O filme nos apresenta Paulo Martins, poeta, jornalista e aspirante a político, como a
representação da classe intelectual brasileira. Ele ressente a situação da população e
deseja poder fazer algo a respeito, tentando então, colocar-se como porta-voz do povo ao buscar por um líder político que faria uma revolução e sanaria a crise. Paulo acredita na revolução como a solução para os problemas sociais enfrentados em El Dourado, estando disposto até a trair seu amigo e mentor, Diaz, por esta causa, uma vez que Diaz representa o conservadorismo reacionário ao qual Paulo repudia, ainda assim, para ele, o povo é incapaz de realizar tal revolução por si só, sendo covarde e servil, sem a criticidade necessária para pensar autonomamente, seguindo cegamente o primeiro que aparecer “portando a cruz e a espada”, sempre em busca de um representante, entretanto, tem suas experiências e falas negadas veementemente no momento em que finalmente consegue se pronunciar.