CURSO DE PSICOLOGIA FAM
PROJETOS INTERDISCIPLINARES 2022-1
Diagnóstico e acolhimento psicológico
Identificação de ideação suicida na avaliação psicológica de adolescentes
Antony Jefferson Sousa Ferreira – RA 123670; Carolina de Oliveira Belcho – RA 120710; Karoline Maria Mendes de Assis – RA 125334; Paula Eugenia Cesar – RA 121576.
Alunos do Curso de Psicologia da Faculdade das Américas – FAM
Orientadora: Profa. Dra. Maria Eliza P. Finazzi
INTRODUÇÃO
Segundo o relatório “Suicide worldwide in 2019” - O
suicídio é um problema de saúde pública. Globalmente,
em torno de 703.000 pessoas morrem por suicídio todos
os anos e foi a quarta principal causa de morte em jovens
entre 15-29 anos para ambos os sexos no ano de 2019
(WHO, 2021).
Um dos aspectos mais intimamente interligados ao
aumento de probabilidade de suicídio são os transtornos
clínicos, em especial a depressão – esta é frequentemente
presente em ideações suícidas, sejam da infância e
adolescência ou da vida adulta (Braga; Dell'Aglio, 2013).
Assim, entendendo que a adolescência é uma etapa da
vida marcada por um complexo processo de crescimento e
desenvolvimento biopsicossocial (Marco Legal: Saúde, um
direito de adolescentes, 2007) e que, por isso, conta com
alta presença de adversidades para a saúde mental do
indivíduo, se faz necessária a identificação e o manejo da
ideação suicida durante o atendimento clínico.
OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo levantar na literatura
científica pesquisas sobre a ideação e comportamento
suicidas em adolescentes, através da Avaliação
Psicológica (escuta clínica e materiais de avaliação).
MÉTODOS
Esse estudo qualitativo (Gil, 2002) foi realizado através de
uma revisão bibliográfica de artigos científicos nas
plataformas virtuais BVS-Psi, Google Acadêmico, OMS e
Scielo. As palavras chave levantadas durante o estudo
foram: “ideação suicida”; “adolescentes” e “testes
psicológicos”. Os critérios de inclusão foram idade, quais
testes são favoráveis pelo SATEPSI e depressão como
fator de risco.
RESULTADOS
Para o presente estudo foram selecionados 8 artigos e
com base na leitura destes, foi encontrado apenas um
instrumento de avaliação específica de ideação e risco de
suicídio para adolescentes no Brasil, sendo este a
Escala Beck, que se encontra como desfavorável pelo
SATEPSI no momento. As Escalas de Desesperança,
Ideação Suicida e Ansiedade estão em avaliação, e a
única favorável é o Inventário de Depressão.
Se forem avaliados sintomas depressivos é possível
utilizar o Inventário de Depressão de Beck e a Escala
Baptista de Depressão - versão infanto juvenil.
Durante a escuta clínica é essencial a presença de um
forte vínculo terapêutico entre psicólogo e paciente para a
identificação e o diálogo sobre um desejo de morte
iminente (Botega, 2015). Há, também, a possibilidade de
elaboração de um plano de segurança, no qual paciente e
terapeuta elaboram um documento visando o controle de
impulsos para o ato suicida, explicitando possíveis
gatilhos e estabelecendo contatos disponíveis para o
paciente durante situações emergenciais. Além desta
medida, é importante o estabelecimento de um contrato
de não-suicídio, através de combinação verbal, sobre
regulação emocional e prevenção de comportamentos
autolesivos.
Ademais, a nomeação de um responsável dentre a rede
de apoio do paciente, assim como o trabalho terapêutico
interdisciplinar se mostram imprescindíveis para o manejo
completo da crise (Bottoli et al., 2021).
CONCLUSÃO
Diante do exposto, conclui-se que no Brasil instrumentos
psicológicos que avaliam a ideação suicida em jovens são
escassos. Em vista disso é necessário que uma boa
escuta clínica seja realizada para que seja possível
identificar de maneira rápida e eficaz os fatores de risco e
iniciar programas de prevenção ao suicídio.
REFERÊNCIAS
BOTEGA, N. J. Crise Suicida. Porto Alegre: Artmed, 2015.
BOTTOLI et al. Acolhimento psicológico em situação de crise suicida:
relato de experiência. UFN, Santa Maria, 2021.
BRAGA, L. L; DELL'AGLIO, D. D.. Suicídio na adolescência: fatores de
risco, depressão e gênero. Contextos Clínic, São Leopoldo , v. 6, n. 1,
p. 2-14, jun. 2013.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas,
2002.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Marco Legal: Saúde, um direito de
adolescentes. Brasília, 2007.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Suicide worldwide in 2019: global
health estimates. Geneva, 2021.