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A POLÍTICA

FILOSOFIA 3º ANO DO ENSINO MÉDIO


A POLÍTICA
INVENÇÃO DA POLÍTICA
• Segundo os gregos e Romanos: a política tem como a finalidade, em
sua origem, a vida justa e feliz, isto é, a vida propriamente humana
digna de seres livres.

• A filosofia política ocidental surgiu na Grécia antiga e é um estudo


teórico da prática coletiva. A palavra política é de origem grega (pólis)
e significa cidade.
• A POLÍTICA: é a arte de governar, de gerir o destino da cidade.
• PODER E FORÇA: Poder é a capacidade ou possibilidade de agir, de
produzir efeitos desejados sobre o indivíduo ou grupos humanos.

• PODER: é uma relação pelas quais os indivíduos ou grupos


interferem na atividade de outros indivíduos ou grupos.

• FORÇA: é o meio que permite influir no comportamento de outra


pessoa, graças a força que podemos definir a potência na ordem nas
relações sociais ou, mais especificamente na política.
Os gregos e romanos inventaram o poder e autoridade que
substituíram o poder despótico ou patriarcal.
TRÊS ASPECTOS DA FORMAÇÃO GREGO ROMANA:
Forma de propriedade da terra: que não eram propriedade
régia.
Fenômeno da urbanização: os artesãos e comerciantes
passaram a disputar o direito ao poder com as grandes famílias
agrárias.
Divisão Territorial das cidades: a solução foi a invenção política
os gregos chamavam de pólis e os romanos civitas.
Os primeiros chefes políticos os legisladores introduziram a divisão do território.
Oligarquia: Termo composto de duas palavras gregas oligai = alguns e a arkhé o
que está à frente.
Democracia = demos comunidade e kratia derivado de krathós = poder.
Patrícios: grande proprietário de terras.
Principais traços da invenção da política.

• Separação da autoridade pessoal privada do chefe de família.


• Separação da autoridade militar
• Separação da autoridade mágico religioso.
• Criaram as leis
• Criaram os erários públicos
• Criaram os espaços públicos.
Na política temos as ideias de conflito, abertura e rotatividade.
CONFLITO de poderes é inevitável na sociedade democrática, o
conflito é trabalhado pela discussão e pelo confronto.
ABERTURA: não se resume ao mero consumo de informações e
cultura mas também a produção.
ROTATIVIDADE: representa a mudança no poder.
Temos três formas de organização do poder
Despotismo: o chefe se torna senhor das terras, das armas e dos
deuses e transforma sua vontade em lei.
Política: uma parte da sociedade os cidadãos exerce o poder por meio
de práticas e instituições fundadas na lei e no direito como expressão
da vontade coletiva.
A terceira forma de organização são as dos povos indígenas que são
contra o mercado e contra o estado, uma sociedade sem comércio e
sem estado. Organização em forma de mutua contribuição.
Para os Gregos a finalidade da vida política é Justiça na comunidade
a qual possui três figuras místicas:
Thémis – Ordem do universo;
Kósmos – Ordem universal estabelecida pela lei divina;
Diké – Justiça instituída pela deusa Diké entre as coisas e entres os
seres humanos.
A ideia de justiça se refere, portanto, a uma ordem divina e natural que
regula, julga e pune as ações das coisas e dos seres humanos.
Lei – (nómos) Natureza (physis) e a ordem (kósmos) ideia de justiça.
POSIÇÃO DOS SOFISTAS

• Para os sofistas, a pólis nasce por convenção entre os seres


humanos quando percebem que lhe é mais útil a vida em comum do
que viver no isolamento.
• Assim, as regras de convivência instituídas se tornam leis. A justiça é
o consenso quanto às leis, e a finalidade da política é criar e
preservar esse consenso.
• O consenso é a expressão pública da vontade da maioria, obtida pelo
voto dos cidadãos reunidos em assembleia.
POSIÇÃO DE PLATÃO
Para Platão: os seres humanos e a pólis possuem a mesma estrutura.
Os seres humanos são dotados de três almas ou três princípios de atividade.

• A alma concupiscente ou desejante;


• Alma irascível ou colérica;
• Alma racional ou intelectual.
A pólis também possui uma estrutura tripartite, três classes sociais.

• Classe econômica;
• Classe militar;
• Classe dos magistrados.
SEGUNDO PLATÃO o homem é injusto quando os apetites e prazeres
é mais forte do que os outros três princípios, também é injusto quando
a alma colérica é mais poderosa do que a racional, dominando.
O HOMEM JUSTO PARA PLATÃO é aquele cuja alma racional é mais
forte que as demais, impondo a virtude da temperança ou moderação e
à colérica, a virtude da coragem.
JUSTIÇA POLÍTICA é o cumprimento das funções por cada classe da
pólis: Sábios, legisladores e militares.
A CIDADE JUSTA é governada pelos filósofos, protegidas pelos
guerreiros e mantida pelos produtores.
POSIÇÃO DE ARISTÓTELES
Para Aristóteles era necessário distinguir os bens partilháveis e os
participáveis, o bem partilhável quando é uma quantidade que pode ser
dividida e distribuída - a riqueza é um bem partilhável.
Um bem participável quando é uma qualidade indivisível, que não pode
ser repartida nem distribuída - o poder político.
Aristóteles também disse que existe dois tipos de justiça na
cidade. A distributiva referente aos bens econômicos partilháveis e a
participativa referente ao poder político participável.
• Segundo Aristóteles: A cidade em que a diferença entre ricos e
pobres é muito grande, a injustiça vigora, pois não se dá a todos o
que lhes é devido como seres humanos, impedindo que uma parte
dos cidadãos tenha assegurado o direito à vida boa.

• Platão se preocupava com a educação e a formação dos dirigentes


políticos e Aristóteles se preocupava com a qualidade das instituições
políticas.

• O legado de Platão é a preocupação com a virtude dos dirigentes e


Aristóteles é a virtude das instituições.
ROMANOS: A CONSTRUÇÃO DO PRÍNCIPE

Com o fim dos Reis Patriarcais, Roma se tornou uma república oligárquica,
governada pelos Patrícios.
O poder era exercido pelo senado, o povo romano e os tribunos da plebe.
República: Coisa pública;
Imperium: Poder incondicional de comando;
Pax Romano: Território dominado por Roma;
Principado: O primeiro (o primeiro dos cidadãos).
Ao exercer a totalidade do imperium, o príncipe se tornou um imperador:
chefe militar, justiça, magistrado, senhor das terras e do império Romano e
autoridade Suprema. – O César.
Com Otávio Augusto, Roma perdeu o caráter republicano e se institui o
principado.
As Virtudes do Príncipe
Sabedoria ou prudência, justiça, coragem e temperança.
Virtudes principescas
Honradez, magnanimidade ou clemência e liberalidade.
Objetivos do príncipe virtuoso
Almejar honra, gloria e fama.
O PODER TEOLÓGICO-POLÍTICO CRISTÃO

As políticas cristãs tem influência nas tradições Hebraica e Romana.


O poder era de caráter Teocrático: regime político no qual o governante é
considerado escolhido por Deus.
Poder Eclesiástico:
Poder Religioso;
Poder Econômico;
Poder Intelectual.
O PRÍNCIPE

• Nicolau Maquiavel se dedicou ao estudo da filosofia política, mas de


forma diferente dos filósofos anteriores a ele, buscou investigar a
política pela política, ou seja, sem utilizar em sua análise conceitos
morais, éticos e religiosos que pudessem direcionar seus estudos.
• Ele escreveu seu livro “O Príncipe” em uma época de grande
instabilidade política, apenas os laços de sangue e hereditariedade
não bastavam para se manter o poder.
• No livro O Príncipe ele ensina quais são as melhores atitudes a serem
tomadas em determinadas situações.
• Maquiavel fala sobre o poder: como chegar até o poder e como se
manter no poder.
• Um dos principais pontos abordados é a separação da ética e da
política, pois para ele o importante não é ser bom, mas sim parecer
bom e ser eficaz.

“[...] É necessário que o príncipe saiba muito bem disfarçar sua índole
e ser um grande hipócrita e dissimulador...” (Maquiavel, p. 174)
• Nicolau Maquiavel também comenta sobre a crueldade e os
benefícios. Não importa se a primeira opção é bem ou mal aplicada,
mas se é feita de uma só vez, para ser menos sentida. Já o
benefícios devem ser concedidos de um a um para serem apreciados.
Daí vem a frase: “Os fins justificam os meios”.
“Quando fizer o bem, faça aos poucos. Quando for praticar o mal,
faça-o de uma vez só.” Maquiavel
Nicolau escreve sobre a guerra: a arte da guerra é de responsabilidade
do príncipe, e este deve tomar cuidado com as tropas mercenárias e
auxiliares, além de não utilizar exércitos que não seja o seu próprio.
Nicolau escreveu no capítulo XVII: “[...]Onde questiona se é melhor ser
amado que temido ou o contrário.
A resposta é de que seria necessário ser uma coisa e outra, mas, como
é difícil reuni-las, é muito mais seguro ser temido do que amado,
quando se deve renunciar uma das duas... (Maquiavel p. 82)
• A política, vista por Maquiavel, justifica-se por si mesma e não deve
buscar fora de si uma moral que a justifique. O objetivo da política é
levar os homens a viver na mesma comunidade de forma organizada
e se possível em liberdade. O príncipe político busca estabilidade do
cargo, busca manter-se no poder.
• O príncipe tem que ser virtuoso e aqui Maquiavel não utiliza o
conceito cristão de virtude, mas o conceito grego pré-socrático, onde
a virtude é vitalidade, força, planejamento, esperteza e a capacidade
de se impor e profetizar. O príncipe que tiver essa virtude vai ser dono
do próprio destino, vai criar sua própria sorte, que para ele
determinava somente metade dos acontecimentos na vida das
pessoas, a outra metade é definida pela liberdade.
• Sentenças:
• Faça de uma vez só todo o mal, mas o bem faça aos poucos.
• Quem for eleito pelo povo deve manter-se amigo dele.
• O que depende de muitos costuma não ter sucesso.
• Quem for desarmado torna-se desprezível
• Boas leis não servem pra nada se não existirem boas armas.
• Toda guerra que é necessária é justa.
• A guerra faz o ladrão e a paz prende-os.
• É mais seguro ser temido do que amado.
• Os homens esquecem mais facilmente a morte do pai do que a perda do
patrimônio.
• Governar é fazer acreditar.
• É fácil persuadir o povo de algo, difícil é manter essa persuasão.
• Nunca faltará ao príncipe razões legítimas para burlar a lei.
• Grande dificuldade pede grande disposição.
• Todos veem aquilo que você parece, poucos percebem o que você é.
• Quem engana sempre vai encontrar alguém que se deixará enganar.
• Um governante eficaz não deve ter piedade.
• Em tempos de paz devemos pensar na guerra.
• As pessoas ofendem mais a quem amam do que a quem temem.
• A liberdade consome a si mesma, pois sua força acaba logo.

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