico e controle
No interior da Bahia
de opinião
Um homem revoltado com a sorte
Do mundo em que vivia b) intelectuais e consumidores, pela defesa dos valores da pátria e contra
Ocultou-se no sertão a alienação cultural
Espalhando a rebeldia c) militantes de esquerda e igreja católica, contra o processo de
(...) modernização e a “bolchevização” do país
Defendendo Canudos d) classe artística e universidades públicas, pela moralidade e
Naquela guerra fatal”. desenvolvimento de atividades culturais
Edeor de Paulo, samba-enredo da escola de samba “Em Cima da Hora”, 1976
e) militares antidemocráticos e grupos cristãos ultraconservadores.

Os textos apontam problemáticas cujos principais elementos geradores


são os processos de: Questão 49.

a) assentamento agrícola e êxodo rural


b) proletarização rural e reforma agrária
c) modernização agrícola e revolta social
d) demarcação de terras e colonização
e) concentração fundiária e conflitos no campo

Questão 47.
Desconhecendo as sociedades nativas, os europeus tinham a
impressão de que os índios viviam “sem Deus, sem lei, sem rei, sem
pátria, sem razão”.
(VAINFAS, Ronaldo (dir.). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro:
Objetiva, 2000.)

No Brasil, nos primeiros séculos de colonização, a imagem apresentada


dos indígenas levou a uma oposição entre os missionários, principalmente (Adaptado de Jornal do Brasil, 30/09/2003)
os jesuítas, e os colonizadores. Esta oposição de projetos em relação aos
indígenas está expressa, respectivamente, na seguinte alternativa:
O gráfico acima evidencia, apesar da inflação, uma tendência de
a) defesa da conversão e da liberdade x direito de escravização crescimento da economia brasileira. Esta, contudo, não foi acompanhada
b) estabelecimento de alianças com tribos tupis x política de extermínio por uma significativa melhora na distribuição de renda. Durante o século
seletivo XX, políticos e intelectuais brasileiros propuseram inúmeros projetos
para promover o desenvolvimento autossustentado e melhorar esta
c) aceitação de costumes como a poligamia x imposição da cultura do distribuição. O projeto de Juscelino Kubitschek (1956-1961) de fazer o
conquistador país crescer 50 anos em 5, foi um deles.
d) utilização como escravizados x manutenção de atividades de
subsistência A seguinte estratégia fundamentou a política do nacional
e) emprego como trabalhadores livres x inserção socioeconômica como desenvolvimentismo:
trabalhadores semi-livres a) aumento do mercado consumidor, com a valorização do trabalhador
rural
Questão 48. b) união dos setores de esquerda, com ênfase em uma política de
aumentos salariais
Foi então que estreou no teatro Municipal de São Paulo a peça
c) fortalecimento do Congresso Nacional, com a participação do
clássica Electra, tendo comparecido ao local alguns agentes do DOPS
empresariado industrial
para prender Sófocles, autor da peça e acusado de subversão, mas já
falecido em 406 a.C. d) atração do capital estrangeiro, com destaque para o setor de bens de
consumo duráveis
e) adoção de política nacionalista, rompendo com o FMI e criando a lei
de remessa de lucros ao exterior.

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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 50. b) a industrialização ocorrida nas zonas coloniais devido à influência


financeira proveniente das economias metropolitanas.
Se essa história de cultura vai-nos atrapalhar a endireitar o Brasil,
vamos acabar com a cultura durante trinta anos. [Coronel Darcy Lázaro, c) o bloqueio das redes comerciais de mão de obra escrava para as
comandante da invasão à Universidade de Brasília, 1968.] economias emergentes em processo de desenvolvimento.
(Apud GERMANO, José Wellington. Estado militar e educação no Brasil: 1964-1985. d) a formação e o treinamento de líderes africanos visando a garantia
São Paulo: Cortez, 2000.) da influência metropolitana no processo pós-emancipação.
e) as alterações impostas aos espaços político-geográficos em
Entre os anos de 1968 e 1971, o governo militar estabeleceu uma ampla contraponto aos padrões históricos dos povos e culturas locais.
reforma no ensino brasileiro que apresentou, dentre outros, o seguinte
resultado:
Questão 53.
a) estabelecimento de amplos debates com vistas à criação de um sistema
de ensino emancipador dos educandos [...] os mestres gregos foram à escola com os egípcios, e todos nós
b) obrigatoriedade da relação entre ensino e mercado através da ênfase somos discípulos dos gregos. [...] Embora alguns [dos] templos [gregos]
no ensino médio profissionalizante sejam vastos e imponentes, não atingem as colossais dimensões das
construções egípcias. Sente-se que foram edificadas por seres humanos,
c) controle sobre a educação com a adesão das camadas populares ao para seres humanos. De fato, não existia um governante divino imperando
projeto educacional do Estado sobre os gregos que pudesse forçar – ou tivesse forçado – todo um povo
d) atendimento à demanda da indústria multinacional pela valorização a trabalhar como escravos para ele. As tribos gregas tinham-se instalado
do ensino superior em várias cidades pequenas e em portos de abrigo ao longo da costa.
e) melhoria na qualidade do ensino com o aumento no número de escolas Havia muita rivalidade e atritos entre essas comunidades, mas nenhuma
públicas delas conseguiu dominar todas as outras.
(Ernst H. Gombrich. A história da arte, 1993.)

Questão 51.
O diálogo entre as civilizações do Egito e das cidades-Estado gregas na
Maquiavel elogia a República romana como tendo sido a mais Idade Antiga foi
perfeita forma de governo e um verdadeiro Estado unido pelo espírito
a) engessado pelas severas divergências entre as suas economias.
público de seus cidadãos; no entanto, numa época como a sua, seria
necessário um líder que utilizasse a força como princípio, tese que b) influenciado por suas alianças bélicas contra os povos medos.
desenvolve em O Príncipe. c) suspenso pela aversão da Filosofia ateniense às explicações
(Teresa Aline Pereira de Queiroz. O Renascimento, 1995.) transcendentais do mundo.
d) condicionado às especificidades de suas organizações políticas.
O autor fiorentino Nicolau Maquiavel escreveu a sua obra mais famosa, e) foi beneficiado pela existência de colônias egípcias em terras gregas.
O Príncipe, entre 1513 e 1532. Nela, o pensador
a) repudia a noção de república, a democracia como único modelo de Questão 54.
político justo e respeitador das liberdades individuais.
b) defende que o poder papal deve se sobrepor a todos os demais e que Aqueles que compõem a cidade, tão diferentes entre si por suas
os reis são, na verdade, enviados de Deus na Terra. origens, condições e funções, de certa forma parecem “semelhantes”
uns aos outros. Essa similitude funda a unidade da pólis, porque para
c) oferece aos governantes uma espécie de manual governativo, onde os gregos somente os semelhantes podem permanecer mutuamente
sugere que os fins justificam os meios por eles empregados. unidos pela Philia, associados a uma mesma comunidade. Todos aqueles
d) faz a apologia do princípio da experiência do indivíduo, identificando que participam do Estado definem-se como Homoioi, semelhantes,
nos sábios anciãos a origem do Poder. depois de maneira mais abstrata, como Isoi, iguais. Essa imagem das
e) sugere a extinção de toda e qualquer forma de Estado, fundamentando, relações humanas encontrará no século VI a.C. a sua expressão rigorosa
assim, os ideias do que no século XIX veio a ser chamado de anarquismo. no conceito de isonomia: igual participação de todos os cidadãos no
exercício do poder.
(Jean-Pierre Vernant. Les origines de la pensée grecque, 1995. Adaptado.)
Questão 52.

As conquistas coloniais impuseram fronteiras territoriais às redes Sobre a organização política da cidade-Estado grega, o texto alega que
comerciais de longa distância em África e criaram monopólios sobre o a) desconsiderava as desigualdades reais entre os cidadãos no âmbito
que então era um comércio externo em crescimento [...]. Os africanos das decisões públicas.
foram integrados à força em sistemas econômicos imperiais centrados
b) fundamentava-se na reciprocidade de parceria entre os cidadãos das
numa única metrópole europeia.
mesmas classes econômicas.
(Frederick Cooper. Histórias de África: capitalismo, modernidade e globalização, 2016.)
c) dispunha-se à participação das sociedades aliadas da cidade durante
os períodos de beligerância.
O texto apresenta um ponto relevante do processo colonizador europeu
d) celebrava a racionalidade política em detrimento dos cultos dos deuses
sobre a África a partir, principalmente, da segunda metade do século
de todo o conjunto de cidades gregas.
XIX, a saber:
e) repartia o conjunto dos deveres públicos conforme os talentos políticos
a) a reorganização das sociedades africanas em federações nacionais de cada um dentro do corpo de cidadãos.
caracterizadas pelo uso de uma mesma língua.

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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 55. A imagem apresenta uma projeção


a) Plana.
Leia o texto a seguir:
b) Cônica.
“Aqueles que são contratados experienciam uma distinção entre o
c) Afilática.
tempo do empregador e o seu “próprio” tempo. E o empregador deve usar
o tempo de sua mão-de-obra e cuidar para que não seja desperdiçado: d) Azimutal.
o que predomina não é a tarefa, mas o valor do tempo quando reduzido e) Cilíndrica.
a dinheiro. O tempo agora é moeda: ninguém passa o tempo, e sim o
gasta” [...] “Havia muitos relógios em Londres na década de 1790: a
ênfase estava mudando do “luxo” para a “conveniência”; até os colonos Questão 57.
podiam ter relógios de madeira. Na verdade (como seria de esperar),
A República do Sudão do Sul é o mais novo país do mundo. Tendo
ocorria uma difusão geral de relógios portáteis e não portáteis no exato
declarado sua independência que ocorreu em 9 de julho de 2011,
momento em que a Revolução Industrial requeria maior sincronização
passou a integrar a ONU e a União Africana, respectivamente, 5 (cinco)
do trabalho.”
e 19 (dezenove) dias, após sua emancipação. Sua capital, Juba, possui
THOMPSON, E. P. Tempo, disciplina de trabalho e o capitalismo industrial. In: Costumes
as seguintes coordenadas geográficas: 04º85’N e 31º57’L distando
em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das
Letras, 1998, p. 272 e 279. aproximadamente 9.000 (nove mil) quilômetros da cidade de São Paulo,
que possui as seguintes coordenadas geográficas: 23º32’S e 46º38’O.

O texto trabalha o processo de transição para a sociedade industrial, Sabendo que o Sudão do Sul localiza-se no fuso horário de 45º Leste e
as transformações na percepção de tempo e o aparecimento da São Paulo no 45º Oeste, e que o fuso horário adotado em São Paulo é
disciplinarização de trabalho nos fins do XVIII e começo do XIX. Assinale UTC–3: é correto afirmar que um passageiro de um voo saindo de São
a opção correta. Paulo, no dia 20 de setembro de 2016, às 11h em horário local, com
duração de 10 (dez) horas,

a) Com o surgimento da sociedade industrial e da disciplinarização do a) poderá, no momento da partida, adiantar seu relógio em 10 (dez)
trabalho, os operários passaram a obter controle de sua produtividade, horas que, ao chegar, estará marcando exatamente o horário local do
cuja dinâmica variava entre momentos de trabalho intenso e de destino.
ociosidade. b) poderá, no momento da partida, atrasar seu relógio em 6 (seis) horas
b) Com o estabelecimento da indústria, os padrões laborais desenvolvidos que, ao chegar, estará marcando exatamente o horário local do destino.
à época tinham como atributo a inconstância, com tarefas c) poderá, no momento da chegada, atrasar seu relógio em 3 (horas), já
hebdomadárias ou quinzenais, o que fazia com que o trabalhador que encontra-se situado na faixa UTC+3, para ajustá-lo ao horário
tomasse as próprias decisões sobre o seu dia de trabalho. local.
c) No cenário da transição para a sociedade industrial, a posse e o uso d) poderá, no momento da chegada, atrasar seu relógio em 10 (dez)
de relógios ficaram restritos à aristocracia, sendo, assim, artigo de horas para ajustá-lo ao horário local.
alto luxo, feito de ligas metálicas preciosas e usado para demonstrar e) poderá, no momento da chegada, adiantar seu relógio em 6 (seis)
status. horas para ajustá-lo ao horário local.
d) A inserção da disciplinarização do trabalho causou melhorias nas
condições de vida dos operários, pois, com ela, passaram a desfrutar
de benefícios como: bonificações por assiduidade e descanso semanal Questão 58.
e férias remuneradas. FUSÃO ENTRE MONSANTO E BAYER AUMENTA MONOPÓLIO DO
e) A divisão do trabalho, a supervisão das atividades, a utilização de VENENO E DA TRANSGENIA NO MUNDO
relógios de bolso e a racionalização do tempo foram recursos utilizados
pelas industrias para criar novos padrões e disciplina de tempo entre No dia 21 de março, a União Europeia avalizou a fusão de duas
o operariado. megaempresas de tecnologia agrícola: a norte-americana Monsanto e a
alemã Bayer. O negócio já havia sido aprovado no Brasil pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE). [...] As megafusões
Questão 56.
revelam e atualizam a tendência de concentração e monopólio do
capital, o que já alertava Lenin em 1916, facilitando o acordo, formação
de trustes e cartéis, além da própria proporção das empresas que
dificulta a concorrência. Há também a combinação numa só empresa
de diferentes ramos industriais, como é o caso do pacote tecnológico
agrícola que vincula a produção de sementes modificadas e transgênicas
e adaptadas aos agrotóxicos [...] A alta tecnificação agrícola impulsiona
a concentração e o investimento em pesquisas de tecnologia de ponta,
alocada nos países de capitalismo central.
(Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2018/04/02/fusao-entre-monsanto-e-bayer-
aumenta-monopolio-do-veneno-e-da-transgenia-no-mundo/)

De acordo com trecho da matéria publicada no Brasil de Fato (2018), o


texto reflete uma das principais características do Capitalismo Financeiro,
que é a
a) concorrência pouco acirrada.
b) renovação do sistema produtivo.
c) fusão entre empresas, conhecida como truste.
d) divisão de tarefas e atribuições entre diferentes empresas.
e) união voluntária entre duas empresas de ramos diferentes a fim de
expandir o mercado consumidor.

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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 59. O texto aponta que a subjetivação se efetiva numa dimensão:

O modelo da modernização da agricultura foi implantado a partir de a) normativa, pautada em aspectos jurídicos.
receitas – os pacotes tecnológicos – que o produtor deveria adotar. b) racional, baseada em pressupostos lógicos.
Para os produtores terem acesso aos pacotes tecnológicos, nos países c) contingencial, processada em interações sociais.
subdesenvolvidos, foi necessária uma ampliação do crédito por meio de
convênios intergovernamentais, com o objetivo de financiar a importação d) transcendental, efetivada em princípios metafísicos.
de insumos e de maquinário agrícola. Tal medida teve um peso muito forte e) essencial, fundamentada em parâmetros substancialistas.
para convencer os produtores a implantarem, em suas propriedades, um
manejo de produção com base nos pacotes, favorecendo o surgimento
da Revolução Verde. Questão 62.
ROSA, Antônio Vitor. São Paulo: Atual, 1998. Os filósofos da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max
Horkheimer, refletindo sobre o que hoje conhecemos como cultura
Sobre a Revolução Verde, destacada no texto, analise as afirmativas a de massa, afirmam o seguinte: “O que é novo é que os elementos
seguir: irreconciliáveis da cultura, da arte e da distração se reduzem mediante
sua subordinação ao fim de uma única fórmula falsa: a totalidade da
a) Minimiza a necessidade do uso de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos indústria cultural. Ela consiste na repetição. O fato de que suas inovações
na agricultura. características não passem de aperfeiçoamentos da produção em massa
b) Minimiza a concentração da renda e da terra e evita a migração para não é exterior ao sistema. É com razão que o interesse de inúmeros
as cidades. consumidores se prende à técnica, não aos conteúdos teimosamente
repetidos, ocos e já em parte abandonados.”
c) Pode causar contaminação dos ecossistemas e compactação do solo.
ADORNO, T. – HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar,
d) Multiplica o desenvolvimento da biodiversidade e da biomassa 1985, p. 112.
e) Diminui a concentração fundiária e de renda.
No fragmento, a crítica dos autores à indústria cultural salienta alguns
elementos essenciais da cultura contemporânea. Partindo da leitura,
Questão 60.
assinale a opção que NÃO corresponde às críticas à indústria cultural.
Os dados da tabela a seguir estão correlacionados com as mudanças na a) Ela massifica a cultura através dos meios de comunicação, insere o
organização espacial metropolitana nas últimas décadas. indivíduo numa massa sem forma que o impede de fruir pessoalmente
da obra de arte.
b) Ela cria o espectador médio, que deve ser seduzido e levado ao
consumo. Logo, tem o cuidado de não fazê-lo pensar, mas de mantê-
lo no senso comum.
c) Ela distingue bens culturais de bens de mercado, separando o que é
para o consumo da elite cultural daquilo que é destinado à massa.
d) Ela banaliza a expressão artística e intelectual, em lugar de despertar
interesse pela cultura, vulgariza a arte e o conhecimento.

Questão 63.

TEXTO I
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo
homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo
durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes
(Adaptado de SASSEN, S. The global city. New York: Princeton University Press, 2001.) pode ser oferecida por sua própria força e invenção.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

Nova York e Chicago são exemplos de cidades onde vem se acentuando


o processo de TEXTO II
a) terceirização. Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de
b) terciarização. bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer
c) periferização. que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa
conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por
d) gentrificação.
conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero
e) hierarquização. humano.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os
homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).
Questão 61.

ENEM, 2019 (Adaptada) Penso que não há um sujeito soberano, Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que
fundador, uma forma universal de sujeito que poderíamos encontrar sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os
em todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se constitui homens se dá em razão de uma:
através das práticas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através
a) predisposição ao conhecimento metafisico.
de práticas de liberação, de liberdade, como na Antiguidade — a partir,
obviamente, de um certo número de regras, de estilos, que podemos b) submissão ao transcendente.
encontrar no meio cultural. c) tradição epistemológica dos povos europeus.
FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense d) condição original.
Universitária, 2004.
e) vocação política natural do Ocidente para o Estado Moderno.

17
SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 64. Nesse sentido,


Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro a) foi quebrado o modelo de arquipélagos econômicos e instaurado o
emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também padrão centro-periferia.
que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em b) a organização em arquipélagos foi mantida mesmo com grandes
prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem estímulos ao rodoviarismo.
ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido c) houve maiores integrações, mas as regiões norte e nordeste
e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que continuaram excluídas da economia nacional.
se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em
apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora d) o modal rodoviário possibilitou plena conexão entre todas as regiões
saiba que tal nunca sucederá. de forma homogênea.
KANT, l. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo. Abril Cultural, 1980 e) o rodoviarismo não permite ligar distancias muito longas.

De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” Questão 67.


representada no texto:
Em fevereiro de 2019, parte (20 sobrados) de uma vila operária
a) Assegura que a ação seja aceita por todos a partir de livre discussão. localizada na Rua João Migliari, no bairro do Tatuapé, zona leste da
b) Garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da cidade de São Paulo, foi demolida para dar lugar a um empreendimento
vida futura na terra. da construtora Porte Engenharia e Urbanismo.
c) Opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como Um abaixo-assinado digital que solicita o tombamento das
norma universal. edificações da vila que ainda não foram demolidas circula entre os
d) Materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem moradores da região. Construído por volta da década de 1940 , o
justificar os meios. conjunto de casas seguia sendo ocupado com uso residencial e comercial
e tinha suas características preservadas, com as fachadas pintadas de
e) Permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para
cores semelhantes.
as pessoas envolvidas.
Fonte: https://www.nexojornal.com.brlexpresso/2019/03/24/O-que-5\%C3\%30-as-
vilas-oper $\% \subset 3 \%$ A 1 rias. - E-0-que-resta-delas-no-BrasiL

Questão 65.
A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado.
O que significa isso? Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma
autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de dar
uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não
têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do
poder. Essencialmente encarregado de eliminar conflitos que podem
surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para
restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que lhe reconhece a
sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, e os meios
que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao
uso exclusivo da palavra.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982
O contexto de surgimento das vilas operárias compreendia o seguinte
(adaptado) padrão de organização industrial:
a) descentralizado.
O modelo politico das sociedades discutidas no texto contrasta com o b) desconcentrado.
Estado liberal burguês porque se baseia em: c) deseconomias de aglomeração.
a) Debate público e autogestão material. d) economias de aglomeração.
b) Normatividade corpórea e autocracia. e) dispersado.
c) Gestão coletiva e obrigações tributarias.
d) Submissão divina e monarquia absolutista. Questão 68.
e) Contratualismo politico e predisposição divina.

Questão 66.
A indústria automotiva no Brasil no século 20
O fim da produção da Ford é um marco para a indústria automotiva
brasileira justamente porque a empresa foi a primeira a fabricar veículos
no país. As operações duraram mais de 100 anos: a planta pioneira foi
inaugurada em 1919 , no centro de São Paulo, produzindo o famoso
modelo Ford T.
Apesar de centenária, a indústria automotiva no Brasil só teve seu
ponto de virada na década de 1950 . O presidente Juscelino Kubitschek
(1956 a 1961 ) tinha como cerne da política econômica a intensificação
Projeção da CNC. Estadão. Fonte: CNC, IBGE, Rais e BCB.
do processo de industrialização do país - que tinha ganhado força na
década de 1930 , sob Getúlio Vargas.
Fonte: https://www.nexojornal.com.briexpresso/2021/01/16/0-papel-de-incentivos- Os gráficos acima evidenciam o processo mais recente de
fiscais-na-indústria-automobilistica.
a) industrialização acelerada.
b) aumento do desemprego conjuntural.
Ainda que o estímulo massivo ao modal rodoviário seja questionado
em um país com grandes dimensões territoriais, ele possibilitou maior c) desindustrialização.
integração do território nacional. d) concentração de renda.
e) independência tecnológica.

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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 69. DISPARADA

Em 2020, a promessa era de aceleração da agenda privatizadora. Prepare o seu coração


O governo pretendia avançar na venda de grandes empresas, como Pras coisas que eu vou contar
Correios e Eletrobras. A expectativa no início do ano também era que Eu venho lá do sertão
fossem concluídas as desestatizações de empresas como Casa da
Moeda, Emgea (Empresa Gestora de Ativos), Ceagesp, CeasaMinas e E posso não lhe agradar
ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias). Aprendi a dizer não
Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/12/20/Por-que-a-agenda-de- Ver a morte sem chorar
privatiza%C3%A7%C3%A3o-n%C3%A3o-avan%C3%A7a-sob-Guedes
E a morte, o destino, tudo
Estava fora de lugar
A doutrina econômica, retratada no trecho, em consonância com o
esvaziamento do Estado denomina-se Eu vivo pra consertar
(Geraldo Vandré - Theo de Barros)
a) keynesianismo.
b) liberalismo.
Estas duas canções, de grande apelo popular, ficaram empatadas em 1o
c) Estado de bem-estar social.
lugar, no Festival de MPB da Record, em 1966. Diferente do que ocorre
d) neoliberalismo. com “A Banda”, em “Disparada” os autores assumem, de forma explícita,
e) neokeynesianismo. uma crítica social que expressa:
a) a aliança política entre as elites regionais
Questão 70. b) a resiliência do povo nordestino perante a seca.
Índice de Gini c) a fuga dos problemas sociais pelo povo trabalhador
(quanto mais próximo de 1,000, maior é o nível de desigualdade) d) d) o saudosismo das oligarquias rurais afastadas do poder
e) e) o inconformismo dos marginalizados diante da desigualdade social

Questão 72.

Fonte: PNAD (IBGE-a 2011).

A década de 1970 ficou conhecida como a década do Milagre Econômico


brasileiro. De acordo com o gráfico, STORNI, 1927. In: LEMOS, Renato. Uma história do Brasil através da caricatura. Rio de
Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.
a) a geração de riqueza foi distribuída de modo equânime.
b) houve controle da desigualdade durante o Milagre Econômico.
A dominação dos grandes proprietários rurais durante a República Velha
c) a desigualdade aumentou apenas nas regiões periféricas do país. deu origem à expressão popular “voto de cabresto”, mecanismo eleitoral
d) embora o PIB estivesse acelerado, a concentração de renda também que resulta de:
aumentava.
a) influência política das oligarquias regionais
e) o aumento da produção acompanhou a destruição de riquezas em
todo território. b) adaptação do campesinato à realidade do mundo urbano
c) inconformismo do eleitor nas pequenas cidades do interior
d) submissão dos trabalhadores rurais aos valores soberanos das cidades
Questão 71.
e) controle sobre os trabalhadores da indústria devido à crescente
Observe os trechos iniciais das seguintes canções: urbanização

A BANDA

Estava à toa na vida


O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
(Chico Buarque)

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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 73. O título e a letra da canção expressam a insatisfação e a visão crítica


de parte da juventude brasileira da década de 1980, em relação a
Existem dois países, entre os quais é difícil distinguir o verdadeiro; na padrões de comportamento dominantes na sociedade. Dois problemas
fazenda do interior, o homem do campo trabalha de enxada e transporta característicos da juventude dessa década, que estão identificados na
uma colheita insignificante em carroças rangentes (...); na cidade de São letra e que melhor justificam o rótulo “geração coca-cola”, são:
Paulo, a cada hora termina-se um prédio.
(LAMBERT, Jacques. Os dois Brasis. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1984.) a) decadência moral - rígido controle social
b) pobreza econômica - limitações culturais
c) alienação cultural - insatisfação política
d) nacionalismo musical - falta de acesso à escola
e) engajamento político – militância de esquerda

Questão 75.
Deixando-se de lado a Espanha do século XVI e talvez a Holanda
do século XVIII, a Grã-Bretanha de meados do século XVIII a meados do
século XX, e os Estados Unidos, a partir de então, são os únicos exemplos
de impérios genuinamente globais com horizontes políticos globais,
e não meramente regionais, o mesmo valendo para seus recursos de
poder – a supremacia naval para a Grã-Bretanha e a supremacia aérea
para os Estados Unidos do século XXI – ambos apoiados por uma forte
rede mundial de bases operacionais.
HOBSBAWM, E. Globalização, democracia e terrorismo.
META DE FAMINTO São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 60-61.

JK - Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas De acordo com o texto, sobre os impérios mencionados:
pavimentadas com asfalto brasileiro, com gasolina brasileira. Que
mais quer? a) O Reino da Espanha teve como bases operacionais suas feitorias na
costa africana, que, além do controle do Atlântico Norte, ofereciam
JECA - Um prato de feijão brasileiro, seu doutô! gigantescos contingentes de trabalhadores escravizados.
(THÉO, 1960. In: LEMOS, Renato. “Uma história do Brasil através da caricatura”. Rio de b) Os holandeses organizaram uma incrível rede de núcleos coloniais
Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.) nos continentes africano, americano e asiático, cuja produção esteve
fundada na propriedade familiar de autossuficiência.
O texto e a charge representam, de formas diferentes, um dos principais c) A Inglaterra construiu um enorme império a partir de domínios
dilemas do desenvolvimentismo no governo Juscelino Kubitschek, fornecedores de matérias-primas e consumidores de sua própria
durante a 2a metade da década de 1950. A alternativa que melhor produção industrial.
apresenta esse dilema é: d) Os EUA criaram uma série de zonas coloniais, que lhes propiciaram
a) os contrastes culturais e educacionais entre as elites paulistas e um notório desenvolvimento de seus veículos de comunicação.
nortistas e) Uma característica específica dos Estados na Era Moderna foi o
b) a desigualdade política e ideológica entre as oligarquias nordestinas constante clima de beligerância entre eles, contrariamente ao que
e sulistas ocorre no período contemporâneo, cujos conflitos baseiam-se tão
somente no desenvolvimento de novas tecnologias.
c) a defasagem histórica e tecnológica entre o setor petrolífero e o
agroexportador
d) as disparidades econômicas e sociais entre os setores agrário e Questão 76.
urbano-industrial
“Esse é um pequeno passo para um homem, um salto gigante para
e) o crescimento populacional muito superior ao crescimento da produção a humanidade”
de alimentos (Neil Armstrong).

Questão 74. A frase preferida por Neil Armstrong ao pisar na lua tornou uma das mais
célebres da Guerra Fria, um conflito político-ideológico que bipolarizou
GERAÇÃO COCA-COLA o mundo pós-guerras mundiais. Sobre a corrida espacial, marque a
Quando nascemos fomos programados alternativa correta.
A receber o que vocês nos empurraram a) Foi um momento de intensa corrida armamentista entre os Estados
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6. que compunham o Eixo e os Aliados, já que se desenrolava um clima
Desde pequenos nós comemos lixo de tensões e disputas, com risco constante de desencadeamento de
Comercial e industrial uma guerra a qualquer momento.
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês. b) Foi um pacto assinado entre EUA e URSS para o interrompimento da
Somos os filhos da revolução transferência de tecnologia espacial aos demais países. O foco era na
Somos burgueses sem religião promoção de um uso racional do espaço.
Somos o futuro da nação c) Foi uma corrida tecnológica entre Estados Unidos e União Soviética
Geração Coca-Cola. a partir de 1957. Os Estados Unidos logo obtiveram vantagem quando
Depois de vinte anos na escola inauguraram em 1961, a Estação Espacial Modular, que permitiu
Não é difícil aprender avanços significativos na tecnologia aeroespacial.
Todas as manhas do jogo sujo d) Foi uma disputa tecnológica entre os EUA e a URSS a partir da década
Não é assim que tem que ser? de 1950. O objetivo era o desenvolvimento de tecnologias para a
Vamos fazer nosso dever de casa projeção e construção de naves espaciais e satélites que auxiliassem
E aí então, vocês vão ver na exploração do espaço sideral.
Suas crianças derrubando reis
e) Foi uma aliança entre Estados Unidos e União Soviética a partir de
Fazer comédia no cinema com as suas leis.
1945, focada sobretudo na construção de aeronaves espaciais e
(Renato Russo)
satélites que propiciassem na exploração espacial.

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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 77. resultaram, inevitavelmente, em uma rápida e, por vezes, desorganizada


urbanização que contribui com problemas urbanos como
Sob qualquer aspecto, este [a Revolução Industrial] foi provavelmente o
mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a) o processo de conurbação.
a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã‐Bretanha. b) o aumento de cidades globais.
É evidente que isto não foi acidental. c) a formação de área metropolitana.
Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 2005. 19ª edição, p. 52.
d) a ocorrência da macrocefalia urbana.
e) as redes urbanas mais articuladas e densas.
A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra nas últimas décadas XVIII,
a) Deveu‐se à precocidade científica e tecnológica dos ingleses, aliado
Questão 80.
a uma grande oferta de mão de obra e a uma política de Estado
pacifista e baseada nas transações comercias. A matriz energética da região Nordeste tem apresentado crescimento
b) surgiu das profundas transformações agrárias relacionadas à na geração de energia oriunda de usinas eólicas, e essa pode ser a grande
concentração fundiária, perda da posse da terra pelos homens do alternativa para a região continuar atendendo a demanda crescente por
campo e formatação de uma mão de obra assalariada. energia. Essa energia é obtida através
c) relacionou-se ao declínio da aristocracia e ao desenvolvimento da a) Dos ventos, abundantes no litoral.
burguesia, orientada pela teoria mercantilista e sintetizada na filosofia b) Da biomassa, proveniente da cana de açúcar.
liberal de Thomas Malthus.
c) Do Sol, devido a grande quantidade de radiação solar.
d) originou-se a partir de ataques teóricos às práticas mercantilistas e
do combate ao tráfico de escravos, visando a conquista de novos d) Das marés, devido a grande variação diária do nível do mar.
mercados consumidores. e) Das águas dos rios, que podem ser utilizadas mesmo em período de
e) decorreu da grande difusão de uma filosofia Ilustrada, a qual teria estiagem.
possibilitado aquilo que o cientista político alemão Karl Marx descreve
como “ideologia”.
Questão 81.

Questão 78.

As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de


Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando
a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas,
os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam
pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem
vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos
serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e
portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear
com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não
eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos,
ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época
também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo
teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
As áreas destacadas no mapa se caracterizam por serem importantes
reservas e comerciantes de
De acordo com o texto, pode-se inferir que ele aborda
a) água.
a) o mercado transatlântico de escravos em seu período de maior fluxo
b) urânio.
de navios negreiros e o controle do tráfico pelas potências
mediterrânicas. c) biomassa.
b) o progresso gradual da presença dos europeus no continente africano d) petróleo.
e a formatação de um modelo exploratório da natureza e da mão de e) minério de ferro.
obra.
c) as táticas usadas no processo colonizador e a busca por uma exploração
sustentável da África e adjacências. Questão 82.

d) a laicidade do Estado português e as suas atitudes diplomáticas


perante aos reinos e aos povos originários da África.
e) o pioneirismo português na expansão ultramarina e a concentração
de sua atividade exploradora nas áreas interiores da África.

Questão 79. A sequência de ilustrações exibe esquematicamente a


“A urbanização é um dos trações fundamentais da modernidade. Há a) evolução de uma dorsal mesoceânica.
urbanização quando o crescimento da população urbana supera o da b) separação de grandes placas litosféricas.
população rural – um fenômeno que se verifica há mais de dois séculos
na Europa e que adquiriu contornos mundiais ao longo do século XX.” c) formação de extensas voçorocas devido a erosão.
MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. São Paulo: Atual. 2008, p. 225. d) formação de grandes vales em estruturas tectonicamente falhadas.
e) gênese e a evolução de morfoestruturas em estruturas geológicas
O Brasil inicia sua caminhada rumo à modernidade industrial dobradas.
notadamente a partir da década de 1930. O crescente êxodo rural,
além de uma drástica aceleração no ritmo do crescimento vegetativo,

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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 83. Questão 85.


O cristianismo incorporou antigas práticas relativas ao fogo para criar A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como uma política para
uma festa sincrética. A igreja retomou a distância de seis meses entre os todos constitui-se uma das mais importantes conquistas da sociedade
nascimentos de Jesus Cristo e João Batista e instituiu a data de comemoração brasileira no século XX. O SUS deve ser valorizado e defendido como um
a este último de tal maneira que as festas do solstício de verão europeu com marco para a cidadania e o avanço civilizatório. A democracia envolve
suas tradicionais fogueiras se tornaram “fogueiras de São João”. A festa um modelo de Estado no qual políticas protegem os cidadãos e reduzem
do fogo e da luz no entanto não foi imediatamente associada a São João as desigualdades. O SUS é uma diretriz que fortalece a cidadania e
Batista. Na Baixa Idade Média, algumas práticas tradicionais da festa (como contribui para assegurar o exercício de direitos, o pluralismo político e
banhos, danças e cantos) foram perseguidas por monges e bispos. A partir o bem-estar como valores de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
do Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja resolveu adotar celebrações em preconceitos, conforme prevê a Constituição Federal de 1988.
torno do fogo e associá-las à doutrina cristã. RIZZOTO, M. L. F. et al. Justiça social, democracia com direitos sociais e saúde: a luta do
CHIANCA, L. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos Cebes. Revista Saúde em Debate, n. 116, jan.-mar. 2018 (adaptado).
católicos. Revista Anthropológicas, n. 18, 2007 (adaptado).

Segundo o texto, duas características da concepção da política pública


Com o objetivo de se fortalecer, a instituição mencionada no texto analisada são:
adotou as práticas descritas, que consistem em
a) Libertarianismo e filantropia.
a) promoção de atos de matriz religiosa africana.
b) Liberalismo e meritocracia.
b) fomento de orientações bíblicas.
c) Universalismo e igualitarismo.
c) apropriação de cerimônias seculares.
d) Ultra-nacionalismo e individualismo.
d) retomada de ensinamentos agostinianos.
e) Socialismo e coparticipação.
e) ressignificação de rituais dos povos originários.

Questão 86.
Questão 84.
Figura 1 Vida social sem internet?

Figura 2

A charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em especial à


internet, porque:
a) questiona a relação das pessoas nas redes virtuais.
b) considera as relações sociais como menos importantes que as virtuais.
c) enaltece a falsa necessidade do ser humano de estar em todos os
lugares ao mesmo tempo.
d) descreve com precisão as sociedades humanas no mundo globalizado.
Esse ônibus relaciona-se ao ato praticado, em 1955, por Rosa Parks, e) concebe a rede de computadores como o espaço mais feliz para a
apresentada em fotografia ao lado de Martin Luther King. O veículo construção de relações sociais.
alcançou o estatuto de obra museológica por simbolizar o(a):
a) inicio do movimento por direitos civis.
b) democratização do acesso à escola particulares.
c) preconceito de gênero no transporte coletivo.
d) deflagração do movimento por igualdade superior.
e) eclosão da rebeldia no comportamento juvenil.

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SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

Questão 87. Questão 90.


“É constituído por um conjunto articulado de formas materiais O mapa abaixo apresenta a rota de espraiamento do coronavírus.
criadas tanto pela natureza como pela ação humana transformando
esta última, atribuindo-lhe tanto funcionalidade como impregnando-o
de significados. Multidimensional, pode ser visto por diversos prismas,
todos contribuindo para definir e dar conteúdo a ele.”
Adaptado de R.L. CORREA, Z. ROSENDAHL - Rio de Janeiro, Edições Makunaima, 2012

O conceito retratado no excerto corresponde a (ao):


a) espaço geográfico
b) território
c) rede
d) escala
e) paisagem

Questão 88.
Umbanda: é uma religião brasileira formada através de elementos A difusão do vírus provocou a atual pandemia. Essa disseminação, em
de outras religiões como o catolicismo ou espiritismo juntando ainda escala global, se deu principalmente por meio do transporte
elementos da cultura africana e indígena. A palavra é derivada de a) aquaviário.
“u’mbana”, um termo que significa “curandeiro” na língua banta falada na
Angola, o quimbundo. A umbanda tem origem nas senzalas em reuniões b) rodoviário.
onde os escravos vindos da África louvavam os seus deuses através de c) aeroviário.
danças e cânticos e incorporavam espíritos. d) ferroviário.
Fonte: https:/Wwww.geledes.org.briguia-sobre-religioes-afro-brasileiras/
e) informacional.

A umbanda é um exemplo de junção de diferentes práticas religiosas.


Além disso, foi o modo de resistência encontrado por pessoas
escravizadas em reproduzirem parte da religiosidade de seus lugares
de origem.

Assim, o conceito que define este processo equivale a


a) desterritorialização.
b) territorialização.
c) reterritorialização.
d) territorialidade.
e) multiterritorialidade.

Questão 89.
As consequências dos bloqueios nas rodovias mostraram, entre
outras coisas, como o Brasil é dependente do transporte rodoviário. De
acordo com a pesquisa Custos Logísticos no Brasil, atualizada em abril
de 2018 pela Fundação Dom Cabral, rodovias foram a opção de quase
76 % das empresas em 2017 para distribuição e escoamento de bens.
A participação de outros modais de transporte poderiam diminuir os
impactos do desabastecimento internamente, como o aéreo, ferroviário e
hidroviário (fluvial). No Brasil, no entanto, o uso desses meios representa
5,8%, 5,4% e 0,7%$, respectivamente, no transporte de carga.
Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/05/30/Um-panorama-do-
transporte-hidrovi\%C3\%A1 rio-no-pa\%C3\%ADs.-E-por-que-n\%C3\%A3o-
deslanchou

A dependência de um modal com alto custo para longas distâncias provoca


o aumento do preço da mercadoria circulada em território nacional.

Desse modo, é
a) indicado investir apenas nos setores ferroviários e hidroviários.
b) adequado estimular a multimodalidade.
c) necessário planejar maior intermodalidade.
d) preciso travar os estímulos ao rodoviarismo.
e) ideal conectar todas as cidades por aeroportos.

23
SIMULADO ENEM P R O D Í G I O. C O M . B R

GABARITO

LINGUAGENS HUMANAS

01. D 16. B 31. A 46. E 61. C 76. D


02. B 17. C 32. D 47. A 62. A 77. B
03. A 18. B 33. A 48. A 63. D 78. B
04. A 19. D 34. C 49. D 64. C 79. D
05. C 20. E 35. B 50. B 65. A 80. A
06. E 21. E 36. E 51. C 66. A 81. D
07. A 22. A 37. E 52. E 67. D 82. E
08. B 23. C 38. B 53. D 68. C 83. C
09. C 24. B 39. E 54. A 69. D 84. A
10. D 25. E 40. D 55. E 70. D 85. C
11. D 26. B 41. A 56. E 71. E 86. A
12. A 27. C 42. C 57. E 72. A 87. E
13. C 28. D 43. A 58. C 73. D 88. C
14. E 29. D 44. C 59. C 74. C 89. C
15. A 30. C 45. E 60. B 75. C 90. C

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