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ARTIGO Recebido: 06/11/2018

Aceito: 05/09/2019
ORIGINAL Fonte de financiamento: nenhuma

Absenteísmo-doença entre profissionais de saúde


de um hospital público estadual em São Paulo
Sickness absenteeism among health care workers
in a public hospital in São Paulo, Brazil
Felipe Pereira Rocha1,2, Cézar Akiyoshi Saito3, Teresa Cristina Nathan Outeiro Pinto4

RESUMO | Introdução: Pesquisas revelam que os estudos das ausências motivadas por doença são particularmente importantes
na esfera do funcionalismo público em razão do número crescente de afastamentos por licença médica e de dias não trabalhados por
parte desse importante grupo de trabalhadores. Entre as categorias profissionais mais expostas ao afastamento, estão os profissionais
de saúde, particularmente os de instituições hospitalares. Torna-se imprescindível a análise do comportamento de suas ausências
motivadas por doença no intuito de promover medidas de prevenção eficazes contra o adoecimento laboral. Objetivo: Caracterizar o
perfil do absenteísmo-doença da equipe de enfermagem e da equipe médica de um hospital público estadual de São Paulo no período
de 2011 a 2013. Método: Estudo descritivo e transversal realizado em um hospital estadual de grande porte no período de janeiro de
2011 a dezembro de 2013. Resultados: No período trienal ocorreu o total de 71.460 dias de afastamento, e 3.323 licenças médicas
foram concedidas a 1.533 trabalhadores. A categoria profissional mais acometida pelo absenteísmo-doença foram os auxiliares de
enfermagem, sendo o pronto-socorro adulto o setor com o maior número de afastamentos, alcançando 11.460 dias. Nesse mesmo
setor, a maior parte dos motivos de adoecimento deveu-se a doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo e a transtornos
mentais e comportamentais. Conclusões: Com os resultados, foi possível verificar mudanças no perfil de morbidade da equipe de
enfermagem e da equipe médica ao longo de três anos, com predomínio de agravos cujo tempo de recuperação e de retorno ao trabalho
é consideravelmente longo nessa população trabalhadora.
Palavras-chave | absenteísmo; hospital; saúde do trabalhador; doença; pessoal de saúde.

ABSTRACT | Background: Several studies showed that sickness absenteeism has considerable impact on civil service given the
increasing number of sick leaves granted to and days off work among employees. Health care workers, especially those in hospitals,
represent one of the occupational groups at higher risk of absenteeism. Therefore, establishing the pattern of sickness absenteeism in
this group is crucial to implement efficacious preventive measures against work-related diseases. Objective: To characterize sickness
absenteeism among the nursing and medical staff of a public hospital in São Paulo, Brazil, in the period from 2011 through 2013.
Methods: Cross-sectional descriptive study conducted in a large hospital in which we analyzed data from January 2011 to December
2013. Results: Employees missed a total of 71,460 days of work along the analyzed period; 3,323 sick leave benefits were granted
to 1,533 workers. Nursing assistants and workers in the adult emergency department accounted for the largest number of days off
work to a total of 11,460. The most common reasons for sick leaves among emergency department employees were musculoskeletal
diseases and mental and behavioral disorders. Conclusion: We detected changes in the morbidity profile of the nursing and medical
staff along the analyzed period, characterized by conditions which demand longer time for recovery and return to work.
Keywords | absenteeism; hospitals; occupational health; disease; health personnel.

Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil.
1

²Programa de pós-graduação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – São Paulo (SP), Brasil.
3
Serviço de Epidemiologia e Estatística, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – São Paulo (SP), Brasil.
4
Coordenação de Higiene do Trabalho, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – São Paulo (SP), Brasil.
DOI: 10.5327/Z1679443520190333

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Rocha FP, et al.

INTRODUÇÃO no ambiente laboral2,20. A recomendação nº 171 e a convenção


nº 161 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
O absenteísmo, ou ausentismo, é um termo amplo utilizado, evidenciam a importância desse monitoramento21.
por definição, para designar a soma dos períodos em que os Para tanto, foram criados indicadores de absenteísmo-doença
empregados da organização se encontram ausentes do trabalho como ferramentas de monitoramento. A escolha dos indicadores
por algum motivo interveniente1. Quando a causa da ausência ao adequados deve garantir que os resultados sejam comparáveis e
trabalho é uma doença ou um dano, o termo utilizado é absen- permitam a observação de tendências ao longo do tempo, reve-
teísmo-doença. Esse tipo de ausência deve ser devidamente reco- lando os setores mais problemáticos para futuras intervenções16,20.
nhecido pelo empregador ou pelo sistema de seguridade social2. Nesse ínterim, o estudo do absenteísmo-doença é funda-
Nesse contexto, o absenteísmo-doença caracteriza-se mental para o fomento de debates acerca das condições de
por ser um fenômeno multidimensional e complexo no trabalho que afetam a saúde da equipe de enfermagem e
campo da saúde do trabalhador, pois envolve a interação da equipe médica, assim como a elaboração de políticas
de diversos fatores laborais que influenciam diretamente na voltadas para a promoção, prevenção e reabilitação da saúde
saúde e segurança3,4. Esses fatores estão ligados às condições dessa população. Entende-se que sua análise e compreensão
de trabalho que podem ocasionar agravos à saúde decor- poderão reduzir seus impactos organizacionais e contribuir
rentes da natureza ou do conteúdo da atividade exercida, da para a qualidade e efetividade da assistência prestada nos
presença de fatores psicossociais ou, até mesmo, de fatores hospitais, interferindo positivamente no ambiente laboral.
econômicos e sociais indissociáveis do trabalho5,6. Portanto, o objetivo deste estudo foi caracterizar o
No Brasil, a maior parte dos estudos sobre o perfil de perfil do absenteísmo-doença da equipe de enfermagem e
adoecimento dos trabalhadores baseia-se nos dados da previ- da equipe médica de um hospital público estadual de São
dência social, os quais, em geral, não consideram os servi- Paulo ao longo do período de 2011 a 2013.
dores públicos7,8, contudo a literatura revela que o perfil do
absenteísmo em servidores públicos vem sendo estudado,
principalmente, nos setores da saúde e do ensino9-11. MÉTODOS
Com relação aos serviços de saúde, os profissionais mais
expostos ao absenteísmo-doença em ambientes hospitalares Tratou-se de um estudo transversal e descritivo. O local de
são a equipe de enfermagem. Estudos mostram o predomínio coleta de dados foi um hospital estadual de grande porte locali-
de ausências ao trabalho na categoria dos auxiliares e técnicos zado no estado de São Paulo. A população compôs-se de 1.410
de enfermagem12,13. Os principais motivos encontrados para o profissionais do funcionalismo público estadual detentores do
adoecimento, segundo a Classificação Internacional de Doenças regime jurídico efetivo e de função-atividade, pois estes são
(CID-10), são doenças do sistema osteomuscular e do tecido numericamente maiores no referido hospital e no funcionalismo
conjuntivo e transtornos mentais e comportamentais14-16. público estadual, sendo regimentados, via concurso público,
No que se refere à equipe médica, estudos recentes pelas seguintes leis, respectivamente: Lei nº 10.261, de 28 de
revelam grande prevalência de absenteísmo-doença, espe- outubro de 196822, e Lei nº 500, de 13 de novembro de 197423.
cialmente no serviço público, com destaque para a quanti- A amostra foi composta de trabalhadores atendidos no
dade de dias de afastamento variando de 15 a 30, motivado Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina
por diagnósticos comuns à equipe de enfermagem, ou seja, do Trabalho (SESMT) do hospital. No momento da coleta
doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo de dados no SESMT, não havia um sistema informatizado
e transtornos mentais e comportamentais17-19. de registro dos atendimentos, e os dados de absenteísmo-
A adoção de formas de monitoramento do absenteísmo- -doença estavam disponíveis de forma manual em livros-ata.
-doença em uma organização é fundamental para subsidiar O período de janeiro de 2011 a dezembro de 2013 foi
estratégias que possibilitem melhorias contínuas nas condi- escolhido no intuito de se obter mais informações referentes
ções de trabalho por meio da compreensão do processo de ao comportamento dos afastamentos ao longo do tempo.
adoecimento dos trabalhadores e de suas principais causas e da Apesar da grande diversidade de categorias de trabalho,
elaboração de formas eficazes de prevenção do adoecimento optou-se por enfatizar os profissionais da equipe de enfermagem

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Absenteísmo-doença em equipe de saúde de hospital público

(auxiliares, técnicos e enfermeiros) e da equipe médica pelo Uma vez concluído o banco de dados, as informações
fato de estes serem a maior população do hospital. utilizadas como numeradores para o cálculo dos índices
A autorização da pesquisa foi adquirida mediante contato de absenteísmo durante o período trienal foram, respecti-
do pesquisador com a diretoria do hospital, que, ao demons- vamente: IFL, número de IFT e IDD.
trar receptividade à pesquisa, originou uma demanda para Esta pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética
a sua execução. Uma vez adquirida a autorização da investi- em Pesquisa da Universidade de Mogi das Cruzes sob o
gação, o estudo prosseguiu por meio de uma análise retros- protocolo nº 2.008.425.
pectiva dos dados secundários de absenteísmo-doença
disponíveis no SESMT do hospital.
As variáveis fornecidas pelo setor foram: data do atendimento, RESULTADOS
categoria profissional, setor de origem, dias de afastamento,
vínculo institucional e causa de afastamento conforme a CID-10.
Para adquirir informações sociodemográficas acerca da PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DA POPULAÇÃO
população geral do hospital, estabeleceu-se contato com o GERAL DE FUNCIONÁRIOS NO ANO DE 2013
setor de recursos humanos, por meio do qual foram obtidas O banco de dados obtido por meio do SESMT do hospital
informações referentes ao histórico do hospital, aos vínculos revelou que a população total dos anos de 2011, 2012 e 2013
institucionais (efetivos ou de função-atividade), ao organo- sofreu pequena diminuição. Pode-se supor que a variação
grama do hospital, aos setores existentes, ao número total de da população geral se deva a aposentadorias de servidores
trabalhadores, ao número total de trabalhadores por setor e ativos, uma vez que durante o período estudado não houve
à idade, ao sexo e ao tempo de trabalho desses profissionais. a realização de novos concursos públicos.
Para a transcrição e organização dos dados de absenteísmo, Deacordocomosdadoscoletadosnosetorderecursoshumanos
foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: afastamentos por do hospital, observou-se predomínio de funcionários na faixa etária
mais de um dia (que não estão previstos em legislação8); regime de 31 a 59 anos (93,07%), com média de 45 anos (desvio padrão —
jurídico efetivo e de função-atividade; e categorias profissionais DP=±8,51), e tempo de permanência no mesmo hospital de 11 a
da equipe de enfermagem (auxiliares de enfermagem e enfer- 34 anos (78,56%), com média de 32,18anos (DP=±6,65). A equipe
meiros) e do corpo médico (contando todas as especialidades). assistencial no ano de 2013 formava a maioria dos servidores ativos,
Após essas etapas, os dados secundários coletados foram pois, em termos quantitativos, existiam 445 (31,56%) auxiliares de
armazenados utilizando o software Microsoft Excel 2013. enfermagem, 121 (8,51%) enfermeiros e 300 (21,27%) médicos,
Com base nos dados de absenteísmo-doença obtidos que, somados, constituíam 866 (61,41%) do total de funcionários.
mediante a análise documental, os dois indicadores Viu-se, ainda, predominância do sexo feminino, que corres-
propostos pela Comissão Internacional de Saúde no Trabalho pondia a 70,25% do total. Quanto ao regime jurídico que regia
(International Commission on Occupational Health — ICOH)7 os contratos de trabalho, os profissionais dividiam-se quase
foram adotados neste estudo: igualmente, com leve prevalência do regime de função-atividade
• índice de frequência de licenças-médicas (IFL): número — total de 53,06% dos funcionários. As profissões mais frequen-
de episódios de licença-médica por ano dividido pela temente atendidas pelo SESMT do hospital foram os auxiliares
população sob risco; de enfermagem (55,81%), seguidos dos auxiliares de serviços
• índice de frequência de trabalhadores (IFT): número gerais (11,44%), enfermeiros (10,22%) e médicos (6,15%).
de trabalhadores com licença-médica de mais de um dia
por ano dividido pela população sob risco; CÁLCULO DOS ÍNDICES DE ABSENTEÍSMO-
DOENÇA PARA A POPULAÇÃO GERAL DO
Também, foi calculado o indicador proposto por Hensing HOSPITAL NO PERÍODO DE 2011 A 2013
et al.20: Os registros de absenteísmo-doença disponibilizados pelo
• ndice de duração do absenteísmo (IDD): número total SESMT do hospital revelaram que, entre o período de janeiro de
de dias de absenteísmo dividido pelo número de episó- 2011 a dezembro de 2013, foram concedidas 3.323 licenças médicas,
dios de licença-médica. totalizando 71.460 dias de ausência ao trabalho. A Tabela 1 mostra

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os índices de absenteísmo calculados para essa população geral Tabela 2. Frequência de absenteísmo-doença por setor do
atendida pelo SESMT. Os setores de origem do absenteísmo- hospital para a equipe de enfermagem e médica no período
de 2011 a 2013, São Paulo, 2015 (N=2.584).
-doença, obtidos mediante análise dos dados retrospectivos do
SESMT do hospital, apontaram o setor de pronto-socorro adulto 2011 2012 2013
Setores
como o local de trabalho onde, proporcionalmente, ocorreram N° % N° % N° %
mais casos de afastamento no período considerado, alcançando,
Pronto-socorro
no ano de 2013, 41,16% do total, conforme a Tabela 2. 399 28,8 210 30 205 41,16
adulto
Já a Tabela 3 contém os dias de afastamento por setor da
Clínica-médica 166 12 72 10,3 40 8,03
equipe de enfermagem e da equipe médica no período de 2011
a 2013 e revela o setor de pronto-socorro adulto como o local de UTI-neonatal 109 7,86 54 7,72 41 8,23
trabalho onde ocorreu o maior número de dias de afastamento,
UTI-adulto 95 6,85 29 4,14 15 3,02
alcançando, no ano de 2013, 9.282 (43,17%) do total de 21.494.
Segundo a Tabela 4, esse ambiente de trabalho foi o local com os Pediatria 87 6,28 47 6,71 40 8,03
maiores números de dias de afastamento em todas as categorias Outros 530 38,2 288 41,1 157 31,53
profissionais estudadas. Os enfermeiros e médicos necessitaram,
Total 1.386 100 700 100 498 100
proporcionalmente, de menos dias de afastamento nesse setor do
que os auxiliares de enfermagem. Nesse contexto, entre a grande
variedade de setores, optou-se por focalizar o setor de pronto-
-socorro para a análise das morbidades encontradas. Tabela 3. Dias de afastamentos por setor do hospital da equipe
de enfermagem e médica no período de 2011 a 2013, São Paulo,
2015 (N=52.736)
CAPÍTULOS DIAGNÓSTICOS ENCONTRADOS
NO SETOR DE PRONTO-SOCORRO ADULTO 2011 2012 2013
Setores
PARA A EQUIPE DE ENFERMAGEM E A EQUIPE N° % N° % N° %
MÉDICA NO PERÍODO DE 2011 A 2013
Pronto-socorro
Considerando a frequência das licenças médicas concedidas 5.576 30,39 3.487 27,05 9.282 43,17
adulto
aos profissionais da equipe de enfermagem e da equipe médica do
Clínica-médica 1.716 9,35 728 5,65 781 3,63
hospital no setor de pronto-socorro, observou-se que os principais
capítulos diagnósticos da CID-10 responsáveis pelos afastamentos Central de material 1.679 9,15 1.594 12,36 2.112 9,83
foram, proporcionalmente, as doenças do tecido osteomuscular
UTI-adulto 1.482 8,08 782 6,07 962 4,48
e os transtornos mentais e comportamentais, conforme disposto
na Tabela 5. De forma semelhante, a Tabela 6 revela a concessão UTI-neonatal 1.466 7,99 847 6,57 1.511 7,03
do total de 18.343 dias de afastamento por doenças do sistema Outros 6.431 35,05 5.454 42,3 6.846 31,9
osteomuscular e do tecido conjuntivo e por transtornos mentais e
Total 18.350 100 12.892 100 21.494 100
comportamentais entre a equipe de enfermagem e a equipe médica.

Tabela 1. Índices de absenteísmo-doença da população geral do hospital no período de 2011 a 2013, SP, 2015.
Dias de Trabalhadores
Ano População Licenças Médicas IFL IFT IDD
Afastamento com licenças

2011 1.410 23.631 1.760 759 1,24 0,53 13,42

2012 1.406 17.554 883 481 0,62 0,34 19,87

2013 1.401 30.275 680 293 0,48 0,21 44,52

Total 4.217 71.460 3.323* 1.533 0,78 0,36 21,50


Um mesmo funcionário pode ter produzido vários eventos. IFL: Índice de frequência de licenças-médicas. IFT: Índice de frequência de trabalhadores.
IDD: Índice de duração do absenteísmo.

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Absenteísmo-doença em equipe de saúde de hospital público

DISCUSSÃO decorrente de fatores históricos, e esse perfil também foi encon-


trado em outros estudos11,25.
O perfil sociodemográfico da população geral de funcionários Entre os profissionais mais frequentemente atendidos,
no ano de 2013 revelou que tanto a média de idade elevada como os auxiliares de enfermagem destacaram-se neste estudo.
o longo tempo de permanência no emprego podem ser explicados Esse resultado é coerente com a literatura, pois os auxiliares
pelo fato de os regimes jurídicos dos servidores públicos terem de enfermagem, ao lado dos enfermeiros e médicos, estão
sido adquiridos mediante concurso público17,24. Observou-se a frequentemente envolvidos na concessão de licenças médicas.
predominância do sexo feminino (70,25%) na população estu- Esse aspecto, aliado à atuação desses profissionais em diferentes
dada. Ressalta-se que, na enfermagem, o predomínio feminino é atividades assistenciais e setores e à sua exposição a diferentes

Tabela 4. Dias de afastamento por setor, da equipe de enfermagem e médica no período de 2011 a 2013, São Paulo, 2015 (N=52.736).

Categoria Pronto-socorro adulto Central de material UTI neonatal Outros


profissional N° % N° % N° % N° %

Auxiliar de
11.460 21,73 5.374 10,19 3.554 6,74 21.738 41,22
enfermagem

Categoria Pronto-socorro adulto Educação continuada Centro obstétrico Outros


profissional N° % N° % N° % N° %

Enfermeiro 3.935 7,46 337 0,64 253 0,48 715 1,36

Categoria Pronto-socorro adulto Centro-cirúrgico Diretoria clínica Outros


profissional N° % N° % N° % N° %

Médico 2.948 5,59 439 0,83 412 0,78% 1.571 2,98

Tabela 5. Frequência de capítulos diagnósticos segundo a equipe de enfermagem e médica no período de 2011 a 2013 no setor
de pronto-socorro, São Paulo, 2015 (N=814).
Doenças Transtornos mentais e
Categoria Outros
osteomusculares - CID M comportamentais - CID F
profissional
N % N % N %

Auxiliar de
120 14,74 87 10,69 358 43,98
enfermagem

Enfermeiro 44 5,40 16 1,97 76 9,34

Médico 28 3,44 7 0,86 78 9,58%

Tabela 6. Dias de afastamento por capítulos diagnósticos segundo a equipe de enfermagem e médica no período de 2011 a 2013
no setor de pronto-socorro, São Paul, 2015 (N=18.343).
Doenças Transtornos mentais e
Categoria Outros
osteomusculares - CID M comportamentais - CID F
profissional
N° % N° % N° %

Auxiliar de
3.347 18,25 3.516 19,71 4.597 25,06
enfermagem

Enfermeiro 1.842 10,04 993 5,41 1.100 6,00

Médico 942 5,14 128 0,70 1.878 10,24

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fatores de risco ao longo da assistência, pode influenciar no Considerando os resultados das Tabelas 5 e 6, as doenças
afastamento e adoecimento ao longo dos anos3,4,13. do tecido osteomuscular e os transtornos mentais e compor-
Quanto aos índices calculados ano a ano, notaram-se queda tamentais destacam-se tanto na frequência quanto nos dias
dos indicadores de frequência e aumento significativo do índice de de afastamento dos profissionais estudados. O diagnóstico
gravidade. No ano de 2011 o índice de gravidade foi de 13,42 dias de doenças do tecido osteomuscular pode ser explicado pelo
de afastamento, e, no ano de 2013, a média foi de 44,52 dias, desgaste físico causado pelas atividades hospitalares desem-
revelando um período maior de dias de absenteísmo-doença penhadas pela equipe de enfermagem. Além disso, muitos
dos funcionários atendidos no SESMT. Isso significa que os desses profissionais possuem mais de um vínculo empre-
profissionais, apesar de necessitarem de menos licenças ao ano, gatício e expõem-se, com frequência, ao trabalho noturno,
estão adoecendo por muito mais tempo a cada vez que tiram que é reconhecidamente maléfico à saúde31.
uma licença. A hipótese para explicar essa elevada média de dias O diagnóstico dos transtornos mentais e comportamen-
de ausência ao trabalho éa maior cronicidade das morbidades, tais pode ser explicado pelo processo de trabalho hospitalar,
o que demanda maior tempo de recuperação dos profissionais caracterizado por um modelo hierarquizado, em que as tarefas
afetados, provocando prejuízos tanto individuais quanto coletivos. são divididas e repetitivas, cujas decisões são realizadas
Resultados semelhantes estão nos estudos de Cunha et al. sem levar em conta a opinião da maioria dos trabalhadores
6
e de Oenning et al.26, que, em suas análises, também encon- envolvidos com a assistência, favorecendo, dessa maneira,
traram tendência de decréscimo dos indicadores de frequência o empobrecimento intelectual e uma distância ainda maior
de servidores e concomitante aumento na média dos dias de entre o que é planejado e o que é efetivamente realizado32.
afastamento. Os autores atribuem esses achados à necessi- Essas características devem-se às fortes influências do modelo
dade cada vez maior de dias de recuperação e reabilitação das taylorista/fordista, que se refletem na estrutura organizacional
morbidades sofridas no trabalho ao longo do tempo e também hospitalar estabelecida em organogramas clássicos excessiva-
ao envelhecimento da população pesquisada, o que pode mente verticalizados, com fragmentação das responsabilidades
contribuir para o aumento da média de dias das ausências. e formalização das relações profissionais. Assim, tal organização
Os dados das Tabelas 2 e 3 revelam que tanto o número de trabalho mantém seus funcionários em um local específico do
de ocorrências quanto a quantidade de dias de afastamento atendimento, contribuindo para sua alienação e seu adoecimento33.
por setor apontam o pronto-socorro adulto como o ambiente Outrossim, os hospitais inserem-se no modelo de gestão
de trabalho mais responsável pelo absenteísmo-doença. contemporâneo, elaborado no intuito de alcançar o controle dos
Tal informação é corroborada pela Tabela 4, pois ela mostra comportamentos afetivos dos trabalhadores como meio de atender
o mesmo setor como o mais prevalente nos afastamentos às necessidades capitalistas. As empresas atuais, para sobreviver à
entre a equipe de enfermagem e a equipe médica. competitividade do mercado, passaram a exigir maior implicação
De fato, o pronto-socorro é uma organização de trabalho subjetiva do trabalhador, ou seja, a necessidade de inovação e
reconhecidamente distinta das demais por conta da sua natu- construção de recursos para sua reprodução no mercado assis-
reza emergencial, variável e imprevisível, cuja complexidade tencial. Nesse contexto, as empresas esforçam-se para controlar
demanda intenso envolvimento das faculdades físicas, mentais as atitudes e os comportamentos dos trabalhadores, diminuindo
e psicossociais dos profissionais de saúde, que, quando a autonomia, a qualidade de vida e a satisfação no trabalho34.
expostos aos fatores de risco inerentes ao local de trabalho, Nesse contexto, uma possível intervenção seria a dimi-
acabam adoecendo e ausentando-se por muitos dias27,28. nuição da verticalização do trabalho, dando mais autonomia
A pesquisa de Silva e Marziale29 realizada com a equipe aos trabalhadores ao longo da assistência mediante a valori-
de enfermagem em ambiente hospitalar no período de zação do trabalho real construído para suprir as lacunas do
um ano indicou o setor de pronto-socorro como o maior trabalho prescrito dos protocolos assistenciais.
responsável pelo número de afastamentos e pelos dias de Segundo Guérin et al.35, a análise ergonômica do trabalho
ausência ao trabalho na categoria de auxiliar de enfermagem. (AET) contempla as características singulares das pessoas
De modo similar, Estorce e Kurcgant30 apontram o setor envolvidas na atividade tanto na esfera pessoal quanto na
de emergência como o maior responsável pelas licenças social e, concomitantemente, a maneira como essas singulari-
médicas e pela maior média de dias de ausência ao trabalho. dades são expressadas na gestão da organização formalizada.

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Absenteísmo-doença em equipe de saúde de hospital público

Assim, a AET contribui, no seu âmago, para revelar os enfermeiros e médicos. Os índices de absenteísmo-doença
aspectos cognitivos do trabalho, explicando as condições mostraram-se adequados e revelaram um perfil de adoecimento
que geram o adoecimento psíquico, e propõe soluções34. crônico dos profissionais em razão da média elevada de dias
É importante destacar algumas limitações da investigação. de afastamento, com destaque para o setor de pronto-socorro.
O fato de ser um estudo transversal realizado com dados retros- Com relação aos principais capítulos diagnósticos da CID-10
pectivos leva em conta apenas o momento anterior à realização da responsáveis pelos afastamentos, as doenças do tecido osteomus-
pesquisa. Poderiam, também, ter sido explorados outros setores, cular e os transtornos mentais e comportamentais destacaram-se
categorias diagnósticas e profissionais ao longo do período trienal. tanto na frequência quanto nos dias de afastamento da equipe
O presente estudo possui o potencial de auxiliar o SESMT assistencial. Esse perfil já vem sendo observado na literatura e
do hospital na elaboração de estratégias de prevenção e resulta de uma organização de trabalho rígida, em que o trabalho
promoção da saúde dos trabalhadores da equipe de enfer- prescrito, muitas vezes, desconsidera a subjetividade, o modo
magem e da equipe médica com base nos resultados obtidos, operatório e os constrangimentos oriundos do trabalho real.
tendo como foco principal a promoção de mudanças na A presente pesquisa revelou um cenário desafiador, no qual os
organização de trabalho e nos fatores de risco dos setores índices de absenteísmo-doença se mostraram ferramentas funda-
em que o maior número de afastamentos foi detectado. mentais para a compreensão do adoecimento da população de
Faz-se fundamental a garantia da saúde desses profissio- trabalhadores e para o fomento de estratégias de prevenção em
nais pelos órgãos governamentais da esfera pública estadual, saúde e segurança do trabalho. Pesquisar o afastamento do trabalho
pois o adoecimento e as longas ausências motivadas por por doença é imprescindível para subsidiar debates acerca da
doença, além de provocarem prejuízos aos próprios servi- condição de saúde e doença dos trabalhadores e para elaborar polí-
dores e às suas famílias, favorecem a queda da qualidade ticas voltadas para a promoção, prevenção e reabilitação da saúde.
assistencial proporcionada à população. Nesse sentido, o Entende-se que a presente pesquisa é útil por sua contribuição
investimento em ações voltadas para a promoção da saúde e para o debate e o fomento de estratégias acerca da prevenção da
segurança dos trabalhadores levando em conta seus respec- saúde e da segurança dos profissionais atuantes em ambientes
tivos locais de trabalho é de importância vital para evitar o hospitalares, especialmente os encarregados do atendimento assis-
adoecimento e as aposentadorias precoces. tencial, tendo em vista um ambiente de trabalho mais humano e
digno, com seus fatores de risco controlados ou, preferencialmente,
eliminados para, dessa maneira, transformar a atividade desem-
CONCLUSÃO penhada em fonte de saúde, e não de sofrimento e adoecimento.

Os resultados deste trabalho permitiram caracterizar o


absenteísmo-doença dos funcionários de um hospital público AGRADECIMENTO
estadual de São Paulo ao longo dos anos de 2011 a 2013. Entre
os resultados, pôde-se destacar o perfil sociodemográfico dos Agradeço ao corpo docente da pós-graduação da
funcionários públicos, com maioria feminina, média de idade Fundacentro pela oportunidade de ter sido aluno e espe-
alta e tempo de permanência longo. Os auxiliares de enfermagem cialmente pelas valiosas orientações dos meus professores
foram os mais atendidos pelo SESMT hospitalar, seguido dos Teresa Nathan e Cézar Saito.

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