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LEIS SOBRE AS LÍNGUAS VS DIREITOS LINGUÍSTICOS: As leis que

regulam o funcionamento das línguas; a coabitação pacífica entre as línguas; os


estatutos das línguas; o papel da Lei Magna – Perspectiva Angolana.

Autores:
Adilson Armando dos Santos Manico;
Domingas Baptista Cussecala;
Faustino Funhete Sapi;
Gilberto Pedro João Sonhi;
Onofre João Gomes.
Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda (ISCED)
Introdução

A língua é encarada como o principal veículo de comunicação e de expressão cultural


de uma nação, povo ou país. Sendo assim, a língua é tida como símbolo ou como um
recurso indispensável das práticas sociais de diferentes grupos. Em termos
institucionais, por meio das políticas de Estado, são definidos, por exemplo, preceitos
que regem a sua funcionalidade, direito ou estatuto com vista a uma apropriação como
um veículo de interacção comunicativa entre grupos, indivíduos ou falantes da mesma
comunidade linguística e não só. No contexto angolano, as definições e planificações
das políticas de Estado inerentes às leis, direitos linguísticos, coabitação das línguas,
bem como ao sistema de ensino das línguas carecem de uma reflexão profunda e
ponderada, pois em contexto multilingue, sem descorar os processos de imposição
linguística adjudicadas pelo colonizador, assumir a definição da língua portuguesa como
a única língua oficial em Angola dificulta a construção de um país mais inclusivo,
socializador e humano, pelo que, muitas pessoas não têm o português como sua língua
materna, especialmente em contextos rurais ou distantes das grandes cidades angolanas.
Considerando esse panorama linguístico, o presente trabalho busca: (i) abordar as
normas que regulam o funcionamento das línguas; (ii) prescrever os direitos linguísticos
das línguas; (iii) reflectir sobre a coabitação entre as línguas; (iv) reflectir sobre os
estatutos das línguas tendo como base a Constituição da República de Angola (2010);
(v) Expor o papel da Lei Magna e os direitos das línguas universais; (vi) as políticas do
Estado angolano atinentes às questões de ensino na diversidade linguística.

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1. Direitos linguísticos

Os Direitos Linguísticos foram redigidos em 6 de Junho de 1996, na cidade de


Barcelona, com o patrocínio da UNESCO. O texto traduzido para português ancora-se
na Declaração dos Direitos do Homem de 1948.

Segundo a UNESCO (2006, p.3), a emergência dos Direitos Linguísticos advém da


consciência de que é necessária uma “Declaração Universal dos Direitos Linguísticos
que permita corrigir os desequilíbrios linguísticos com vista a assegurar o respeito e o
pleno desenvolvimento de todas as línguas e estabelecer os princípios de uma paz
linguística planetária justa e equitativa, como factor fundamental da convivência
social”.

Os princípios que constam na declaração aplicam-se a seis esferas de acção, a


administração pública e organismos oficiais, o ensino, a onomástica, os meios de
comunicação e novas tecnologias, a cultura e a sócio-económica, pois, tal como está
plasmado na Declaração dos Direitos Linguísticos no seu artigo 7.º: “Todas as línguas
são a expressão de uma identidade colectiva e de uma maneira distinta de apreender e
descrever a realidade, pelo que devem poder beneficiar das condições necessárias ao seu
desenvolvimento em todas as funções”, continuando, no artigo 10.º “Todas as línguas
são iguais em direito”.

Com frequência os países multilingues são convidados pela UNESCO a adoptarem uma
fórmula que dê reconhecimento público ao uso de três línguas. Uma internacional, para
participação na economia e nas redes mundiais. Uma língua franca, do tipo língua
veicular local que facilite a comunicação entre grupos linguísticos diferentes. A língua
materna, quando esta não for nem a internacional nem a franca.

1.1. Direitos linguísticos em Angola

Importa dizer que em Angola não há um documento onde consta de forma detalhada as
leis que regem os direitos linguísticos. Sendo assim, neste trabalho utilizámos a
Constituição da República de Angola, como fonte primária. Os relatos, aqui
apresentados, enquadram-se na política linguística, ou seja, nas grandes decisões do
Estado Angolano sobre as línguas instituídas para comunicação ao nível territorial.

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Angola é um país que apresenta uma grande diversidade cultural na sua estrutura
territorial. Conforme a Constituição, Artigo 19°, alusivo às línguas, no primeiro e
segundo pontos, constam:

1. “A língua oficial da República de Angola é o português.


2. O Estado valoriza e promove o estudo, o ensino e utilização das demais línguas de
Angola, bem como das principais línguas de comunicação internacional” (2010, p. 11).

Considerando o artigo acima exposto e os seus pontos, salientamos que estão em


harmonia com a definição jurídica do país e, a sua aprovação, como língua oficial,
surgiu numa fase subsequente à instauração do sistema colonial português, há muito
vigente, sendo, numa fase incipiente, utilizada para facilitar nas transacções comerciais
entre os angolanos e os portugueses, e, depois, os indígenas foram impingidos a
aprenderem-no, como idioma de maior prestígio e constituía a via de acesso ao processo
de civilização dos inatos. Actualmente, a sua função é unificadora e integradora, pois, é
através dela que os indivíduos de diferentes regiões comunicam e se reconciliam, não
obstante de serem falantes fluentes de uma língua local ou regional, díspar do
português, mas com o decorrer do tempo, estão a ter afinidades, na escrita, quer na
oralidade, devido a sua coexistência na mesma circunscrição territorial.

2. As leis que regulam o funcionamento das línguas em Angola

Nesta secção serão descritas algumas leis que se encarregam na definição dos estatutos
e funções das línguas em Angola, obviamente, tendo como base a Declaração Universal
dos Direitos Linguísticos, a Constituição da República de Angola, o Boletim Oficial de
Angola, nº 5, 1ª série de 9 de Dezembro, a Resolução nº 3/87 de 23 de Maio e a Lei de
Bases do Sistema de Educação e Ensino.

Declaração Universal dos Direitos Linguísticos

A Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (doravante, DUDL) é um documento


assinado pela UNESCO, PEN (Poets, Essayists and Novelists – Poetas, Ensaísta e
Romancistas), e várias organizações não governamentais em Junho de 1996, para apoiar
o direito linguístico, especialmente os de línguas ameaçadas de extinção. Segundo a
UNESCO (1996), o objectivo primordial desta declaração é promover o respeito e o
desenvolvimento pleno de todas as línguas, bem como preservar a diversidade
linguística mundial.

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Assim sendo, a DUDL, embora pouco valorizada por muitos países, é um importante
instrumento de defesa das línguas, tal como a UNESCO (1996) afirma:

Considerando que diversos factores de natureza extralinguística (políticos,


territoriais, históricos, demográficos, económicos, sócio-culturais,
sociolinguísticos e relacionados com comportamentos colectivos) geram
problemas que provocam o desaparecimento, a marginalização e a
degradação de numerosas línguas, e que se torna, portanto, necessário que os
direitos linguísticos sejam considerados sob uma perspectiva global, para que
se possam aplicar em cada caso as soluções específicas adequadas;
conscientes de que é necessária uma Declaração Universal dos Direitos
Linguísticos que permita corrigir os desequilíbrios linguísticos com vista a
assegurar o respeito e o pleno desenvolvimento de todas as línguas e
estabelecer os princípios de uma paz linguística planetária justa e equitativa,
como factor fundamental da convivência social.

Em conformidade com o pensamento de Abreu (2016, p. 43), uma das formas mais
comum que permite a instauração dos direitos linguísticos advém da necessidade do
estabelecimento de políticas linguísticas, ou seja, da forma como os Estados lidam com
o fenómeno da diversidade linguística em seus territórios, tomando essa diversidade
como um fenómeno de natureza cultural cuja gestão é um factor dependente de políticas
e planeamentos linguísticos. Daí que se ressalta a importância de salientar-se sobre
alguns dispositivos da DUDL no seu Título I e II:

Princípios gerais
[...]
Artigo 10.º
1. Todas as comunidades linguísticas são iguais em direito.
2. Esta Declaração considera inadmissíveis as discriminações contra as comunidades
linguísticas baseadas em critérios como o seu grau de soberania política, a sua situação
social, económica ou qualquer outra, ou o nível de codificação, actualização ou
modernização alcançada pelas suas línguas.
3. Em aplicação do princípio da igualdade, devem ser tomadas as medidas
indispensáveis para que esta igualdade seja real e efectiva (Idem)

Artigo 11.º

Todas as comunidades linguísticas têm direito a beneficiar dos meios de tradução nos
dois sentidos que garantam o exercício dos direitos constantes desta Declaração.

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Artigo 12.º

1. No domínio público, todos têm o direito de desenvolver todas as actividades na sua


língua, se for a língua própria do território onde residem.
2. No plano pessoal e familiar, todos têm o direito de usar a sua língua.

Artigo 13.º

1. Todos têm direito a aceder ao conhecimento da língua própria da comunidade onde


residem.
2. Todos têm direito a serem poliglotas e a saberem e usarem a língua mais apropriada
ao seu desenvolvimento pessoal ou à sua mobilidade social, sem prejuízo das garantias
previstas nesta Declaração para o uso público da língua própria do território. (Op. cit)
[...]

Regime linguístico geral

Artigo 15.º

1. Todas as comunidades linguísticas têm direito a que a sua língua seja utilizada como
língua oficial dentro do seu território.
2. Todas as comunidades linguísticas têm direito a que as acções judiciais e
administrativas, os documentos públicos e privados e as inscrições em registos públicos
realizados na língua própria do território sejam válidos e eficazes, e ninguém possa
alegar o desconhecimento dessa língua.

Artigo 16.º

Todo o membro de uma comunidade linguística tem direito a exprimir-se e a ser


atendido na sua língua, nas suas relações com os serviços dos poderes públicos ou das
divisões administrativas centrais, territoriais, locais e supra territoriais aos quais
pertence o território de que essa língua é própria.

Artigo 17.º

1. Todas as comunidades linguísticas têm direito a dispor e a obter na sua língua toda a
documentação oficial, qualquer que seja o suporte (papel, informático, ou outro), nas
relações respeitantes ao território de que essa língua é própria.

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2. Os poderes públicos devem dispor de formulários, impressos e modelos, em papel,
suporte informático, ou outro, nas línguas territoriais, e colocá-los à disposição do
público nos serviços respeitantes aos territórios de que cada língua é própria.

Dados os fragmentos expostos acima, importa fazer a seguinte questão: no quadro da


política linguística de diversos países, em particular Angola, como tem sido a
aplicabilidade da DUDL, sobretudo na gestão do multilinguismo e multiculturalismo? O
ponto a seguir, de alguma forma, dedicar-se-á a dar resposta a essa pergunta.

2.1. O papel da Lei Magna (A Constituição da República de Angola)

No alvorecer das independências africanas, determinados países colocaram-se na rota


do desenvolvimento, e nesse período de expansão da consciência nacional, tornou-se
imperioso as nações recém-descolonizadas perfilharem um conjunto de medidas
políticas que propendessem o asseguramento da unidade do povo.

Ora, o ponto de partida para a garantia da tão almejada unidade nacional foi
necessariamente ajustar um conjunto de leis que regessem a vida da nação. Assim, a
constituição (lei magna) é o documento mais importante de um país, pois explica as
normas que regulam as relações entre governantes e governados, isso quer dizer, os
deveres e direitos dos povos que vivem numa determinada nação. E Angola, enquanto
um país independente, não se eximiu dessa lógica soberana.

A Lei Constitucional da República Popular de Angola de 1975 e a Lei Constitucional de


1992, no Artigo 18.°, do Título II (Direitos e Deveres Fundamentais), encerram um
conjunto de direitos e deveres, sem, no entanto, fazerem menção à língua como se pode
notar abaixo:
Todos os cidadãos são iguais perante a lei e gozam dos mesmos direitos e
estão sujeitos aos mesmos deveres, sem distinção da sua cor, raça, etnia,
sexo, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, condição económica
ou social (cf. Lei Constitucional da República de Angola, 1975; Lei
Constitucional, 1992).

Ainda que os respectivos documentos não descortinem sobre o estatuto das línguas,
tampouco definam as funções das múltiplas línguas que circulam no espaço territorial
angolano, todavia, pelo que se sabe, a opção linguística do Governo Angolano foi,
desde a Independência, transformar a língua portuguesa em instrumento de unidade
nacional, impondo-a como obrigatória nos sectores mais actuantes: no sistema

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educativo (como veículo de transmissão e como matéria de ensino), na informação, no
sistema judicial e jurídico, na administração pública em geral (Miguel, 2014, pp. 16-17).

Diferentes das duas Leis Constitucionais acima apresentadas, a Constituição da


República de Angola de 2010, (doravante CRA), por sua vez, no seu artigo 19.°
(línguas), Título I (Princípios Fundamentais) declara e define os limites estatutários e
funcionais das línguas que constituem o quadro linguístico de Angola, como abaixo se
pode confirmar:

1. A língua oficial da República de Angola é o português.


2. O Estado valoriza e promove o estudo, o ensino e a utilização das demais
línguas de Angola, bem como das principais línguas de comunicação
internacional.

Como se pode verificar, apenas a língua portuguesa lhe foi conferida uma designação e
definida o seu espaço de actuação, e as outras línguas são tratadas como “as demais”, tal
realidade deriva da tentativa de se criar um espectro político-ideológico de interesse de
unidade nacional, advogado desde o pós-indepedência, que defende que a unidade entre
os diferentes grupos étnicos em Angola poderia ser consumada por via da adopção da
língua portuguesa. Essa visão unitária da língua concebida pela CRA que, de certa
forma, confere uma hegemonia total à língua portuguesa em prejuízo das línguas
nacionais, pois se depreende que a unidade de uma nação não se abrevia em falar uma
só língua, obscurece as diversas línguas autóctones que carregam as culturas dos povos
ou etnias angolanas, infringindo os princípios de igualdade linguística consagrados
pelos artigos 10.º, 11.º, 12.º e 13.º da DUDL.

Por outra, a valorização, a promoção, o ensino e o estudo das línguas Nacionais que a
CRA confere no ponto 2 do artigo 19.º, desarticulam-se no plano operacional, pois pelo
que parece, o Estado Angolano repassou essas tarefas e obrigações para as famílias,
ficando, assim, isento de responsabilidades, assumindo, no entanto, o papel de o
principal promotor das desigualdades sociolinguísticas que afectam a vida em
sociedade, aumentando a ausência da democratização linguística em Angola.

Para Timbane e Tamba (2020) a cada língua lhe deve ser concedida o seu espaço e o seu
momento de uso. Essa abertura ou espaço que se dá às diversas línguas em situações de
multilinguismo e multiculturalismo é que se chama de democracia linguística. Neste
sentido, nenhum grupo étnico em Angola já reclamou pelo multilinguismo e
multiculturalismo que caracterizam o país, pois essa realidade linguístico-cultural não é um

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problema nem um impasse, entretanto, passa a configurar um problema para quem não
compreende e nem respeita a cultura e as tradições do outro, isto é, para quem não sabe
calcular a fórmula da unidade na diversidade.

Diferente da Constituição Angolana de 2010, a Constituição da África do Sul de 1996 é


um exemplo de política linguística e planeamento baseados na democracia linguística ao
oficializar e aplicar as 11 línguas, das quais uma é de origem europeia, o inglês, (cf.
Brenzinger, 2017 citado por Timbane e Tamba, 2020).

Ora, é importante referir que o uso de tais línguas no quadro das actividades oficiais em
cada região da África do Sul constitui um respeito e cumprimento dos artigos 15.º,16.º e
17.º da DUDL.

Portanto, o prestígio que a CRA atribui à língua portuguesa e, consequentemente, a


desvalorização das línguas nacionais parece anuírem à ideia de que as línguas nacionais são
incapazes de realizar uma comunicação plena. A CRA designa-as como “as demais línguas
angolanas” sem, no entanto, definir as suas funções ou os seus estatutos, colocando-as no
segundo ou terceiro planos, o que constitui uma clara violação da DUDL.

2.2. Boletim Oficial de Angola, nº 5, 1ª série de 9 de Dezembro

As leis linguísticas, tendo em conta a sua natureza, podem encarregar-se na


regulamentação das formas da língua, isto é, a estrutura gráfica, fonológica e lexical; do
uso e do funcionamento da língua, tendo em conta o seu estatuto e papel na sociedade; e
há ainda aquelas leis que visam proteger o acervo linguístico de um determinado povo,
bem como promovê-la.

O referido boletim enquadra-se, de acordo com a nossa visão, no quadro das leis que
visam promover uma determinada língua e tinha como principal objectivo a promoção e
o uso exclusivo da língua portuguesa em Angola em todos os contextos de interacção
comunicativa em detrimento das línguas africanas. Ou seja, por meio da opressão
linguística, visava-se extinguir as línguas dos povos nativos.

Como a educação é e sempre foi o veículo de transformação de todas as sociedades e a


língua o meio de exteriorização dos nossos pensamentos, hábitos e atitudes, uma das
medidas criadas foi a proibição de o ensino ser feito nas línguas africanas, pois, desta
feita, estar-se-ia a satisfazer os interesses dos portugueses, porque toda e qualquer

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tentativa de materialização de uma intenção por parte dos povos nativos, desde que a
intenção fosse demonstrada em português, seria facilmente compreendida pelos
portugueses.

Quanto à permissão do ensino da catequese nas línguas africanas, mas somente no


discurso oral, visava somente a expansão da fé cristã, a evangelização dos angolanos, a
expansão da ideia de que o cristianismo é a única religião verdadeira e superior e a
propagação da teoria da pré-destinação.

Os argumentos acima apresentados apoiam-se nas palavras de (Bernardo, 2018, pp. 47-
48) que afirma o seguinte:

A partir de 1921, Norton de Matos, Governador-Geral – por via do Decreto


nº 77 do Governo Provincial de Angola, publicado pelo Boletim Oficial de
Angola, nº 5, 1ª série de 9 de Dezembro – considerou o ensino em Angola
como o meio de civilizar o povo por meio da língua portuguesa, estando
expressamente proibido o uso das línguas africanas ao nível do território
nacional.

Eis os artigos constantes no tal decretam que línguas proibiam o uso das africanas:

Artº1: Ponto 3: É obrigatório em qualquer missão o ensino da Língua Portuguesa; ponto


4: É vedado o ensino de qualquer língua estrangeira.
Artº 2: Não é permitido ensinar nas escolas de missões línguas indígenas.
Artº 3: O uso de língua indígena só é permitido em linguagem falada na catequese e,
como auxiliar, no período do ensino elementar da Língua Portuguesa. Parágrafo1º: É
vedado na catequese das missões, nas escolas e em quaisquer relações com indígenas o
emprego das línguas indígenas, por escrito ou falada de outras línguas que não seja o
português, por meio dos folhetos, jornais, folhas avulsas e quaisquer manuscritos.
Parágrafo2º: Os livros de ensino religioso não são permitidos noutra língua que não seja
o português, podendo ser acompanhado do texto de uma versão paralela em língua
indígena.
Parágrafo 3º: O emprego da língua falada a que se refere o corpo deste artigo e o da
versão em língua indígena, nos termos do parágrafo anterior, só são permitidos
transitoriamente e enquanto se não generalizar entre os indígenas o conhecimento da
Língua Portuguesa, cabendo aos missionários substituir sucessivamente e o mais
possível em todas as relações com os indígenas e na catequese as línguas indígenas pela
Língua Portuguesa.

Artº4: As disposições dos dois artigos antecedentes não impedem os trabalhos


linguísticos ou quaisquer outras de investigações científicas, reservando-se porém ao
governo o direito de proibir a sua circulação quando, mediante inquérito administrativo,

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se reconhecer que ela pode prejudicar a ordem pública e a liberdade ou a segurança dos
cidadãos e das populações indígenas.

Com o acima exposto, podemos concluir que:

1. O Decreto nº 77 do Governo Provincial de Angola, publicado pelo Boletim


Oficial de Angola, nº 5, 1ª série de 9 de Dezembro constitui uma lei linguística
que visava promover a expansão da língua portuguesa e servir somente os
interesses do colonizador;
2. Apesar de as línguas africanas, na catequese, serem permitidas o seu uso de
forma oral, nada garante a sua preservação, pois a principal missão era mesmo a
extinção das línguas africanas.

2.3. Resolução nº 3/87 de 23 de Maio

Após o alcance da independência a 11 de Novembro de 1975 e, consequentemente, a


institucionalização do português como língua oficial da República de Angola, havia a
necessidade de se promover o ensino e a investigação das línguas angolanas de origem
africana para que estas continuassem a ter um lugar de destaque no panorama
linguístico angolano. Foi nesta linha de pensamento que, em 1987, foi elaborada a
resolução nº 3/87 de 23 de Maio que tem como objectivo a aprovação do alfabeto das
línguas africanas de origem bantu.

De acordo com o (Governo de Angola, 1987), a aprovação desta resolução é


fundamental, pois,

as línguas nacionais, suporte e veículo das heranças culturais, exigem um


tratamento privilegiado, porque constituem um dos fundamentos importantes
da identidade cultural do povo angolano; é necessário dar continuidade ao
estudo científico das línguas nacionais, base para o seu desenvolvimento e
garantia para a sua preservação e promoção; os alfabetos propostos pelo
instituto de línguas nacionais, resultantes das investigações efectuadas sobre
os sistemas fonológicos das respectivas línguas asseguram que: um símbolo
gráfico para cada fonema, correspondem mais fielmente às realidades
fonológicas das mesmas e que os referidos alfabetos, possuindo um carácter
prático, sem muitas regras de transcrição possibilitarão aos falantes das
línguas em questão, um domínio mais rápido e eficazes das técnicas da
escrita e da leitura.

Ora, nesta resolução, as nossas intenções centram-se simplesmente no seu artigo


primeiro que diz o seguinte: “São aprovados a título experimental os alfabetos das
línguas: kikongo, kimbundu, cokwe, umbundu, mbunda e oxikwanyama e as
respectivas regras de transcrição”.

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Eis o alfabeto:

LETRAS TRANSCRIÇÃO LETRAS TRANSCRIÇÃO


FONÉTICA FONÉTICA
a [a] Nd [nd]
B [b] Ng [ng]
C [tᶴ] Ñg [ñg]
D [d] Nj [nj]
E [e] O [o]
F [f] P [p]
H [h] S [s]
I [i] T [t]
J [ᵌ] U [u]
K [k] V [v]
L [l] W [w]
m [m] X [ᶴ]
mb [mb] Y [y]
n [n] Z [z]
Fonte: Adaptado de (Fernandes & Ntondo, 2002, p. 92)

A aprovação da referida resolução lança as bases para a investigação e,


consequentemente, para a elaboração de materiais didácticos para o ensino das línguas
nacionais.

2.4. Lei de Base do Sistema de Educação e Ensino

A lei de base que estabelece os princípios e as bases gerais do sistema de educação e


ensino defende que, no seu artigo 16, o ensino deve ser ministrado em português em
toda extensão do território nacional. Este artigo determina o uso e o funcionamento da
língua portuguesa no sistema de educação e ensino angolano, tendo em conta o seu
estatuto e papel na sociedade, assim como promover o ensino das línguas internacionais
(Inglês e Francês) e o ensino das línguas angolanas. Assim, eis o artigo e seus pontos:

1. O Ensino deve ser ministrado em português;


2. O Estado promove e assegura as condições humanas, científico-técnicas,
materiais e financeiras para a expansão e generalização da utilização no
ensino, das demais línguas de Angola, bem como da linguagem gestual para
os indivíduos com deficiência auditiva;
3. Sem prejuízo do previsto no n.º 1 do presente artigo, e como complemento
e instrumento de aprendizagem, podem ser utilizadas línguas de Angola nos
diferentes subsistemas de ensino, nos termos a regulamentar em diploma
próprio;
4. O Estado promove políticas públicas para a inserção e a massificação do
ensino das principais línguas de comunicação internacional, em todos os
subsistemas de ensino, com prioridade para o ensino do inglês e do francês.

Atendendo à diversidade linguística do nosso país, Angola, e, concomitantemente a


coabitação do português com as demais línguas angolanas, bem como a interferência
que estas têm no português, seria bom se o que a lei de bases defende fosse posto em

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prática, pois promover o estudo e a investigação do português e das línguas nacionais
contribuiria na definição da norma do português angolano e, desta feita, definir-se-ia a
norma a ser ensinada na escola.

Quanto ao ensino das línguas nacionais, no ensino geral, nada se verifica de concreto,
ou seja, quase tudo ficou no papel. Se houvesse um interesse em preservar as nossas
línguas, o ensino e a investigação das mesmas teriam começado logo após a conquista
da independência em 1975. Não obstante a existência de leis que defendam a
investigação, a preservação e o ensino das línguas nacionais, as mesmas se encontram
em decadência; e se não sairmos dos discursos teóricos para a prática, nos tempos
vindouros, só nos restará história.

3. A coabitação pacífica entre as línguas no território angolano

Angola é um país plurilingue, onde coexistem a língua portuguesa e as línguas


nacionais.

As línguas nacionais de Angola pertencem a duas famílias diferentes: a primeira é a


família das línguas «khoisan», faladas pelos boskimanos, caçadores recolectores; a
segunda é família das línguas «Bantu», à qual pertence a maioria das línguas nacionais
do país. As línguas khoisan têm como característica principal a utilização de clic’s. Elas
são faladas por alguns milhares de locutores disseminados pela parte Sul de Angola e
pertencem a dois sub-grupos linguísticos diferentes: o khoisan setentrional ou khung e o
khoisan central. As línguas bantu estendem-se por todo o território nacional, sendo
algumas delas comuns a determinados países vizinhos (Lemos, 2018).

Situação semelhante a de Angola vive o país Moçambique, apresentamos aqui tal


realidade, para nos ajudar a compreender e a fundamentar a possibilidade ou não da
coabitação pacífica entre as línguas num único território.

Segundo Lemos (2018), há uma coexistência não muito pacífica entre as línguas
moçambicanas de origem bantu, a língua portuguesa, que é a língua oficial (de
escolaridade) e as línguas estrangeiras, o inglês e o francês. Para além dessas línguas,
existem igualmente as línguas asiáticas e islâmicas. Estas circulam em comunidades
mais fechadas, sendo as islâmicas mais presentes no norte do país. É o caso do hindu,
urdo, gujarate, memane e o árabe.

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Considera-se a inexistência de uma coabitação pacífica em Moçambique, ou seja, pela
falta de domínio da língua portuguesa por parte de falantes de outras línguas, surge a
necessidade de transpor termos de uma língua para a outra como explica (Menezes,
2013, p. 5) citado por Lemos, que para o caso de Moçambique relativamente aos
empréstimos linguísticos, sabe-se que estes ocorrem quando uma língua integra uma
palavra existente em outra língua, sendo que a palavra não sofre grandes alterações e
mantém o mesmo sentido. Algumas dessas palavras emprestadas de outras línguas no
português passam por um processo de aportuguesamento que não deixa claro para o
emissor que se trata de uma verdadeira influência que outras línguas exercem sobre a
mesma.

Assim, na realidade angolana, estudos, projectos e resoluções têm sido levados a cabo
para que se crie condições e se dê às demais línguas nacionais o mesmo tratamento que
é dado ao português, destes constam:

- A Resolução nº 3/87, de 23 de Maio, do Conselho de Ministros, sobre os alfabetos das


línguas nacionais kikongo, kimbundu, umbundu, cokwe, oxikwanyama e mbunda e suas
respectivas regras de transcrição fonética;

- Histórico Sobre a Criação dos Alfabetos em Línguas Nacionais;

- Criação do Instituto de Línguas Nacionais, abreviadamente ILN, em 1978, através do


decreto nº 62 de 6 de Abril, sob tutela do Ministério da Educação, cujas atribuições
prendiam-se essencialmente com a investigação científica no domínio da linguística e
integrava, na sua estrutura orgânica, entre outros, um Departamento de Línguas
Nacionais e outro de línguas estrangeiras.

Volvidos muitos anos, as línguas nacionais ainda não ocupam o espaço que merecem
tampouco lhes são dadas outras funções, além de facilitar a comunicação entre os
membros de uma mesma comunidade linguística.

Segundo Jorge (2018) é possível uma coabitação pacífica entre as línguas nacionais e a
língua portuguesa, desde que as elevemos aos mesmo nível de funcionalidade e
operatividade públicas que esta; as políticas linguísticas devem, verdadeiramente
promover e divulgar as línguas nacionais em toda a extensão do país e não só, sem
menosprezo ou rejeição das outras línguas, em particular da língua portuguesa, pois,
quanto maior for a diversidade linguística maior será a diversidade cultural.
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4. Os estatutos das línguas em Angola

Antes de se apresentar uma abordagem concisa ou breve à volta das línguas faladas em
Angola e seus estatutos, importa salientar que, em termos de classificação ou agrupamento,

“no contexto angolano, usamos a expressão línguas de origem africana para


designar todos os idiomas das populações africanas que compõem as comunidades
não bantu e bantu. Nesta óptica, integram-se, aqui, as línguas khoisan, vátuas e
bantu”. A nossa abordagem vai incidir-se [no português e] nas línguas bantu, sem
qualquer intenção discriminatória, porém pelo facto de as não bantu se confinarem
a núcleos bastante reduzidos. Ainda assim, assinalamos que entre as línguas
khoisan destacam-se kankala (bosquímano) e vakankala (hotentote). Estas
apresentam, por sua vez, as seguintes variantes: kankala (bosquímano), hotentote,
kazama, kasekele e kwankala. Por seu turno, para os Vátua, temos as línguas kwisi
e kwepe, faladas, respectivamente, pelas populações com os mesmos nomes. De
igual modo, outros factores, entre os quais a colonização, permitem considerar a
presença da família indo-europeia. Pese embora não serem línguas originariamente
africanas, as línguas de colonização (português, espanhol, inglês, francês, etc), que
beneficiaram do estatuto de línguas oficiais na maior parte dos casos, têm
desempenhado, a par dos crioulos surgidos da miscigenação linguística entre
aquelas e as autóctones, a sua função social e política (Zau, 2011, p.50).

Assim, o panorama linguístico angolano, concretamente dos principais grupos linguísticos,


aponta, com algum fundamento, aceitar que as línguas de Angola pertencem a dois grupos
alargados de línguas em termos de origem. Todavia, aceita-se, numa perspectiva de sucessão
cronológica de antiguidade, que as línguas em uso, maioritária ou minoritariamente pela
generalidade da população angolana, pertencem a três famílias de línguas, nomeadamente:
línguas das populações Pré-bantu (Khoisan e Vátua); línguas das populações Bantu (família
bantu) e língua das populações de origem europeia (família latina).

A língua portuguesa é uma língua europeia, tal como as restantes línguas neolatinas e que,
falada de inicio em Portugal, expandiu-se para territórios e continentes distantes onde os
portugueses, durante a sua diáspora marítima, se foram estabelecendo na constituição do
chamado «Império Ultramarino Português».

Iniciados os contactos dos portugueses com Angola no ano de 1482, por altura da chegada a
foz do rio Congo de uma frota comandada pelo navegador português Diogo Cão, os
portugueses permaneceram em Angola até à data da independência, a 11 de Novembro de
1975. Durante este largo período, à semelhança de outras potências coloniais noutros pontos
do mundo, impuseram a sua organização política, os seus costumes e, naturalmente, a sua
língua.

Contudo, em relação à população afro-europeia, que tem sido significativa ao


longo da história angolana, adoptou a língua portuguesa, por vezes a par de uma
das línguas de origem africana, sobretudo o kimbundu e kicongo, como língua de

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comunicação. Não desenvolveu língua própria, na medida em que o fenómeno de
pidginização não chega a evoluir a um crioulo como, por exemplo, sucedeu em
Cabo Verde, ou na Guiné-Bissau, ou em São Tomé e Príncipe (Zau, 2011, p.49).

Com efeito, Angola compõe-se portanto, por cenário plurilingue, em que o português têm o
estatuto de língua oficial, pois, conforme A Constituição da República de Angola, no seu
artigo 19.º sobre as línguas, certifica que:

“1. A língua oficial da República de Angola é o português.


2. O Estado valoriza e promove o estudo, o ensino e a utilização das demais
línguas de Angola, bem como das principais línguas de comunicação
internacional”.

Num universo plurilingue, a língua portuguesa é a língua da cultura, da indústria, da


administração pública e da política nacional e internacional.

As línguas bantu e não bantu, consideradas nacionais, para muitos, gozam de um estatuto de
não bem definido, servindo, mormente, como língua de comunicação a micro-nível, quer
dizer, entre os membros de mesmo grupo etnolinguístico ou de uma comunidade linguística.

Todavia, em 2011 foi aprovada a Lei do Estatuto das Línguas Nacionais de


Origem Africana com vistas a regular a situação linguística de Angola em
contextos administrativos, educacionais e mediáticos. Dentre as línguas
consideradas nacionais em Angola estão: umbundu, kimbundu, kikongo, cokwe,
kwanyama e nganguela. Tais línguas pertencem a duas famílias linguísticas
diferentes: Bantu (englobando a maioria das línguas angolanas) e Khoisan (uma
minoria que tem como traço marcante o uso de cliques). Além das línguas
nacionais, há centenas de dialectos falados em Angola. Em termos estatísticos, de
forma geral, a língua portuguesa é maioritária na capital do país e nos centros
urbanos, sendo a mais falada em Angola. As línguas angolanas são usadas em
regiões rurais, sendo grande parte dos angolanos bilingues ou multilingues. A
língua angolana mais falada é umbundu, seguida do kimbundu, kikongo e chokwe.
A distribuição estatística das línguas angolanas foi um dos alvos do primeiro
Censo geral, realizado em 2014 (Leite, 2015, p.08).

Portanto, à semelhança da maioria dos países africanos e mais, Angola vive uma situação de
multilinguismo onde coabitam várias famílias linguísticas e suas variantes. O português é a
língua oficial de Angola, mas a maioria da população angolana fala, como primeira língua,
alguma das línguas africanas de Angola. As principais línguas africanas ou nacionais faladas
em Angola são Umbundu, Kimbundu, Kikongo, côkwe, Nganguela e o Kwanyama. Além
destas, são faladas dezenas de outras línguas africanas - com fontes que afirmam haver 20
línguas enquanto outras fontes falam em 37 línguas e 50 dialectos, mas estas indicações não
são tão fiáveis nem criteriosas. A par dessas, há ainda as línguas estrangeiras (espanhol,
inglês, francês…) e outros idiomas falados por grupos específicos que residem no solo
pátrio.

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5. Considerações finais

As políticas linguísticas fazem referência a um conjunto de relações que se estabelecem


entre os membros de uma dada comunidade linguística e da comunidade com a língua,
que se estabelece entre a língua e a sociedade. Para a materialização das políticas
linguísticas, elaboram-se um conjunto de leis que definem os estatutos e as funções da
língua na comunidade de falantes. Desta feita, após a exaustiva descrição dos pontos
acima apresentados, podemos concluir que:

É de carácter importante a existência de políticas linguísticas sérias, que garantam a


preservação, a promoção, a investigação do acervo linguístico de toda e qualquer
comunidade de falantes, a angolana em particular;

A Declaração Universal dos Direitos Linguísticos é um documento fundamental, pois


possibilita corrigir os desequilíbrios linguísticos e assegurar o respeito pleno do
desenvolvimento de todas as línguas e estabelecer os princípios de uma paz linguística
planetária justa e equitativa, como factor fundamental da convivência social;

As políticas linguísticas favoráveis e exequíveis permitirão uma coabitação pacífica de


línguas na diversidade, para tal, os órgãos de direito devem trabalhar na implementação
de leis que servirão de reguladoras das referidas línguas. A valorização de uma língua,
em desprimor de outras, num contexto multilingue, favorece ao surgimento de conflitos
e anula as demais culturas. Devemos valorizar as nossas línguas nacionais, pois são os
meios de manifestação da identidade cultural do povo angolano.

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6. Referências Bibliográficas

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Realidade Plurilíngue Nacional a partir da Constituição da República Federativa do
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Mestre em Direito. São Cristóvão – Sergipe.

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