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DIREITO DAS SUCESSÕES

 Princípios constitucionais:
1- Preservação da propriedade privada;
2- Desoneração do estado
3- Princípio da Solidariedade (família)

 Definições:
Suceder = substituir
Sucessão – causa mortis.

É possível a sucessão inter vivos ?


Sim, contrato de compra e venda.

A sucessão é a forma pelo qual a herança se transmite.


Herança é o conjunto de bens deixados pelo de cujus, possui características
materiais (universalidade) e processual (espólio)

 Parentesco:
Jurídico >> linha reta
Cultural >> linha colateral

Classificação:
a) Consanguíneo (vínculo biológico)
b) Socioafetivos – posse de estado de filho “minha filha”
c) Social – técnica de reprodução assistida
d) Afinidade = nesses casos, os laços do cônjuge com a família

 Linha reta.
Descendente;
Ascendente;
Cônjuge;
Colaterais.

Observação: os parentes mais próximos preferem aos mais remotos.


a) Linha reta: descendente afastam os ascendentes e os ascendentes afastam
o cônjuge ou companheiro.
Sucessão concorrencial: o cônjuge tem direito, na ausência de herdeiros o
cônjuge herda em sua totalidade.

Kenzo
b) Colateral: na ausência de parentes em linha reta, os colaterais de 2º grau
preferem ao de 3º grau, por sua vez, preferem ao de 4º grau.

Parentesco socioafetivo: posse de estado de filho, vínculo afetivo. Adquire


direitos sucessórios.

 Casamento:

a) É necessário analisarmos o regime de bens do de cujus:


1) Comunhão universal:
Integram todos os bens, salvo com cláusula de incomunicabilidade.
2) Comunhão parcial;
Contabiliza-se somente os bens adquiridos na constância do casamento,
salvo cláusula.
3) Separação convencional
Não se comunicam.
4) “” Obrigatória.
Não se comunicam, salvo entendimento jurisprudencial.
Ao analisarmos de início, o cônjuge irá concorrer com os descendentes e
ascendentes em concorrência sucessória – inclusive, os bens particulares, salvo
os que possuem cláusula de incomunicabilidade.
Não obstante, na ausência de ascendentes ou descendentes, o cônjuge herdará
todos os bens em sua integralidade.

 Concorrência sucessória do cônjuge ou companheiro;

1. O cônjuge concorre com ascendentes ou descendentes? SIM.

Em concorrência com os descendentes, faz-se necessário observar o regime


de comunhão do de cujus, nestes casos:

- Regime parcial: concorre nos bens particulares, salvo cláusula.


- Regime comunhão universal: concorre, todos bens integralizam;
- Separação legal: não concorre, salvo súmula 377 STF
- Separação convencional: concorre.

Em concorrência com os ascendentes, o cônjuge sempre irá concorrer com


seus bens particulares, salvo cláusula de incomunicabilidade.

Kenzo
Observação: ante ausência de desc. ou asc. é importante observar se houve a
separação de fato, ou seja, se antes do falecimento do de cujus havia união
entre o casal.

 Direito real de habitação

Diz respeito, ao cônjuge ou companheiro do de cujus poder utilizar o imóvel


deixado para habitação.

Pontos importantes:
- uso do imóvel é gratuito, sem cobrança de aluguel;
- não há como alugar ou deixar de residir no imóvel;
- renúncia da habitação é possível, no inventário ou por escritura pública;
- é possível a venda do imóvel, mas a habitação não cessará (obrig. propter
rem);
- casando novamente, o habitante poderá perder a habitação, tendo de ser
observado a relação com o de cujus, no caso:
Se era casado, e tornou-se ex-cônjuge, poderá casar novamente e não há
perda.
Por outro lado, a união estável, impede o novo casamento ou união estável,
implicando na perca da habitação, caso o sobrevivente adquira novo matrimônio.
- o titular da habitação arca com IPTU, água, luz e taxas. Sendo que as
benfeitorias necessárias serão divididas com os novos proprietários;
- é possível ajuizar ações de esbulho e turbação;
- pouco importa se o titular do direito tenha outros imóveis em seu nome, desde
que o casal tenha residido no imóvel em que ele é titular.

 Renúncia da herança

É possível a renúncia no inventário ou por escritura pública, ao tratarmos de


descendente ou ascendente será necessário outorga uxória (autorização de um
cônjuge ao outro).

 Papéis importantes assumidos pelo cônjuge no inventário:

1) Será administrador provisório até a nomeação do inventariante e sua tomada


de compromisso;
2) Legítimo para requerer abertura do inventário;
3) Nomeação preferencial para inventariante.

Kenzo
O cônjuge deverá descrever, no inventário, os bens integrantes e os adquiridos
mediante meação, mesmo que não sirva para cálculo do ITCMD.

 Reflexos sucessórios específicos da União Estável

O art. 1829 do CC, adquiriu nova interpretação substituindo a leitura de


“cônjuge” por “companheiro” – (Temas 498 e 809 do STF).

O companheiro é herdeiro necessário (caso em que não tenha ascendente ou


descendente) – STJ Resp 1878044.

Questão: É possível o reconhecimento de união estável após morte do de cujus?

Neste caso, teremos de analisar a concordância ou discordância dos herdeiros:

Ante a concordância, haverá a dispensa da prova documental pré-constituída,


podendo integrar como herdeiro nos autos do inventário judicial ou extrajudicial.

Havendo discordância, será necessário ajuizar ação de reconhecimento post


mortem, com prova constitutiva da união e provas testemunhais, buscando
demonstrar a notoriedade pública da relação. Respectiva ação não suspenderá
o inventário, mas reserva uma parte do espólio.

Ainda, o cônjuge ou companheiro poderá herdar um quarto dos bens, na


sucessão concorrencial. Além de ser herdeiro necessário.

 Sujeitos do direito das sucessões

Ativo: falecido
Passivo: herdeiro

 Requisitos para abertura de sucessão

1) Prova de morte;
2) Fato para abertura (morte);
3) Documento comprobatório (Certidão de óbito).
Nos casos de morte presumida:
a) Perigo de vida, causa provável – Ex: pessoa em local de tragédia
(deslizamento de terra).
b) Prisioneiro de guerra ou desaparecido em guerra.

Kenzo
c) Ausência – há de se observar os procedimentos previstos no CC para
declarar sua morte.

Kenzo

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