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Prot ocolo De At endiment o a Pacient es Idosos Diabét icos Na Clínica Int egrada III (Odont ogeri…
Samuel Trezena
Prot ocolo De At endiment o a Pacient es Idosos Diabét icos Na Clínica Int egrada III (Odont ogeriat ria) Da …
Samuel Trezena
RESUMO
A proposta desse estudo foi discutir a associação entre a doença periodontal e a diabetes
mellitus, bem como abordar as principais condutas indicadas durante a assistência
odontológica dos pacientes portadores dessas doenças. Para isso, esse trabalho
fundamentou-se em uma pesquisa de revisão de literatura bibliográfica realizada através
de uma busca de artigos em português e inglês, disponíveis nas bases de dados PubMed,
Google Acadêmico e Scielo, sendo incluídos artigos publicados sem data limite de
publicação através dos descritores: “Doença periodontal”, “Diabetes mellitus” e
“Periodontite”. A doença periodontal está vinculada à diversas desordens sistêmicas que
afetam o ser humano e comprometem a sua qualidade de vida, como: as doenças
cardiovasculares, artrite reumatóide, parto prematuro, diabetes, dentre outras. O termo
diabetes mellitus é usado para descrever um grupo de desordens metabólicas relacionadas
à secreção e à ação da insulina, caracterizado por um quadro de hiperglicemia ou pelo
nível significativo de açúcar no sangue, podendo levar a complicações, disfunções e
insuficiência de vários órgãos como: olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos
sanguíneos. A maioria dos estudos explorados nas últimas décadas afirma existir uma
correlação bidirecional entre doença periodontal e diabetes mellitus, ou seja, sendo
influenciada e sofrendo influência ao mesmo tempo Os possíveis mecanismos para
explicar o aumento da susceptibilidade da diabetes às doenças periodontais incluem
alterações na resposta de defesa do hospedeiro (como disfunção de neutrófilos),
microbiota subgengival, estrutura e metabolismo do colágeno, vascularidade e fluido
crevicular gengival, além de padrões de herança. Ressalta-se a importância da anamnese
detalhada durante o atendimento, de suma necessidade para tomada de condutas
terapêuticas e sucesso do tratamento.
ABSTRACT
The purpose of this study was to discuss the association between periodontal disease and
diabetes mellitus as well as addressing the main conducts indicated during dental care for
patients with these diseases. For this, this work was based on a literature review research
carried out through a search of articles in Portuguese and English languages, available in
the databases PubMed, Google Schoolar and Scielo, including articles published without
1 INTRODUÇÃO
A doença periodontal está vinculada à diversas desordens sistêmicas que afetam o
ser humano e comprometem a sua qualidade de vida, como: as doenças cardiovasculares,
artrite reumatóide, parto prematuro, diabetes, dentre outras. Dentro desse contexto, a
doença periodontal e a diabetes mellitus são as doenças mais comuns que norteiam no
mundo, e, ambas apresentam aspectos semelhantes relacionados ao processo de
inflamação (OLIVEIRA, 2017; BOGDAN et al., 2020).
Atualmente existe uma concepção de que os indivíduos que são portadores da
diabetes mellitus apresentam a presença da doença como um fator de risco para o
acometimento pelas doenças periodontais. Além disso, o quadro de doença periodontal
compromete o tratamento e o controle da diabetes. Assim, essas doenças demonstram uma
relação bidirecional, onde a diabetes mellitus corrobora com o desenvolvimento da
doença periodontal, e, quando não tratada, interfere negativamente no agravamento da
condição metabólica do diabético (BRANDÃO et al., 2011).
As evidências científicas demonstram que o controle da doença periodontal pode
reduzir o risco do desenvolvimento e progressão da diabetes, além de ajudar no controle
da glicemia. Nessa perspectiva, o manejo correto do paciente portador de diabetes
mellitus é de suma necessidade, visto que o sistema de saúde, visa uma melhor qualidade
de vida e menores agravamentos em relação a doença (FERREIRA, 2010; MAEHLER
et al., 2011). Dessa forma, compreende-se que a diabetes mellitus é um fator
predisponente à doença periodontal, sendo considerada como um motivo de alerta e
2 METODOLOGIA
O presente trabalho fundamentou-se em uma pesquisa de revisão de literatura
bibliográfica realizada através de busca de artigos em português e inglês, disponíveis nas
bases de dados PubMed, Google Acadêmico e Scielo. Foram incluídos artigos publicados
sem data limite de publicação. Os descritores utilizados foram: “Doença periodontal”,
“Diabetes mellitus” e “Periodontite”. A seleção dos estudos foi feita a partir dos títulos e
resumos, apresentando como critérios de inclusão a análise de trabalhos que apresentam
relevância e relação com a doença periodontal e diabetes mellitus. A pesquisa incluiu
estudos clínicos, relatos de casos, revisões de literatura, além de monografias, teses e
dissertações obtidas a partir da literatura cinzenta. Foram excluídos estudos com animais,
estudos in vitro, estudos laboratoriais e outros que abordaassem a doença periodontal
relacionada a outras doenças. Após a identificação dos textos, realizou-se uma leitura e
análise criteriosas a fim de se relacionar os textos que compuseram a revisão da literatura
ao tema proposto.
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 CONHECENDO A DOENÇA PERIODONTAL
A doença periodontal é uma patologia comum na população em todo o mundo.
Quando relacionada às alterações da saúde bucal, é definida como uma infecção crônica
induzida pelo biofilme dental e metabólitos que são capazes de promover e desencadear
um processo inflamatório no periodonto. Inicialmente, na gengiva, tecido de proteção dos
dentes, e, mais especificamente na região da margem gengival, que se encontra propícia
ao acúmulo de biofilmes, ocorre uma resposta aos estímulos dos antígenos bacterianos
(SOUSA et al., 2014).
É uma doença de evolução constante, resultante de várias modificações e
alterações dos tecidos de proteção e de sustentação dos elementos dentários. A doença
periodontal geralmente se apresenta de duas formas: gengivite, uma inflamação local e
restrita à gengiva, caracterizada por uma gengiva edemaciada, com presença de
sangramento ao usar fio dental e durante a higienização, coloração avermelhada e dor; e
da insulina, sendo necessário sua administração para prevenir cetoacidose, coma e morte;
e do tipo 2: relacionada com a resistência da ação da insulina no organismo e também
pela falta de produção, muito comum na idade adulta. As suas causas podem ser
relacionadas à herança genética, infecções virais, alimentação inadequada e sedentarismo
(OLIVEIRA, 2017).
Quaresma et al. (2016) afirmaram que a diabetes pode produzir efeitos negativos
ao sistema de defesa como alterações das células neutrófilos, macrófagos e monócitos,
além de retardo no processo de cicatrização de feridas, decorrente do aumento de
fibroblastos, pela rápida degradação do colágeno e altos níveis de concentração de
proteínas nos tecidos, conhecidas como produtos de glicação avançada (AGEs). Além
disso, a hiperglicemia contribui também na demora da cicatrização, devido ao aumento
da atividade apoptótica celular.
A manutenção do controle glicêmico quando deficiente, pode estar intimamente
associado à manifestações orais como a progressão de gengivite, ou à periodontite. A
doença periodontal foi relatada com maior incidência e prevalência em pacientes
portadores de diabetes do tipo 1 e 2. A prevalência de periodontite grave foi de 59,6%
nos pacientes diabéticos em comparação com 39% nos não diabéticos (AL-MASKARI;
AL-MASKARI; AL-SUDAIRY, 2011).
destas hemácias. É realizado por meio de uma amostra de sangue colhida e analisada no
laboratório. Para um indivíduo adulto os valores considerados normais são <7%, para
crianças de <8% a <8,5% e adolescentes <7,5%. E para que seja confirmado o diagnóstico
definitivo de diabetes deve haver um nível de A1c ≥ 6,5%. Se houver alguma divergência
dos testes, o mesmo deve ser repetido em 3 a 6 meses, para que possa ser excluída a
hipótese de erro laboratorial (ALVES et al., 2006; CARNEIRO et al., 2012; COSTA et
al., 2016; SOUSA et al.,2003).
Para Sousa et al. (2003), durante o tratamento odontológico de um paciente com
diabetes mellitus e no momento de decisão se haverá a indicação de cirurgias
periodontais, deve-se fazer o planejamento e levar em consideração o teste de
hemoglobina glicada, pois a aferição da glicemia capilar que é feito por meio de uma gota
de sangue coletada da ponta do dedo por uma lanceta. Coloca-se o sangue sobre uma fita
reagente que é inserida ao glicosímetro, pode ter um resultado bom devido à dieta
controlada ou atividade física de um dia em questão, mascarando o real estado de saúde
do paciente, que pode estar com os valores de glicemia alterados naquele mês.
4.5 URGÊNCIA
A hiperglicemia, é a urgência mais frequente em diabéticos tipo 1, representa
cerca de 0,36% nos consultórios odontológicos. Os sinais e sintomas que ocorrem
inicialmente são sonolência, hálito cetônico, polidipsia, poliúria, fadiga e náuseas. Se não
for controlada pode evoluir para cetoacidose diabética, dor abdominal e vômitos. Nesses
casos, o procedimento deve ser interrompido para deixar o paciente confortável. Também
deve ser realizado o monitoramento das vias aéreas, aferição da pressão arterial e do pulso
e a administração de oxigênio e de insulina conforme o protocolo médico individual
recomendado para situações de hiperglicemia. Caso o paciente apresente sinais vitais
alterados, encaminhar ao hospital (ALVES et al., 2006; NETO et al., 2012 ; SOUSA et
al., 2013).
5 CONCLUSÃO
Constata-se neste estudo que a doença diabetes mellitus merece atenção
multidisciplinar por se tratar de um problema de saúde pública global. Pacientes
diabéticos portadores de doenças periodontais exigem condutas específicas alinhadas na
relação profissional cirurgião-dentista e médico. Neste sentido, ressalta-se a importãncia
do detalhamento da anamnese e das condutas terapêuticas frente a este tipo de paciente.
Portanto, compete ao cirurgião-dentista conscientizar o diabético das medidas de
higiene oral e o controle periódico da doença periodontal e ao médico manter o controle
da diabetes para que possam, ambos, obter sucesso nas terapêuticas.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Dayse Francis LMO; SILVA, Ana Paula Guimarães; PENTEADO, Luiz
Alexandre Moura. Relação bidirecional entre a doença periodontal e a diabetes mellitus.
Odontologia Clínico-Científica (Online), v. 10, n. 2, p. 117-120, 2011.
CAMPOS, C.C. et al. Manual prático para o atendimento odontológico de pacientes com
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