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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO- GWAZA

MUTHINE

Daniel Manuel Maholele

Curso: Mestrado em Ciências de Educação


1º Ano

Cadeira: Didáctica Geral

Didáctica do ensino Superior em Moçambique

Marracuene, Abril 2023

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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO- GWAZA
MUTHINE

Discente;

Trabalho a ser apresentado na cadeira de,


Didáctica Geral para efeitos de avaliação,
No Curso de Ciências de Educação
Período laboral, manhã.

Docente:

Marracuene, Abril 2023

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Índice
1.Capitulo I – Introdução........................................................................................................3
1.Objectivos...........................................................................................................................3
1.1.Objectivo Geral................................................................................................................3
1.2. Objectivo Específico.......................................................................................................3
2.Metodologia........................................................................................................................3
2.Capitulo II – Revisão de Literatura..........................................................................4
3.1 Políticas do Ensino Superior em Moçambique, suas configurações no processo de
ensino– aprendizagem............................................................................................................4
3.2. Características do Ensino Superior em Moçambique.....................................................5
3.3. Desafios do Ensino Superior em Moçambique...............................................................7
4. Conclusão...........................................................................................................................8
5. Referências bibliográficas..................................................................................................9

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1.Capitulo I – Introdução
O presente trabalho versa sobre a didáctica de Ensino Superior em Moçambique, com
principal enfoque as suas características bem como os desafios.
Reflectir sobre o ensino implica necessariamente engendrar de forma intrística aos projectos
de construção da própria nação por um lado, por outro o subsistema do ensino está subjacente
ao processo de formação de quadros que devem responder às exigências no mercado do
emprego e no desenvolvimento da sociedade moçambicana no geral.
É nessa perspectiva que de forma resumida pretendemos trazer uma reflexão exaustiva
trazendo abordagens que versam sobre a didáctica no contexto moçambicano com vista a
caracterizar o actual estágio do ensino superior bem como os desafios que o ensino apresenta.

1.Objectivos

1.1.Objectivo Geral
 Perceber a didáctica do Ensino Superior em Moçambique.

1.2. Objectivo Específico


 Analisar as políticas do Ensino Superior em Moçambique, bem como as suas
configurações no processo de ensino - aprendizagem.
 Compreender as características do ensino superior em Moçambique.
 Identificar os desafios do sector.

2.Metodologia
Para a materialização do presente trabalho recorremos ao método qualitativo, o mesmo serviu
de base para a obtenção de recolha de informação bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica é pertinente na medida em que oferece meios para definir, resolver
não somente problemas já conhecidos, como também permite explorar áreas onde os
problemas não se concretizam suficientemente e tem por objectivo permitir o reforço paralelo
na análise de suas pesquisas ou manipulação e da sua informação. (Gil, A. C, 2003).
A Pesquisa qualitativa é entendida por alguns autores como uma expressão genérica, isso
significa por um lado, que ela compreende actividades ou investigação que podem ser
dominadas especificas.

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2.Capitulo II – Revisão de Literatura
Discutir o ensino Superior é para todos efeitos debruçar – nos sobre a manifesta qualidade de
que se pretende alcançar neste sector partindo dos pressupostos de regulamentação e
orientação.
Nas abordagens do processo de ensino - aprendizagem, o conhecimento psicológico e
pedagógico não se constitui um todo harmonioso, assim como nãosão harmoniosas as
sociedades no interior das quais ele vem sendo produzido. Proliferam as teorias que
concebem o individuo como um ente desvinculado da história, e essas são, por razõe
políticas, as teorias tomadas oficiais (Giusta, 1985).
Numa intervenção localizada no tempo mas de grande actualidade para o caso africano onde
Moçambique é parte integrante, Julius Nyerere antigo estadista, defendia em 1967 que o
papel de uma universidade num país em desenvolvimento é contribuir dando ideias,
capacidades e assistência para elevação da qualidade humana, da dignidade humana e o
desenvolvimento humano (Nyerere, 1968, p. 186).
Nyerere na sua abordagem pretendia trazer uma reflexão do modelo de formação nas
instituições do ensino africano por forma a promover o desenvolvimento intelectual humano
e por conseguinte alavancar o progresso e o desenvolvimento do continente.
No caso específico de Moçambique, o lançamento em 2000 do plano estratégico do ensino
Superior Moçambique 2000 – 2010, e a criação do Ensino Superior, Ciências e Tecnologias,
seriam reveladoras do compromisso do Estado em relação aos grandes desafios do sector na
formação de quadros pautando por critérios pedagógicos e didáticos.

3.1 Políticas do Ensino Superior em Moçambique, suas configurações no processo de


ensino – aprendizagem
A história recente de Moçambique é genericamente dividida em dois grandes momentos
tendo sempre como pressupostos a orientação político económico dominante. O primeiro
momento, este esteve directamente ligado a um inculcamento dos cidadãos da necessidade
primordial assente na carreira e vocação. Os indivíduos deviam submeterem – se ao interesse
nacional. O ideal de cidadania que era proposto assentava numa base essencialmente
colectiva.
A crença na edificação do homem novo se transformava numa palavra de ordem
mobilizadora. Acreditava se que com a formação superior, os quadros iriam assegurar o
desenvolvimento do país materializando os princípios da ideologia. Em última análise esta
fase esteve directamente ligada a uma abordagem tradicional.

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Segundo Mizukumi (1986. P. 17), é considerada catequética e unificadora da escola, envolve
programas minuciosos, rígidos e coercivos. Também é entendido como prática educativa
caracterizada pela transmissão dos conhecimentos acumulados pela humanidade ao longo do
tempo.
Entre 1975 e o presente, assistimos a transformação do Estado Socialista em economia
neoliberal e democrática. Diante de ropturas e avanços. A constituição de 1990 no processo
da construção de uma democracia liberal, este constituiu o segundo momento em que o
espaço universitário é na sua essência, um lugar democrático por excelência, por outrolado, a
formação a esse nível assegura em princípio, competências que determinam uma visão mais
alargada, flexível e um desenvolvimento mais consistente na produção do conhecimento
científico.
Nessa ordem de ideia por forma a assegurarmos o pensamento descrito acima, recorremos a
citacao abaixo;
"O principal contributo que a universidade pode oferecer a sociedade tem a
ver com a qualidade do conhecimento que ela gera e comunica, os hábitos de
pensamento crítico e a capacidade para solução de problemas que ela
institucionaliza e inculca nos seus graduados, bem como os valores de abertura
e governação democrática que ela promove e demonstra (Akilagpa Sawyerr
2004, p. 12)."

Nesta ordem de ideias estaríamos perante uma abordagem racionalista no processo do


ensino – aprendizagem, onde o filósofo Descartes advogava que o relacionalismo é uma
corrente filosófica que traduz com argumento a noção de que a Razão é a única forma que o
ser humano tem de alcançar o verdadeiro conhecimento por completo, diferentemente do
primeiro momento da história de Moçambique em que a área do saber estava direccionada a
carreira e vocação, onde os indivíduos deviam estar directamente ligados aos interesses
nacionais, a ideologia.

3.2. Características do Ensino Superior em Moçambique


A didáctica, esta directamente vocacionada a pedagogia, onde os objectos, as condições do
processo de ensino, os meios e o cenário educacional fazem parte de um corpo todo. O ensino
implica uma selecção de conhecimentos pautando por métodos, critérios pedagógicos
conexos e não idênticos, pois a actividade de ensino implica uma relação pedagógica que lhe
peculiar em função do contexto de cada espaço geográfico.
As reformas ao nível do Ensino – aprendizagem em Moçambique estão directamente
motivadas sobre tudo por razões externas ou seja na integração regional e adequação do

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processo de bolonha, o que significa que está patente as linhas mestres orientadas e a seguir
cujo relacionamento reflectem – se nos âmbitos sócio – económicos, pedagógicos, político e
ético.
Para (Morin), A universidade conserva, memoriza, integra e ritualiza uma herança
cultural de saberes, ideias e valores, que acaba por ter um efeito regenerador, porque a
universidade se incumbi de reexamina – la, actualiza – la, e transmiti – la.
A universidade gera saberes, ideias e valores que posteriormente, farão parte dessa
mesma herança, por isso a universidade é considerada, regeneradora e geradora.
Nessa ordem de ideia, pela citação de Morin, deduz –se que a instituição do Ensino Superior
tem 3 três funções principais a destacar:
 Ensinar
 Pesquisar
 Prestar serviços.

A universidade deve ser vista como um espaço de construção social e histórica, e como tal ela
está sujeita a mudanças. Todavia no caso das universidades moçambicanas elas estão
directamente ligadas aos processos ligados:
 As políticas adoptadas a nível da região, merece dos aspectos e efeitos da
globalização;
 As exigências do mercado, onde está directamente ligado de forma intrícica com
mudanças no âmbito do ensino, da pesquisa e do perfil do docente universitário,
nomeadamente, ao nível do ensino são adoptados modelos de competência
proveniente do mundo do trabalho empresarial e da formação profissional pedagógica
de aprendizagem de base construtivista e sócio internacionalista.

 A nível de pesquisa, incentiva se a produção de conhecimento, ao docente, exige se


deste como sendo um profissional da aprendizagem que para alem dos
conhecimentos científicos específicos, deve também terconhecimentos e
competências transversais.
 Por outro, no âmbito da prestação de serviços a racionalidade e amodernidade que
defendem o bem-estar da sociedade, a igualdade, o bem ético e a educação para
todos.

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3.3. Desafios do Ensino Superior em Moçambique
Estando num ambiente de mercantilização, a universidade começa a enfrentar de acordo com
Santos (2005, p. 24) uma contradição muito profunda relativa a rigidez e a duração dos seus
cursos que se adaptam a volatilidade das qualificações exigidas pelo mercado.
Um dos desafios que podemos apontar para o desenvolvimento do ensino superior em
Moçambique, estaria directamente ligado ao combate do pensamento unívoco e homogéneo.
O pensamento unívoco e dominadora prisiona a academia moçambicana de produzir um
pensamento mais crítico, mais aberto e didáctico que permita encontrar alternativas para
discurso educativo neoliberal e neocolonizador dominante.
É necessário que haja uma mudança efectiva em relação a este pensamento globalizador e
podermos produzir modelo educacional tipicamente moçambicano concebido para resolver
problemas do ensino superior em Moçambique.
A título de exemplo, estamos perante um ambiente do mercado, com a introdução do ensino
por módulos e na redução de duração dos cursos busca se a ideia de que é preciso formar
rapidamente rentabilizando o tempo, os recursos materiais, humanos e financeiros.
O ensino por módulos ganhou um espaço nos cursos de muitas universidades sobre tudo nos
cursos de pôs – graduação, tal ensino apresenta contradições com teorias pedagógicas que
discursivamente se pretende adoptar para o ensino superior, pois por um lado, defende se uma
pedagogia diferenciada em que o centro do processo de ensino – aprendizagem deve ser o
estudante mas por outro lado faz se a concentração dos conteúdos de um mês, quando muito
dois, em que o docente tem de leccionar por exemplo 65 horas para turmas de cerca de 50
estudantes.
Nestes termos a teoria pedagógica na se faz valer, pois não se da tempo ao estudante para
assimilar os conteúdos e nem há espaço para se fazer uma avaliação formativa visto que o
docente chega a não conhecer alguns dos seus estudantes.
Desta forma a universidade vai perdendo a sua autonomia e fica sujeita as exigências do
mercado.
A intelectualidade vive o mesmo drama das identidades fracas, marcadas pela falta de um
pensamento autónomo, ao adaptarem acriticamente o que vem do estrangeiro e do ex
colonizador.
Hal (2006, p. 7) afirma que as identidades fragmentam o indivíduo moderno, ate aqui visto
como um sujeito unificado. Ou seja a crise de identidade é notória na academia
moçambicana, ela desloca se mental para o ocidente em busca de referências e apoios.

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4. Conclusão
Ao reflectirmos a didáctica de Ensino Superior em Moçambique, com principal destaque às
suas características bem como os desafios implicou engendrar de forma intristica aos
projectos de construção da nação por um lado, por outro o subsistema do ensino está
subjacente ao processo de formação de quadros que deviam responder as exigências do
mercado do emprego e no desenvolvimento da sociedade moçambicana no geral.
Em relação as políticas do ensino Superior em Moçambique e suas configurações no
processo de ensino – aprendizagem a história recente ressalva que o processo do ensino
superior divide se em dois grandes momentos partindo de pressupostos a orientação político
económico dominante. Sendo que o primeiro momento, este esteve directamente ligado a um
inculcamento dos cidadãos da necessidade primordial assente na carreira e vocação. A crença
na edificação do homem novo se transformava numa palavra de ordem mobilizadora.
Acreditava – se que com a formação superior, os quadros iriam assegurar o desenvolvimento
do país materializando os princípios da ideologia. Em última análise esta fase esteve
directamente ligada a uma abordagem tradicional.
Em segunda análise o ensino superior em Moçambique caracteriza se pelas reformas ao nível
do Ensino – aprendizagem e que estão directamente motivadas sobre tudo por razões externas
ou seja na integração regional e adequação do processo de bolonha, o que significa que está
patente e vincada as linhas mestres orientadas e a seguir cujo relacionamento reflectem – se
nos âmbitos sócio – económicos, pedagógicos, politico e ético.
No campo dos desafios do Ensino Superior podemos apontar o combate do pensamento
unívoco e homogéneo.

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5. Referências bibliográficas
Gil, A. C. (2008.) Métodos e técnicas de pesquisa- 6ª Edição- São Paulo: Atlas
Giusta, A. Da S. (1985), Conceções de Aprendizagem e Práticas Pedagógicas, Belo
Horizonte, Educ. Rev.
Matos, Narciso &João Mosca (2009), Desafios do ensino superior, in Desafios para

Moçambique 2010, Maputo, IESE,297 – 318.

MESCT (2010). Plano estratégico do ensino superior em Moçambique 2000 – 2010, Maputo
Mizukami, M. G. N. (1986), Ensino, as abordagens do processo. São Paulo: EPU
Morin, E. (2000.) Complexidade e transdisciplinaridade. A reforma da Universidade e do

ensino fundamental.Natal, Edufrin.

Nyerere, J. (1968), Education for self- reliance, in Nyerere, Julius, freedom and socialism.

Uhuro na ujama. Dar esSalaam, Oxford UniversityPress.

Santos, B. S. (2005) A Universidade no seculo XXI. Para uma reforma democrática e

emancipadora da universidade. 2. Ed. São Paulo, Cortez Editora.

Santos, M. E. V. M. (1999) Desafios pedagógicos para o seculo XXI. Suas raízes em forcas

de mudança de natureza científica, tecnológica e social. Lisboa, Livros Horizonte.

Sombrinho, J. D. (1995) Universidade: processos de socialização e processos pedagógicos,

In: Baizan, N. C &Sombrinho.D, J. (orgs). Avaliaçãoinstitucional, Teoria e Experiencias. São

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