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Especialização precoce- o método através do qual as crianças se tornam especializadas num só

desporto, antes à idade adequada. Alcança-se atrevés do treino excessivo de um desporto, sendo
comum em crianças que, para além de participarem em competições, treinam três vezes por semana
(ou mais), com um processo de treino meticuloso e de longo prazo, com o eventual objetivo de se
tornar profissional no desporto. Tratos incluem cargas de treino muito intensas, que promovem
rápidos desenvolvimentos da prestação esportiva nas fases iniciais, mas que levam a um
esgotamento prematuro da capacidade de rendimento, promovendo aquilo que se designa por
barreiras de desenvolvimento.

As origens por detrás deste fenómeno são variadas, como:

-o desejo dos pais, sendo adeptos/ex atletas (demonstrado uma atitude controlante com os filhos)-
Outro aspecto decisivo talvez para explicar este fenômeno é a atitude dos pais que freqüentemente
buscam uma compensação, por meio dos filhos, das vitórias e títulos esportivos não conseguidos por
eles mesmos

-os desejod de treinadores/dirigientes mais procupados com resultados, querendo potencializar os


atletas ao máximo, independente das consequências

Beneficios:

- treinamento precoce pode melhorar a auto-estima, a segurança e a sociabilidade, acreditando que


os exercícios físicos e o esporte são de fundamental importância para um bom desenvolvimento
físico, psíquico e social

Toxicidades:

- Estresse de competição-um sentimento de medo e de insegurança, causado principalmente por


conflitos oriundos de uma prática excessivamente competitiva que visa apenas a vitória. tendem a
apresentar diminuição de rendimento por causa do excesso de competições disputadas, apenas um
reduzido número de atletas que se iniciam precocemente em competições esportivas conseguem
chegar a um estágio “profissional” da modalidade.

- Saturação esportiva: a especialização exigida na prática de uma modalidade esportiva com relação
às posições em função do resultado, do rendimento, da busca pela vitória poderá ter conseqüências
irreparáveis na formação de um atleta, conduzindo a fenômenos como burnout (saturação
desportiva) e drop-out (abandono precoce)

-Lesões: se o esporte é praticado em excesso, inadequadamente e por longo período de tempo,


podem ocasionar fraturas, lesões epifisárias, tendinites e outros, lesões musculoesqueléticas, sendo
que os ossos em crescimento são mais suscetíveis a lesões nas cartilagens.

-Formação escolar deficiente: a criança se entrega demasiadamente às exigências do treinamento


especializado deixando estudo em segundo plano e muitas vezes interrompendo a formação antes
do término.

- Unilateralização de desenvolvimento: que tem a ver com a especialização técnica de determinadas


habilidades específicas (fundamentos) em detrimento de um desenvolvimento plural, que privilegie
a diversificação de movimentos. a especialização extremamente estreita quando se ignora o
necessário desenvolvimento multilateral, contradiz o desenvolvimento natural do organismo
principalmente nas idades infantis e juvenis. limita a sua evolução posterior. Esta unilateralidade
deveria ser substituída por uma multilateralidade que trará reflexos em longo prazo na formação
geral e educação multivariada.
- Reduzida participação em jogos e brincadeiras infantis: haja vista que o método de ensino acaba de
certa forma, furtando o lúdico. Longe de jogos e de brincadeiras, a criança prescinde do símbolo, do
faz de conta, elementos imprescindíveis para que ela crie e improvise. as crianças devem ser
submetidas a atividades livres e lúdicas, baseadas no desenvolvimento psicomotor, desenvolvimento
de fatores de execução, que darão suporte a prática especializada. Nessas condições, a prática da
atividade física atua de modo a favorecer completa e satisfatoriamente o crescimento e o
desenvolvimento do indivíduo. Para os autores, fica claro ao se estudar sobre o aspecto da
“precocidade e iniciação desportiva” que não é de grande importância a especialização precoce da
criança, copiando técnicas específicas e aprimoradas, ao contrário, é importante que a criança se
instrua nos jogos ricos em variação e adquira através deles uma noção correta e completa dos
possíveis aspectos qualitativos e precoce diferenciais envolvidos nas atividades, favorecendo assim,
a instalação de padrões motores.

- as pressões para obtenção de sucesso, a supervalorização das competições repercutem


negativamente em crianças e jovens que apresentam uma deficiente estabilidade psicológica. A
supervalorização dos pequenos campeões, juntamente com a espetacularidade dos grandes desfiles,
dos uniformes vistosos, dos troféus e da sensação do fracasso pessoal ou da causa da derrota de sua
equipe, apresenta grande perigo para as crianças, que ainda não possuem personalidade ajustada,
equilíbrio de agressividade, resistência às frustrações e estabilidade emotiva. A busca de rendimento
no esporte de alto nível, de acordo com Bento (2006) sujeita o atleta a uma condição de objeto, em
que é manipulado para alcançar um desempenho máximo. Os autores ainda relatam que o esporte
de alto nível, quando tomado como um fim, cria o atleta-objeto, e o desempenho se torna mais
importante que o próprio homem. Desta forma, quando se lida com crianças e adolescente se perde
o foco da formação do homem em detrimento do resultado, o que posteriormente poderá
prejudicar a vida pessoal e social desta pessoa. De acordo com Samulski (2002), no esporte de alto
nível, a dedicação exagerada do atleta pode vir a afetar negativamente o desenvolvimento da
personalidade das crianças, como autovalorização exagerada, fixação pelo rendimento, medo do
fracasso, estresse psicológico, instabilidade emocional e isolamento social. Por outro lado, o autor
relata que para os pais, professores e treinadores as vantagens do esporte de rendimento para
crianças consiste justamente no desenvolvimento de disposições positivas da personalidade,
sobretudo no âmbito social, como desenvolvimento da autonomia, autoconfiança, prazer,
coleguismo, orgulho, sinceridade, pontualidade, comportamento disciplinar, responsabilidade e
capacidade de comunicação.

- Sendo assim, um primeiro decréscimo causado pela especialização precoce seria a diminuição da
habilidade, pois ocorre um aprendizado menos global do que o necessário, sendo que o jogador
apenas desenvolve alguns atributos que são necessários durante o jogo, o que posteriormente trará
dificuldades durante a partida

- Desta forma, quando se lida com crianças e adolescente se perde o foco da formação do homem
em detrimento do resultado, o que posteriormente poderá prejudicar a vida pessoal e social desta
pessoa. De acordo com Samulski (2002), no esporte de alto nível, a dedicação exagerada do atleta
pode vir a afetar negativamente o desenvolvimento da personalidade das crianças, como
autovalorização exagerada, fixação pelo rendimento, medo do fracasso, estresse psicológico,
instabilidade emocional e isolamento social. Por outro lado, o autor relata que para os pais,
professores e treinadores as vantagens do esporte de rendimento para crianças consiste justamente
no desenvolvimento de disposições positivas da personalidade, sobretudo no âmbito social, como
desenvolvimento da autonomia, autoconfiança, prazer, coleguismo, orgulho, sinceridade,
pontualidade, comportamento
- Juntamente com a depleção da habilidade e da técnica, existe a diminuição nas possibilidades
táticas deste jogador que fica limitado a algumas ações na partida e também a apenas algumas
posições para atuar. Para o caso do jogador de futebol isto é mais evidente que para o jogador de
futsal, e também mais prejudicial, porque ainda vêem-se treinadores que buscam a especificidade
de seus atletas desde o início da prática do futebol, já que este esporte apresenta mais
possibilidades de posição que o futsal, o que limita muito o jogador. Isto ocorre, pois é copiado o
modelo de treinamento das equipes adultas, onde o treinamento é dividido para cada posição de
jogo, respeitando a teoria da especificidade do treinamento, no entanto, lembra-se que são atletas
“profissionais” que já tem definido o repertorio motor e onde e quando rendem melhor e não
atletas em formação que devem experimentar todas as possibilidade e observar o que é melhor para
seu rendimento.

- Para o condicionamento físico a especialização precoce se mostra ainda mais cruel, pois as crianças
e adolescentes no início da prática conseguem desenvolver altas cargas durante os treinamentos e
partidas, chegando algumas vezes a se equiparar com os atletas profissionais. Desta maneira, esse
repentino rendimento físico irá ser prejudicado com o passar dos anos. Primeiro as chances deste
esportista apresentar um quadro de overtraining durante a sua vida esportiva é muito grande, pois
como seu corpo se encontra em um processo de mudança constante, cargas que pareciam fáceis
durante uma fase podem ser prejudiciais em outras causando um nível de fadiga acima do normal.
Para Marques e Oliveira (2001) todas as componentes da carga (volume, freqüência, densidade,
intensidade) devem aumentar gradualmente com a idade de preparação, em acordo com os
princípios do aumento sistemático da carga e da individualidade, ainda como orientação
complementar, no aumento das componentes da carga a primazia deve ser dada ao volume;
significando isto que, no controlo da dinâmica da carga, a quantidade deve crescer mais
rapidamente que a intensidade

Podíamos ainda referir dois casos notáveis(um que correu bem, um que correu mal)

Sim, a especialização precoce é, muitas vezes, relacionada ao abandono precoce da prática


desportiva. Nestes casos, ou o atleta abandona a modalidade mas continua a praticar desporto
numa modalidade diferente, ou acaba por abandonar completamente o desporto e a atividade
desportiva.

Se o atleta começa a faltar aos treinos, se mostra desmotivado ou com comportamentos


inadequados é preciso estar atento.

Também, mas não só.

O treinador assume um papel importante nesta questão. Ele deve respeitar as etapas de formação
dos atletas e fazer treinos adaptados ao seu nível, respeitando os seus limites físicos, psicológicos e
cognitivos. Além disso, deve ouvir os atletas e ir de encontro à sua personalidade, devendo ser ainda
um mediador de conflitos, com os pais, por exemplo.

Mas nem sempre a especialização precoce é responsabilidade apenas do treinador. Os pais, muitas
vezes na procura de resultados, incentivam os filhos a treinar em casa e ir além das suas
capacidades. Ou o próprio atleta tenta exceder-se fugindo aos limites impostos pelo treinador.

https://pt.slideshare.net/danicarvcosta/especializao-precoce-educao-fisica

http://recursos.fitescola.dge.mec.pt/wp-content/uploads/2015/05/desporto_05.pdf
https://prezi.com/grkhlz9uubay/especializacao-precoce-e-abandono-ou-exclusao-precoce-pafd-
12opagd/

https://prezi.com/aaiosqscpmgs/a-especializacao-precoce-e-a-exclusao-ou-abandono-precoces/

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