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ACOLHIMENTO

Conceito:
Acolher significa amparar, confortar, ouvir, indo muito além da simples
recepção do cliente numa unidade de saúde. Nesse sentido o acolhimento representa a
humanização do atendimento, envolvendo um comprometimento interdisciplinar em
receber e escutar o cliente através de um tratamento humanizado visando atender as
suas necessidades para amenizar o sofrimento seja de ordem física, psíquica ou até
mesmo espiritual.

Objectivo:
 Criação de uma relação terapêutica entre profissional de saúde, cliente e pessoa
significativa.
 Estabelecer um clima de confiança para com os profissionais de saúde, bem
como pela própria instituição.
 Facilitar a acessibilidade às rotinas da clínica.

Procedimento:
 Admissão do cliente na receção principal da Clínica de Santa Luzia (piso 0);
 Acompanhamento do cliente à Unidade de Internamento, este deverá ser
acompanhado pela mensageira;
 Apresentação da Enfermeira responsável e encaminhamento até ao quarto;
 Questionar ao cliente por que nome quer ser tratado;
 Apresentar clientes da mesma enfermaria, caso ocorra;
 Mostrar as instalações, WC e roupeiro do quarto;
 Mostrar a campainha, explicar como funciona e incentivar o seu uso sempre que
necessário;
 Entregar guia de acolhimento e esclarecer importância da sua leitura;
 Explicar rotinas do internamento, nomeadamente horário de refeições, visitas,
horário das chamadas telefónicas e videochamadas;
 Identificar cliente com a respetiva pulseira. Esta deverá conter o nome do
cliente, idade, identificação da clínica e do respetivo médico;
 Identificar pessoa responsável/prestador de cuidados;
 Avaliar Sinais Vitais (frequência respiratória, frequência cardíaca, tensão
arterial, dor e temperatura) e caso seja necessário, peso, altura e glicémia capilar.
 Preencher a folha de avaliação inicial e, em caso de cirurgia, a folha pré-
operatória;
 Solicitar medicação que faz no domicílio, bem como exames complementares de
diagnóstico necessários (análises, radiografias, ecografias, TAC).
 Disponibilizar bata de internamento, e caso seja necessário, meias elásticas.
Caso o cliente prefira poderá utilizar a sua própria roupa, garantindo o conforto
do mesmo;
 Executar a registos clínicos de enfermagem.

Referências Bibliográficas:
Espínola, H. (2016). A Equipe da Enfermagem e o Acolhimento ao Paciente:
Humanização Hospitalar. https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-
hospitalar/a-equipe-da-enfermagem-e-o-acolhimento-ao-paciente-humanizacao-
hospitalar
Mota, P. (2009). O Acolhimento como ferramenta estratégica para a organização
do processo de trabalho no programa de saúde da família.
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0650.pdf
Soares, T. (2011). Os benefícios do acolhimento na atenção básica de saúde:
uma revisão da literatura.
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/3387.pdf
ALTA
Conceito:
A alta consiste no momento em que o profissional de saúde dá por terminado
uma internação hospitalar. Idealmente esta deverá ser preparada por toda a equipa
multidisciplinar desde a data do internamento, garantindo os melhores resultados para o
cliente.

Objectivo:
 Assegurar a continuidade dos cuidados através da existência de um programa
atempado e integrador dos cuidados necessários, num local adequado,
garantindo a máxima independência do cliente.
 Garantir o uso eficiente dos recursos.

Procedimento:
 Verificar alta médica;
 Confirmar alta de enfermagem;
 Efetuar carta de alta de enfermagem. Esta deverá conter:
 motivo de internamento;
 principais procedimentos realizados;
 restrições alimentares ou de atividade, caso se aplique;
 instruções para continuidade dos cuidados, especialmente em feridas crónicas ou
cirúrgicas;
 data e hora de posterior consulta médica;
 lista de medicação atualizada, caso seja necessário;
 Confirmar a existência de meio de transporte até o domicílio ou destino
programado (lar, hospital, entre outro), bem como a necessidade de
acompanhamento de um familiar/pessoa significativa;
 Entregar medicação do cliente, receitas médicas, cartas de alta médica e de
enfermagem e exames complementares de diagnóstico efetuados.
 Enviar folha de gastos até à receção a fim de fechar conta;
 Mensageira deverá acompanhar cliente até à receção principal da clínica,
sediada no piso 0.
 Executar a registos clínicos de enfermagem.
 Guardar processo clínico na gaveta indicada para tal efeito;
 Preparar capa do processo para posteriores registos clínicos.

Referências Bibliográficas:
Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Manual de Planeamento e Gestão
de Altas,. http://www.arsnorte.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/3/2018/05/
Manual_Planeamento_Gestao_Altas.pdf
ALGALIAÇÃO/CATETERISMO VESICAL
Conceito:
Introdução de um cateter vesical através do meato urinário e uretra até à bexiga.

Objectivos:
 Esvaziar a bexiga quando há retenção urinária e insucesso de outras
intervenções;
 Descomprimir a bexiga antes, durante e após determinadas intervenções
cirúrgica e/ou tratamentos;
 Monitorizar o débito urinário;
 Executar irrigações da bexiga ou instalação de medicamentos;
 Facilitar a obtenção de amostras assépticas de urina, em clientes inconscientes
ou com dificuldade em colaborar no procedimento;
 Monitorizar o volume residual de urina na bexiga;
 Controlar a incontinência em clientes com lesões que contra-indiquem o
contacto da pele com a urina.

Procedimento:
 Lavagem das mãos;
 Preparar o material necessário para o procedimento:
o Algália de calibre adequado (crianças CH8 ou CH10 e adultos CH10 a
CH 16);
o Kit de algaliação;
o Iodopovidona solução dérmica;
o Lubrificante urológico de uso individual;
o Saco coletor esterilizado com torneira.
 Atender à escolha da algália mediante as necessidades do cliente, bem como as
recomendações do fabricante.
 Lavagem das mãos antes de contactar cliente;
 Informar o cliente sobre o procedimento, bem como a sua necessidade;
 Preservar a intimidade do cliente;
 Dispor o material necessário;
 Posicionar adequadamente o cliente:
o Homem – decúbito dorsal com membros inferiores em abdução;
o Mulher – decúbito dorsal com membros inferiores fletidos e em abdução;
 Calçar luvas limpas;
 Realizar lavagem genital com água e sabão a fim de minimizar a contaminação
bacteriana da área;
 Remover luvas limpas e desinfectar as mãos;
 Abrir o campo de Algaliação;
 Colocar luvas esterilizadas;
 Proceder à desinfeção dos genitais com iodopovidona:
o Homem – com a mão não dominante posicionar o pénis
perpendicularmente à zona pélvica retraindo o prepúcio. Com a mão
dominante limpar o meato utilizando uma compressa de cada vez com
movimentos circulares em sentido descendente, do meato para a glande.
o Mulher – Limpar começando pelos grandes lábios e utilizando uma
compressa para cada um, num movimento descendente e único, do lado
mais afastado para o mais próximo. Seguidamente a mão não dominante
afasta os grandes lábios e a outra mão executa a limpeza dos pequenos
lábios, respeitando os passos anteriormente descritos. Por último
procede-se à limpeza do meato num movimento único;
 Remover o invólucro da algália e fazer a sua adaptação imediata ao saco
colector;
 Lubrificar o cateter vesical;
 Inserir o cateter vesical de forma suave e com movimentos rotativos:
o Homem – com a mão não dominante colocar o pénis num ângulo de 90º
com a zona pélvica, exercendo uma ligeira tração, ao mesmo tempo que
se faz a inserção da algália com movimentos circulares (+/- 17 a 20 cm).
Quando se sentir uma ligeira resistência baixar o pénis (+/- 120º)
continuando a introdução da algália até chegar à bexiga (quando surge
urina no saco coletor).
o Mulher – com a mão não dominante manter afastados os grandes lábios
ao mesmo tempo que se faz a introdução da algália com a mão
dominante em movimento circulares (+/- a 7,5 cm) até chegar à bexiga.
 Introduzir a água destilada no balão de acordo com a quantidade indicada na
algália;
 Executar um ligeiro movimento de tração com o intuito de assegurar a fixação
interna da algália;
 Posicionar o saco colector em suporte próprio de forma a facilitar a drenagem de
urina e prevenir infeção;

 Recolher o material e separá-lo devidamente;


 Deixar o cliente confortável;
 Lavar as mãos;
 Realizar registos:
o Dia e hora do cateterismo
o Tipo e calibre do cateter
o Motivo da cateterização
o Quantidade de urina drenada e suas características
o Plano de mudança da sonda

Trocar saco colector:


 Domingos;
 No momento de substituição da algália;
 Perante danificação ou presença de fugas;
 Perante a acumulação de sedimentos e/ou coágulos, ou cheiro intenso.

Remoção da algália:
 Explicar o procedimento ao cliente;
 Promover a privacidade;
 Lavar as mãos e calçar luvas limpas;
 Desinsuflar o balão, aspirando lentamente a água destilada;
 Retirar algália suavemente;
 Vigiar a eliminação vesical espontânea;
 Promover a ingestão hídrica, de acordo com a idade e situação clínica;
 Registar nas notas de enfermagem a data, motivo da remoção e primeira
eliminação pós-desalgaliação.

Referências Bibliográficas:
Paz, A. Et al. (2016) Manual de Procedimentos Básicos de Enfermagem, Porto Alegre
Editora da UFCSPA.

ACSS (2011). Manual de Normas de Enfermagem: Procedimentos Técnicos. 2ª Edição.


http://portal.unisepe.com.br/fvr/wp-content/uploads/sites/10003/2018/02/Manual-de-
Procedimentos-B%C3%A1sicos-de-Enfermagem.pdf
ENTUBAÇÃO NASOGÁSTRICA
Conceito:
Introdução de uma sonda no estômago através da narina.

Objectivos:
 Administração de medicação e/ou alimentação entérica;
 Diminuir a distensão abdominal;
 Preparar o cliente para exames complementares de diagnóstico ou intervenções
cirúrgicas;
 Aspiração de conteúdo gástrico;
 Esvaziamento e/ou lavagem gástrica;

Procedimento
 Lavar as mãos;
 Providenciar os recursos para junto do cliente:
o Sonda nasogástrica de tipo e calibre adequados à situação clínica;
o Lubrificante hidrossolúvel;
o Resguardo descartável;
o Luvas;
o Pipo;
o Seringa de alimentação;
o Adesivo;
o Estetoscópio;
 Instruir o cliente sobre o procedimento;
 Posicionar o cliente em Semi-Fowler ou Fowler, se o seu estado de saúde o
permitir;
 Calçar luvas limpas;
 Limpar o nariz e identificar qual a narina mais permeável;
 Aplicar resguardo de celulose descartável sobre o tórax;
 Medir o comprimento da sonda a ser introduzida, desde a ponta do nariz ao
lóbulo da orelha, e daí até à extremidade inferior do apêndice xifoideu. Marcar
este ponto;
 Aplicar lubrificante na extremidade da sonda, de forma a minimizar o
traumatismo;
 Inserir suavemente a sonda na narina, orientando-a na direção da orelha e
fazendo-a progredir para trás e para baixo. Posicionar a cabeça do cliente em
flexão até a sonda passar a orofaringe. Anular a flexão e solicitar ao cliente para
fazer movimentos de deglutição ou para ingerir pequenos golos de saliva até a
sonda estar introduzida;
 Injectar 15 a 20 cc de ar, auscultando simultaneamente para verificar a
existência de ruídos hidroaéreos na região epigástrica de modo a verificar a
localização e permeabilidade da sonda;
 Clampar a extremidade da sonda ou adaptar um saco coletor ou aspirador de
baixa pressão, de acordo com o objetivo da entubação;
 Limpar a pele do nariz e boca, se necessário;
 Posicionar a sonda fixando-a com adesivo ao nariz;
 Posicionar cliente;
 Remover as luvas;
 Apreciar o bem-estar do cliente;
 Assegurar a recolha e lavagem do material;
 Lavar as mãos.
 Realizar registos:
o Data e hora;
o Narina;
o Tipo e calibre da SNG;
o Quantidade de SNG introduzida (medida do que ficou exteriorizado);
o Reacção do cliente;
o Intercorrências (trauma, eliminação de sangue, vómito);
o Quantidade de alimentos aspirados e suas características;
o Iniciou dieta zero, fica em drenagem passiva;
Referências Bibliográficas
Paz, A. Et al. (2016) Manual de Procedimentos Básicos de Enfermagem, Porto Alegre
Editora da UFCSPA.

ACSS (2011). Manual de Normas de Enfermagem: Procedimentos Técnicos. 2ª Edição.


http://portal.unisepe.com.br/fvr/wp-content/uploads/sites/10003/2018/02/Manual-de-
Procedimentos-B%C3%A1sicos-de-Enfermagem.pdf
CIRURGIA BARIÁTRICA

Conceito:
A Cirurgia Bariátrica visa reduzir o reservatório gástrico diminuindo assim a sua
capacidade, associando ou não métodos que promovam a diminuição da absorção dos
nutrientes.

Objectivos:
 Tratar clientes com obesidade mórbida;
 Promover o bem-estar e conforto do cliente.

Procedimento Pré-Operatório
 Efectuar acolhimento no internamento, segundo protocolo;
 Realizar avaliação inicial, segundo protocolo;
 Avaliar sinais vitais e regista em folha própria, bem como glicémia capilar e
peso;
 Preencher folha pré-operatória;
 Solicitar medicação do domicílio, bem como exames complementares de
diagnóstico (análises, ECG e Rx tórax);
 Disponibilizar bata;
 Colocar meias elásticas nos dois membros inferiores;
 Realizar tricotomia na região abdominal, se necessário;
 Colher hemograma para envio para Banco de sangue para estudo. Pedir 1
unidade em “stand by”.
 Puncionar acesso periférico com abocatt 18G ou 20G e colocar Soro Fisiológico
a 64ml/h e AG a 42ml/h simultaneamente a perfundir.
 Administrar medicação pré-operatória 2h antes da cirúrgica, segundo indicação
médica:
o Clonidina 1comp PO;
o Hidroxizina 25mg PO;
o Esomeprazol 40mg IV;
 Remover acessórios (colar, brincos, anéis), próteses (auditivas, dentárias), roupa
interior;
 Realizar registos de enfermagem;
 Após indicação do bloco, a enfermeira responsável com uma assistente
operacional deverá acompanhar cliente na maca até ao bloco, fazendo-se
acompanhar do processo clínico e exames complementares de diagnóstico.

Procedimento Pós-Operatório
 A enfermeira responsável com uma assistente operacional deverá acompanhar
cliente na maca do bloco operatório até ao internamento, fazendo-se acompanhar
do processo clínico e exames complementares de diagnóstico.
 Transferir cliente para a cama, tendo em conta o tipo de anestesia e estado do
cliente;
 Promover o conforto e privacidade do cliente através da criação de um ambiente
acolhedor (diminuição dos ruídos e da intensidade luminosa);
 Avaliar Sinais Vitais e registar em folha própria;
 Informar o cliente sobre cuidados pós-operatórios:
o Manter o uso das meias elásticas;
o Permanência do leito;
o Dieta 0;
 Dispor a campainha ao alcance do cliente, incentivando o seu uso sempre que
necessário.
 Verificar, registar na folha terapêutica e efectuar cartões de medicação pós-
operatória.
 Realizar registos de enfermagem.

Dieta 1ºDia Pós-Operatório


 25ml de chá sem açúcar de 2 em 2 horas
Nota: usar colher de chá.

Dieta 2ºDia Pós-Operatório


 8h30min: 25ml chá ou leite magro sem açúcar;
 10h30min: 25ml chá ou leite magro sem açúcar;
 12h30min: 25ml caldo especial*;
 14h30min: 25ml chá ou leite magro sem açúcar;
 16h30min: 25ml chá ou leite magro sem açúcar;
 18h30min: 25ml caldo especial*;
 21h30min: 25ml chá ou leite magro sem açúcar;
 23h30min: 25ml chá sem açúcar (se estiverem acordados).
Nota: Usar colher de chá para fazer as refeições. Se sentir estonteamento
adicionar açúcar ao chá.

*Caldo Especial:
 Deitar batata + cenoura + carne (frango, peru, vaca) ou peixe;
 Depois de cozido retirar a carne ou o peixe;
 Passar com a varinha mágica (batata + cenoura);
 Tem que ficar muito líquido;
 Sal q.b.

Recomendações:
 Só dar caldo se o cliente tiver tolerado o leite;
 Se não tolerar o leite volta a tomar chá;
 Se o cliente pedir pode dar 40ml em vez de 25ml;
 Se a doente preferir pode substituir o leite ou chá por iogurte líquido magro
(aromas).

Referências Bibliográficas
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (2017). A Cirurgia Bariátrica.
https://www.sbcbm.org.br/a-cirurgia-bariatrica/

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