Você está na página 1de 11

Âmbito de Distribuição: Interno Geral

POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES OU


ACTIVIDADES SUSPEITAS

(Aprovado em reunião do Conselho de Administração do dia xx de Outubro de 2022)

Banco de Negócios Internacional, S.A.


Av. Che Guevara n.º 42-A- Bairro Maculusso, Município da Ingombota, Luanda-Angola
Tel: (+244) 222 632 900/222 632 901/222 371 887 •contacto@bni.ao •POBox/Caixa Postal 578
Registo no BNA n.º 0052 •Registo na Conservatória Comercial n.º 117-06 •NIF 5401144075•SWIFT: BNICAOLU
www.bni.ao
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

ÍNDICE

1. Âmbito.....................................................................................................3
2. Objectivo..................................................................................................3
3. Conceitos e definições...................................................................................3
4. Obrigação de comunicação.............................................................................4
4.1. Indicadores subjectivos............................................................................4
4.1.1. Comunicação de operações suspeitas..........................................................5
4.1.2. Comunicação de pessoas, grupos ou entidades designadas.................................5
4.2. Indicadores objectivos.............................................................................6
4.3. Prazo de comunicação..............................................................................7
4.4. Procedimentos de comunicação..................................................................8
4.4.1. Conteúdo das comunicações.....................................................................8
4.5. Obrigação de abstenção............................................................................8
4.6. Obrigação de cooperação e prestação de informação.........................................9
4.7. Obrigação de sigilo..................................................................................9
4.7.1. Protecção na prestação da informação........................................................9
4.8. Obrigação de conservação........................................................................10
5. Disposições Finais.......................................................................................10
5.1. Revisão e Actualização............................................................................10
5.2. Divulgação e Acesso...............................................................................10
5.3. Monitorização e Entrada em vigor..............................................................10

Página 2 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

1. Âmbito
No cumprimento do disposto no artigo 17º da Lei nº 05/20 de 27 de Janeiro, sobre a
Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais (BC), Financiamento do Terrorismo e
da Proliferação de Armas de Destruição em Massa (FTP), o BNI está adstrito à obrigação de
comunicação, devendo, por sua própria iniciativa, informar de imediato a Unidade de
Informação Financeira (UIF), sempre que saiba, suspeite ou tenha razões suficientes para
suspeitar que teve lugar, está em curso ou foi tentada uma operação susceptível de estar
associada a prática do crime de BC/FTP ou de qualquer outro crime.

2. Objectivo
A presente política tem como objectivo estabelecer os princípios e as directrizes para o
cumprimento da obrigação de comunicação a que o Banco está sujeito, caso suspeite ou
tenha motivos razoáveis para acreditar que uma transacção poderá estar relacionada com
à prática do crime BC/FTP ou de qualquer outro crime.

3. Conceitos e definições
Os conceitos de seguida elencados devem prevalecer ao longo do texto desta política, com
a definição que lhes é formulada:
a) Branqueamento de Capitais (BC): qualquer evento destinado a dissimular a natureza e
a origem de fundos provenientes de actividades ilícitas previstas na Lei, de modo que
estes pareçam legítimos. Regra geral este processo comporta 3 fases, nomeadamente
colocação, ocultação e integração;
b) Compliance Officer: responsável pela coordenação e monitorização da
implementação do sistema de Prevenção e Combate ao BC/FTP, incluindo dos
respectivos procedimentos de controlo interno, bem como pela centralização da
informação e comunicação de operações susceptíveis de BC/FTP à UIF e outras
autoridades competentes;
c) Customer Due Diligence (CDD) - Diligência devida do cliente: é o procedimento
padrão de diligência para entender e avaliar os riscos colocados por um cliente ou as
suas transacções;
d) Enhanced Due Diligence (EDD) – Melhoria das Diligências: é uma diligência profunda
em relação a um Cliente (ou partes relacionadas), geralmente adoptada quando é
identificado um factor de risco elevado;
e) Entende-se por Pessoas, Grupos ou Entidades Designadas, aquelas que se encontram
designadas:
i) Pelo Comité de Sanções das Nações conforme a Resolução do Conselho de
Segurança das Nações Unidas n.º 1267, mediante a Lista actualizada pelo
referido Comité de Sanções;
ii) Pelo Comité de Sanções conforme a Resolução do Conselho de Segurança das
Nações Unidas n.º 1988, que mantém uma Lista actualizada de pessoas, grupos
e entidades associados com os Talibã, que constituam uma ameaça para a paz,
estabilidade e segurança do Afeganistão;
iii) Por qualquer outro Comité de Sanções criado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) ou outro organismo da ONU que mantenha listas de pessoas,
grupos ou entidades associadas ao terrorismo, incluindo o financiamento do
terrorismo, a terroristas ou a organizações terroristas, com vista à aplicação de
medidas restritivas de natureza financeira;

Página 3 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

iv) Pela autoridade nacional competente pela designação nacional e aplicação de


medidas restritivas, mediante lista nacional, conforme a Lei n.º 1/12, de 12 de
Janeiro - Lei sobre a Designação e Execução de Actos Jurídicos Internacionais,
sempre que a designação for relativa a pessoas, grupos ou entidades associadas
ao terrorismo, incluindo o financiamento do terrorismo a terroristas ou a
organizações terroristas, com vista à aplicação de medidas restritivas de
natureza financeira.
f) Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de armas de destruição em massa
(FTP): Recolha de fundos destinados ao terrorismo e/ou a proliferação de armas de
destruição em massa, independentemente da licitude dos referidos fundos;
g) Operações relacionadas: Operações que observam condições em que há vários
remetentes para um mesmo beneficiário ou 1 (um) remetente para vários
beneficiários;
h) Operações suspeitas: Operações que suscitem indícios relativos à prática do crime de
BC/FTP;
i) Relação de negócio: Relação de natureza comercial ou profissional entre o Banco e os
seus clientes que, no momento em que efectivamente se estabeleça, prevê-se que
venha a ser ou seja duradoura;
j) UIF: Unidade central nacional autónoma e independente com competência para
receber, analisar e difundir a informação suspeita de branqueamento de capitais ou
de financiamento do terrorismo, com organização e funcionamento em
regulamentação específica, natureza pública, exercendo as suas competências com
independência e autonomia técnica e funcional junto do Banco Nacional de Angola
(BNA).
4. Obrigação de comunicação
1. O Banco deve desempenhar esta responsabilidade garantindo que, tanto os
colaboradores, como os seus clientes, estejam cientes da regulação em matéria de
Prevenção e Repressão do BC/FTP, estabelecendo procedimentos que permitam
que os seus colaboradores reportem as operações suspeitas à Direcção de
Compliance (DCP), pelo facto de ser a unidade de estrutura responsável pelo
cumprimento do Programa de Prevenção e Combate ao BC e do FTP.

2. Os critérios para aferir o nível de suspeição devem considerar as características


específicas das transacções, susceptíveis de estarem relacionadas com a prática do
crime de BC/FTP, tendo em atenção a sua natureza, complexidade, tipicidade no
quadro da actividade normal do cliente (perfil transaccional), volume da
transacção, frequência, situação económica dos intervenientes, meios de
pagamento utilizados, entre outras que se julguem adequadas.

3. A Lei nº 05/20 de 27 de Janeiro definiu os indicadores de uma operação suspeita.


Estes podem ser divididos em subjectivos e objectivos.

4.1. Indicadores subjectivos


1. No caso de indicadores subjectivos, o Banco deve comunicar quando tem
conhecimento, suspeite, ou motivos razoáveis para suspeitar que a actividade está
associada ao BC/ FTP.
2. Esta declaração de operação suspeita implica ao Banco realizar a sua própria
avaliação, com base na informação que lhe foi disponibilizada, sendo que esta
avaliação pode ocorrer tendo em conta circunstâncias específicas da actividade.

Página 4 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

3. Sempre que o Banco suspeite ou tenha motivos razoáveis para acreditar que uma
transacção poderá estar relacionada com BC/FTP, este deve rever a informação que
dispõe relactivamente ao cliente.
4. A existência de uma explicação que faça sentido, à luz da relação de negócio, pode
ser motivo suficiente para que não se considere a operação como sendo suspeita.
Caso não haja nenhuma explicação lógica para a actividade, e tendo por base a
informação recolhida junto do cliente, a actividade deve ser reportada à UIF.

4.1.1. Comunicação de operações suspeitas


1. O Banco deve, por sua própria iniciativa, comunicar de imediato à UIF sempre
que:
a) Tenha conhecimento de que a actividade é, poderá estar ou estará
relacionada com à prática do crime de BC/TFP ou de qualquer outro
crime;
b) Suspeite que a actividade é ou poderá estar relacionada com à prática do
crime de BC/FTP ou de qualquer outro crime, ou;
c) Existam motivos suficientes para que haja suspeita de que a actividade é,
poderá estar ou estará relacionada com o BC/FTP ou de qualquer outro
crime.
2. Existem 3 (três) formas de determinar se uma actividade está relacionada com
à prática do crime de BC/FTP ou de qualquer outro crime:
a) O conhecimento significa que o indivíduo descobre ou sabe que uma
transacção ou pessoa está associada a prática do crime de BC/FTP ou de
qualquer outro crime;
b) A suspeita é um conceito mais subjectivo e não se baseia nas mesmas
provas como quando existe conhecimento, baseia-se geralmente, em
certas circunstâncias, que indicam um possível envolvimento no crime de
BC/FTP ou de qualquer outro crime;
c) Quanto ao motivo razoável refere-se a uma suspeita mais objectiva e que
irá depender de um colaborador específico da organização envolvida. O
nível de experiência e conhecimento irão influenciar se o colaborador em
causa deve ter motivos suficientes para suspeitar.
3. Nem sempre uma actividade anormal poderá ser considerada suspeita, pelo que
qualquer actividade que não pareça comum deve ser analisada de forma a
determinar se é necessário exercer a obrigação de comunicação.
4. Os indícios de que uma actividade pode estar relacionada com à prática do
crime BC/FTP ou de qualquer outro crime, poderá surgir não só quando são
solicitadas transacções mas também no âmbito da monitorização contínua da
relação de negócio.
5. Ao reportar uma actividade suspeita à UIF o Banco deve preencher o formulário
relativo à Declaração de Operação Suspeita (DOS), de modo assegurar toda a
informação necessária à sua análise. O Formulário relativo à DOS pode ser
encontrado nos canais de comunicação interna definidos, bem como no
respectivo guia de preenchimento.

4.1.2. Comunicação de pessoas, grupos ou entidades designadas


1. No âmbito do disposto no artigo 24.º (Implementação de Medidas Restritivas) da
Lei n.º 05/20, de 27 de Janeiro, o Banco adoptou os meios e mecanismos
necessários para assegurar o cumprimento das obrigações previstas na Lei n.º

Página 5 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

19/17, de 12 de Dezembro sobre Prevenção e Combate do Terrorismo e na Lei


n.º 01/12, de 12 de Janeiro sobre a designação e execução dos actos jurídicos
internacionais.
2. A Lei n.º 01/12 de 12 de Janeiro, estabelece a autoridade para a designação de
Estados, pessoas, grupos e entidades, assim como o mecanismo para aplicação
de medidas restritivas específicas aos mesmos, com o fim de combater o
terrorismo, quando tal seja requerido por qualquer acto internacional relativo à
manutenção e restauração da paz e segurança, tais como Resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas, e quando seja necessário para
proteger a segurança nacional, prevê igualmente o regime penal pelo
incumprimento de medidas restritivas impostas pela lei.
3. A referida lei estabelece ainda o mecanismo de congelamento administrativo
de fundos e recursos económicos pertencentes, possuídos ou detidos, directa ou
indirectamente, individualmente ou em conjunto, por pessoas, grupos ou
entidades designadas pelo Comité de Sanções das Nações Unidas, conforme a
Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas n.º 1267, e pela
autoridade competente a nível nacional.
4. Havendo necessidade de estabelecer medidas de diligência e monitorização em
função do risco de financiamento do terrorismo, o Banco deve confrontar, no
início e durante a relação de negócio ou antes da realização de uma
transacção, a identidade de um cliente, efectivo ou potencial, ou de qualquer
outra pessoa, grupo ou entidade envolvida numa relação de negócio ou
transacção, com os dados das pessoas, grupos ou entidades designadas pelo
Comité de Sanções da Nações Unidas ou pelo Governo de Angola, de modo a
determinar se a sua identidade corresponde a uma pessoa, grupo ou entidade
designada.
5. Sempre que saiba, suspeite ou tenha motivos suficientes para suspeitar, que a
identidade do cliente, efectivo ou potencial, ou qualquer outra pessoa, grupo
ou entidade envolvida numa relação de negócio ou transacção corresponde a
uma pessoa, grupo ou entidade designada, o Banco deve comunicar
imediatamente este facto à UIF, de acordo com o previsto no artigo 17º da Lei
nº 05/20 de 27 de Janeiro, pelo preenchimento do formulário relactivo a
Declaração de Identificação de Pessoas Designadas (DIPD). O formulário DIPD,
bem como o respectivo guia de preenchimento podem ser encontrados nos
órgãos de comunicação internas definidos.

4.2. Indicadores objectivos


1. Os indicadores objectivos implicam que exista sempre comunicação à UIF desde que
estejam cumpridos os requisitos legais.
2. Nos termos dos artigos 17º e 28º da Lei n.º 05/20 de 27 de Janeiro, o Banco deve
comunicar à UIF:
a) Todas as transacções em numerário igual ou superior, em moeda nacional ou
outra, equivalente à USD 15 000,00 (quinze mil dólares dos Estados Unidos da
América), independentemente da operação ser realizada através de uma única
operação ou de várias operações que aparentam estar relacionadas entre si;
As transacções que se encontram relacionadas entre si, devem ser tratadas
como uma transacção única para efeitos de comunicação. Refira-se que A
submissão da Declaração de Transacção em Numerário (DTN) é independente do
juízo de suspeição, pelo que a obrigação de comunicação se mantém quer a
operação seja considerada suspeita de estar associada à prática do crime de
BC/FTP ou qualquer outro crime;

Página 6 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

Deste modo, caso se constate que a referida transacção está associada a uma
operação que evidencia fundada suspeita de estar relacionada ao BC/FTP ou
qualquer outro crime, deve ser igualmente submetida uma Declaração de
Operação Suspeita (DOS);
b) Quando realiza a troca entre notas de denominação baixa por notas de
denominação alta, de valor igual ou superior, em moeda nacional ou noutra
moeda, ao equivalente à USD 5 000,00 (cinco mil dólares dos Estados Unidos da
América);
c) Quando realiza a troca em moedas diferentes (operações de câmbio), de valor
igual ou superior ao equivalente à USD 5 000,00 (cinco mil dólares dos Estados
Unidos da América);
d) Quando um cliente compra e/ou líquida cheques, cheques de viagem ou outros
métodos de pagamentos semelhantes, de valor igual ou superior, em moeda
nacional ou noutra moeda, ao equivalente à equivalente à USD 5 000,00 (cinco
mil dólares dos Estados Unidos da América);
e) Todas as transacções que envolvam valores mobiliários, de valor igual ou
superior, em moeda nacional ou noutra moeda, ao equivalente à USD 5 000,00
(cinco mil dólares dos Estados Unidos da América);
f) Todas as transacções de valor igual ou superior, em moeda nacional ou noutra
moeda, ao equivalente à USD 5 000,00 (cinco mil dólares dos Estados Unidos da
América), sempre que satisfaçam dois ou mais dos seguintes indicadores:
 Montantes não contados;
 Montante em moeda Estrangeira;
 Montantes não depositados em conta própria;
 Montantes que sejam transferidos para uma conta no exterior.
g) Todas as transferências electrónicas efectuadas por não detentores de conta
bancária, cujos montantes, em moeda nacional, excedam o equivalente à USD
5 000,00 (cinco mil dólares dos Estados Unidos da América);
h) Transacções de montante superior, em moeda nacional ou outra moeda,
equivalente a USD 5.000,00 (cinco mil dólares dos Estados Unidos da América),
sempre que as operações revelem especial risco de BC/FTP, nomeadamente
quando se relacionem com um determinado país ou jurisdição sujeita a contra-
medidas adicionais decididas pelo Estado angolano, por outras organizações
internacionais competentes ou por autoridades de supervisão e fiscalização.
3. De igual modo, o Banco deve prestar especial atenção às relações de negócio e as
transacções relacionadas com países que não aplicam ou aplicam de forma
insuficiente os requisitos internacionais em matéria de PC-BC/FTP, reduzindo a
escrito os resultados dos exames realizados às relações de negócio e transacções.
Nota: As comunicações devidas à UIF, de acordo com os limites acima, devem ser
submetidas por intermédio dos formulários disponibilizados na sua página
institucional (internet). A indisponibilidade do canal de comunicação implica a
submissão de um ficheiro em formato Excel para o correio electrónico
comunicacoes@uif.ao.

4.3. Prazo de comunicação


1. As comunicações devem ser encaminhadas à UIF imediatamente após conhecimento
de suspeita ou de razões suficientes para suspeitar que ocorreu, está em curso, ou
foi tentada uma operação susceptível de estar associada a práticas criminosas.

Página 7 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

2. O termo “imediatamente” deve ser interpretado como “logo que seja


razoavelmente possível” ao Banco se ter familiarizado com a actividade suspeita,
havendo a possibilidade de detectar actividades suspeitas numa fase posterior à
execução.

4.4. Procedimentos de comunicação


1. Qualquer operação que possa ser considerada suspeita por apresentar indícios de
estar relacionada com a prática do crime de BC/FTP ou qualquer outro crime,
assim como qualquer circunstância posterior relacionada com essas operações,
deve ser objecto de comunicação imediata à DCP, que agirá em conformidade no
que respeita ao cumprimento do dever de comunicação às autoridades
competentes.
2. O colaborador que detecte uma operação suspeita de estar associada ao crime de
BC/FTP ou qualquer outro crime, deve comunicar de imediato e em simultâneo ao
responsável da sua Unidade de Estrutura (UE) e à DCP.
3. Na DCP serão desenvolvidas as diligências necessárias para aferir a existência de
fundamentos suficientes que justifiquem a suspeita. Caso se confirme que a
operação ou actividade se enquadra no âmbito da obrigação de comunicação,
então deve submeter à UIF, a DOS como previsto anteriormente. Até a conclusão
do processo de investigação, no sentido de aferir se a operação ou actividade
carece de comunicação às autoridades competentes, quaisquer actividades
respeitantes àquele cliente, incluindo transferências electrónicas em que o cliente
esteja envolvido, deverão ser reportadas a DCP.
4. Concluída a investigação, deve à DCP elaborar o relatório devidamente
documentado com evidência de todos os motivos que levaram a definir se a
actividade é ou não suspeita. Caso uma DOS /DIPD seja submetida à UIF, uma cópia
desta comunicação bem como o respectivo relatório devem ser conservados.
5. O procedimento interno de comunicação de operações ou actividades suspeitas à
DCP, deve ser especialmente rápido, não devendo ultrapassar 24 (vinte e quatro)
horas, de modo a assegurar o cumprimento das normas legais que determinam uma
imediata comunicação da operação suspeita à UIF.

4.4.1. Conteúdo das comunicações


1. A comunicação de operações suspeitas deve conter a seguinte informação:
a) Identificação das pessoas singulares ou colectivas envolvidas na operação
suspeita e a relação entre as mesmas;
b) Relação entre as operações e datas a que se referem, com indicação da sua
natureza, moeda em que se realizaram, montante, lugar ou lugares de
execução, finalidade e instrumentos de pagamento ou cobrança utilizados;
c) Invocação dos indícios que conduziram à suspeita de que a operação possa estar
relacionada com a prática do crime de BC/FTP ou qualquer outro crime.

4.5. Obrigação de abstenção


1. Sempre que se constate que uma determinada operação evidência fundada
suspeita e seja susceptível de constituir crime, para além do cumprimento da
obrigação de identificação e diligência, medidas de diligência reforçada, o Banco
deve abster-se de executar quaisquer operações relacionadas com o cliente.
2. Sempre que observado o cumprimento da obrigação de abstenção, o Banco deve
imediatamente, comunicar por escrito, ou por qualquer outro meio à UIF, o
fundamento das suas suspeições e solicitar suspensão da operação.

Página 8 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

3. A UIF deve pronunciar-se sobre a confirmação da suspensão da operação no prazo


máximo de 3 (três) dias úteis, contados desde a data da recepção da comunicação,
findo qual, na falta de confirmação, a operação pode ser executada.
4. Se o Banco considerar que a abstenção da execução da operação não é possível ou
que, após consulta à UIF, possa ser susceptível de prejudicar a prevenção ou a
futura investigação do BC/FTP, a referida operação pode ser realizada, devendo o
Banco fornecer, de imediato, à UIF as informações respeitantes à operação.
5. Em caso de confirmação da suspeita a UIF deve requerer à Procuradoria-Geral da
República (PGR) homologação da decisão de suspensão da operação no prazo
máximo de 7 (sete) dias úteis, a contar da data da decisão de suspensão da
operação.
6. A PGR, por sua vez, deve pronunciar-se no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da
data da solicitação da UIF. Caso a PGR se pronuncie no sentido de não
homologação da suspensão, a UIF deve comunicar imediatamente o Banco para que
este prossiga com a operação.
7. Caso a PGR não se pronuncie no prazo previsto, a UIF deverá comunicar
imediatamente o Banco para executar as operações relativamente às quais tenha
exercido o dever de abstenção.

4.6. Obrigação de cooperação e prestação de informação


1. O Banco deve prontamente cooperar e prestar informação à UIF, às autoridades de
supervisão e de fiscalização e quando por estas solicitadas, fornecer as
informações sobre operações realizadas pelos clientes e apresentar os documentos
relacionados.
2. O Banco implementou soluções informáticas e instrumentos para que prontamente
e integralmente, possa responder aos pedidos de informação apresentados pela UIF
e pelas demais entidades competentes, destinados a determinar se mantêm ou
mantiveram, nos últimos 10 (dez) anos relações de negócio com uma determinada
pessoa singular ou colectiva e qual a natureza dessas relações.
3. Sempre que tiver início um processo de investigação formal, o Banco deve
cooperar e fornecer todos os dados solicitados pelas autoridades judiciárias e
policiais competentes.

4.7. Obrigação de sigilo


1. O Banco e os membros do respectivo órgão social, as pessoas que exerçam funções
de direcção, de gerência ou de chefia, bem como os seus colaboradores, os
mandatários e outras pessoas que lhe prestam serviço a título permanente,
temporário ou ocasional, não podem revelar ao cliente ou a terceiros, que
transmitiram as comunicações legalmente devidas ou que se encontra em curso
uma investigação sobre uma determinada operação ou actividade.
2. A proibição de revelar informação referente as comunicações à UIF e demais
autoridades competentes, não se limita à comunicação de DOS e DIPD mas também
as comunicações internas relacionadas com as actividades suspeitas submetidas à
apreciação da DCP.

4.7.1. Protecção na prestação da informação


1. As informações prestadas no cumprimento das obrigações previstas na Lei nº 05/20
de 27 de Janeiro, pelo Banco, trabalhadores e colaboradores, às autoridades
competentes não constituem violação de qualquer obrigação de segredo, imposta
por via legislativa, regulamentar ou contratual e nem implicam a
responsabilização de quem efectue a comunicação.

Página 9 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

2. O Banco abstêm-se de quaisquer ameaças ou actos hostis e em particular, de


práticas laborais desfavoráveis ou discriminatórias contra quem preste
informações, documentos ou quaisquer outros elementos sobre os quais recaia
uma obrigação de prestação de informação. Não podendo tais comunicações, por
si só, servir de fundamento à promoção pelo Banco de qualquer procedimento
disciplinar, civil ou criminal relativamente ao autor da comunicação, excepto se
as mesmas forem deliberadas e manifestamente infundadas.

4.8. Obrigação de conservação


1. Os documentos comprovativos de identificação, bem como quaisquer outros
documentos de registo das operações que permitam a sua reconstituição, devem
ser conservados, nos termos da Lei n.º 05/20 de 27 de Janeiro, por um período de
10 (dez) anos, contados a partir do momento em que for efectuada a transacção
ou após o fim da relação de negócio.
2. O Banco conserva cópias de todas as comunicações efectuadas à UIF e demais
autoridades competentes, no âmbito do cumprimento da obrigação de
comunicação a que está adstrito, por um período de 10 (dez) anos a contar do
momento em que se efectue essa mesma comunicação.

5. Disposições Finais

5.1. Incumprimento
1. O incumprimento do estabelecido na presente política constitui violação grave dos
deveres de conduta e, em consequência, susceptível de aplicação de medidas
disciplinares, sanções contratuais ou eventual responsabilidade criminal.
2. A responsabilidade da pessoa colectiva não exclui a responsabilidade individual
dos respectivos agentes. Nos termos dos artigos 17º (obrigação de comunicação) e
19º (obrigação de cooperação e prestação de informação) da Lei n.º 05/20 de 27
de Janeiro, as informações prestadas de boa-fé pelo Banco no âmbito de uma
determinada operação que evidencia fundada suspeita e, que seja susceptível de
constituir crime não constituirá violação do dever de segredo, nem implicará a
responsabilização de quem efectue a comunicação.

5.2. Revisão e Actualização


1. A presente política deve ser revista sempre que necessário ou sempre que se
verifiquem alterações relevantes ou numa periodicidade anual, de forma a
garantir a sua actualização.
2. Compete à Função Compliance, sob a orientação do Chief Compliance Officer
(CCO), elaborar e manter actualizada a presente Política, sujeitando-a à
apreciação da Comissão de Auditoria e Controlo Interno (CACI), ficando este
responsável pela submissão da Política e das suas propostas de revisão à aprovação
do CA do Banco.

5.3. Divulgação e Acesso


1. A publicação desta política visa contribuir para o estabelecimento de um ambiente
de rigor e controlo eficaz na operacionalização dos procedimentos para
comunicação de operações ou actividades suspeitas da prática do crime de
Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de
Armas de Destruição em Massa ou de qualquer outro crime às autoridades
competentes.

Página 10 de 11
Política de Comunicação de Operações ou Actividades Suspeitas

2. A Presente política deve ser divulgada para todos os colaboradores através dos
órgãos de comunicação interna definidos.
3. Todos os exemplares impressos são consideradas cópias não controladas.

5.4. Monitorização e Entrada em vigor


1. Compete à Função Compliance a monitorização sobre o cumprimento das regras
da presente Política e demais normativos internos que são complementares a esta
em termos de matérias éticas, deontológicas e prudencial, tais como o código de
conduta e o normativo sobre a actividade de intermediação financeira.
2. Nos termos e para os efeitos decorrentes da presente Política, designadamente no
que respeita aos poderes e responsabilidades que nela estão previstos, considera-
se que o CCO é o responsável pela Função Compliance que por sua vez está
alocada a uma Unidade de Estrutura (UE) responsável pela implementação da
presente Política.
3. A presente Política entra vigor imediatamente.

Página 11 de 11

Você também pode gostar