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Latitude 32 33 Versao Reduzida
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Ficha Técnica
Periodicidade Trimestral
Agradecimento
Uma mensagem de agradecimento a todos os que colaboraram na redação dos artigos subordinados ao tema desta edição
e a todos os que contribuem para que este projeto continue a ser possível.
Um agradecimento especial à Senhora Diretora-Geral da DGAE, Dra. Susana Castanheira Lopes, por ter acedido tão
prontamente ao convite formulado para a redação do Editorial, no âmbito da expressão artística como veículo de beleza,
harmonia e criação de laços interculturais.
A DSEEPE deseja a toda a comunidade escolar de todas as Escolas, um ano repleto de concretizações pessoais e
profissionais.
A Editora Executiva
Os artigos que compõem esta edição são da autoria de elementos da Direção/Professores/Técnicos Especializados das várias escolas, públicas e
privadas, com currículo português, sediadas nos vários países indicados.
Isenta de Registo na E.R.C., ao abrigo do Decreto Regulamentar n.º 8/99, de 9 de junho, artigo 12.º, n.º 1, alínea b).
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Editorial
A chegada de um Novo Ano transporta sempre consigo Assume-se, neste caso, expressão artística enquanto
esperanças renovadas, estabelecimento de objetivos qualquer “tipo de exploração criativa e de busca de
de vida, votos latentes de que o que foi menos bom emoções e reações através da arte”, enquanto “uma
não se volte a repetir. E aqui refiro-me, por exemplo, forma de o ser humano expressar as suas emoções, a
às pandemias, às alterações climáticas e aos conflitos sua história e a sua cultura através de alguns valores
armados, em que os tempos recentes têm sido pródigos. estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio”, logo a
exteriorização do sentir do indivíduo face aos desafios
E ainda que o cidadão comum, enquanto indivíduo, se existenciais a que possa estar ou ter sido sujeito. A
sinta aparentemente incapaz de controlar tais situações, expressão artística poderá assim funcionar como forma
o que é facto é que cada um de nós pode, e deve, dar o de comunicação das nossas EPE, capaz de influenciar
seu contributo (ainda que à primeira vista possa parecer outros, uma vez que transmite os sentimentos, valores,
mínimo), senão para a supressão, para a minimização dos emoções, modos de pensar dos nossos alunos, a quem
efeitos que qualquer destes grandes problemas globais estamos a ajudar a tornarem-se cidadãos de pleno poder
tem em todos. num futuro muito próximo.
As Escolas Portuguesas na Estrangeiro (EPE), pelas suas É, pois, este o desiderato da presente mensagem de Ano
diferentes geografias, revelam-se núcleos educativos Novo, que se pretende arauto de renovação, renascimento,
privilegiados para serem construtores destes pequenos regeneração, para todos e para cada um de nós.
contributos e para se fazerem ouvir. Pela sua vocação e
missão e pela singularidade das suas culturas, dispõem A todos vós, Alunos, Professores, Pessoal não Docente
dos mais ricos recursos humanos – os seus alunos, os e Famílias, desejo um ano cheio de esperança, olhando
seus professores, o seu pessoal não docente, as suas para ele como refere Nuno Tovar de Lemos, “como quem
direções e demais comunidade educativa – para gerarem olha um território vasto que, apesar de deserto, pode ver
sinergia e criarem a diferença, configurando-se aqui a daí nascer um pinhal”.
expressão artística como um veículo excecional para tal.
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Índice Angola
Escola Portuguesa de Luanda-CELP
06
07
Colégio Dante Alighieri 12
Colégio Pequenos Príncipes 14
Colégio São Francisco de Assis 17
V Centenário da 59
Viagem de Magalhães
São Tomé e Príncipe 48
III Edição do Curso 59 Escola Portuguesa de S. Tomé e Príncipe-CELP 49
de Formação
Escola Bambino 52
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Álvaro Macieira,
Pintor das tradições e dos ritmos de Angola
Á lvaro Macieira nasceu a 13 de Maio Nas obras literárias destacam-se pictóricas é a poesia, é a filosofia
de 1958, na vila de Sanza-Pombo, na “Cantos de Amor” (1992) e “Séculos de dos provérbios, são os contos, são as
Província do Uíge, no Norte de Angola. Amor” (2005), obras de poesia e “Castro histórias que ouviu da sua infância,
Soromenho: Cinco Depoimentos” são as artes e as tradições africanas.
O seu percurso de vida pautou-se
(1988). Este livro descreve a vida e No seu percurso conta com muitas
por um interesse inato pela arte. A
obra de Castro Soromenho através de exposições individuais e coletivas.
nível profissional, começou como
vários testemunhos, entre os quais A sua primeira exposição, “África
jornalista, mais tarde a paixão pela
o olhar da filha, Stella Soromenho. Mitológica”, foi apresentada no Centro
arte e pelo seu país tornou-o escritor
Conta as recordações do seu amigo Cultural Por tuguês, em Luanda
e artista plástico.
Carlos Serrano e apresenta a sua em 1999, inspirada nas mitologias
obra vista por Óscar Lopes, incluindo, angolanas e africanas. Seguiram-se
Foi Editor de Cultura na ANGOP
também, um relato da época de exílio as exposições “ Terra Una” e “Signos
(Agência Angola Press), colaborou
em França por Paulo Teixeira Jorge. da Terra”, apresentadas no Salão
para a Rádio Nacional de Angola, com
Conta, ainda, com o depoimento de Internacional de Exposições do Museu
a TPA - Televisão Pública de Angola
Carlos Alberto Iannone que defendeu de História Natural, fortificando a
e com a Tribuna Cultural da BBC -
em tese a obra do escritor. ideia da unidade nacional. Em 2002 a
Londres, em Língua Portuguesa. É
exposição de pintura “Catanas da Paz”
membro da UEA - União dos Escritores
A sua paixão antiga pela pintura simbolizou o primeiro 4 de Fevereiro
Angolanos e da UNAP - União Nacional
transformou-se em amor em 1998. vivido, em paz, pelos angolanos.
de Artistas Plásticos.
A inspiração para as suas obras As obras do projeto “ Terra Azul” de
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Obra coletiva guardada na memória dos alunos e num recinto especial do colégio.
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Isabel Oliveira,
Professora de Português
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Um artista do Mundo
em Luanda!
Colégio Pequenos Príncipes
Alunos (A): Quantos anos tem? A: Como se lembrou de utilizar os bidões na arte?
Tenho 40 anos. Porque está muito presente o bidão na nossa vida. O bidão
também é um problema, porque quando se vê as pessoas
A: Qual a sua nacionalidade? a acartar a água, quer dizer que não têm água em casa e
Sou angolano. existem muitas pessoas que não têm água em casa. Por
isso é que não devemos desperdiçá-la.
A: Sempre viveu em Angola?
Nasci na ilha, fui para França e depois fui para o Mónaco. Turmas e professoras
titulares do 1.º ano
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Equipa Pedagógica do
Colégio Pequenos Príncipes
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tradições no
dos povos indígenas a costumes mais assumindo-se como a maior festa
modernos e adaptados aos tempos do povo em Angola. Comemorado em
em que vivemos. todo o país, grupos lúdicos participam
meu país
em espetaculares desfiles de carros
A mistura com outras culturas alegóricos competindo uns com os
espelha-se na riqueza ar tística outros.
cultural. Na música, por exemplo,
aos ritmos africanos do kizomba, Em Luanda o destaque do Carnaval é
Colégio São Francisco de Assis semba, rebita, entre outros, juntam- a presença de símbolos do passado e
se os novos estilos como o zouk e o do presente de Angola, que se fundem
kuduro, que tanto animam as noites numa explosão de alegria e ritmos
africanas. musicais.
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Universo!
plástico da província da Huíla, sul de Angola, desenvolve um
trabalho notório na comunidade, dinamizando atividades
artísticas variadas, desde a pintura, desenho, cestaria, olaria,
costura e, ainda, teatro, música e dança. Colabora com a
Escola, dinamizando a “Oficina de Artes”, como atividade
Escola Portuguesa do Lubango extracurricular e noutras parcerias.
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A etnomatemática e a arte
Escola Portuguesa de Lunda Sul
A nossa escola está implantada na pelo que nos últimos 4 anos temos
zona das Lundas, mais propriamente desenvolv ido um trabalho de
na Lunda Sul, onde a língua e a cultura exploração desta arte e das suas
Cokwe (lê-se chócué) tem uma ampla aplicações em diversas disciplinas,
expressão. como História e Geografia de Angola,
Educação Visual e Tecnológica,
Desta região é originária uma tradição Cidadania, Português e Matemática.
dos akwa kuta sona (mestre dos As sequências didáticas são sempre
desenhos sona – plural de lusona) pluridisciplinares, porque os sona
que consiste em desenhos na areia, podem servir como ilustração para
alguns muito imbrincados, que lendas, são fontes históricas e têm
revelam histórias, mas têm ideias explorações matemáticas.
matemáticas na sua construção.
Para além da ar te criativa dos
Para fa zer um lusona, o ar tista padrões, podemos usar os desenhos
começa por alisar a areia e usar a para estudar progressões aritméticas,
ponta dos dedos para criar uma grelha potências e propriedades geométricas
de pontos equidistantes, chamados como simetrias (axial, rotacional) e
tobe, que servem como suporte para semelhanças. Em termos simples,
o lusona. Os sona são normalmente parte-se de um desenho de uma
gráficos delineáveis que podem ser matriz de pontos à qual se podem
desenhados sem levantar o dedo acrescentar outras sobrepostas. Cada
ou passar duas vezes por cima da desenho Cokwe redistribui os pontos
mesma linha. da rede de referência, como se pode
ver no exemplo (figura 1).
Longe vão os tempos em que esta Fig. 1 - A matriz apresentada serviu para a construção da
tradição seria amplamente conhecida lusona (em baixo), dos alunos no 6.º ano, na disciplina de
Educação Visual e Teoria do Jogo.
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Um dia, o Sol foi visitar Deus. Então, Deus deu uma galinha ao Sol e disse-lhe:
Para além da arte “Volte de manhã antes de te ires embora”. Pela manhã, a galinha cacarejou
criativa dos padrões, e acordou o Sol. Quando o Sol foi ter com Deus, este disse-lhe: “Não comeste
podemos usar os a galinha que te dei para o jantar. Podes ficar com ela, mas tens de a trazer
aqui todos os dias”. É por isso que o Sol dá a volta à terra e se levanta todas
desenhos para as manhãs.
estudar progressões
aritméticas, potências A Lua também foi visitar Deus e recebeu uma galinha. De manhã, a galinha
cacarejou e acordou a Lua. Mais uma vez Deus disse: “Não comeste a galinha
e propriedades que te dei para o jantar. Podes ficar com ela mas tens de voltar aqui a cada
geométricas como 28 dias”. É por isso que os ciclos da Lua demoram 28 dias.
simetrias (axial, O Homem também foi visitar Deus e ganhou uma galinha. Mas o Homem
rotacional) e estava com fome, depois de uma jornada tão longa e comeu parte da galinha
semelhanças. ao jantar. Na manhã seguinte, o Sol já ía alto no céu quando o Homem acordou,
comeu o resto da galinha e apressou-se a visitar Deus. Então, Deus disse: “Não
ouvi a galinha a cacarejar esta manhã”. O Homem respondeu temerosamente:
“Estava com tanta fome que a comi”. E recebeu a resposta: “Não faz mal, mas
ouve: sabes que o Sol e a Lua estiveram aqui e nenhum deles matou a galinha
que lhes dei. É por isso que nunca morrerão. Mas tu mataste a tua e como
tal tens de morrer como ela. Mas quando morreres vais ter de voltar aqui”. E
assim aconteceu.
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Ecos de Cultura(s)
Colégio Português da Angola
O Colégio Português, instituição de ensino particular coletiva, para um país e um povo, que em si mesmo foi
portuguesa mais antiga da cidade de Luanda, conta e será único no espaço global. As danças ancestrais,
já com algumas gerações de alunos que encontraram a capoeira, as cores dos trajes e tecidos africanos, os
neste projeto educativo as bases para o início de um cheiros e sabores de pratos da gastronomia, as esculturas
percurso pessoal assente na valorização da diferença e cestaria tradicionais, executadas no nosso recinto
enquanto fator que nos pode aproximar e enriquecer escolar, a música e literatura deste país, acompanhados
enquanto indivíduos e cidadãos. Um dos elementos que pelo início das chuvas de verão, que quiseram, por
consideramos potenciador da riqueza do trabalho que vezes, comprometer esta festa da cultura local, vieram
desenvolvemos é a aposta na partilha de experiências e recordar aos nossos alunos que aprender é mais do
na multiculturalidade. Um projeto educativo que entende que acompanhar o currículo escolar formal: aprender
a língua portuguesa como âncora para uma formação é observar, participar e viver experiências singulares
enriquecida por aspetos culturais tão diversos quanto as que despertarão o sentido de pertença a uma cultura,
nacionalidades dos alunos, professores, assistentes, pais o respeito pela diversidade de costumes e tradições,
e encarregados de educação desta já vasta comunidade a necessidade de proteger e fomentar a identidade. As
educativa. nossas crianças e jovens saíram, decerto, mais ricas
desta experiência!
Enquanto espaço de encontros, o Colégio Português
desenvolveu, neste primeiro período letivo, um conjunto de Ao longo do ano letivo, sob o lema da arte enquanto tema
atividades que trouxeram aos nossos alunos, provenientes da escola, serão realizadas mais e diferentes atividades
de um contexto urbano como é o de Luanda, um contacto que participarão de um objetivo maior – a escola como
muito próximo com os saberes e ofícios tradicionais, família, a aprendizagem como caminho, a experiência
arte, costumes e crenças que enformam a rica cultura como meio e a cidadania responsável como meta.
angolana. A ideia teve por eixo fazer do espaço escolar
um palco privilegiado para mostrar que a diversidade de
manifestações artísticas, artesanato, costumes e línguas Eugénia Braga e Mário Carneiro,
locais são aspetos fundamentais para uma memória Coordenadores das atividades.
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Trabalhos do autor.
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São Vicente, que é tio da Diretora com ela, com a luz de candeeiro, de Como é o seu processo criativo?
Financeira desta escola, a Dr.ª Eva. petromax, a colocar as missangas
O Adelino, ainda estudante no liceu prateadas nos bolos, e isso para Eu sou muito pouco ocidental,
de São Vicente, quando regressava mim foi fantástico. A minha mãe descolonizei-me há muito tempo...
a Santo Antão, ele gostava também levava-me para todas as mesas Então, eu faço um trabalho aqui em
de pintar, ele pegava em tampinhas que ela ia confeitar e ornamentar, Cabo Verde e noutros espaços do
de cerveja e colocava guaches para todas as festas. Antigamente, não mundo, em que eu observo bastante
mim. A mãe do Adelino era costureira, se falava de Educação Artística em a maneira de viver das pessoas. Por
a Isaura. Ela era uma mãe também Cabo Verde. Falava-se de trabalhos exemplo, eu posso observar a vida
para mim, porque eu vivia debaixo da manuais nas escolas. Havia duas de um pescador na sua faina da
saia da Isaura. Ela estava na máquina professoras que orientavam os pesca. O meu processo tem muito a
dela a costurar e eu estava debaixo alunos e fazíamos muitas coisas. ver com vivências, o meu processo
da saia, com os farrapos, a mexer, a Mindelo tem uma característica de tem muito a ver com partilha, o meu
amarrar... Ela fazia tudo para mim. Eu ser uma cidade universitária, de ser processo tem muito a ver com muita
fui uma criança muito mimada. Nós uma cidade de ciência, fizemos isso conversa... Por exemplo, o material da
brincávamos muito, tínhamos muitas nesta cidade, com essa questão de minha escultura é uma figura natural
pessoas crescidas que nos contavam partilhar. Antes, para não gastarmos daqui de Cabo Verde. Há muito tempo
histórias, mas, principalmente, eletricidade em casa, saímos para que não me dedico à pintura, mas eu
essa relação, essa possibilidade de estudar na Avenida Marginal, por busco os meus pigmentos, eu busco
encontrar uma pessoa para oferecer- baixo dos postes de luz. Isso era as minhas cores nas terras de Cabo
me tinta... E eu, com as histórias que interessante porque partilhávamos Verde. É claro que eu não devo ignorar
as pessoas contavam, eu desenvolvia e amadurecíamos nesse convívio. todo o conhecimento na área das
muita coisa. Eu tinha essa Educação A minha Educação Artística está artes, que todo o ser humano, que
Artística em casa, através dos livros, nesse contexto. Depois dos dezoito todos os países já desenvolveram.
através da orientação da minha anos é que tomei consciência, Eu não posso negar isso. O meu
mãe, através de ver a minha mãe a científicamente, da educação pela gesto deixa de ser humanista se eu
confeitar os bolos de noiva, porque arte. É uma disciplina fundamental negar o conhecimento de qualquer
a minha mãe fazia muita coisa. Os para o desenvolvimento humano do parte do mundo, mas eu sempre vou
bolos de noiva mais bonitos que eu jovem, do idoso, da criança e do bebé. desconstruindo o meu processo, na
conheço, foi a minha mãe que fez. medida em que vou conhecendo
“O meu processo tem muito modos de viver. Eu costumo dizer
Antigamente, em Santo Antão, não que chego em qualquer lugar e não
havia eletricidade 24h por dia, a luz a ver com vivências, o meu preciso de nada, articulo com os meios
ia, mais ou menos, às onze horas/ processo tem muito a ver disponíveis do local. Eu não digo: “Ah,
meia noite, e a minha mãe tinha em Cabo Verde eu não encontro uma
que entregar esses bolos. Eu ficava
com partilha...” loja que vende telas, ou pincéis, ou
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É ne cessá r io f r e q uent a r u m a
Universidade para aprender a fazer
ar te ou é algo que pode nascer
connosco?
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(crónica de uma
cheguei no dia 6 de maio, fatigado, mas satisfeito, às treze
horas, em Cutchi, à norte de Bissau.
viagem)
Eram doze horas quando saímos da rotunda do aeroporto
Osvaldo Vieira onde se encontra a estátua de Amílcar Cabral
com o rosto virado para a morança de Ntin de Bocompolo Cá.
Escola Portuguesa da Guiné-Bissau O Toyamin estava já aborrecido de tanto esperar o jovem que
nos devia entregar a encomenda que Belolat havia deixado,
talvez por isso, o seu carro de marca Ford andava rapidamente.
Rui Infaca, Ao longo de caminho, já não podíamos resistir a imagem de
Professor cajú que inundou a terra e de sentir seu doce e exalante cheiro
que saía lá debaixo dos cajueiros. Descemos, entramos na
horta e, sem pagar, sentimos o seu sabor íntimo.
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A morança grande era muito pequena A tenra don zela ater ror i zada e Queria com todo gosto identificar
para tanta gente. As plantas de perplexa, no meio da escuridão e cada estrela no céu do seu rosto e
sombra ao redor encontravam-se a terra ensanguentada, receava fazer uma longa viagem do amor,
repletas, pois havia um mar de gente q u a l q uer c oi s a . D e p oi s f i to u entretanto, lembrei-me que, apesar
que, em passos apertados e pesados, atentamente, notou, estarrecida e teve da noite, não tinha noite em Cutchi.
pisava todo o arbusto e derramava a certeza. Voou, então, para mim e Levantamo-nos do ramo seco e fomos
derradeiramente o suor que não enlaçou-me. Beijou-me os lábios frios, juntar-nos aos colegas, animados e
regava a terra seca. implorando que a olhasse - Sou eu, a renascidos.
tua Mpili, a tua pedra preciosa!
Debaixo de uma grande mangueira, Cheguei a casa, meu único lugar de
sentados frente a frente, podíamos A sua encantada voz rasgou-me o verdadeiro conforto, em Bissau, pelas
contemplar o sorriso aberto e ouvir peito em dois lados e penetrou no vinte e três horas e passei o resto da
as gargalhadas virgens da natureza. íntimo do meu ser acordando, de noite a meditar no que assisti em
Nós acabáramos de chegar há dez imediato, a minha alma entristecida. Cutchi, porém até hoje, ainda não
minutos. Levantei o meu rosto escuro para o entendo por que é que se tem de
rosto claro dela (olhos como os dela matar muitos animais para festejar
Pensei que fosse uma festa apenas de nunca se encontra em lado nenhum). celebrando a morte de uma pessoa.
comer e beber. E estava certo. Depois Parei de pensar no drama anterior. In viagem a Cutchi, em Encheia (em
destas duas ações, pude com os dois Agora apenas tenho o pensamento, o 6 de maio de 2017)
olhos na cabeça assistir diferentes sentimento e os olhos nos olhos dela.
trajes e com os meus próprios Ah, que prazer! A vida de um escritor (In viagem a Cutchi, em Encheia,
ouvidos ouvir os sons de sicó, de não é feita apenas de caneta e papel. 6 de maio de 2017)
tina, de batuque e tumba retumbada1.
Os diferentes grupos de companhia
presentes dançavam cada um a sua 1. Bombolom, sicó, tina: instrumentos de música tradicional - gumbé; 2. gumbeavam: dançavam gumbé; 3. Bulufe. Jovens;
maneira. Concluí que em Cutchi não 4. Benin: Mulheres; 5. Belante: Homens; 6. Bendan: Adultos, Grandes, uma faixa etária;
estavam apenas habitantes dessa
tabanca de Encheia, mas um povo
inteiro. Uma federação de etnias e de
cultura guineenses.
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“Riquexo”.
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“Rua 5 de outubro”.
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A convite do Centro Cultural Português da Beira, a rapazes e uma menina. Os dois rapazes têm a inclinação
propósito da visita do escritor moçambicano Mia Couto, para o mundo da escrita e a menina ajuda-me a editar
no dia 24 de Novembro de 2022, alguns alunos do 8.º e do a capa do livro”.
9.º ano da Escola Portuguesa da Beira, foram ao encontro
deste escritor, conhecido e reconhecido mundialmente Outro dos alunos perguntou se em algum momento da
pelos seus diversos livros publicados. sua vida, Mia Couto, se arrependeu de ter desistido do
seu curso de medicina, ao que o próprio respondeu que
Mia Couto, orgulhosamente nascido na cidade da Beira, não, pois se sentia muito realizado como escritor.
a 5 de Julho de 1955, trabalhou como jornalista durante
quase 10 anos; Após isso, ingressou na Faculdade de Na opinião de uma das nossas alunas do 9.º ano, “Ouvir
medicina, mas não concluiu. Acabou por seguir Biologia o Mia Couto a falar foi muito benévolo para abrir a minha
e, posteriormente, tornou-se professor universitário, visão sobre a vida de antigamente aqui em África, pois
profissão que concilia com a sua carreira de escritor. ele presenciou a Guerra Civil em Moçambique, tanto que
Publicou o seu primeiro livro de poesias em 1983 — Raiz escreveu uma obra sobre – A Terra Sonâmbula. Mia Couto
de orvalho. Já seu primeiro romance — Terra sonâmbula foi durante a entrevista, sempre muito esclarecedor, calmo
— foi publicado, em 1992, com grande sucesso. e deixou-nos sempre o mais á vontade possível. Foram-lhe
feitas muitas perguntas, entre outras, a pergunta de como
Mia Couto foi vencedor do Prémio Camões em 2013, é um ele cativava o leitor em poucas linhas, que, em resposta,
autor da literatura contemporânea, e nas suas obras é disse simplesmente que deixava fluir as palavras que
evidenciado o resgate da tradição cultural moçambicana, vinham à sua mente.
por meio de uma linguagem marcada por neologismos.
No encontro com o escritor Beirense, um aluno do 8.º da Muito observador, proferiu na entrevista que se sentava
nossa escola, curioso por saber mais um pouco do lado num degrau e simplesmente observava as pessoas a
pessoal de Mia Couto perguntou-lhe se tinha filhos e se passar e imaginava histórias de vida para elas, assim,
algum teria também inclinação para o mundo da escrita, dando asas à sua imaginação.
ao que o escritor respondeu: “Eu tenho três filhos, dois
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É muito bom ouvinte, um homem escola, uma vez que eram “amores”
culto, com muito para ensinar. Mia impossíveis para ele, devido à sua
Couto demonstra tanto amor pela sua timidez. Assim, o papel era o único
profissão, que gostaria muito de poder lugar para expressar o que sentia. Um
sentar-me numa mesa e conversar dia, o seu pai encontrou um desses
com ele por horas a fio.” poemas e publicou-o num dos jornais
da época que, inesperadamente, foi
Durante a conversa, Mia Couto afirmou alvo de muitos elogios.
que os assuntos do quotidiano o
motivam a escrever, daí que a guerra Para a Escola Portuguesa da Beira foi
de dezasseis anos em Moçambique um enorme orgulho participar nesta
o influenciou na escolha das suas conversa intimista com Mia Couto, por
temáticas, uma vez que viveu de perto se tratar de um escritor Beirense tão
essa cruel realidade. admirado e reconhecido no mundo
inteiro!
Quando questionado se sempre
sonhou em ser escritor, declarou
que nunca sonhou enveredar por Flávia Gulube (Professora de Português)
este caminho. Ter-se tornado escritor, Mariana Barbosa (Coordenadora de
Projetos / Dinamizadora do Cantinho da
foi fruto da vontade que teve em
Leitura)
colocar no papel o amor platónico
que sentia pelas suas coleguinhas da
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como um recurso
que significava talento, saber ou habilidade, geralmente
utiliza-se esse termo para referir a uma atividade humana
que expressa um conjunto de linguagens e sentimentos,
didático
daí que existam várias expressões para descrever os
diferentes tipos de manifestações artísticas tais como:
a música, a dança, a pintura, a escultura, a cerâmica,
o teatro, a moda, a literatura, o cinema, a arquitetura
Colégio Internacional Lusíadas entre outras.
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A inclusão da educação artística é meio onde está integrado. A outra Na verdade, o domínio e a prática das
de grande relevância na formação vantagem a ela associada é que todos artes visuais na educação infantil
básica de todos os cidadãos por ser os trabalhos produzidos durante as ou nas crianças, sobretudo com
um direito humano e universal, e aulas são expostos na escola, em jeito necessidades educativas especiais,
por essa razão, a sua articulação de uma feira onde os encarregados de torna-se fundamental, pois não só
com outras disciplinas tais como educação e ou os visitantes da escola contribui para o desenvolvimento
a história e geografia, a cidadania possam apreciá-los. do intelecto das crianças, como
e desenvolvimento, entre outras também promove nelas o lado
ciências, torna-se fundamental, Para além da exposição, os alunos criativo, imaginativo e expressivo.
sobretudo quando olhamos para têm uma par ticipação ativa na Desta forma, as crianças trabalham
as inúmer as v anta gens a ela decoração do espaço físico da sua a sua criatividade e imaginação
associadas a destacar-se o facto de escola. Tendo em conta que o aluno é e c on s e g uem adq u i r i r no v a s
permitir “ao aluno desenvolver a sua que “faz” a decoração do espaço físico habilidades e novas formas de olhar o
criatividade, a capacidade de reflexão, da sua escola, toma muito cuidado mundo até porque, o principal objetivo
de pensamento crítico, o sentido de em mantê-la limpa, porque tem a não é que as crianças valorizem a
autonomia, ajudando-o a conhecer noção de que os resíduos sólidos (as vertente estéti- ca ou criativa, mas
as capacidades do seu corpo e a garrafas plásticas de água, de sumo, que compreendam que materiais
controlá-lo, a dominar o seu grafismo, de refrescos, os papéis, as embalagens diferentes podem ser transformados,
a orientar-se espacialmente, a utilizar de sumo e os sacos plásticos entre utilizados e reciclados várias vezes na
a sua voz e os sons do seu corpo e a outros materiais recicláveis) que criação de novos elementos. Significa
ampliar os seus conhecimentos face eles pensavam que fosse lixo, afinal que as crianças podem produzir
ao mundo que o rodeia, tornando-o podem ser reutilizados para conceber trabalhos artísticos utilizando as
num ser mais completo e ativo do objetos de arte. devidas técnicas de produção e que
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René Tavares
Formado na Escola de Belas Artes de Dakar, no Senegal;
frequentou em 2011 o Mestrado em Ciências de Arte e do
Património na Faculdade de Belas Artes da Universidade
de Lisboa; expôs as obras em São Tomé, Lisboa, Paris,
Bruxelas, Amsterdão, Luanda, Joanesburgo e Nova Yorque;
foi nomeado para o “Africas’s Most Influential New Artistic
Talent | FNB, Joburg Art Fair 2018; actualmente vive e
trabalha entre São Tomé e Lisboa.
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Imagens extraídas do livro “Tchiloli”, edição limitada, realização e coordenação – René Tavares.
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nós somos
Pequenas perguntas que surgiram interesse, uma delas – o Tchiloli.
na comunidade escolar Bambino.
Podíamos referir-nos à arte como O Tchiloli é uma manifestação de
artistas!
a expressão de um ideal estético, teatro, de dança e de música, com
porém é muito mais do que isso, origem em Portugal (no século XVI),
é a obra que permite transmitir que se tornou parte da cultura de
sentimentos, crenças, emoções, São Tomé e Príncipe. A Tragédia do
Escola Bambino acontecimentos histór icos e
principalmente ideias. “Acredita-se
marquês de Mântua, do dramaturgo
Baltazar Dias é a única peça do
que a educação estética e artística, repertório do Tchiloli.
processando-se num continuum ao
longo da vida, tenha implicações no Após a observação de vários vídeos
apuramento da sensibilidade e do desta mesma forma de Arte/Cultura
sentido crítico, podendo constituir através dos meios de comunicação,
uma condição necessária para um podemos concluir que este grupo é
nível cultural mais elevado das constituído somente por homens,
populações, prevenindo novas formas colocando mestiços, escravos,
de iliteracia, facilitando a integração masc a r ados e fa ntasiados ao
dos indivíduos na nossa Sociedade.” estilo europeu. Após tentarmos
(Funch, et al,2000, p.241) Sem querer perceber de que se trata esta
desmentir, nessa perspetiva, a escola peça de teatro confrontamos com
Bambino é repleta de arte. algumas pesquisas, de modo a ter
uma melhor perceção desta peça.
Neste sentido, os nossos pequenos Mas não quisemos ficar só pelo
artistas abraçaram a arte e a cultura conhecimento da cultura, surgiu a
e decidiram partilhar connosco as curiosidade de como é representar
suas ideias, os seus sentimentos e as a mesma. Assim aventuramo-nos e
suas perspetivas, sem receio e sem recuamos no tempo e tentamos dar o
julgamentos. A arte é uma forma de nosso melhor. Percebemos que para
crescimento e decidimos crescer reproduzir esta obra não bastava
todos juntos abraçando o nosso maior conhecimento, entusiasmo e carisma,
Património – a nossa cultura. Assim mas precisávamos também de
fomos às nossas origens, aquilo que habilidade e de muito tempo dedicado
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A música toca-nos emocionalmente, som do cantor, São Tomense, João nossas ações sejam as bases de um
onde palav ras so zinhas não Seria, vocalista da banda África futuro melhor. A arte está nas mais
conseguem. A música não é para Negra, expressamo-nos da melhor pequenas coisas e ter a capacidade
ser entendida, mas sim sentida. Os maneira – dançamos, pois, a dança de expandi-la faz a diferença dos
diversos ritmos, melodias, sons e surge da alma e não dos pés. Podemos grandes artistas.
timbres, permitem que a criança se ser muito pequenos e não saber
expresse da melhor forma. Rico em escrever, mas ao som das canções Como refere Reboredo, as áreas de
musicalidade é o nosso país! Ritmos Aninha, Carambola Nova Moca e expressão artística devem fazer parte
como Ússua, Socopé e o Dexa, do Pedlêlo deixamos a alma livre para de “qualquer área de transmissão
Príncipe, estão na essência da criação expressar com o nosso corpo. do conhecimento, para além de ser
de diversas músicas de artistas de um instrumento harmonioso para
São Tomé. São vários os artistas que À escola incumbe-se a tarefa de a aquisição das aprendi zagens,
promovem a música deste país, tais adentrar a criança no mundo da são também uma ferramenta que
como os irmãos Calema, a Banda A r te, através das br incadeiras, proporciona o incentivo dos alunos
África Negra, o cantor Filipe Santo dos livros, das saídas de campo na reali zação de determinadas
ou Camilo Domingos com a sua ( galer ias, museus, exposições, atividades que à partida para estes
conhecida Puíta, dança tradicional concertos, bibliotecas, teatros, entre poderão ser difíceis de concretizar.”
e caraterística deste país quente outros) e das próprias atividades (Reboredo, 2003, p.15)
e rico culturalmente. Exaltando desenvolvidas em sala. Toda a criança
esta expressão artística, temos por nasce numa cultura e cada cultura A Vida é uma Obra de Arte e na
hábito explorá-la com dedicação e possui os seus próprios códigos Escola Bambino atrevemo-nos a
entusiasmo, usando o corpo, a voz artísticos, a escola deve proporcionar viver, a sentir e principalmente a
e instrumentos. Dando várias vezes não só a observação como a analise expressarmo-nos de diversas formas.
aso à imaginação, criatividade e da mesma, pois através das obras Arte gera Arte e artistas engrandecem
recorrendo a materiais de desperdício, podemos compreender melhor sobre a cultura de um país. Nós somos Arte,
as crianças são os artistas e criadores os nossos costumes, tradições, e o nós somos artistas!
dos seus próprios instrumentos nosso passado histórico – o nosso
musicais. Património Cultural. Conhecendo Ana Malveiro e
Deixamos a música falar mais alto o n o s s o p at r i m ó n i o c u l t u r a l Daniela Freitas, professoras
do que os obstáculos da vida, e ao conseguimos refletir, para que as
Representando o Tchiloli.
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Escola Portuguesa de
com a presença do Senhor Secretário de Estado da Educação
e membros da sua comitiva, representantes da comunidade
educativa e individualidades portuguesas e moçambicanas.
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“Histórias que a História Foi nosso convidado o mediador cultural Ricardo Mendes,
responsável pela área das escolas, no Museu C. Gulbenkian,
esqueceu”
que nos veio falar de peças do museu, numa interpretação
singular e crítica de algumas obras de arte. Fez uma
abordagem multiperspetivista da História, sublinhando a
diferença entre o desconhecimento de aspetos relacionados
Fundação Calouste Gulbenkian com algumas peças e os factos alternativos.
Amália Rodrigues
Pela investigadora Joana Machado
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Lisboa”
cedeu, gentilmente, à DGAE um conjunto de 10 aguarelas,
ilustrando o interior e o exterior dos Teatros de Lisboa (Teatro
Nacional D. Maria II, Teatro Camões, Teatro de S. Carlos, Teatro
Exposição de aguarelas S. luís e Teatro da Trindade). Estiveram patentes no Hall desta
Direção-Geral, à disposição de quem nos visita e recorre aos
nossos serviços.
Por acreditarmos que a arte encerra um conceito de claridade
e beleza estética, agradecemos a disponibilização das pinturas
de espaços culturais que todos reconhecemos, magnificamente
retratados pelo pincel e sensibilidade do aguarelista.
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da Viagem
da viagem de circum-navegação de Portuguesas no Estrangeiro (EPE) que
Fernão de Magalhães, teve lugar a permitiram aos alunos e professores
cerimónia de encerramento em que o c on he c i mento d a” E r a do s
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