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> DRZENOVE ie 26 prs ARAB, et up WILLIAINS, Roagmore. Cudtura 2 rociaclacte , Len Canila + Companhia. Editina Nacional, 1964, pp 53-70- 56 UMA TRADIGIO pO io pEZENOVE. ho e a obrigacio de agradar que se defi- niam, agora, nfo em relagio @ individuos pessoalmente conhect ddos, mas & maneira de reagir de um: igio que como Targamente impessoal. O desenvolvimento do “mercado literdrio” de relagio entre 0 escritor ¢ seus Ieitores foi Uma dessas reagSes diferes iegumilo-paito importante) o surgimento de uma atitude eda habitual, em relagio.aa“pdblico™. Antes desa dpocs fal com freqiiéncia, sen- “paiblicof, mas no extenso, escreve & mais facil ser respeitoso ¢ reverente em rel “povo filosdficamente caracterizado” que em relagio 2 um que bulhentamente se manifesta, Em sua concepcio do povo, Wordswor jase fortemente na teoria social de Burke Afastemos a varia repetifo da palavra popular em relacbo a novos bathos na deca da. poco, como a6 #40 hourete 0 s sno campo desta arte, que &a ‘que or homens devem corre A sujeigdo da arte as leis do mercado e seu tratamento como forma especializada de produgio, subordinada, condig6es gerais de produgio em vigo pelo pensamento do final’ do século dezoito. Adam Si dligdes de especializacio do av Smith disera do saber, era, agora, em verdade, melas, daqueles cuja functo & produsir © 1 espécte de bens (0) “Tal posigio e tal especializagio de fungées decorriam, ine tavelmente, da instituiggo do comércio das publicagées. A novela, em particular, haviase transformado, rapidamente, em hem de ‘ria, como género literério, decorre, 58 UMA TRANIGRO no SECULO DEZENOVE es Ue valor, faria-se freq) a ansforinara em comér¢ aspectos apreciados em conjunto, Sir Egerton Brydges de 1820: nguir entre a “multidio” € 0 “redw E claro, nesse contexto, quanto irgissem as novas © ne- Em debates dessa espé- tomouse antitese normal de mercado, we nessa nova espécie de 1 entre o autor € jor entencler que tas assuntos sio'sempre de impor- em ier género de atividade litersria. Passo agora, do que, embora senclo asstinto cor uestdes de interpretagio. & compensacio: resentado como, lo, apresen- ios &, sem diivida, si ‘as coisas, iter meramente profissional, Visou jor importincia posterior) dar énfase Fesposta ambémn (€ isto foi da \ DE MARE HF WORDSWORTH A SUSLEEY F KEATS. 59 sente, sem duivida, mas o ma se erm rasBes de orden Bis superior” da arte ef nossa época, esté em com a e laterra por via de Coleridge ¢ Carlyle. relagées sejam importantes, niio se pode, talvez, realmente aval uma idéia, pesila € compreendéla senio numa determinada mente € ¢i jcwlar situagi » por nds cha madlas rod "mde ser entendiclas, na Inglaten mos das situagGes,prablematicas que estavam senda © perimen: a5 quais elas eram chamadas a ajudar a resolver. 1 Bom exemplo ‘io constante dle um dos primeiros mentos do romantismo inglés, as Gonjecturcs on Original position, de Young (1759) Basse € um uecho de teor comtrastar 0 trabalho espontinen do génio com a ativi tativa formal, disciplinada por um conjunto de regras. escreve também Young: 5 etree moderne devem fart uma exotta (..) podem var peas repioes da le on moversse presos aos grithdey sunves da imilardo Hisre), ” ® eae © que Young diz, 20 definir uma composigio “original est4, se atentarmos para sas palavras, muito Intimamente gad a amplo movimento geral da sociedade. , certa Uta TRADIGRO DO siiCULO REZENOVE certeza, nfo se for ‘que a criagio insformar a sociedade ingles ra claborada pela mecdnica, a (...) partir de tes ¢ que thes ndo so préprios. © ponto mos de sua experiéncia Mas, na icagoes crescentemente se mai Ea guerra no poderd continua Mas, se cin nagdo Em Blake, os interésses profissionais podem ser fAcilmente le sofria terrivelmente naquele “desolado mer- iémn vinha comprar”. Faznos lembrar de Young DE DLAKE £ WORDSWORTH A SHELLEY & KEATS a ee 8 , ela promove deve ser vistos € co rtante medir a {orga e 0 alcance dessa idéia, pois que a entenderemos mal se consiclerarmos apenas algumas’divagacoes slo" que, ido fortemente pejorative. “Tal se dé icasse “imitagio de obras dora, Porque, em verdade a", & térmo normalment 0) ou ag realidades ‘permanentes, $e encerrara com o que se pensotl que ao artista cabe “penetrar o claro segrédo do universo’ critica “romantico”, como Ruskin, baseia tOda a sua teoria da arte exatamente nessa douttina “cldssica’ © artista percebe € e UMA TRADIGRO DO SFCUILO DFZENOVE dace essencial € assim poste a seu dom da, fio. De fi no pensamento ismo ¢ 0 clas- A se tempo, oe negar com espec a idéia do génio perses significagio mais geral em suas atitudes rel ‘A arte como um todo: sustentar lo, mas hd uma is 8 poesia ¢, em 6 4 noses vocagio, amigo! ~ a Ante Cr ge 0 servigo da mente © do coragio fm divida, mas em suas partes mais debeis 0 adverso (1). jon, en dezembro de lam a fusio das ea da pintura, Essa especie de exagéto como vima forma de defesa: o tom dlefensivo le Wordsworth € transparente ¢, neste ponto, te caracteristicos, Por um lado, a defesa é de wsatério: a altura dos reclamos dos altura de seu desespéro, Clamaram alto ¢ jeram a assim fazé-lo por estarem convencidos 05 principios que regiam a sociedadle nova eram forte: tis aos necessitios principios cla ante. Tostavia, se enca- Tar a questo dlessa maneira leva a expli no impor so inteiram aspecto claramente comps artistas & também principio. post importantes, o qual se revelou em {das suas implicagées profunda e‘amplamente human Muitos s40 05 textos que podem ilustrar ésse prinefpio, porém acteristieo, ¢ tamb i los, € 0 Pre- worth escreveu, e1n 1800, pa Néle, Wordsworth acentua nao apenas 2 verdade, mas cardter geral hmmano da poesia: ém primeiro lugtr, atacando o t igerto. & por qi io pode bi © texto confirma, sob wince Se, vine are ven come ts he xpos: ¢ aim pol objeto 2 verdale, ida rochedo de defesa fem si, por t6da flo e be ‘0 poeta mantém nido, pela palxto « pel cfedade humana, que se espalha ‘por (Oda 2 terra Essa é a posigfio que, em seus pontos essen: reafirmada eloqiientemente por Shelley em sta Defence of Poetry. E a posigio que, através de Ruskin © Morris, chega até nosso cm térmos que Wordsworth teria apro- ‘ampliada, assumindlo os comtornos da arte em ge ‘Toda a wadigio pode resumirse numa frase marcante wsada por Wordsworth, onde 0 poeta, o artista em geral, é visto: UMA TRADIGKO DO SECULO DEZENOVE conhecimento primeiro lesmente como instrumento es . Enfase no amor € DW MEAKE F WORNSWORTHE A SHELLEY © KEATS 65 AA critica mais Gbvia que se pode fazer A posigio como a de é embora sj interamente vil spresentar uando se verd que a questio ira como arte e a idéia de ine erior extremavam, a isolar a arte, a com essa tinica espécie de indica que Shelley pretendia au ‘ Ja examinamos A palavra arte, que dade’, Nelo a adgul dezoito, passando a signilicar a fas cm geral. Do mesmo modo, a p: le pessoa bem dotada no € adquirin signiticagio espe de artesio (anteriormente fem transformagdes paralelas que se operavain ‘em palaveas tais como criadora (adjetivo que no se poderia apli- antes que se houvesse formado a idéia da “realidade rior"), taneidade e vit (que, em razio de suas associagé hhavia deixado de corresponder 1 " “capacidade expec que adquiriu artir de outros vocdbulos afetivos). De , derivouse artistica, adj lava uma espécie mais iéia nova do periodo romint iva énfase. O corol: impor do artista no que respeita 2 essa forma de revelaga a [é, mas 0 genio, Opondose ao Catan rriadoramente Seat no sr do crite sagrado das afeibes do Cora mgnagio, © que a tmagingio capa ame Relea dove aginagfo. pode eer coloparada 420 sono de Adzo — desper ito ¢ achou-o's verdade (2) Mas 0 trago caracteristico da personatidade do artista que depois nos oferece Keats 6, na sua frase famosa, a de sua — “po- ymem & capaz cle estar # certamente pos reagio compensator ja empenhado em distingu ‘se, no segundo Hyperion, sua cor ca claro, pelo sonho” pr a frouxa concepgiio do ai worth, no Preface to Lyrical que modo a andlise stBes m: (quando a 7avzo de um Autor corresbes nfo Por um lado, Wordsworth sustent aa au st cosh oo mpi dtp mann ‘com pats, poranto, sua, Hnguagem epi da que e"comim 2 tedor que tentem wvemente ¢ vism caramenievey, E désse modo: isto deve ser dito, mas, ao mesmo tempo, 68 UMA TRADIGRO pO SECULO DEZENOVE tore sealants so a0 ptees, ‘homens (21 ® a primeira é a descrigio de psicolégico de uma capacidade. Er ambas se mantenham conjugadas, 0 argumento é plausivel sob as tensées da situacio, tornouse possivel dissoci# dose déste modo a “sensibilidade artistica”. A questio € excepcionalmente complexa e 0 que sucedeu, sob fa pressio dos acontecimentos, redundou numa série de cages. A abstragio de certo cada como a abi essa. abstracio, iusse forcada a reduzirse ao status de um depar- tamento ou provincia e as obras de arte transformadas, em parte, jeologia empenhada em se justificar ¢ se defender. no encerra propésitos de censura; trata-se, na rea- fato como smos de nos entender. Nos recla- romAnticos em prol da imaginacio hd grande coragem e real ade, mas também simplilcagSes, TH4 coragem também na ide ¢ surgiram ba constante pressio da vida, a livre \dades par foram resolvidas, mas ima idealizagio. As dltimas paginas da Defence , Sio de leitura penosa, Os portadores de uma lc de imaginagio.transformaramse, de_ subi propria ser apenas um fato aa transparecer o real sentimento de desesperanga de uma geracio. E Shelley, 20 mesmo tempo, sustenta que 0 Poeta © methor, 0 mals stbio e ilustre dente DI OLAKE F WORDSWORTH A SHELLEY E KEATS 69 uivoca no temo “Siahorn por era, a ser amplamente aceito ¢ a de ser, algum tribunal mais alto. Quando lemb quer désses homens, no nos devemos 0 ponto de acusi-los, mas também devemos e defendétos, Todo o drama transformouse em expe de todos nds e, como tal, permanece, formulada ada, para atuar e ser examinada. “Porque & menos o espiti déles que © espitito da época” (). NOTAS Menwire, Joust avd Correspondence cd Youne, Conjectures on (80) 1d, . 215

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