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Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Técnico em Mecânica – TECPUC

CICLOS

TÉRMICOS
Esta pesquisa foi solicitada

pelo professor Luís Felipe Botton

regente da disciplina da Máquinas Térmicas

Aluno: Pablo Henrique Carvalho Lemes

Período: 2º Diurno

Curitiba 2010
Ciclo Carnot

Foi desenvolvido por pelo engenheiro Sadi Carnot (1796-1832), o seu uso é apenas
teórico. O ciclo Carnot é um ciclo ideal, partindo de transformações de gases perfeitos.
Seu funcionamento é composto por duas transformações adiabáticas e duas
isotérmicas alternadamente e isso permite menor perda de energia (calor) para o meio
externo (fonte fria). O rendimento desse ciclo é aproximadamente 72% o qual alias,
nunca atingido por um motor termico. Este ciclo teorico compõe as seguintes fases:

1-2 = compresão isotermica


2-3 = compressão adiabatica
3-4 = expansão isotermica
4-1 = expansão adiabatica

Figura 01 – Diagrama do ciclo de Carnot

Descrição teórica:

Primeira fase: compressão isotérmica

Uma massa gasosa é introduzida no cilindro e depois comprimida pelo pistão


“temperatura constante”, sendo o cilindro esfriado durante esta fase.

Segunda fase: compressão adiabática

Sendo interrompido o resfriamento do cilindro, continua-se a compressão rapidamente


de modo que nenhuma troca de calor tenha lugar entre o gás e o cilindro.
Terceira fase: expansão isotérmica

Ao passo que, durante a compressão isotérmica o cilindro deve ser resfriado, durante
a expansão isotérmica, este mesmo cilindro exige aquecimento para tornar a
temperatura constante.

Quarta fase: expansão adiabática

Continuando o repouso, faz-se cessar o reaquecimento do cilindro para que essa fase
se efetue sem troca de calor com o cilindro e que a massa gasosa retome o volume e
a pressão que possuía no início da primeira fase.
Ciclo Otto

O Ciclo de Otto é um ciclo termodinâmico, que idealiza o funcionamento de motores


de combustão interna de ignição por centelha. Foi definido por Beau de Rochas em
1862 e implementado com sucesso pelo engenheiro alemão Nikolaus Otto em 1876, e
posteriormente por Étienne Lenoir e Rudolf Diesel.

Motores baseados no ciclo Otto equipam a maioria dos automóveis convencionais e


usam combustíveis leves como gasolina, álcool, gás natural.

Figura02 – Representação dos principais componentes

Descrição Teórica

O ciclo ideal se constitui dos seguintes processos:

Admissão isobárica = 0-1, pressão constante;


Compressão adiabática = 1-2, eleva a temperatura dos gases sem provocar a
inflamação;
Combustão isocórica = 2-3, contribuição de calor provocado pela centelha (vela). A
volume constante. A pressão eleva-se rapidamente;
Expansão adiabática = 3-4, parte do ciclo de transforma em trabalho;
Abertura de válvula de escape =4-5, cessão do calor residual ao ambiente a volume
constante;
Exaustão isobárica = 5-0, esvaziamento da câmara. Baixa brutal de pressão.
Figura03 – Diagrama Pressão X Volume

Ciclo Mêcanico Otto 4 tempos

Considerando o uso de apenas duas válvulas que são comandadas pelos ressaltos de
árvore de cames, uma designada por válvula de admissão (à esquerda da
demostração), que permite a introdução no cilindro de uma mistura gasosa composta
por ar e combustível e outra designada como válvula de escape (à direita da
demostração), que permite a expulsão para a atmosfera dos gases queimados, o ciclo
de funcionamento de um motor de combustão a 4 tempos é o seguinte:

1. Primeiro tempo ADMISSÃO


 Válvula de admissão aberta
 Válvula de escape fechada.
 O pistão se desloca do PMS (ponto morto superior) ao PMI (ponto
morto inferior) admitindo para dentro do cilindro a mistura
combustível/ar.
2. Segundo tempo COMPRESSÃO
 Válvula de admissão fechada.
 Válvula de escape fechada.
 O pistão se desloca do PMI ao PMS, comprimindo a mistura. Antes de o
pistão atingir o PMS, ocorre a faísca, dando origem à combustão.
3. Terceiro tempo EXPLOSÃO
 Válvula de admissão fechada.
 Válvula de escape fechada.
 A combustão provoca a expansão dos gases que empurram o pistão,
fazendo o se deslocar do PMS ao PMI.
4. Quarto tempo EXPULSÃO OU ESPAPE
 Válvula de admissão fechada.
 Válvula de escape aberta.
 O pistão se desloca do PMI ao PMS, empurrando para fora os gases
queimados.

 Após a expulsão dos gases o motor fica nas condições iniciais permitindo que
o ciclo se repita.

Figura04 – Demostração do processo mecânico

Aplicações: Veículos de passeio, pequenos veículos de carga, pequenos aviões e


pequenas embarcações.

Rendimento

O ciclo segue os tempos indicados anteriormente sendo que, no 1º tempo, admite-se


uma mistura ar/combustível. A combustão é iniciada no interior do cilindro por uma
centelha (vela de ignição). A mistura ar/combustível, que é feita pelo carburador ou
pela injeção eletrônica, é preparara aproximadamente nas seguintes proporções:

9: 1 - 9 partes de ar para 1 parte de gasolina

12: 1 – 12 partes de ar para 1 parte de álcool

O rendimento de um motor de ciclo Otto chega a 22% a 38%

Ciclo Mecânico Otto de 2 tempos (MIF)

Quando o pistão se desloca do PMI ao PMS, simultaneamente, ele comprime a


mistura (combustível + ar + óleo lubrificante) que está no cilindro, e admite nova
quantidade de mistura no cárter. Antes do pistão, atingir o PMS ocorre à faísca que da
origem à combustão e conseqüentemente a expansão.

Com a expansão, o pistão se desloca do PMS para o PMI, liberando as janelas de


escape. Ao mesmo tempo ele comprime a mistura que está no cárter, fazendo com
que a mesma, passe para o cilindro através da janela de transferência. Esta nova
mistura ao entrar no cilindro auxilia na expulsão dos gases queimados.

OBS. Para se completar um ciclo motor de 2 tempos é necessária apenas uma volta
completa da árvore de manivelas.

O rendimento deste motor é inferior com respeito ao motor de 4 tempos, já que tem
um rendimento volumétrico menor e o escape de gases é menos eficaz. Também são
mais poluentes (devido à queima de óleo lubrificante que é misturado ao combustível
no cárter durante a pré-compressão). Por outro lado, costumam dar mais potência
cerca de 70 a 90% para a mesma cilindrada, já que este faz uma explosão na cada
revolução, enquanto o motor de 4 tempos faz uma explosão pela cada 2 revoluções, e
conta com mais partes móveis.

Aplicações: Motocicletas, cortadores de grama, pequenas bombas, pequenos


motores de popa, etc.
Ciclo Diesel

O Motor Diesel ou motor de ignição por compressão é um motor de combustão interna


inventado pelo engenheiro alemão Rudolf Diesel (1858-1913) em que a combustão se
faz pelo aumento da temperatura provocado pela compressão de ar. Rodolf Diesel
chegou a esse método quando aperfeiçoava máquinas a vapor.

O combustível utilizado pelos motores diesel tem normalmente uma alta nivel de
octanagem, isto é, a capacidade que o combustível tem, em resistir a altas
temperaturas na câmara de combustão, sem sofrer detonação . Esses combustíveis
são o biodiesel, hidrocarboneto, óleo vegetal, alcool e o disel.

Diferenças entre um motor a gasolina e o motor diesel:

 Enquanto o motor a gasolina funciona com a taxa de compressão que varia de


8:1 a 12:1, no motor diesel esta varia de 14:1 a 25:1. Dai a robustez entre um e
outro.
 Enquanto o motor a gasolina aspira a mistura ar/combustível para o cilindro o
motor Diesel aspira apenas ar.
 A ignição dos motores a gasolina se dá a partir de uma faisca elétrica fornecida
pela vela de ignição antes da máxima compressão na camara de combustão.
Já no motor Diesel ocorre combustão do combustível pelas elevadas
temperaturas (500 ºC a 650ºC) do ar comprimido na camara de combustão.

Descrição teórica

Figura05 – Diagrama Pressão X Volume


1-2 = compressão adiabática do ar puro aspirado antes;
2-3 = combustão em pressão constante;
3-4 = expansão adiabática;
1-4 = baixa brutal da pressão.

Primeira fase: compressão adiabática

O ar puro aspirado anteriormente é comprimido e atinge uma temperatura suficiente


para provocar a inflamação do combustível injetado.

Segunda fase: compressão isobárica

No começo da distensão, a combustão efetua-se em pressão constante, quando o


volume aumenta e a expansão dos gases compensa a queda de pressão devida ao
aumento de volume.

Terceira fase: expansão adiabática

A expansão efetua-se sem troca de calor com as paredes do cilindro.

Quarta fase: baixa de pressão

A abertura brutal do escapamento produz uma queda rápida da pressão enquanto o


pistão báscula em ponto morto (volume constante).

Ciclo Mecânico Diesel de 4 Tempos

1. Primeiro Tempo: Admissão

Figura06 - Admissão

 Válvula de admissão aberta, para entrada do ar;


 Válvula de escape fechada;
 O pistão se desloca do PMS ao PMI admitindo para dentro do cilindro apenas
ar.
2. Segundo tempo: Compressão

Figura07 - Injeção de combustível pelo bico injetor

 Válvula de admissão fechada;


 Válvula de escape fechada;
 O pistão se desloca do PMI ao PMS, comprimindo o ar. Antes do pistão, atingir
o PMS ocorre a injeção do combustível pelo bico injetor, que se mistura com o
ar, que está aquecido devido à compressão, dando origem à combustão.

3. Terceiro tempo: Expansão

Figura08 - Deslocamento do pistão pela força de expansão dos gases


transformando a energia térmica em mecânica

 Válvula de admissão fechada.


 Válvula de escape fechada.
 A combustão provoca a expansão dos gases que empurram o pistão, fazendo
o se deslocar do PMS ao PMI.
4. Quarto tempo: Escapamento

Figura09 - Resíduos da combustão são eliminados através da válvula de descarga

 Válvula de admissão fechada.


 Válvula de escape aberta.
 O pistão se desloca do PMI ao PMS, empurrando para fora os gases
queimados.

Rendimento

Motores a diesel possuem eficiência mais alta que aqueles a gasolina (ciclo de
Otto).
A eficiência de um motor operando nesses ciclos depende somente da taxa de
compressão. Como num motor a gasolina, a amostra a ser comprimida contém tanto
gasolina quanto ar, as taxas de compressão nesses motores são limitadas a valores
que não produzam a ignição espontânea da mistura. Nos motores a diesel, apenas ar
é comprimido e o diesel é injetado posteriormente no cilindro, de modo que é possível
atingir taxas de compressão mais altas. Taxas de compressão típicas de motores a
diesel variam de 14:1 a 25:1, ao passo que nos equivalentes a gasolina de 8:1 a 12:1.
O motor Diesel tem um rendimento mecânico excelente, normalmente entre 38% e
47%.

Aplicações: Veículos para transporte terrestre, embarcações de médio e pequeno


porte e instalações industriais.
Ciclo Mecânico Diesel de 2 Tempos (MIE)

Figura10 – Demonstração de um ciclo Diesel de 2 tempos

Quando o pistão se encontra no PMI, estão abertas as janelas de admissão e a


válvula de escape. Ar é empurrado para dentro do cilindro por uma bomba, chamada
de “bomba de lavagem”, auxiliando no escapamento dos gases queimados. Fecha-se
a válvula de escape e o ar fica retido no cilindro. O pistão se desloca do PMI ao PMS
comprimindo o ar e antes dele atingir o PMS ocorrem à injeção do combustível, que da
origem à combustão e conseqüentemente a expansão, deslocando o pistão do PMS
para o PMI, dando início a um novo ciclo.

Aplicações: Navios de grande porte e instalações estacionárias de grande porte.


Comparação dos Ciclos

O ciclo Carnot é usado apenas para se comparar com os outros ciclos, pois o este
ciclo pode se considerar um ciclo com um rendimento perfeito.

Ciclo Otto X Ciclo Diesel

Figura11 – Comparação dos ciclos

Caso houvesse um combustível capaz de alcançasse com o motor Otto a mesma taxa
de compressão que se pode alcançar com o motor Diesel, sem detonação, o ciclo Otto
seria mais eficiente. Isto se deve ao aumento brusco de pressão na explosão do
combustível, através da faísca, que ocorre no mesmo, aumentando assim a área
dentro da curva do ciclo, aumentando conseqüentemente o rendimento.
Conclusão

Concluímos que cada ciclos tem sua característica:

O ciclo Carnot é um ciclo teórico apenas para comparação com outros ciclos.

 O ciclo Otto tem em sua característica uma combustão de ar/combustível


provocada através de uma faísca da vela de ignição, este ciclo tem um
rendimento menor comparado ao ciclo Diesel, mas se o combustível tiver um
nível de octanagem maior o seu rendimento aumenta devido à pressão existe
na câmara de combustão. Seu consumo em relação ao combustível é mais
caro. Este ciclo é mais comum em automóveis utilitários.

 Já o ciclo Diesel tem um melhor desempenho que o ciclo Otto, pois, este tem
em sua característica na explosão do combustível que é realizada através da
pressão do pistão do PMI até ao PMS e da temperatura elevada, com isso
causa melhor rendimento deste. Normalmente os motores de ciclo diesel são
mais robustos (ex: motores de caminhão) e seu consumo em combustível é
mais barato.

Como podemos ver estes ciclos comentados aqui são muito importantes para um bom
funcionamento de automóveis, navios, motocicletas dentre outros.
Referências

http://www.if.ufrgs.br/fis183/textos/maquinas/maquinas.html

http://omnis.if.ufrj.br/~emoura/cursos/fit122/2010_02/programa/termodinamica/ciclos.html

http://www.fisica.ufs.br/CorpoDocente/egsantana/estadistica/carnot/carnot.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_de_Carnot

http://laplace.us.es/wiki/index.php/Ciclo_Otto

http://www.mspc.eng.br/termo/termod0520.shtml

http://pt.wikilingue.com/es/Ciclo_Otto#Efici.C3.AAncia

http://omnis.if.ufrj.br/~emoura/cursos/fit122/2010_02/programa/termodinamica/ciclos.html

http://www.mspc.eng.br/termo/termod0525.shtml

http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Diesel_cycle#Maximum_thermal_efficiency

http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_a_diesel

http://www.chargernet.com.br/produtos/html_index.asp?link=produtos&tipo=mip45

http://turbobr.pbworks.com/w/page/22531746/Diferen%C3%A7as-entre-%C3%81lcool-e-Gasolina

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