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MATERIAL UNINOVAFAPI

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

ASSUNTOS: Leitura e interpretação de textos. Tipologia textual e organização funcional dos gêneros de
texto. Variedades linguísticas e situações de comunicação. Argumentação: pertinência, relevância e
coerência dos argumentos; articulação dos argumentos por meio dos mecanismos de coesão e elementos
da organização textual: segmentação e ordenação. Conhecimentos linguísticos: formação de palavras,
sinonímia e seleção vocabular.

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. TIPOLOGIA TEXTUAL E ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DOS


GÊNEROS DE TEXTO. VARIEDADES LINGUÍSTICAS E SITUAÇÕES DE COMUNICAÇÃO.

Texto para as questões 1 e 2

O inglês do Tarzan

Há dias, quando o ator Peter Fonda morreu, um veículo publicou uma declaração de sua irmã, Jane
Fonda. Ela dizia estar arrasada com a morte de seu “irmãozinho de coração doce”. Não sou diabético, mas
essa imagem pode ter alterado meu nível de glicose, e só um exercício intelectual me levou a concluir que
Jane devia estar se referindo a seu “little sweetheart brother” — seu “irmãozinho querido” ou,
amorosamente, “namoradinho”.

Pérolas equivalentes, frequentes no noticiário, são “plant” (fábrica) por planta, “library” (biblioteca)
por livraria, “argument” (discussão) por argumento, “appointment” (encontro) por apontamento e “realize”
(concluir) por realizar.

Os erros, hoje, vêm até nos melhores livros. “We’re in business” (agora vai ou vamos nessa) se
tornou “estamos no negócio”. “My gentleman friend” (o “coronel” ou o “senhor que me ajuda”) passou a ser
“meu cavalheiro amigo”. E “we were drinking buddies” (nós éramos colegas de copo) transmutou-se no
hilário “estávamos bebendo umas Buddies”.

Mas estamos avançando rumo à condição de 51º estado americano. A velha “vaquinha” tornou-se
“crowdfunding”. Aleatório é “randômico”. Gostar de alguém é “dar um match”. Estar a fim é “ter um crush”.
E uma palavra já incorporada ao léxico, “delivery”, não se limita mais à entrega em domicílio da pizza pelo
motoboy. Assim como em inglês, estendeu-se — em português — a cumprir ou deixar de cumprir alguma
coisa: “Fulano era uma grande promessa, mas não entregou o que se esperava dele”. Pela abundância de
inglês em nossas placas, fachadas e camisetas, era como se o falássemos tão bem quanto os alemães. Que
nada.

Pela avaliação internacional, somos tão monoglotas quanto os russos.

[...] CASTRO, Ruy. O inglês do Tarzan. Folha de S.Paulo. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2019. (Fragmento)

1. Para construir a perspectiva crítica do texto, o autor faz uso da ironia, uma figura de pensamento que
veicula um significado contrário à interpretação literal do enunciado, a fim de obter um efeito crítico ou
humorístico. Considerando-se esse conceito, há o uso da ironia na seguinte passagem:
a) “E uma palavra já incorporada ao léxico, “delivery”, não se limita mais à entrega em domicílio da
pizza pelo motoboy.”
b) “Ela dizia estar arrasada com a morte de seu “irmãozinho de coração doce”.”
c) “Há dias, quando o ator Peter Fonda morreu, um veículo publicou uma declaração de sua irmã, Jane
Fonda.”
d) “Mas estamos avançando rumo à condição de 51º estado americano.”
e) “Os erros, hoje, vêm até nos melhores livros.”
2. A forma como o autor aborda o tema e organiza as ideias é reveladora da intencionalidade
comunicativa do texto, ou seja, evidencia as funções que a linguagem assume. Nesse sentido, verifica-se
que, na crônica, predomina a função
a) apelativa, pois o autor busca persuadir o leitor a mudar a forma como usa o idioma inglês.
b) emotiva, porque ocorre a expressão de um ponto de vista particular do autor sobre o tema.
c) metalinguística, já que o autor faz uma reflexão crítica sobre a própria linguagem ao longo do texto.
d) poética, pelo fato de o texto centrar-se no processo de estruturação das frases em inglês e
português.
e) referencial, uma vez que há o objetivo de informar sobre casos reais de uso inadequado do inglês.

PAINEL 1

PAINEL II

PAINEL II

PAINEL III
PAINEL III

3. Considerando-se a função, a finalidade e os aspectos composicionais do texto, ele se identifica como


um
a) anúncio publicitário, pois utiliza uma linguagem clara, simples e apelativa para estimular a aquisição
de painéis solares pelo consumidor.
b) cartaz educativo, já que apresenta informações para influenciar o comportamento das pessoas
acerca do desperdício no consumo de energia.
c) infográfico, por combinar imagem e texto verbal para explicar de forma didática e objetiva um tema
complexo, como a captação de energia solar.
d) folder, uma vez que se trata de um impresso dobrável, com grande quantidade de informações e
tratamento estético inovador para atrair a atenção do consumidor.
e) manual de instrução, porque objetiva instruir os usuários sobre como fazer a instalação de painéis
solares no campo.

4. De acordo com as informações do texto, conclui-se que o Brasil apresenta, em geral, um(a)
a) médio para alto potencial de captação de energia solar.
b) nível muito irregular de distribuição da energia solar nas regiões do país.
c) número pequeno de áreas adequadas à captação de energia solar.
d) potencial regular de captação de energia solar ao longo do território.
e) área limitada a um estado do Nordeste, onde seria viável implantar painéis solares.
Leia os seguintes versos da primeira estrofe do cordel “Aos poetas clássicos”:

“Eu quero pedir licença,

Pois mesmo sem português

Neste livrinho apresento

O prazê e o sofrimento

De um poeta camponês”
ASSARÉ, Patativa. Aos poetas clássicos. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2019. (Fragmento)

5. Nesse trecho, o eu lírico revela implicitamente uma perspectiva sociocultural relacionada à(ao)
a) ampliação das formas de divulgação da poesia popular.
b) comparação entre o poeta popular e o clássico mostrada no cordel.
c) modelo idealizado da língua, o qual gera o preconceito linguístico.
d) superioridade da literatura clássica em relação a outras literaturas.
e) valorização da poesia como forma de expressão individual.

ONU pede desculpas à Espanha por seu “horrível erro” sobre Guernica, de Picasso

Site da instituição definia a tela — alusiva a um


bombardeio nazista — como “forma de protesto artístico
contra as atrocidades da República durante a Guerra Civil
espanhola” Guernica foi, ao menos por três anos, um
quadro que Pablo Picasso pintou como protesto “contra
as atrocidades da República durante a Guerra Civil
Espanhola”. Essa era a definição que constava em um site
da Organização das Nações Unidas (ONU). O erro na
informação —pois a tela na verdade alude a um
bombardeio da aviação nazista contra um povoado
espanhol — foi reconhecido na segunda-feira em uma
entrevista coletiva de Stéphane Dujarric, portavoz da ONU,
que pediu perdão à Espanha por definir dessa maneira a obra, hoje exposta no Museu Reina Sofía, em
Madri. Dujarric afirmou que a descrição foi um “erro horrível”, pelo qual haverá um pedido de desculpas
imediato.

Por enquanto, a parte do site que continha o erro foi tirada do ar, enquanto especialistas vasculham
toda a página em busca de outras possíveis falhas históricas gritantes. “Obviamente é um erro horrível,
levandose em conta o que realmente aconteceu em Guernica”, observou o porta-voz da instituição que zela
pela paz mundial. “Lamentamos o erro e transmitimos nossas desculpas ao povo e ao Governo da
Espanha”, acrescentou, antes de observar que se tratou de um erro sem “má intenção” nem “segundas
intenções”.

[...]

A cidade de Guernica, no País Basco (norte), foi bombardeada em 26 de abril de 1937 por aviões da
Legião Condor, da Alemanha nazista, país aliado do ditador Francisco Franco. Estima-se que 31 toneladas
de bombas incendiárias e explosivas tenham sido lançadas sobre a população ao longo de quatro horas. O
objetivo era justamente devastar essa região basca. [...]
RIAÑO, Peio H. ONU pede desculpas à Espanha por seu “horrível erro” sobre Guernica, de Picasso. El Pais. Disponível em: . Acesso
em: 18 set. 2019. (Fragmento)

6. O texto informa sobre recente decisão da Organização das Nações Unidas de alterar a forma como
apresentava a obra Guernica, de Pablo Picasso, no site da instituição. Tendo em vista o tema, os
aspectos composicionais, a organização e os recursos linguísticos do texto, verifica-se que ele é um(a)
a) notícia, por relatar objetivamente um fato atual expondo as informações mais importantes no
parágrafo inicial (lide) e os desdobramentos do acontecimento nos parágrafos subsequentes.
b) artigo de opinião, em que o repórter, para apoiar o pedido de desculpas da ONU, corrige as
informações sobre a obra de Pablo Picasso, publicadas no site da instituição.
c) comunicado institucional da ONU ao governo espanhol, divulgado na entrevista em que a
instituição reconhece os erros da definição da obra Guernica, nos documentos oficiais.
d) crônica, já que o autor expõe suas próprias considerações sobre um acontecimento relevante, que
foi a entrevista da ONU para se desculpar pelo erro na definição da obra Guernica.
e) editorial, pois apresenta um fato a partir do qual há a exposição da opinião do jornal, como se
percebe na forma crítica como foi abordado o tema ao longo do texto.

7. O infográfico anterior apresenta estatísticas da presença de empresas nas redes sociais. A


recorrência na utilização das imagens que representam as principais redes sociais no gráfico
são
A. signos naturais, chamados de índices, que tornam a comunicação mais fluida.
B. ícones, que representam visualmente algo e conseguem expressar até sentimentos.
C. elementos sensoriais que acompanham os dados numéricos como forma de reforço.
D. símbolos, cujas interpretações são particulares e relacionadas ao contexto a que se referem.
E. recursos verbais usados para facilitar a comunicação e aproximar o público alvo.

Leia este poema de Murilo Mendes, poeta representativo do Modernismo brasileiro.

- Eu fui criado à tua imagem e semelhança.


Mas não me deixaste o poder
de multiplicar o pão do pobre,
Nem a neta de Madalena para me amar,
O segredo que faz andar o morto e faz o cego ver.
Deixaste-me de ti somente
o escárnio que te deram,
Deixaste-me o demônio que te tentou no deserto,
Deixaste-me a fraqueza que sentiste no horto,
E o eco do teu grande grito de abandono:

Por isso serei angustiado e só até a consumação dos meus dias.


Por que não me fizeste morrer pelo gládio de Herodes,
Ou por que não me fizeste morrer no ventre da minha mãe?
Não me liguei ao mundo, nem venci o mundo.
Já me julguei muito antes do teu julgamento.
E já estou salvo porque me deste a poeira por herança. [...]

Antes da separação entre os homens


Existe a separação entre o homem e Deus.
É doce te encarar como poeta e amigo,
É duro te encarar como criador e juiz.
Tu me guardas como instrumento de teus desígnios,
Tu és o Grande Inquisidor perante mim.
Por que me queres vivo?
Mata-me desde já.
Cria outras almas, outros universos,
Sonda-os, explora-os com tua lente enorme.
Mas faze cessar um instante o meu suplício. [...]
MENDES, Murilo. Novíssimo job. Disponível em: . Acesso em: 12 set. 2019.

8. Os versos que criam a face de um Deus positivo e ambíguo são:


a) Antes da separação entre os homens / Existe a separação entre o homem e Deus.
b) É doce te encarar como poeta e amigo, / É duro te encarar como criador e juiz.
c) Eu fui criado à tua imagem e semelhança. / Mas não me deixaste o poder de multiplicar o pão do
pobre.
d) Já me julguei muito antes do teu julgamento. / E já estou salvo porque me deste a poeira por
herança.
e) Tu me guardas como instrumento de teus desígnios, / Tu és o Grande Inquisidor perante mim.

TEXTO I [...]
Ouça-me bem, amor,
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida,
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés...
“O mundo é um moinho”, de Cartola (1974).

TEXTO II
9. Os textos anteriores mantêm uma relação de intertextualidade na qual o(a)
a) inversão de valores torna os sentimentos positivos no texto I.
b) eu lírico do texto I elabora um retrato objetivo da situação narrada.
c) texto II é complemento do texto I e faz uma tradução literal exata do contexto.
d) ironia do texto II se dá pela interpretação denotativa e suplementar do texto I.
e) texto I pode ser encarado como uma versão complementar do texto II.

Disponível em: http://www.congressomarista.com.br. Acesso em: 27 jul. 2023.

10. O texto acima é um exemplo de intergenericidade textual, pois abriga um diálogo entre
gêneros textuais distintos. No entanto, é importante destacar que, apesar do tom
interacionista, A
a) função social do gênero nota fiscal é preponderante.
b) o aspecto publicitário circunscreve-se aos valores dos produtos.
c) a utilização do verbo no modo imperativo é uma exigência formal do gênero nota fiscal.
d) o predomínio do aspecto publicitário se deve não só ao conjunto de caracteres formais,
mas também aos funcionais.
e) o emprego de caracteres numéricos adultera o caráter publicitário do texto juntamente com
o uso de pronomes possessivos.

Mar português

[...]
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

11. No poema \"Mar português\", o eu lírico fala do alto preço pago pelas conquistas de Portugal com as
Grandes Navegações. A leitura dos dois primeiros versos do fragmento apresentado permite identificar
uma aproximação com
a) a fábula, por encerrar uma lição moralizante.
b) a crônica, por tratar de questões do dia a dia.
c) a notícia, por informar sobre um acontecimento.
d) o diário de bordo, por tratar de questões náuticas.
e) o aforismo, por apresentar uma máxima sentenciosa.

Texto I

Disponível em: https://www.uninassau.edu.br/noticias/combate-violencia-contra-mulher-em-salvador.


Acesso em 13/06/17.

12. A análise global do Texto I revela que ele tem, principalmente, uma função
a) lúdica.
b) poética.
c) expositiva.
d) publicitária.
e) informativa.
BEHR, N. Disponível em: <http://www.nicolasbehr.com.br/>.Acesso em: 30 nov. 2021.

13. Há no poema de Nicolas Behr uma adequação entre forma e conteúdo que resulta no objetivo
comunicativo desejado. Para alcançá-lo, levando em conta o gênero do texto, o autor empregou como
recurso
a) termos denotativos.
b) figuras sinestésicas.
c) linguagem metafórica.
d) direcionamento de ações.
e) menção a artistas famosos.

No capricho

O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de
uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo que cabôco admirava tal figura, perguntou: "Que tal?
Gosta desse quadro?"

E o Adãozinho, com toda a sinceridade que Deus dá ao cabôco da roça: "Mas pelo amor de Deus,
hein, dotô! Que muié feia! Parece fiote de cruis-credo, parente do deus-me-livre, mais horríver que briga de
cego no escuro.\"

Ao que o delegado não teve como deixar de confessar, um pouco secamente: "É a minha mãe." E o
cabôco, em cima da bucha, não perde a linha: "Mais dotô, inté que é uma feiura caprichada.\"
BOLDRIN, R. Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo: Andreato Comunicação e Cultura, n.62, 2004 (adaptado).

14. Por suas características formais, por sua função e uso, o texto pertence ao gênero
a) anedota, pelo enredo e humor característicos.
b) crônica, pela abordagem literária de fatos do cotidiano.
c) depoimento, pela apresentação de experiências pessoais.
d) relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos.
e) reportagem, pelo registro impessoal de situações reais.

15. O texto, de autoria de Mário Quintana, poeta do Pós- modernismo, é predominantemente lírico e com
o foco na mensagem. No entanto, apresenta verbos no imperativo indicando uma tomada de ação. Isso
torna possível identificar que é um
a) gênero que utiliza a variante formal da língua.
b) texto caracterizado pelo uso da função apelativa da linguagem.
c) gênero que evita o diálogo com o interlocutor.
d) texto poético de cunho injuntivo.
e) gênero que representa um metatexto.

[...] Uma das reações à hiperinformação é o medo de ficar sabendo, essa espécie de ansiedade que se
revela na aversão ao spoiler. [...] Uma questão que se pode levantar, entretanto, é o papel da crítica nesse
contexto. “Se estamos falando de crítica propriamente dita”, diz [Daniel] Galera, “essa que procura analisar
obras de arte e produtos culturais à luz de suas ideias, conceitos, linguagens, formas, ramificações e
contextos diversos, o pudor do spoiler tem um custo imenso”. Não lidar com a obra em sua integridade por
temor a revelar pormenores do enredo tornaria o debate menos fértil. [...] A crítica não judicativa (isto é,
aquela que não se limita a conceder estrelinhas a um trabalho) se propõe a incrementar a bagagem do
receptor. Se ele se recusa a entrar nas obras paramentado, a crítica perde sua relevância, alimentando um
ciclo vicioso que terminaria na nudez total. Um final pouco feliz.
A questão, enfim, parece estar relacionada ao conhecimento. Saber é mais fértil do que não saber,
porque o conhecimento se alimenta de si próprio para se alastrar. E, no fim das contas, a arte que interessa,
como diz Klumb, é aquela “que tenta ser fiel a uma imensa carga de aleatoriedade da vida”. Essa
aleatoriedade da vida não é uma surpresa, mas é o nosso espanto maior.
HERINGER, Victor. Alerta de spoiler. Revista Continente. 2 out. 2017. Disponível em <https://www.revistacontinente.com.br>. Acesso em: 22 mar.
2018.
16. Ao refletir sobre o medo do spoiler (revelações sobre o enredo de alguma obra) na contemporaneidade
e o papel da crítica de arte nesse contexto, o texto em sua função social distancia-se do (a)
a) notícia
b) resenha
c) editorial.
d) reportagem
e) artigo de opinião.
http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/2015/01/1579545-excesso-de-jargoes-no-trabalho-pode-comprometer-a-
comunicacao.shtml
17. O português do Brasil não é uma língua uniforme, a variação linguística é um fenômeno natural, ao qual
todas as línguas estão sujeitas. Na imagem, exemplifica-se o uso de jargões que caracterizam a
variação.
a) padrão, por serem formas dicionarizadas.
b) diatópica, por serem próprios de certas regiões.
c) diafásica, por serem considerados elementos de contextualização.
d) diastrática, por serem características de um grupo.
e) diamésica, por constarem em texto da esfera jornalística.

18. Propagar uma ideia por meio de cartazes ou outdoors é um artifício muito utilizado pelas empresas a
fim de tornar seu produto conhecido amplamente e vendê-lo em larga escala. Considerando o texto
principal da propaganda anterior, é possível inferir que o(a)
a) ambiguidade da palavra “curso” é uma estratégia linguística que favorece a escola de idiomas, pois
sugere mudança de vida, caso o leitor se matricule.
b) escola de idiomas oferece uma visão holística da vida ao aluno, pois lá ele encontrará muito mais do
que conteúdo de inglês, francês ou espanhol.
c) uso inadequado do imperativo enfraquece o poder persuasivo do anúncio, principalmente pelo fato
de o anunciante ser uma escola.
d) escola desafia as outras escolas de idiomas da região, afirmando que estas não são capazes de
mudar a “vida” dos alunos.
e) texto não verbal diverge da ideia propagada, enfraquecendo o poder de persuasão do anúncio.
Que horas ela volta? O longa-metragem “Que horas ela volta?”, dirigido e roteirizado por Francisca
Bulevt (de “É proibido fumar”), foi lançado em 2015, período pós-eleitoral e de contestação da estrutura
do sistema político brasileiro. O filme conta a história de Val (Regina Casé), uma empregada doméstica
nordestina que mora, há mais de uma década, em São Paulo na casa de seus patrões de classe média
(interpretados por Karine Teles e Lourenço Mutarelli). Val, habituada a ser tratada de uma maneira diferente
dos demais integrantes da casa, não questiona o porquê de ter que comer em uma mesa diferente, de viver
no quarto mais desconfortável e não poder usufruir da piscina. Seus patrões, aparentemente modernos,
mas conservadores em seus costumes sociais, sempre disseram que ela fazia parte da família, mas nunca a
trataram como tal, mesmo ela cuidando do filho deles como se fora seu próprio. O enredo muda quando
Val recebe uma ligação de sua filha Jéssica (Camila Márdila), a qual deixou em Recife ao se mudar para São
Paulo, procurando melhores condições de vida. Interessada em estreitar o relacionamento com a filha que
não vê há mais de dez anos. Regina Casé surpreende pela sua atuação com feições mais simples e lentas, o
que não é comum para quem já assistiu a seu finado programa “Esquenta!”. O humor presente em suas
falas, que é um claro estereótipo de pessoas pobres, traz um tom de crônica social.
Dessa forma, o ótimo roteiro, os atores preparados com personagens bem construídos e uma narrativa
que explora a boa dramaturgia, o filme “Que horas ela volta?” faz com que muitos espectadores possam
se identificar com seu enredo e suas questões sociais bem retratadas, fazendo críticas aos diversos assuntos
presentes, que muitas vezes passam despercebidos aos olhares das pessoas.

19. O texto lido deve ser classificado quanto ao gênero por seus elementos como
a) resumo – pertencente ao gênero jornalístico e estruturado de forma narrativa.
b) crônica – pertencente ao gênero jornalístico e estruturado de forma argumentativa.
c) artigo – pertencente ao gênero jornalístico e estruturado de forma injuntiva.
d) sinopse – pertencente ao gênero jornalístico e estruturado de forma dissertativa.
e) resenha – pertencente ao gênero jornalístico e estruturado de forma dissertativa.

GOMES, Clara. Bichinhos de jardim.

20. Na tirinha, de autoria de Clara Gomes, uma característica comum nesse gênero textual que se pode
observar é a ocorrência de discurso
a) indireto, aparente na citação da epígrafe pela personagem
b) direto, expresso na disposição da fala da personagem em balões.
c) direto, assinalado na progressão narrativa por meio da transição de quadros.
d) indireto livre, explícito na exposição de uma fala da própria cartunista entre aspas.
e) indireto, evidenciado pela inserção do comentário da internet na fala da personagem.

O que é possível dizer em 140 caracteres?


Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de compreender a importância da concisão nos gêneros
de escrita
A máxima "menos é mais" nunca fez tanto sentido como no caso do microblog Twitter, cuja premissa é
dizer algo – não importa o quê – em 140 caracteres. Desde que o serviço foi criado, em 2006, o número de
usuários da ferramenta é cada vez maior, assim como a diversidade de usos que se faz dela. Do estilo
"querido diário" à literatura concisa, passando por aforismos, citações, jornalismo, fofoca, humor etc., tudo
ganha o espaço de um tweet ("pio" em inglês), e entender seu sucesso pode indicar um caminho para o
aprimoramento de um recurso vital à escrita: a concisão.

Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).

21. O Twitter se presta a diversas finalidades, entre elas, à comunicação concisa, por isso essa rede social
a) é um recurso elitizado, cujo público precisa dominar a língua padrão.
b) constitui recurso próprio para a aquisição da modalidade escrita da língua.
c) é restrita a divulgação de textos curtos e pouco significativos e, portanto, é pouco útil
d) interfere negativamente no processo de escrita e acaba por revelar uma cultura pouco reflexiva.
e) estimula a produção de frases com clareza e objetividade, fatores que potencializam a comunicação
interativa.

João Antônio de Barros (Jota Barros) nasceu aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá (PE).
Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta repentista e escritor de literatura de cordel, já publicou 33 folhetos
e ainda tem vários inéditos. Reside em São Paulo desde 1973, vivendo exclusivamente da venda de livretos
de cordel e das cantigas de improviso, ao som da viola. Grande divulgador da poesia popular nordestina no
Sul, tem dado frequentemente entrevistas à imprensa paulista sobre o assunto.
EVARISTO, M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO, H. N. (Coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso
político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000.

22. A biografia é um gênero textual que descreve a trajetória de determinado indivíduo, evidenciando sua
singularidade. No caso específico de uma biografia como a de João Antônio de Barros, um dos
principais elementos que a constitui é
a) a estilização dos eventos reais de sua vida, para que o relato biográfico surta os efeitos desejados
b) o relato de eventos de sua vida em perspectiva histórica, que valorize seu percurso artístico.
c) a narração de eventos de sua vida que demonstrem a qualidade de sua obra.
d) uma retórica que enfatize alguns eventos da vida exemplar da pessoa biografada.
e) uma exposição de eventos de sua vida que mescle objetividade e construção ficcional.

CAPÍTULO PRIMEIRO / ÓBITO DO AUTOR


Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento,
duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um
autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria
assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no
cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma
sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro
anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por
onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia —
peneirava uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da
última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: — “Vós, que
o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda
irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas
do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má
que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.”
Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.
(Machado de ASSIS. Memórias Póstumas de Brás Cubas)

23. O gênero textual romance possui características predominantemente narrativas. No excerto acima, a
sentença linguística que não consigna essa afirmação, e que - por isso - possui natureza mais descritiva,
predominantemente, é:
a) “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim...” (linha 1)
b) “Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento...” (linha 2)
c) “Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos...” (linha 7)
d) “Moisés, que também contou a sua morte...” (linha 4)
e) “Verdade é que não houve cartas nem anúncios.” (linha 8)

24. O texto acima, por ter sido escrito no século XIX, possui algumas peculiaridades linguísticas que
chamam a atenção do leitor contemporâneo. Entre elas, a sentença “Suposto o uso vulgar seja começar
pelo nascimento...” (linha 2). Caso tal sentença fosse reescrita no português culto brasileiro, ter-se-ia a
seguinte frase:
a) “Conquanto o uso vulgar seja começar pelo nascimento”
b) “Na medida em que o uso vulgar seja começar pelo nascimento”
c) “À medida que o uso vulgar seja começar pelo nascimento”
d) “Porquanto o uso vulgar seja começar pelo nascimento”
e) “Desde que o uso vulgar seja começar pelo nascimento”

Texto 2
Oficie-se à Ouvidoria Judiciária, encaminhando-se cópia da presente sentença.
Sem prejuízo, cumpra o cartório o determinado à fl. 480, 4º parágrafo, procedendo-se o traslado e
desapensamento necessários.
Publique-se. Registre-se. Intime-se. X
Juiz de Direito

25. Nesse excerto de sentença, há predominância do tipo textual


a) argumentativo, de forma que o que se quer prioritariamente é o convencimento.
b) narrativo, alicerçado no enredo dos fatos.
c) descritivo, ligado às relações substantivo-adjetivo, no texto.
d) expositivo, materializado apenas por informações.
e) injuntivo, ratificado por orientações, que se configuram em ordem.

Comunicação

É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-
se entrando numa loja para comprar um… um… como é mesmo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles…”
“Pois não?”
“Um… como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um… um… Que cabeça a minha! A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples,
conhecidíssima.”
“Sim, senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim senhor.”
[...]”
VERÍSSIMO, L.F. Zoeira. Porto Alegre: L & PM, 1987.
26. Na organização e estruturação do texto que constitui o fragmento acima, vale-se o cronista de um
elemento que, constituindo recurso expressivo, confere à passagem um tom humorístico. Esse recurso é
a) a incoerência, decorrente do fato de o comprador não saber o nome daquilo que pretende comprar.
b) a ironia, em função do título escolhido para a crônica, que é negado no decorrer do diálogo
apresentado.
c) a antítese, fruto da oposição comportamental entre o personagem comprador e o vendedor.
d) o coloquialismo no uso de palavras ou expressões, incompatíveis com o formalismo da situação
descrita.
e) a ambiguidade, em função do duplo sentido que se pode conferir a palavras componentes do
diálogo transcrito.

Papos
– Me disseram…
– Disseram-me.
– Hein?
– O correto e “disseram-me”.
Não “me disseram”.
– Eu falo como quero.

VERISSIMO, L. F. Novas comédias da vida pública, a versão dos afogados. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).

27. Ao iniciar o texto por uma colocação pronominal inadequada, uma das personagens se utiliza da
variação diafásica, a qual se caracteriza pelo(a)
a) modo como a língua se comporta em um dado espaço de tempo.
b) maneira como as camadas sociais se utilizam da língua dentro de seus contextos.
c) adequação do uso da língua aos diversos contextos comunicativos em que o falante está incluso.
d) intencionalidade do emissor em relação ao receptor, os quais passam a agir e pensar de uma
mesma maneira após o processo comunicativo.
e) modo como os falantes nativos de uma língua se utilizam dela para expressar suas particularidades
regionais.

TEXTO I
1. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino
que ressoa ou como o prato que retine. 4. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja,
não se vangloria, não se orgulha.
Coríntios 13.

TEXTO II
Monte Castelo É um estar-se preso por vontade
O amor é o fogo que arde sem se ver É servir a quem vence, o vencedor
É ferida que dói e não se sente É um ter com quem nos mata a lealdade
É um contentamento descontente Tão contrário a si é o mesmo amor
É dor que desatina sem doer Estou acordado e todos dormem
Ainda que eu falasse Todos dormem, todos dormem
A língua dos homens Agora vejo em parte
E falasse a língua dos anjos Mas então veremos face a face
Sem amor, eu nada seria É só o amor!
É um não querer mais que bem querer É só o amor
É solitário andar por entre a gente Que conhece o que é verdade
É um não contentar-se de contente Ainda que eu falasse
É cuidar que se ganha em se perder A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos Sem amor, eu nada seria
Renato Russo

28. Ocorre entre os dois textos uma intertextualidade temática por meio da paráfrase. No entanto, é
possível perceber ainda um recurso denominado
a) paródia.
b) pastiche.
c) referenciação.
d) bricolagem.
e) epígrafe.

ARGUMENTAÇÃO: PERTINÊNCIA, RELEVÂNCIA E COERÊNCIA DOS ARGUMENTOS; ARTICULAÇÃO


DOS ARGUMENTOS POR MEIO DOS MECANISMOS DE COESÃO E ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO
TEXTUAL: SEGMENTAÇÃO E ORDENAÇÃO.

Um alimento pode ser considerado seguro quando existe a certeza de que o seu
consumo, sob as condições previstas de uso, não resulte nenhum dano para a
pessoa ou animal que o ingere. No caso dos transgênicos, ou de qualquer nova
tecnologia que venha a ser introduzida, é preciso garantir que o alimento
modificado seja tão seguro para a saúde quanto seus análogos convencionais.

29. Neste trecho: “...é preciso garantir que o alimento modificado seja tão seguro para a saúde quanto
seus análogos convencionais.”, as palavras destacadas conferem ao contexto uma relação de:
a) oposição;
b) condição;
c) conclusão;
d) comparação.
e) consequência;

https://www.google.com.br/saudeprimariaaps.blogspot.com. Acesso em: 11.07.17)

30. Em: - O DOUTOR MEIRELES AVISA QUE SÓ VAI ATENDER ATÉ O QUILÔMETRO SETE!, as palavras
marcadas assinalam, contextualmente, sentido de
a) limitação
b) condição.
c) especificação.
d) restrição.
e) ratificação.

Leia o trecho:
Paradoxalmente, setores conservadores passaram a atribuir tais males à Democracia – e não ao nosso
passado autoritário – sem dúvida, as instituições democráticas ainda não responderam de modo adequado
aos desafios no âmbito penal e da segurança pública no país.

31. Caso alteremos alguns aspectos estruturais no excerto acima, como, por exemplo, acrescentando Se
logo no início do trecho e substituindo a forma verbal passaram por passassem, a outra forma verbal,
responderam, assumiria, na variedade padrão da língua, a seguinte forma:
a) respondiam
b) responderiam
c) responderão
d) respondessem
e) respondem

Num grupo social em que o machismo é quem dá as cartas, beleza e juventude, principalmente quando
se referem às mulheres, são sinônimos. Quanto mais as mulheres foram conquistando lugares em espaços
de poder, maiores foram se tornando as exigências de beleza e jovialidade impostas sobre elas. Com isso, a
indústria antirrugas, anti-idade e antissinais cresce aceleradamente no Brasil, que ocupa o topo dos países
que mais realizam cirurgias plásticas no mundo. São aproximadamente 1,5 milhão de cirurgias ao ano,
segundo estudo realizado com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Já o procedimento não cirúrgico mais realizado no país e
no mundo é a aplicação de toxina botulínica (Botox), utilizada no combate a rugas e linhas de expressão.
Logo, cabe perguntar: por que estamos buscando parecer cada vez mais jovens? É porque realmente
desejamos ou porque estamos sendo condicionadas?
GUTERRES, C. ‘Desculpa perguntar, quantos anos você tem?’. Disponível em: . Acesso em: 15 ago. 2022. [Fragmento adaptado]

32. O artigo de opinião é um texto de base argumentativa. No artigo de Cristiane Guterres, o trecho da
sequência argumentativa que constitui um argumento de autoridade é
a) “Com isso, a indústria antirrugas, anti-idade e antissinais cresce aceleradamente [...]”.
b) “Logo, cabe perguntar: por que estamos buscando parecer cada vez mais jovens?”.
c) “[...] o procedimento não cirúrgico mais realizado no país e no mundo é a aplicação de toxina
botulínica (Botox) [...]”.
d) “Quanto mais as mulheres foram conquistando lugares em espaços de poder, maiores foram se
tornando as exigências de beleza e jovialidade impostas sobre elas”.
e) “São aproximadamente 1,5 milhão de cirurgias ao ano, segundo estudo realizado com dados da
Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP)”.

De acordo com uma pesquisa publicada na


revista científica Nature Astronomy, nesta segunda-
feira, 30, pelo menos um quarto das estrelas
semelhantes ao Sol canibalizam os planetas que as
orbitam, segundo o portal de notícias G1.

A nossa Galáxia tem muitos sistemas


planetários e os cientistas já haviam descoberto que
muitos deles são diferentes do nosso Sistema Solar.
Mas, com essa recente pesquisa, é possível entender a
razão não há tantos sistemas planetários vizinhos
semelhantes ao nosso, em que os planetas orbitam
o Sol em uma ordenação bem estruturada. Na
verdade, em pelo menos 25% dos casos, a estrela central pode ter “consumido” alguns planetas que a
orbitavam.

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias

33. O pronome sublinhado no segmento acima contribui para a coesão da notícia e favorece a
retomada de ideias ao leitor. Tal procedimento constitui um recurso
a) exofórico com valor anafórico.
b) endofórico com valor anafórico.
c) endofórico com valor catafórico.
d) demonstrativo com valor hiponímico.
e) demonstrativo com valor hiperonímico.

2 de novembro

O REPÓRTER DO JORNAL FALADO da tevê – um moço bonito e bem-vestido – fez hoje denúncias
terríveis. Sempre estão sendo feitas denúncias terríveis, o Brasil é o país, suponho, onde se fazem mais
denúncias, somos extraordinariamente bem-informados através de todos os meios de comunicação. Mas as
denúncias feitas nesta noite me perturbaram demais. Guardei apenas dois números que me marcaram
como se marca o gado: 15.000.000 (quinze milhões) de árvores são abatidas por ano na floresta amazônica.
E 500.000 (quinhentas mil) crianças morrem por ano no Brasil só de tuberculose, excluídas outras doenças.
O país das denúncias. Nunca acontece nada depois mas ao menos a gente fica sabendo, o que já é alguma
coisa. O locutor esboça um sorriso após o noticiário tenebroso e nos deseja um Boa noite.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

34. O trecho que indica um traço de sutil ironia, compondo uma dedução crítica, é o seguinte:
a) “Mas as denúncias feitas nesta noite me perturbaram demais.”
b) “15.000.000 (quinze milhões) de árvores são abatidas por ano na floresta amazônica.”
c) “O REPÓRTER DO JORNAL FALADO da tevê – um moço bonito e bem vestido – [...]”.
d) “Nunca acontece nada depois, mas ao menos a gente fica sabendo, o que já é alguma coisa.”
e) “E 500.000 (quinhentas mil) crianças morrem por ano no Brasil só de tubérculos e, excluídas outras
doenças.”

Em junho de 1913, embarquei para a Europa a fim de me tratar num sanatório suíço. Escolhi o de
Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara João Luso, que ali passara um inverno com
a senhora. Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um sanatório, lá estivera por algum tempo
Antônio Nobre. "Ao cair das folhas", um de seus mais belos sonetos, talvez o meu predileto, está datado de
"Clavadel, outubro, 1895". Fiquei na Suíça até outubro de 1914.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.

35. No relato de memórias do autor, entre os recursos usados para organizar a sequência dos
eventos narrados, destaca-se a
a) construção de frases curtas a fim de conferir dinamicidade ao texto.
b) presença de advérbios de lugar para indicar a progressão dos fatos.
c) alternância de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos.
d) inclusão de enunciados com comentários e avaliações pessoais.
e) alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida do escritor.

Cultura e arte como meios de inclusão social


A cultura e a arte podem e devem ser vistas como instrumentos valiosos de inclusão social, pois
servem de complemento às diversas formas de desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento.
Entretanto, a desigualdade e o preconceito continuam sendo grandes barreiras na construção social do
nosso país.

No Brasil, nem todos os cidadãos conseguem ter acesso à arte e à cultura, já que poucas
instituições têm se preocupado com a acessibilidade das pessoas. Isso significa que muitos de nós sempre
acabarão sendo privados de apreciar ou praticar atividades artísticas.

Nesse contexto, a Educação pode entrar como principal agente mediador entre o
conhecimento e o indivíduo, pois o ambiente escolar tende a ser o espaço mais acessível e capaz de atrair
os jovens que são excluídos pela sociedade, bem como de proporcionar-lhes novas perspectivas e
oportunidades através da arte.
Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2022. (Adaptado)

36. O trecho “a Educação pode entrar como principal agente mediador entre o conhecimento e o
indivíduo”, em destaque, exerce, no artigo de opinião apresentado, a função de
a) tese do autor sobre a substituição da cultura e da arte pela educação.
b) proposta de solução para o problema da acessibilidade discutido no texto.
c) exemplo de espaço em que não há preocupação com acessibilidade no país
d) argumento para reforçar a ideia de que cultura e arte são instrumentos de inclusão
e) demonstração do repertório do autor e de sua autoridade sobre o tema da discussão .

Garantir que todas as pessoas consigam fazer seus deslocamentos diários de forma rápida, eficiente e
sustentável ainda é um ideal longe de ser alcançado em muitos lugares do mundo. Moradora de São Paulo,
a técnica de enfermagem Patrícia Oliveira demora até quatro horas de deslocamento para chegar ao
trabalho. “Você se sente cansado, irritado, frustrado e não pode fazer nada”, desabafa. “Um sistema de
mobilidade sustentável mais justo precisa ter investimentos no transporte público de alta capacidade,
média capacidade e com qualidade. E que esse transporte público de qualidade chegue na periferia das
nossas cidades. Isso significa justiça”, defende o arquiteto e urbanista Victor Andrade, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

OS DESAFIOS da mobilidade urbana sustentável. TV Brasil, 21 maio 2019. Seção Caminhos da Reportagem. Disponível em:
http://tvbrasil.ebc.com.br. Acesso em: 1 set. 2019. (adaptado)

37. A reportagem é um gênero textual mais amplo do que a notícia e que utiliza estratégias para
aprofundar o assunto abordado. Uma dessas estratégias, que se destaca no fragmento do texto, é o uso
de
a) outras vozes, além da voz do jornalista responsável pela escrita do texto.
b) opiniões de outros jornalistas, que corroboram o que é dito pelo autor da reportagem.
c) marcadores de tempo e de espaço, elementos coesivos que ajudam a aprofundar o tema.
d) menção a localidades para determinar onde ocorreu o fato que está sendo informado.
e) nomes de pessoas, que situam o leitor em relação a quem vivenciou os fatos noticiados.

TEXTO 1
38. No texto 1, ao analisar a parte verbal da campanha, destaca-se como estratégia de convencimento o
uso do(a)
a) interjeição “cuidado”, que tem o propósito de paralisar as pessoas, deixando-as sem ação diante das
fake news.
b) expressão fake news, com a qual as pessoas já se sentem familiarizadas devido à utilização
frequente dela na mídia.
c) zeugma após a palavra “também”, o qual evita a repetição do verbo “enganar” e dá mais
expressividade à mensagem.
d) provérbio, que evoca uma sabedoria popular e promove a aproximação das pessoas com a
mensagem.
e) destaque dado à palavra “confiabilidade”, que pode despertar a empatia do público, levando-o a
confiar na mensagem do anúncio.

CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS: FORMAÇÃO DE PALAVRAS, SINONÍMIA E SELEÇÃO VOCABULAR.

TEXTO I
39. Quanto às acepções atribuídas ao termo “determinação”, os verbetes apresentados
a) divergem quanto à classe gramatical à qual essa palavra pertence, o que corrobora uma variação de
significados.
b) possuem definições idênticas, ainda que um dos textos seja de difícil compreensão por não conter
exemplos.
c) priorizam a linguagem denotativa e definições literais, embora um dos verbetes seja mais conciso
que o outro.
d) têm diferenças estruturais e semânticas, tendo em vista que um dos textos é literário e que o outro
é não literário.
e) contêm um grau de formalidade semelhante, já que esse gênero textual requer o uso da norma-
padrão.

Última canção do Beco

Vão demolir esta casa,

Mas meu quarto vai ficar,

Não como forma imperfeita

Neste mundo de aparências:

Vai ficar na eternidade,

Com seus livros, com seus quadros,

Intacto, suspenso no ar!

(Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 170. Fragmento).

O sentido desses versos:


1) relativiza a dimensão daquilo que pode ser visto concretamente.
2) expressa o anseio humano de perenidade.
3) é realçado pela oposição ‘casa’, ‘quarto’; ‘imperfeita’, ‘intacto’.
4) focaliza o contrário entre ‘aparências’, ‘eternidade’.
5) está realçado na repetição da unidade ‘vai ficar’, em dois versos distintos.

40. Estão corretas:


a) 1, 2 e 3 apenas
b) 2 e 4 apenas
c) 3 e 5 apenas
d) 1, 3, 4 e 5 apenas
e) 1, 2, 3, 4 e 5

PROVAS - SIMULADOS

PROVA 1

TRXTO PARA AS QUESTÕES 1 E 2

Leia este fragmento da crônica “A música da alma”, de Rubem Alves. Angelus Silesius (1624-1677), místico
que só escrevia poesia, disse o seguinte:

“Temos dois olhos. Com um contemplamos as coisas do tempo, efêmeras, que desaparecem. Com o
outro contemplamos as coisas da alma, eternas, que permanecem”. Eis aí um bom início para compreender
os mistérios do olhar. Para entender os mistérios do ouvir, eu escrevo uma variação: “Temos dois ouvidos.
Com um escutamos os ruídos do tempo, passageiros, que desaparecem. Com o outro ouvimos a música da
alma, eterna, que permanece”.

A alma nada sabe sobre a história, o encadeamento dos eventos que acontecem uma vez e nunca
mais se repetem. Na história, a vida está enterrada no “nunca mais”. A alma, ao contrário, é o lugar onde o
que estava morto volta a viver. Os poemas não são seres da história. Se eles pertencessem à história, uma
vez lidos nunca mais seriam lidos: ficariam guardados no limbo do “nunca mais”. Mas a alma não conhece o
“nunca mais”.

Ela toma o poema, escrito há muito tempo, no tempo da história (escrito no tempo da história, sim,
mas sem pertencer à história), ela o lê, e ele fica vivo de novo: apossasse do seu corpo, faz amor com ele,
provoca riso, choro, alegria. A gente quer que os poemas sejam lidos de novo, ainda que os saibamos de
cor, tantas foram as vezes que os lemos.

[...] ALVES, Rubem. A música da alma. Revista Prosa e Verso. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2019.
(Fragmento)

1. Quanto ao tema e ao modo como se constrói o texto, a crônica de Rubem Braga caracteriza-se pela
abordagem
a) didática ao instruir sobre como os poemas e a música devem ser apreciados.
b) emotiva ao descrever os sentimentos e a nostalgia que os poemas causam no cronista.
c) irônica ao depreciar a forma tradicional de se ouvir música e ler os poemas.
d) reflexiva ao discutir a apreensão racional e a percepção sensível do objeto artístico.
e) teórica ao centrar na exposição dos conceitos de história e alma humana.

2. Ao contrastar a ideia de “alma humana” e “história” (1 º e 2º parágrafos) , o cronista afirma que “a alma
não conhece o “nunca mais” porque
a) a data em que o texto foi escrito não é relevante.
b) o leitor, ao (re)ler, rompe as limitações do tempo.
c) os conhecimentos são passados de geração a geração.
d) os poemas antigos ainda existem atualmente.
e) os textos podem ser registrados e mantidos por séculos.

Considere este fragmento do ensaio “A potência da primeira geração sem esperança”.


[...] Minha investigação pessoal sobre a esperança se iniciou em 2015. E volto a ela daqui a alguns
parágrafos. O que levei para a parte final da minha palestra foi o que me parece o mais fascinante desta
época: aquela que talvez seja a primeira geração sem esperança.

Ao mesmo tempo, é também a geração que rompeu o torpor desse momento histórico marcado
por adultos infantilizados, que alternam paralisia e automatismo, também no ato de consumir. Ao romper o
torpor, essa geração deu esperança à geração de seus pais. O impasse em torno da esperança é revelador
do impasse entre a geração que levou ao paroxismo o consumo do planeta, a dos pais, e a geração que vai
viver no planeta esgotado por seus pais.

A geração sem esperança tem a imagem de Greta Thunberg, a garota sueca que, em agosto do ano
passado, com apenas 15 anos, iniciou uma greve escolar solitária em frente ao parlamento em Estocolmo. E,
de lá para cá, já inspirou duas greves globais de estudantes pelo clima, levando para as ruas do mundo
centenas de milhares de crianças e adolescentes em cada uma delas. Greta, que se tornou uma das pessoas
mais influentes do planeta em menos de um ano, é reconhecida por declarações tão brilhantes quanto
afiadas.

Em uma delas, responde aos adultos que olham extasiados para seu rosto de boneca de souvenir e
confessam de olhos úmidos que ela e sua geração os enche de esperança. A adolescente, hoje com 16
anos, diz: “Nossa casa está em chamas. Eu não quero a sua esperança, não quero que vocês sejam
esperançosos. Eu quero que vocês entrem em pânico, quero que vocês sintam o medo que eu sinto todos
os dias. Eu quero que vocês ajam, que ajam como se a casa estivesse em chamas, porque ela está”.

[...] BRUM, Eliane. A potência da primeira geração sem esperança. Nexo. Disponível em: . Acesso em:
30 ago. 2019. (Fragmento)

3. No texto, Eliane Brum afirma que a atualidade apresenta um aspecto, para ela, fascinante: “a primeira
geração sem esperança”. Além de usar essa categorização, a autora atribui à atual geração de jovens
um(a)
a) ativismo político-ambiental.
b) consumismo inconsequente.
c) infantilidade herdada dos pais.
d) pessimismo desmobilizador. e)
e) medo irracional.

Considere as frases do título de um texto:

Diga adeus à era da informação. Agora o que vale é a reputação

4. A segunda frase estabelece com a primeira uma relação


a) adversativa.
b) comparativa.
c) concessiva.
d) conclusiva.
e) explicativa.

Considere esta tirinha


DAHMER, André. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2019.

5. A tirinha constrói uma crítica à realidade brasileira, usando como principal estratégia para gerar humor
a) a ambiguidade das palavras.
b) a gradação de ideias.
c) a interlocução com o leitor.
d) as frases curtas.
e) o eufemismo dos adjetivos.

6. Em relação ao tema e às informações dos textos, infere-se que o(s)


a) Texto I é um reflexo da realidade retratada no Texto II.
b) Texto I, ao alterar o Art. 1.520, ignora as causas do problema, expostas no Texto II.
c) Texto II apresenta uma realidade que exige a revogação do que foi alterado no Texto I.
d) Texto II comprova a ineficácia da alteração determinada no Texto I.
e) Textos I e II apresentam perspectivas distintas sobre o problema retratado.

7. O texto argumentativo, como o artigo de opinião, possibilita a utilização de diferentes estratégias para
conduzir o leitor ao raciocínio estabelecido, a fim de que ele chegue à conclusão desejada pelo autor.
No trecho do artigo, ao defender a proposição inicial de que a sociedade brasileira poderia ser
considerada uma das mais bárbaras do mundo pelo modo como trata os presos, a autora usa como
estratégia argumentativa:
a) Analogia
b) Citação direta.
c) Contraposição.
d) Dados da realidade.
e) Apresentação das causas.

Leia as estrofes desta canção.

Admirável chip novo

Pane no sistema, alguém me Reinstalar o sistema


desconfigurou
Pense, fale, compre, beba
Aonde estão meus olhos de robô?
Leia, vote, não se esqueça
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Use, seja, ouça, diga
Eu sempre achei que era vivo
Tenha, more, gaste e viva
Parafuso fluido em lugar de articulação
Pense, fale, compre, beba
Até achava que aqui batia um coração
Leia, vote, não se esqueça
Nada é orgânico, é tudo programado
Use, seja, ouça, diga
E eu achando que tinha me libertado,
Não senhor,
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que
Sim senhor,
vão fazer:
Não senhor,
Sim senhor [...]

PITTY. Admirável chip novo. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2019.

8. A letra da canção apresenta uma crítica à sociedade contemporânea, marcada principalmente pelo(a)
a) contínuo desejo de consumo por parte das pessoas.
b) excesso de exigências para as pessoas serem bem-sucedidas.
c) falta de autenticidade nas relações entre as pessoas.
d) perda da subjetividade devido aos condicionamentos sociais.
e) submissão às novas tecnologias de comunicação e informação.

PROVA 2

9. No parágrafo, o cronista faz uma intertextualidade com a citação de Angelus Silesius de forma a
a) atualizar uma ideia antiga.
b) contrastar perspectivas.
c) reproduzir a mesma ideia.
d) subverter a ideia original.
e) transpor o sentido original.
10. Uma das formas de coesão textual é a referenciação, em que se pode antecipar ou retomar informações
no texto por meio de recursos coesivos, como os pronomes. Nos trechos a seguir, o elemento de
coesão sublinhado que antecipa uma informação do texto é:
a) E volto a ela daqui a alguns parágrafos.
b) ...aquela que talvez seja a primeira geração sem esperança.
c) ...é também a geração que rompeu o torpor...
d) ..essa geração deu esperança à geração de seus pais.
e) ...o torpor desse momento histórico marcado por adultos infantilizados...

11. O poema “Greve”, de autoria do poeta e tradutor Augusto de Campos, foi escrito em 1961 e é
representativo do Concretismo, uma das correntes literárias poéticas do Modernismo brasileiro. O texto
foi republicado pelo autor, em maio de 2015, na rede social Instagram, sendo que o fundo branco e
transparente do original deu lugar ao tom preto e vermelho. Na configuração do poema, percebem-se
traços do Concretismo, como a(o)
a) apelo à comunicação não verbal com a desintegração da palavra.
b) desconstrução dos signos verbais para causar estranhamento no leitor
c) exploração da dimensão plástica dos versos na sobreposição visual da linguagem.
d) obediência ao rigor formal na composição dos versos e das metáforas.
e) preocupação com a forma em detrimento da realidade social.

12. Ao utilizar o verbo “seria”, na frase que marca a proposição inicial do que vai defender ao longo do
texto, a autora expressa uma
a) convicção.
b) dúvida.
c) hesitação.
d) hipótese.
e) indignação.

Leia este anúncio publicitário.

13. O discurso publicitário caracteriza-se pelas estratégias utilizadas para influenciar o comportamento do
público-alvo. Para isso, pressupõe a representação de um interlocutor a que se dirige a mensagem.
Analisando o anúncio do Greenpeace, infere-se a criação da imagem de um perfil de leitor
a) alienado, por estar alheio à dimensão da importância da questão ambiental.
b) bem informado, por ter o hábito de leitura de noticiários.
c) engajado, por se preocupar com a causa ambiental.
d) descrente, por exigir dados que comprovem os problemas ambientais.
e) consumista, por se interessar pela vida de celebridades e por produtos da moda.

14. Na tirinha, evidencia-se a postura assumida pela autora em relação a determinados discursos que visam
instruir acerca do uso da língua portuguesa. Esse ponto de vista constrói-se por meio de uma
perspectiva
a) acadêmica, representada pelas nomenclaturas técnicas.
b) crítica, marcada pelas recomendações irônicas.
c) didática, demonstrada nas exemplificações.
d) informal, expressa nas legendas dos quadrinhos.
e) intertextual, evidenciada no uso das aspas.

Leia este trecho.

Uma serpente engolindo a própria cauda. O miolo da flor. O caroço do abacate. Coroa. Anel. Colar.
Pandeiro. Relógio. Uma rima elegante. Um texto coeso. Uma roda de conversa. No universo desses objetos,
símbolos, ritmos, metáforas e representações, há, pelo menos, uma semelhança: todos remetem ao
imaginário do redondo. O que é bem encadeado é redondinho e o excessivo é redundante. Representada
por um círculo, no desenho, a cabeça está no topo do corpo do ser pensante. Aquele que está totalmente
errado está “redondamente errado”. O ciclo e a volta envolvem a noção de completeza. A palavra divulgada
circula. Na vizinhança está a redondeza. Escapar de um ciclo é redenção. Redimirse é voltar para ele. A
bússola – redonda – aponta a direção. Valores não inteiros estão “quebrados”, “arredondados” por
aproximação. De tudo que pode ser descrito pelas topologias circulares, o mais fundamental e necessário
para a humanidade é justo o que redondamente se encontra debaixo dos pés de todo e cada ser humano.
A Terra.

[...] FLÓRIO, Victor. Imaginando o redondo. ComCiência. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2019.
(Fragmento)

15. O artigo é um gênero textual opinativo que visa convencer e persuadir o leitor a aderir ao ponto de
vista defendido no texto. Para isso, o autor introduz o texto empregando, como estratégia,
a) estruturas frasais incompletas, com ausência do verbo.
b) inversão da ordem sintática das frases.
c) oposição semânticas entre o concreto e o abstrato.
d) palavras e expressões denotativas e conotativas relativas à circularidade.
e) simbologias e eufemismos recorrentes.

PROVA 03
Ao estabelecer o diálogo com outro texto, ocorre o fenômeno denominado intertextualidade.
Considerando isso, leia o texto a seguir.

Poesia” não é a mesma coisa que “poema”. Mas ambas vêm do verbo grego poiein, que significa
“fazer”. Daí vem também hematopoiesis, o nome dado na biologia para a formação das células sanguíneas.
Assim como a medula, o poeta é um fazedor. Os dicionários, de modo geral, não fazem distinções claras
entre “poema” e “poesia”.

O do Google, por exemplo, afirma que o primeiro é “uma composição em verso” e a segunda, “a
arte de compor ou escrever versos”. Os poemas em prosa, orais ou experimentais não encontram lugar nem
na “poesia” nem no “poema”, segundo essas definições. E existe ainda a poesia desgarrada do poema,
como na prosa poética. Segundo o poeta e crítico Octavio Paz, o poema é “o ponto de encontro entre a
poesia e o homem”.

Ele é um corpo possível para a poesia, que permite que ela exista no mundo. Mas “nem todo
poema”, ele continua, “contém poesia”, do mesmo modo como existem gaiolas que não contêm pássaros.

[...] NETROVISKI, Sofia. Po.e.si.a. Nexo. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2019. (Fragmento)

16. A autora usa o recurso intertextual da citação direta para


a) defender que há poemas sem poesia
b) discutir as concepções de poema e poesia.
c) estabelecer relação entre poesia, poema e ciência.
d) justificar a definição de poema e poesia.
e) expor a incoerência no uso dos termos poesia e poema.

Leia este poema de Manoel de Barros.

Autorretrato Falado

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.

Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.

Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão, aves, pessoas humildes, árvores e rios.

Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar entre pedras e lagartos.

Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz.

Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto meio desonrado e fujo para o Pantanal
onde sou abençoado a garças.

Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.

Descobri que todos os caminhos me levam à ignorância

Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.

Os bois me recriam.

Agora eu sou tão ocaso! Estou na categoria de sofrer da moral porque só faço coisas inúteis.

No meu morrer tem uma dor de árvore.


BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994. p. 107. (Fragmento)

17. Para construir o seu autorretrato, o poeta Manuel de Barros utiliza estruturas que subvertem a lógica
sintático-semântica convencional, como na passagem:
a) Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar / entre pedras e lagartos.
b) Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
c) Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
d) Os bois me recriam / Agora sou tão ocaso.
e) e) Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.

BICHINHOS DE JARDIM. Máscaras tecnológicas. Disponível em: . Acesso em: 12 set. 2019.

18. A tirinha apresenta uma crítica a um fenômeno que ganhou dimensão com o advento da Internet.
Trata-se das (dos)
a) citações fraudulentas, troca da autoria de um texto de um autor famoso por outro.
b) correntes de WhatsApp, disseminação em massa de boatos por meio dessa rede social.
c) Fake News, divulgação de notícias sem a checagem das fontes dos fatos.
d) fraudes autorais, atribuição de textos a pessoas famosas para dar credibilidade.
e) golpes de e-mail, emissão de mensagens de e-mails com links que contêm vírus

Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Deixa eu crescer!...
Deixa eu ficar grande!... Hei de dar conta deste danisco... Se uma cobra picasse seu Soronho... Tem tanta
cascavel nos pastos... Tanta urutu, perto de casa... se uma onça comesse o carneiro, de noite... Um onção
grande, da pintada... Que raiva!...

19. Nesse fragmento romance “Sagarana”, de Guimarães Rosa, o narrador faz uso do discurso
indireto-livre. Esse procedimento caracteriza o
a) narrador observador.
b) narrador personagem.
c) narrador onisciente.
d) tempo cronológico.
e) tempo psicológico.

Os memes se tornaram o formato de imagem característico da internet. […] Agregadores de


linguagem, constituem o que o filósofo francês Jacques Rancière chamou de “frase-imagem”. Um
formato em que o texto não funciona como complemento explicativo da imagem nem a imagem ilustra o
texto, mas os dois elementos encadeiam-se para produzir um terceiro sentido. O termo meme foi cunhado
muito antes da internet pelo biólogo inglês Richard Dawkins, em 1976, em O gene egoísta. Na teoria de
Dawkins, o meme é uma unidade replicadora que se alastra por imitação, sempre sujeita à mutação e à
mistura, e que funciona como resistência crítica. Isso porque nos dá o poder “de nos revoltar contra
nossos criadores” e de “nos rebelar contra a tirania dos replicadores [os genes] egoístas”. Foi nos anos
2000 que o termo ganhou força e a compreensão que temos na atualidade, explodindo nas redes sociais.
[…]
BEIGUELMAN, Giselle. Ocupar os memes é preciso. Revista Zum, 30 maio 2018.
Disponível em: <https://revistazum.com.br>. Acesso em: 23 set. 2018.

20. Considerando o que é dito no texto sobre a origem do termo meme, identifica-se que a atribuição
dessa nomenclatura ao gênero textual tem um caráter
a) eufêmico, pois promove humor e suaviza as críticas veiculadas nessas imagens.
b) denotativo, pois substitui o nome real do gênero por outro nome mais sugestivo.
c) onomatopaico, pois a palavra imita o som que acompanha essas imagens na internet.
d) irônico, pois remete ao contrário da significação que o termo adquiriu no contexto original.
e) metafórico, pois resulta do uso de um termo de outro contexto por relação de semelhança.

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