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Aula 5 - 06/09

Pesquisa qualitativa - coleta em campo e análise de dados

Pesquisa de campo: aproximação e criação de uma teoria do conhecimento sobre


a realidade do contexto.

Ponto de partida: questionamentos (quais devemos fazer ao nos inserirmos na


instituição?)

Aproximação com os sujeitos a serem estudados (no nosso caso, não sujeitos
isolados, mas como suas relações materializam a instituição).

Estudo da produção bibliográfica é indispensável (aqui, relativa à AI e à história da


instituição - documentos).

Campo de pesquisa (Minayo, 1992): recorte do espaço feito pelo pesquisador,


realidade empírica a ser estudada a partir de concepções teóricas que
fundamentam o objeto (articulação teoria-prática).

Espaço como lugar primordial da dinâmica relacional das pessoas que ali
convivem, trabalham, etc. - palco de manifestações das intersubjetividades.

ENTRADA NO CAMPO

Aproximação gradual (cronograma de atividades em campo ajudará, quais os


objetivos de cada dia de trabalho?)

Construção de relação de respeito efetivo.

Proposta de estudo - todos no grupo devem saber da investigação e de seus


possíveis efeitos - jogo cooperativo (vs. relação de coerção).

Envolvimento compreensivo (Zaluar, 1985) - participação marcante nos dramas


diários.

Campo como possibilidade de novas revelações: cuidado para não chegar achando
que já sabe de tudo, dificulta o diálogo (hipóteses podem ser refutadas), acionando
mecanismos de defesas (transferência e contratransferência).

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“A teoria informa o significado dinâmico daquilo que ocorre e buscamos captar no
espaço em estudo” (p. 56).

FERRAMENTAS DE COLETA DE DADOS

Entrevista: livre, estruturada ou semi-estruturada (no nosso caso, se for necessário,


usaremos a semi-estruturada). História de vida (retomada da vivência em
retrospectiva).

Observação participante: contato direto com o próprio contexto. Pesquisador


modifica e é modificado pelo contexto. Variações de técnica, desde a participação
plena até o distanciamento total de participação (ficamos no meio termo, não
podemos observar tudo, mas estamos inseridos no cotidiano).

Outros registros: fotografias, filmagens, diagramas, desenhos.

Diário de campo: “amigo silencioso”.

CONSOLIDAÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO

relação entre fundamentação teórica sobre o objeto e o campo que se pretende


explorar: o que faz a instituição, sua história, organização, atividades, localização
dela em termos de papel social, etc.

Análise e produção de informações, interação com os atores sociais.

ANÁLISE DE DADOS

Análise como interpretação (já ocorre durante a coleta, no movimento reflexivo em


campo, na escrita dos diários, depende da coleta dos dados);

Obstáculos da análise: ilusão do pesquisador em ver conclusões (simplificação dos


dados); esquecer os significados presentes nos dados (se concentrar demais nos
procedimentos metodológicos); distanciamento/desarticulação entre os dados
coletados e a fundamentação teórica (relatório), por isso o estudo da AI é tão
importante.

FINALIDADES DA ANÁLISE

compreender os dados coletados, confirmar/responder perguntas formuladas na


pesquisa (relação com a demanda), ampliar conhecimento sobre o assunto (prática
institucional - ensino).

CATEGORIAS DE ANÁLISE

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podem ser estabelecidas na fase exploratória ou durante a coleta de dados.

Temos categorias centrais que trabalhamos na AI: pertencimento, transversalidade,


demanda, encomenda, etc.

Estabelecer critérios, exaustividade e exclusividade mútua.

Articulação das respostas com as categorias gerais: o que as respostas nos dizem
sobre o sentimento de pertencimento dos trabalhadores na instituição? confronto
com o referencial teórico.

ANÁLISE DE CONTEÚDOS

Funções: verificação de hipóteses e descoberta do que está por trás dos conteúdos
manifestos.

Unidades de registro: elementos obtidos a partir da decomposição do conjunto da


mensagem (palavras isoladas, temas, termos, por ex.). Unidades de contexto: que
lugar faz parte a mensagem?

Fases: 1. pré-análise: organização do material (diários, documentos, políticas


públicas) em unidades de registro e de contexto, trechos significativos, categorias -
leitura do material. 2. exploração do material: fase mais longa, trabalho sobre os
dados coletados, confronto das hipóteses. 3. tratamento dos dados obtidos e
interpretação: desvendar o conteúdo manifesto, as ideologias subjacentes -
elaboração da demanda.

MÉTODO HERMENÊUTICO-DIALÉTICO (MINAYO, 1992)

ponto de partida: fala dos atores sociais. ponto de chegada: campo da


especificidade histórica que produz a fala (totalidade - konder). Pesquisa social
como aproximação de uma realidade dinâmica e nunca acabada, que não pode ser
reduzida ao dado obtido.

Nível 1 de interpretação: determinações fundamentais (conjuntura política e


econômica que o objeto faz parte), o contexto sócio-histórico já é definido na fase
exploratória.

Nível 2: encontro com os dados obtidos na realidade investigada (ponto de partida


e de chegada) - discursos, práticas, rituais, condutas e costumes da instituição.

Passos operacionais: ordenação de dados, classificação dos dados (categorias de


análise), que não surgem por si mesmos, mas do processo investigativo e análise

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final (articulação entre dados e referencial teórico - concreto-abstrato, teoria e
prática, geral e particular). Conhecimento é sempre PROVISÓRIO!

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