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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Governador
Anthony William Garotinho Matheus de Oliveira

Secretário de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo - SEPDET


Tito Bruno Bandeira Ryff

Presidente da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO


Sérgio Ricardo Martins de Almeida

Equipe Técnica

José Augusto Guedes Falcão - SEPDET


Coordenador

Aguinaldo César Fratucci - TURISRIO

Alvaro José Cruz Pessanha - SEPDET

Annabella Blyth - SEPDET

Carlos Alberto Guedes Falcão - TURISRIO

Elaine Henriques - TURISRIO

Lucia Helena do Nascimento - SEPDET

Mara Lúcia Paquelet Pereira - SEPDET

Regina Tavares de Rezende – SEPDET

SEPDET/TURISRIO - 2001
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Colaboradores

Angela Peres da Silva

Cibele Gonçalves Azevedo Correia

Érica Gomes Salviano

Iracema Costa Franco

Jorge Fernandes da Cunha Filho

Leda Lúcia Falcão Queiroz

Mirian Cutz

Mônica de Souza Araujo

Roberto Adler

Estagiários TURISRIO

Branca Bandeira Rodrigues

David Melo Guerrero

Tatiana Antunes Arldt

Consultores Dosdin/DHVMC

José Augusto de C. Barreiros Cotta


Coordenador

António José Sá

Carlos Cabral Tavares de Lima

Geraldine Saviano

José Maria Gomes Caldas

Vanda Rodrigues Jesus

Venicio Giachini

Rui Miguel Fraga

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Grupo Técnico de Acompanhamento - GTA


(Decreto nº 27.283/2000)

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMADS

Paulo Dias Pizão

Célia Amorim Lisboa

Secretaria de Estado de Cultura - SEC

Delzimar Coutinho

Dina Lerner

Maria Cristina Monteiro

Secretaria de Estado de Transportes – SET

Delmo Manoel Pinho

Ricardo Lucas

Secretaria de Estado de Segurança Pública – SESP

Tenente-Coronel Carlos Alberto Soares Gomes

Major Paulo Sergio

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Parte III

PROPOSIÇÕES

SEPDET/TURISRIO 2001

SEPDET/TURISRIO - 2001
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SUMÁRIO

VOLUME I

PARTE I - APRESENTAÇÃO E DIRETRIZES

1 INTRODUÇÃO 1

2 OBJETIVOS E PRESSUPOSTOS 4

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS 7
3.1 Conceituação dos Consumidores Típicos:
Turistas e Categorias Assemelhadas 9
3.2 Produtos 11
3.3 Etapas 13

4 EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA 15


4.1 A Consolidação do Turismo como Produto 16
4.2 O Contexto Atual 18

PARTE II - DIAGNÓSTICO DO TURISMO NO ESTADO

1 PANORAMA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 21


1.1 Aspectos Naturais 23
1.2 Aspectos Históricos e Culturais 34
1.3 Aspectos Institucionais e Paisagísticos das Regiões Turísticas 43
1.4 Aspectos Sócio-Econômicos das Regiões Turísticas 56

2 OFERTA TURÍSTICA 69
2.1 Conceituação 70
2.2 Atrativos Turísticos 72
2.3 Equipamentos e Serviços Turísticos 99
2.4 Infra-Estrutura de Apoio Turístico 112
2.5 Formação de Recursos Humanos 128

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3 DEMANDA TURÍSTICA 140


3.1 Turismo 141
3.2 Veraneio 157
3.3 Excursionismo 162
3.4 O Perfil Atual da Demanda do Mercado Nacional para o Estado 166
3.5 Pólos Emissores e Perfil dos Consumidores por Região Turística 168

4 MERCADO TURÍSTICO 184


4.1 A Expansão da Economia do Turismo 185
4.2 Participação do Turismo na Economia do Estado 187
4.3 Principais Investimentos no Setor 190
4.4 A Performance da Atividade nas Regiões Turísticas 193

5 PROMOÇÃO E MARKETING 201


5.1 Evolução da Imagem Turística do Estado do Rio de Janeiro 202
5.2 Ações do Poder Público e da Iniciativa Privada 205
5.3 Canais de Distribuição e Sistema de Promoção e Comercialização 208
5.4 Calendário de Eventos 209
5.5 Roteiros Turísticos Comercializados 215

6 ASPECTOS INSTITUCIONAIS 217


6.1 Perfil e Estrutura dos Órgãos Oficiais de Turismo 218
6.2 Análise da Legislação Turística e Ambiental Vigente 222

7 CONCLUSÕES 239
7.1 Oferta Turística 240
7.2 Demanda Turística 245
7.3 Imagem Turística 246
7.4 Capacidade Competitiva do Estado do Rio de Janeiro 248

PARTICIPANTES NAS REUNIÕES REGIONAIS 250

PARTICIPANTES NAS REUNIÕES SETORIAIS E SEMINÁRIOS 254

SIGLAS 256

BIBLIOGRAFIA 258

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VOLUME II

PARTE III - PROPOSIÇÕES

1 INTRODUÇÃO 1

2 PRESSUPOSTOS E MARCOS CONCEITUAIS 4


2.1 Da Conceituação Adotada 5
2.2 Do Tratamento e Sistematização da Informação 5
2.3 Da Política Estadual de Turismo 6
2.4 Da Consolidação do Produto Turístico 7
2.5 Do Modelo de Ocupação Territorial 8

3 PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE 10


3.1 Impactos Ambientais 11
3.2 Impactos Sociais 13
3,3 Impactos Econômicos 14

4 PLANO DE AÇÃO E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO 19


DE ÂMBITO ESTADUAL
4.1 Desenvolvimento Institucional 21
4.2 Infra-Estrutura de Apoio 30
4.3 Sistema de Informação 45
4.4 Fomento à Atividade 52
4.5 Consolidação do Produto Turística 62

5 ESPACIALIZAÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA 75


5.1 Zoneamento Turístico do Estado 76
5.2 Regionalização Turística Proposta 97

6 CARACTERIZAÇÃO E PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL 104


6.1 Regiões Turísticas 105
6.2 Áreas de Desenvolvimento Estratégico 159

7 NORMATIVOS APLICÁVEIS AO TURISMO 180


7.1 Normas de Proteção aos Recursos Turísticos 181
7.2 Normas Relativas à Regulamentação da Atividade 159

8 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO 197


8.1 Programa de Acompanhamento e Monitoramento 204

BIBLIOGRAFIA 206

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1 INTRODUÇÃO

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


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1 INTRODUÇÃO

O Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro oferece informações e diretrizes que
objetivam estimular o desenvolvimento da atividade turística em diversas escalas e nas suas
diferentes formas de manifestação. Desta maneira, a tradução do conjunto de informações
e dados que compõem o universo do fenômeno turístico no território estadual exigiu um
método próprio de tratamento e sistematização de dados, com vistas à sua transposição
em um conjunto orgânico de propostas de ação para o desenvolvimento do setor.

A concepção inovadora buscada pelo trabalho exigiu, desde o seu início, a formulação de
alguns conceitos e definições, impondo ainda, na fase de passagem do diagnóstico para as
proposições, a definição de categorias que fossem orientadoras das políticas para o setor, e
que traduzissem, espacialmente, os programas e as ações propostas.

Entretanto, em razão da ausência de estudos semelhantes nessa escala de abordagem e


da falta de tradição no planejamento desta atividade, o trabalho apresenta limitações que
se busca compensar com os esclarecimentos metodológicos, conceituais e dos critérios que
orientam cada um dos capítulos e temas tratados e encaminhados.

Acredita-se que, diante da abrangência de informações e proposições, a sistemática de


trabalho encaminhada nesta etapa do Plano possa servir de parâmetro e orientação, não
só para a definição das políticas para o setor, como também possa contribuir para uma
reflexão ampliada sobre o planejamento e a gestão pública da atividade turística.

Metodologicamente, a análise das variáveis sócio-econômicas, físicas e territoriais foi


procedida de maneira a permitir uma concreta avaliação do potencial dos atrativos e
recursos turísticos, na perspectiva da real capacidade da sua transformação em produtos
turísticos, efetivando-os como fatores de desenvolvimento social e econômico,
ambientalmente sustentável no Estado do Rio de Janeiro.

Para a transformação dos recursos potenciais em produtos efetivos é necessário conhecer


as possibilidades, as restrições e os investimentos demandados para que, a partir deste
conjunto de dados, seja possível estabelecer as diretrizes para esta realização. Assim, de
acordo com a identificação e o mapeamento das vocações locais, situados em um
contexto de competitividade interna e externa, poder-se-á promover o desenvolvimento
equilibrado da atividade no território estadual.

As proposições apresentadas consideraram ainda que, toda região, cidade ou localidade


possui algum tipo de atrativo ou recurso passível de despertar interesse, podendo vir a se
transformar num produto turístico. Neste sentido, busca traduzir nas proposições, as escalas
adequadas à efetivação de atrativo em produto, e de cada lugar em destino turístico.

A consolidação das proposições do Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro


constitui-se então, em instrumento estratégico orientador das ações no campo da gestão
pública, além daquelas a serem articuladas com a iniciativa privada, no sentido de
implementar o conjunto dos serviços que integram, direta ou indiretamente, o
desenvolvimento da atividade turística, oferecendo todo o suporte necessário à
mobilização de recursos técnicos, humanos e financeiros que, no horizonte temporal
previsto, estejam direcionados à dinamização da economia do turismo.

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Este Volume 2 apresenta as Proposições resultantes do cumprimento das etapas da


metodologia adotada para a consecução do Plano. Inicialmente, são apresentados os
Pressupostos e Marcos Conceituais que nortearam as definições e as proposições ora
apresentadas.

Em seqüência, é apresentada uma análise contendo uma síntese das Perspectivas de


Desenvolvimento da Atividade Turística no Estado, abordando os aspectos ambientais,
sociais e econômicos a ela relacionados .

A seguir encontram-se as Proposições que, por abrangência ou por tipo de conteúdo, se


aplicam a todo o território estadual, e se referem a Programas, Projetos e Ações organizados
em setores que cobrem todo o espectro de questões relativas às demandas para o
desenvolvimento da atividade.

Em seguida, apresenta-se uma exposição dos aspectos que constituem a base territorial do
Plano, que é integrada pelo Zoneamento Turístico Estadual, pela nova Regionalização
Turística proposta e pelas Áreas de Desenvolvimento Estratégico - ADEs.

Em seqüência são apresentadas as proposições, organizadas de acordo com a nova


regionalização, tendo como referência a organização espacial da atividade no interior das
Regiões Turísticas e das ADEs.

Por fim são apresentadas as normas relativas à proteção dos recursos turísticos e as normas
relativas à regulamentação da atividade. Trata-se, basicamente, da consolidação do
conjunto de normas federais e estaduais vigentes, que dispõem sobre as principais questões
relativas à gestão da atividade turística.

As questões que extrapolarem as normas vigentes, mas que, mesmo assim, são objeto de
proposta de revisão, serão encaminhadas para a tramitação legal junto às instituições
competentes, no âmbito da administração pública estadual. Os demais normativos serão
apresentados como indicação junto aos órgãos responsáveis, de direito, por sua
institucionalização.

É importante registrar que os resultados deste trabalho refletem o atual estágio da


disponibilidade de informações e dados, o que pode representar alguns desvios. Portanto,
as Proposições devem ser permanentemente reavaliadas com base no Programa de
Monitoramento e Gestão, apresentado ao final deste Plano, que será alimentado pelo
Sistema de Informações e Dados. No mesmo sentido, as incorreções devem ser revistas no
processo de implantação do Plano, através da atualização dos dados e da adequação das
proposições, num processo permanente de aprofundamento do conhecimento da
atividade no Estado e da aproximação cada vez maior com a realidade.

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2 PRESSUPOSTOS E MARCOS CONCEITUAIS

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2 PRESSUPOSTOS E MARCOS CONCEITUAIS


O Plano Diretor de Turismo foi concebido resguardando pressupostos metodológicos e
político-institucionais, assim como marcos conceituais, que conformam um cenário onde se
inserem e consolidam as proposições para o planejamento e desenvolvimento da atividade
turística no Estado do Rio de Janeiro.

As reflexões resultantes das discussões com os diversos agentes turísticos e representações


municipais proporcionam diferentes enfoques e formas de abordagem no tratamento do
tema, o que se reflete na organização e no conteúdo das proposições.

2.1 DA CONCEITUAÇÃO ADOTADA

A conceituação dos consumidores típicos, adotada neste trabalho, baseia-se na definição


oficial da Organização Mundial do Turismo – OMT, tendo sido adaptada à forma de
expansão da atividade e da manifestação do fenômeno turístico no Estado e no país.

Trata-se da definição das categorias de turista, veranista e excursionista que, da mesma


forma como foi feita a desagregação em três tipos diversos de consumidores, implica no
tratamento diferenciado das proposições relativas às atividades relacionadas a cada um
desses universos, cujos impactos sociais, econômicos e ambientais são distintos.

Esses tipos diversos de consumidores demandam serviços e estabelecem relações com o


território que definem modelos próprios de uso e ocupação do solo e de organização
espacial, conformando universos de mercados diferenciados, ainda que, na maioria das
vezes, sejam territorialmente superpostos.

Desta forma, as proposições relativas a cada tipo de consumidor deverão ser tratadas
distintamente, o que indica para a necessidade de um recorte e uma categorização no
Zoneamento Turístico do Estado - zonas de turismo, zonas de veraneio e zonas de
excursionismo - adequados a estes diversos segmentos de mercado, buscando ainda
minimizar as áreas de conflito e otimizar os resultados do ponto de vista social, econômico e
ambiental.

2.2 DO TRATAMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO

A leitura e a análise do diagnóstico impõem, de forma preliminar, uma observação no que


se refere às informações e dados que o compõem. Não obstante a quantidade de dados
disponíveis sobre a oferta, resultante dos diversos trabalhos elaborados pela TURISRIO em sua
permanente articulação com os municípios, há uma grande limitação no que se refere às
informações sobre o comportamento do setor turístico no território estadual, principalmente
quanto à dimensão econômica da atividade e ao comportamento da demanda.

Dessa forma, é de fundamental importância para a implantação do Plano e,


principalmente, para a avaliação e o detalhamento de alguns temas tratados, a
constituição de um banco de dados sistemático, proposto no âmbito de um programa de
acompanhamento e monitoramento do Plano.

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Condição básica para o encaminhamento das proposições do Plano, o conjunto de


informações disponibilizadas em banco de dados é também fundamental para uma efetiva
operacionalização dos produtos turísticos, em todos os elos da sua cadeia produtiva. A
medida possibilitará ainda, a inserção e a interação de todos os agentes que realizam a
atividade, desde o estágio da produção até a comercialização e o consumo final.

É importante registrar que, atualmente, as únicas informações estatísticas levantadas e


tratadas com sistematicidade e freqüência, são os dados do receptivo internacional,
coletados em pesquisa direta da EMBRATUR nos principais portões de entrada do país,
permitindo a montagem de séries históricas.

Independente de outras ações no campo da coleta e sistematização de dados sobre o


turismo no Estado, a retomada na aplicação das Fichas Nacionais de Registro de Hóspedes
– FNRH, além dos aspectos relativos à segurança pública, podem tornar-se um eficientíssimo
instrumento de coleta de dados sobre o setor, podendo ser repassadas na forma dos
Boletins de Ocupação Hoteleira – BOH. Este tema deve ser objeto de um trabalho conjunto
com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, de modo a agilizar os procedimentos e
facilitar o fornecimento da informação por parte dos prestadores de serviços de
hospedagem.

2.3 DA POLÍTICA ESTADUAL DE TURISMO

Um dos aspectos problemáticos da gestão pública da atividade turística está relacionado à


indefinição no que se refere a uma política sistemática de turismo, que oriente as ações do
Governo do Estado em parceria com a iniciativa privada.

Não obstante, o órgão estadual responsável em articulação com os governos municipais e


com o trade1, vem encaminhando um conjunto de ações e intervenções em diversas áreas
relacionadas à atividade. Mais recentemente vem sendo reforçado pelo trabalho
articulado, do ponto de vista institucional, que é o Plano Nacional de Municipalização do
Turismo - PNMT. Entretanto, todo esse trabalho não obedece a um sistema organizado, e
tampouco está embasado num conjunto articulado de intenções e diretrizes que sustentem
as diversas ações postas em prática, evitando assim o desperdício de energia e de recursos,
proporcionando maior eficácia das ações encaminhadas.

Destaca-se, nesse contexto, a ausência de um programa articulado de promoção e


marketing que tome como referência básica a identificação permanente dos principais
mercados emissores, nacionais e internacionais, com suas peculiaridades e os nichos de
afinidades étnicas, culturais, segmentações de interesse, etc.

A falta de clareza sobre diversos aspectos que estão relacionados à gestão pública da
atividade turística confere ainda maior complexidade à questão. A imprecisão quanto aos
limites e atribuições das diversas instituições ligadas ao setor - tanto as privadas, quanto as
públicas, nas diferentes esferas de governo -, aliada à necessidade de uma estreita
articulação com o setor privado, resultam na sobreposição de ações e indefinição das
respectivas responsabilidades.

1Termo utilizado entre os profissionais do setor para designar o conjunto de associações e empresas atuantes na
atividade turística.

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É importante que seja estabelecido um canal permanente de interlocução entre os diversos


atores, de modo a articular os diversos esforços e as ações encaminhadas e evitar as
sobreposições. Neste sentido, a reativação do Conselho Estadual de Turismo, instituição
vinculada à SEPDET, de acordo com o Decreto 26.385 de 24 de maio de 2000, se coloca
como alternativa institucional para a interação entre a iniciativa privada e o poder público,
através de seus órgãos setoriais.

A sobreposição da atuação no suporte e no fomento para o desenvolvimento do setor não


se restringe aos órgãos públicos, nas diferentes esferas de governo, mas envolve também
outras instituições, como, por exemplo, as do sistema S (SENAI, SENAC, SESC e SEBRAE) e
outras, principalmente na área da informação sobre serviços turísticos (portais virtuais,
publicações, etc.). A ausência de uma perspectiva de trabalho integrado provoca um
grande desgaste na imagem dos órgãos referidos, comprometendo, necessariamente, os
resultados pretendidos.

Outro aspecto também relacionado à questão institucional se refere à revisão da


regionalização turística oficial vigente, instituída em 1983, e que se encontra defasada e
inadequada por razões diversas. A nova regionalização, conforme está proposta neste
Plano, facilitará sobremaneira a produção turística estadual.

O Plano Diretor de Turismo do Estado se constitui em oportunidade ímpar de definição de


um sistema integrado, que possa embasar a atuação do Governo do Estado do ponto de
vista da articulação intersetorial e da sua inter-relação com a iniciativa privada, permitindo
ainda a definição de uma agenda de trabalho para a TURISRIO que tenha uma unidade no
seu conjunto, além de estar relacionada ao conjunto das ações setoriais do Governo do
Estado, e da sua articulação com outras instituições e esferas administrativas de governo.

2.4 DA CONSOLIDAÇÃO DO PRODUTO TURÍSTICO E DO FOMENTO À


ATIVIDADE

A consolidação dos produtos turísticos, bem como o fomento à atividade, são questões que
pressupõem a articulação dos elos que compõem a cadeia produtiva do setor.

O tratamento dessas questões implica em estudar e analisar a organização dessa cadeia


produtiva nas suas formas distintas de manifestação, de modo a subsidiar um trabalho de
orientação e informação aos atores que operam no setor, municiando-os sobre o seu
funcionamento e sobre os seus principais estrangulamentos.

Esse estudo e sua apresentação de forma clara, acessível e objetiva, promoverá a efetiva
integração e profissionalização do setor e a qualificação dos recursos estaduais com vistas à
sua comercialização, de forma a que eles possam, efetivamente, se transformar em
produtos turísticos, integrados às diversas concepções consideradas pelo Plano.

A disponibilização das informações sobre os agentes que operam no setor, desde a etapa
de produção até a comercialização ao consumidor final, é condição fundamental para o
seu desenvolvimento. Esses estudos poderiam complementar-se com informações,
permanentemente atualizadas, sobre o mercado, benefícios fiscais e linhas de crédito, bem
como formas de acesso a elas, legislação aplicável, identificação de oportunidades de
investimentos, e disponibilidade e condições para obtenção de recursos financeiros.

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Outra dimensão vinculada à profissionalização do turismo refere-se à regulamentação da


atividade e ao registro e cadastro dos diversos agentes que operam os serviços turísticos. A
indefinição quanto ao registro das atividades impede que se tenha a informação básica do
universo do setor em atividade. Dificulta ainda, a realização de um trabalho de
manutenção da qualidade dos serviços e a obtenção de informações e dados sobre a
magnitude e o comportamento do setor.

Cabe destacar ainda um aspecto que não é exclusivo dos serviços turísticos. Trata-se do
grande percentual de informalidade em operação no setor. O registro dos serviços turísticos,
aliado a outras ações de apoio e fomento (crédito, financiamento, incentivos fiscais, etc.)
deverão contribuir para a redução da informalidade do setor.

O peso da participação do item transporte por unidade de produto turístico é outro aspecto
que merece atenção no que se refere ao fomento à atividade. Devem ser encaminhadas
ações no sentido de ampliar a oferta e possibilitar uma redução nos preços das passagens
aéreas, tanto para o mercado interno quanto para o mercado internacional, criando
maiores condições de competitividade para o produto turístico estadual.

A qualificação da atividade impõe ações com relação à capacitação profissional, a partir


de um mapeamento das principais carências de formação de mão de obra, nos diferentes
níveis de escolaridade, por município ou região turística.

No que se refere à formação superior, há que se analisar a questão da regulamentação e o


credenciamento da profissão de turismólogo. Atualmente, só a atividade de guias é
regulamentada – Lei Federal 8623/96 – e o credenciamento é feito pela EMBRATUR. Registra-
se uma expectativa de se definir uma grade curricular que proponha uma especialização a
partir do segundo ano – áreas de hotelaria, eventos, planejamento, agenciamento ou guia,
o que seria uma forma de melhor definir o perfil e a profissionalização do formando.

Deve ser realizado um trabalho junto à Secretaria Estadual de Educação para a definição
de um programa de conscientização para o turismo e a preservação dos recursos naturais e
culturais, bem com para o fortalecimento da formação de segundo grau técnico. A
EMBRATUR possui um programa pronto de conscientização para a 6ª série do primeiro grau
que poderia ser uma referência para esse trabalho.

2.5 DO MODELO DE OCUPAÇÃO TERRITORIAL

As regiões turísticas do Estado vêm sendo ocupadas de forma acelerada, num processo de
expansão urbana diretamente relacionado ao desenvolvimento da atividade de veraneio e
à oferta de segunda habitação. Este processo se manifesta de forma mais marcante no
litoral e nas serras que se encontram na área de influência da Região Metropolitana, mas
também em regiões mais distantes, atraindo o interesse de veranistas de outros estados.

Trata-se de um processo de expansão do mercado imobiliário que define um modelo de


ocupação territorial nem sempre adequado a um desenvolvimento ambientalmente
sustentável, trazendo implicações relacionadas à preservação dos recursos turísticos, e
limitações no que se refere à disponibilização de áreas para a implantação de
equipamentos e serviços turísticos. Além disto, os impactos negativos da ocupação territorial
extensiva e da demanda maciça por infra-estrutura, decorrentes dessa ocupação do solo
para veraneio, nem sempre atendidas a contento, contribuem para a formação de uma

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 9

imagem negativa da atividade turística na opinião pública, principalmente no que se refere


à dilapidação de recursos naturais.

Dentro dos limites deste trabalho, esta questão deve ser considerada, buscando propor uma
mudança nesse modelo de ocupação territorial, garantindo, nas áreas de interesse turístico
ainda não submetidas a processos extensivos de parcelamento do solo, reserva de áreas
para implantação de equipamentos turísticos, além da preservação dos recursos turísticos.

Essa medida deve se traduzir em indicações a serem consideradas nos planos diretores
municipais e nos normativos de proteção das Unidades de Conservação Ambiental que
permitem a ocupação urbana do solo (APAs, etc.), o que está relacionado a uma estreita
articulação intersetorial no Estado e com os governos municipais e federal.

Ainda no que se refere ao uso e ocupação do solo, além dos conflitos relativos aos
normativos vigentes, também a burocratização dos procedimentos de análise de projetos
deve ser revista, objetivando uma solução que permita a sua integração e agilidade através
da articulação das três esferas de governo. Este deve ser um dos objetivos deste Plano, qual
seja, buscar a consolidação dos normativos vigentes relativos à proteção ambiental e à
preservação do patrimônio cultural aplicáveis aos recursos e atrativos turísticos.

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3 PERSPECTIVAS DE
DESENVOLVIMENTO
DA ATIVIDADE

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3 PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE


Os estudos de mercado e as informações, dados e avaliações que integram o diagnóstico,
são analisados sob a perspectiva de desenvolvimento da atividade turística, através da
reflexão sobre cenários futuros e em função do seu potencial de expansão.

Face à situação atual da oferta e da demanda, os desafios que se colocam para atingir os
objetivos deste Plano são grandes e o caminho é longo, de modo que a estratégia proposta
deve ser concebida, planificada, programada e implementada em períodos diversos de
tempo, dentro do horizonte temporal do Plano projetado para os próximos dez anos.

Estão previstas três fases para a implementação do Plano:

?? Fase de curto prazo, compreendida entre 2002 e 2004, inclusive;


?? Fase de médio prazo, abrangendo os anos de 2005 a 2006, inclusive;
?? Fase de longo prazo, a partir de 2006.

Considerando-se o horizonte temporal estabelecido, este capítulo efetua uma análise


prospectiva que avalia os diversos impactos ambientais, sociais e econômicos, positivos e
negativos, que o desenvolvimento da atividade deverá provocar, sendo estes impactos
também elementos de consideração nas ações propostas.

3.1 IMPACTOS AMBIENTAIS

A proteção do ambiente natural e do patrimônio cultural existente no Estado do Rio de


Janeiro tem sido alvo de interesse dos governos federal e estadual, pelo menos no que
refere a uma legislação que se pode considerar bastante abrangente, ainda que na prática
encontre problemas na sua aplicação. O aproveitamento sustentável dos recursos
ambientais é fundamental para o desenvolvimento turístico do Estado e exige atenção, pois
empreendimentos e atividades ligadas ao setor, principalmente as de veraneio, podem ter
um impacto negativo nos ambientes natural e construído, caso não sejam devidamente
planificados, construídos e geridos.

A implementação de grandes empreendimentos imobiliários relacionados ao veraneio, de


estabelecimentos hoteleiros, estradas de acesso, equipamentos recreativos diversos e outras
infraestruturas turísticas, afetam necessariamente a paisagem em que se inserem. Porém, se
criteriosamente localizados, enquadrados e criativamente concebidos, podem contribuir
muito positivamente para a valorização dos lugares onde se inserem. Efeitos ambientais
secundários, tais como a erosão de sistemas dunares, rebaixamento de lençóis freáticos e
destruição de vegetação ou do equilíbrio ecológico local, deverão ser absolutamente
evitados.

Uma das mais importantes preocupações ambientais do desenvolvimento turístico é a do


saneamento, dados os problemas de poluição que podem ser causados pela descarga de
águas residuais e acumulação de lixo. Os locais de maior atração para o turismo e veraneio
são muitas vezes os mais sensíveis em termos ambientais, e podem ser facilmente poluídos se
não forem tomadas as devidas precauções, particularmente nas zonas costeiras.

É importante destacar que, embora estes problemas sejam geralmente associados ao


desenvolvimento turístico, eles não resultam necessariamente deste. Aliás, será do máximo

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interesse para o desenvolvimento turístico evitar, eliminar ou minimizar quaisquer efeitos


poluentes que possam causar a degradação do ambiente.

Do lado dos benefícios, o desenvolvimento do turismo reforçará a necessidade de tomar


medidas mais eficazes para proteger o ambiente natural e o patrimônio cultural do Estado.
Poderá fazê-lo recorrendo não só aos recursos financeiros existentes e aos benefícios do
desenvolvimento econômico local advindo do turismo, como também por via das taxas ou
bilhetes cobrados para excursões, circuitos ou visitas a atrações turísticas. Com relação ao
turismo doméstico, visitas a locais de conservação ajudarão também na conscientização da
população sobre a necessidade de proteger a herança natural comum.

Com a finalidade de evitar ou minimizar impactos negativos, devem ser estabelecidos os


seguintes princípios na elaboração de uma estratégia ambiental para o desenvolvimento
turístico:

?? Evitar a concentração excessiva de empreendimentos ou atividades


turísticas em zonas ou locais ambientalmente frágeis, localizando as maiores
aglomerações turísticas nas zonas ou locais ambientalmente mais robustos, ou
onde poderiam ser eficazmente controladas.

?? Exercer um controle rigoroso sobre o acesso e utilização das zonas de


interesse ecológico importante ou único, e proteger os seus sistemas naturais de
danos passíveis de serem causados pelo turismo e, principalmente, pelo veraneio.
Nesta ótica, será realístico permitir empreendimentos de certa natureza em tais
áreas, de acordo com os preceitos de sustentabilidade, consagrado pelo critério
de “utilizar para proteger”.

?? Não permitir o excesso nas capacidades de carga ambiental,


dispersando ocupações turísticas para amortecer e monitorar continuamente o
impacto ambiental, em todos os níveis.

?? Garantir a sustentabilidade do desenvolvimento turístico e a harmonização dos


empreendimentos com a paisagem natural e a linguagem arquitetônica
tradicional ou típica, quando existente, evitando impactos visuais negativos ou
soluções de “pastiche” arquitetônico.

?? Incluir, em todos os casos, sistemas apropriados para o tratamento e


escoamento de águas residuais; remoção e eliminação de resíduos sólidos;
incentivar a reciclagem de águas residuais; e, incentivar a utilização preferencial
de energias alternativas.

?? Assegurar a qualidade do impacto ambiental dos empreendimentos


turísticos, estabelecendo premiação e outros incentivos para aqueles que
demonstrem melhor nível de desempenho, tanto em termos do ambiente natural
e cultural, como de integração paisagística e estética.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 13

3.2 IMPACTOS SOCIAIS

Os impactos sociais do turismo modificam-se com o tempo, refletindo as transformações


estruturais e o grau do contato com a população visitada. O desenvolvimento turístico em
geral, e a demanda nacional e internacional em particular, virão apenas acelerar ou
reforçar tendências já existentes, criando novos postos de trabalho, promovendo uma maior
distribuição regional de riqueza e incrementando os contatos entre populações locais e
visitantes.

Nos lugares mais isolados, onde habitam as populações com hábitos mais tradicionais e,
geralmente, de menor poder aquisitivo, se encontram as qualidades ambientais que os
turistas mais apreciam e, por conseguinte, onde o impacto do turismo pode ter efeitos mais
nocivos, dado também que as suas populações tendem a ser pouco numerosas ou
dispersas no território e, portanto, mais vulneráveis às influências externas.

Por conseguinte, nestas áreas o desenvolvimento turístico haverá que exercer discrição na
ocupação pretendida, analisando criteriosamente o seu contexto social para minimizar
possíveis impactos negativos. Sobretudo porque a própria sustentabilidade do
desenvolvimento turístico depende da sua aceitação, como um benefício, pela população
residente.

Porém, não haverá razão que impeça o desenvolvimento do turismo, se devidamente


organizado e planejado, de ter um impacto social positivo. Enquanto os residentes se
beneficiam materialmente das oportunidades de emprego e geração de rendas criadas,
provenientes da venda de produtos e serviços locais, incluindo artesanato e folclore,os
visitantes se beneficiam do enriquecimento intelectual e artístico proporcionado pelos
contatos com povos e culturas diferentes.

No caso do turismo doméstico, o benefício de tais contatos poderá ser também muito
significativo. O desenvolvimento econômico deve aumentar a disponibilidade e o tempo
livre para viagens turísticas e recreativas e,dentro do país, tenderão a aumentar,
incrementando relações sociais entre as populações de diferentes regiões e estados.

Mesmo considerando o saldo positivo dos impactos sociais decorrentes do turismo,


recomenda-se estabelecer uma situação de equilíbrio entre os custos e os benefícios,
incorporando na estratégia de desenvolvimento das zonas socialmente mais vulneráveis os
seguintes princípios:

?? Apontar inicialmente para níveis de ocupação modestos, introduzindo


gradualmente o desenvolvimento do turismo de forma harmônica, tanto quanto
possível, com a taxa de transformação social.

?? Selecionar, para áreas socialmente frágeis, segmentos de mercado turístico


caracterizados por visitantes mais esclarecidos, com maiores probabilidades de
mostrarem um interesse genuíno pelos habitantes e pela cultura locais. Este
critério excluiria de tais áreas, a princípio, o chamado turismo de massas.

?? Planejar com o maior cuidado a localização dos meios de hospedagem e outros


equipamentos turísticos, levando em consideração as comunidades locais e
definindo criteriosamente os limites ao seu dimensionamento, características
morfológicas, tipológicas, estéticas e de utilização do território, de modo a evitar
impactos sociais ou culturais negativos.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 14

?? Tornar extensivos às comunidades locais os benefícios resultantes do


desenvolvimento turístico, tanto no que se refere à implantação de infraestruturas
e serviços, tais como acessos, abastecimento de água, saneamento básico,
saúde e segurança etc., quanto no que se refere ao desenvolvimento
econômico local.

?? Informar aos visitantes e à população local sobre procedimentos e regras a


serem seguidas para evitar conflitos ou maus entendimentos entre turistas e
anfitriões e implementar programas de esclarecimento, buscando desenvolver
uma cultura de hospitalidade.

3.2 IMPACTOS ECONÔMICOS

Os custos econômicos do turismo nem sempre são fáceis de atribuir ou estimar com
exatidão, principalmente frente à situação de carência de dados do Estado do Rio de
Janeiro. Os investimentos diretos de capital feitos em meios de hospedagem e outros
empreendimentos turísticos, por exemplo, são óbvios. Mas, nestes casos, é de esperar que
tais empreendimentos tenham lugar para que os seus custos diretos sejam cobertos pelas
receitas. Em termos de análise de custo/benefício, tais considerações só seriam significativas
se, no Estado do Rio de Janeiro, os custos de oportunidade de recursos financeiros se
tornassem demasiado elevados com relação à sua aplicação noutros investimentos
produtivos.

Infraestruturas construídas, com fundos públicos exclusivamente, para o desenvolvimento do


turismo constituiriam um custo direto e deveriam ser, tanto quanto possível, limitadas. Em
muitos casos, custos turísticos, como os relacionados pelo aumento de tráfego de um
aeroporto, ou pela utilização de estradas e outras infraestruturas, não poderiam ser
atribuídos de maneira satisfatória. Se tal acontecesse em relação a uma capacidade sub-
utilizada, então não existiriam custos incrementais. Do mesmo modo, novas infraestruturas
construídas para servir ao público em geral, mas também utilizadas pelo setor turístico, não
constituiriam um custo que devesse ser atribuído a este setor exclusivamente, como no caso
do saneamento.

Os custos diretos principais no setor público estão relacionados ao planejamento e


promoção do turismo, ao estabelecimento de serviços de informação, da coleta e análise
de dados estatísticos, etc. Muitos países tentam cobrir, pelo menos parte de tais custos,
através de um fundo de turismo, quando existente, ou lançando um imposto turístico,
principalmente sobre os meios de hospedagem e os serviços de alimentação,
estabelecendo desta forma reserva de capital para tal efeito. Tal imposto pode, também,
incidir como percentagem sobre taxas de saída de aeroporto.

Os benefícios econômicos, tal como os custos, poderão em certos casos ser diretamente
quantificados, embora não necessariamente com rigor, e noutros casos seriam ainda menos
tangíveis. Receitas diretas para o setor público podem advir de impostos sobre tarifas na
hotelaria, alimentação e animação; taxas de saída aeroportuárias e taxas sobre vistos de
entrada, entre outras. Seriam ainda obtidas receitas a partir dos impostos que recaem sobre
bens importados para consumo dos turistas, e dos impostos sobre os lucros obtidos pelos
operadores dos empreendimentos turísticos.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 15

As receitas indiretas são mais difíceis de estimar. Se de todo possível ou desejável, é


importante minimizar fugas causadas por despesas com importações, lucros e juros
repatriados, salários de empregados estrangeiros, etc. No entanto e, por exemplo, no caso
de muitas importações essenciais para o consumo dos turistas, o saldo do valor
acrescentado poderá contribuir significativamente para as receitas recebidas. Isto porém
não invalida uma estratégia econômica que privilegie o incremento da produção local de
bens e serviços utilizados pelo turismo.

A expansão do turismo, além da sua contribuição para a diversificação da economia do


Estado e para o desenvolvimento local sustentável, efetivamente criará oportunidades de
geração de emprego e renda, embora seja difícil de quantificar com exatidão.

Os postos de trabalho dividem-se em três categorias: os diretos, ligados principalmente aos


empreendimentos hoteleiros e turísticos; os indiretos em serviços turísticos fora destes
empreendimentos; e os induzidos, ou seja, aqueles relativos ao pessoal, direta ou
indiretamente, empregado no setor turístico (fatores multiplicadores). O efeito combinado
destas oportunidades na economia do Estado poderá andar, quantitativamente, muito
próximo do número de dois postos de trabalho por cada unidade habitacional em meio de
hospedagem.

A estratégia econômica a adotar deve otimizar os benefícios do desenvolvimento turístico e


minimizar os seus custos, desde que tal não diminua a qualidade da oferta turística
contemplada. Para atingir estes objetivos, sugere-se a adoção dos seguintes princípios:

?? Estabelecer metas quantitativas e qualitativas de visitantes, dentro da


demanda prevista, harmonizando-as com o dimensionamento da oferta, de
modo a atingir taxas de ocupação elevadas, tarifas módicas e lucros razoáveis.

?? Iniciar o desenvolvimento turístico nas regiões e áreas turísticas com maior


potencialidade para captar os mercados previstos em curto prazo,
gradualmente estendendo o desenvolvimento para regiões com menor
potencial, onde os investimentos turísticos seriam sujeitos a maiores riscos.

?? Maximizar as potencialidades turísticas das áreas ou locais a desenvolver, não


subtraindo valor, como por exemplo, no caso em que áreas, com aptidão para
acomodar segmentos mais lucrativos de mercado sejam ocupadas por
empreendimentos vocacionados para segmentos de mercado turístico de baixo
valor econômico.

?? Encorajar, na medida do possível, a localização de novos empreendimentos


nas áreas com maior número de recursos turísticos e já providas de infraestruturas,
com o objetivo de evitar construí-las especialmente para o turismo.

?? Distribuir os benefícios do desenvolvimento turístico, em consonância com a


estratégia global do Plano, por todo o território estadual e pelas diversas
categorias de consumidores e de segmentação do mercado, e ainda, tanto
quanto viável, encorajando o aproveitamento dos recursos locais.

?? Fomentar a reabilitação e modernização de unidades de meios de


hospedagem existentes e a construção de novas unidades que possam também
servir a outros tipos de visitantes, além dos estritamente turísticos, com a
finalidade de minimizar riscos de investimento.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 16

?? Minimizar as fugas motivadas pelas despesas turísticas, incentivando a


produção de bens e serviços, no âmbito da própria economia estadual, e a
formação de trabalhadores nacionais para empregos no turismo, em todos os
níveis.

As projeções sobre o comportamento econômico do turismo devem admití-lo como uma


atividade complexa e transversal a toda a economia e que, nas últimas décadas, sua
importância vem assumindo proporções que ultrapassam a mera caracterização dos fluxos
turísticos e do perfil dos turistas. Neste sentido, é nítida a incompatibilidade entre o nível de
informação disponível para conhecê-la com rigor e os reais efeitos da atividade no sistema
econômico.

Os diversos tipos de impactos provocados pelo turismo nas economias modernas podem ser
sistematizados da seguinte forma:

?? Os impactos diretos, que constituem o primeiro ciclo de transações e refletem o


total de rendimento gerado nos ramos turísticos, como resultado da variação dos
custos com esses produtos.

?? Os impactos indiretos, que constituem o segundo ciclo de transações e


refletem o total de rendimentos gerados pelos ramos dos setores turísticos na
aquisição de bens e serviços produzidos na economia.

?? Os impactos induzidos, que constituem os efeitos na demanda final da


conjugação dos impactos, diretos e indiretos, nas variações dos consumos
turísticos e originam um rendimento adicional dos bens e serviços oferecidos na
economia global, através dos efeitos multiplicadores da atividade.

No levantamento, tratamento e análise da informação é recomendável que se procure


adotar um conjunto de conceitos fundamentais capazes de melhor clarificarem estas
tipologias de efeitos econômicos, entre os quais se destacam:

?? Ramos específicos do turismo, como sendo as atividades em que uma parte


substancial da produção é constituída por produtos que provêm, exclusivamente ou
quase exclusivamente, do turismo e cuja soma constitui a “atividade turística
específica”. Para esse efeito, é habitual considerar como estando neste caso os
seguintes ramos de atividade:

- Meios de Hospedagem
- Restaurantes, Bares, Cafés e Estabelecimentos Similares
- Agências de Viagens e Turismo

?? Ramos conexos com o turismo serão as atividades com uma parte importante da
produção constituída por produtos provenientes do turismo e cuja valor adicionado à
"atividade turística específica" constitui a "atividade turística global". É também habitual
considerar como estando neste caso os seguintes ramos de atividade, de acordo com o
recorte adotado para análise do mercado formal de trabalho, com dado da RAIS:

- Transportes Aéreos
- Transportes Terrestres
- Transportes Aquaviários

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 17

- Atividades Auxiliares nos Transportes


- Aluguel de Automóveis
- Outros transportes de passageiros, incluindo ônibus para excursões e serviços
para estações e aeroportos, táxis, alugueis de automóveis com motorista etc.

?? O efeito multiplicador da atividade turística na economia pode ainda considerar a


participação relativa de outros ramos de atividade, variando esta participação em
função dos destinos e produtos específicos comercializados. Entre estes outros ramos
destacam os seguintes:

- Comércio no atacado e no varejo


- Transportes urbanos, suburbanos

A partir destas categorias são construídos os conceitos de produto interno bruto turístico,
valor acrescentado bruto turístico, produção turística, consumo turístico, despesa turística,
consumo intermédio turístico, procura turística ou outros, conforme os ramos de atividade
analisados.

Considerando que estes conceitos são fundamentais para se avaliar os impactos


econômicos do turismo e, sobretudo, a contribuição deste para o PIB, recomenda-se que
seja seguida a tendência registrada a nível mundial neste domínio, adotando-se a
conceituação e a terminologia utilizadas pelo sistema de "Conta Satélite do Turismo",
confome proposto pelo World Travel Tourist Council – WTTC, em conjunto com a OMT. Esta
medida deverá ser, em breve, implementada nos países integrantes da OMT, onde o Brasil
se inclui. Trata-se de um sistema anexo ao das Contas Nacionais, partilhando com este os
seus conceitos, definições e classificações de base.

No caso concreto do Estado do Rio de Janeiro, as análises efetuadas neste âmbito, embora
caracterizadas por uma assinalável escassez de informação, conduziram à constatação das
seguintes tendências detectadas relativamente aos efeitos do turismo na sua economia:

?? O turismo vem aumentando, de forma direta, a sua quota parte de


responsabilidade no crescimento da economia estadual. Embora não seja
possível quantificar de forma tecnicamente rigorosa e precisa esta
constatação, estima-se que o turismo consolidou a sua posição como um dos
principais motores da economia do Estado do Rio de Janeiro.

?? O turismo contribui significativamente para os PIBs Regionais, em termos


líquidos, dinamizando outros setores econômicos.

?? O turismo, no momento presente, é responsável diretamente por cerca de 5,5%


dos postos de trabalho existentes no mercado formal2, apresentando, em
ramos específicos, uma tendência para o crescimento destes valores, embora
este percentual deva ser considerado demasiado baixo, relativamente às
potencialidades existentes. Acresce a isto o fato do setor operar de forma
significativa no mercado informal, o que deve ampliar a sua participação na
geração de emprego e renda estadual.

2 Fonte: Ministério do Trabalho - RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais - 1999.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 18

?? O turismo é a atividade de grande expressão na geração de emprego em


alguns municípios do Estado, chegando a mais de 20% dos empregos
oferecidos no mercado formal.

?? O turismo é, simultaneamente, responsável pelo lançamento e execução dos


principais projetos estruturantes do desenvolvimento humano, social e
econômico do Estado do Rio de Janeiro, sendo o seu dinamizador mais
relevante, prevendo-se o crescimento tendencial desta situação a curto prazo.

?? O turismo possui diversos efeitos induzidos, quer na esfera econômica, quer nos
domínios do desenvolvimento humano e social, impossíveis de quantificação
no seu estágio atual, fruto da convivência da população residente com uma
população turística permanente.

Conclui-se do exposto que, no presente ou no futuro, os impactos econômicos mais


relevantes do turismo na economia estadual se façam sentir na contribuição para o PIB
estadual, e através dos rendimentos e no emprego gerados, quer sob o ponto de vista
quantitativo, quer na qualificação dos recursos humanos.

Particularmente com respeito ao PIB Estadual, a contribuição da atividade turística é


medida com base na despesa média do turista, incluindo ou não as despesas com as
viagens.

Muito embora se trate de um indicador da maior importância para efeitos daquela análise,
o certo é que no Estado do Rio de Janeiro não existem informações sistematizadas que
permitam aferir, com rigor, aquele valor e muito menos o seu conteúdo ou a sua estrutura.

Mesmo considerando todas estas limitações e a impossibilidade de uma projeção com base
científica e sistemática, não será incorreto afirmar, com sensibilidade e a partir do
conhecimento empírico da realidade do turismo fluminense, que o impacto econômico da
atividade turística no Estado pode ser substancialmente valorizado, sobretudo se forem
reunidas as melhores condições para se aumentar a estada média do turista, além das
ações que objetivem a necessária qualificação da oferta existente, promovendo a efetiva e
almejada consolidação dos produtos turísticos estaduais.

No que se refere à geração de emprego e renda, o turismo é um meio privilegiado para


estimular e dinamizar o tecido econômico, designadamente pela reconversão da
população desempregada, em especial a que habita zonas rurais onde as atividades
agrícolas prevalecentes deixam de ser rentáveis, podendo ser passível de se constituir um
benefício decorrente da atividade.

No contexto acabado de descrever, a implementação do presente Plano e dos programas


de formação previstos vão aumentar significativamente a qualificação dos recursos
humanos e a sua implementação de forma generalizada a todo o Estado.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 19

4 PLANO DE AÇÃO E
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
DE ÂMBITO ESTADUAL

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 20

4 PLANO DE AÇÃO E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO


DE ÂMBITO ESTADUAL
O caráter multifacetado da atividade turística implica na constituição de um vasto universo
de questões a ela relacionadas, quando se fala de organizar uma agenda de proposições
para o seu desenvolvimento. Deste modo, a diversidade de pontos abordados impõe, para
a operacionalidade do Plano, a necessária organização do temário tratado, definindo
áreas específicas e classificando-as por grupos, sem deixar de reconhecer que todos os
temas se relacionam entre si.

Desta forma, o Plano apresenta uma organização setorial das proposições estruturadas em
Macro Programas e Programas. Os Programas, por sua vez, são desdobrados em Projetos ou
Ações, permitindo avançar no detalhamento, tanto no âmbito estadual, atuando
setorialmente, quanto no âmbito territorial, atuando regionalmente, possibilitando ainda
articulações no nível municipal até a escala pertinente ao âmbito do Plano.

A seguir é apresentado um quadro geral, com os Macroprogramas e os respectivos


Programas:

QUADRO GERAL DOS MACROPROGRAMAS DO PLANO DE AÇÃO DE ÂMBITO ESTADUAL

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS

Desenvolvimento Ação Inter Institucional


Institucional
Normatização da Atividade

Conscientização da População, Políticos e Empresários

Infra-estrutura de Apoio Infra-Estrutura Básica

Equipamentos Turísticos de Apoio

Sistema de Informação Banco de Dados

Informação ao Turista

Fomento a Atividade Gestão dos Serviços Turísticos

Qualificação da Mão-de-Obra

Captação de Recursos

Consolidação do Produto Identificação, Organização E Qualificação dos Produtos


Turístico Turísticos

Promoção e Marketing

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 21

Cada Macroprograma é apresentado individualmente, a seguir, com descrição de seus


objetivos e o conteúdo dos seus respectivos Programas, Projetos e Ações.

4.1 MACROPROGRAMA 1 - DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

O Macroprograma de Desenvolvimento Institucional tem como escopo básico a definição


de um sistema integrado que possa embasar a atuação do Governo do Estado do ponto de
vista da articulação intersetorial e da sua inter-relação com a iniciativa privada, permitindo
a definição de uma agenda de trabalho para a TURISRIO que tenha uma unidade no seu
conjunto, propiciando, ainda, a sistematização da sua articulação com outras instituições e
esferas administrativas de governo.

A implementação do Plano se efetivará a partir do encaminhamento de uma série de


medidas relacionadas ao aperfeiçoamento das relações interinstitucionais, sendo este o
objetivo básico deste Macroprograma, desdobrado nos seguintes Programas e Projetos:

MACROPROGRAMA 1 - DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

PROGRAMAS PROJETOS

Institucionalização da Regionalização
Turística Estadual
Ações Interinstitucionais
Reestruturação do Sistema Turístico Estadual

Adequação do Modelo de Ocupação


Territorial nas Áreas Turísticas

Cadastramento dos Serviços Turísticos


Formalização da Atividade
Certificado de Padrão de Qualidade dos
Serviços Turísticos

Estruturação dos Conselhos Municipais de


Turismo
Apoio ao Desenvolvimento Turístico nos
Municípios Apoio à Reestruturação dos Órgãos
Municipais de Turismo

Valorização do Patrimônio Natural e Cultural

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 22

4.1.1 Programa de Ações Interinstitucionais

O Programa de Ações Interinstitucionais objetiva criar um ambiente institucional e


administrativo que permita o encaminhamento das ações relativas à Política Estadual de
Turismo, propiciando as condições para o bom relacionamento e às parcerias entre as
diversas instâncias governamentais e as diferentes representações da iniciativa privada.
Algumas ações integrantes deste Programa assumem o caráter de sugestão, uma vez que
devem ser institucionalizadas em outras esferas de governo como, por exemplo, na esfera
dos municípios, quando se refere às proposições relativas ao uso e ocupação do solo.

4.1.1.1 Institucionalização da Regionalização Turística Estadual

A proposta de regionalização turística traduz a nova realidade administrativa, social e


econômica do território estadual, bem como as expectativas dos municípios e demais
instituições relacionadas à atividade, proporcionando a aglutinação de agentes públicos e
privados na estruturação e na promoção de roteiros e circuitos territorialmente integrados,
facilitando a consolidação e a comercialização dos diversos produtos turísticos estaduais.

Tendo em vista a definição do novo recorte regional, em duas escalas diversas relacionadas
aos objetivos de gestão - as Regiões Turísticas -, e de promoção e marketing – as ADEs -,
deverá ser realizado um trabalho de articulação junto aos municípios e aos diversos agentes
do setor, quando da divulgação das proposições do Plano, propiciando efetivamente, a
legitimação e o reconhecimento da proposta.

4.1.1.2 Reestruturação do Sistema Turístico do Estado

A desarticulação observada entre os diversos órgãos e entidades que, direta ou


indiretamente, atuam na gestão e na operacionalização das ações referentes ao fomento
e ao incremento da atividade turística no Estado, gerou a proposta de reestruturação do
sistema turístico estadual, tanto no nível das suas relações, como no que se refere às
competências de cada órgão componente desse sistema. O sistema deve ser formalmente
institucionalizado, de acordo com o esquema apresentado a seguir:

Ente responsável pela formulação da Conselho Estadual de Turismo


Política Estadual de Turismo

TURISRIO Observatório de Turismo

Nesse contexto, e no âmbito do Executivo Estadual, é fundamental que se restabeleça na


sua estrutura administrativa, o ente responsável pela formulação da Política de Turismo,
dotado de competência para estabelecer as diretrizes para o setor contando, para tanto,
com a ação consultiva do Conselho Estadual de Turismo e com os recursos do Fundo
Estadual de Turismo.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 23

À Cia. de Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO caberá, por sua vez,
operacionalizar e executar a Política Estadual de Turismo. Sua estrutura organizacional
interna deverá ser revista, acrescentando-lhe o Observatório de Turismo, e aprovada no
âmbito do seu Conselho de Administração, respeitando-se a sua missão e as atribuições já
estabelecidas no seu Estatuto Social e Regimento Interno, e mantendo-se a sua figura
jurídica atual.

A reativação do Conselho Estadual de Turismo e a criação do Observatório do Turismo


disponibilizarão à administração estadual os instrumentos necessários para coordenar as
grandes linhas do Plano Diretor de Turismo e acompanhar a sua execução, atendendo ao
imperativo constitucional da participação dos municípios na concepção e implementação
do Plano.

Dessa maneira, o Sistema Estadual de Turismo fica estruturado, a partir da instituição


responsável pela formulação da política estadual de turismo, com base em dois órgãos de
apoio e de coordenação da política de desenvolvimento do turismo. O Conselho Estadual
de Turismo, de caráter político–administrativo, deve colaborar com o Governo na definição
das grandes linhas de orientação para as atividades do setor. O Observatório do Turismo, de
caráter predominantemente técnico, permitirá pautar as futuras intervenções na política de
desenvolvimento com fundamento em estudos técnico-científicos rigorosos. Este último
poderá ainda desenvolver trabalhos descentralizados através de acordos com os
municípios, de modo a viabilizar o funcionamento de Unidades Técnicas Locais de
Observação. Nesse contexto, a TURISRIO mantém as suas competências e atribuições com
relação à operacionalização e execução da Política Estadual de Turismo.

?? Conselho Estadual de Turismo

O Conselho Estadual de Turismo, atualmente inativo, foi instituído pela Lei 2.100 de 05 e abril
de 1993 e está formalmente vinculado à SEPDET de acordo com o decreto nº 26.385 de 24
de maio de 2000. O Conselho deve ser reativado e ter a suas atribuições e composição
revistas, passando a ser integrado pelas seguintes entidades e/ou órgãos, de acordo com a
estrutura administrativa atual ou seu equivalente.

?? Poder público

- Instituição responsável pela formulação da política estadual de turismo, que o presidirá


- Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo
- Secretaria de Estado de Segurança Pública
- Secretaria de Estado de Trabalho
- Secretaria de Estado de Educação
- Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
- Secretaria de Estado de Cultura
- Cia. De Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO
- Comissão de Turismo da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - ALERJ
- Fórum Estadual de Secretários Municipais de Turismo - RJ

?? Iniciativa Privada/Comunidade Civil

- ABIH-RJ
- ABAV-RJ
- ABEOC-RJ

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 24

- ABBTUR-RJ
- ANTTUR
- BITO
- SINGETUR-RJ
- SINDETUR-RJ
- SINTUR-RJ
- ABRATT-RJ

O Conselho Estadual de Turismo deverá exercer função consultiva, indicando e


assessorando a instituição responsável pela formulação da política estadual de turismo,
funcionando como um fórum permanente de discussão sobre as questões pertinentes ao
desenvolvimento turístico estadual, com a participação dos membros permanentes e
convidados. A Secretaria Executiva do Conselho estará a cargo da TURISRIO.

Terá como atribuições pronunciar-se sobre os assuntos relativos ao setor do turismo em geral,
dar parecer vinculativo sobre o Plano Diretor e apresentar sugestões para o seu
aperfeiçoamento, bem como sobre planos de ordenamento turístico regional ou local.
Caberá ainda ao Conselho fundamentar os planos de capacitação profissional para as
atividades turísticas e pronunciar-se sobre a articulação das ações das políticas de turismo
estadual, regional e local. Os membros conselheiros deverão estabelecer o regulamento
interno que definirá as suas condições de funcionamento.

O Conselho poderá instituir Câmaras Setoriais ou Temáticas que, além dos membros do
Conselho a elas relacionados, devem contar com a participação de membros convidados
representativos de suas respectivas áreas de atuação. Propõe-se a criação de um conjunto
básico de três Câmaras Setoriais relativas aos temas a seguir indicados:

- Planejamento e Ordenamento Turístico


- Formação de Recursos Humanos
- Promoção e Marketing Turístico

A reativação do Conselho Estadual de Turismo significará, sem dúvida, um avanço


importante no sentido de facilitar as relações interinstitucionais. No entanto, o Conselho é
uma instância consultiva e a questão exige um tratamento executivo. Propõe-se assim a
criação de unidade administrativa que possa sistematizar as ações comuns, constituindo-se
num instrumento de permanente informação interinstitucional. Esta unidade ou
departamento deve estar subordinado à instituição responsável pela formulação da política
estadual de turismo, podendo também vir a ser uma atribuição da secretaria executiva do
Conselho Estadual de Turismo, com equipe e quadro adequado ao atendimento das suas
funções.

?? Observatório de Turismo

O Observatório, conforme recomendado pela Organização Mundial de Turismo, deve se


constituir num pólo de agregação e de síntese da informação turística, conduzindo
iniciativas de exploração de dados já existentes. A credibilidade junto aos agentes do setor
é uma condição indispensável para a eficácia do seu funcionamento, pelo que deverá
assentar-se em três pilares: independência, representatividade e idoneidade técnico-
científica da sua produção. Neste sentido, a implementação do Banco de Dados que
integra o Macro Programa 3 deste Plano Diretor, constitui-se num insumo fundamental para
o cumprimento dos seus objetivos.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 25

Trata-se de uma unidade de caráter técnico, sob a coordenação administrativa da


TURISRIO, que terá como atribuição a realização de estudos diversos relacionados à
atividade turística, atendendo aos seguintes objetivos:

?? Contribuir para um melhor conhecimento da realidade do setor, tendo em vista os


diagnósticos que possibilitem às empresas e aos gestores institucionais prepararem as
suas decisões.
?? Criar um centro de debate permanente, com intervenção do setor privado, sobre os
desafios e problemas que se colocam ao turismo, assegurando a adequada
abordagem técnico-científica.
?? Realizar pesquisas, estudos e projetos, diretamente ou através de acordos de
cooperação com outras instituições.

No que diz respeito ao modelo geral de funcionamento, o Observatório de Turismo deve ter
um caráter de unidade técnica executiva, composta por um pequeno corpo técnico-
administrativo, podendo, para o atendimento pleno de suas funções, firmar termos de
cooperação com instituições de ensino ou pesquisa , as quais se constituirão nas Unidades
Técnicas Locais de Observação.

O Observatório deve desenvolver também um programa de capacitação e orientação,


através do fornecimento de assessoria e da oferta de cursos de treinamento às equipes
técnicas dos órgãos de turismo, em todos os municípios, no âmbito do Programa de Apoio
ao Desenvolvimento Turístico nos Municípios, visando criar uma rede básica de meios de
apoio aos investidores, aos turistas e aos responsáveis pela decisão municipal.

?? Fundo Estadual de Turismo

Criação de um, assim denominado, Fundo Estadual de Turismo, vinculado e administrado


pela Instituição responsável pela formulação da Política Estadual de Turismo, com a
atribuição legal de financiar investimentos públicos neste setor. Ao organismo ou entidade
encarregado de administrar o referido Fundo, seriam atribuídas as seguintes competências:

?? Conceder empréstimos e financiamentos


?? Conceder subsídios e participações societárias, direta ou indiretamente
?? Proceder à aplicação financeira das respectivas receitas, observada a Lei
?? Fiscalizar a aplicação dos empréstimos, subsídios e participações concedidas, de
modo a assegurar o cumprimento das obrigações assumidas pelos beneficiários

A proposta orçamentária do Fundo, em cada exercício fiscal, compreendendo as dotações


da conta do orçamento do Estado e de outras origens, deverá ser aprovada pelo Conselho
Estadual de Turismo, anteriormente ao seu envio a Assembléia Legislativa do Estado do Rio
de Janeiro.

4.1.1.3 Projeto de adequação dos modelos de ocupação territorial nas áreas turísticas

As áreas turísticas do Estado, principalmente aquelas localizadas no litoral, vêm sendo


ocupadas num processo de expansão urbana que está intimamente relacionado ao
desenvolvimento da atividade de veraneio e à oferta de segunda habitação. Os impactos

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negativos decorrentes da ocupação territorial extensiva e da demanda maciça por infra-


estrutura contribuem para a formação de uma imagem negativa da atividade turística.

Propõe-se então, dentro dos limites deste trabalho, uma mudança no modelo de ocupação
territorial nas áreas de interesse turístico ainda não submetidas a um processo extensivo de
parcelamento do solo, principalmente nas zonas de turismo náutico e balneário e nas zonas
de ecoturismo. O novo modelo deverá garantir a reserva de áreas para implantação de
equipamentos turísticos, além da preservação dos recursos turísticos e da garantia de sua
acessibilidade.

Esta proposta deve se traduzir em indicações aos planos diretores municipais e aos
normativos de proteção das Unidades de Conservação Ambiental, de modo a que seja
garantido, nos novos projetos de parcelamento, um percentual destinado, exclusivamente,
à implantação de equipamentos de serviços turísticos, de recreação e lazer, e de atividades
afins, com glebas mínimas compatíveis com estes usos, e com restrições ao uso residencial.

Ainda no âmbito deste programa, devem ser providenciadas a montagem e a


institucionalização, de acordo com a estrutura administrativa do governo estadual vigente,
do setor responsável pela anuência prévia a projetos de parcelamento do solo das Áreas de
Interesse Especial do Estado do Rio de Janeiro, instituídas e regulamentadas de acordo com
a Lei 1.130/86 e com o Decreto 9.760/87.

Da mesma forma, a referida lei, que se refere a todo o território estadual, deve ser
regulamentada para os municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que não são
contemplados pela regulamentação do decreto citado. A aplicação da Lei 1.130 seria um
importante veículo para a mudança do modelo de ocupação territorial vigente.

4.1.2 Programa de Formalização da Atividade

O Programa de Formalização da Atividade busca estabelecer condições que permitam a


qualificação na prestação dos serviços turísticos, garantindo condições mínimas de
segurança, higiene e conforto e, ao mesmo tempo, trazer para a formalidade um grande
número de empreendimentos turísticos que operam informalmente.

Uma dimensão no tratamento das questões relacionadas aos projetos que integram este
programa refere-se a aspectos relativos à Normatização da Atividade, sendo tratado no
capítulo 7 destas Proposições, que dispõe sobre as normas que regulamentam os serviços
turísticos. As ações que integram este Programa têm um caráter executivo e são
complementares às normas que regulamentam os serviços.

4.1.2.1 Projeto de Cadastramento dos Serviços Turísticos

A aplicação da lei quanto ao registro das atividades e serviços turísticos nos órgãos oficiais
não vem sendo concretizada na prática, apesar do exercício e da exploração das
atividades e serviços turísticos estarem condicionados à prestação das informações
necessárias ao cadastro de empresas turísticas, junto a EMBRATUR, de acordo com o inciso
XVI, parágrafo 2º, do artigo 3º da Lei 8.181/91.

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Independente do tratamento deste tema imprescindir da atualização e adequação das


normas que o regulamentam, especialmente com relação ao cadastro das atividades, a
questão deve ser tratada também do ponto de vista administrativo.

Neste sentido, propõe-se um trabalho conjunto, que deve ser objeto de formalização e
detalhamento através de convênio ou outro termo de compromisso, com as instituições
responsáveis pelos registros que se seguem:

?? Concessão de alvarás de funcionamento das atividades econômicas nas Secretarias


Municipais de Fazenda
?? Registro na Junta Comercial e inscrição estadual na Secretaria de Estado de
Fazenda
?? Registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ no Ministério da Fazenda

Através desta estratégia deve ser montado um cadastro do universo dos prestadores de
serviços turísticos no Estado, a ser permanentemente atualizado através do repasse de
informações dos empreendimentos turísticos registrados nas instituições referidas. Uma
alternativa para a confecção deste cadastro seria a exigência, por parte das instituições
referidas, de registro das empresas diretamente no órgão estadual de turismo, como
condição para a concessão dos seus respectivos documentos para funcionamento da
atividade.

4.1.2.2 Projeto de Certificação de Padrão de Qualidade dos serviços turísticos

A ausência de acompanhamento na implantação e funcionamento dos empreendimentos


turísticos, pelos órgãos estaduais, dificulta a realização de um trabalho de manutenção da
qualidade dos serviços e a obtenção de informações e dados sobre a magnitude e o
comportamento do setor. A implantação de um cadastro é o primeiro passo para um
trabalho de qualificação dos serviços, mas a questão não se esgota nele mesmo.

Desta forma, propõe-se que os municípios adotem uma matriz, a ser discutida com o Estado
e a Embratur, onde se definam padrões mínimos de qualidade para os estabelecimentos de
hospedagem. O estabelecimento das condições básicas de segurança, conforto e higiene
para todos os empreendimentos turísticos, independentemente de classificação ou
hierarquia, são exigências do artigo 37 da Deliberação Normativa 387/98 da Embratur. Estas
condições devem ser adotadas em todos os Códigos de Obras e Posturas dos municípios do
Estado.

Atendidas estas condições mínimas de padrão de qualidade, e com base no cadastro


anteriormente referido, os órgãos municipais de turismo devem montar uma relação oficial
dos serviços turísticos disponíveis. Esta relação oficial teria o significado de um Selo de
Qualidade básico e seria objeto de divulgação em todos os meios oficiais, como postos de
informações turísticas e portais na internet etc.

A credibilidade deste cadastro oficial, por si só, é um grande motivador e atrativo de


empreendimentos para a formalidade, que pode, também, ser incentivada por outras
medidas de incentivo e fomento, que devem integrar o elenco de propostas deste Plano.

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4.1.3 Programa de Apoio ao Desenvolvimento Turístico nos Municípios

Este Programa objetiva orientar as ações de desenvolvimento turístico nos municípios e nas
Regiões Turísticas do Estado, de maneira a garantir a adoção de um modelo de
desenvolvimento sustentável e equilibrado. Deve, ainda, garantir a qualidade das
experiências dos turistas, a melhoria na qualidade de vida das comunidades locais e, ao
mesmo tempo, ampliar a consciência sobre a necessidade de proteção dos recursos
naturais e culturais de cada local ou região. Neste sentido, propiciará à população
residente, o sentido de auto-estima e de pertencimento, ampliando as condições de
receptividade com relação aos visitantes.

No âmbito do Programa deve ser estimulada a formação e a organização de entidades e


associações locais e regionais de turismo (associações de hoteleiros, guias de turismo,
agências, etc.), visando fortalecer o processo de participação das comunidades locais na
gestão do setor turístico, através do conselho municipal de turismo, promovendo a
representatividade dos diversos setores, local e regionalmente.

Trata-se de uma continuidade nos trabalhos e nas ações do Programa Nacional de


Municipalização do Turismo – PNMT, já que o seu encerramento pelo Governo Federal está
previsto para o próximo ano (2002).

Dentre as ações e projetos a serem desenvolvidos propõem-se a seguinte programação:

4.1.3.1 Estruturação dos Conselhos Municipais de Turismo

Incentivo e orientação para a implantação e estruturação dos Conselhos Municipais de


Turismo, segundo o modelo proposto pelo PNMT, com participação, preferencialmente
majoritária, da comunidade civil organizada. Esses conselhos deverão funcionar como
órgãos consultivos para orientar as prefeituras municipais na concepção das políticas
municipais de turismo e na elaboração dos respectivos planos municipais.

Os Conselhos Municipais deverão ser instituídos por lei municipal, como maneira de garantir
a sua continuidade administrativa, independentemente das alterações na constituição dos
poderes locais.

4.1.3.2 Apoio à Reestruturação dos Órgãos Municipais de Turismo

O amplo apoio e a orientação para a reestruturação dos órgãos municipais de turismo são
ações de suma importância para seu fortalecimento, de maneira a capacitá-los na
execução das diretrizes propostas pelo Plano Diretor de Turismo do Estado e pelos planos
municipais e/ou regionais de turismo.

Dentre as ações básicas deverão estar incluídas aquelas relacionadas com a sua
estruturação físico-administrativa, a implantação e operacionalização de postos de
informações turísticas e o treinamento e capacitação dos recursos humanos efetivos do
órgão municipal.

Cada município e Região Turística serão orientados e estimulados a elaborar seus planos de
desenvolvimento turístico, de modo a dotá-los de um instrumento orientador para as ações
e diretrizes de desenvolvimento turístico local e regional. O Estado, através da TURISRIO,

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deverá empreender a assessoria técnica e a articulação com as instituições técnicas,


científicas e de ensino do Estado, para que as mesmas possam fornecer consultoria, parcial
ou total, na realização das pesquisas necessárias à elaboração dos planos municipais.

4.1.3.3 Valorização do Patrimônio Natural e Cultural

A educação formal pode ser um importante veículo de divulgação e valorização da


atividade turística e de proteção dos recursos naturais e culturais, através de um programa
junto às escolas.

Propõe-se a realização de um trabalho junto à Secretaria Estadual e às Secretarias


Municipais de Educação para a definição de um programa de conscientização para o
turismo e a preservação dos recursos naturais e culturais, a ser incluído na grade curricular
do primeiro grau, bem como para o fortalecimento da formação de segundo grau técnico.
Este trabalho deve ser encaminhado ainda de forma integrada com a Secretaria de Estado
de Cultura e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

A implementação desta medida, aplicável a todo o Estado do Rio de Janeiro, permitirá a


criação de uma vasta rede descentralizada, que permitirá a introdução da problemática
do turismo, através da conscientização dos alunos sobre a importância do patrimônio
natural e cultural da sua região, além de proporcionar o direcionamento vocacional de
centenas de jovens para o setor.

A EMBRATUR dispõe de um programa de conscientização para a 6ª série do primeiro grau,


que poderá servir de referência para as discussões que deverão nortear o detalhamento e a
implantação deste projeto.

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4.2 MACROPROGRAMA 2 - INFRA-ESTRUTURA DE APOIO

As proposições relativas à Infra-Estrutura de Apoio agregam um conjunto de intervenções


que se referem às condições básicas de produção e reprodução do processo de
desenvolvimento em geral, e da atividade turística em particular, tais como saneamento,
sistema viário, transporte etc., e que são de responsabilidade do poder público, quer seja
diretamente quer seja indiretamente, através da sua concessão à iniciativa privada.

O Plano Diretor deve considerar, neste sentido, as prioridades quanto à demanda por infra-
estrutura que se constitua fator básico para o aprimoramento e a expansão da atividade no
território estadual.

Incluem-se ainda neste Macroprograma os projetos relativos à implementação de


equipamentos turísticos de apoio, por se tratarem de projetos que se constituem em
elementos de apoio ao desenvolvimento da atividade que se realizam através de ações
que demandam a execução de obras civis.

As ações relativas à criação, recuperação e revitalização de atrativos turísticos, constituem-


se em uma intervenção na escala local, sendo detalhados no capítulo que trata
especificamente das proposições na escala regional.

MACROPROGRAMA 2 - INFRA-ESTRUTURA DE APOIO

PROGRAMAS PROJETOS

Infra-estrutura Rodoviária

Infra-estrutura Básica Infra-estrutura Aeroviária

Infra-estrutura Hidroviária

Saneamento

Áreas de Lazer e Excursionismo


Equipamentos Turísticos de Apoio
Centro de Convenções

4.2.1 Programa de Infra-Estrutura Básica

O Macroprograma de Infra-estrutura de Apoio abrange um conjunto de programas e


projetos que estão relacionados à oferta das condições básicas para a realização da
atividade turística.

As proposições contemplam, entre outras, o conjunto de intervenções que devem ser objeto
de inclusão no âmbito do PRODETUR-SE, indicadas como prioridade 1, nas áreas de infra-
estrutura urbana e infra-estrutura de transportes, para efeito de alocação de recursos
financeiros.

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No que se refere ao transporte ferroviário, a desativação do sistema de passageiros no país


e no Estado impôs grandes limitações no que se refere à rearticulação deste modal como
base de um transporte de massa para passageiros. Diante deste quadro, as intervenções
propostas no âmbito do tema ferrovias, com indicação de recuperação de alguns ramais
ferroviários no Estado, referem-se à valorização deste equipamento como recurso e atrativo
turístico, e não propriamente como sistema de transporte, razão pela qual estas ações se
inserem nas propostas de âmbito regional, no Macroprograma Consolidação de Produtos
Turísticos.

4.2.1.1 Infra-Estrutura Rodoviária

São apresentadas a seguir as rodovias do território estadual que devem ser objeto de
tratamento, constituindo uma indicação que visa complementar a rede rodoviária turística
estadual básica para o desenvolvimento da atividade.

No final da relação são apresentadas as rodovias estaduais que devem ser objeto de
atenção especial no que se refere à sua melhoria, em função da sua importância turística e
de seu aspecto cenográfico.

Todas as estradas e trechos indicados referem-se a uma prioridade de intervenções na


escala estadual, o que não esgota a necessidade de outras ações que devam ser objeto
de indicação no detalhamento destas ações na escala regional.

Como medida de caráter geral, merece atenção especial, nos trechos de rodovias que não
atravessam áreas urbanas, a concessão de aberturas de acesso direto para construções
residenciais ou funcionamento de atividades comerciais e de serviços de uma maneira
geral. Deverá haver um controle sobre este tipo de abertura de acesso, permitindo-se
exclusivamente a implantação de serviços relacionados à atividade rodoviária ou de apoio
aos viajantes (bares, lanchonetes, restaurantes, postos de informação turísticas, venda de
artesanato, etc.), que deverão localizar-se em pontos estrategicamente definidos para tal,
pelo órgão competente na gestão das rodovias, nas respectivas esferas da administração
pública.

Rodovia BR-101: Paraty / Campos dos Goytacazes

1- Melhorias em toda a extensão da via:


Recapeamento, sinalização no pavimento, recuperação da sinalização viária,
instalação de equipamento de segurança no acostamento.

2- Obras de complementação de drenagem, contenção e reflorestamento no trecho


Parati / Mangaratiba

3- Duplicação do trecho Santa Cruz (município do Rio de Janeiro) / Itacuruçá (no


entroncamento com a via de acesso ao Porto de Sepetiba).

4- Ampliação de todo o trecho da via localizado no município do Rio de Janeiro


(Avenida Brasil), com eliminação de cruzamentos.

5- Implantação do viaduto de Manilha no entroncamento das rodovias:

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BR-101, BR-493 e RJ-104.

6- Implantação de via de serviço na travessia da zona urbana de Casimiro de Abreu,


com elevação da estrada e construção de passagem em desnível.

7- Duplicação do trecho Rio Bonito / Campos.

8- Melhorias no trecho situado na zona urbana de Campos dos Goytacazes.

9- Implantação de vias de serviços em todos os trechos urbanos.

Rodovia BR-393: Barra Mansa / Pirapetinga (Minas Gerais)

1- Melhorias em toda a extensão da via, inclusive trecho situado no Estado de Minas


Gerais, que promove a ligação entra a Região Serrana e o Noroeste Fluminense:
Implantação de acostamento; recapeamento; sinalização no pavimento; recuperação
da sinalização viária, iluminação nos entroncamentos e nos acessos às cidades.

2- Implantação de 3ª faixa nas subidas numa 1ª etapa de intervenção.

3- Duplicação do trecho Barra Mansa / Além Paraíba numa 2ª etapa.

Rodovia RJ-116: Itaboraí / Itaperuna

1- Melhorias em toda a extensão da via:


Recapeamento; sinalização no pavimento; recuperação da sinalização viária;
iluminação nos entroncamentos e nos acessos às cidades; eliminação de redutores de
velocidade com implantação de equipamentos para segurança de pedestres;
implantação de variantes nas travessias de zonas urbanas.

2- Duplicação do trecho: Itaboraí / Cachoeiras de Macacu.

3- Implantação de variante no trecho que atravessa a zona urbana de Nova Friburgo.

Rodovia RJ-165: Paraty / Cunha (São Paulo)

1- Complementação da pavimentação até a divisa com o Estado de São Paulo, numa


extensão de 9,2 km, além da restauração e adequação do trecho pavimentado, em
outros 8 km.

Rodovia RJ-155: Angra dos Reis / Barra Mansa

1- Melhorias em toda a extensão da via:


Ampliação das pistas de rolamento; obras de contenção; recapeamento; sinalização no
pavimento; recuperação da sinalização viária; iluminação nos entroncamentos e nos
acessos às cidades, implantação de acostamento pavimentado, e construção de 3ª
faixa em trechos de subida.

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Rodovia RJ-106: Niterói / Macaé

1- Melhorias em toda a extensão da via:


Recapeamento; sinalização no pavimento; recuperação da sinalização viária;
iluminação nos entroncamentos e nos acessos às cidades; eliminação de redutores de
velocidade com instalação de equipamentos para segurança dos pedestres;
eliminação de cruzamentos de nível com implantação de rotatórias e viadutos;
construção de 3ª faixa em trechos de subida; implantação de acostamento
pavimentado e implantação de variantes de contorno na travessia de zonas urbanas.

2- Duplicação do trecho: Tribobó / Maricá

3- Implantação de via de contorno em Araruama, Iguaba, Iguabinha, Barra de São João


e Rio das Ostras.

Rodovia RJ-140: Silva Jardim / Arraial do Cabo

1- Duplicação da RJ-140 no trecho: São Pedro da Aldeia / Cabo Frio.

2- Implantação da ponte sobre o canal de Itajurú (na divisa entre os municípios de São
Pedro da Aldeia e Cabo Frio).

Rodovia RJ-124: Rio Bonito / Araruama

1- Complementação da via com implantação de alça de ligação de acesso


diretamente ao entroncamento de São Pedro da Aldeia (RJ-106 / RJ-140)

Rodovia RJ-163: Penedo / Visconde de Mauá

1- Implantação de Estrada Parque entre Penedo e Visconde de Mauá. Trata-se de uma


obra polêmica e que seguramente terá grande impacto na região. Por isto mesmo
merece, antes da sua decisão, uma discussão ampliada na região, a partir de um
estudo de impacto ambiental e social.

?? Rodovias de importância regional

Com grande relevância do ponto de vista cenográfico, a serem prioritariamente


beneficiadas por obras de ampliação, melhorias e recuperação da sinalização, definição
de área de domínio e tratamento paisagístico:

BR-495 Petrópolis / Teresópolis


RJ-151 Itatiaia / Comendador Levy Gasparian
RJ-145 Rio Claro / Rio das Flores
RJ-127 Paracambi / Vassouras
RJ-125 Seropédica / Vassouras
RJ-134 Petrópolis / São José do Vale do Rio Preto
RJ-130 Teresópolis / Nova Friburgo
RJ-142 Nova Friburgo/Casimiro de Abreu (Estrada Serramar)

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RJ-162 Trajano de Moraes / Rio das Ostras


RJ-102 Cabo Frio / Armação de Búzios
RJ-178 Macaé / Quissamã
RJ-196 Quissamã / São Francisco do Itabapoana
RJ-208 Campos dos Goytacazes (Uraraí) / Lagoa Feia
RJ-149 Mangaratiba / Rio Claro
RJ-107 Duque de Caxias (Imbariê) / Petrópolis
RJ-117 Paty do Alferes / Petrópolis
RJ-216 Campos dos Goytacazes / Farol de São Tomé

4.2.1.2 Infra-estrutura Aeroviária

São apresentados a seguir, os equipamentos de apoio à atividade aeroviária no território


estadual que devem receber algum tipo de tratamento ou melhoria, conforme
especificado. Considerou-se como ponto de partida para a constituição de um sistema
básico a infra-estrutura instalada representada pelos aeroportos Internacional do Rio de
Janeiro / Galeão – Maestro Antônio Carlos Jobim, (Aeroporto Internacional Tom Jobim),
Santos Dumont, Cabo Frio, Resende e Angra dos Reis. A rede constituída por estes cinco
aeroportos permitirá, a curto prazo, o atendimento às principais regiões turísticas do Estado
no que se refere ao tráfego aéreo e às conexões nacionais e internacionais.

Considera-se que, a princípio, e sujeito às recomendações abaixo apresentadas, os


aeroportos acima mencionados poderão satisfazer o aumento da procura internacional
previsto dentro do horizonte do Plano:

Aeroporto Internacional Tom Jobim

É desejável que, a médio prazo, sejam realizadas adequações no Terminal de Passageiros nº


1 (mais antigo), especialmente no que se refere à decoração e mobiliário, iluminação, e
vários equipamentos ali existentes. No caso do novo terminal, (Terminal de Passageiros nº 2),
este já se encontra adequadamente equipado e decorado.

Aeroporto Santos Dumont

O Aeroporto Santos Dumont, localizado junto à área central de negócios da cidade do Rio
de Janeiro e considerado um dos mais centrais do mundo, recebe além dos vôos da Ponte
Aérea Rio / São Paulo, vôos para várias outras capitais e cidades do Brasil, como Vitória, Belo
Horizonte, Brasília, Curitiba, Ilhéus, Porto Seguro, entre outras. Este aeroporto é ainda origem
e destino dos vôos entre o Rio de Janeiro e as cidades do interior do Estado. Apesar da
grande movimentação já constatada neste aeroporto, da ordem de 4 milhões de
passageiros / ano, ele abrigará também o acréscimo da movimentação aérea para o
interior do Estado, decorrente do desejável incremento na atividade turística.

Este equipamento, sofreu recentemente uma reforma total em suas instalações após
incêndio que o deixou bastante danificado. No entanto o incremento na movimentação de
passageiros neste terminal, vai demandar algum acréscimo em suas instalações, atualmente
já reduzidas para o atendimento nas horas de “pico”. Para tanto, a INFRAERO está em vias
de implantar um projeto de expansão do terminal de passageiros, ampliando
significativamente sua capacidade operacional.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 35

O Governo Estadual está elaborando com a INFRAERO, empresa que administra os


aeroportos Internacional e Santos Dumont, projeto para implantação de ligação hidroviária
de alta velocidade entre eles, promovendo a facilidade de acesso ao aeroporto principal,
reduzindo os tempos de deslocamento dos passageiros nas vias, hoje bem congestionadas,
de ligação dos dois aeroportos.

Aeroporto Internacional de Cabo Frio

Atualmente, o aeroporto está apto a receber aeronaves de médio porte com capacidade
entre 100 e 150 passageiros, e em vôos noturnos por instrumento. Com relação ao terminal
de passageiros, sua capacidade operacional é de atendimento a 120 passageiros / hora, o
que implicará, a médio prazo, em sua expansão.

Caso a hipótese de vôos charter diretos da Europa, por exemplo, venham a tornar-se uma
realidade, será necessário ampliar toda a estrutura física deste aeroporto, desde dimensões
e suporte da pista, e 'stop ways', à capacidade do terminal existente. Indica-se ainda, a
elaboração de estudo de viabilidade para implantação de ligação hidroviária com
construção de atracadouro, permitindo a ligação, através da Lagoa de Araruama, às
localidades, hotéis ou outros empreendimentos turísticos existentes na orla.

Aeroporto de Resende

O aeroporto existente em Resende tem um projeto aprovado para operação noturna por
instrumento (balizamento de pista, VOR / DME e rádio comunicação). A implantação destes
equipamentos ampliaria sobremaneira a capacidade receptiva do aeroporto, atraindo
novos fluxos turísticos para a região.

Aeroporto de Angra dos Reis

O aeroporto de Angra dos Reis pode ser o ponto de apoio para a Região da Costa Verde,
devendo, para tanto, receber melhorias relativas à ampliação da pista para 1.300m, além
da instalação de equipamentos adequados à utilização por aeronaves de 50 passageiros.
Está previsto também, a curto prazo, a operação noturna de helicópteros.

Este aeroporto deve também receber melhorias no seu terminal de passageiros, podendo
ser articulado a um atracadouro, o que permitiria a interligação direta com as ilhas e os
hotéis da região por via marítima. Adequar o Pólo Turístico de Angra às condições de acesso
por transporte aéreo existente nos demais pólos concorrentes, é de suma importância para
que a região disponha de condições plenas de disputa na preferência pelos turistas.

Foi realizado um Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA /


RIMA, com a aprovação da implantação, na área do aeroporto, de um terminal aéro-rodo-
marítimo, que contemplaria todas as atividades previstas para a área.

No que respeita outras infra-estruturas - aeroportos, aeródromos e heliportos - para acesso


aéreo doméstico de outros Estados ou dentro do Estado, os aeroportos de Campos, Macaé
e Itaperuna, continuarão a ter um papel importante, embora não fundamental, em termos
de turismo de lazer.

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No entanto, um pequeno número de visitantes de outros Estados brasileiros, principalmente


paulistas, serve-se de meios aéreos particulares para seus deslocamentos, utilizando
aeródromos ou heliportos privados, não abertos ao público em geral.

O plano aeroviário estadual, ora em processo de revisão, deve inventariar e mapear toda a
infra-estrutura aeroportuária pública e privada existente, tendo em vista as suas
características, funções e desempenhos, presente e potencial, e a contribuição que
também poderia dar, em termos de acesso às várias regiões turísticas. Deve-se considerar a
possibilidade de utilização da infra-estrutura aeroportuária privada como parte de um
sistema suplementar de expansão de capacidade.

Ainda no âmbito da infra-estrutura aeroportuária deve ser considerada a necessidade de


implementação de uma rede de heliportos no Estado, de modo a permitir a acessibilidade
por este meio de transporte às diversas regiões, utilizando, quando possível, a infra-estrutura
instalada nos aeroportos, com demarcação de áreas de toque e balizamento noturno.

4.2.1.3 – Infra-estrutura Hidroviária

Neste item são apontados os projetos e as medidas de ordem institucional que fortalecem o
desenvolvimento do turismo náutico no Estado, que se manifesta na navegação de lazer e
nos esportes náuticos.

A cidade do Rio de Janeiro viu aumentar, nos últimos anos, o movimento de transatlânticos
no seu porto, expandindo-se esta movimentação para o restante do Estado em
fundeadouros naturais. O terminal de passageiras da capital, no entanto, ainda não sofreu
adaptações para o atendimento desta expansão. Com a finalidade de atender a tal
necessidade, a Cia. Docas do Rio de Janeiro, em associação a capitais privados, está
finalizando o projeto de revitalização e adaptação da área.

?? Medidas Institucionais

Além das normas de segurança já estabelecidas pelas autoridades competentes, indica-se


a adoção de instrumentos que, uma vez implementados, darão apoio a práticas
ambientalmente adequadas, a saber:

1- Estabelecimento da chancela de “Qualidade Náutica Ambiental–Rio”;

2- Estabelecimento de um “Código de Comportamento Ambiental” a ser fixado nas


embarcações e nas bases, no litoral.

3- Elaboração de carta náutica, que indique os pólos náuticos com informações sobre
pontos de atracação, abrigos diurnos e noturnos, pontos de coleta de lixo, de
fornecimento de água potável, de gelo e demais facilidades.

Para se habilitarem a receber a chancela “Qualidade Ambiental Náutica–


Rio”, as embarcações deverão apresentar, em especial:

1- Documentação da regularidade das autoridades públicas competentes;

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 37

2- Quadro fixado, em local de fácil e imediata visão que indique as autorizações


recebidas, tripulação obrigatória, capacidade de transporte, existência de meios de
comunicação, autonomia, normas ambientais do turista náutico, etc.;

3- Roteiro turístico ambiental que indique unidade de conservação, reservas e outros,


indicando restrições e limitações legais e técnicas para uso, que devem ser observadas
pelos turistas e prestadores de serviços.

Indica-se, ainda, a criação de cursos e treinamentos sobre princípios e


técnicas turístico-ambientais que devem ser observadas no desenvolvimento
e prática desta atividade, a serem oferecidos pela FEEMA e TURISRIO a
prestadores de turismo náutico.

?? Infra-estrutura de Apoio

O Estado do Rio de Janeiro apresenta um litoral com grande potencialidade para as


atividades de turismo náutico. Este potencial, no entanto, apresenta variações significativas
em função da geografia da costa e das condições de navegabilidade.

As normas que regulamentam a implantação da infra-estrutura náutica no território estadual


foram editadas através das Diretrizes Dz 1839.R-0, que estabelecem os critérios para o
licenciamento de estruturas de apoio a embarcações de pequeno e médio portes,
definindo normas para Pequenas Estruturas de Apoio - PEA e Grandes Estruturas de Apoio -
GEA ou Marina - MA.

As propostas apresentadas a seguir tiveram como parâmetro a diversidade do litoral e as


diretrizes contidas no “Plano Diretor de Desenvolvimento de Pólos de Turismo Náutico no
Estado do Rio de Janeiro”, da TURISRIO, datado de 1990.

?? Implantação dos Pólos da Costa

A Implantação de Pólos da Costa segue uma estratégia de marketing fundamental para a


venda dos produtos turísticos, identificando os locais estratégicos para o desenvolvimento
das atividades náuticas.

Nestes pólos são apontados os principais atrativos naturais, os empreendimentos náuticos


implantados, aqueles em implantação, o atracadouro de referência do Pólo e a descrição
do cenário subaquático predominante.

Cada um destes Pólos deverá abrigar ainda unidades de apoio às embarcações para
realização de todas as operações de lavagem, vazamento de lixo e abastecimento de
gêneros e combustíveis.

A instalação destas unidades deve-se não só à demanda da atividade náutica mas


também aos riscos ambientais decorrentes da própria atividade, tais como vazamento de
lixo, lançamento de resíduos e vazamento de óleos combustíveis. Estas unidades, além do
apoio à frota, oferecendo abastecimento e sistema de comunicação, são um elemento de
controle ambiental na medida, em que abrigarão os serviços acima mencionados de
coleta de lixo e óleo combustível.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 38

Finalmente, destaca-se a importância do saneamento, tratado no Macroprograma 2 do


Plano, como uma questão a ser enfrentada com urgência, tendo em vista os riscos de
comprometimento dos corpos d’água.

A seguir são apresentados os Pólos definidos a partir da análise das características náuticas,
físico-territoriais e de uso e ocupação do solo:

Pólo Paraty (Trindade / Mambucaba)

Neste pólo estão localizadas marinas naturais, praias e costões. Existem também várias ilhas
e pequenas enseadas onde se destacam o Saco de Mamanguá e a enseada de Paraty-
Mirim, ideais para a ambientação náutica.

O fundo submarino na região é composto de areia, lodo e rochas, com poucos corais e vida
marinha abundante. As condições de mergulho são boas durante todo o ano.

Os principais empreendimentos náuticos implantados no Pólo são: Marina do Condomínio


Laranjeiras (3ª categoria); Marina Boa Vista (3ª categoria); pequenos estaleiros com guarda
de barcos; club náutico do núcleo residencial de Furnas e o píer da cidade de Paraty. O
principal empreendimento em implantação é o Porto Paraty (loteamento, píer e cais de
atracação)

Recomenda-se que o atracadouro de referência do Pólo seja o Píer da cidade de Paraty. É


importante, no entanto, considerar sua localização, junto ao núcleo histórico da cidade, o
que vai demandar cuidados especiais na definição das dimensões e dos equipamentos a
ele acoplados.

Pólo Angra dos Reis (Enseada da Ribeira / Cidade de Angra dos Reis)

Neste pólo localizam-se grandes marinas naturais: baía da Ribeira, enseada do Porto de
Angra e baía de Jacuecanga. As áreas mais apropriadas às atividades de turismo náutico
encontram-se nas ilhas, tendo em vista a presença do Porto de Angra e do estaleiro
Verolme.

O fundo submarino na região é composto de areia, lodo e rochas, com poucos corais e vida
marinha abundante: peixes de vários tamanhos, crustáceos e equinodermos (estrela do
mar). As condições de mergulho são boas durante todo o ano na proximidade das ilhas.

Os principais empreendimentos náuticos já implantados são: Porto Barlavento; Club Praia do


Guariba; Porto Frade; Porto Bracuí; Porto Marisco; Caieirinha; Marbela; Iate Clube de Angra
dos Reis; Porto Aquário; Angra Inn; Iate Clube do Rio de Janeiro; Cais da Manivela; Iate
Clube Aquidabã; Clube Bela Vista; Angra dos Reis Marina Clube, Porto Marina 1 e Pirata’s
Mall. Os principais empreendimentos em implantação são o Pólo Industrial Náutico de Angra
dos Reis / Marina Verolme com previsão para 1400 barcos e a área de apoio náutico do
Hotel Blue Tree Park. Para o núcleo urbano da cidade está previsto o Projeto Orla, do qual
consta o projeto Porto Marina São Bento.

Recomenda-se que o atracadouro de referência seja o do projeto Porto Marina São Bento,
que deverá contar com estação de passageiros com banheiros, lanchonetes, restaurantes,
lojas, quiosque de informações turísticas, áreas de embarque e desembarque e

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 39

estacionamento. Recomenda-se também o fortalecimento de uma política que privilegie a


instalação de equipamentos na parte costeira do continente, preservando as ilhas em seus
estados naturais.

Indica-se ainda, o estabelecimento de ligação hidroviária entre o aeroporto de Angra dos


Reis e os hotéis situados na orla marítima, onde os acessos por terra são muitas vezes difíceis.

Pólo Mangaratiba ( Ponta dos Coqueiros / Ponta do Pimentel)

Neste pólo localizam-se marinas naturais como a enseada de Conceição de Jacareí e da


baía de Mangaratiba, praias e costões, sendo no entanto o maior atrativo do Pólo a Ilha
Grande.

Os principais empreendimentos náuticos já implantados são: Portogalo; Porto Real Resort,


Club Meditarranée; Portobello; Clube Náutico de Ibicuí; Píer de atracação de Mangaratiba.
Os empreendimentos em implantação são: Marina Clube Náutico e o Condomínio Itaoca.

Recomenda-se que o atracadouro de referencia do Pólo seja o Píer de atracação de


Mangaratiba, ressaltando-se a necessidade de obras de melhorias naquele equipamento. A
construção de terminal de passageiros com destino à Ilha Grande e a implantação de áreas
de estacionamento são de fundamental importância, tanto para o turista que se utiliza dos
serviços do atracadouro, quanto para o núcleo urbano do município.

Pólo de Itacuruçá (Canal de Itacuruçá / Praia do Limão - Ilha da Madeira)

Localiza-se aí um significativo número de atrativos náuticos, como as marinas naturais do


canal de Itacuruçá, o saco da Coroa Grande, a praia do Limão na Ilha da Madeira e um
conjunto de ilhas, entre elas a de Itacuruçá e de Jaguanum.

Os principais empreendimentos náuticos aí implantados são: Club Náutico de Muriqui;


Terminal de Itacuruçá; Iate Clube de Itacuruçá; Iate Clube de Coroa Grande; Hotel Pierre;
Hotel Águas Lindas e Hotel Jaguanum. O Marina Porto Itacuruçá encontra-se em
implantação.

Recomenda-se que o atracadouro de referência do Pólo seja o Terminal de Itacuruçá,


sendo necessário proceder-se a sua ampliação e implantação de estação de passageiros,
com serviços de banheiros, lanchonetes, restaurantes, lojas, quiosque de informações
turísticas, áreas de embarque e desembarque e estacionamento.

Pólo Ilha Grande

As belas praias associadas a uma topografia acidentada e uma vegetação exuberante,


fazem da Ilha Grande, atualmente tombada pelo Governo Estadual, o principal atrativo da
região. Existem aí várias marinas naturais na porção da ilha voltada para o continente. As
praias voltadas para o mar aberto são de difícil acesso e na Enseada da Praia do Sul está
implantada a Reserva Biológica da Praia do Sul.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 40

Os pontos de atracação na Ilha Grande são o Píer do Abraão, terminal de passageiros das
linhas Mangaratiba / Ilha Grande e Angra dos Reis / Ilha Grande, da Praia das Palmas e da
Freguesia de Santana.

Não existem grandes empreendimentos náutico-hoteleiros na ilha. Apesar das excelentes


condições para estes empreendimentos, as condições ambientais vão demandar atenção
especial na implantação de novos projetos.

As condições de mergulho são excelentes durante quase todo o ano. As águas claras e as
curtas distâncias aos pontos de mergulho fazem da Ilha Grande um dos melhores pontos do
Estado para a prática deste esporte.

Recomenda-se que o atracadouro de referência da Ilha seja o Píer da Enseada do Abraão.


No que se refere aos serviços turísticos, deve privilegiar-se a instalação de unidades
hoteleiras de pequeno e médio portes, tendo em vista os complicadores decorrentes de
grandes equipamentos com abastecimento, deslocamento na ilha, esgotamento sanitário e
coleta e tratamento de resíduos sólidos. Na implantação de qualquer empreendimento
deve ser garantido o atendimento estrito às normas estabelecidas pelos órgãos
competentes.

Pólo Guanabara (Ponta dos Dois Irmãos / Ponta de Itaipu)

Este Pólo abrange os municípios do Rio de Janeiro e Niterói, onde estão concentradas as
principais atividades urbanas da região. As atividades náuticas se concentram
principalmente nas águas abrigadas pela Baía de Guanabara. No litoral, a oeste da
entrada da barra, apenas as ilhas Cagaras são propícias às atividades náuticas. A Enseada
de Botafogo, já se encontra saturada pela quantidade de barcos fundeados. Os Fortes
Militares, de acesso restrito, e as Ilhas, com destaque para a Ilha de Paquetá e a paisagem
da cidade, são grandes atrativos deste Pólo. Deve-se registrar ainda a importância do
iatismo na região de onde despontaram vários medalhistas olímpicos.

Os principais empreendimentos náuticos no Pólo são: Marina da Glória; Iate Clube do Rio de
Janeiro; Iate Clube Guanabara; Iate Clube Icaraí; Rio Yacht Clube; Iate Clube Brasileiro;
Jurujuba Iate Clube; Iate Clube Jardim Guanabara.

Recomenda-se o estabelecimento de pontos de apoio às emergências náuticas e a


melhoria na qualidade da água das lagoas costeiras para promoção dos esportes náuticos
em suas águas.

De fundamental importância é a promoção do acesso ao mar, com instalação na orla da


baía de Guanabara, de infra-estrutura dotada de rampa e estacionamento de veículos. Na
Marina da Glória existe rampa de acesso, porém com pouca divulgação ao público.

Propõe-se, ainda, a instalação de equipamentos de turismo náutico em Niterói, que já


desponta como grande centro dos esportes náuticos, a recuperação de atracadouro da
Guia de Pacobaíba, em Magé, e a implantação do projeto de revitalização da Área
Portuária da Cidade do Rio de Janeiro.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 41

Pólo Enseada dos Anjos-Canal de Itajurú (Praia de Maçambaba / Ponta da Cruz)

A Enseada dos Anjos, grande marina natural e a Ilha de Cabo Frio, são os principais atrativos
náuticos do Pólo. Os costões desabrigados de Arraial do Cabo e Ilha de Cabo Frio, são de
grande interesse à prática do mergulho e aos passeios náuticos. A Enseada dos Anjos, com
suas águas cristalinas e praias de areia branca e o conjunto formado pelas praias do
Foguete, das Dunas e do Forte, em Cabo Frio, com águas cristalinas e areia branca,
constituem cenários de grande atração.

Os principais pontos de infra-estrutura náutica no Pólo são: Porto de Arraial do Cabo;


Atracadouro do canal de Itajurú; Iate Clube de Cabo Frio; Clube Náutico Bela Vista; Iate
Clube do Rio de Janeiro; Iate Clube Costa Azul e diversos empreendimentos mistos náutico /
imobiliários no Canal de Itajurú.

Recomenda-se que o atracadouro de referência do Pólo seja o Porto de Arraial do Cabo,


com instalação de serviços de qualidade com banheiros, bares, quiosque de informações
turísticas e ampliação das áreas de estacionamento. O licenciamento e a fiscalização dos
barcos em operação no terminal deverão ser restritos, tendo em vista a saturação da área e
a necessidade de preservação de um dos lugares mais bonitos e atrativos da costa
brasileira.

Pólo Búzios (Ponta da Emerença / Barra do Una)

Armação dos Búzios situa-se numa península constituída de praias paradisíacas, sendo um
dos balneários mais conhecidos e sofisticados do Brasil. Dentre as várias enseadas aí
existentes, as praias da Armação, dos Ossos e de Manguinhos são boas marinas naturais.

Os principais empreendimentos náuticos aí instalados são: Iate Clube Armação de Búzios e


Marina Porto Búzios.

Recomenda-se que o atracadouro de referência do Pólo seja o Iate Clube Armação dos
Búzios, adotando-se no entanto todas as medidas necessárias à proteção ambiental da
área. Deve ser incentivada a manutenção de competições náuticas de vela, tendo em
vista a infra-estrutura hoteleira e de serviços implantada e às condições não poluentes da
atividade.

Pólo Lagoas (Ponta de Itaipu / Ponta da Cabeça)

O Pólo Lagoas aborda as potencialidades de desenvolvimento do turismo náutico nas


lagoas de Marica, Barra, do Padre, da Guarapina, de Jaconé, de Saquarema e de
Araruama. Estas Lagoas são separadas do oceano pela restinga de Massambaba, cuja
fragilidade ambiental demanda regras estritas quanto à sua ocupação.

Os poucos empreendimentos de infra-estrutura náutica nas lagoas são: Lagoa de


Saquarema: Iate Clube de Saquarema e Colônia de Férias da Braslight; Lagoa de Araruama;
Marina da TURISRIO, Clube Náutico de Araruama e o Camping Clube do Brasil.

Recomenda-se o estímulo à prática da navegação à vela, através da implantação de


rampas e equipamentos necessários ao seu desenvolvimento, tendo em vista as condições

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 42

das mais favoráveis neste Pólo para este esporte, em função dos ventos que sopram na
região durante todo o ano.

?? Implantação de Equipamentos de Suporte ao Tráfego Náutico

A costa do Estado do Rio de Janeiro, apesar de bastante recortada e pontilhada de


enseadas e ilhas que facilitam a navegação de lazer, apresenta longos trechos de mar
aberto. Nestes trechos deverão ser implantados atracadouros para o atendimento de
emergência em caso de tempestade ou avaria da embarcação.

O “Plano Diretor de Desenvolvimento de Pólos de Turismo Náutico no Estado do Rio de


Janeiro” identificou estes pontos a seguir listados, cujo dimensionamento e vinculação a
empreendimentos náuticos de maior vulto estarão sujeitos às determinações dos órgãos de
proteção.

Atracadouro da Ponta do Picão

A área, ainda intocada pelo processo de urbanização, é de grande importância como


ponto de sustentação do tráfego náutico entre a Costa Verde e a cidade do Rio de
Janeiro.

Marina do Pontal de Sernambetiba

Esta é uma segunda alternativa à implantação de um equipamento de apoio entre a Costa


Verde e a cidade do Rio de Janeiro. As vantagens desta localização são o acesso terrestre
e o fato de se tratar de área já ocupada.

Itaipuaçu / Ponta Negra / Barra de Saquarema

Estes três pontos do litoral são as alternativas para instalação de atracadouros de suporte de
tráfego náutico entre a cidade do Rio de Janeiro e a região de Cabo frio. A avaliação dos
impactos ambientais de cada destas alternativas vai orientar a escolha mais adequada e
que ofereça menores danos ao meio ambiente.

Cais de pesca de Macaé

O cais de pesca da cidade de Macaé é a alternativa de suporte ao tráfego náutico entre a


região de Cabo Frio e o Cabo de São Tomé. Para tanto serão necessárias obras de melhoria
e extensão do atracadouro.

4.2.1.4 Saneamento

O tema saneamento é recorrente em qualquer debate sobre a infra-estrutura de uma


maneira geral e, em particular, com relação à infra-estrutura de apoio ao turismo,
merecendo, por isto mesmo, um amplo programa de recuperação e saneamento no nível
estadual, no qual se destacam as seguintes intervenções:

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 43

Despoluição das Lagoas de Araruama, Saquarema e Maricá

Este plano destaca o que se considera como prioridade e condição de sobrevivência de


um dos maiores atrativos turísticos do território estadual, que é o sistema lagunar de
Araruama, Saquarema e Marica.

Neste sentido, a recuperação das lagoas deve ser considerada intervenção prioritária, sob
pena de se assistir ao comprometimento daquele ecossistema, com todos os impactos
negativos previsíveis do ponto de vista turístico, ambiental e social. Ao mesmo tempo, tendo
em vista o recente processo de privatização dos serviços de fornecimento de água e
esgotamento sanitário da bacia drenante, deverá ser aberto um canal de discussão com a
empresa concessionária, no sentido de negociar medidas que inibam o processo agressivo
de poluição do sistema lagunar.

Implantação de Sistema de Esgoto no Núcleo Histórico de Paraty

A cidade de Paraty, atualmente Monumento Nacional e que poderá tornar-se Patrimônio


da Humanidade, apresenta problemas graves relacionados à drenagem e esgotamento
sanitário em seu núcleo histórico. A adoção de medidas que venham solucionar estas
questões tem caráter prioritário na definição das políticas públicas.

Implantação de Sistema de Esgoto no Núcleo Urbano de Angra dos Reis

O núcleo urbano da cidade de Angra dos Reis, constituído pelo centro e pelo bairro de
Japuíba, não conta com sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário adequado, o
que vem causando sérios prejuízos ambientais à Baía da Ilha Grande, em áreas já ocupadas
ou com grande potencial para receber empreendimentos turísticos. Neste sentido, é
prioritária a implantação de redes de esgoto sanitário e estação de tratamento, para
garantir a qualidade ambiental de um dos mais importantes recursos naturais do Estado.

Implantação de Sistema de Coleta, Tratamento e Destinação Final dos Resíduos Sólidos

Deve merecer também atenção especial o tratamento e destinação final de resíduos


sólidos, com ações encaminhadas num trabalho conjunto com a Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMADS.

4.2.2 Programa Equipamentos Turísticos de Apoio

Este programa relaciona o conjunto de intervenções relativas aos equipamentos de suporte


ao desenvolvimento do turismo, através da dotação, em determinadas áreas, de logística
de apoio que dê sustentabilidade ao desenvolvimento da atividade nas suas diversas
formas de manifestação, de acordo com a distinção de tipos de consumidores adotada.

São indicados aqui os equipamentos cuja área de influência extrapola a escala local.
Outros empreendimentos equivalentes, mas de menor porte, devem ser objeto de
viabilização na perspectiva do desenvolvimento local, tanto para atendimento ao visitante
turista, quanto ao visitante excursionista.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 44

4.2.2.1 Áreas de Lazer e Excursionismo

O Plano propõe o desenvolvimento de um projeto de implantação e criação de áreas de


lazer junto às periferias das grandes cidades, principalmente na Região Metropolitana e nos
municípios classificados como áreas de excursionismo de alcance regional. Buscar-se-á
oferecer condições de lazer acessíveis e confortáveis e, ao mesmo tempo, minimizar os
impactos resultantes dos fluxos de excursionistas com motivação balneária - o dito
“farofeiro” - e os conflitos ocasionados em decorrência da sua superposição com os turistas
e os veranistas.

Devem ser consideradas como áreas prioritárias de intervenção, as unidades de


conservação ambiental existente em Zonas de Ecoturismo, além de outras áreas e locais
identificados que possuam condições de atratividade de fluxos de excursionistas,
particularmente aqueles localizados nos municípios periféricos à cidade do Rio de Janeiro,
onde se localiza uma grande massa de população com poucas opções de lazer ao ar livre.
É importante que estes projetos incorporem a presença do elemento água para atividade
balneária, fundamental na consideração do clima e na cultura de lazer de nossa
população.

Ainda que se trate de um programa público no que diz respeito ao investimento inicial, é
recomendável que os projetos contemplem a realização de estudo de viabilidade
econômica e financeira, de modo que a administração destas áreas possa ser repassada à
iniciativa privada sob a condição de manutenção do equipamento e de preservação
ambiental, além da garantia da sua continuidade e seus objetivos.

4.2.2.2 Centro de Convenções

Uma carência identificada em diversas regiões do Estado diz respeito à ausência de


equipamento receptivo para a realização de feiras, congressos e convenções de médio
porte, suporte essencial para o desenvolvimento deste promissor nicho de mercado.

A cidade do Rio de Janeiro inclui entre as ações propostas no Plano Maravilha, a


recuperação ou a implantação de um centro de convenções para esta escala de evento.

Do mesmo modo, deve ser estudada a localização de centros de convenções no interior do


Estado, de modo a possibilitar a interiorização desta fatia de mercado. Além da
identificação da rede de equipamentos de suporte para a realização de feiras, congressos
e convenções, ligados ou não à rede hoteleira, que vem sendo realizada pela Fundação
Rio Convention Bureau, devem ser estudados também os locais mais apropriados para a
implementação deste tipo de equipamento, nas Zonas de Turismo de Negócios, articulando
Governo do Estado, municípios e iniciativa privada. Trata-se de um projeto que deve ter o
seu detalhamento ao nível regional.

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4.3 MACROPROGRAMA 3 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Um dos principais problemas apontados pelo diagnóstico do Plano Diretor refere-se à


carência de informações e dados sobre o comportamento da atividade turística no Estado,
particularmente no que se refere aos fluxos de visitantes e suas características, bem como
aos dados econômicos resultantes da atividade.

Desta forma, é de fundamental importância para a implementação das propostas do Plano


e, principalmente, para a sua avaliação e para o detalhamento e aprofundamento de
alguns temas, a constituição de um Banco de Dados sistemático e permanente, que possa
embasar um programa de informações ao turista, bem como um programa de
acompanhamento e monitoramento do Plano.

O conjunto de informações disponibilizadas neste Banco de Dados é também um insumo


fundamental para uma efetiva operacionalização dos produtos turísticos em todos os elos
da sua cadeia produtiva, possibilitando a inserção e a interação, de forma profissional, de
todos os agentes que realizam a atividade no seu conjunto, desde o estágio da produção,
até a comercialização e o consumo final.

MACROPROGRAMA 3 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO

PROGRAMAS PROJETOS
Concepção e Implantação do Banco de
Banco de Dados Dados
Tratamento e Sistematização das
Informações
Mídia Eletrônica
Informação ao Turista
Postos de Informações Turísticas

Calendários de Eventos
Sinalização Turística

4.3.1 Programa Banco de Dados

A constituição de um Banco de Dados, sistemático e permanentemente atualizado, é o


componente fundamental de um sistema de informação. O grande desafio é a definição
do desenho deste Banco de Dados, que deve apresentar, definir e estruturar o conjunto de
informações e dados a serem levantados, sistematizados e disponibilizados.

O programa deve ser encaminhado, desde a sua origem, em conjunto com a Fundação
Centro de Informações e Dados do Estado - CIDE , além de outras fontes de dados
estatísticos com as quais a Fundação já mantém um trabalho articulado. A Central de
Informações Turísticas da TURISRIO que disponibiliza informações, basicamente da oferta
turística, deve participar da elaboração e operacionalização do Banco de Dados,
incorporando ao programa sua experiência e a vivência nesta área de atuação.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 46

A elaboração do quadro de referências estatísticas que deu suporte à consecução do


Plano, apesar da defasagem dos dados que apresenta, pode servir de insumo básico para
o início da concepção do projeto de um Banco de Dados sistemático e abrangente.

A estrutura do Banco de Dados deve considerar, necessariamente, a organização das


informações e o tratamento estatístico diferenciado para as categorias de visitantes
adotada pelo Plano.

Ainda com respeito à sua concepção, é imprescindível a discussão sobre a elaboração de


uma Matriz de Insumo-Produto, ou Conta Satélite, que permita desagregar, do conjunto dos
setores da economia, o comportamento das atividades turísticas relacionadas, e que
poderiam integrar o denominado setor turismo da economia estadual. Definida esta matriz
ou o instrumento equivalente, ela deve imediatamente passar a integrar o Banco de Dados
que identificará, sistematizará e disponibilizará as informações dela resultantes.

A construção de um Banco de Dados é a identificação das fontes onde serão levantados


informações e dados, bem como a definição dos critérios que devem nortear a coleta das
informações.

As fontes secundárias existentes permitirão, a curto prazo, definir o formato inicial do Banco
de Dados, que deverá tornar-se mais sofisticado a partir da sua implementação e
funcionamento. Na sua evolução, poderão ser propostas pesquisas primárias, por
amostragem e por temas específicos, em função das indicações decorrentes da evolução
do projeto.

Por estas considerações, e uma vez definida a concepção do Banco de Dados, a


implementação do programa pressupõe ainda duas etapas: a primeira consistiria no
levantamento e complementação das informações, a partir da identificação das fontes; a
segunda, no tratamento e sistematização dos dados.

Na primeira etapa, o conjunto de informações que subsidiaram a consolidação do


Diagnóstico do Plano deve embasar o início do levantamento de dados, destacando-se:

?? As informações sobre a oferta turística, disponíveis na Central de Informações Turísticas


da TURISRIO, observando-se, no entanto que alguns registros merecem uma discussão
sobre os critérios que norteiam a sua identificação e pesquisa;
?? Os dados da EMBRATUR sobre o movimento de chegada de turistas estrangeiros na
capital;
?? Os dados do IBGE sobre as residências de uso ocasional como referência sobre a
movimentação de veranistas;
?? Os dados da RAIS sobre o mercado formal de trabalho;
?? Os municípios, que são uma importante fonte de informações diversas, desde que
definidos critérios claros, objetivos e sistemáticos para a identificação da informação.

No que se refere à identificação do perfil do turista, e independente de outras ações no


campo da coleta e sistematização de dados, deve ser considerada a retomada da
utilização das Fichas Nacionais de Registro de Hóspedes – FNRH e dos Boletins de Ocupação
Hoteleira - BOH, de acordo com o que determina o artigo 21 da Deliberação Normativa nº
387/98 da EMBRATUR.

Além dos aspectos relativos à segurança pública, as fichas e os boletins acima referidos são
um eficiente instrumento de coleta de dados sobre o setor. Este tema deve ser objeto de um

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 47

trabalho conjunto com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, a EMBRATUR e o


órgão de segurança federal, de modo a agilizar os procedimentos e facilitar a prestação da
informação por parte dos prestadores de serviços de hospedagem, tanto do ponto de vista
da estatística quanto da segurança pública.

Na segunda etapa, o tratamento e a sistematização das informações devem ser objeto de


um trabalho permanente, a cargo da Fundação CIDE, em articulação com os demais
organismos que venham a participar do projeto.

A informação deve ser disponibilizada através da constituição de redes que possam


alimentar outros projetos que integram o sistema de informação, como os postos de
informação turística, a mídia eletrônica e, ainda, permitir o seu acesso a consultas
individuais, sob determinados critérios.

O tratamento e a sistematização devem ser avaliados periodicamente pela equipe técnica


responsável pelo Banco de Dados, particularmente dos setores que trabalham com a
divulgação da informação para os diversos agentes interessados.

Particularmente no que se refere à construção de uma matriz que permita avaliar,


constantemente, o comportamento da economia do Turismo no Estado, o trabalho deve ter
como ponto de partida a definição de conceitos sobre produto interno bruto turístico, valor
acrescentado bruto turístico, produção turística, consumo turístico, despesa turística,
consumo intermédio turístico, procura turística ou outros, conforme os ramos de atividade
que venham a ser analisados.

Sendo certo que estes conceitos são fundamentais para se avaliar os impactos econômicos
do Turismo e, sobretudo, a contribuição deste para o PIB, recomenda-se que seja seguida a
tendência registrada a nível mundial neste domínio, adotando-se a terminologia e a própria
conceituação utilizada pelo sistema da "Conta Satélite do Turismo", que será em breve
implementado nos países da Organização Mundial do Turismo, onde o Brasil se inclui. Trata-
se de um sistema anexo ao das Contas Nacionais, partilhando com este os seus conceitos,
definições e classificações de base.

Esta recomendação é a única forma que o Governo do Estado, as empresas, as instituições


e os cidadãos possuem para passar a deter uma informação fidedigna, visando garantir
eficácia às políticas públicas, eficiência aos negócios e melhoria da qualidade de vida.
Trata-se da obtenção de dados credíveis, devidamente fundamentados, sobre a
importância do turismo, designadamente no que se refere à magnitude dos seus efeitos
multiplicadores.

Quem gere o turismo, no setor público ou no setor privado, necessita de informação


confiável, composta de indicadores capazes de garantir a credibilidade das medidas
propostas, onde relevam as seguintes características:

?? Dados de natureza estatística, produzidos regularmente, num quadro de processo


estatístico contínuo;
?? Dados originados em estimativas baseadas em fontes estatísticas credíveis e
independentes;
?? Dados comparáveis no tempo e com outros domínios de atividade;
?? Dados consistentes em termos nacionais, apresentados numa perspectiva macro-
econômica reconhecida internacionalmente.

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4.3.2 Programa de Informação ao Turista

A informação ao consumidor turista, através dos meios de comunicação a serem


disponibilizados, deverá contar com o Banco de Dados como ferramenta fundamental. A
divulgação destas informações , além das aplicações técnicas, poderá funcionar como
elemento promocional e motivador para a escolha do destino, ainda no seu local de
residência permanente, ou orientar o turista já no local de destino, ampliando a informação
sobre a oferta local.

Desta forma, os Projetos a seguir enunciados propõem diferentes canais de divulgação das
informações e dados para os diversos tipos de interlocutores interessados, ou que possam ter
o seu interesse despertado sobre a informação turística.

4.3.2.1 Mídia Eletrônica

Um primeiro passo no sentido da promoção da acessibilidade às informações deve se


concretizar na fase de tramitação na Assembléia Legislativa para a aprovação do Plano
Diretor, com a sua divulgação no sentido de ampliar a discussão em torno do tema pelo
universo de atores que integram o setor. Deste modo, propõe-se a criação de um web site
na Internet, onde os interessados, a partir de um cadastro, poderão não só acessar as
informações contidas no trabalho, como também contribuir com reflexões e críticas ao
mesmo.

Esta página na Internet deve evoluir para a construção de um projeto permanente de


disponibilização de informação para os interessados de uma maneira geral e,
especificamente, para os agentes turísticos. As informações sobre a oferta turística que
interessam ao público ampliado podem se abrir em links diversos, organizados
territorialmente por regiões turísticas e por municípios.

4.3.2.2 Postos de Informações Turísticas

O projeto de instalação de Postos de Informações Turísticas existente na programação da


TURISRIO deve ter a garantia da sua continuidade, tendo em vista que a construção do
Banco de Dados deve ser o seu elemento alimentador. Hoje esta informação é fornecida
pela Central de Informações Turísticas da TURISRIO.

Na fase de detalhamento desta ação, devem ser definidos, os locais mais indicados para a
instalação dos postos, preferencialmente anexados ou incorporados às estruturas já
existentes e em funcionamento. Prioritariamente devem ser considerados os locais de
chegada de visitantes, tais como os terminais de passageiros das estações rodoviárias,
ferroviárias, hidroviárias e aeroviárias, além das principais rodovias de acesso ao Estado.
Também devem ser estudadas, como locais passíveis de instalação de postos de
informações, as áreas centrais dos municípios e os locais de grande afluxo de visitantes.

Os postos devem ser implementados de acordo com o zoneamento, por ordem de


prioridade, nos pólos turísticos internacionais, nacionais e estaduais. Devem ser instalados em
sistema de rede, localizados em pontos estratégicos e funcionando nos horários em que o
turista mais necessita das informações que, muitas vezes, não coincidem com o expediente
das repartições públicas. Sugere-se que, para esse efeito, possam ser estabelecidas

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parcerias estratégicas entre a administração pública - Governo do Estado e dos Municípios -


com operadores privados.

4.3.2.3 Calendários de Eventos

A construção do Calendário Turístico Estadual é um projeto em andamento na TURISRIO que


seleciona os eventos que o integram, embora se trate de uma demanda recorrente dos
municípios e de diversos agentes que operam no setor.

Neste sentido, paralelamente à seleção que é realizada pela TURISRIO, devem ser
identificados outros eventos de menor porte nos municípios, de modo a constituir
calendários com diferentes potenciais de atratividade e escalas diversas. Desta forma,
poderão ser comercializados de forma integrada com o calendário oficial do Estado,
oferecendo produtos complementares em determinadas ocasiões, valorizando circuitos e
roteiros turísticos regionais, permitindo um trabalho articulado entre municípios.

Esta informação deve ser a base de um trabalho sistemático de divulgação através de


material promocional, folhetaria e no projeto de mídia eletrônica referido, sendo necessário,
no entanto, rever a atual tendência, que parece existir, de se promover a organização de
espetáculos, manifestações ou eventos isolados, desintegrados de todo um conceito de
globalidade.

Neste sentido, deve ser considerada a perspectiva de realização de eventos associados, ou


paralelos a um evento principal, e ainda, a realização de eventos que, embora tendo
características autônomas, estão intimamente relacionados e são vistos pelo turista como
fazendo parte de um todo de animação, com grande apelo à participação.

A característica básica da “continuidade da animação" prende-se, naturalmente, com a


necessidade de preencher todo o ano com eventos, fator que funciona como agente de
combate à sazonalidade, designadamente quando esse calendário possui,
simultaneamente, uma distribuição espacial adequada.

Neste contexto, devem ser aproveitados os inúmeros eventos realizados ao longo do ano,
de forma permanente (carnaval, réveillon, festivais de música, manifestações folclóricas
etc.), com base em equipamentos e serviços já existentes, até aos inúmeros torneios
esportivos que ocorrem no Estado ao longo do ano, seja no futebol, no tênis ou no surf.

A utilização de tais eventos em termos de animação não pode ser, obviamente, repetitiva
em relação a cada tipologia, mesmo que se recorra à utilização de diferentes roupagens
para a sua promoção.

Torna-se essencial a tomada de medidas simples que imponham a articulação e a


integração do planejamento destes eventos, com caráter de permanência ao longo do
ano, para evitar a ocorrência de eventos idênticos, ou de idêntica qualidade, em datas
muito próximas umas das outras e em locais diferentes do Estado, permitindo ao turista
escolher entre um leque alargado de opções colocadas à sua disposição.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 50

4.3.2.4 Sinalização Turística

A riqueza do território estadual em termos de atrativos turísticos e a diversidade de produtos


que podem vir a ser oferecidos e explorados turisticamente impõem, como necessária, a
implantação de um Projeto de Sinalização Turística Estadual.

A EMBRATUR já tem pronto um trabalho denominado Manual de Sinalização Turística, que


deve ser considerado como referência básica e ponto de partida do Projeto. Este manual
foi elaborado em consonância com o padrão adotado pelos principais países receptores
de turistas, disponibilizando informações técnicas necessárias à adoção de um sistema
uniformizado de sinalização turística. Este trabalho deve nortear as discussões iniciais com os
órgãos responsáveis pela gestão das rodovias e com os municípios, no sentido de adequá-
lo, mantendo-se as características de unidade de linguagem adotada no âmbito nacional e
internacional.

Deve ser considerada a possível comercialização de espaço publicitário nas próprias placas,
como forma de viabilizar economicamente a implantação do Projeto.

O Projeto de Sinalização Turística deve ser concebido em duas partes, relativamente às


escalas em que deve ser estruturado.

A primeira parte refere-se a sinalização rodoviária cobrindo o território do Estado, onde


devem ser identificadas as principais rodovias a serem sinalizadas turisticamente, com
indicação dos pontos estratégicos para a colocação dos elementos visuais propostos. Este
trabalho dever ser encaminhado em conjunto com a DNER, o DER e a Secretaria de Estado
de Transporte, não só no que se refere à aprovação dos modelos a serem adotados e na
sua harmonização com a sinalização rodoviária existente, bem como na definição dos
locais mais adequados para a localização dos elementos visuais. Este Plano já indica um
elenco de rodovias no programa relativo à infra-estrutura rodoviária, que devem ser
consideradas como prioritárias para a implementação do projeto de sinalização.

A escala desta proposta obedece ao estabelecimento de etapas de implantação,


conforme definidas neste Plano, e que deverão seguir os seguintes critérios:

?? 1a Etapa: grandes eixos que atravessam as principais regiões turísticas.


?? 2a Etapa: grandes eixos de acesso às principais regiões turísticas e eixos secundários que
atravessam as regiões turísticas.
?? 3a Etapa: Principais eixos de acesso às regiões que deverão receber tratamento para o
desenvolvimento da atividade turística no seu interior.

São definidos, assim, os trechos de rodovias a serem atendidos pelo Projeto segundo os
critérios estabelecidos para suas diferentes etapas:

1a Etapa

VIA TRECHO
BR-101 Parati / Rio de Janeiro
BR-116 Resende (divisa com SP)/ Rio de Janeiro
Duque de Caxias / Além Paraíba (divisa com MG)
BR-040 Duque de Caxias / Comendador Levy Gasparian (divisa com MG)
RJ-163 Penedo / Visconde de Mauá (Estrada Parque)
RJ-116 Itaboraí / Bom Jardim
RJ-106 Niterói / Macaé

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 51

2a Etapa

VIA TRECHO
BR-101 Niterói / Campos dos Goytacazes (divisa com ES)
BR-393 Barra Mansa / Além Paraíba (divisa com MG)
BR-495 Petrópolis / Teresópolis
BR-356 Itaperuna (divisa com MG) / Campos dos Goytacazes
RJ-155 Barra Mansa / Angra dos Reis
RJ-145 Piraí / Rio das Flores (divisa com MG)
RJ-130 Teresópolis / Nova Friburgo
RJ-142 Nova Friburgo / Casimiro de Abreu
RJ-124 Rio Bonito / Araruama

3a Etapa

A definição das rodovias a serem prioritariamente atendidas nesta etapa do Projeto deverá
constar das proposições de âmbito regional.

A segunda parte da implantação do Projeto refere-se à sinalização intra-urbana, onde serão


indicados especificamente os atrativos e serviços turísticos a serem sinalizados. Este estágio
do trabalho deve ser encaminhado em conjunto com os municípios, que devem opinar,
tanto na indicação dos recursos a serem sinalizados, quanto na localização dos elementos
visuais.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 52

4.4 MACROPROGRAMA 4 - FOMENTO À ATIVIDADE

O Macroprograma de Fomento à Atividade engloba uma diversidade de programas e


projetos que têm como objetivo básico promover e estimular o desenvolvimento da
atividade turística nas suas diversas modalidades de manifestação e expressão.

Direta ou indiretamente, todas as ações e projetos propostos no âmbito deste Plano Diretor
poderiam se enquadrar como instrumentos de fomento, mas o recorte proposto para o
macroprograma engloba aquelas ações e projetos mais diretamente relacionadas às
demandas das empresas prestadoras de serviços turísticos, seja no que se refere à oferta de
recursos financeiros, através de programas creditícios, seja no que se refere à qualificação
profissional, seja quanto às questões relativas à gestão dos serviços turísticos. Em síntese,
neste macroprograma, estão relacionados todos os programas e projetos que têm como
objetivo específico profissionalizar a prestação dos serviços turísticos do Estado do Rio de
Janeiro.

MACROPROGRAMA 4 – FOMENTO A ATIVIDADE

PROGRAMAS PROJETOS

Manual de Orientação ao Empresário


Orientação para Gestão dos Serviços
Turísticos Banco de Negócios Turísticos

Ampliação e Qualificação da Oferta


Hoteleira

Estruturação de Câmara Técnica de


Coordenação da Formação de Recursos
Humanos
Formação e Qualificação de Recursos
Humanos Formação Técnica Profissional

Especialização e Reciclagem de
Mão-de-Obra Empregada

PRODETUR SUDESTE
Captação de Recursos
Incentivos Fiscais e Programas de Crédito

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 53

4.4.1 Programa de Orientação para a Gestão dos Serviços Turísticos

O Programa de Orientação para a Gestão dos Serviços Turísticos compõe-se de projetos


que objetivam, basicamente, orientar os empresários do setor, disponibilizando um conjunto
de instrumentos que interessem ou possam vir a interessá-lo.

A orientação e as indicações organizadas e disponibilizadas em linguagem amigável


propõem, por um lado, esclarecer o empresário que já atua no setor, permitindo a sua
inserção mercadológica na perspectiva de uma atuação profissional. Por outro lado,
objetiva criar um canal de veiculação de informações relativas a oportunidades de
negócios que podem se constituir em eficaz instrumento de alavancagem de grandes
projetos e empreendimentos, em diversas regiões e em diversos segmentos que integram a
atividade turística.

4.4.1.1 Manual de Orientação ao Empresário.

O primeiro projeto proposto no âmbito deste programa refere-se à constituição de um


instrumento de orientação aos empresários. Trata-se da consolidação de um conjunto de
conceitos e informações que possam, além de informar os empresários do setor sobre o
universo de diversos agentes que interagem, desde o nível da produção até a
comercialização final do produto turístico, esclarecer do ponto de vista conceitual a forma
de articulação destes diversos atores. Em síntese, a proposta inclui a apresentação de um
estudo relativo à estruturação da cadeia produtiva da atividade turística no Estado.

O tratamento destas questões implica em analisar a organização desta cadeia produtiva


nas suas distintas formas de manifestação, de modo a subsidiar um trabalho de orientação e
informação aos atores que operam no setor sobre o seu funcionamento e sobre os seus
principais “gargalos”. Este estudo e sua apresentação de forma clara, acessível e objetiva,
promoverá a efetiva integração e profissionalização do setor e a qualificação dos recursos
estaduais, com vistas à sua comercialização, de forma a que eles possam, efetivamente, se
transformar em produtos turísticos, integrados às diversas concepções consideradas pelo
Plano.

O entendimento, por parte dos agentes que operam no setor, dos diversos elos entre as
funções que integram, direta ou indiretamente, a cadeia produtiva da atividade, bem
como dos diversos modos de ligação destes elos, é uma condição fundamental para a sua
profissionalização.

A disponibilização de informações sobre o universo de agentes que operam no setor, desde


a etapa de produção até sua comercialização ao consumidor final, é outra condição
fundamental para o seu desenvolvimento. Esta informação também deve integrar o
manual, o que reafirma a necessidade de construção do Banco de Dados sobre a
atividade, onde os agentes possam encontrar todas as informações necessárias à sua
inserção neste mercado.

Este material deve ser impresso e distribuído, de forma ampla, às diversas organizações e
representações de mercado presentes no Estado. Além da divulgação através da mídia
impressa, o Manual deve ser objeto de divulgação permanente através do site referido no
projeto da Mídia Eletrônica.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 54

4.4.1.2 Banco de Negócios Turísticos

O projeto do Banco de Negócios Turísticos atua de forma complementar ao projeto anterior,


mas cumpre um objetivo diverso no âmbito do programa de orientação a gestão do serviço
turístico.

Este é também um projeto que integra a programação da TURISRIO e constitui a construção


de um Banco de Dados com características específicas.

Trata-se de um trabalho permanente de identificação de oportunidades de investimentos e


de interesses diversos relacionados aos negócios turísticos, cuja divulgação em escala
abrangente pode possibilitar a consolidação de parcerias e sociedades entre atores,
viabilizando, pela conjunção de interesses, a concretização de empreendimentos diversos.

As informações sobre as oportunidades de negócios devem ser complementadas com


dados, permanentemente atualizados, sobre o mercado, benefícios fiscais e linhas de
crédito, bem como formas de acesso, exigências e legislação aplicável, identificação de
oportunidades de investimentos, disponibilidade e condições para obtenção de recursos
financeiros.

Também este é um projeto que se integra ao da Mídia Eletrônica, exigindo, no entanto, uma
administração específica no sentido do levantamento de oportunidades de negócios
diversos, e também na identificação e aproximação dos interesses coincidentes, com vistas
à realização das parcerias.

4.4.1.3 Incentivo à Ampliação e Qualificação da Oferta Hoteleira

Os meios de hospedagem, principalmente aqueles do interior do Estado, apresentam uma


oferta média de unidades habitacionais relativamente baixa, o que não se constitui num
aspecto negativo ou positivo, nem está relacionado diretamente à qualidade do serviço
prestado. No entanto, a comercialização de produtos para grandes grupos demanda uma
capacidade de hospedagem que, se oferecida sob a mesma gestão administrativa , facilita
a venda deste tipo de produto.

Neste sentido, o desejável aumento dos fluxos turísticos, principalmente no tocante aos
mercados externos, recomenda uma adequação da oferta hoteleira, criando a alternativa
de oferta conjunta de maior número de unidades habitacionais, seja através da construção
de empreendimento de maior porte, seja pelo consórcio de empreendimentos de menor
porte, propiciando a sua comercialização conjunta, desde que mantidas o padrão dos
serviços oferecidos e unificado o sistema de comercialização. Fortalece esta indicação o
interesse dos operadores turísticos na promoção de vôos charters, que só apresentam
rentabilidade aceitável se o número de viajantes o justificar. Acresce que a existência de
aeroportos em algumas localidades turísticas, bem preparados para receber vôos deste
tipo, como acontece atualmente em Cabo Frio, encontraria nesta atividade um modo
adequado de lhes conferir uma movimentação significativa de passageiros, cumprindo
assim o turismo o papel que lhe está também destinado, de integração com outros setores
de atividade econômica.

Neste contexto, é de realçar a importância, para o turismo da faixa litorânea entre Angra
dos Reis e Paraty, que poderá advir do fato de serem melhoradas as condições da infra-

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 55

estrutura aeroportuária da região, uma vez que se trata de uma zona privilegiada para o
incremento daquele tipo de turismo baseado em vôos chater.

4.4.2 Programa de Formação e Qualificação de Recursos Humanos

O desenvolvimento turístico proposto deve assentar-se numa estratégia na qual o território


estadual seja considerado um local privilegiado para o incremento de um turismo seletivo,
aberto a segmentos de mercado de procedência interna e internacional, tendo por base
uma oferta de produtos diversificados e complementares, cuja identidade e diferenciação
aponte para índices de elevada qualidade.

Nesse sentido, um dos componentes essenciais para a caracterização qualitativa dos


destinos turísticos passa, necessariamente, pelo nível da qualidade da prestação de
serviços, que depende do impacto provocado pelo tipo de acolhimento e dos serviços
efetivamente oferecidos.

Do diagnóstico realizado para a situação dos recursos humanos/habilitações profissionais no


Estado do Rio de Janeiro, sobressaíram acentuadas carências em todas as áreas, tanto na
capacitação profissional de empreendedores e executivos de empresas do turismo, na
hotelaria e da restauração, como na qualificação adequada do pessoal dos organismos e
empresas públicas da administração estadual e municipal, bem como dos guias e demais
pessoal de informação turística, e ainda dos operadores que mantêm contato direto com o
cliente.

O “input” da componente dos recursos humanos através das linhas estratégicas


inventariadas, requer uma oferta de formação estruturada no contexto, quer do subsistema
nacional de educação profissional, alimentada pelas iniciativas do MTE e do MEC, quer do
subsistema nacional de educação superior universitária, a ser implementada no Estado do
Rio de Janeiro.

Trata-se de uma estratégia de articulação própria do setor do turismo, para que se


potencializem qualitativamente as instituições existentes e as que urge criar, numa atuação
subordinada a modelos resultantes de diretrizes nacionais, em que a autonomia de cada
um contribua de forma harmônica e sustentada para as metas do Plano Diretor de Turismo
do Estado do Rio de Janeiro, e das necessidades dos seus principais agentes operacionais: a
administração estadual, os municípios, as empresas e os profissionais.

4.4.2.1 Estruturação da Câmara Técnica de Coordenação da Formação de Recursos


Humanos

Para maior eficácia da estratégia desenhada recomenda-se uma coordenação setorial,


através de uma Câmara Técnica de Coordenação da Formação no domínio das profissões
do turismo e da hotelaria, vinculada ao Conselho Estadual de Turismo, dotada de um
secretariado técnico permanente e composta por um conjunto de membros efetivos e
convidados que envolva os setores e departamentos da administração estadual (turismo,
educação e trabalho), da administração municipal (um representante por região turística),
das estruturas oficiais (Embratur, Turisrio, Riotur, Senac e Sebrae), de representantes
empresariais (associações hoteleiras, de restaurantes e de agências de viagens), dos
trabalhadores dos profissionais (sindicatos, ABBTUR) e das instituições de formação

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 56

(faculdades e escolas técnicas), para a definição de políticas, prioridades, meios, áreas de


intervenção, complementaridades e parcerias.

A esta Câmara Estadual caberá, essencialmente:

?? Criar e desenvolver programa de acompanhamento e mapeamento sobre a


empregabilidade e mobilidade dos diplomados e das necessidades de formação, bem
como da eficácia dos vários sub-sistemas que contribuem para a educação/formação
das profissões do turismo e da hotelaria, atividade esta que deverá ser desenvolvida no
âmbito do Observatório de Turismo;
?? Colaborar na formulação de políticas estaduais de formação no domínio das profissões
do turismo e da hotelaria;
?? Definir programas anuais de formação no Estado, com certificação e avaliação dos seus
promotores;
?? Articular e requalificar a realização de estágios práticos;
?? Promover a valorização das instituições de ensino superior e técnico, para a área do
turismo;
?? Promover a integração dos bacharéis de turismo;
?? Desenvolver ações para a certificação de qualidade profissional;
?? Reavaliar a estrutura dos cursos de guias de turismo;
?? Fomentar a investigação metodológica aplicada ao ensino técnico no turismo e na
hotelaria, bem como a troca de experiências com outros Estados do Brasil, com países
estrangeiros e organizações Internacionais do setor;
?? Lançar plataformas inovadoras para a eficácia, extensão e impacto geográfico da
educação/formação, pela implementação de modelos de formação à distância,
sobretudo no que se refere à formação contínua.

4.4.2.2 Formação Técnica Profissional

A diversificada oferta turística existente no Estado e as estratégias de desenvolvimento


propostas no âmbito desse Plano, requerem a disponibilização de recursos humanos com
adequada qualificação e competência para desempenhar um número elevado de
atividades específicas e especializadas. Essas atividades vão desde aquelas relacionadas
com o planejamento e a gestão dos recursos turísticos à realização de pesquisas de
mercado, passando pelo desenvolvimento de redes, circuitos e produtos turísticos
segmentados e pela gestão de empresas turísticas, de pequeno, médio e grande porte.

A operacionalização de todos estes fatores depende, inevitavelmente, dos recursos


humanos, que intervêm no processo turístico, em todos os campos e níveis. Daí a
necessidade de um conjunto diversificado e renovado de oferta de formação – formação
inicial; aperfeiçoamento, especialização e reconversão – para todos os níveis, articulada
num sistema coerente, que possa dar resposta às necessidades de concepção e
planejamento, gestão, promoção e informação, comercialização, animação, recepção e
orientação de visitantes e operação de empresas e serviços turísticos.

Esse sistema deverá ser composto por agentes públicos e privados de formação, voltados
para o desenvolvimento de processos educativos, que respeitem performances estratégicas
do ponto de vista tecnológico e operacional (saber-fazer), mas igualmente, culturais (saber-
saber), de comunicação, incluindo as línguas estrangeiras dos principais mercados (saber-
ser), e de dimensão ética (saber-estar).

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 57

?? Implementação de Cursos Tecnológicos na Área de Turismo/Escolas de Hotelaria e


Turismo

Implementação e racionalização da educação profissional em turismo e hotelaria, através


de ensino técnico (tecnológico) em inter-complementaridade com o ensino regular, (não se
limitando à realização de cursos profissionalizantes, sucedâneos e empobrecidos da
educação geral), mas com as especificidades próprias de vocação para o mercado de
trabalho e a identidade específica de perfis profissionais de saída e autonomia da escola
para a permanente atualização dos cursos e dos seus currículos, face à pressão e às
exigências do desenvolvimento do setor, em geral, e das empresas, em particular, no
contexto da sua inserção regional.

Nesse sentido, propõe-se a criação de instituições exclusivamente direcionadas para a


educação profissional de nível técnico em hotelaria e turismo - “Escolas de Hotelaria e
Turismo” - que dêem resposta a esta necessidade de formação de técnicos de nível médio,
segundo perfis profissionais ajustados às especificidades das exigências acima apontadas.

Estas instituições, que requerem condições específicas, não só para o saber-saber, mas
sobretudo para o saber-fazer e o saber-estar, exigem uma infra-estrutura laboratorial e,
mesmo, de produção, com características próprias, envolvendo recursos consideráveis para
a sua implementação e manutenção, os quais poderão, eventualmente, integrar o âmbito
do PROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional do MEC, devendo desenvolver
programas articulados com a FAETEC – Fundação de Amparo ao Ensino Técnico, que já
atua nesta área.

Em razão desses custos elevados de implantação e operacionalização, a rede deste tipo de


escolas técnicas no Estado do Rio de Janeiro deverá obedecer a critérios de racionalização,
entendendo-se que a mesma deva levar em consideração a criação de “Escola Âncora”
(ou Hotel-Escola; ou Restaurante-Escola) nas Regiões Turísticas mais relevantes (considerando
a potencialidade de crescimento turístico e a respectiva densidade populacional), com a
possível constituição de pólos de menor dimensão em outras regiões, onde não se justifique
a existência de um núcleo central. Excetua-se a Área da Cidade do Rio de Janeiro que,
pela realidade da sua oferta turística e pela elevada população, exige uma dotação
superior deste tipo de Instituições.

Por outro lado, às Instituições de educação profissional especialmente voltadas para o nível
técnico, graças ao seu equipamento e quadro de formadores, cabe ainda um papel
decisivo pela organização de cursos de educação profissional básica e à medida de
necessidades conjunturais, bem como a montante, pela realização permanente de cursos
de aperfeiçoamento, reconversão e especialização, em vários níveis, numa linha de
educação ao longo da vida.

?? Implementação do Centro de Formação Prática pelas Instituições de Ensino Superior

É importante reforçar a importância de formação laboratorial também no nível superior de


ensino. Na realidade, quem melhor poderá gerir operações do que aqueles que já as
experimentaram fazendo? Quem poderá realizar estágios profissionais em empresas com um
mínimo de produtividade para validação de conhecimentos e obtenção de ritmos, sem
saber, “a priori”, o que fazer e como? Quem poderá trabalhar com eficácia em equipe, se
nunca o fez anteriormente na escola ? E para aqueles com vocação empresarial para

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 58

criarem o seu próprio emprego, como assimilarem padrões de qualidade e referenciais de


procedimentos em diversas situações, a ponto de as repetirem e corrigirem?

Daí ser indispensável que as instituições com formação superior em turismo encontrarem
uma solução para o preenchimento desta lacuna, que poderá passar pela criação e
gestão conjunta (própria ou delegada) de um “Centro de Formação Prática”, dotado dos
requisitos indispensáveis a este tipo de formação (equipamentos e formadores), de
preferência com possível contato com o público, para ser utilizado de forma rotativa por
todos. A implantação e manutenção deste Centro deve resultar de um trabalho articulado
entre as diversas instituições que demandam este tipo de apoio à formação.

4.4.2.3 Especialização e Reciclagem da Mão de Obra Empregada

Criação de um programa de reciclagem/especialização para os quadros médios e


superiores das empresas (descentralizado por locais estratégicos do Estado), garantindo a
melhoria global do serviço e a sua eficiência, pela valorização do profissionalismo, a ponto
de permitir maior produtividade e eficácia, bem como a realização em “tempo certo” das
prestações requeridas. Este programa deverá incidir fundamentalmente sobre a
organização e gestão das respectivas seções, tecnologias complementares, higiene e
segurança, relações inter-pessoais, fórmulas de liderança e técnicas de venda direta.

?? Formação de Multiplicadores

Criação de um “Programa de Formação de Multiplicadores” dirigido aos profissionais da


hotelaria e do turismo, cuja experiência, nível escolar e formação profissional, bem como as
respectivas capacidades de comunicação, permitam ascender a esse perfil, com o objetivo
de potenciar o incremento de formação nas próprias unidades onde esses formadores
atuam, para melhor inserção de novos elementos, aperfeiçoamento e especialização do
existente e adequado acompanhamento de estagiários dos níveis técnico e superior.

Propõe-se a constituição de uma bolsa de formadores diplomados para participarem em


ações a cargo de diversos promotores, quer na área metropolitana, quer nos municípios do
interior, especialmente durante a época baixa do turismo. O conteúdo desta ação deverá
incluir o fornecimento de kits programáticos, com planos de aula, suportes documentais,
exercícios e provas de avaliação, para garantir a existência de bases comuns de atuação,
bem como de rigor e eficiência pedagógica.

?? Formação para Empresários

Criação de um programa para empresários e candidatos a empresários de pequenas e


médias empresas turísticas e hoteleiras, a ser implementado em locais estratégicos do
Estado, com vistas a integrá-los às linhas estratégicas de desenvolvimento turístico,
valorizando oportunidades de negócios complementares, e fornecendo ferramentas
tecnológicas de montagem e gestão das operações, de marketing, de gestão dos recursos
humanos e de gestão financeira.

Elaboração de programas de formação avançada nas universidades para a criação,


montagem e exploração de pequenas e médias empresas turísticas.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 59

?? Formação Técnica de Mão de Obra Básica/Operacional

Criação de “Brigadas Móveis” de formação técnica de nível básico, com cursos


predominantemente gestuais nas respectivas seções técnicas da hotelaria e do turismo, ou
em disciplinas complementares, como higiene e relações inter-pessoais, constituídas por
especialistas das diversas áreas, para levarem a efeito ações de capacitação e de
aperfeiçoamento nos principais centros de oferta turística, e destinadas a profissionais de
uma só empresa, se a sua dimensão o justificar, ou englobar um conjunto de profissionais de
várias empresas provenientes de um determinado local ou zona turística. Essas Brigadas
utilizariam os Multiplicadores certificados, conforme referido acima, para a realização de
suas ações.

?? Reciclagem de Guias de Turismo

Realização de cursos de reciclagem de guias de turismo em conjunto com o SINDGETUR, na


cidade do Rio e em outros locais de maior incidência e importância desses profissionais,
como forma de incrementar competências uniformes em áreas de maior especificidade de
conhecimentos como a história; história da arte; geografia; etnografia; e vida
contemporânea (cultural, política, e social).

?? Reciclagem/Especialização de Profissionais

Realização de cursos de idiomas técnicos direcionados para as atividades do setor, (guias e


outros profissionais do turismo, recepcionistas de hotel, diretores de alimentos e bebidas e
chefes de restaurante), devendo ser priorizados os idiomas referentes aos mercados com
maior procura.

Realização de cursos de técnicas de animação, enquanto complemento profissional para


as profissões ligadas à organização de eventos e para outras especialmente vocacionadas
para o contato com o cliente.

?? Valorização e Especialização em Gastronomia Brasileira

Realização de ações para a reciclagem e especialização em cozinha brasileira, seguidos


da realização de concursos gastronômicos com premiação para os melhores profissionais,
enquanto elemento qualitativo e complementar da oferta turística, objetivando manter a
autenticidade cultural da sua tradição e dos seus sabores, mas segundo fórmulas de
apresentação compatíveis com modelos de rentabilidade e com os hábitos alimentares de
consumidores de variadas e distintas proveniências.

4.4.3 Programa de Captação de Recursos

O desenvolvimento de qualquer atividade ou setor da economia tem como condição


fundamental a disponibilidade de recursos financeiros para a implementação das medidas,
ações e intervenções em diversos âmbitos e etapas, da dotação de infra-estrutura básica
até a implantação e operação dos serviços.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 60

O Programa de Captação de Recursos integra três projetos que podem dar suporte
financeiro para o desenvolvimento da atividade.

4.4.3.1 PRODETUR SUDESTE

O PRODETUR é um programa do governo federal, destinado a viabilizar recursos financeiros


oriundos do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, com vistas a incentivar o
desenvolvimento do turismo. O Projeto se constitui numa experiência bem sucedida no
suporte à expansão da atividade na Região Nordeste do país.

O projeto do PRODETUR Sudeste vem sendo objeto de negociação e entendimentos dos


Governos do Estado do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, de Minas Gerias e de São Paulo
com o Ministério do Esporte e Turismo / MET. Para dar início ao projeto, foi instituído através
do Decreto 25.848 de 20/12/99, um Grupo de Trabalho – GT, com o objetivo de elaborar os
documentos que embasaram as articulações com o BID. O GT contou com a participação
da SEDET, SECPLAN, SEMADS, TURISRIO e CODIN, e o documento preliminar apresentado
teve como referência básica os documentos então elaborados pelo Plano Diretor de
Turismo do Estado (Diagnóstico do Estado e Diagnóstico das Regiões Turísticas).

As áreas prioritárias de intervenção de acordo com orientação do BID e do MET são:

?? Desenvolvimento Institucional
?? Recuperação do Patrimônio Histórico
?? Recuperação do Meio Ambiente
?? Capacitação de Mão-de-Obra
?? Infra-estrutura Urbana
?? Infra-estrutura de Transporte
?? Marketing

A conclusão do Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro deve dar um novo
ânimo ao projeto e provocar a retomada de negociações para a sua concretização. Trata-
se de uma ação fundamental no sentido de serem viabilizados recursos expressivos para as
intervenções públicas, principalmente no que se refere à infra-estrutura básica. Os projetos
que integram o Programa Infra-estrutura Básica incluem as propostas que também integram
a programação do PRODETUR SUDESTE no Rio de Janeiro.

4.4.3.2 Incentivos Fiscais e Financeiros

Um dos entraves básicos ao desenvolvimento do setor refere-se à dificuldade de acesso ao


sistema de credito. Não obstante a existência de fundos diversos, alguns deles destinados
especificamente ao desenvolvimento do turismo, as condições para a obtenção dos
referidos recursos não se adequam, na maioria dos casos, à realidade do empresário
estadual.

Este projeto propõe o estabelecimento de condições creditícias e mecanismos operacionais


que podem,de forma realista, se constituir em oportunidades de financiamento, de acordo
com o perfil do empresário estadual. Esta discussão deve ser encaminhada em conjunto
com as instituições de crèdito que operam com recursos que podem subsidiar a
implantação de novos empreendimentos, a ampliação e a modernização e melhoria

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 61

operacional de serviços turísticos: BNDES – Banco de Desenvolvimento Econômico e Social,


Caixa Econômica Federal – CEF e Banco do Brasil. Deve ser estudada a constituição de uma
cesta de produtos que possa atender às diversas faixas de demanda de recursos financeiros
para hotelaria, restaurantes, parques temáticos etc.

Complementarmente à esta ação, deve ser uma montada uma estrutura técnica que possa
assessorar a preparação de projetos de operadores individuais interessados em realizar a re-
qualificação dos respectivos estabelecimentos hoteleiros ou outros meios de alojamento e
serviços turtísticos, podendo ainda esta assessoria técnica apoiar o setor hoteleiro sobre o
nível de necessidades dos estabelecimentos em termos de recursos humanos e
consequente orientação para a formação profissional.

Além dos mecanismos creditícios, outro instrumento de fomento à atividade refere-se à


concessão de incentivos fiscais. Trata-se de um tema que merece uma análise detalhada e
circunstancial junto as diferentes esferas de governo, no sentido de serem efetivamente
analisadas as condições e disponibilidades no que se refere à abdicação de parcela de
arrecadação de recursos fiscais, em prol do desenvolvimento do setor.

De qualquer modo, os incentivos que possam vir a ser concedidos devem ser dados sob a
ótica de adequação aos princípios que norteiam este Plano e ao seu detalhamento na
escala regional.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 62

4.5 MACROPROGRAMA 5 - CONSOLIDAÇÃO DO PRODUTO TURÍSTICO

O Macroprograma Consolidação do Produto Turístico refere-se a um conjunto de


Programas, Projetos e Ações, estreitamente articulados, encaminhados no sentido de
viabilizar as condições necessárias para a realização dos diversos produtos turísticos
estaduais, regionais ou locais.

São consideradas as condições dos atrativos turísticos, que estão na origem da motivação
do deslocamento e na escolha do destino, analisando a sua integração e articulação com
os serviços locais e suas respectivas condições, até chegar ao final da linha de produção,
no estágio da comercialização, promoção e marketing.

O Macroprograma subdivide-se em dois Programas e diversos Projetos, conforme


apresentado a seguir.

MACROPROGRAMA 5 – CONSOLIDAÇÃO DO PRODUTO TURÍSTICO

PROGRAMAS PROJETOS

Mapeamento e Avaliação dos Recursos


Turísticos
Identificação, Organização e Qualificação
dos Produtos Turísticos Roteiros e Circuitos Turísticos

Redução de Custos por Unidade de Produto

Valorização das Ambiências e Lugares


Turísticos

Incentivo à Implementação de
Equipamentos de Lazer

Elaboração e Implementação do Plano de


Marketing e Promoção

Promoção e Marketing Estudo e Promoção da Imagem Turística do


Estado do Rio de Janeiro

Sistemas de Comercialização – Principais


Canais de Distribuição e Mobilização dos
Formadores de Opinião

Ações Promocionais com Relação aos


Mercados Emissores

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 63

4.5.1 Programa de Identificação, Organização e Qualificação dos Produtos


Turísticos

O Programa de Identificação, Organização e Qualificação de Produtos Turísticos objetiva


recuperar, revitalizar e criar atrativos e serviços, a partir do inventário do conjunto de
condições que viabilizam a acessibilidade e o uso-fruto destes atrativos, permitindo a sua
efetiva transformação em produtos turísticos.

O produto turístico deve ser considerado na perspectiva do desenvolvimento local


integrado e, neste sentido, deve ser entendido como um conjunto de atrativos e serviços
que se unem para a valorização de um destino – lugar, cidade ou região. O produto isolado
deve ser considerado como uma unidade de estudo e intervenção, recomendando-se a
sua comercialização sempre em conjunto com outros atrativos.

A identidade dos produtos é o resultado das informações e dados que o qualificam como
atrativo, em consonância com a segmentação de mercado ou vocacional, sem perder de
vista a integração regional. Além dos recursos e atrativos existentes, deve ser considerada
também a potencialidade local e regional com relação ao desenvolvimento de novos
produtos a serem criados e trabalhados.

O conjunto de informações disponibilizadas através dos diversos projetos que integram este
Programa constitui um importante subsídio para a elaboração dos planos diretores de
turismo regionais e municipais. A síntese dos Projetos integrantes deste Programa deve se
consolidar com a elaboração de guias turísticos regionais e temáticos, que devem ser a
base do trabalho de promoção e marketing.

4.5.1.1 Mapeamento e Avaliação dos Recursos Turísticos

Este Projeto tem como insumo básico o Banco de Dados, particularmente no que se refere
às informações sobre a oferta turística, classificando os recursos de acordo com a
metodologia do inventário adotada neste Plano. O inventário deve conter a descrição
exaustiva dos recursos diversos, com linguagem escrita e em outras formas de registro como
fotos, vídeos, etc.

Trata-se de um mapeamento, em escala municipal e regional, com identificação de


distâncias entre os atrativos e os diversos serviços que lhe dão suporte, ou podem vir a dar.
As distâncias devem ser medidas e descritas em tempo de deslocamento, em função dos
diversos meios de transporte disponíveis e das suas condições.

O mapeamento dos recursos turísticos e sua avaliação sob o ponto de vista regional e da
diversidade vocacional, devem ser elementos informantes na definição da identidade e da
marca turística regional e ou local. O zoneamento proposto neste Plano é um insumo básico
para orientar este mapeamento, não só na hierarquização das diversas categorias de áreas
de turismo, como também nas diversas categorias de zonas por vocação turística.

O inventário da oferta turística e o mapeamento referidos são indicativos dos recursos que
devem ser avaliados no contexto em que se inserem e com base nos recortes territoriais ou
vocacionais adotados, avaliando a acessibilidade e as condições de uso de cada atrativo
relacionado. Como informação complementar para a divulgação devem ser elaborados
guias de meios de hospedagem, restaurantes e outros serviços turísticos.

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A identificação dos principais recursos deve apontar não só para as suas potencialidades,
mas também para os principais entraves, que indicarão as proposições necessárias à sua
efetiva integração aos roteiros e circuitos. Estas indicações podem se referir às obras e infra-
estruturas diretamente relacionadas à qualidade e acessibilidade aos atrativos ou aos
serviços turísticos de apoio a ele relacionados, o que propiciará a sua realização como
produto turístico. Devem também ser consideradas as ações e proposições que otimizem a
utilização do recurso, aumentado o tempo de permanência do visitante, através da oferta
de atrações paralelas e complementares ao atrativo principal.

4.5.1.2 Roteiros e Circuitos Turísticos

Este Projeto propõe a identificação de roteiros e circuitos turísticos em diferentes escalas


espaciais (local, urbano, regional) e temporal (diário, fim de semana, períodos prolongados).
A informação organizada e sistematizada sobre os recursos é a base para a consolidação e
a comercialização dos produtos turísticos no seu conjunto e o zoneamento, sendo a base de
orientação deste projeto.

Os recursos turísticos devem ser analisados ainda com relação a sua adequação ao tipo de
consumidor – turista ou excursionista. Neste sentido, os pólos turísticos identificados podem
funcionar como pólos emissores de excursionistas para determinados sítios ou lugares,
integrando, desta forma, locais, roteiros e consumidores distintos. Podem ser indicados
roteiros sobrepostos, desde que se mantenha presente a perspectiva da sua integração.

A identificação de roteiros e circuitos turísticos deve levar em consideração também as


diversas modalidades de eventos (locais, regionais, estaduais, nacionais e internacionais)
possibilitando a integração entre eles no momento da comercialização dos produtos.
Eventos e atrativos de menor importância podem ser otimizados através da sua
comercialização ancorada em eventos de maior expressão. Devem ser considerados ainda,
na identificação dos roteiros e circuitos turísticos, além dos eventos, outros atrativos tangíveis
e não tangíveis, representados pelo artesanato, folclore, gastronomia, e outras
manifestações da cultura popular.

Os circuitos devem ser sustentados por uma rede de informação suficientemente poderosa
para apoio ao turista, podendo ser mistos, quando relacionados ao recorte territorial, ou
temáticos com relação aos atrativos que os integram (fazendas do café, praias, cidades
históricas etc.) ou ao tipo de transporte (bicicleta, pedestres, trens, off road,etc.)

4.5.1.3 Redução de Custos por Unidade de Produto

A partir dos projetos anteriores, deve ser avaliada a relação entre os diversos serviços que
integram os produtos turísticos, com vista a melhorar a relação custo/benefício destes
produtos. Devem ser consideradas questões relativas ao custo do transporte por unidade de
produto comercializado, onde deve ser avaliada a perspectiva de comercialização de
pacotes fechados para grupos, buscando a redução de custos, através de utilização de
transporte charter, tanto terrestres quantos aéreos ou hidroviários. Trata-se de uma ação que
se realiza na etapa da comercialização dos produtos. Também devem ser indicadas as
melhorias das condições infra-estruturais que permitam a redução dos custos dos transportes
oferecidos.

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O estímulo à concorrência e à possibilidade de acesso ao mercado de novos prestadores


de serviços pode ter um impacto positivo na redução dos custos, a exemplo do que vem
ocorrendo com os transportes aeroviários.

O Projeto deve considerar a possibilidade da oferta de determinados serviços com custos


reduzidos em períodos de baixa temporada destinados a um público-alvo determinado,
objetivando, com esta redução, a otimização da taxa de ocupação durante todo o ano.
Além do benefício relativo à ampliação da taxa de ocupação, deve ser considerado o
fator promocional decorrente da divulgação “boca a boca” resultante destes fluxos, em
baixa temporada.

Neste contexto, deve-se buscar ampliar a faixa de público alvo no que se refere à renda
familiar, devendo-se ainda considerar todas as possibilidades de redução dos custos finais
ao consumidor, sobretudo no período de baixa estação, incentivando-se, por exemplo, os
pacotes para grupos e a articulação com entidades de classe que, pelo montante
consumido, significam uma economia de escala para os serviços prestados.

Insere-se neste âmbito a promoção do Estado do Rio de Janeiro nos países europeus, na
época de baixa temporada, como forma de combater a sazonalidade, na medida em que
ela coincide com épocas de clima agradável para estes turistas estrangeiros. O turismo de
negócios, feiras e convenções é tambem um importante segmento a ser trabalhado com
vistas a redução das oscilações decorrentes da sazonalidade.

4.5.1.4 Valorização das Ambiências e Lugares Turísticos

O Projeto de Valorização das Ambiências e Lugares Turísticos objetiva contribuir


especialmente para o desenvolvimento integrado e qualificado dos produtos turísticos,
particularmente no que se refere aos atrativos. Integra este projeto um conjunto de ações a
serem encaminhadas de forma articulada, cuja prioridade ou peso decorre das
características dos lugares objeto de intervenção, de acordo com as orientações a seguir.

?? Valorizar turísticamente alguns espaços com reconhecido valor patrimonial,


designadamente os conjuntos edificados que apresentam bom ou razoável estado de
preservação, tombados ou não, e que poderão acolher visitantes ou mesmo turistas, se
para tal forem feitas as intervençõs necessárias;
?? Proceder ao arranjo adequado dos espaços onde ocorrem os principais recursos do
património histórico-arquitetônico (centros históricos, monumentos, áreas arqueológicas
e outros) relacionado-os ao patrimônio natural, por forma a expandir a sua fruição
turística;
?? Organizar as atividades de limpeza dos centros urbanos, áreas envolventes e outros
espaços com relevância turística, com instalação de mobiliário urbano adequado,
especialmente nas áreas com maior procura de lazer e turismo, os parques, praças,
mirantes etc;
?? Desenvolver os eventos gastronômicos já experimentados e, sobretudo, implementar
novos eventos deste tipo, no sentido de proporcionar uma melhor incorporação da
gastronomia típica à rede de restaurantes existente;
?? Promover a instalação de espaços de exposição permanente e mesmo de
produção/venda de artesanato ou de produtos tradicionais junto aos postos de
informação turística;
?? Revitalizar a fruição dos museus e espaços museológicos, proporcionando uma maior
articulação entre o turismo e a museologia, numa perspectiva que vá além do

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colecionismo habitual de objetos e busque uma maior participação e envolvimento do


visitante;
?? Desenvolver uma relação de aproximação entre o turismo e as diversas tradições
culturais do Estado do Rio de Janeiro, particularmente com relação ao folclore e às
manifestações populares, através da realização de espectáculos e eventos que
incorporem a promoção destes recursos.

4.5.1.5 Incentivo à Implantação de Equipamentos de Lazer

Este Projeto tem por objetivo promover e incentivar a implantação de novos atrativos, seja
pela transformação e qualificação dos já existentes, seja pela criação de novos atrativos
enquadrados nas diversas categorias de equipamentos de lazer, de acordo com as
orientações a seguir:

?? Estimular a implantação de equipamentos privados de lazer que, mesmo tendo como


função principal o atendimento à população residente, constituam sempre um
elemento a mais de valorização das ofertas turísticas locais e regionais.

?? Incentivar a implantação de Parques Temáticos, cujos temas devem estar sempre


relacionados à história e à cultura locais e regionais, incorporando à sua programação
recursos e manifestações tangíveis e intangíveis.

4.5.2 Programa Estratégico de Promoção e Marketing

O adequado desenvolvimento das atividades de promoção turística do Estado do Rio de


Janeiro é um fator crucial na realização, com êxito, da estratégia proposta. A dotação de
estruturas técnicas e organizacionais que permitam ao Estado desenvolver um movimento
promocional eficaz é imprescindível para o futuro.

A elaboração, a implementação e o monitorização de um “Plano de Marketing e


Promoção”, com objetivos de curto, médio e longo prazos, constituem a primeira das
vertentes indispensáveis, uma vez que se trata de um instrumento operativo indispensável.
Esta deve ser a ação prioritária do Programa Estratégico de Promoção e Marketing.

No âmbito deste Programa, o Governo do Estado e os governos municipais devem assumir


um papel ativo de relações públicas, com o propósito de coordenar a ação de vários
agentes interventores e garantir canais de comunicação permanentemente abertos, de
modo a manter uma ativa relação entre entidades públicas, privadas e associativas, bem
como com os designados formadores de opinião.

Complementarmente aos programas, ações e projetos que integram este Macroprograma


na escala estadual, as recomendações deste Plano na escala regional relativas ao tema da
promoção e do marketing, integram o capitulo das Proposições Regionais para as diversas
Áreas de Desenvolvimento Estratégico e Regiões Turísticas.

4.5.2.1 Elaboração e Implementação do Plano de Marketing e Promoção

O conjunto de ações e projetos que integra o Programa de Promoção e Marketing deve


resultar num trabalho articulado que se consolida no Plano de Promoção e Marketing. A

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elaboração e a implementação deste Plano devem ser acompanhadas e orientadas por


um conjunto e ações que lhe servirão de insumo e darão suporte a sua efetivação. Entre
estas ações destaca-se o estudo da imagem turística do Estado, as ações no domínio da
distribuição de materiais promocionais, a participação do Estado do Rio de Janeiro em feiras
e “workshops”. Nestas oportunidades, se estabelecem contatos e se percebe o esforço
promocional de destinos concorrentes e as ações que associem a promoção genérica à
promoção orientada para produtos específicos e dirigidas aos segmentos de mercado
(público-alvo) com maiores potenciais para cada produto. Na seqüência deste Programa
são apresentados alguns projetos e ações que já se constituem num detalhamento
preliminar do Plano de Promoção e Marketing.

Trata-se de uma matéria crítica para a implementação de qualquer instrumento de


planejamento turístico e as decisões a tomar devem obedecer a critérios de competência e
qualidade e serem permanentemente avaliadas e monitoradas em função do
comportamento dinâmico dos fatores de mercado.

Além das ações propostas, que constituem formas indispensáveis de promoção do Estado
do Rio de Janeiro, deve-se usar do melhor critério na determinação de meios promocionais
a privilegiar, tendo em conta os objetivos pretendidos, os segmentos de mercado visados
pelas ofertas disponíveis e a preocupação de assegurar um máximo de rentabilidade aos
investimentos realizados.

O Plano deve procurar garantir que o investimento realizado neste domínio possa resultar
num adequado retorno, medido sob a forma do aumento significativo da demanda e do
reforço da imagem junto dos segmentos de mercado visados. A promoção do Estado
deverá compreender as seguintes ações:

?? Apoio à venda de programas por operadores de turismo e por agentes responsáveis


pela criação e comercialização de produtos especializados (viagens de incentivo,
programas culturais, práticas desportivas, entre outros), visando aumentar a visibilidade e
a notoriedade do Estado e um melhor conhecimento dos produtos turísticos disponíveis.
Este apoio deverá facilitar a venda do destino pelos referidos agentes turísticos. Incluem-
se neste caso, a realização de famtours, a organização de recepções, tanto no país
como no estrangeiro e o apoio à realização de reuniões e congressos no Estado.

?? Oferta de incentivos financeiros a operadores de turismo e agentes especializados


interessados na venda de produtos turísticos gerados pelo Estado, ou criados por
aqueles, com base nos recursos turísticos locais, visando o maior empenho daqueles no
aumento dos fluxos turísticos.

?? Realização ou apoio a eventos culturais, esportivos, sociais e outros, de grande impacto


na mídia estadual, nacional e internacional, que permitam chamar a atenção dos
mercados para o território do Estado e contribuir para a construção de uma imagem
favorável deste.

?? Realização ou participação em teleconferências sobre determinados tipos de produtos


turísticos oferecidos pelo Estado do Rio de Janeiro, visando a penetração destes,
especialmente, nos mercados aos quais os mesmos se destinam.

?? Elaboração de programas de promoção nos mercados considerados de maior interesse,


baseados na cooperação entre o setor público e o setor privado, procurando a

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participação ativa da EMBRATUR, da RIOTUR e das associações empresariais ligadas ao


setor.

?? Aproveitamento dos canais internacionais de televisão, públicos e privados,


participando ativamente na produção do material de propaganda exibido no exterior,
fazendo publicidade dos produtos turísticos do Estado, nesses países ou mercados, do
dia e hora de apresentação dos respectivos programas.

?? Disponibilização, nos vôos internacionais para o Brasil, de filmes promocionais sobre o


turismo do Estado do Rio de Janeiro e a inserção nos aeroportos de origem de
passageiros para o Brasil, de material de promoção (brochuras, cartazes, vídeos, entre
outro).

?? Atualização, permanentemente, do Projeto Mídia Eletrônica que integra o


Macroprograma II – Sistema de Informação, garantindo uma presença verdadeiramente
eficaz na Internet, através de web site, construído de uma forma rigorosamente
profissional, onde são apresentados os recursos e produtos turísticos do Estado,
permitindo um acesso fácil e interativo dos interessados à informação disponível no
sistema.

Considerando as limitações dos recursos financeiros alocados em publicidade, deve ser


considerado um rigoroso critério de seleção dos veículos a utilizar para a referida finalidade.
Neste sentido, deverão adotar-se as seguintes orientações em matéria de publicidade do
destino:

?? Procurar integrar as ações publicitárias do Estado com idênticas ações da EMBRATUR, da


RIOTUR e dos agentes turísticos sediados no Estado, a fim de obter um maior impacto dos
esforços despendidos.

?? Colocar em relêvo as vantagens oferecidas pelo Estado do Rio de Janeiro, ao nível das
características mais notáveis e diferenciadoras dos destinos turísticos concorrentes, tendo
em conta que os consumidores dos produtos turísticos são, cada vez mais, guiados pelo
desejo de obtenção de benefícios no processo de eleição dos destinos turísticos .

?? Utilizar material de informação e promoção do Estado do Rio de Janeiro adequado aos


objetivos em vista, tais como:

?? Brochura de Imagem;
?? Brochura de Informação Geral;
?? Brochuras de Produtos Temáticos (viagens de incentivo, congressos,
turismo cultural, atividades desportivas, turismo ativo / aventura, entre
outros);
?? Guia de Hotéis;
?? Guia de Restaurantes;
?? Cartazes, Shellfolders e Mapas;
?? Vídeo e CD-ROM genéricos;
?? CD-ROM’s específicos (turismo cultural, turismo de negócios, viagens de
incentivo, turismo esportivo, turismo balneário, entre outros);
?? Folhetaria.

Este material deve ser elaborado em quantidade suficiente para o seu uso permanente e
caracterizar-se por uma elevada qualidade técnica, de modo a passar uma idéia de

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 69

grande profissionalismo e elevado nível dos serviços turísticos oferecidos, colocando em


evidência as características e vantagens mais notáveis do Estado do Rio de Janeiro.

4.5.2.2 Estudo e Promoção da Imagem Turística do Estado do Rio de Janeiro

O estudo da imagem turística do Estado deve considerar, de forma integrada a diversidade


de produtos a serem trabalhados com destaque para cada uma das Áreas de
Desenvolvimento Estratégico. A imagem turística deve basear-se em poucas motivações de
grande dimensão e centralizadas, deixando-se os demais recursos e atrativos para
surpreender o turista quando ele chega ao Estado. A marca da cidade do Rio de Janeiro,
reconhecida nacional e internacionalmente, deve ser um importante elemento na
construção da imagem turística do Estado.

Encontrando-se por construir a imagem turística do Estado e estando a oferta ainda mal
definida e estruturada, deverá adotar-se uma estratégia de marketing em que a oferta
permita influenciar a forma como a imagem tenderá a ser vista pelos vários segmentos de
mercado potencialmente interessados, isto é, terá de existir desde o princípio a
preocupação de articular a oferta com a imagem que se pretende divulgar, direcionando-
a para os objetivos e as motivações dos segmentos de mercado a que esta se dirige.

Enquanto os segmentos de mercado da demanda não detiverem das regiões turísticas uma
percepção de destino turístico integrado, compreendendo um conjunto de recursos
turísticos especiais, distribuídos por um território comum, não poderá falar-se de uma
imagem turística positiva do Estado do Rio de Janeiro, e os objetivos de marketing visados
não terão sido alcançados.

A imagem deve consagrar o Estado do Rio de Janeiro como espaço turístico com
identidade e atratividade e envolver as empresas e as populações numa sensibilização
geral para o papel estratégico que a sua imagem desempenha no desenvolvimento do
turismo, bem como no desenvolvimento regional e local. O processo de estudo e
construção desta imagem deve considerar o seguinte:

?? Criar a imagem-marca do Estado tomando como referência as Áreas de


Desenvolvimento Estratégico - ADEs, designadamente nos domínios do ambiente social
peculiar, do litoral e da natureza ligada à cultura, recomendando-se a criação de
uma espécie de mosaico, através do qual a imagem global correspondente ao Estado
resulte da integração das diversas imagens articuladas com cada uma das ADEs.

?? Realizar a concepção, edição e distribuição ampla de material promocional do


Estado, e de cada ADE, cumprindo a necessária coerência de imagem genérica e
específica dos seus produtos, motivações e atrativos.

?? Realizar uma campanha de sensibilização da população residente, no sentido de dar


melhor consciência da importância do turismo no desenvolvimento regional e local e,
neste sentido, o papel estratégico que desempenha a boa hospitalidade das
populações em geral perante os turistas.

A construção da imagem turística do Estado, sem deixar de reconhecer os aspectos


técnicos que devem orientá-la, deve ser objeto de uma grande discussão envolvendo os
diversos atores da atividade e a comunidade de uma maneira geral. Além da
conscientização e da legitimação do trabalho que esta discussão proporcionará, ela deve

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 70

se constituir num grande evento promocional, gerando abertura de espaço na mídia sobre
a importância do turismo estadual

Neste sentido, propõe-se a realização de um concurso publico nas respectivas ADEs com o
objetivo de buscar subsídios para a definição de nomes, marcas e demais elementos
referenciais para a construção das imagens respectivas para as Regiões Turísticas e as ADEs ,
que consolidarão a imagem de todo o Estado.

Este trabalho deve ser orientado por uma equipe de especialistas, que deve estabelecer os
critérios que embasarão as discussões e a organização do concurso. A esta equipe caberá,
ainda, a seleção do material decorrente do concurso, bem com a orientação para a
indicação final da imagem, de acordo com os princípios e objetivos que norteiam este
Plano.

4.5.2.3 Sistemas de Comercialização – Principais Canais de Distribuição e Mobilização dos


Formadores de Opinião.

O êxito das atividades turísticas depende do número, natureza e qualidade ou importância


dos canais de distribuição envolvidos na divulgação, promoção e comercialização dos
produtos turísticos do Estado.

O papel dos canais de distribuição não é exatamente o mesmo no caso dos organismos
oficiais responsáveis pela promoção do destino ou, no caso das atividades turísticas privadas
existentes, embora seja normal o uso comum de alguns dos referidos canais de distribuição.
Neste contexto, devem ser considerados como canais de distribuição e informação do
destino turístico às ações de promoção, como a participação em feiras de turismo e feiras
especializadas, a intervenção direta junto aos operadores internacionais, o fornecimento de
informação adequada, assim como a organização e/ou participação em “workshops” e
seminários, no país e no estrangeiro.

De fato, com a participação nas referidas atividades, organizadas por si ou não, os


organismos oficiais do turismo visam, fundamentalmente, a criação ou consolidação da
imagem do destino e a divulgação dos recursos e produtos turísticos disponíveis localmente.

As empresas turísticas, por sua vez, deverão participar ativamente nas ações promocionais
acima citadas, devendo recorrer privilegiadamente à colaboração dos seguintes canais de
distribuição:

?? Operadores de Turismo

As grandes operadoras turísticas, conhecidas como Tour Operators ou Wholesalers, são os


agentes que cumprem um papel fundamental na elaboração e comercialização do
produto turístico no atacado.

O Estado do Rio de Janeiro deve criar as condições que tornem possível o interesse dos
operadores de turismo por este destino, levando-os a incluí-lo nos seus programas e a
operar, ativamente, na totalidade do Estado e em cada uma das suas regiões, em
particular. Para isso, é necessário elaborar documentação apropriada destinada
exclusivamente a este canal de distribuição, onde o setor público proceda à

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 71

caracterização e divulgação dos recursos e atrações de cada região, e o setor privado


adicione os produtos que possui e as condições da sua exploração.

Deste modo, deve-se adotar uma política de grande aproximação com este canal de
distribuição, colaborando decididamente com o setor privado na resolução dos problemas
que, eventualmente, possam comprometer o êxito do desempenho do Estado ou de
qualquer das suas Regiões.

?? Agências de Viagens

O papel das agências de viagens na venda dos produtos turísticos não tem substituto,
devendo ser permanentemente estimulado, sobretudo na sua função de venda dos
programas criados pelos tour operators, onde podem influenciar na decisão dos turistas.

Embora a relação com as agências de viagens caiba, fundamentalmente, às empresas


privadas, especialmente os estabelecimentos hoteleiros, compete aos órgãos estaduais,
regionais e locais de turismo aproveitar as oportunidades para expressar o seu apreço pela
ação desenvolvida pelos referidos agentes, como importante canal de distribuição das
ofertas turísticas, prestando-lhes o apoio e a atenção. É fundamental neste domínio manter
um diálogo permanente com estes agentes, assegurando a realização de ações
sistematizadas, levadas a efeito num espírito de cooperação ou parceria do setor público
com o setor privado.

?? Incentive Houses

Trata-se de agentes turísticos especializados na criação, oferta e operação de programas


de viagens de incentivo, sendo a sua atenção e preferência disputados pela generalidade
dos destinos concorrentes, tanto do mercado nacional como internacional.

Os órgãos estaduais, regionais e locais responsáveis pela gestão do turismo deverão estar
atentos à importância deste relevante produto turístico, procurando captar a atenção e
preferência das incentive houses e de outros organizadores do referido tipo de programas,
em especial nos Estados Unidos da América, Canadá, França e Alemanha.

?? Convention Bureau

A atividade turística do Estado, principalmente na capital, tem sido positivamente


impactada pela atuação intensiva do Rio Convention and Visitors Bureau. Observa-se, com
isto, que amplia-se o número de empresas que optam por este território para as suas
realizações no âmbito do turismo de congressos, reuniões, seminários, convenções e eventos
similares e para o alojamento dos visitantes em viagens de negócios, constituindo, por isso,
um importante canal de distribuição destes produtos turísticos.

Neste campo, destaca-se a necessidade de implantar e profissionalizar os Convention


Bureau que vão surgindo em algumas cidades, operando-se uma clara aposta na
importância deste segmento de mercado.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 72

?? Sistemas Eletrônicos de Reservas (G.D.S.’s)

Os sistemas eletrônicos de reservas, G.D.S.’s (Global Distribution Systems) pertencentes às


companhias aéreas são, no momento presente, um dos principais canais de distribuição dos
produtos turísticos e hoteleiros na escala mundial.

Neste sentido, é fundamental que as empresas hoteleiras se preocupem em aderir aos


referidos sistemas, exigindo-se, no entanto, para isso, a sua inclusão em cadeias hoteleiras
integradas ou voluntárias, dada a impossibilidade de o fazerem a título individual. A adesão
dos estabelecimentos hoteleiros do Estado do Rio de Janeiro aos referidos G.D.S.’s permitirá
mesmo incrementar a sua ligação às agências de viagens estrangeiras, em cujos escritórios
se encontram instalados os terminais daqueles sistemas.

?? Internet

O Estado do Rio de Janeiro não pode deixar de se preocupar em assegurar uma forte
representação da Internet, cuja função de distribuição dos produtos turísticos, à escala
planetária, não pode ser ignorada. Para isto, deve ser concretizada o Projeto Mídia
Eletrônica, integrante do Programa Sistema de Informação Turística.

Os serviços turísticos encontram na Internet o melhor instrumento para ultrapassar a


tradicional dificuldade de acesso aos consumidores finais, diminuindo, deste modo, a sua
dependência dos clássicos canais de distribuição constituídos, fundamentalmente, pelos
tour operators e agências de viagens.

Assim, recomenda-se que seja considerada ação prioritária o lançamento e implementação


do referido projeto Mídia Eletrônica. Trata-se de encarar a Internet não como mais um canal
de distribuição, mas sim como um canal de distribuição privilegiado, substancialmente
diferente dos restantes, quer ao nível do seu funcionamento, quer ao nível do risco inerente
ao investimento necessário.

Através destes canais de distribuição, as empresas turísticas locais devem levar as suas
ofertas até os segmentos de mercado a que as mesmas se dirigem, especialmente, na
expectativa da sua venda. A distribuição visa, neste caso, facultar aos compradores
potenciais a informação de que carecem para fundamentar a sua decisão de compra.

Os organismos locais de turismo e as empresas privadas devem adotar, em bloco, uma


verdadeira política de distribuição e colaborar ativamente, para criar as condições que
permitam mobilizar a atenção de cada um dos canais de distribuição considerados
relevantes.

Paralelamente, devem ser encaminhadas ações que objetivem a geração de um


movimento de opinião favorável ao desenvolvimento qualificado e diferenciado do turismo
do Estado do Rio de Janeiro, no qual desempenham papel de destaque alguns meios de
comunicação mais pertinentes, locais, regionais, estaduais, nacionais ou mesmo
internacionais. Neste sentido, deve ser mantido um contato permanente com os assim
chamados formadores de opinião, pelo que se torna necessário incutir uma dinâmica de
acontecimentos que desperte a presença interessada destes agentes, com grande
capacidade interventora na geração e manutenção de uma imagem atrativa do Estado.
Importa neste contexto sistematizar as relações a estabelecer regularmente com a

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 73

comunicação social (local, regional e estadual), e promover visitas educacionais de vários


tipos e envolvendo vários agentes relevantes na operação turística do Estado.

4.5.2.4 Ações Promocionais com Relação aos Mercados Emissores

A promoção do Turismo do Estado do Rio de Janeiro deverá ser levada a cabo, quer
separadamente por cada uma das referidas ADE’s, quer em conjunto como se esse
conjunto constituísse de fato uma única região turística. De uma forma geral, as propostas a
dirigir aos segmentos de mercado potencialmente interessados deverão resultar da oferta
estruturada e organizada conjuntamente pelas diversas ADE’s, a fim de procurar criar junto
aos mercados geradores da demanda uma imagem integrada de todas as ADE’s.

Este objetivo é particularmente importante, uma vez que, sem a construção dessa imagem
coletiva, dificilmente os esforços promocionais de cada ADE, separadamente consideradas,
produzirão os efeitos pretendidos.

A oferta turística do Estado do Rio de Janeiro deverá, deste modo, corresponder à


integração dos recursos e atrações turísticas mais representativos de cada uma das ADE’s,
utilizando apenas aqueles que são suscetíveis de contribuir para a criação de produtos
turísticos atraentes e diversificados. Só assim será legítimo aspirar a construir uma imagem
clara e representativa do Estado junto aos mercados, gerando nestes a idéia de se estar
perante um destino turístico rico, variado e diferente.

Neste sentido, a promoção turística preconizada para o Estado do Rio de Janeiro deve
compreender ações de vários tipos, em mercados criteriosamente selecionados, utilizando
os meios julgados mais eficazes em cada caso.

A seleção dos mercados geradores da demanda considerados mais convenientes e


disponíveis constitui a primeira preocupação na definição das ações promocionais a
empreender. São apresentados a seguir, por ordem de prioridade, os principais mercados
emissores a serem trabalhados, considerando-se não só os resultados das análises e
pesquisas desenvolvidas na fase do diagnóstico, como também questões relacionadas com
maior ou menor distância desses mercados no Estado, bem como as facilidades de ligações
existentes, particularmente no que se refere às ligações aéreas com os mercados emissores
externos.

POSICIONAMENTO RELATIVO DOS PRINCIPAIS MERCADOS EMISSORES

Mercados Mercados Ordem de prioridade


Nacionais Internacionais
São Paulo (cidade) Estados Unidos da América
Rio de Janeiro (fluxo interno) Argentina
Minas Gerais Alemanha 1
São Paulo (interior do Estado) Itália
Distrito Federal França
Espírito Santo Espanha
Rio Grande do Sul Inglaterra 2
Bahia Portugal

As ações promocionais a desenvolver devem ser orientadas, prioritariamente, para os


referidos mercados, sob pena de se correr o risco de uma dispersão excessiva de meios

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 74

financeiros e de iniciativas, comprometendo o resultado das intervenções a efetuar nos


mercados considerados decisivos.

A importância dos mercados referidos não é, evidentemente, igual em todos os casos,


variando, ainda, de acordo com as motivações dos turistas, o que deve ser objeto de
consideração. Com efeito, a promoção deve assentar numa estratégia de segmentação,
tanto do ponto de vista da origem dos turistas, como da motivação destes.

A circunstância de se pretender construir, nesta fase, uma imagem integrada representativa


das ADE’s junto aos mercados visados pela oferta turística disponível, obriga que se preste
especial atenção à promoção institucional do destino. Na realidade, as ADEs quando
isoladamente consideradas, necessitam desse tipo de promoção, por realçar o produto
integrado no próprio Estado do Rio de Janeiro.

À medida que aquela imagem integrada vai se consolidando nos mercados emissores, o
esforço promocional deverá privilegiar então a divulgação de produtos turísticos
específicos, procurando conferir ao Estado do Rio de Janeiro a imagem de um destino
turístico dotado de aptidão superiormente especializada em determinados tipos de oferta:
turismo balneário e náutico, ecoturismo, turismo cultural, turismo rural, turismo de negócios,
feiras e convenções, turismo de eventos, turismo esportivo etc., com produtos plenamente
assegurados numa área geográfica restrita, claramente delimitada e facilmente acessível.

A preocupação de conferir às ações promocionais do Estado a maior objetividade possível


e garantir a melhor gestão dos recursos disponíveis, deverá obrigar à determinação prévia
dos segmentos da demanda suscetíveis de responder com maior intensidade e prontidão às
propostas da oferta, baseadas nos produtos propostos.

As análises resultantes do diagnóstico e das discussões com representações de mercado e


do setor público permitem sistematizar preliminarmente as principais motivações e
tendências relativamente aos mercados emissores principais:

?? Mercado Interno - Turismo Balneário e Naútico, Turismo de Negócios, Feiras e


Convenções e Turismo Cultural.
?? E.U.A. - Turismo Cultural, Ecoturismo e Turismo Balneário e Náutico.
?? Argentina - Turismo Balneário e Náutico e Turismo Esportivo.
?? Alemanha - EcoTurismo, Turismo de Negócios, Feiras e Convenções, Turismo Cultural,
Turismo Rural.
?? Itália - Turismo de Negócios, Feiras e Convenções e Turismo Cultural.
?? França - Turismo Cultural, Turismo de Negócios, Feiras e Convenções.
?? Espanha - Turismo Cultural e Turismo de Negócios, Feiras e Convenções.
?? Reino Unido - Turismo Balneário e Náutico, Turismo de Negócios, Feiras e Convenções e
Turismo Esportivo.
?? Portugal - Turismo Balneário e Náutico, Turismo de Negócios, Feiras e Convenções,
Turismo Cultural e Ecoturismo.

As segmentações indicadas se sobrepõem a diversas modalidades de consumo, tais como


turismo de fim-de-semana, feriados, férias de média e longa duração, turismo melhor idade
(sênior), turismo em grupo (inclusive charter) ou individual, turismo social etc.

No que se refere ao mercado interno deve-se buscar as melhores condições de oferta para
transformar o maior número possível de visitantes veranistas em turistas, principalmente nas
áreas onde a sua existência é excessiva.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 75

5 ESPACIALIZAÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA


NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 76

5 ESPACIALIZAÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA


NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A análise dos mapas-base, que integram o Diagnóstico, fundamenta a construção das


referências territoriais para o conjunto de proposições do Plano. O mapeamento foi
elaborado a partir das informações obtidas em diferentes órgãos responsáveis pela gestão
de temas específicos, e ainda, pelo levantamento direto junto às municipalidades,
agregando-se a este, os resultados dos Encontros Regionais realizados.

Os mapas elaborados orientaram todo o processo de trabalho e se traduzem, com base nos
critérios adotados, em propostas de organização espacial e de classificação de áreas
prioritárias para as diversas formas de expansão e desenvolvimento da atividade turística,
dando suporte às ações propostas no território estadual.

A relação destes mapas-bases é apresentada a seguir:

?? Unidades de Conservação Ambiental e Áreas Tombadas


?? Hidrografia
?? Vegetação Remanescente
?? Relevo
?? Patrimônio Histórico-Cultural
?? Regionalização Turística Oficial
?? Regionalização Turística Espontânea
?? Oferta Turística - Áreas de Especial Interesse Turístico
?? Oferta Turística - Pontuação do Conjunto de Atrativos Turísticos
?? Oferta Turística - Unidades Habitacionais em Meios de Hospedagem
?? Oferta Turística - Apoio ao Turismo Náutico
?? Infra-estrutura de Apoio - Sistema Viário
?? Infra-estrutura de Apoio - Aeroportos
?? Demanda Turística - Turistas Estrangeiros
?? Demanda Turística - Residências de Veraneio
?? Demanda Turística – N° de Ônibus de Excursionismo por Fim de Semana

Estes mapas constituem a base para a indicação do Zoneamento Turístico do Estado,


construído através da sua sobreposição e do cruzamento das suas informações. Eles são
também orientadores da revisão da Regionalização Turística.

5.1 ZONEAMENTO TURÍSTICO DO ESTADO

O Zoneamento Turístico do Estado é a representação fundamental da dimensão territorial


do Plano Diretor e está relacionado aos seguintes objetivos:

?? Identificar as áreas prioritárias para o desenvolvimento das diversas modalidades de


turismo, considerando o tipo de consumidor, a escala potencial de atratividade e a
segmentação do mercado.

?? Propor medidas de proteção dos recursos turísticos, bem como medidas que garantam
a reserva de áreas de apoio voltadas às atividades de lazer relacionadas ao turismo,

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 77

bem como para a implantação de equipamentos, empreendimentos e serviços


adequados e necessários ao desenvolvimento da atividade.

?? Consolidar produtos turísticos regionais através da indicação de roteiros e circuitos.

?? Orientar a revisão da regionalização turística do Estado.

?? Encaminhar ações articuladas entre municípios e destes com o trade regional.

Os mapas que representam o Zoneamento Turístico do Estado apresentam-se, em função


dos seus objetivos, em dois grupos distintos que embasam, isoladamente ou em conjunto, as
proposições deste Plano.

?? Zoneamento por Tipo de Consumidor e Potencial de Atratividade

No primeiro grupo do Zoneamento, estão identificadas as diferentes Áreas de Turismo,


definidas em função das características e qualidades inerentes aos tipos de consumidores
(turista, veranista e excursionista) e ao potencial e escala de atratividade (internacional,
nacional, regional e local). A identificação das Áreas de Turismo resulta do mapeamento de
informações relativas à oferta e à demanda, sendo a unidade de registro, o município.

Desta forma, foram definidas as seguintes categorias de Áreas de Turismo, apresentadas em


mapas de zoneamento de acordo com a tipologia de consumidor a que se referem:

?? Áreas de Turismo
?? De Alcance Internacional
?? De Alcance Nacional
?? De Alcance Estadual

?? Áreas de Veraneio
?? De Alcance Metropolitano
?? De Alcance Interestadual

?? Áreas de Excursionismo
?? De Alcance Regional
?? De Alcance Local

?? Zoneamento por Vocação Turística

No segundo grupo do Zoneamento, estão identificadas as diferentes Zonas por Vocação


Turística, definidas em função das características e qualidades intrínsecas do seu ambiente e
território, relacionado ao que é comumente indicado como segmentação do mercado.

A delimitação das zonas vocacionais é informada a partir dos mapas-base indicados acima,
e também, pelas indicações das potencialidades apresentadas nos Encontros Regionais. O
registro obedece à delimitação, no mapa-base, das diversas categorias de zonas, nem
sempre coincidindo com os perímetros municipais. Nas Zonas de Turismo Cultural, Rural e de
Negócios, a unidade de registro é o município.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 78

Trata-se de uma classificação que busca refletir o quadro das potencialidades territoriais do
Estado, de acordo com os segmentos e vocações que, de uma forma ou de outra, se
manifestam.

Deve ser ressaltado que a atividade turística é muito dinâmica, e que se trata de uma
classificação datada, ou seja, que traduz o momento atual. Neste sentido, as categorias
apresentadas a seguir podem, a qualquer momento, ser acrescidas de outras tantas
vocações e segmentos quantos venham a ser identificados, produzidos ou comercializados.
Além das categorias de Zonas por Vocação Turística apresentadas a seguir, são
consideradas ainda, no âmbito deste Plano, a vocação relativas ao Turismo da Melhor
Idade (Sênior) que, mesmo não tendo sido aqui mapeada, constitui segmentação de
mercado adotada nas proposições relativas a promoção e marketing.

?? Zona de Turismo Náutico e Balneário


?? Zona de Ecoturismo
?? Zona de Turismo Rural
?? Zona de Turismo Cultural
?? Zona de Turismo de Negócios

As diversas categorias de Áreas e Zonas propostas se sobrepõem em diversas camadas, que


traduzem recortes específicos da potencialidade e da organização da atividade turística no
Estado. Esta sobreposição reflete a diversidade de recursos turísticos do território estadual
cuja identificação resulta dos critérios apresentados, resumidamente, no quadro abaixo.

CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO ZONEAMENTO TURÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CATEGORIA PROPOSTAS CRITÉRIOS A PARTIR DOS MAPAS-BASE

Área de Turismo Internacional Potencial do conjunto de atrativos superior a 1001 pontos (a)

Área de Turismo Nacional Potencial do conjunto de atrativos entre 501 e 1000 pontos (b)
POTENCIAL DE ATRATIVIDADE
POR TIPO DE CONSUMIDOR

Área de Turismo Estadual Potencial do conjunto de atrativos entre 200 e 400 pontos (c)
ZONEAMENTO

Área de Veraneio Interestadual Acima de 10% de residências de veraneio (d)


E

Área de Veraneio Metropolitano Acima de 10% de residências de veraneio no entorno da Região


Metropolitana (d)

Área de Excursionismo Regional Todos os municípios com registro de movimento excursionista

Área de Excursionismo Local Os municípios sem registro de movimento excursionista

Zona Náutica e Balneária Áreas de interesse turístico do litoral e indicações do Plano de


Turismo Náutico
VOCAÇÃO TURÍSTICA

Zona de Ecoturismo Unidades de Conservação (Parques, APAs, RPPNs)


ZONEAMENTO

e Tombamento da Mata Atlântica (e)


Zona Rural Municípios de interesse para o turismo rural do Estado (f)
POR

Zona Cultural Bens tombados na esfera federal e estadual


(conjuntos e bens isolados) (g)
Zona de Negócios, Feiras e Pólos de negócios reconhecidos e municípios com instalações
Convenções para realização de convenções, de acordo com informação da
TURISRIO

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 79

Observações:
(a) Calibrar com a informação mapeada sobre o percentual de turistas estrangeiros (aqueles com mais de 20%), bem como com a inclusão
dos municípios onde há ocorrência de atrativos classificados na hierarquia IV (item 2.2.2. da Parte II – Diagnóstico)
(b) Calibrar com a inclusão dos municípios que possuem atrativos classificados na hierarquia III.
(c) Incluir os municípios com a oferta de mais de 100 Unidades Habitacionais (UH) em Meios de Hospedagem, inclusive para aqueles
municípios com pontuação entre 0 e 200 pontos.
(d) Incluir os municípios com mais de 5.000 habitações de uso ocasional.
(e) As Unidades de Conservação Ambiental passíveis de utilização pelo turismo.
(f) De acordo com a indicação da TURISRIO, os municípios que vêm sendo trabalhados no Programa de Turismo Rural e aqueles
potencialmente indicados para inclusão no programa, a partir do próximo ano.
(g) Classificação em duas categorias, a partir da presença de bens com tombamento federal ou estadual.

A seguir detalha-se o Zoneamento Turístico Estadual, com a descrição das distintas


categorias de Áreas e Zonas, cujas delimitações territoriais estão apresentadas nos
respectivos mapas.

5.1.1 Zoneamento por Tipo de Consumidor e Potencial de Atratividade

O Zoneamento por Tipo de Consumidor mapeia os fluxos de visitantes no Estado, de acordo


com os três tipos de consumidores considerados. Assim, são mapeados, de acordo com o
potencial de atração da demanda, aqueles municípios que registram, respectivamente, os
fluxos de turistas, veranistas e excursionistas, salientando-se que não são excludentes do
ponto de vista territorial.

?? Áreas de Turismo

Os turistas propriamente ditos representam o primeiro e mais importante grupo de visitantes


que embasam este trabalho, caracterizando-se como o tipo de consumidor que
efetivamente mobiliza a atividade, e que se constitui no principal suporte para o seu
desenvolvimento econômico.

As diferenças internas nestes fluxos de visitantes, sobretudo aquelas relacionadas à


motivação do deslocamento e aos diversos grupos que os integram e que se diferenciam
pela faixa de renda, forma de organização da viagem, meio de transporte utilizado e
mercados emissores principais, ensejaram o tratamento especial em outra parte do Plano.
Neste sentido, são particularmente específicas, as proposições relativas à consolidação dos
produtos turísticos e ao Programa de Promoção e Marketing.

O critério para a identificação das Áreas de Turismo tem com ponto de partida as
pontuação do potencial de atratividade turística de cada município do Estado, conforme
tabela apresentada no item 2.2.2- Avaliação dos Atrativos Turísticos da Parte II – Diagnóstico
do Plano. Para a indicação final das diversas áreas, o critério relativo à pontuação do
potencial de atratividade turística foi calibrado, para cada um dos tipos de áreas, com
informações relativas à sua classe específica, de acordo com dados da oferta e de
demanda apresentados no Diagnóstico.

São classificados como Áreas Turísticas, de acordo com o alcance da demanda, 45


municípios do Estado, organizados em três categorias, que definem áreas de abrangência
dos seus respectivos mercados de consumo, conforma apresentados a seguir:

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 80

Áreas de Turismo de Alcance Internacional

Municípios com potencial, no conjunto de atrativos, superior a 1001 pontos, além daqueles
que apresentam percentual de turistas estrangeiros acima de 20%. Incluem-se ainda nesta
categoria os municípios onde há ocorrência de atrativos classificados na hierarquia IV. (Item
2.2.2 da Parte II - Diagnóstico)

O Plano identifica como Áreas de Turismo de Alcance Internacional, dezoito municípios do


Estado: Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Armação dos Búzios, Araruama, Arraial do Cabo,
Cabo Frio, Itaguaí, Itatiaia, Macaé, Mangaratiba, Niterói, Paraty, Petrópolis, Resende, Rio das
Ostras, São Pedro d`Aldeia, Teresópolis e Valença.

Independente da distinção entre eles, este conjunto de municípios deverá ser objeto de um
trabalho mais sistemático de promoção no exterior, uma vez que se constituem em pólos de
ancoragem para o desenvolvimento da atividade nas diferentes Regiões, às quais inclusive,
deverão ser alvo de ações específicas para o acolhimento desta importante categoria de
visitante.

Áreas de Turismo de Alcance Nacional

Municípios com potencial, no conjunto de atrativos, entre 501 e 1000 pontos, além daqueles
municípios que possuem atrativos classificados na hierarquia III.

O Plano identifica como Área de Turismo de Alcance Nacional, dezenove municípios do


Estado: Areal, Cachoeiras de Macacu, Cambuci, Campos dos Goytacazes, Cantagalo,
Carapebus, Casimiro de Abreu, Comendador Levy Gasparian, Conceição de Macabu,
Itaperuna, Natividade, Nova Friburgo, Paraíba do Sul, Quatis, Rio Claro, Rio das Flores, Santa
Maria Madalena, Saquarema, Silva Jardim.

Os recursos turísticos desses municípios devem ser, prioritariamente, objeto de promoção nos
principais mercados emissores nacionais, identificados no diagnóstico da demanda.

Áreas de Turismo de Alcance Estadual

Municípios com potencial, no conjunto de atrativos, entre 200 e 400 pontos, além daqueles
municípios, com pontuação entre 0 e 200 pontos, com oferta de mais de 100 Unidades
Habitacionais em Meios de Hospedagem.

As Áreas de Turismo cujo alcance da demanda se concentra principalmente no âmbito do


próprio Estado são representados por dezenove municípios: Barra Mansa, Engenheiro Paulo
de Frontin, Volta Redonda, Barra do Piraí, Magé, Marica, Mendes, Miguel Pereira, Paty do
Alferes, Piraí, Quissamã, Rio Bonito, Sumidouro, Trajano de Moraes, Três Rios, São Francisco do
Itabapoana, São João da Barra, Vassouras e Iguaba Grande.

Esses municípios devem ser estimulados no desenvolvimento da sua atividade turística,


partindo da comercialização dos produtos que oferecem no interior do próprio Estado e,
buscando ampliar o alcance da demanda.

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 81

SEPDET/TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 82

Áreas de Veraneio

O veraneio é uma manifestação do mercado imobiliário de segunda residência e está


estreitamente relacionado ao turismo, tanto no que diz respeito aos seus territórios comuns
de atração, quanto na sua articulação e mesmo superposição dos investimentos, sendo
ainda concorrenciais quanto aos potenciais consumidores.

A atividade de veraneio provoca os maiores fluxos de deslocamentos de visitantes no


Estado, fundamentalmente, por via rodoviária. O grande número de visitantes é
proveniente, principalmente, dos grandes centros urbanos, e o fenômeno se acentua nos
fins-de-semana e feriados prolongados.

O critério para a identificação das Áreas de Veraneio toma como base a ocorrência de 10%
de residências de veraneio (residências de uso ocasional, de acordo com a classificação do
IBGE) com relação ao total de residências do município, incluindo ainda aqueles municípios
que, mesmo com percentual baixo, registram mais de 5.000 habitações de uso ocasional.

As Áreas de Veraneio foram classificados em dois grupos, de acordo com a origem dos
fluxos de visitantes, abrangendo um total de 29 municípios, distribuídos como se segue:

Áreas de Veraneio de Alcance Metropolitano

Refere-se aos municípios que atraem visitantes provenientes, principalmente, da Região


Metropolitana do Rio de Janeiro, considerando as distâncias que são alcançáveis em
deslocamentos de curta duração, basicamente durante um fim de semana.

As Áreas de Veraneio de Alcance Metropolitano (24) localizam-se nas áreas litorâneas e de


serra no entorno da Região Metropolitana, abrangendo o próprio município do Rio de
Janeiro e os municípios de Angra dos Reis, Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo,
Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Engenheiro Paulo de Frontin, Guapimirim, Iguaba
Grande, Itaguaí, Magé, Mangaratiba, Maricá, Miguel Pereira, Niterói, Nova Friburgo, , paty
do Alferes, Petrópolis, Rio Claro, Rio das Ostras, São Pedro D´Áldeia, Saquarema e
Teresópolis.

Trata-se de um fenômeno que provoca grande impacto nas regiões onde ocorre, dada a
magnitude de fluxos que provoca, principalmente para algumas áreas de litoral

Áreas de Veraneio de Alcance Interestadual

Refere-se aos municípios que, pela sua localização, atraem visitantes provenientes de
estados vizinhos e também de outras regiões do interior do Estado.

As Áreas de Veraneio de Alcance Interestadual são representadas pelos municípios de


Itatiaia, Paraty, Quissamã, São Francisco do Itabapoana e São João da Barra. Estes
municípios apresentam uma parte significativa da sua expansão urbana relacionada ao
mercado de segunda residência.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 83

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 84

?? Áreas de Excursionismo

A terceira categoria, de acordo com a metodologia do Plano, refere-se àqueles municípios


onde predomina o visitante que não pernoita no local, permanecendo menos de um dia,
classificado como excursionista, segundo a definição da OMT.

Trata-se de uma atividade que também se sobrepõe, territorialmente, às outras duas,


trazendo implicações, conflitos e interfaces com o turismo e o veraneio. Além disto, é um
fenômeno que se expande a cada dia, principalmente em áreas litorâneas nas
proximidades do grande centro metropolitano, cuja escala de manifestação assinala para a
necessidade de tratamento por parte do Poder Público.

Alguns municípios manifestam uma resistência a este tipo de fluxo de visitante, o que indica
a necessidade de um tratamento diferenciado e amplo para a atividade, visto tratar-se de
fluxo de pessoas cuja escala extrapola os limites puramente municipais.

Por outro lado, por se tratar de um tipo de movimentação que se manifesta de formas e por
motivações diversas, podendo ter como elemento motivador, diversos tipos de atrativos,
presentes em todos os municípios do Estado, esta modalidade pode vir a constituir um fator
de geração de renda local, se bem gerido, administrado e ordenado.

O Plano classifica dois tipos de Áreas de Excursionismo. O primeiro grupo se refere aos
municípios que, efetivamente, registram este tipo de movimento de excursionismo. No
segundo grupo foram mapeados os demais municípios que, embora não declarem, são
passíveis deste tipo de exploração turística.

Áreas de Excursionismo de Alcance Regional

Foram classificados como Áreas de Excursionismo de Alcance Regional os municípios que


registram este tipo de fluxo, em magnitudes diversas, e que são os seguintes: Angra dos Reis,
Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Barra do Piraí, Bom Jardim, Cabo Frio,
Cachoeiras de Macacu, Cambuci, Casimiro de Abreu, Conceição de Macabu, Engº Paulo
de Frontin, Guapimirim, Iguaba Grande, Itaboraí, Itaguaí, Itatiaia, Macaé, Magé,
Mangaratiba, Maricá, Miguel Pereira, Natividade, Niterói, Nova Friburgo, Paraíba do Sul,
Parati, Paty dos Alferes, Petrópolis, Piraí, Queimados, Rio Bonito, Rio das Flores, Rio das Ostras,
Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena, São Gonçalo, São Pedro D'Aldeia, Saquarema, Silva
Jardim, Teresópolis, Trajano do Moraes, Três Rios, Valença e Vassouras,

Os municípios do litoral, acessíveis numa viagem de ida e volta em um dia, a partir da


grande aglomeração urbana periférica à cidade do Rio de Janeiro, devem ser objeto de
atenção no que se refere ao grande afluxo de visitantes, no sentido de oferecer infra-
estrutura receptiva compatível com a escala destes fluxos. Ao mesmo tempo, deve-se
buscar oferecer alternativas de lazer nos locais de origem, que possam reduzir estes fluxos.

Áreas de Excursionismo de Alcance Local

A categoria de Áreas de Excursionismo de Alcance Local considera a potencialidade dos


diversos atrativos que podem ser desenvolvidos, correspondendo aos demais municípios
assim classificados, que são: Aperibé, Areal, Barra Mansa, Belford Roxo, Bom Jesus do
Itabapoana, Campos dos Goytacazes, Cantagalo, Carapebus, Cardoso Moreira, Carmo,

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 85

Comendador Levy Gasparian, Cordeiro, Duas Barras, Duque de Caxias, Italva, Itaocara,
Itaperuna, Japeri, Laje do Muriaé, Macuco, Mendes, Miracema, Nilópolis, Nova Iguaçu,
Paracambi, Pinheiral, Porciúncula, Porto Real, Quatis, Quissamã, Resende, Rio Claro, Santo
Antônio de Pádua, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana, São João da Barra, São João
do Meriti, São José do Ubá, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sapucaia,
Seropédica, Sumidouro, Tanguá, Varre-Sai e Volta Redonda.

Esses municípios devem buscar identificar as principais fontes de atração de fluxos de


visitantes, buscando valorizá-las e prepará-las para a sua efetiva consolidação enquanto
recurso turístico e fonte local de geração de emprego e renda.

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5.1.2 Zoneamento por Vocação Turística

As Zonas por Vocação Turística são definidas em função das características e qualidades
intrínsecas do seu ambiente e território, relacionado ao que é comumente indicado como
segmentação do mercado.

A classificação focada nas informações disponíveis em determinado momento é passível de


modificações, dado que a dinâmica da atividade turística pode acrescer outras tantas
vocações e segmentos quantos forem identificados, produzidos e comercializados.

A delimitação dessas zonas vocacionais é informada pelos mapeamentos que registram as


diversas categorias de atrativos turísticos. Trata-se de uma classificação que busca refletir o
quadro das potencialidades territoriais do Estado, de acordo com os segmentos e vocações
manifestados, como se apresentam a seguir:

?? Zonas de Turismo Náutico e Balneário

O Turismo Balneário constitui o mais tradicional segmento da atividade no Estado. O litoral


extenso, paisagisticamente rico e diversificado no que se refere à presença dos mais
diversos tipos de praias, e o clima ameno, propício ao banho de mar durante todo o ano,
sempre convergiram para a atratividade de visitantes para o Estado.

Além disto, uma parcela deste litoral apresenta condições extremamente favoráveis à
navegação esportiva e de lazer, o que vem se somar como fator de atração. Isto levou a
uma concentração de equipamentos de apoio à atividade náutica no litoral sul do Estado,
na baia de Guanabara e, em menor número, na parte do litoral que vai de Niterói até
Macaé.

Deste modo, o Zoneamento relativo ao Turismo Náutico e Balneário apresenta dois tipos de
zonas, condicionadas pela ocorrência de uma ou das duas modalidades de manifestação
da atividade.

A Zona Náutica e Balneária se estende por 16 municípios do litoral, de Paraty até Macaé,
incluindo aqueles que margeiam a Lagoa de Araruama, onde se sobrepõem o potencial
para as atividades balneárias com recursos naturais e equipamentos relacionados à
atividade náutica.

A Zona Exclusivamente Balneária, que corresponde à faixa litorânea que se estende por
cinco municípios, de Carapebus até São Francisco do Itabapoana, complementa a
extensão do litoral fluminense que apresenta as mais diversas condições para o
desenvolvimento das atividades balneárias.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 89

?? Zona de Ecoturismo

O Eecoturismo se constitui numa modalidade recente no território estadual, como uma


prática resultante do movimento ecológico que tem avançado nos últimos anos em todo o
mundo.

O Estado apresenta, também neste segmento, um grande potencial representado pela


abundância de recursos naturais de grande interesse ambiental, enriquecido pela
diversidade de sua paisagem.

A importância do patrimônio ambiental do Estado é reconhecida pela existência de um


conjunto de normas de proteção, de âmbito federal, estadual e municipal, aplicadas a
parcelas específicas de seu território, e que constituem diversas Unidades de Conservação
Ambiental.

A indicação das Zonas de Ecoturismo toma como base essas áreas protegidas por leis
específicas, concedendo-lhes prioridade, não obstante o reconhecimento da existência de
diversas outras áreas onde a atividade apresenta condições de expansão.

As Zonas de Ecoturismo correspondem às seguintes áreas: o perímetro da área de


tombamento da Mata Atlântica, que se estende longitudinalmente por todo o Estado, de
Paraty, no litoral sul, passando por sua área central na região das serras, até o Parque
Estadual do Desengano, em Campos dos Goytacazes; os parques nacionais e estaduais,
reservas biológicas e ecológicas, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental,
reservas particulares de patrimônio natural, e demais tombamentos sob o aspecto
paisagístico ou ambiental no território estadual.

A relação dessas Unidades de Conservação é apresentada no item 7 destas Proposições,


que se refere às Normas de Proteção dos Recursos Turísticos.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 90

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 91

?? Zonas de Turismo Cultural

O território estadual foi, e continua sendo, palco de momentos marcantes da história do


país, seja relativamente aos diversos ciclos econômicos, seja pela ocorrência de eventos
que marcaram a cena política e social, nacional e estadual, no decorrer dos anos. Como
resultado desta riqueza histórica, o Estado possui um acervo considerável que testemunha
estes diversos momentos, representados por um patrimônio edificado de grande riqueza e
diversidade. Este patrimônio se integra harmoniosamente com a paisagem natural.

A importância do patrimônio cultural do Estado é atestada pela existência de um amplo


conjunto de bens protegidos especificamente pela legislação de tombamento, nos âmbitos
federal, estadual e municipal. Este acervo inclui uma grande quantidade de bens, sendo
importante registrar a ocorrência de inúmeros bens ainda não protegidos por legislação
específica no território estadual.

Registra-se ainda, manifestações culturais não tangíveis, de diversos matizes, que


representam formas de expressão, do popular ao erudito, que se somam às possibilidades
do Turismo Cultural apresentar-se como um grande potencial de desenvolvimento no
Estado.

A indicação das Zonas de Interesse Cultural no âmbito deste trabalho toma como referência
os tombamentos a nível federal e estadual. Os tombamentos municipais não foram
considerados em função da precária sistematicidade de seus registros, acrescentando-se
que este instituto jurídico está pouco apropriado às legislações municipais.

A quantidade de bens tombados em cada município ensejou a definição de três categorias


de Zonas de Turismo Cultural, conforme apresentado a seguir:

?? Municípios com patrimônio cultural de expressão internacional, que inclui os municípios


do Rio de Janeiro, capital do país durante 198 anos, o município de Paraty, erigido
Monumento Nacional em 1966 e o município de Petrópolis, instituído Cidade Imperial em
1982.

?? Municípios com 5 ou mais bens tombados pelo Estado ou União, que são 9.

?? Municípios com até 4 bens tombados pelo Estado ou União, totalizando 31.

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?? Zonas de Turismo Rural

A diversidade da paisagem do Estado e a presença, ainda marcante, de áreas mantidas ao


largo dos processos de urbanização, onde as atividades rurais são a principal atividade
econômica, proporcionam um tipo de atrativo turístico cada vez mais atraente ao homem
contemporâneo, urbano por excelência.

Além disto, a busca de novas perspectivas de geração de emprego e renda,


proporcionadas pela oferta de serviços receptivos diversos, constituem também uma
importante alternativa econômica complementar para empresas agropecuárias,
preservando assim uma importante e tradicional atividade econômica e as manifestações
culturais a ela relacionadas.

O turismo rural surge e se desenvolve, neste contexto, como uma possibilidade que
apresenta aspectos duplamente positivos. Trata-se de uma segmentação do mercado
passível de expansão, mesmo naquelas regiões menos privilegiadas em recursos naturais e
culturais, que poderiam motivar outro tipo de visitação, comparativamente às outras regiões
turísticas do Estado.

A TURISRIO vem desenvolvendo, em articulação com alguns municípios do interior do


Estado, um Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo Rural, tendo criado com
este fim, seis Coordenações Regionais. Cada uma destas Coordenações aglutina municípios
onde há ocorrência significativa de empresas rurais, de dimensões e atividades
agropecuárias diferenciadas, e que se inserem numa paisagem rural extremamente
sugestiva e atraente.

As Coordenações Regionais, integrando os municípios com o objetivo de direcioná-los para


a consolidação de um produto turístico complementar, articulado e comercializável,
constituem as Zonas de Turismo Rural do Estado, conforme apresentadas a seguir:

CTR I – Araruama, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Marica, Rio Bonito, Saquarema e Silva
Jardim e Macaé

CTR II – Barra do Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paracambí, Paty
do Alferes, Piraí, Rio das Flores, Valença e Vassouras

CTR III – Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Itaocara, Itaperuna, Italva, Laje do
Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, São José do Ubá, Santo Antonio de Pádua e
Varre Sai

CTR IV – Areal, Comendador Levy Gasparian, Guapimirim, Magé, Paraíba do Sul, Petrópolis,
São José do Vale do Rio Preto, Sapucaia, Teresópolis e Três Rios

CTR V – Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, Carapebus, Macaé, Quissamã, Santa
Maria Madalena, São Francisco do Itabapoana e São Fidélis

CTR VI – Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Cantagalo, Carmo, Conceição do Macabú,


Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, São Sebastião do Alto, Sumidouro e Trajano
de Moraes.

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?? Zona de Turismo de Negócios, Feiras e Convenções

O Estado do Rio de Janeiro vem atravessando uma fase positiva em sua economia,
representando o maior crescimento na Região Sudeste do país e reposicionando-se como
segundo pólo econômico do Brasil.

A economia fluminense apóia-se fundamentalmente no desempenho dos setores terciário e


industrial, concentrando no seu território avançados parques tecnológicos e centros de
pesquisa de renome internacional. Com o setor de serviços respondendo por 70% de sua
economia, moderna infra-estrutura e um mercado consumidor em constante crescimento, o
Estado tornou-se um dos principais alvos de investidores.

A cidade do Rio de Janeiro, além de se constituir no principal destino turístico do país,


concentra uma parcela expressiva da economia, apresentando grande diversidade de
setores dinâmicos.

Também no interior de Estado, alguns municípios se destacam como pólos regionais de


desenvolvimento econômico, com dinamismo e crescimento acentuados, oferecendo em
seus equipamentos hoteleiros, instalações para a realização de convenções de pequeno
porte.

Todos estes fatores vêm acompanhados de significativa movimentação de visitantes, por


motivação de negócios, constituindo –se em segmento de grande expressão para alguns
destinos do Estado.

Cientes da importância deste segmento do mercado, a Fundação Rio Convention and


Visitors Bureau vem desenvolvendo um trabalho de promoção da cidade e do Estado como
local para a realização de congressos e convenções e de atração deste tipo de evento. A
cidade ocupou em 2.000 a décima segunda posição na atração de congressos no
mercado internacional, sendo a primeira em eventos na área da saúde e a segunda na
área da ciência e tecnologia.

Neste contexto, foram mapeados, além da cidade do Rio de Janeiro, os demais municípios
do Estado, cujo desenvolvimento econômico de determinados setores estratégicos vem
proporcionando o desenvolvimento do Turismo de Negócios, de forma significativa, e
aqueles que possuem instalações para a realização de convenções. Estes municípios
constituem, no seu conjunto, as Zonas de Turismo de Negócios do Estado, conforme a
relação apresentada a seguir:

Angra dos Reis, Araruama, Armação dos Búzios, Barra do Piraí, Cabo Frio, Campos dos
Goytacazes, Itaperuna, Itaguaí, Macaé, Mangaratiba, Nova Friburgo, Paraty, Petrópolis,
Porto Real, Quatis, Resende, Rio de Janeiro, Teresópolis e Volta Redonda.

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5.2 REGIONALIZAÇÃO TURÍSTICA PROPOSTA

A Regionalização Turística oficial vigente no Estado do Rio de Janeiro foi aprovada em 1980
e integra o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social 1980/83. As referências deste
recorte territorial estão desatualizadas e dizem respeito a uma forma de organização
espacial e territorial do Estado que sofreu profundas alterações nos anos subseqüentes.

O desenvolvimento sócio-econômico estadual dos últimos anos consolidou uma nova


conjuntura territorial quando acentuou-se, ainda mais, o processo de centralização de
decisão e poder, e de concentração econômica.

A expansão dos núcleos urbanos resultou num processo acelerado de conurbação,


configurando grandes manchas urbanas em algumas regiões do Estado que extrapolam os
limites municipais.

A evolução nos meios de comunicação e a expansão do sistema rodoviário consolidaram


uma rede de relações, constituindo um novo patamar de articulação e integração que
requalificam o território, com profunda repercussão nas relações intermunicipais e intra-
regionais. Além disto, há que se destacar alterações político-administrativas decorrentes de
um grande número de municípios emancipados, consolidando autonomias políticas, nem
sempre correspondidas do ponto de vista da autonomia econômica.

A elaboração do Plano Diretor de Turismo do Estado impõe a necessária revisão da


regionalização turística estadual, não só no sentido de adequá-la à atual realidade social,
econômica, política e administrativa do Estado, mas também reconstruí-la na perspectiva
de uma agregação adequada aos objetivos do Plano, que incorpore uma visão
mercadológica assentada num desenvolvimento ambientalmente equilibrado e
economicamente sustentável.

A regionalização proposta considera, ainda, as manifestações espontâneas de aglutinação


entre municipalidades, registradas no decorrer do trabalho, tendo sido o espaço municipal
a unidade territorial de referência adotada para a regionalização.

A discussão sobre o tema regionalização impõe esclarecer, por uma questão de método,
que está se tratando com um conceito estratégico - região - o que indica que a sua
aplicação está relacionada, necessariamente, a uma intencionalidade. A proposta de um
novo enfoque regional turístico para o Estado está, assim, intimamente atrelada aos
objetivos que a norteiam. Neste sentido, é importante esclarecer os pressupostos desta
intencionalidade devendo-se, para tanto, relacionar os critérios que orientaram a proposta.

São propostas duas escalas de organização territorial - Regiões Turísticas e Áreas de


Desenvolvimento Estratégico - que se integram e se sobrepõem, atendendo, cada uma
delas, aos seus objetivos específicos.

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?? Regiões Turísticas

As Regiões Turísticas têm como objetivo primordial a organização territorial e a gestão da


atividade turística, constituindo uma estância intermediária de articulação entre o Estado e
os municípios.

Neste sentido, cada Região Turística deve resultar numa aglutinação de um pequeno
número de municípios, conferindo praticidade à operação conjunta das ações propostas,
sem perder de vista a necessária integração das diversas regiões na realização e promoção
do produto turístico de todo o Estado.

São identificadas 13 Regiões Turísticas, que guardam, internamente, um sentido de


homogeneidade e complementaridade, que traduzem sua identidade geográfica,
paisagística, territorial e da oferta de infra-estrutura e serviços.

Os recortes das Regiões Turísticas são norteados pelos seguintes critérios:

?? Identificação, características e extensão dos recursos turísticos, tendo em


atenção aspectos relacionados, por exemplo, ao valor apelativo dos atrativos
em relação aos segmentos de mercado identificados ou à necessidade de
intervenção em certas áreas com problemas de ordenamento e ocupação do
solo.

?? Tipologia, dimensão e categoria da oferta de equipamentos e serviços turísticos,


e condições da infra-estrutura de apoio, com destaque para a conveniência dos
acessos, principalmente no que se refere à rede rodoviária, buscando a
adequada escala no que se refere à gestão territorial.

?? Incidência espacial da oferta turística atual, tendo em atenção aspectos


relacionados, por exemplo, com a concentração, diversidade ou
complementaridade dos atrativos turísticos, dentro de um espaço
suficientemente limitado para permitir a criação de circuitos e roteiros com visitas
a diferentes atrações e recursos.

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?? Áreas de Desenvolvimento Estratégico

As Áreas de Desenvolvimento Estratégico - ADEs atendem, fundamentalmente, aos objetivos


de identidade espacial para a promoção e o marketing, agregando-se, no território, em
escala maior do que a que define as Regiões Turísticas, e a elas se sobrepondo.

As ADEs são delimitadas com base nos seguintes critérios:

?? Análise das potencialidades de produtos em termos das motivações e


preferências dos consumidores, tendo em conta as perspectivas do mercado
que devem ser trabalhados sob o ponto de vista da oferta e da demanda.

?? Identificação de conjuntos de atrativos e serviços, que compõem a diversidade


da oferta do território estadual e que possam estar ancorados em determinados
produtos turísticos regionais que, complementarmente, integram a oferta
estadual, objetivando a promoção e o marketing das partes e do todo de forma
articulada.

Trata-se de definir áreas com uma relativa homogeneidade, capazes de sustentar uma
segmentação desse espaço, sem o retalhar, buscando atingir a melhor forma operativa de
explorar e gerir sinergias ou interações entre elas. As ADEs indicadas são base territorial das
propostas relativas à promoção e ao marketing deste Plano.

Estas ADEs correspondem às aglutinações de municípios que embasam a edição de


material promocional da TURISRIO, reunindo, num mesmo grupo, uma ou mais Regiões
Turísticas. Devem ser vistas como espaços definidos por linhas flexíveis, onde a rigidez
administrativa da divisão do território é utilizada por razões operacionais, permitindo a
existência de espaços comuns a várias ADE’s.

Optou-se por apresentá-las, neste momento, sem denominações respectivas, devendo a


definição dos nomes de cada ADE ser objeto de ampla discussão, com orientação técnica,
de acordo com proposta que integra o Programa de Promoção e Marketing.

Foram identificadas nove Áreas de Desenvolvimento Estratégico que, juntamente com as


Regiões Turísticas, são apresentadas no quadro a seguir, indicadas respectivamente por
algarismos romanos e arábicos.

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ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO -ADEs


E REGIÕES TURÍSTICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ÁREA DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO REGIÃO TURÍSTICA

REGIÃO TURÍSTICA 1
Angra dos Reis
Itaguaí
ADE I Mangaratiba
Parati
Rio Claro

REGIÃO TURÍSTICA 2
Barra Mansa
Itatiaia
Resende
ADE II Pinheiral
Porto Real
Quatis
Volta Redonda

REGIÃO TURÍSTICA 3
Barra do Piraí
Engenheiro Paulo de Frontin
Mendes
Miguel Pereira
ADE III Paracambi
Paty do Alferes
Piraí
Rio das Flores
Valença
Vassouras

REGIÃO TURÍSTICA 4
Niterói
Rio de Janeiro
REGIÃO TURÍSTICA 5
Belford Roxo
ADE IV Duque de Caxias
Japeri
Nilópolis
Nova Iguaçu
Magé
Queimados
São Gonçalo
São João de Meriti
Seropédica

_________________________________________________________________________________________________________________

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REGIÃO TURÍSTICA 6
Areal
Comendador Levy Gasparian
Paraíba do Sul
São José do Vale do Rio Preto
Sapucaia
Três Rios

REGIÃO TURÍSTICA 7
Cachoeiras de Macacu
ADE V Guapimirim
Nova Friburgo
Petrópolis
Teresópolis

REGIÃO TURÍSTICA 8
Bom Jardim
Cantagalo
Carmo
Conceição de Macabu
Cordeiro
Duas Barras
Macuco
Santa Maria Madalena
São Sebastião do Alto
Sumidouro
Trajano de Morais

REGIÃO TURÍSTICA 9
Araruama
Armação dos Búzios
Arraial do Cabo
Cabo Frio
Casimiro de Abreu
Iguaba Grande
Maricá
ADE VI
Rio das Ostras
São Pedro da Aldeia
Saquarema

REGIÃO TURÍSTICA 10
Itaboraí
Rio Bonito
Silva Jardim
Tanguá

REGIÃO TURÍSTICA 11
Carapebus
Macaé
Quissamã
ADE VII
REGIÃO TURÍSTICA 12
Campos dos Goytacazes
São Francisco de Itabapoana
São João da Barra

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 102

REGIÃO TURÍSTICA 13
Aperibé
Bom Jesus do Itabapoana
Cambuci
Cardoso Moreira
Italva
Itaocara
ADE VIII
Itaperuna
Laje do Muriaé
Miracema
Natividade
Porciúncula
Santo Antônio de Pádua
São Fidélis
São José de Ubá
Varre-Sai

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6 CARACTERIZAÇÃO E
PROPOSIÇÕES DE
ÂMBITO REGIONAL

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 105

6 CARACTERIZAÇÃO E PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL

As proposições na escala regional apresentadas no Plano Diretor de Turismo abrangem as


Regiões Turísticas e as Áreas de Desenvolvimento Estratégico - ADEs.

Para cada uma das treze Regiões Turísticas, é apresentada uma breve caracterização,
tomando como ponto de partida as potencialidades e fragilidades das mesmas,
apresentando proposições registradas nos encontros regionais e consideradas prioritárias
para o turismo regional. No entanto, não se esgota aqui o universo de uma agenda
completa de proposições para as Regiões Turísticas, o que deve ser objeto dos respectivos
planos de desenvolvimento turísticos regionais.

As Regiões Turísticas são aqui numeradas, tendo em vista que os nomes deverão ser
definidos em processo de escolha a ser realizada nas próprias regiões.

Quanto às Áreas de Desenvolvimento Estratégico - ADEs, são indicados os principais


produtos turísticos e mercados emissores a serem considerados no que se refere à promoção
e ao marketing.

No mapa Regionalização Turística estão representados os respectivos recortes das Regiões


Turísticas e das Áreas de Desenvolvimento Estratégico.

6.1 REGIÕES TURÍSTICAS

?? Região Turística 1
Municípios: Angra dos Reis, Itaguaí, Mangaratiba, Parati e Rio Claro

Localizada ao sul do Estado do Rio de Janeiro, no limite com o Estado de São Paulo, a
Região Turística 1 possui 3.229,5 km² e população de 223.494 habitantes, desempenhando
importante papel no cenário turístico estadual.

A região dispõe uma grande diversidade de tipos de atrativos turísticos, principalmente


aqueles relacionados com o meio ambiente natural. Além de um litoral extremamente
privilegiado formado pelas baías da Ilha Grande e de Sepetiba, o interior da Região
apresenta importantes remanescentes de Mata Atlântica, concentrados principalmente nos
municípios de Rio Claro, Paraty e Angra dos Reis, indicaNDO uma forte potencialidade para
o desenvolvimento do ecoturismo.

O maior destaque está na Ilha Grande que, além das dezenas de praias, possui uma
exuberanteS fauna e flora e características naturais que propiciam o desenvolvimento de
atividades náuticas, de mergulho e balneárias.

Do ponto de vista dos atrativos culturais, a Região guarda importantes monumentos


históricos e arquitetônicos, remanescentes dos séculos XVIII e XIX. Destaca-se nesse contexto
o município de Paraty, tombado e erigido Monumento Nacional em 1966, atualmente um
dos principais pólos de turismo cultural do Estado.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 106

A abertura da rodovia Rio-Santos na década de 1970, deu grande impulso ao turismo


regional, acarretando, entretanto, um processo de ocupação desordenada do solo, com
construções em áreas não-edificáveis, gerando sérios prejuízos ecológicos.

A proximidade com o Estado de São Paulo, e a disponibilidade de serviços de hospedagem


e alimentação em quantidade e qualidade coerentes, colocam a Região em destaque
dentro do cenário estadual, podendo seu potencial turístico ser expandido, sem prejuízo
para a preservação do seu patrimônio natural e cultural.

Para isso, torna-se necessária a estruturação do setor turístico regional, atualmente bastante
desarticulado e sem instituições verdadeiramente representativas. Outro ponto frágil é a
falta de uma estrutura de serviços de receptivo adequada e integrada para toda a Região.

No que se refere às suas fragilidades, destacam-se também as dificuldades de acesso aéreo


e terrestre, as condições de infra-estrutura urbana, particularmente com relação ao
saneamento básico e à energia elétrica, e a falta de controle sobre o despejo de lixo e de
óleo das embarcações ancoradas na baía, fato que afeta o meio ambiente marinho e, em
conseqüência, a pesca e o turismo.

REGIÃO 1 – PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Angra dos Reis, Itaguaí, Mangaratiba, Parati, Rio Claro

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Desenvolvimento Normatização da Atividade ?? Organizar a atividade pesqueira com vista a não


Institucional trazer prejuízos ao turismo
?? Normatizar os usos na Baía da Ilha Grande

Infra-Estrutura de Infra-Estrutura Básica ?? Preparar o aeroporto de Angra dos Reis para operar
Apoio vôos regulares

Criação, Recuperação e ?? Criar do Museu do Mar


Revitalização de Atrativos ?? Criar o Museu do Aquidabã
?? Recuperar o Forte da Ponta do Leme
?? Complementar a recuperação da Estrada Parati-
Cunha
?? Estudar viabilidade de reativação dos ramais
ferroviários para passageiros nos trechos Angra dos
Reis/Rio Claro e Mangaratiba/Rio de Janeiro

Fomento à Atividade Qualificação da Mão de Obra ?? Implantar escola de hotelaria que atenda à Região

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?? Região Turística 2
Municípios: Barra Mansa, Itatiaia, Resende, Pinheiral, Porto Real, Quatis e Volta Redonda

A Região Turística 2, com 2.488,0 km² e uma população de 549.314 habitantes, está
estrategicamente localizada, vizinha aos Estados de São Paulo e Minas Gerais, e
relativamente próxima ao município do Rio de Janeiro, sendo cortada por importante eixo
rodoviário, como a rodovia Presidente Dutra (BR-116).

A Região apresenta, nas suas áreas de maior altitude, uma cobertura vegetal de floresta
pluvial subtropical com araucária, o que se constitui em recurso de grande potencialidade
para o ecoturismo, principalmente na área do Parque Nacional de Itatiaia, onde se
concentram importantes atrativos naturais, como os picos das Agulhas Negras e das
Prateleiras, além de diversas cachoeiras.

A presença de um parque industrial dos mais expressivos do Estado, concentrado ao longo


da rodovia Presidente Dutra, no fundo do vale do rio Paraíba do Sul, atrai para a Região
expressivos fluxos de visitantes brasileiros e estrangeiros, constituindo-se num importante pólo
de turismo de negócios, especialmente concentrado nas cidades de Resende, Porto Real e
Volta Redonda.

A Região possui alguns exemplares de antigas fazendas do ciclo de café, algumas das quais
já adaptadas para a função de hotéis-fazenda. Além disso, com relação aos recursos
culturais com potencial para o aproveitamento turístico, destaca-se a presença da colônia
finlandesa no bairro do Penedo, município de Itatiaia.

No que se refere às fragilidades, a Região aponta para a carência de infra-estrutura urbana


básica, sinalização turística inadequada nas rodovias, acessos precários no seu interior da
região e falta de instrumentos integrados de controle ambiental e de uma política cultural
regional.

Acrescenta-se a isso, uma hotelaria extremamente concentrada nas localidades de


Visconde de Mauá, Penedo e na área do Parque Nacional de Itatiaia, com mão de obra
desqualificada, falta de consciência da população e do poder público sobre a importância
do turismo como fator econômico regional e desarticulação entre as diversas entidades
locais do setor turístico.

REGIÃO 2 - PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Barra Mansa, Itatiaia, Resende, Pinheiral, Porto Real, Quatis, Volta Redonda

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Infra-Estrutura de Infra-Estrutura Básica ?? Recuperar as vias de acessos RJ-145 e RJ-151


Apoio ?? Melhorar os meios de comunicação/telefonia

Consolidação do Identificação, Organização e ?? Elaborar e implantar o planejamento dos setores:


Produto Turístico Qualificação dos Produtos montanhas, clima e gastronomia
Turísticos

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?? Região Turística 3
Municípios: Barra do Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira,
Paracambi, Paty do Alferes, Piraí, Rio das Flores, Valença e Vassouras

A Região Turística 3 localiza-se no centro-sul do Estado, no limite com o Estado de Minas


Gerais. Possui uma área de 4.432,2 km² e população de 317.605 habitantes, sendo servida
por uma malha rodoviária que permite a sua ligação com os grandes centros do Estado do
Rio de Janeiro.

A Serra do Mar e os planaltos da Mantiqueira exibem uma paisagem de serras cortadas por
inúmeros rios e cachoeiras, na maioria de seus municípios, oferecendo grandes
possibilidades para o turismo de lazer e veraneio. O clima agradável da Região a torna uma
das preferidas para colônias de férias, descanso e retiro espiritual.

Além do turismo de lazer e veraneio, a Região guarda importantes construções históricas


remanescentes do ciclo cafeeiro do século XVIII, tais como casas de fazenda, prédios
urbanos, estações de trens, chafarizes, etc., de grande valor artístico, histórico e cultural,
ainda por ser explorado adequadamente. O segmento do turismo rural apresenta grande
potencial e vem se estruturando na Região.

No que se refere às fragilidades, registra-se a deficiência de infra-estrutura básica,


particularmente quanto à disponibilidade de rede de esgoto, abastecimento de água,
inexistência de sinalização turística e acessos rodoviários precários entre alguns municípios.
Especificamente com relação aos serviços e equipamentos turísticos, a Região apresenta
um sistema hoteleiro bastante irregular, tanto em qualidade de serviços como em
distribuição territorial e qualificação de mão de obra, além de apresentar carência de um
trabalho de promoção e divulgação bem estruturado e articulado regionalmente.

REGIÃO 3 - PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Barra do Piraí, Engº Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paracambi, Paty do Alferes, Piraí, Rio das
Flores, Valença, Vassouras

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Desenvolvimento Normatização da Atividade ?? Evitar o depósito de lixo atômico na Região


Institucional

Infra-Estrutura de Infra-Estrutura Básica ?? Melhorar a eletrificação rural


Apoio Criação, Recuperação e ?? Estudar viabilidade de reativação do ramal ferroviário
Revitalização de Atrativos para passageiros no trecho Paty do Alferes/Japeri

Consolidação do Identificação, Organização e ?? Realizar na Região eventos culturais de porte


Produto Turístico Qualificação dos Produtos estadual
Turísticos

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?? Região Turística 4
Municípios: Niterói e Rio de Janeiro

A Região 4 possui 1.396,0 km² e 6.001.902 habitantes. Constituída por apenas dois municípios,
é o principal pólo de turismo nacional e internacional do Estado e do país. Possui geografia
privilegiada, exuberante beleza natural, grande extensão litorânea e diversos atrativos
naturais. Esta paisagem natural exuberante emoldura um importante patrimônio histórico e
cultural, constituindo paisagens urbanas de grande apelo aos visitantes.

Trata-se de uma Região Turística com personalidade e identidade próprias, liderando


nacional e internacionalmente o turismo receptivo no país, e concentrando boa parte da
oferta de equipamentos e serviços turísticos do Estado.

No que se refere às fragilidades, observa-se a crescente favelização, problemas de


segurança, imagem associada à violência urbana, deterioração ambiental, contaminação
dos recursos hídricos e deficiência de serviços públicos. Em relação aos seus equipamentos e
serviços turísticos, nota-se um certo envelhecimento e a necessidade de uma modernização
e ampliação, visando uma re-inserção mais agressiva no mercado turístico mundial. O Plano
Maravilha da Cidade do Rio de Janeiro, implementado a partir de 1999, vem estimulando
essa recuperação com relativo sucesso.

Particularmente no que se refere a Niterói, há uma grande carência de interligação turística


viária com a capital, o que reduz a sua potencialidade turística e leva à perda da
possibilidade de absorver uma parte de demanda reprimida ao grande pólo representado
pelo Rio de Janeiro.

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?? Região Turística 5
Municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Nilópolis, Nova Iguaçu, Magé,
Queimados, São João de Meriti, São Gonçalo e Seropédica

A Região Turística 5 é constituída basicamente pelos municípios periféricos à capital,


possuindo 2.225,7 km² e 3.783.908 habitantes. Trata-se de uma Região de expansão urbana
desordenada, desigual e densa, consolidando uma grande mancha urbana conurbada.
Apesar de sua grande proximidade com a cidade do Rio de Janeiro, importante pólo
turístico nacional e internacional, os benefícios do setor turístico não se estendem aos
municípios desta Região.

Não obstante as suas limitações como pólo turístico, a Região registra na parte norte do seu
território, onde se iniciam áreas de altitude mais elevada, a presença de remanescentes de
cobertura vegetal de Mata Atlântica de grande expressão. Essas áreas representam grande
potencialidade para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao excursionismo,
objetivando principalmente atender ao grande contingente de demanda reprimida
localizada nas áreas urbanas de grande densidade populacional da Região Metropolitana
do Rio de Janeiro. O segmento excursionista deve ser incentivado na Região, através da
implantação de áreas de lazer junto aos locais de expressiva paisagem natural, onde a
presença da água constitui um fator fundamental de sucesso.

Pela sua localização geográfica, a Região teve importante papel no processo de


interiorização da ocupação do país, o que proporcionou a ocorrência de um importante
patrimônio cultural, representado por um acervo de elementos da arquitetura civil, religiosa
e rural, testemunhos dos diversos ciclos da economia nas vizinhanças da capital.

A Região apresenta carências bastante acentuadas tanto em relação aos componentes da


sua infra-estrutura urbana básica (saneamento básico, rede de esgoto, etc.), como em
relação aos equipamentos e serviços turísticos, praticamente inexistentes em todos os
municípios. Importante salientar que a Região responde por grande parcela dos fluxos de
excursionistas que buscam o lazer nas praias do litoral da Região Metropolitana, em virtude
da ausência de opções de lazer e entretenimento no âmbito do seu próprio território.

Região Turística 5
Municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Nilópolis, Nova Iguaçu, Magé, Queimados, São João de Meriti,
São Gonçalo e Seropédica

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Infra-Estrutura de Equipamentos Turísticos de ?? Implantar áreas de lazer de uso público para a


Apoio Apoio população local

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 123

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 124

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 126

?? Região Turística 6
Municípios: Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, São José do Rio Preto,
Sapucaia e Três Rios

A Região Turística 6 possui 1.909,2 km², uma população de 149.419 habitantes e está voltada
para o vale do rio Paraíba do Sul, o mais importante rio do Estado. Seus recursos naturais são
abundantes e envolvem diversas serras que dão origem a inúmeras quedas d’água. Um dos
mais importantes atrativos da Região está relacionado às corredeiras do rio Paraibuna, nos
municípios de Três Rios e Comendador Levy Gasparian, incipiente de comercialização por
agentes de turismo do Estado.

A Mata Atlântica existente nesse trecho do vale do rio Paraíba do Sul foi praticamente toda
devastada com o ciclo do café e, posteriormente, com a pecuária extensiva. A floresta,
embora pouco exuberante, possui uma grande diversidade biológica, tanto de espécies
vegetais, como animais. O reflorestamento, sobretudo das áreas com relevo acidentado,
trará benefícios para as atividades produtivas da Região. Outro importante recurso natural
regional, ainda não plenamente explorado pelo turismo, é aquele relativo à existência de
fontes hidrominerais no distrito de Salutaris, município de Paraíba do Sul.

Além dos recursos naturais, a Região apresenta importante acervo arquitetônico, que
remonta à época áurea do café no Estado do Rio de Janeiro, constituído por casarões
coloniais, monumentos e casas de fazenda. Este potencial pode ser trabalhado visando o
desenvolvimento do segmento do turismo rural. Observa-se uma identidade regional com
relação à diversidade dos atrativos turísticos, bem como pela presença de pequenas e
aprazíveis cidades.

O sistema rodoviário está bem estruturado por rodovias federais (BR-393, BR-040, BR-393), e
rodovias estaduais (RJ-145, RJ-127 e RJ-125), no entanto, o sistema rodoviário vicinal é
deficiente, sobretudo se considerada a hipótese de incremento do turismo rural.

Quanto aos aspectos negativos, observa-se a falta de infra-estrutura básica, ausência de


sinalização turística, e deficientes infra-estrutura hoteleira e de apoio turístico, além da falta
de guias turísticos e calendário de eventos permanentes estruturado, e da pouca
divulgação e promoção de suas potencialidades turísticas.

REGIÃO 6 - PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, São José do Vale do Rio Preto, Sapucaia, Três Rios

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

?? Reativar o Trem de Prata - Rio/São Paulo


Infra-Estrutura de
Criação, Recuperação e ?? Consolidar o atrativo turístico “Pedra de Paraibuna”
Apoio
Revitalização de Atrativos como referência de turismo ecológico e esportivo

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?? Região Turística 7
Municípios: Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis

A Região Turística 7 possui 3.803,9 km² e 640.133 habitantes. Destacam-se como


potencialidades regionais, o aspecto paisagístico diversificado, com topografia de declives
acentuados, cotas elevadas e remanescentes da Mata Atlântica de beleza exuberante.
Formações rochosas incomuns marcam a paisagem com esculturas naturais pitorescas,
tendo como expressão máxima o Dedo de Deus, no município de Guapimirim. Também se
destaca na paisagem natural da Região o manguezal de Guapimirim, um dos últimos
remanescentes dos manguezais da baía da Guanabara, com grande potencial para o
desenvolvimento do ecoturismo.

O Parque Nacional da Serra dos Órgãos constitui uma reserva florestal de grande potencial
turístico, representando um atrativo especial para o excursionismo e para a prática de
montanhismo.

Como fatores positivos ressaltam-se, também, o distanciamento da agitação urbana, uma


gastronomia variada e a tradição cultural. A Região oferece excelentes oportunidades para
o desenvolvimento de atividades relacionadas ao ecoturismo, turismo rural e turismo de
negócios, feiras e convenções de pequeno e médio porte, em desenvolvimento nos
municípios de Cachoeiras de Macacu, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A oferta de
meios de hospedagem é bastante diversificada na Região, com um relativo predomínio de
hotéis-fazenda, sendo que nos municípios de Cachoeiras de Macacu e Guapimirim esta
oferta ainda é incipiente, indicando uma necessidade de incremento.

A importância do patrimônio histórico e cultural tem destaque nesta Região, com a cidade
de Petrópolis, única cidade Imperial das Américas. Também merece destaque a tradição
da culinária dos municípios de Teresópolis e de Nova Friburgo e do distrito de Itaipava, em
Petrópolis.

Com relação às fragilidades, observa-se uma infra-estrutura rodoviária precária, falta de


conscientização da importância do turismo para a economia regional, deficiência do
sistema de segurança pública e da fiscalização ambiental, e falta de divulgação dos
eventos. Outra fragilidade do turismo regional é a desarticulação entre as entidades e
instituições locais, que não trabalham os seus produtos turísticos de forma integrada.

Região Turística 7 - PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Infra-Estrutura de Criação, Recuperação e ?? Estudar viabilidade de reativação do ramal ferroviário


Apoio Revitalização de Atrativos para passageiros no trecho Petrópolis/Raiz da Serra

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?? Região Turística 8
Municípios: Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Conceição de Macabu, Cordeiro, Duas
Barras, Macuco, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Sumidouro e Trajano de
Morais

A Região Turística 8, com 4.580,0 km² e 139.994 habitantes, apresenta um grupo de


municípios inseridos em um ambiente montanhoso de expressiva beleza natural, enriquecido
pela presença de remanescentes da Mata Atlântica tombada, incluindo o Parque Estadual
do Desengano, em grande parte situado no município de Santa Maria Madalena.

O perfil predominantemente rural da maioria dos seus municípios e a tranqüilidade de


pequenas cidades interioranas propiciam o desenvolvimento do turismo rural e do
ecoturismo, com destaque também para o turismo de compras (moda íntima). Merecem
destaque ainda, conjuntos de arquitetura típica, como o existente na cidade de Duas
Barras, que podem vir a ter valor apelativo para um mercado turístico específico.

Com relação às fragilidades, destacam-se às condições precárias dos acessos rodoviários


regionais, falta de conscientização da população e das autoridades municipais quanto a
importância do turismo como fator econômico, e a falta de recursos financeiros para tornar
o potencial turístico regional um produto atrativo, cuja imagem retrate o conjunto dos
municípios da Região. Assim como a grande maioria das demais regiões turísticas do Estado,
esta sofre com a desarticulação entre as entidades representativas do setor, o que constitui
um dos fatores impeditivos de formatação de um produto turístico regional.

REGIÃO 8 - PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Conceição de Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Santa Maria
Madalena, São Sebastião do Alto, Sumidouro e Trajano de Morais

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOES E AÇÕES

Desenvolvimento Ações Interinstitucionais ?? Elaborar e aprovar o Plano de Manejo do Parque


Institucional Estadual do Desengano

Consolidação do Identificação, Organização e ?? Elaborar e implantar o planejamento dos segmentos


Produto Turístico Qualificação dos produtos Montanha, Clima e Gastronomia
Turísticos ?? Fortalecer o Turismo Rural e produtos típicos que
marquem a identidade regional

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 135

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?? Região Turística 9
Municípios: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de
Abreu, Iguaba Grande, Marica, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia e Saquarema

A Região Turística 9, com 3.073,8 km² e 421.223 habitantes, possui um litoral de rara beleza e
grande diversidade, com praias procuradas para a prática do surf e do mergulho, e com
lagoas de grande apelo paisagístico e grande potencial para as atividades náuticas e
balneárias, estando estas últimas ameaçadas pelas condições sanitárias das lagoas.

Observa-se também como fator importante de atração turística, a proximidade da cidade


do Rio de Janeiro e o clima estável durante todo o ano, com pouca variação de
temperatura e baixo índice pluviométrico. Estes são os principais motivos dos fluxos
espetaculares de veranistas que acorrem à Região por ocasião dos feriados prolongados e
durante o verão, e que se constitui na motivação principal da grande expansão urbana das
suas cidades.

A Região também registra, como grande apelo turístico, o patrimônio histórico e cultural
com exemplares arquitetônicos retratando a história local, artesanato, artes plásticas,
vestuário e gastronomia.

No que se refere às fragilidades, registra-se a deficiência de infra-estrutura básica,


particularmente no que se refere à rede de esgoto, abastecimento de água, fornecimento
de energia elétrica e sistema de transporte, ausência de marketing turístico regional, falta de
conscientização da importância da atividade turística para a economia regional, e
ausência de política integrada de qualificação profissional de mão de obra.

Neste contexto, merece destaque especial o atual estágio de comprometimento das


lagoas da Região em decorrência da poluição ambiental. O sistema de saneamento
projetado, como resultante do processo de privatização do serviço de esgotamento
sanitário, não garante a sobrevida das lagoas. O não enfrentamento desta questão, na
busca de uma solução de curtíssimo prazo, terá repercussões dramáticas, não só do ponto
de vista ambiental, mas também com relação à principal atividade econômica da Região.

Outros aspectos negativos referem-se às estradas de acesso à Região, com grandes


engarrafamentos e pedágio extorsivo, e ausência de legislação sobre o uso do solo,
integrada regionalmente. Tal fato facilita e estimula o parcelamento extensivo e em
unidades mínimas de terreno, voltado para atender às demandas de veranistas, dificultando
a disponibilidade de áreas compatíveis com a necessidade de implantação de
equipamentos e serviços turísticos.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 139

REGIÃO 9 - PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Maricá,
Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia, Saquarema

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOES E AÇÕES

Desenvolvimento Ação Interinstitucional ?? Atuar junto à concessionária Pró-Lagos para o


Institucional cumprimento do contrato de concessão
?? Promover ações conjuntas para redução do pedágio
e fiscalização dos contratos de concessão
?? Promover a participação dos municípios nas
agências reguladoras dos serviços públicos
concedidos

Normatização da Atividade ?? Incentivar a implantação de hotéis 5 estrelas

Infra-Estrutura de Infra-Estrutura Básica ?? Dragar o Canal de Itajuru


Apoio ?? Implantar sistema de saneamento básico e despoluir
as lagoas
?? Asfaltar a estrada de acesso a Iguaba Grande
?? Asfaltar a RJ-142 (Nova Friburgo/Casimiro de Abreu)

Fomento à Atividade Qualificação da Mão de Obra ?? Implantar hotel-escola no Parque Hotel de Araruama
(convênio UFF / Universidade Plínio Leite / TURISRIO)
?? Viabilizar as ações do Centro de Treinamento da UFF

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?? Região Turística 10
Municípios: Itaboraí, Rio Bonito, Silva Jardim e Tanguá

A Região Turística 10 possui 1.976,3 km² e 250.082 habitantes, caracterizando-se pelo fácil
acesso, proximidade dos grandes centros e um perfil histórico relevante. A proximidade da
Região com a cidade do Rio de Janeiro permite observar mais claramente a sua grande
defasagem econômica e turística, o que torna imprescindível a busca de uma identidade
regional.

Os destaques regionais se revelam pelos atrativos naturais como montanhas, rios e


cachoeiras, e a reserva natural da Mata Atlântica na sua área mais próxima à região das
serras, o que indica uma forte potencialidade para o desenvolvimento dos segmentos de
turismo rural e ecoturismo. A Região comporta, ainda, a Reserva Biológica de Poço das
Antas, responsável pela preservação da espécie do mico leão dourado, a qual, apesar de
não ser aberta para os turistas, colabora para a identidade regional. Além dessa reserva, a
Região possui algumas reservas particulares do patrimônio natural (RPPN), que têm
estimulado a prática do ecoturismo e do turismo rural.

Outros aspectos positivos referem-se à existência de lugarejos que propiciam momentos de


descanso e lazer, onde a presença de hotéis-fazenda já começa a ser uma característica
nos municípios de Rio Bonito e Silva Jardim.

A degradação ambiental e a expansão urbana desordenada apresentam limitações


quanto às possibilidades turísticas. Observam-se, também, problemas de infra-estrutura
básica, particularmente no que se refere à rede de esgoto, abastecimento de água, sistema
de comunicação, sistema rodoviário vicinal e carência de um trabalho de promoção e
divulgação das potencialidades turísticas. A oferta de equipamentos e serviços turísticos
ainda é bastante precária e incipiente, e a disponibilidade de mão de obra qualificada
também é uma fragilidade característica da Região.

REGIÃO 10 - PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Itaboraí, Rio Bonito, Silva Jardim, Tanguá

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Desenvolvimento Ação Interinstitucional ?? Elaborar e aprovar o plano de manejo da Serra do


Institucional Barbosão

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 144

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 145

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 147

?? Região Turística 11
Municípios: Carapebús, Macaé e Quissamã

A Região Turística 11 possui 2.242,2 km² e 133.749 habitantes. Compõe-se de municípios


litorâneos cujos recursos naturais são um grande apelo para o turismo ecológico. A
importância do acervo ambiental da Região foi recentemente reconhecida com a
instituição do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, abrangendo o litoral de Macaé,
Carapebús e Quissamã.

A composição desta região litorânea se caracteriza por praias de grandes extensões,


pequenas lagoas e, a noroeste, pela restinga de Jurubatiba, que se extende até o limite
com Campos, delineada pela Lagoa Feia, maior lagoa do Estado.

Inseridas neste contexto de belezas naturais, encontramos pequenos núcleos urbanos,


enriquecidos por construções representativas da sua história. Nas áreas rurais encontram-se
sedes de fazendas de grande importância histórica e arquitetônica, remanescentes dos
séculos XVIII e XIX, que marcaram o apogeu do ciclo da cana de açúcar na Região.
Entretanto, este rico patrimônio não tem sido objeto de conservação, encontrando-se
portanto, de modo geral, bastante necessitado de obras de recuperação.

O município de Macaé destaca-se no contexto regional pela sua posição estratégica para
o turismo de negócios, nacional e internacional, estruturado em torno da atividade de
exploração de petróleo na bacia de Campos.

Quanto às fragilidades na Região, observa-se a falta de sistematização das informações e


dados sobre o turismo e a falta de uma marca regional que transforme os atrativos turísticos
regionais em um produto rentável. A Região apresenta um sistema viário bastante precário,
o mesmo ocorrendo no que se refere aos serviços urbanos (abastecimento de água, redes
de esgoto e sistemas de comunicações). A oferta de equipamentos e serviços turísticos é
bastante reduzida, concentrada, quase que na sua totalidade, na cidade de Macaé.

REGIÃO 11 – PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Carapebús, Macaé, Quissamã

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Infra-Estrutura de Infra-Estrutura Básica ?? Recuperar a RJ-178


Apoio ?? Melhorar a integração do aeroporto de Macaé ao
sistema aeroportuário do Estado

Consolidação do Promoção e Marketing ?? Considerar o município de Macaé, como pólo


Produto Turístico regional, em função da sua posição estratégica para
o turismo de negócios, nacional e internacional

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 148

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 151

?? Região Turística 12
Municípios: Campos dos Goytacazes, São Francisco do Itabapoana e São João da Barra

A Região Turística 12 possui 5.617,3 km² e 453.486 habitantes. Apresenta um grande potencial
para desenvolver o turismo de veraneio, tendo como demanda o interior do Estado do Rio
de Janeiro e os municípios vizinhos dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Também se registra como apelo turístico regional o Parque do Desengano, situado no


município de Campos dos Goytacazes, e as Lagoas Feia e de Cima, procuradas por
praticantes de esportes náuticos. A foz do rio Paraíba do Sul se destaca como um recurso de
grande expressão natural, não obstante a sua fraca exploração neste sentido.

As praias localizadas no município de São João da Barra e São Francisco do Itabapoana


recebem, em sua maioria, visitantes veranistas provenientes do Estado de Minas Gerais,
apresentando um elevado percentual de residências de uso ocasional.

Neste cenário de belezas naturais estão inseridos núcleos urbanos e fazendas que
testemunham a história e constituem o patrimônio cultural e histórico regional. A Região
comporta diversos exemplares de solares urbanos e de fazendas remanescentes do ciclo da
cana de açúcar (século XIX), em sua grande maioria ainda sem utilização pelo turismo.

O município de Campos dos Goytacazes concentra a maior oferta de equipamentos e


serviços turísticos, tendo o turismo de negócios como referencial, devido à grande
movimentação de profissionais vinculados à atividade de exploração petrolífera e ao
comércio de uma maneira geral.

Quanto aos aspectos negativos, observa-se a frágil articulação intermunicipal na definição


de produtos e circuitos turísticos, a falta de consciência da preservação ambiental e
cultural, a deficiência na infra-estrutura básica, tais como estradas, energia, saneamento
básico e policiamento, e deficiência nas estruturas de apoio ao turismo, especialmente no
tocante à sinalização e informações turísticas.

REGIÃO 12 – PROPOSTAS DE ÂMBITO LOCAL


Municípios: Campos dos Goytacazes, São Francisco do Itabapoana, São João da Barra

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Desenvolvimento Normatização da Atividade ?? Elaborar e aprovar Plano de Manejo do Parque


Institucional Estadual do Desengano
?? Organizar calendário de pesca preservando a época
da desova

Consolidação do Identificação, Organização e ?? Fortalecer os produtos do turismo rural e produtos


Produto Turístico Qualificação dos Produtos típicos que marquem a identidade regional
Turísticos

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 152

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 153

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 155

?? Região Turística 13
Municípios: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Cardoso Moreira, Italva,
Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio
de Pádua, São Fidélis, São José de Ubá e Varre-Sai

A Região Turística 13 é a maior do Estado em extensão territorial. Possui 6.935,6 km²,


população de 322.070 habitantes e um fluxo pouco expressivo de visitantes. A identidade
regional frágil para a definição de produtos e circuitos turísticos tem como agravante a falta
de conscientização da população e das autoridades municipais para a potencialidade do
setor turístico regional.

Apresenta potencialidades centradas no ecoturismo, no turismo rural, nas estâncias


hidrominerais de Raposo e Santo Antônio de Pádua, que oferecem águas raras e de
grandes propriedades terapêuticas, e na prática da pesca esportiva nos rios da Região.

O rio Paraíba do Sul atravessa a Região, formando em seu curso grande quantidade de
ilhas. Porém, a poluição de suas águas impossibilita o seu aproveitamento para atividades
balneárias.

Alguns aspectos negativos referem-se à infra-estrutura, com condições sanitárias precárias,


sistema rodoviário estadual deficitário, o que dificulta a articulação entre os municípios,
ausência de infra-estrutura hoteleira e de oferta de equipamentos e serviços turísticos. A
Região também sofre com a total desarticulação entre os diversos segmentos que
compõem o setor turístico regional, tanto no nível público como no privado, fato que
dificulta sobremaneira a formação de um produto turístico regional integrado.

Além do desenvolvimento do turismo voltado para o mercado interno e embasado nos


segmentos relativos ao turismo rural e no ecoturismo, a região deve também trabalhar a
promoção de eventos e áreas de lazer, buscando ampliar os fluxos de excursionistas intra-
regionais que ocorrem com freqüência em algumas localidades.

REGIÃO 13 – PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL


Municípios: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Cardoso Moreira, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do
Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São José de Ubá, Varre-Sai

MACROPROGRAMAS PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

Desenvolvimento Ações Interinstitucionais ?? Elaborar e aprovar o Plano de Manejo do Parque


Institucional Estadual do Desengano
?? Criar APAs para os mananciais e para as nascentes
das estâncias hidrominerais
?? Elaborar leis de uso e ocupação do solo para
estâncias hidrominerais

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 156

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 159

6.2 ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO - ADEs

Tendo como referência básica a regionalização proposta, estruturada em 13 Regiões


Turísticas e 8 Áreas de Desenvolvimento Estratégico - ADEs, foi elaborado um quadro de
valoração da oferta existente em cada uma das ADEs, levando em consideração a
situação atual, apontando-se em seqüência os principais produtos turísticos estratégicos a
serem desenvolvidos. Os resultados das análises efetuadas são apresentadas de forma
resumida em tabelas.

A oferta existente foi classificada com relação às principais motivações que definem as
segmentações de mercado e os produtos turísticos, de acordo com a classificação
adotada no Zoneamento3, que se constitui num insumo fundamental para a organização
territorial e a montagem dos quadros. Em seqüência, encontram-se são os principais
mercados emissores que merecem ser incentivados. O quadro classifica ainda os produtos
estratégicos indicados por tipos como Estruturantes, Emergentes e Complementares.

Produtos (Segmentos da Oferta)

?? Turismo Balneário e Náutico


?? Ecoturismo
?? Turismo Cultural
?? Turismo de Negócios, Feiras e Convenções
?? Turismo Rural
?? Turismo Esportivo
?? Turismo da Melhor Idade (Senior)

3Exceção feita ao Turismo Esportivo e Turismo da Melhor Idade (Senior), que não integram as categorias do
Zoneamento, em função das limitações quanto à informação disponível sobre estes segmentos.

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 160

AVALIAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA POR ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO - ADEs

ESTRATÉGIA
ADEs REGIÕES NÍVEL DE NÍVEL DOS RECURSOS TURÍSTICOS DE
TURÍSTICAS DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
Atual Potencial Ambiente Patrimônio Patrimônio Meios de Equip. e Produtos Estratégicos / Tipo
Urbano Natural Cultural Hospedagem Serviços
I 1 (*****) (*****) (**) (*****) (*****) (****) (***) TC (Es), ET (Em), TB (Es), TS (Co)
II 2 (****) (*****) (****) (*****) (****) (****) (**) ET (Es), TN (Em), TS (Co)
III 3 (**) (****) (***) (***) (****) (**) (*) TC (Es), ET (Em), TR (Co), TS (Co)
IV 4e5 (*****) (*****) (*****) (****) (*****) (*****) (*****) TB (Es), TC (Es), TN (Es), TE (Co), TS (Co)
V 6, 7 e 8 (***) (****) (****) (****) (****) (***) (**) ET (Es) TC (Es), TN (Em), TS (Co)
VI 9 e 10 (*****) (*****) (****) (*****) (****) (***) (***) TB (Es), ET (Es), TE (Co)
VII 11 e 12 (*) (****) (***) (****) (****) (**) (*) TN (Es), ET (Em), TR (Em)
VIII 13 (*) (***) (**) (***) (***) (*) (*) ET (Es), TR (Em)
Fonte: Consultoria Externa, adaptada à terminologia e classificação do Plano Diretor de Turismo

LEGENDA:

Avaliação da Oferta Tipologia dos Produtos Turísticos Segmentos da Oferta Turística


Turística / ADEs

(*****) Muito Forte Es. Produto Estruturante BN Turismo Balneário e Náutico


(****) Forte Em. Produto Emergente ET Eco turismo
(***) Médio Co. Produto Complementar TC Turismo Cultural
(**) Fraco TN Turismo de Negócios, Feiras e Convenções
(*) Muito Fraco TR Turismo Rural
TE Turismo Esportivo

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 161

Na fase de implementação do Plano, a oferta deve ser sistematicamente re-classificada ao


nível de cada ADE, devendo ser realizada uma avaliação dos diferentes produtos, quer em
termos de níveis de crescimento, quer de qualificação desses produtos, inclusive com a
possível inclusão de novas categorias, devendo ser considerados os seguintes indicadores:

Níveis de crescimento dos produtos turísticos

?? Produtos com crescimento bom ou razoável


?? Produtos com crescimento fraco ou insuficiente
?? Produtos com crescimento incipiente

Níveis de qualificação dos produtos turísticos


?? Produtos com qualidade boa
?? Produtos com qualidade fraca
?? Produtos desqualificados

A existência de matrizes, relacionando o espaço turístico com os seus produtos e com a sua
avaliação, constitui um dos instrumentos privilegiados para que, em tempo hábil, possam ser
alteradas ou potencializadas as estratégias anteriormente estabelecidas, visando o
cumprimento dos objetivos de longo prazo.

Buscando a eficiência e eficácia nas ações de promoção, a segmentação da oferta e da


demanda assume um papel primordial, sendo desejável que se estabeleça uma articulação
entre as ADEs, seus produtos estratégicos e público-alvo. Esta articulação faz-se em campos
específicos de caracterização e diferenciação do público-alvo, devendo-se considerar
ainda a extensão da estadia média do turista associada ao produto oferecido, à classe de
rendimento e à faixa etária a que pertence.

Embora não se disponha ainda de informação suficiente que permita estabelecer um


cruzamento correto entre essas variáveis e vetores, o quadro apresentado a seguir traduz
uma síntese da estratégia preconizada neste âmbito, podendo informar as ações de
promoção mais relevantes nos próximos anos.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 162

MATRIZ ESTRATÉGICA PARA ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO


RELAÇÃO PRODUTOS / PÚBLICO-ALVO

PERFIL DO TURISTA
ADES REGIÕES PRODUTOS MERCADOS
TURÍSTICAS Classe de Rendimento
A B A B C1 C2 C3 C4
I 1 TN, ET TC, TE M1, M2, M4 M3 * * *
II 2 TN, ET TC M1,M4 M2 * *

III 3 ET, TC TR M2, M4 M1 * *


IV 4e5 TB, TN, TC TE M2, M4 M1 * * * *
V 6, 7 e 8 TN, TC, ET, TR M1, M2, M4 M2,M3 * * *
VI 9 e 10 TB, ET, TE - M1, M3, M4 M2 * * *
VII 11 e 12 TN, ET TB, TC, TR M1, M2 M4 * *
VIII 13 ET, TR TN, TC M1 * *
Fonte: DHVMC/DOSDIN. Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo para o Estado do Rio de Janeiro, 2001 (adaptada à terminologia e classificação do Plano Diretor de Turismo
do Estado do Rio de Janeiro)

LEGENDA:

Incidência
Alta A
Razoável B

Mercados Categoria de Renda Produtos / Segmentos da Oferta


Mercado interno M1 Alta C1 Turismo Balneário e BN
Náutico
Estados Unidos M2 Alta Média C2 Ecoturismo ET
Argentina M3 Média C3 Turismo Cultural TC
Países Europeus M4 Média Baixa C4 Turismo de Negócios, TN
Relevantes Feiras e Convenções
Baixa C5 Turismo Rural TR
Turismo Esportivo TE

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 163

É importante registrar que, às diversas formas de turismo temático corresponde, geralmente,


um maior grau de exigência dos segmentos da demanda, pressupondo uma determinada
especialização da oferta. Daí que as ofertas baseadas nas referidas modalidades de turismo
devam transmitir aos mercados uma noção de elevado profissionalismo e superior aptidão,
a fim de dar satisfação às necessidades, exigências e expectativas da demanda por
aquelas motivações.

As ações de promoção devem visar a obtenção de objetivos realistas, claramente


definidos, e devem ser integradas em um Plano de Marketing, assumindo na prática as mais
diversas formas ou modelos de atuação. Nesse sentido, recomenda-se a presença em feiras
de turismo e feiras especializadas, a participação em seminários e workshops nos mercados
mais visados, e a participação em road shows destinados a promover o Estado do Rio de
Janeiro e sua imagem no mercado, com a participação conjunta dos organismos regionais
e locais de turismo e as entidades privadas, principalmente hoteleiros e agentes de viagens.

Propõe-se que seja conferida uma ordem de prioridade na promoção das diversas ADEs do
Estado, em função do estágio de evolução dos seus respectivos produtos turísticos,
conforme a seguir apresentado. É importante deixar claro que esta ordem de prioridade
não é restritiva a qualquer trabalho de promoção em quaisquer das Regiões Turísticas do
Estado, referindo-se, tão somente, a uma hierarquia que indica as áreas de retorno mais
rápido e de maior capacidade de multiplicação territorial do efeito do seu
desenvolvimento.

?? A curto prazo, devem ser priorizadas as ADE’s com maior consolidação da imagem
turística nos diversos segmentos de mercado, as quais coincidem com as áreas de maior
desenvolvimento turístico atual. Trata-se, assim, das ADE’s que mais rapidamente podem
experimentar um crescimento sustentado e mais facilmente podem influenciar o
desenvolvimento das restantes. Encontram-se neste caso, além da ADE IV que inclui
cidade do Rio de Janeiro, as ADEs I, II e VI.

?? A médio prazo, devem ser trabalhadas as ADE’s localizadas mais no interior e litoral norte
do Estado e que podem ser influenciadas pelo turismo da cidade do Rio de Janeiro, mas
também pelo desenvolvimento experimentado pelas ADEs vizinhas. Trata-se, neste caso,
das ADEs da III, V e VII.

?? A médio/longo prazo, situa-se a ADE VIII, que exige um maior investimento de recursos
técnicos e financeiros para assegurar o seu desenvolvimento equilibrado.

A seguir, são apresentadas as proposições relativas à promoção e ao marketing dos


principais produtos turísticos, a partir da agregação dos municípios em ADEs. Tendo em vista
que uma ADE engloba uma ou mais Regiões Turísticas, as proposições estão organizadas,
indicando a relação de cada ADE com as respectivas Regiões Turísticas.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 164

?? ADE I - Região Turística 1


Municípios: Angra dos Reis, Itaguaí, Mangaratiba, Parati e Rio Claro

Os limites da ADE I coincidem com os limites da Região Turística 1. De acordo com critérios
econômicos, deve-se maximizar a sua aptidão para captar segmentos do mercado turístico
de rendimentos elevados e acrescentar ainda mais valor a uma base que se afigura sólida e
atraente para investimentos no setor.

A Ilha Grande constitui um recurso único e privilegiado, e a estratégia para o seu


desenvolvimento deveria contribuir para transformá-la num destino exclusivo, para
segmentos de mercado do chamado turismo de alto valor e baixo volume. A grande
potencialidade da Ilha Grande, e o quadro de problemas que ela enfrenta, impõem a
realização de um projeto especifico que oriente o seu desenvolvimento turístico, tomando
como referência diversos estudos e propostas já existentes. Esse projeto deveria ensaiar um
modelo inovador para a gestão do seu desenvolvimento, talvez até como projeto piloto.

Sob outra ótica da exclusividade, na Baía da Ilha Grande a apropriação privativa, real ou
aparente, da totalidade do espaço de certas ilhas e praias também muito atraentes para o
turismo, deve ser considerada e revista pelas autoridades competentes, no sentido de
corrigir uma situação manifestamente restritiva ao desenvolvimento turístico. Tais
apropriações neutralizam a função social que muitas delas poderiam ter, se desenvolvidas
para o turismo em benefício geral, mesmo que seus utilizadores constituíssem um segmento
de mercado limitado.

Destaca-se ainda o potencial para a implantação de resorts e para a o golfe em toda a


Região, com grandes potencialidades relativamente às condições naturais para essa
modalidade esportiva.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 165

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 166

?? ADE II - Região Turística 2


Municípios: Barra Mansa, Itatiaia, Resende, Pinheiral, Porto Real, Quatis e Volta Redonda

Os limites da ADE II coincidem com a Região Turística 2. Não obstante a sua superfície
comparativamente pequena, a ADE II possui uma reputação já estabelecida para o turismo
em zonas de altitude, e com capacidade para atrair segmentos de mercado do chamado
turismo de alto valor e baixo volume. Estes são constituídos por visitantes de classes de
rendimento alta e média-alta em número limitado, que ali procuram tranqüilidade num
enquadramento paisagístico bastante atraente, optando por alojar-se em tipologias
hoteleiras de dimensão média ou pequena, que oferecem elevados níveis de conforto e
serviço.

A gestão familiar da maioria das unidades de alojamento é grandemente responsável pela


qualidade satisfatória dos serviços ali encontrados, atraindo segmentos mais afluentes do
mercado turístico, resultando em margens de lucro que permitem rentabilizá-los, não
obstante as baixas taxas médias de ocupação anual. A área é também visitada por outros
segmentos de mercado, como jovens e excursionistas.

A continuidade da popularidade das áreas da ADE I, onde há maior concentração de


meios de hospedagem, tais como Penedo e o eixo Visconde de Mauá-Maringá-Maromba,
dependerá muito de os responsáveis pelo seu desenvolvimento futuro não serem tentados
por modelos de desenvolvimento que tendam à deterioração e à destruição das suas
qualidades, que são o principal motivo de sua atração turística para os segmentos de
mercado com menor impacto ambiental.

Para conciliar os diversos tipos de demanda e a segmentação do mercado turístico


regional, é fundamental elaborar e aderir firmemente a um plano integrado para o
desenvolvimento da Região. Tal estudo deveria não só tomar em consideração o
importante papel turístico do Parque Nacional de Itatiaia e de outros atrativos, como
também desenvolver e integrar planos locais de uso e ocupação do solo para as áreas
atualmente sob maior pressão do desenvolvimento turístico, como as de Penedo e Visconde
de Mauá-Maringá-Maromba, neste último caso, em coordenação com os municípios
vizinhos do Estado de Minas Gerais. A questão de um acesso melhorado à área deveria ser
cuidadosamente avaliada em termos dos impactos ambientais, sociais e econômicos no
desenvolvimento local.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 167

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 168

?? ADE III - Região Turística 3


Municípios: Barra do Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira,
Paracambi, Paty do Alferes, Piraí, Rio das Flores, Valença e Vassouras

Os limites da ADE III coincidem com a Região Turística 3. O assim chamado turismo de
habitação, num contexto rural marcado pela história do Estado e do país ligada ao Ciclo do
Café, é uma realidade já estabelecida e em desenvolvimento nesta ADE, graças aos
esforços de proprietários locais. Esse tipo de turismo, em antigas fazendas de café,
representa uma atração única e diferenciada que merece e exige atenção e assistência,
tanto mais por ser esta uma Região geograficamente muito acessível.

Recomenda-se que seja reforçada a contribuição de segmentos do mercado turístico da


classe de rendimento média-alta e alta, sem desencorajar outros mais modestos. Deve
também ser reconhecido e dado todo o apoio possível ao movimento de organização de
proprietários como a PRESERVALE e a projetos específicos dentro da vocação turística mais
marcante da região como, por exemplo, transformar uma fazenda em “parque temático”.

Um gênero de empreendimento cuja viabilidade valeria a pena investigar, é de um country


club com morfologia e tipologias de alojamento inspiradas na arquitetura tradicional rural,
campos de golfe, quadras de tênis, equitação, excursões diversas voltadas principalmente
para a natureza, etc.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 169

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 170

?? ADE IV - Regiões Turísticas 4 e 5


Região Turística 4: Niterói e Rio de Janeiro
Região Turística 5: Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Nilópolis, Nova Iguaçu, Magé,
Queimados, São João de Meriti, São Gonçalo e Seropédica

Os limites da ADE IV coincidem com as Regiões Turísticas 4 e 5. Localiza-se nesta ADE a


capital do Estado, principal pólo turístico do Estado e do país - a cidade do Rio de Janeiro.
O papel da cidade está intimamente ligado ao sucesso do desenvolvimento turístico futuro
do restante do Estado. Embora, até o presente, a força do seu protagonismo tenha
monopolizado a quase totalidade dos visitantes, especialmente os estrangeiros que por ela
entram no Estado, tal retenção resulta, em grande parte, da fraqueza da promoção de
outros destinos estaduais, principalmente os do interior.

Neste sentido, qualquer aumento no número de visitantes ao Rio de Janeiro não só é


desejável por si só, mas também quanto mais procurada seja esta cidade, mais sucesso
poderá ter o restante do Estado. Tudo dependerá da futura estratégia a seguir nos aspectos
de marketing e outros.

A quase totalidade das principais atrações e recursos turísticos do Estado situa-se a um


máximo de 3 horas de viagem, por via rodoviária, do Aeroporto Internacional Antônio Carlos
Jobim. Daí a importância de qualificar, para utilização turística, a rede rodoviária principal
do Estado que faz a ligações entre aquela cidade e as diversas regiões, com maior
potencial para receber visitantes.

Assim, a capital deverá continuar a desempenhar um papel fundamental e insubstituível


para o Estado, continuando como sua principal porta de entrada aérea, muito embora as
imagens e textos que adornam o seu temário promocional tenham, cada vez mais, de ser
integrados por outros produtos turísticos representativos das demais Regiões para as quais se
pretende canalizar fluxos de futuros visitantes. Neste sentido, a cidade do Rio de Janeiro
deverá continuar a ser, a curto, médio e longo prazos, uma zona de desenvolvimento
prioritário.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 171

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 172

?? ADE V - Regiões Turísticas 6, 7 e 8


Região Turística 6: Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, São José do Rio
Preto, Sapucaia e Três Rios
Região Turística 7: Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Nova Friburgo, Petrópolis e
Teresópolis
Região Turística 8: Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Conceição de Macabu, Cordeiro,
Duas Barras, Macuco, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto,
Sumidouro e Trajano de Morais

Os limites da ADE V coincidem com as Regiões Turísticas 6, 7 e 8. Esta ADE tem como âncora
o município de Petrópolis, erigido Cidade Imperial, com expressivos exemplos de patrimônio
histórico arquitetônico e com uma área natural envolvente em que predominam unidades
de conservação ambiental, em um ameno clima de altitude.

Embora apresente um desenvolvimento turístico significativo, a maioria das visitas turísticas


com motivação de lazer aparenta ser de curta duração. Isto em parte devido à sua
proximidade com a cidade do Rio de Janeiro, o que, neste caso, também trás
desvantagens, dada a propensão gerada para excursões de um só dia, fato que talvez
explique a reduzida oferta hoteleira.

Uma alternativa para ampliar a demanda turista à Região, seria a de promover pacotes
especialmente dirigidos a segmentos de mercado estrangeiros que normalmente não saem
do Rio. Para isso seria necessário preparar programas com circuitos suficientemente
atraentes para reter os visitantes na ADE durante, pelo menos, duas noites, além de
providenciar as infra-estruturas necessárias. Poder-se-ia ainda apostar fortemente no
ecoturismo e em outras atividades baseadas na natureza, que aqui se revela muito
generosa e diversificada, potencialmente apelativa para uma também ampla gama de
segmentos de mercado, principalmente os oriundos de países europeus.

A viabilidade de hotéis de lazer de montanha, baseados principalmente no potencial


natural das Regiões e na presença exuberante da Mata Atlântica, com tipologias de
hospedagem apropriadas, facilidades para congressos e seminários, bem como
equipamentos para esportes como golfe, tênis, etc., é uma opção de desenvolvimento que
merece ser investigada, principalmente para os demais municípios que integram a ADE.

O grande número de fazendas existente oferece a possibilidade para um tipo de turismo


rural que possa atrair segmentos do mercado turístico com motivações e posses também
diferentes, que apreciem as ofertas da vida tradicional do interior do Estado, com tradições
mais vivas do que nas regiões mais expostas e modificadas pela evolução sócio-econômica.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 173

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 174

?? ADE VI - Regiões Turísticas 9 e 10


Região Turística 9: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro
de Abreu, Iguaba Grande, Marica, Rio das Ostras, São Pedro da
Aldeia e Saquarema
Região Turística 10: Itaboraí, Rio Bonito, Silva Jardim e Tanguá

Os limites da ADE VI coincidem com as Regiões Turísticas 9 e 10. Esta ADE inclui áreas que
são destinos turísticos já consagrados e outras que ainda se encontram em franco
desenvolvimento. A expansão rápida, para satisfazer a demanda por parte dos veranistas,
tem causado um grande número de problemas, que vão desde a urbanização especulativa
e desordenada, até a poluição das lagoas causada por descargas de águas residuais não
tratadas. Carências como a de abastecimento de água potável são também apontadas.

Com inegável poder de atração, Armação dos Búzios detém uma imagem de marca
reconhecida internacionalmente, possuindo um parque hoteleiro desenvolvido, com meios
de hospedagem de pequenas dimensões.

A Região necessita de uma estratégia de desenvolvimento, baseada na despoluição e


reconstituição do seu ambiente natural, na re-qualificação do ambiente construído, e em
programas de provisão de infra-estrutura, equipamentos e serviços necessários para um
desenvolvimento turístico ordenado e equilibrado. Intervenções voltadas para a
conservação da natureza terão que ser realistas e pragmáticas, seguindo critérios como
“utilizar para proteger”.

Constitui-se ação prioritária a recuperação do sistema lagunar da Região, particularmente


no que se refere à da Lagoa de Araruama, fundamental para o desenvolvimento do turismo
na restinga de Massambaba. Esta restinga, e sua longa praia de mar de areia branca,
constitui um recurso com grande potencial para um mercado turístico de classe de
rendimento média, ou mesmo acima desta, e a ocupação criteriosa desta área deve evitar
uma urbanização desordenada. O status de Área de Proteção Ambiental pode permitir
uma ocupação da área de forma ordenada, que reverta o tradicional modelo de
ocupação territorial baseado no parcelamento excessivo, privilegiando áreas para a
implantação de equipamentos e serviços turísticos.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 175

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 176

?? ADE VII - Regiões Turísticas 11 e 12


Região Turística 11: Carapebús, Macaé e Quissamã
Região Turística 12: Campos dos Goytacazes, São Francisco do Itabapoana e São João
da Barra

Os limites da ADE VII coincidem com as Regiões Turísticas 11 e 12. Esta ADE possui um
conjunto de atrativos naturais e culturais, bem como de recursos turísticos, com poder para
atrair um mercado doméstico e local, podendo vir a ampliar o alcance da demanda com a
promoção do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e as antigas fazendas do ciclo do
açúcar, ao longo do canal que vai até a lagoa Feia que, se devidamente preparados e
agenciados, podem despertar interesse internacional.

A motivação da maioria dos visitantes ao pólo principal da Região 11, representado pelo
município de Macaé, são os negócios, especialmente aqueles relacionados com a
exploração petrolífera.

A elaboração de um plano estratégico regional seria imprescindível como base para um


programa de ações visando o setor do turismo. Tanto mais que a evolução futura da
atividade econômica dominante, aliada à extração de petróleo e gás na Bacia de
Campos, irá condicionar quaisquer outras atividades que tencionem se estabelecer ou se
desenvolver na Região, como é o caso do turismo.

Entretanto, é possível que o mercado cativo dos visitantes motivados pelos negócios, que
não é de natureza sazonal, possa ser atraído no sentido do prolongamento de suas estadas,
da participação em excursões e em outras atividades de lazer. Este aspecto deve ser objeto
de um estudo de mercado específico que possa identificar oportunidades tais como
fomentar a vinda de acompanhantes, oferecer pacotes promocionais, etc.

Com relação a motivações de lazer, este é de natureza essencialmente sazonal e


dominado por visitantes dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, que utilizam as praias
do litoral dos municípios ao norte.

Em termos estratégicos, a melhor contribuição que esta ADE pode dar para o futuro
desenvolvimento turístico do Estado do Rio de Janeiro é a que até agora tem dado em
relação ao mercado doméstico. Por conseguinte, a estratégia recomendada é que se
proporcione as condições para que ela possa continuar a contribuir dentro desta aptidão.
Assim, o leque das ações a empreender inclui intervenções ao nível de melhorias de vias de
acesso, e criação de outros atrativos e produtos para reter os visitantes por mais tempo e
aumentar assim as receitas turísticas.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 177

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 178

?? ADE VIII - Região Turística 13


Região Turística 13: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Cardoso Moreira,
Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade,
Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São José de Ubá
e Varre-Sai

Os limites da ADE VIII coincidem com a Região Turística 13. Os atrativos turísticos desta ADE
são de valor relativamente limitado, comparativamente às demais regiões turísticas do
Estado, embora existam atrações para segmentos de mercado especiais ou especializados,
de origem doméstica, mas não necessariamente restritos apenas a estes. Com a agravante
do acesso viário, mais demorado e distante com relação à capital do Estado e a outros
pólos emissores de fluxos internos.

Entre as atrações naturais, destacam-se as fontes e pequenas estâncias hidrominerais e a


paisagem rural pontuada por típicos exemplares de arquitetura rural, com potencial de
atração para justificar explorá-los para o turismo, dotando-os de infra-estrutura e
providenciando os serviços necessários. Por outro lado, o fato de ser atravessada pelos
visitantes mineiros em busca dos seus destinos de férias balneárias, pode também oferecer
probabilidades de exploração, relacionadas com o aproveitamento da passagem por ela
de tais fluxos turísticos.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 179

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7 NORMATIVOS APLICÁVEIS AO TURISMO

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 181

7 NORMATIVOS APLICÁVEIS AO TURISMO


A atividade turística, pelo seu caráter multifacetado, além das dificuldades relativas a sua
delimitação enquanto um setor da economia, também apresenta interfaces com outros
setores no que se refere a gestão e preservação ambiental e a proteção do patrimônio
cultural, sejam os bens tangíveis, sejam as manifestações culturais não tangíveis, que
constituem recursos turísticos.

Quando se fala de normativos aplicáveis ao turismo, além das regulamentações relativas


aos serviços turísticos e a proteção de áreas indicadas como especiais quanto ao interesse
turístico, que são o objeto de legislação federal sobre a matéria e dos respectivos
complementos na legislação estadual e municipal, deve ser considerado também o
conjunto de normas que dispõe sobre a preservação e proteção do patrimônio ambiental e
cultural presentes no território estadual que define os mecanismos de proteção destes
atrativos turísticos.

Neste sentido, este Capítulo do Plano está organizado em duas partes distintas dispondo,
respectivamente, sobre os normativos de proteção aos recursos turísticos e os normativos
que dispões obre a regulamentação e o funcionamento dos serviços turísticos.

7.1 NORMAS DE PROTEÇÃO AOS RECURSOS TURÍSTICOS

A proposição de normas relativas à proteção dos recursos turísticos refere-se, antes de mais
nada, a uma consolidação do que já existe em termos de legislação de proteção aos
recursos naturais e culturais com os respectivos embasamentos legais. Além disto, são
indicadas recomendações complementares para serem incluídas nas respectivas
legislações municipais.

A seguir é apresentada uma síntese das normas de proteção ambiental e cultural que se
aplicam mais diretamente a proteção dos recursos turísticos. A relação apresentada não
esgota o tema, de universo muito extenso e que desce a níveis de detalhes, cuja
abordagem não cabe na escala deste trabalho. Trata-se assim de uma referência aos
normativos básicos que têm relação com a atividade turística.

7.1.1 Legislação de Proteção Ambiental

O patrimônio ambiental do Estado do Rio de Janeiro é protegido por um conjunto de


normas de âmbito federal, estadual e municipal, que se complementam e às vezes se
superpõem. Não obstante o aparente caráter restritivo destas normas, quanto à ocupação
e uso do solo, elas constituem, por princípio, em suporte básico à preservação dos recursos
turísticos do Estado, aqui representados pelos seus atrativos naturais. Trata-se da conjugação
de interesses comuns pois, ao mesmo tempo que a legislação ambiental protege os recursos
turísticos, a atividade turística se constitui no suporte econômico para a manutenção deste
patrimônio, de forma sustentável. Esta visão tem norteado inclusive a discussão sobre os
novos normativos e planos de manejo de áreas de preservação ambiental, de forma a
garantir, realisticamente, a manutenção e sobrevivência destes recursos.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 182

A descrição sintética deste conjunto de normas objetiva informar sobre o seu conteúdo e o
seu caráter no que se refere às restrições impostas a determinados atrativos ou parcelas do
território, remetendo sempre a legislação original na sua íntegra.

O corpo de normas ambientais pode ser separado em duas categorias: a primeira diz
respeito àquelas que são genéricas e se aplicam a todos os elementos naturais preserváveis
em todo território nacional ou estadual; a segunda é composta por normas baixadas para
atender às necessidades de preservação de áreas ambientais, especificamente delimitadas
do território estadual.

7.1.1.1 Normas de caráter geral

A legislação básica de caráter genérico, dirigida a todos os elementos naturais preserváveis


e que pode ser agregada na primeira categoria acima mencionada, é composta pelos
instrumentos aplicáveis às áreas identificadas pela ocorrência de determinados recursos, em
qualquer parte do território estadual, como por exemplo as áreas de preservação
permanente – mangues, praias, faixas marginais de proteção a rios, lagoas, áreas de
especial interesse turístico etc.

A legislação municipal não está apresentada, devendo ser considerada como normativo
complementar, do ponto de vista ambiental, e básico, no que se refere à ocupação e uso
do solo nas áreas urbanas.

A - Normas de Âmbito Federal

??Código de Águas (Decreto 24.643/34 e Decreto-Lei nº 852/38)

Estabelece a desapropriação das águas públicas, seus alvéolos e margens, por necessidade
ou por utilidade pública, determinando as condições do aproveitamento de quedas d'água
para geração de energia elétrica.

??Código Florestal (Lei 4771/65, regulamentada pelo Decreto 97.628/89)

Entre outros temas sobre a matéria, aplicam-se particularmente a este trabalho as


disposições relativas às áreas de preservação permanente, conforme sintetizado a seguir.

?? As Áreas de Preservação Permanente - APAs, consideradas reservas ou estações


ecológicas de acordo com o artigo 18 da Lei 6.938/81, têm por finalidade, de
acordo com o artigo 3º do Decreto 89.336/84, manter os ecossistemas naturais de
importância regional ou local, e regular o uso admissível dessas áreas, de modo
a compatibilizá-lo com os objetivos da conservação ambiental.

?? Constituem APAs, de acordo com a Lei 4771/65, as florestas e demais formas de


vegetação natural situadas:

o nas faixas marginais, com largura mínima de 30m, ampliável de acordo com
a dimensão do recurso, ao longo de todos os cursos d’água e ao redor das
lagoas, lagos ou reservatórios de águas naturais ou artificiais;

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 183

o em um círculo com raio de 50m em torno das nascentes e “olhos d’água”


seja qual for a sua situação topográfica;
o nas encostas, ou parte destas, com declividade superior a 45 graus
equivalentes a 100% na linha de maior declive;
o nas áreas que servem de pouso, alimentação e acasalamento de aves de
arribação; nos topos de morros, montes, montanhas e serras;
o nas restingas como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
o nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo,
em faixa nunca inferior a 100m, em projeção horizontal;
o em altitudes superiores a 1.800 m, qualquer que seja a vegetação.

??Lei 6.513/77 e Decreto 86.176/82

Dispõe sobre a criação de Áreas e Locais de Interesse Turístico, por decreto ou resolução do
extinto Conselho Nacional de Turismo - CNTUR. Não foi indicada nenhuma área ou local de
interesse turístico no território estadual.

??Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei Federal nº 7661/88)

Objetiva especificamente orientar a utilização racional dos recursos na Zona Costeira, de


forma a contribuir para elevar a qualidade da vida de sua população e a proteção do seu
patrimônio natural, histórico, étnico e cultural. Deve prever o zoneamento de usos e
atividades na Zona Costeira e dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos
recursos naturais, sítios ecológicos e monumentos. Ainda não regulamentado para o Estado.

B - Normas de Âmbito Estadual

??Constituição Estadual

No capítulo relativo ao Meio Ambiente são ratificadas como áreas de preservação


permanente os manguezais, lagos, lagoas e lagunas e as áreas estuarinas; as praias, a
vegetação de restingas quando fixadoras de dunas, as dunas, costões rochosos e as
cavidades naturais subterrâneas - cavernas; as nascentes e as faixas marginais de proteção
de águas superficiais; as áreas que abriguem exemplares ameaçados de extinção, raros,
vulneráveis ou menos conhecidos, na fauna e flora, bem como aquelas que sirvam como
local de pouso, alimentação e reprodução; as áreas de interesse arqueológico, histórico,
científico, paisagístico e cultural; aquelas assim declaradas por lei; a baía de Guanabara.

São ainda indicadas como áreas de relevante interesse ecológico, cuja utilização
dependerá de prévia autorização dos órgãos competentes, preservados seus atributos
essenciais às coberturas florestais nativas; a zona costeira; o Rio Paraíba do Sul; a Ilha
Grande; a Baía de Guanabara; a Baía de Sepetiba.

??Lei 650/83

Dispõe sobre a política estadual de defesa e proteção das bacias fluviais e lacustres do
Estado, que deve definir o Projeto de Alinhamento de Rio (PAR), o Projeto de Alinhamento

SEPDET / TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 184

de Orla (PAO) e a Faixa Marginal de Proteção (FMP), que serão demarcados pela
Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas – SERLA, a quem devem ser
submetidos os projetos de obras e serviços nestas áreas, de acordo com as faixas mínimas
definidas no Código Florestal (Lei Federal 4771/65).

?? Diretriz Dz 1839.R-0

Estabelece os critérios para o licenciamento de estruturas de apoio às embarcações de


pequeno e médio portes, definido normas para Pequenas Estruturas de Apoio - PEA e
Grandes Estruturas de Apoio - GEA ou Marina - MA. As GEAs estão sujeitas a licenciamento
ambiental e com e exigência de EIA e RIMA.

7.1.1.2 Normas com rebatimento territorial específico

A legislação de uma maneira geral, e a legislação ambiental em particular, grava parcelas


do território com o objetivo de proteger e preservar estas áreas por motivações diversas e
sob formas e intensidades muito diferentes. Estas áreas estão claramente identificadas e
delimitadas na própria legislação que as institui podendo ser objeto de proteção através de
tombamento, de indicação como áreas de interesse especial e as genericamente
denominadas Unidades de Conservação Ambiental - UCs. Estas áreas podem ser instituídas
pelo governo federal, estadual e municipal.

Os tombamentos e as áreas especiais são parcelas delimitadas do território, independente


da titulação, onde ocupação e usos diversos são permitidos, desde que submetidos a
determinadas condições que mantenham as características peculiares das áreas, de
acordo com o que determina a legislação e ouvidos os órgãos respectivos responsáveis.

Com relação às UCs, há uma grande variedade de tipos de gravames, em função do seu
tipo, desde aquelas destinadas a proteção integral da biota, onde são admitidas atividades
relacionadas a estudos e pesquisas até aquelas onde são permitidos, inclusive, usos urbanos
sob determinadas condições de manejo. Neste sentido, as UCs podem ser classificadas em
unidades de proteção integral, onde são maiores as restrições quanto à ocupação e ao uso
(Estação Ecológica - EE, Reserva Ecológica - RE, Reserva Biológica - REBIO, Parque Nacional -
PARNA, Parque Estadual, Parque Municipal e Reserva Particular do Patrimônio Natural -
RPPN) e as unidades de uso sustentável, onde são permitidos diversos usos sob determinadas
condições (Área de Proteção Ambiental - APA, Floresta Nacional - FLONA, Floresta Estadual,
Floresta Municipal, Reserva da Fauna, Reserva Extrativista - RESEX e Área de Relevante
Interesse Ecológico - ARIE).4

De qualquer modo, e para qualquer destes tipos de gravames de proteção referidos, as


atividades relacionadas ao turismo podem ser um dos elementos de exploração sustentável
destas unidades numa perspectiva de preservação moderna que vem norteando o
trabalho das instituições responsáveis pela gestão destas áreas. O Plano recomenda a
concentração de esforços para a elaboração e aprovação dos planos de manejo das UCs,
onde as atividades relacionadas ao turismo e ao lazer devam ser consideradas como
suporte para a manutenção destas áreas.

4 DIVEA/FEEMA - Caracterização Geral das Unidades de Conservação Ambiental

SEPDET / TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 185

A seguir são apresentados os diversos tipos de áreas delimitadas e protegidas


(tombamentos, áreas especiais e diversas categorias de UCs), instituídas no território
estadual pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal, indicando, em linhas gerais, a
conceituação, as principais características e as principais restrições quanto ao uso de cada
uma delas.

As paisagens naturais tombadas e as UCs presentes no território estadual, cuja relação é


apresentada no quadro ao final deste item, integram o Mapa Unidades de Conservação
Ambiental e Áreas Tombadas apresentado na parte II – Diagnóstico, deste Plano. As Áreas
de Especial Interesse Turístico são apresentadas no mapa homônimo, que também integra o
referido Diagnóstico.

?? Tombamento e Registro (Decreto Lei Federal n°25 de 30/11/37, Lei Estadual n°509 de
03/12/ 81 e Decreto Estadual n°5.808 de 13/06/82)

Tombamento é o registro e inventário de bens móveis e imóveis, cuja conservação e


proteção seja do interesse público por seu valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico,
artístico, histórico, cultural ou paisagístico.

A concessão de licença para aprovação, modificação ou revogação de projetos nestas


áreas deve ser objeto de apreciação pelo IPHAN, no caso dos tombamentos federais, e
pelo Conselho Estadual de Tombamento no caso dos tombamentos estaduais.

??Áreas de Especial Interesse (Lei 1130/86 e Decreto 9760/87)

Define e delimita, entre outras categorias, as áreas de Especial Interesse Turístico do Estado
cujo mapa é apresentado na parte II – Diagnóstico deste plano, e relaciona ainda os
Recursos Turísticos de Ocorrência Isolada e estabelece normas relativas ao parcelamento do
solo para estas áreas e recursos, legislando complementarmente aos municípios. Entre outras
normas, determina que todas as praias e as faixas marginais ao longo dos cursos de águas e
nascentes devem ter a garantia do acesso público a cada 600m e diretamente a todos os
locais onde há ocorrência de quedas d’água e cachoeiras, definido ainda um faixa
marginal de proteção às praias, com largura de 30m.

??Parque Nacional, Estadual e Municipal (Decreto Nº 84.017 DE 21/07/79)

Os parques são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais


excepcionais, objeto de preservação permanente. Destinam-se a fins científicos, culturais,
educativos e recreativos, sendo objeto de sua criação a preservação dos ecossistemas
naturais contra quaisquer alterações que os desvirtuem. O Decreto 84.017/79, que aprova o
regulamento dos PARNAs prevê a elaboração de planos de manejo ecológico, que
estabeleçam um zoneamento que caracterize cada uma das suas zonas e proponha seu
desenvolvimento físico, de acordo com suas finalidades.

??Estações Ecológicas (Lei Federal 6.902/81 e Decreto 88.351/83)

Áreas representativas de ecossistemas brasileiros, destinadas a realização de pesquisa,


proteção ao ambiente natural e ao desenvolvimento da educação ambiental. Nelas, 90%

SEPDET / TURISRIO - 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 186

da área devem ser destinados à preservação integral da biota em caráter permanente e


nos 10% restantes, desde que haja um planejamento, é possível a modificação do ambiente
natural para pesquisa científica.

As EEs não podem ser reduzidas nem utilizadas para fins diversos daqueles para os quais
foram criadas.

Nas EEs é proibida a presença de rebanho de animais domésticos de propriedade


particular, a exploração de recursos naturais, exceto para fins experimentais, o porte e uso
de armas de qualquer tipo, instrumentos de corte para árvores, redes de apanha de animais
ou outros artefatos de captura.

??Reserva Biológica (Lei Federal 4.771/66 e Lei Federal 5.197/67)

São criadas com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando


a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos
educacionais, recreativos e científicos, onde as atividades de utilização, perseguição, caça,
apanha ou introdução de espécimes da fauna e flora silvestres e domésticas, bem como
modificações do meio ambiente a qualquer título, são proibidas ressalvadas as atividades
científicas devidamente autorizadas pela autoridade competente.

??Reserva Ecológica (Decreto Federal 89.336/84)

As REs têm por finalidade manter os ecossistemas naturais, de importância regional ou local,
e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibiliza-lo com os objetivos da
conservação ambiental. Devem ser de preservação integral da biota, admitindo-se apenas
o uso indireto de parte da área para fins científicos, de administração e manutenção

São consideradas REs as áreas de preservação permanente mencionadas no art. 18 da Lei


nº 6938, de 31/08/81, bem como as que forem estabelecidas pelo Poder Público. As REs
serão públicas ou particulares de acordo com sua situação dominial.

??Reserva Particular do Patrimônio Natural (Decreto Federal 98.914/90)

As RPPNs são criadas por destinação de seu proprietário, em caráter perpétuo, em imóvel
de domínio privado em que, no todo ou em parte, sejam identificadas condições naturais
primitivas, semi-primitivas, recuperadas ou cujas características justifiquem ações de
recuperação, pelo seu aspecto paisagístico ou para a preservação do ciclo biológico de
espécies da fauna ou flora nativas do Brasil.

??Áreas de Proteção Ambiental (Lei Federal 6902/81, Lei 6.938/81 e Decreto 88.351/83)

As APAs são áreas cujo objetivo é assegurar o bem estar das populações e conservar ou
melhorar as condições ecológicas locais. Estas áreas não sofrem desapropriações e podem
ser de qualquer situação dominial. Nelas são limitadas ou proibidas indústrias
potencialmente poluidoras, atividades que provoquem erosão ou que ameacem extinguir
espécies raras, bem como realização de obras de terraplanagem e abertura de canais que
alterem as condições ecológicas locais.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 187

Os proprietários de terra, em APA, podem utilizar o nome das mesmas em placas


indicadoras de propriedade, na promoção de atividades turísticas e como indicação de
procedência de produtos delas originados.

As APAs terão sempre um zoneamento ecológico econômico. O zoneamento estabelecerá


normas de uso, de acordo com as condições locais bióticas, geológicas, urbanísticas, agro-
pastoris, extrativistas, culturais e outras. Nenhum projeto de urbanização poderá ser
implantado em uma APA, sem a prévia autorização da entidade administradora.

Nas APAs são admitidas as atividades turísticas e recreativas, bem como outras formas de
ocupação e uso da área, desde que se harmonizem com os seu objetivos específicos.

??Floresta Nacional, Floresta Estadual e Floresta Municipal (Lei Federal 4771/65)

As florestas assim instituídas são áreas extensas, com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas, destinadas a produção econômica sustentável de madeira e
outros produtos vegetais, proteção de recursos hídricos, pesquisa e estufas, manejo da
fauna silvestre e atividades recreativas de contato com a natureza.

??Reserva Extrativista (Decreto Federal 98.897/90)

As RESEXs são espaços territoriais destinados à exploração auto sustentável e conservação


dos recursos naturais renováveis por população extrativista, que as utiliza como fonte de
subsistência, para coleta de produtos da biota nativa, segundo formas tradicionais da
atividade econômica sustentável.

??Áreas de Relevante Interesse Ecológico (Lei Federal 6.938/81 e Decreto 89.336/84)

As ARIEs são áreas que possuem características naturais extraordinárias ou abriguem


exemplares raros da biota regional, exigindo cuidados especiais de proteção por parte do
poder público.

??Área Estadual de Lazer (Decreto 996/76 e Nt 1110 da CECA)

São áreas de domínio público com atributos ambientais relevantes, capazes de propiciar
atividades de recreação ao ar livre, sob supervisão estadual, que garanta sua utilização
correta. Essas áreas devem dispor de um Plano Diretor, aprovado oficialmente, cuja diretriz
primordial seja a de possibilitar a perpetuação das atividades recreacionais, com base em
critérios conservacionistas de preservação dos aspectos ambientais característicos.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 188

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E TOMBAMENTOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Tutelas: Estadual** e Federal***

REGIÃO 1 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Angra dos Reis Tomb.da Área Índigena Guarani Do Bracuí** Tomb. Prov. D.O.14/04/91 / INEPAC
Tomb. da Ilha Grande** Res. 29 de 14/10/87 Tomb.Def. 09/11/87 / INEPAC
Tomb. da Ilha do Morcego*** 317 – T-42 / SPHAN
APA de Tamoios** Dec. Estadual 9.452 de 05/12/86 / FEEMA
REBIO da Praia Do Sul** Dec. 4.972 de 02/12/81 / FEEMA
EE de Tamoios*** Dec. 98.864 de 23/01/90 / IBAMA
EE Federal*** Dec. 84.873 de 29/07/80 / IBAMA
PARNA da Serra da Bocaina***. Dec. 68.172 de 04/02/71 E DEC. 70.694 de 08/06/72 / IBAMA
Parque Estadual Marinho do Aventureiro** Dec. 15.983 de 27/11/90
Parque Estadual da Ilha Grande**. Dec. 15.273 de 28/06/71, 16.067 de 73 E 2.062 De 78 / IEF
RPPN Gleba o Saquinho de Itapirapuã*** Dec. 1.922 de 05/06/96 / IBAMA
Itaguaí FLONA Mario Xavier*** Dec. 93.369 de 89 / IBAMA
RPPN Sítio Poranga e Sítio Angaba*** Dec. 1.922 de 05/06/96 IBAMA
Mangaratiba APA de Mangaratiba** Dec. 9.802 de 9.802 de 12/03/87 / FEEMA
RPPN de Rio das Pedras e Fazenda Cachoeirinha*** Dec. 1.922 de 05/06/96 IBAMA
Parati Tomb. do Município de Parati*** Livro de Tombos Df 58.077/66 / IPHAN
Ponta da Trindade e da Fazenda, Enseada do Sono e Praia da Tomb.Def. 11/05/87 INEPAC
Ponta do Caju, Enseada do Pouso e Ilhas de Itaoca, Saco e
Manguezal de Mamanguá, Enseada de Parati Mirim e Ilha das
Almas, Praia Grande, Ilha do Araújo e Praia de Tarituba**.
APA de Cairuçu*** Dec.89.242 de 27/12/83 / IBAMA
PARNA da Serra da Bocaina*** Dec.68.172 de 04/02/71 e DEC. 70.694 de 08/06/72 / IBAMA
RE da Juatinga** Dec.1.859 de 01/10/91 / IEF
Parque Estadual de Parati-Mirim** Dec.15.927/72 E 996/76 /
Rio Claro EE de Piraí*** Contrato de Comodato Light/Sema de 26/05/82 / IBAMA
RPPN Fazenda Roça Grande e Sítio Fim da Picada*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA
REGIÃO 2 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Barra Mansa ARIE da Floresta da Cicuta*** Dec.90.792 de 09/01/85 / IBAMA


Itatiaia PARNA de Itatiaia*** Dec.1.713 de 14/06/37 / IBAMA
APA da Mantiqueira*** Dec.91.304 de 03/06/85 / IBAMA
Resende PARNA de Itatiaia*** Dec.1.713 de 14/06/37 / IBAMA
APA da Mantiqueira *** Dec.91.304 de 03/06/85 / IBAMA
APA da Serrinha do Alambarí***
Volta Redonda ARIE da Floresta da Cicuta*** Dec.90.792 de 09/01/85 / IBAMA

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REGIÃO 3 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Barra do Piraí RPPN Santo Antonio da Aliança*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA


Eng. Paulo de Frontin RPPN Reserva Jornalista Antenor Novaes*** Dec. 1.922 de 05/06/96 / IBAMA
Mendes APA de Petrópolis*** Dec.87.561 de 13/09/82 e Decr.527 de 20/05/92 / IBAMA
Miguel Pereira Tombamento dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC
REBIO de Araras** Res.Secretaria de Agricultura de 22/06/77 / IEF
REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA
Paracambi REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA
Piraí EE de Piraí*** Contrato de Comodato Light/Sema de 26/05/82 / IBAMA
Valença RPPN Fazenda São Geraldo*** Decr. 1.922 de 05/06/96 IBAMA
Vassouras REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA
REGIÃO 4 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Belford Roxo
Duque de Caxias Tombamento dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC
APA de Petrópolis*** Decr.87.561 de 13/09/82 e Decr.527 de 20/05/92 / IBAMA
REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA
Nilópolis APA Gericinó-Mendanha** Lei 1.331 de 12/07/88 / IEF
Nova Iguaçu APA Gericinó-Mendanha** Lei 1.331 de 12/07/88 / IEF
Parque Estadual da Serra de Madureira/Medanha Proc. E07/300323/92 / IEF
REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA
Magé Tombamento dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC
APA de Petrópolis*** Decr.87.561 de 13/09/82 eDecr.527 de 20/05/92 / IBAMA
APA de Guapimirim*** Dec.90.225 de 25/09/84 / IBAMA
RPPN Reserva Querência*** Decr.922 de 05/06/96 / IBAMA
São Gonçalo APA de Guapimirim*** Dec.90.225 de 25/09/84 / IBAMA
Seropédica FLONA Mario Xavier*** Dec.93.369/86 / IBAMA

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 190

REGIÃO 5 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Rio de Janeiro Ponta do Arpoador e de Copacabana** Tomb.Def.06/09/89 / INEPAC


Pontal de Sernambetiba, Morros Dois Irmãos, Rangel, Tomb.Def.28/01/83 / INEPAC
Cantagalo, Amorim, Portela e Pedra da Baleia
Morro do Pão de Açucar e Urca*** Tombamento 08/08/73 / IPHAN
Morro do Urubu** Proc.E03/300 257/72 – Gb / INEPAC
Pedra da Panela** Proc.E03/300 021/69 – Gb / INEPAC
Pedra de Itapuã** Proc.E03/300 235/68 – Gb / INEPAC
Pedra de Itaúna** Proc.E03/300 258/72 – Gb / INEPAC
Praia de Grumari** Tomb.Def. 11/04/85 e Tomb.Def. 11/05/87 / INEPAC
PARNA da Tijuca*** Dec.50.923 e N°60.183 de 08/02/67 / IBAMA
Parque Estadual da Pedra Branca Lei 2.377 de 28/06/74 / IEF
Parque Estadual da Serra de Madureira/Medanha Proc. E07/300323/92 / IEF
Parque Laje** Proc.E03/300 290/65 – Gb / INEPAC
Parque da Gávea (Cidade)** Proc.E03/300 543/65 – Gb / INEPAC
Parque Estadual da Chacrinha** Dec. 2.853 de 22/05/69 / IEF
Jardim Botânico*** Proc.101- 38157/38 de 30/05/38 / IPHAN
Recanto do Trovador (Antigo Jardim Zoológico)** Proc.E03/300 021/69 – Gb / INEPAC
APA Gericinó-Mendanha** Lei 1.331 De 12/07/88 / IEF
ARIE do Arquipélago das Cagarras*** Res.Conama 11 de 14/09/89
Reserva Florestal do Grajaú** Dec.1.921/78 / IEF
Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba** Dec.7.549/74 e Dec.54.015 / IEF
Floresta Protetora da União*** IBAMA
RPPN Ceflusme e Res. Ce. Metodista Ana Gonzaga*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA
Niterói Pedra do Índio, Itapuca e dos Cardos Tomb.Prov.19/06/85 / INEPAC
Ilha da Menina, da Mãe e do Pai e Canto Sul da Praia de Tomb.Def.11/05/87 / INEPAC
Itaipú**
APP Parque da Serra da Tiririca**. Lei 1.901 de 29/11/91 / IEF
REGIÃO 6 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Paraíba do Sul Tombamento dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 191

REGIÃO 7 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Cachoeiras de Macacu EE do Paraíso** Dec.9.8003 de 12/05/87 / FEEMA


Guapimirim APA de Guapimirim*** Dec.90.225 de 25/09/84 / IBAMA
EE do Paraíso** Dec.9.8003 de 12/05/87 / FEEMA
Petrópolis Tombamento dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC
PARNA da Serra dos Órgãos*** Dec.1.822 de 10/11/39 e Dec. 90.023 de 02/08/84 / IBAMA
APA de Petrópolis*** Decr.87.561 de 13/09/82 e Decr.527 de 20/05/92 / IBAMA
REBIO de Araras** Res.Secretaria de Agricultura de 22/06/77 / IEF
RPPN Pedra dos Amarílis e Fazenda Limeira*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA
Teresópolis PARNA da Serra dos Órgãos*** Dec.1.822 de 10/11/39 e Dec. 90.023 de 02/08/84 / IBAMA
APA do Jacarandá e da Bacia do Rio dos Frades** Dec.8.280 de 23/07/85 / IEF
EE do Paraíso** Dec.9.8003 de 12/05/87 / FEEMA
RPPN Maria Francisca Guimarães e Fazenda Suspiro*** Dec.1.922 de 05/06/96 IBAMA
REGIÃO 8 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Sta. Maria Madalena Parque Estadual Do Desengano** Dec.Lei 250 de 13/04/70 Dec. 71.021 de 28/12/83 IEF

Região 9 Unidades Legislação/Tutela


Itaboraí APA de Guapimirim*** Dec.90.225 de 25/09/84 / IBAMA
Silva Jardim REBIO Poço das Antas*** Dec.73.791 de 11/03/64 e Dec.76.534 de 03/11/75 / IBAMA
RPPN Fazenda Arco Iris, Granja Redenção, Sítio Santa Fé e Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA
Sítio Cachoeira Grande***
REGIÃO 10 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Araruama APA da Massambaba** Dec.9.529-C de 15/12/86 / FEEMA


Arraial do Cabo Tombamento das Dunas de Cabo Frio** Res.046 21/03/88 Proc. 07/201 717/84 de 08/04/88 / INEPAC
RESEX Marinha do Arraial do Cabo*** Dec Sn 03/01/97 / IBAMA
APA da Massambaba** Dec.9.529-C de 15/12/86 / FEEMA
RE da Massambaba** Dec.9.529-B de 15/12/86 / FEEMA
Cabo Frio Tombamento Dunas de Cabo Frio** Res.046 21/03/88 Proc. 07/201 717/84 de 08/04/88 / INEPAC
Casimiro de Abreu RPPN Faz. Córrego da Luz e Faz. Bom Retiro*** Dec.1.922 de 05/06/96 IBAMA
Iguaba Grande APA aa Serra de Sapiatiba** Dec.15.136 de 20/07/90 / FEEMA
Marica APP Parque Estadual da Serra da Tiririca** Lei Estadual 1.901 de 29/11/91 / IEF.
São Pedro da Aldeia APA da Serra de Sapiatiba** Dec.15.136 de 20/07/90 / FEEMA
Saquarema APA da Massambaba** Dec.9.529-C de 15/12/86 / FEEMA
RE de Jacarepiá** Dec.9.529-A de 15/12/86 /FEEMA

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 192

REGIÃO 11 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Carapebús Parna de Jurubatiba*** Dec. Sn de 29/04/98 / IBAMA


Macaé PARNA de Jurubatiba*** Dec. Sn de 29/04/98 / IBAMA
REBIO União** Dec. Sn de 22/04/98 / IBAMA
RPPN Sítio Shangrilah e Fazenda Barra do Sana*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA
Quissamã PARNA de Jurubatiba*** Dec. Sn de 29/04/98 / IBAMA
REGIÃO 12 UNIDADES LEGISLAÇÃO

Campos Parque Estadual do Desengano** Dec.Lei 250 de 13/04/70 Dec. 71.021 de 28/12/83 Ief
Sâo Francisco do Tombamento. da Área da Foz do Rio Paraíba do Sul, com Res.25 27/04/87 Tomb.Def. 11/05/87 INEPAC
Itabapoana Manguezais e Complexo Nesográfico (Conjunto de Ilhas)**.
São João da Barra Tombamento da área da foz do rio Paraíba do Sul, com Res.25 27/04/87 Tomb.Def. 11/05/87 INEPAC
manguezais e complexo nesográfico (conjunto de ilhas)**.
REGIÃO 13 UNIDADES LEGISLAÇÃO

São Fidélis Parque Estadual do Desengano** Dec. Lei 250 de 13/04/70 Dec. 71.021 de 28/12/83 IEF

Fontes: IBAMA, CIDE, INEPAC, SEMADS, FEEMA e PMRJ

Obs: O perímetro do Tombamento Provisório Estadual das áreas integrantes do Sistema Orográfico Serra do Mar/Mata Atlântica, INEPAC – Edital de 06/03/91
- DO 06/03/91, abrange os seguintes municípios: Angra dos Reis, Barra do Piraí, Bom Jardim, Cachoeiras de Macacú, Campos dos Goytacazes, Casimiro
de Abreu, Conceição de Macabú, Duas Barras, Duque de Caxias, Engenheiro Paulo de Frontin, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Macaé, Magé, Mangaratiba,
Marica, Mendes, Miguel Pereira, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Parati, Petrópolis, Piraí, Rio Bonito, Rio Claro, Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena,
São Fidélis, Saquarema, São Gonçalo, Silva Jardim, Sumidouro, Tanguá, Teresópolis, Trajano de Morais.

GLOSSÁRIO:

APA - Área de Preservação Ambiental


APP - Área de Preservação Permanente
ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico
EE - Estação Ecológica
FLONA - Floresta Nacional
RE - Reserva Ecológica
REBIO - Reserva Biológica
RESEX - Reserva Extrativista
RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 193

7.1.2 Legislação de Proteção ao Patrimônio Cultural

O patrimônio cultural é protegido por um conjunto de normas federais, estaduais e


municipais, baixadas especificamente para cada um dos bens ou conjuntos de bens
indicados.

“A cultura pode ser vista, respeitados seus próprios limites, como um recurso econômico não
apenas passível de fomentar o desenvolvimento das sociedades, mas essencial ao seu
pleno desenvolvimento.

E, enquanto um potencial de uso econômico, é um instrumento fundamental ao turismo. Ao


mesmo tempo, o turismo poderá ser, também, um instrumento de preservação e
reprodução da Cultura e de todas as suas manifestações.”5

“O tombamento significa o reconhecimento oficial, através de ato administrativo da


autoridade competente, do valor histórico, artístico, paisagístico, cultural ou científico de
bens que passam a ser preservados sob um regime especial de proteção, como patrimônio
cultural de uma comunidade, de uma região ou nação.

O Tombamento tem como finalidade a conservação da coisa tombada, que, embora


permaneça no domínio e posse dos seus proprietários, impõem limites e restrições ao pleno
exercício da propriedade, tendo em vista o interesse público e coletivo e o reconhecimento
das qualidades intrínsecas a esses bens.

Dentre as conseqüências legais decorrentes do ato de tombamento, incluem-se a proibição


de mutilar, destruir ou demolir, e a exigência de autorização prévia para execução de
qualquer obra de reparação, restauro, pintura ou de qualquer intervenção, inclusive de
caráter urbanístico, que porventura venha interferir negativamente na salvaguarda de sua
integridade física ou estética e em sua ambiência.

É importante ressaltar, no entanto, que nem tudo que se constitui potencialmente em


Patrimônio encontra-se tombado. E nem necessariamente o deverá ser, considerando a
ampliação do conceito de Patrimônio Cultural Brasileiro introduzido em nossa Constituição
em 1988, no seu Artigo 126, que tanto veio enriquecer o significado de cidadania e
sentimento de auto-estima do brasileiro.

É proposto ao Poder Público, em colaboração com a comunidade, o desafio (e a


obrigação) de buscar outras formas de acautelamento e preservação dos bens culturais
identificados como tal, além do tombamento, considerando a diversidade e as
peculiaridades da produção cultural do povo, seja na maneira de se expressar, modos de
criar, fazer e viver, dentre outras.

Concluindo, o conjunto de bens que integram a lista dos tombamentos pelo Estado, como
Patrimônio Cultural e Natural Fluminense, identificados neste Plano de Desenvolvimento
Turístico, é apenas uma parcela de um universo imenso que ainda temos a conhecer,
valorizar e preservar, quem sabe através do Turismo, para usufruto das presentes e futuras
gerações.” 6

5 Extraído de texto da Arquiteta Dina Lerner, INEPAC, 2001.


6Idem.
SEPDET / TURISRIO - 2001

PROPOSIÇÕES
PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 194

Os bens tombados pela União e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, integram o
Mapa Patrimônio Histórico-Cultural, apresentado no Volume 1, Parte II – Diagnóstico, deste
Plano.

Ao tratar do tema Patrimônio Cultural, não se pode deixar de destacar a forte consciência
do valor da arquitetura no Brasil, produto da obra de arquitetos como Oscar Niemeyer e
Lúcio Costa, e a tropicalização de tipologias criadas por Le Corbusier, de fama
internacional. Porém, e à parte um legado histórico que é hoje notável contributo
patrimonial, não se notam muitos exemplos de uma arquitetura brasileira nas supra-estruturas
turísticas, como unidades hoteleiras, com raras exceções. É importante resgatar, no ato de
projetar os empreendimentos turísticos, o valor da arquitetura brasileira, buscando-se, ao
mesmo tempo, valorizar o serviço oferecido, numa atividade onde o aspecto visual é
fundamental.

?? Tombamento e Registro (Decreto-Lei Federal n°25 de 30/11/37, Lei Estadual n° 509 de


03/12/ 81 e Decreto Estadual n°5.808 de 13/06/82)

Tombamento é o registro e inventário de bens móveis e imóveis, cuja conservação e


proteção seja do interesse público, por seu valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico,
artístico, histórico, cultural, arquitetônico ou paisagístico.

A concessão de licença para aprovação, modificação ou revogação de projetos nestas


áreas deve ser objeto de apreciação pelo IPHAN, no caso dos tombamentos federais, e
pelo Conselho Estadual de Tombamento no caso dos tombamentos estaduais.

Integram o mesmo conceito de proteção do patrimônio cultural as normas que dispõem


sobre o Registro de Patrimônio Imaterial, instituídas pelo Decreto Federal n°3.551 de 04/08/00.

SEPDET / TURISRIO - 2001

PROPOSIÇÕES
PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 195

7.2 NORMAS RELATIVAS À REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE

Conforme apresentado no Diagnóstico, os serviços turísticos são regulamentados no território


nacional por um conjunto de normas diversas e dispersas, de entendimento e leitura nem
sempre claros e objetivos. Os conflitos entre conceitos e as disposições contidas nestas
normas acaba por possibilitar a ocorrência de um vácuo na sua aplicação.

A classificação dos meios de hospedagem, por exemplo, é hoje uma incógnita. No


momento somente três empreendimentos são classificados pela EMBRATUR/TURISRIO em
todo o território estadual. Do mesmo modo, não existe o cadastro dos serviços turísticos nos
órgãos oficiais nem são apresentadas, de forma sistemática e contínua, as informações
decorrentes das Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH e dos Boletins de
Ocupação - BOH, conforme a lei determina.

Neste sentido, a constituição do grupo de trabalho interinstitucional proposto por este Plano,
com participação da EMBRATUR, TURISRIO, municípios e representação de agentes de
mercado, será fundamental e terá como objetivo discutir e encaminhar a atualização e
revisão do conjunto de normas que regulamentam a atividade nas diferentes esferas de
governo, definidas de forma integrada, bem como indicar das providências necessárias ao
seu efetivo cumprimento.

7.2.1 Normas vigentes

A seguir é apresentado um quadro com as referências básicas das principais normas


vigentes de regulamentação sobre os serviços turísticos.

?? Lei n° 6.505/77

Dispõe sobre as atividades e serviços turísticos; estabelece condições para seu


funcionamento e fiscalização.

?? Decreto 84.910/80

Regulamenta dispositivos da Lei n° 6.505/77, referentes aos Meios de Hospedagem de


Turismo.

?? Deliberação Normativa n° 387/98

Aprova o Regulamento dos Meios de Hospedagem.

?? Decreto-Lei n° 2.294/86

Dispõe sobre o exercício e a exploração de atividades e serviços turísticos.

SEPDET / TURISRIO - 2001

PROPOSIÇÕES
PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 196

?? Lei n° 8.181/91

Dá nova denominação à EMBRATUR e dá outras providências.

?? Decreto n° 448/92

Regulamenta dispositivos da Lei n° 8.181/91, dispõe sobre a Política Nacional de


Turismo

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PROPOSIÇÕES
PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 197

8 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO

SEPDET / TURISRIO - 2001

PROPOSIÇÕES
PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 198

8 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO

O planejamento e os recursos mobilizados na implementação do conjunto de estratégias


que integram o Plano Diretor de Turismo representam um desafio no que se refere à sua
operacionalidade. Neste sentido, é de fundamental importância a distribuição sistemática e
articulada da programação no tempo, com base na numa hierarquia de prioridades das
diversas ações e intervenções propostas. Uma programação em etapas permitirá a
viabilização das propostas de forma racional, tendo ainda a vantagem de gerar um
controle regular da eficácia e da própria estratégia de implantação das ações.

Dentro do horizonte temporal de vigência do Plano, programado para dez anos, estão
previstas três fases para implementação das diversas estratégias propostas:

?? fase de curto prazo, compreendida entre 2002 e 2004, inclusive;


?? fase de médio prazo, abrangendo os anos de 2005 a 2007, inclusive;
?? fase de longo prazo, a partir de 2008 a 2010.

O último ano é reservado para a revisão do Plano, considerando este horizonte de tempo
adequado à implementação de medidas corretivas estruturais, sem prejuízo das correções
de rumo que poderão ocorrer durante as três fases de implantação do Plano, por conta das
medidas resultantes do seu monitoramento.

Deve-se considerar ainda que o planejamento dos diversos programas, projetos e ações
assumem particular importância, independentemente do horizonte temporal de
implementação de cada um destes componentes, devendo-se distinguir as ações pontuais,
e as atividades continuas ou periódicas, conforme apresentadas a seguir, no Cronograma
Físico.

SEPDET / TURISRIO - 2001

PROPOSIÇÕES
plano diretor de turismo do estado do rio de janeiro 199

CRONOGRAMA FÍSICO

MACRO PROGRAMA 1 - DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL


ETAPAS
PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES CURTO MÉDIO LONGO
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Institucionalização da Regionalização Turística Estadual ?
Ação InterInstitucional Reestruturação do Sistema Turístico Estadual ?
Adequação do Modelo de Ocupação Territorial nas Áreas Turísticas ? ? ? ?
Formalização da Atividade Cadastramento dos Serviços Turísticos ? x x x x x x x x
Certificado do Padrão de Qualidade dos Serviços Turísticos ? x x x x x x x
Estruturação dos Conselhos Municipais de Turismo ? x x x x x x x x
Apoio ao Desenvolvimento Apoio à Reestruturação dos Órgãos Municipais de Turismo
Turístico nos Municípios
? x x x x x x x x
Valorização do Patrimônio Natural e Cultural ? x x x x x x x x
Ações Pontuais (?) Atividades Contínuas ou Periódicas (x)

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


plano diretor de turismo do estado do rio de janeiro 200

MACRO PROGRAMA 2 - INFRA-ESTRUTURA DE APOIO

ETAPAS
PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES CURTO MÉDIO LONGO
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Infra-estrutura Rodoviária
? BR-101 Parati / Campos ? ? ?
Infra-Estrutura Básica ? Viaduto de Manilha BR-101 / Br-493 ?
? BR-393 Barra-Mansa / Pirapetinga MG ? ?
? RJ-116 Itaboraí / Itaperuna ? ? ?
? RJ-165 Paraty / Cunha ? ?
? RJ-106 Niterói / Macaé ? ?
? RJ-140 Silva Jardim / Arraial do Cabo ?
? RJ-124 Rio Bonito / Araruama ?
? RJ-163 Penedo / Visconde de Mauá ?
Infra-estrutura Aeroviária
? Aeroporto Internacional Tom Jobim ?
? Aeroporto Santos Dumont ? ?
? Ligação Hidroviária Aeroportos Tom Jobim e Santos Dumont ?
? Aeroporto de Cabo Frio ?
? Aeroporto de Resende ?
? Aeroporto de Angra dos Reis ? ?
Infra-estrutura Hidroviária
? Estabelecimento da “Qualidade Náutica Ambiental-Rio” ? x x x x x x x
? Implantação dos Pólos da Costa ? x x x x x x x
? Implantação dos Atracadouros de Suporte ao Tráfego Náutico ? ?
Saneamento
? Despoluição das Lagoas de Araruama, Saquarema e Maricá ? ? ?
? Implantação de Sistema de Esgoto no Núcleo Histórico de Parati ?
? Implantação de Sistema de Esgoto no Núcleo Urbano de Angra dos Reis ?
? Implantação de Sistema de Col. Trat. e Dest. Final dos Resíduos Sólidos ? ? ? ?
Equipamentos Turísticos de Implantação de Áreas de Lazer e Excursionismo ? ? ? ?
Apoio Implantação de Centros de Convenções ? ?
Ações Pontuais (?) Atividades Contínuas ou Periódicas (x)

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plano diretor de turismo do estado do rio de janeiro 201

MACRO PROGRAMA 3 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO

ETAPAS
PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES CURTO MÉDIO LONGO
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Banco de Dados Concepção e Implantação do Banco de Dados ?
Alimentação do Banco e Análise e Tratamento das Informações x x x x x x x x
Mídia eletrônica ? x x x x x x x x
Postos de Informações Turísticas
? Implantação de Postos de Informações ? ? ? ?
Informação ao Turista
? Operacionalização e Manutenção de Postos de Informações x x x x x x x x x
? Calendários de Eventos x x x x x x x x x
Sinalização Turística
? BR-101 Paraty / Rio de Janeiro ?
? BR-116 Resende/Rio de Janeiro e Duque de Caxias / Além Paraíba ? ?
? BR-040 Rio de Janeiro / Comendador Levy Gasparian ?
? RJ-163 Penedo / Visconde de Mauá ?
? RJ-116 Itaboraí / Bom Jardim ?
? RJ-106 Niterói / Macaé ?
? BR-101 Niterói / Campos dos Goytacazes ? ?
? BR-393 Barra Mansa / Além Paraíba ?
? BR-495 Petrópolis / Teresópolis ?
? BR-356 Itaperuna / Campos ?
? RJ-155 Barra Mansa / Angra dos Reis ?
? RJ-145 Piraí / Rio das Flores ?
? RJ-130 Teresópolis / Friburgo ?
? RJ-142 Nova Friburgo / Casimiro de Abreu ?
? RJ-124 Rio Bonito / Araruama ?
Ações Pontuais (?) Atividades Contínuas ou Periódicas (x)

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


plano diretor de turismo do estado do rio de janeiro 202

MACRO PROGRAMA 4 - FOMENTO À ATIVIDADE

ETAPAS
PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES CURTO MÉDIO LONGO
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Orientação para Gestão dos Manual de Orientação ao Empresário ? x x x x x x x
Serviços Turísticos Banco de Negócios Turísticos ? x x x x x x x
Incentivo à Ampliação e Qualificação da Oferta Hoteleira ? x x x x x x x
Qualificação da Mão de Estruturação da Câmara Técnica de Coordenação de Recursos Humanos ? x x x x x x x x
Obra Formação de Recursos Humanos / Escola de Hotelaria ? x x x x x x x x
Especialização e Reciclagem de Mão de Obra para o Setor ? x x x x x x x x
Captação de Recursos PRODETUR SUDESTE ? ? ? ? ? ? ? ? ?
Incentivos fiscais e Programas de crédito ? x x x x x x x x
Ações Pontuais (?) Atividades Contínuas ou Periódicas (.x)

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


plano diretor de turismo do estado do rio de janeiro 203

MACRO PROGRAMA 5 - CONSOLIDAÇÃO DO PRODUTO TURÍSTICO


ETAPAS
PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES CURTO MÉDIO LONGO
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Mapeamento e Avaliação dos Recursos Turísticos ? x x x x x x x x
Identificação, Organização Roteiros e Circuitos Turísticos
Qualificação dos Produtos
? ? ? ?
Turísticos Redução de Custos por Unidade de Produtos ? ? x x x x x x x
Valorização das Ambiências e Lugares Turísticos x x x x x x x x x
Elaboração e Implementação do Plano de Marketing e Promoção ? ?
Promoção e Marketing Estudo e Promoção da Imagem Turística do Estado do Rio de Janeiro x x x x x x x x x
Sistemas de Comercialização – Mobilização dos Formadores de Opinião. x x x x x x x x x
Ações Promocionais com Relação os Mercados Emissores x x x x x x x x x
Ações Pontuais (?) Atividades Contínuas ou Periódicas (x)

SEPDET / TURISRIO – 2001 PROPOSIÇÕES


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 204

8.1 Programa de Acompanhamento e Monitoramento

A amplitude temática e territorial deste Plano Diretor de Turismo está condicionada por
fatores de diversas ordens, alguns deles independentes dos agentes envolvidos, sejam eles
públicos ou privados, não sendo possível prever com rigor a evolução de todos esses fatores
e, nem sempre, atuar efetivamente sobre eles.

Neste sentido, o processo de planejamento instaurado com o Plano deve incluir a previsão
de instrumentos de detecção, análise e correção dos desvios existentes, tarefa clássica a
uma função de monitoramento.

Neste contexto, as duas primeiras ações que decorrem da sua implementação respeitam à
atribuição de tarefas e responsabilidades, que engloba o universo dos agentes envolvidos
com o setor, e à fixação de prazos e respectivos cronogramas.

O acompanhamento sistemático dos programas e ações propostos deve considerar a


necessidade de se antecipar ao cronograma apresentado, no sentido de serem incluídas
em tempo hábil, as respectivas programações financeiras para a sua execução, seja no que
se refere aos investimentos privados, seja com relação aos investimentos públicos, nas três
esferas de governo, e neste caso, a antecipação é determinada pelos prazos orçamentários
regulamentares.

O processo de monitoramento propriamente dito se constitui em duas fases metodológicas


fundamentais - a Avaliação e o Controle - que, na prática, estão intimamente associadas e
são encaminhadas simultaneamente, formando o sistema de monitoramento.

A Avaliação, quantitativa e qualitativa, da evolução e desempenho de cada variável


deverá obedecer aos seguintes princípios:

?? coerência na execução das políticas, sobretudo na criação de uma imagem única para
todo o Estado do Rio de Janeiro;
?? permanente adaptação das variáveis ao contexto concorrencial, principalmente no
que se refere aos destinos nacionais mais competitivos e seus concorrentes diretos;
?? enfoque permanente da estratégia na vantagem competitiva, mesmo quando esta é
parcial, através do aproveitamento dos fatores e recursos que mais distinguem o Estado
do Rio de Janeiro;
?? adoção permanente da regra da prudência e da segurança.

As tarefas inerentes à avaliação permanente do Plano têm de ser baseadas num sistema de
informação turística específico do Estado do Rio de Janeiro, o qual versará sobre assuntos
de ordem qualitativa e quantitativa, cuja concepção e conteúdo deverá constituir uma das
primeiras ações de monitoramento do Plano, integrante do Macroprogrma 3.

O controle é o mecanismo através da qual se concebem as medidas corretivas dos desvios


detectados, visando perseguir o cumprimento dos objetivos mais gerais.

As ações de avaliação e controle devem ser acompanhadas pelo Observatório do Turismo,


que deverá operar de forma estreitamente articulada com o fórum constituído no Conselho
Estadual, a quem são comunicados, previamente e de forma sucinta, os resultados obtidos e
a proposta de correção a introduzir nos objetivos preconizados, dando a todos a
oportunidade e a responsabilidade na participação da gestão do Plano.

SEPDET / TURISRIO – 2001


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 205

Nesse sentido, os vetores de orientação da estrutura em apreço seriam o profissionalismo e a


flexibilidade da gestão, de forma a que as atuais estruturas de gestão do Turismo possam
tornar exeqüível a agenda de ações propostas no Plano, além de possibilitar o
estabelecimento e a consolidação de parcerias estratégicas.

O sistema de monitoramento deve ter como referência um conjunto de indicadores de


gestão relacionados às seguintes variáveis críticas:

?? estruturação e qualificação da oferta comparativamente com destinos turísticos


concorrentes;
?? nível de atividade, medido pela evolução dos pernoites registrados nos meios de
hospedagem;
?? nível de preços praticados, face à concorrência;
?? perfil dos turistas;
?? desempenho dos canais de distribuição;
?? efeitos da Promoção e do Marketing.

Esses indicadores devem estar associados aos seguintes fatores:

?? econômicos - importância do Turismo nas economias local, regional e estadual;


?? políticos/legais/institucionais - enquadramento estadual e nacional do Turismo;
?? mercado/oferta - aproveitamento dos recursos turísticos;
?? mercado/demanda - motivações dos potenciais visitantes.

A avaliação e o controle dos desempenhos específicos das ações programadas deverão


ser efetuados parcialmente, mas cruzado-os com uma avaliação e um controle globais,
visando a obtenção dos dados necessários para realizar as adequadas correções dos
objetivos gerais relacionados com a integração das várias áreas estratégicas e programas
específicos.

SEPDET / TURISRIO – 2001


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 206

BIBLIOGRAFIA

SEPDET / TURISRIO – 2001


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 207

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SEPDET / TURISRIO – 2001


PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 211

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1995.

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SEPDET / TURISRIO – 2001

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