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HEMATOLOGIA
HEMATOLOGIA
Apostila de Hematologia
SANGUE
O sangue é um tecido líquido que circula dentro de um sistema fechado de vasos denominado sistema
circulatório. Ele é constantemente renovado. É composto por duas partes distintas:
Funções
Transporte de gases e nutrientes, como glicose, aminoácidos, proteínas, lipídios, sais minerais até as células,
hormônios e eletrólitos (Sódio, potássio, cálcio, magnésio, etc.);
Defesa imunológica - leucócitos;
Coagulação;
Composição
Hematopoiese: É o processo de nascimento das células sanguíneas, que ocorrem nos órgão hematopoiéticos
(medula óssea em adultos normais, baço e fígado em fetos e em pacientes em determinadas anemias graves);
ORIGEM
A e B – Hemácias normais
ESTUDO DA HEMOGLOBINA
A hemoglobina (Hb) é uma proteína presente nos eritrócitos. Dá ao sangue a característica viscosas e a cor
vermelha ao sangue. É responsável por transportar o oxigênio (O2) dos pulmões para os tecidos e retorna com gás
carbônico (CO2) para os pulmões. Quando respiramos, o O2 é levado dos pulmões ao sangue, de onde é
transportado para os tecidos pela hemoglobina.
Curiosidade 1: A hemoglobina apresenta uma afinidade química muito maior com o CO (monóxido de carbono) do
que com o O2. Assim, a oxigenação das células é comprometida na sua presença. As moléculas de O2 são expulsos
da hemoglobina, o que atrapalha a entrega de oxigênio para as células. Lentamente, a vítima morre asfixiada.
Curiosidade 2: Os hematomas são formados pelo escape de eritrócitos aos tecidos. Isto geralmente ocorre pelo
rompimento de um ou mais vasos sanguíneos na ocorrência de uma lesão. A degradação da hemoglobina se
converte em pigmentos biliares, e, estes, são responsáveis pela coloração amarelada dos hematomas.
São também chamados de glóbulos brancos. Estas células produzidas da medula óssea são transportadas
pelo corpo através do sangue e estão na linfa, nos órgãos linfoides e em vários tecidos conjuntivos.
São classificados em polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e monomorfonucleares
(linfócitos e monócitos).
São classificados de acordo com a granulosidade do citoplasma e a quantidade de lóbulos nucleares. Sendo
divididos em dois grupos: granulócitos e agranulócitos.
São células esféricas e nucleadas, de tamanho maior que as hemácias. Fazem parte do sistema imunológico
e têm como principais funções proteger o corpo contra tumores, toxinas e infecções por microrganismo.
Eles podem atravessar a parede dos vasos sanguíneos e penetrar nos tecidos, fazendo a fagocitose, além de
produzir anticorpos.
Como respondem a estímulos químicos liberados pelas células danificadas ou por outros leucócitos, são
capazes de localizar tecidos danificados ou infectados por microrganismos, sendo cada tipo de leucócito responsável
por combater determinadas infecções. Entram em ação sempre que um vírus, uma bactéria, ou qualquer organismo
estranho entrar no corpo humano, eliminando-os e impedindo que provoquem problemas de saúde.
GRANULÓCITOS
NEUTRÓFILOS
BASÓFILOS
EOSINÓFILOS
Têm uma vida média de 4 a 8h no sangue periférico e até 12 dias em tecidos. Apresentam núcleo
bilobulado. Citoplasma preenchido por muitos grânulos alaranjados. São atraídos para áreas inflamatórias por meio
de mediadores químicos liberados por vários tipos celulares. Estimula liberação de histamina pelos basófilos. Atuam
nas reações alérgicas e na defesa contra parasitoses (vermes), liberando enzimas presente em seus grânulos.
Estimula liberação de histamina pelos basófilos.
LINFÓCITOS
Possuem tempo médio de vida que varia de semanas, meses a anos. Possuem um núcleo regular e que
ocupa quase todo o volume da célula. Seu aumento pode ser indício de infecção viral ou leucemia linfoide.
Circulam através do sangue pelos linfonodos, baço e tecido conjuntivo. Sua função é garantir imunidade aos
organismos e também são importantes no combate aos vírus e às células cancerosas. Não é possivel identificar cada
um dos tipos de linfócitos através da análise morfológica. Identificação é feita através dos antígenos de
diferenciação (citometria de fluxo). São classificados em:
Linfócitos T - Formam-se na medula óssea e migram até o timo para o seu amadurecimento. Circulam cerca de
75% a 85% no sangue periférico;
Linfócitos B - Formam-se e amadurecem na medula óssea. Quando estimulados, transformam-se em
plasmócitos, produtores de anticorpos. Circulam cerca de 5% a 15% no sangue periférico;
NK - chamadas de células exterminadoras naturais. Possuem um papel importante no combate à células
tumorais e células infectadas por vírus, pois possuem atividade citotóxica contra elas. Destroem a célula,
ativando o mecanismo de apoptose (morte celular programada). Circulam cerca de 5% a 10% no sangue
periférico.
Possuem um tempo de vida de apenas 8 a 18h na corrente sanguínea, saem dos vasos sanguíneos e
diferenciando-se em macrófagos, que podem receber outros nomes, dependendo de sua atividade ou localização. É
o maior leucócito circulante com núcleo na forma de rim ou ferradura. Quando se transformam em macrófagos, são
ativos na fagocitose de microrganismos patogênicos. Ocorre em infecções virais, leucemia relacionada aos
monócitos e após quimioterapia.
MIELOGRAMA
Pode também ser necessário uma "biópsia de medula". Costuma ser feita para complementar o
mielograma. É feita no osso ilíaco ou tíbia. O mielograma e a biópsia são efetuados em casos especiais, não sendo
um exame de rotina para diagnóstico de anemias.
Anemia hemolítica - Em pessoas saudáveis, as hemácias duram cerca de 120 dias antes de serem descartados
pelo organismo. Na anemia hemolítica, os glóbulos vermelhos são destruídos (hemólise), por algum motivo,
antes do tempo normal, sem dar tempo de serem repostos pela medula óssea. Essa ruptura das hemácias pode
ser desencadeada pela ocorrência de processos infecciosos, por meio de determinados remédios, por problemas
autoimunes ou por hereditariedade.
Anemia ferropriva - é o tipo de anemia mais comum. A deficiência de ferro prejudica a eritropoese, o que
resulta na produção de hemácias com menor quantidade de hemoglobina no seu interior, portanto, com menor
volume e mais hipocrômicas. A hemoglobina apresenta moléculas de ferro em sua composição. As principais
causas da anemia ferropriva são fatores fisiológicos (gravidez, lactação, menstruação), fatores nutricionais (dieta
pobre em alimentos que contêm ferro) e fatores patológicos (parasitoses, doenças gastrintestinais e outras
doenças que alteram a absorção do ferro). A dosagem de ferritina ajuda no diagnóstico da anemia ferropriva,
assim como do ferro sérico. No hemograma da anemia ferropriva, as alterações típicas são anemia microcítica
e hipocrômica, ou seja, VCM e CHCM diminuídos e o RDW, aumentado.
Anemia megaloblástica - é causada pela deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico, em geral devido ao déficit
de alimentos de origem animal, especialmente leite, carnes e ovos (vitamina B12) e frutas, feijão, fígado, nozes e
vegetais verdes (ácido fólico). A anemia perniciosa é uma causa de anemia megaloblástica. É caracterizada pela
redução no número de glóbulos vermelhos no sangue devido à incapacidade do intestino absorver
adequadamente a vitamina B12. O corpo necessita da vitamina B12 para produzir os glóbulos vermelhos. Uma
proteína especial, denominada fator intrínseco, ajuda o intestino a absorver a vitamina B12. Essa proteína é
liberada pelas células do estômago. Quando o estômago não produz uma quantidade suficiente de fator
intrínseco, o intestino não é capaz de absorver adequadamente a vitamina B12. Toda anemia perniciosa é uma
anemia megaloblástica (presença de células vermelhas maiores que o tamanho normal). No hemograma,
destacam-se a macrocitose com VCM elevado e RDW aumentado. A confirmação diagnóstica ocorre por meio
dos valores diminuídos de vitamina B12 e ácido fólico.
Anemia falciforme - é uma hemoglobinopatia. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos
devido a uma mutação da hemoglobina S. As hemácias perdem a forma arredondada e elástica e adquirem o
aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, dificultando a passagem do sangue pelos vasos de
pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos. Os glóbulos vermelhos em forma de foice causam oclusão dos
vasos sanguíneos e consequentemente, má oxigenação, ocasionando morte dos tecidos. O diagnóstico é feito
através do teste do pezinho, realizado gratuitamente no bebê, teste de falcização de hemácias e eletroforese de
hemoglobinas, proporciona a detecção precoce da doença.
PROCEDIMENTO - O procedimento é diluir em 100μL de solução fisiológica com 0,5% de metabissulfito de sódio.
Colocam-se 50μL de sangue total com anticoagulante EDTA na lâmina. Homogeneizar e cobrir a amostra com a
lamínula sem deixar bolha, vedando as bordas da lamínula com esmalte. Em seguida, coloca-se na placa de Petri com
gaze umedecida e tampa-se. Realizam-se leituras até 24h. Na presença de hemácias falcizadas, o resultado será
positivo. Caso não, o resultado será negativo.
Talassemia – É um tipo de anemia hereditária e que faz parte de um grupo de doenças do sangue
chamadas hemoglobinopatias (doença da hemoglobina). Cada hemoglobina normal presente nas
hemácias é formada por dois tipos de proteínas – alfa e beta – unidas por um átomo de ferro. A
talassemia acontece quando há um defeito na produção dessas proteínas. As células humanas têm 23
pares de cromossomos cada, totalizando 46 cromossomos. No cromossomo 11 temos a informação
genética para produzir a proteína beta e no cromossomo 16 para a proteína alfa. Assim, a hemoglobina
não é produzida adequadamente.
A talassemia beta é o tipo mais frequente no Brasil, pode se manifestar de três formas: talassemia maior,
talassemia intermediária ou talassemia menor.
Na talassemia beta menor, os portadores apresentam apenas uma herança genética, que pode ter sido
adquirida do pai ou da mãe. O único sintoma aparente é uma leve anemia, e não há necessidade de
tratamento.
Na talassemia beta maior, é mais grave, pois seus portadores apresentam uma anemia severa, pois suas
hemácias duram menos tempo na corrente sanguínea, dificultando a entrega de oxigênio às células.
O tratamento é feito com transfusão de sangue (a cada 20 dias aproximadamente) e medicamentoso para retirar
o excesso de ferro do corpo causado pelas transfusões de sangue.
O diagnóstico é feito através do hemograma, eletroforese de hemoglobina e teste molecular (PCR).
LEUCEMIAS
É uma doença originada na medula óssea, local onde as células do sangue são produzidas. Caracteriza-se
pela produção excessiva e inapropriada de leucócitos, ultrapassando muito os valores sanguíneos normais ou
esperados para casos de infecção.
Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a
transforma em uma célula tumoral. Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido
e morre menos do que as células normais.
Na maioria dos casos há leucocitose (aumento do número de leucócitos), podendo se apresentar com mais
de 100 mil leucócitos/mm3, porém, em alguns pacientes o número de leucócitos pode estar normal ou diminuído,
predomínio de blastos (células jovens).
Divide-se nas categorias mielóide e linfóide, de acordo com a célula envolvida. Pode ser agrupada com base
em quão rapidamente a doença evolui e torna-se grave (aguda ou crônica). Depois de instalada, a doença exige que
o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.
Com o aumento das células tumorais, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo
substituídas. Como resultado, as pessoas não produzem quantidades suficientes de células normais, causando:
Anemia – a falta de glóbulos vermelhos pode causar cansaço, fraqueza e faltar de ar;
Leucopenia : a falta de glóbulos brancos normais aumenta o risco de infecções;
Trombocitopenia : a falta de plaquetas pode levar a sangramento nas gengivas, hemorragia nasais frequentes.
Crônica: no início da doença, as células leucêmicas ainda conseguem fazer algum trabalho dos glóbulos brancos
normais. Médicos geralmente descobrem a doença durante exame de sangue de rotina. Lentamente, a leucemia
crônica se agrava. À medida que o número de células leucêmicas aumentam, aparecem inchaço nos linfonodos
(ínguas) ou infecções. Quando surgem, os sintomas são brandos, agravando-se gradualmente.
Aguda: as células leucêmicas não podem fazer nenhum trabalho das células sanguíneas normais. O número de
células leucêmicas cresce de maneira rápida e a doença agrava-se num curto intervalo de tempo.
Combinando as duas classificações (linfoide e mieloide), existem quatro tipos mais comuns de leucemia:
Leucemia linfoide crônica (LLC): afeta células linfoides e se desenvolve de forma lenta. A maioria das pessoas
diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças.
Leucemia mieloide crônica (LMC): afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete
principalmente adultos.
Leucemia linfoide aguda (LLA): afeta células linfoides e agrava-se de maneira rápida. É o tipo mais comum em
crianças pequenas, mas também ocorre em adultos.
Leucemia mieloide aguda (LMA): afeta as células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como
em crianças, mas a incidência aumenta com o aumento da idade.
LEUCEMIA LINFOIDE
Afeta a linhagem linfoide, havendo produção maligna de linfócitos imaturos (linfoblastos) na medula óssea.
A maioria dos sintomas ocorrem porque as células defeituosas substituem as células normais produzidas pela
medula óssea.
LINFOBLASTOS
LEUCEMIA MIELOIDE
Caracteriza-se pela proliferação anormal de células progenitoras da linhagem mieloide. Caracteriza-se pela
rápida proliferação de células jovens (blastos) anormais que não amadurecem e não desempenham sua função, além
de se acumularem na medula óssea, interferindo na produção normal de outras células sanguíneas. Na infância,
cerca de 15% a 20% das leucemias agudas são mieloides. Nos adultos, entretanto, essa percentagem sobe para 80%.
Possuem os mesmos sintomas da leucemia linfoide.
O hemograma se caracteriza pela leucocitose acentuada acompanhada de anemia e plaquetopenia na
maioria dos casos. Na contagem diferencial de leucócitos, geralmente há predomínio de mieloblastos (é a célula
mais imatura da linhagem mielóide).
DIAGNÓSTICO - EXAMES LABORATORIAIS
O Hemograma é o principal exame a ser realizado quando há uma suspeita de anemia ou leucemia. O
mais importante em um hemograma, no que diz respeito a uma suspeita de anemia, é a avaliação da série
vermelha (glóbulos vermelhos) e da leucemia, da série branca (glóbulos brancos). Esta avaliação inclui a
determinação do número de hemácias, hematócrito, hemoglobina, do volume corpuscular médio (volume da
hemácia), hemoglobina corpuscular média (peso da hemácia) e concentração corpuscular média (concentração
da hemoglobina dentro de uma hemácia).
O exame do esfregaço sanguíneo e a contagem diferencial de glóbulos brancos fornecem dados importantes,
principalmente no diagnóstico da leucemia. Outros exames ajudam a determinar a causa da anemia e da leucemia e
orientar o tratamento.
HEMOGRAMA
É um exame onde a série vermelha e a série branca são analisados. Auxilia no diagnóstico de anemias,
infecções ou controlar a evolução de uma doença. Que compreende o eritrograma, leucograma e a série
plaquetária. O sangue é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo. Em alguns
casos, há necessidade de fazer a análise específica (lâmina).
VANTAGENS
Simplicidade;
Baixo custo;
Automático;
Muita informação.
Algumas células podem ser contadas de forma incorreta pelo processo automatizado. Alguns aparelhos não
contam células imaturas e podem levar a um erro quanto a um diagnóstico de leucemia. O esfregaço, porém, deve
ser avaliado por pessoal experiente.
A análise automatizada facilita o desempenho da rotina laboratorial e é a técnica mais utilizada, permitindo
contagens de eritrócitos, leucócitos e plaquetas ao mesmo tempo.
Todas estas avaliações são resultados quantitativos das três séries: vermelha, branca e plaquetária.
Entretanto o hemograma deve abranger as análises qualitativas dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas que
consideram o tamanho, a forma celular, a coloração, etc.
Essas observações são fundamentais para auxiliar o diagnóstico clínico. Por exemplo: eritrócitos em forma
de foice no esfregaço sanguíneo indica relação com anemia falciforme; expressivo número de linfócitos pode estar
relacionado a viroses, etc.
O hemograma pode ser realizado utilizando equipamentos automatizados e a observação de lâminas.
Na análise microscópica é feita a contagem de eritrócitos, leucócitos (total e diferencial) em lâmina corada.
VOLEMIA
Hematócrito (Ht)
Volume Corpuscular Médio (VCM);
Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM);
Hemoglobina Corpuscular ou globular Média (HCM);
Coeficiente de variação de volume do glóbulo vermelho ao redor da média (RDW).
HEMATÓCRITO
O Hematócrito (Ht) é uma técnica complementar ao hemograma que serve para avaliar a porcentagem dos
glóbulos vermelhos em relação ao plasma. As pessoas que vivem em altitudes mais elevadas possuem níveis mais
elevados de hematócrito, ou seja, os valores de Hb ou Ht são automaticamente ajustados dependendo da altitude.
Há a técnica manual (microhematócrito) e o hematócrito automatizado, onde é calculado com base no
número de hemácias e no VCM (Hm x VCM).
É determinado pela centrifugação de uma pequena amostra de sangue em tubo capilar e medido o volume
dos glóbulos vermelhos centrifugados como porcentagem de volume total.
Os valores são diferentes segundo o sexo. Os homens apresentam valores de hematócrito mais elevados
que as mulheres porque a testosterona estimula a produção renal de EPO (Eritropoetina) e, portanto, a produção de
glóbulos vermelhos.
Caso o valor seja inferior à média significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos e se for
superior, existe uma maior quantidade de glóbulos vermelhos para o volume de sangue.
Mulher: 36 – 48 %
Homem: 40 – 54 %
HEMATÓCRITO BAIXO
Se o hematócrito é ligeiramente baixo os sintomas são leves. Os riscos e complicações são causadas pela
falta de O2 (oxigênio) nas células do corpo porque um menor número de eritrócitos corresponde a uma menor
quantidade de hemoglobina circulante.
Anemia - A anemia causa uma redução significativa no número de glóbulos vermelhos. Quando a contagem dos
glóbulos vermelhos estiver muito baixa, ocorre uma forte diminuição nos níveis de hematócrito. Uma pessoa
com baixos níveis de hematócrito é considerada anêmica. O hematócrito entre 35 – 40 % é considerado um caso
leve de anemia, mas se o valor for inferior a 28% é preocupante;
Hemorragia - A hemorragia pode causar baixos níveis de hematócrito;
Medicamentos quimioterápicos - Os medicamentos de quimioterapia que são usados frequentemente para o
tratamento do câncer podem ter um impacto negativo sobre a contagem de glóbulos vermelhos. Estes
medicamentos são formulados para matar células cancerosas, mas também podem destruir glóbulos vermelhos
saudáveis;
Deficiências nutricionais - A vitamina B12, o ferro e o ácido fólico são importantes para a produção de glóbulos
vermelhos. A falta desses nutrientes pode causar baixos níveis de células vermelhas no sangue e do
hematócrito;
HEMATÓCRITO ALTO
Desidratação - a desidratação diminui o nível do plasma no sangue. Quando a porcentagem de plasma é
reduzida, o corpo tem níveis elevados de hematócrito. Neste caso para restaurar o nível de hematócrito é
necessário beber bastante água;
Diarreia – reduz o volume de água do plasma e aumenta o volume das células vermelhas do sangue,
aumentando assim o nível de hematócrito;
Altitudes elevadas - altitudes elevadas (acima do nível do mar) a disponibilidade de oxigênio é reduzida em
comparação à altitude normal (ao nível do mar). Em tais circunstâncias, o corpo aumenta a produção de
glóbulos vermelhos, para atender a demanda de oxigênio;
Queimaduras - Uma queimadura grave pode reduzir muito a quantidade de plasma e pode aumentar a
contagem de glóbulos vermelhos no sangue;
Doping EPO – o hormônio chamado eritropoetina (EPO) é usado para tratamento da anemia, aumentando os
glóbulos vermelhos. No entanto, os atletas abusam desta substância para melhorar o desempenho. Aqueles
que praticam esporte e tomam altas doses de EPO produzem mais eritrócitos e portanto um maior nível de
hematócrito. Os benefícios e as vantagens de um elevado nível de hematócrito consistem em mais oxigênio no
sangue;
No hematócrito alto há riscos de uma pessoa ter coágulos sanguíneos (trombose venosa profunda), doença cardíaca
e derrame. Estas doenças podem ser fatais, especialmente se a pessoa também sofre de hipertensão (pressão alta).
PROCEDIMENTO
Para a leitura posiciona-se a extremidade inferior da camada de eritrócitos na linha 0 e a extremidade superior da
coluna de plasma na linha 100.
ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS
Os índices hematimétricos VCM, HCM e CHCM foram incluídos no hemograma nos anos 1940, mas ainda são
bastante utilizados na classificação de anemias. Esses três índices são calculados a partir da contagem de hemácias,
do hematócrito e da dosagem de hemoglobina. O RDW (distribuição do tamanho das hemácias – red cell distribution
width) é o outro índice hematimétrico que compõe o eritrograma, apenas fornecido pelos contadores hematológicos
automatizados. É muito importante observar a relação de coerência entre os níveis hematimétricos e os índices
eritrocitários e correlacionar com o estudo do esfregaço em caso de alterações.
VCM OU VGM (VOLUME CORPUSCULAR OU GLOBULAR MÉDIO)
Sexo feminino
Hb = 14,6g/dL
Ht = 48%
Hm = 5,7 milhões/microlitro ou mm3
Indica o peso da hemoglobina por hemácia. Portanto, serve para avaliar a quantidade média de hemoglobina
na célula. Valores altos de HCM são encontrados em glóbulos vermelhos mais escuros (hipercrômica). Se o HCM
estiver baixo, as hemácias terão coloração mais clara (hipocrômica). Valores normais de HCM são encontrados em
glóbulos vermelhos de cor normal (normocrômicos). No entanto, uma pessoa com hemácias normocrômicas
também pode apresentar anemia. O resultado do HCM é dado em picogramas.
Sexo feminino
Hb = 14,6g/dL
Ht = 48%
Hm = 5,7 milhões/microlitro ou mm3
Sexo masculino
Hb = 10g/dL
Ht = 30%
Hm = 5,0 milhões/microlitro ou mm3
RDW (red cell distribution width) - Coeficiente de variação de volume do glóbulo vermelho
CONTAGEM DE RETICULÓCITOS
A contagem de reticulócitos é usada para determinar se a medula óssea está respondendo de modo
adequado às necessidades do corpo.
Costuma ser pedida junto com a contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito. Quando há elevação
do número de hemácias, do hematócrito e da hemoglobina, a contagem de reticulócitos pode ser usada para
determinar a intensidade da produção excessiva de hemácias.
O sangue tem 1 reticulócito para cada 100 eritrócitos. A presença de grande quantidade de reticulócitos
no sangue periférico é um sinal de que a medula óssea está jogando na corrente sanguínea, células jovens. Assim a
contagem de reticulócitos é usada para avaliar a capacidade da medula óssea em produzir novos eritrócitos. É
pedida também para avaliar a anemia.
Este método tem por princípio revelar a presença de RNA ribossomal formados por finos filamentos no
interior das hemácias. Eles são observados por meio do corante azul de cresil brilhante, com base na observação e
na contagem microscópica.
PROCEDIMENTO
A amostra usada é o sangue total coletado com EDTA, isento de hemólise. Homogeneizar a amostra e
pipetar 50μL do sangue do paciente e 50μL do corante azul de cresil brilhante. Colocar a mistura em um tubo de
ensaio e homogeneizar. Coloca-se o material em banho-maria a 37°C por 15min. Após o término do tempo em
banho-maria, homogeneizar e fazer o esfregaço. Depois da secagem da lâmina, analisa-se por meio do microscópio
óptico. Conta-se a quantidade de reticulócitos em cinco campos de, aproximadamente, 100 hemácias.
MÉTODO DE WESTERGREEN
Coleta:
Jejum não obrigatório
Sangue com anticoagulante
Volume mínimo: 2ml
Sem hemólise ou coagulação
PROCEDIMENTO
Os valores de referência do exame VHS são diferentes para o homem, mulher ou criança.
PROCEDIMENTO
Objetivos
Valores de referência
Adultos: 150 mil a 400 mil /microlitro ou mm³
SÉRIE BRANCA: LEUCOGRAMA
O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos.
A contagem global é a que determina o número total de leucócitos. A contagem diferencial é a que
determina os leucócitos específicos.
Objetivos
Tanto a leucocitose como a leucopenia não são doenças, mas sim o indicativo de que algum problema está
acontecendo no corpo.
CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS (CDL)
É a contagem de 100 leucócitos em esfregaço sanguíneo, diferenciando-os segundo suas variedades morfológicas.
Tamanho da célula;
Relação núcleo/citoplasma;
Características do citoplasma (cor, presença ou ausência de grânulos, cor e tamanho dos grânulos);
Características do núcleo (forma, cor, “desenho” do núcleo).
ESFREGAÇO SANGUÍNEO
Colocar uma gota de sangue total em uma lâmina limpa e seca.
Com o auxílio de outra lâmina, colocar a gota de sangue em contato com sua borda, formando um ângulo de
45°.
Esfregar uma lâmina sobre a outra rapidamente, antes que o sangue seque ou coagule;
Identificar a lâmina pela cabeça do esfregaço com o auxilio de um lápis;
Fazer a coloração;
Delgado – as células devem estar estendidas em uma única camada sem superposição, nem formação de
grumos;
Completo - a gota de sangue deve ser distendida na sua totalidade. Deve-se levar em consideração que num
esfregaço as partes mais ricas em elementos citológicos são as bordas.
COLORAÇÃO DO ESFREGAÇO
Os corantes hematológicos, em geral, baseiam-se na mistura de azul de metileno (corante básico) + eosina
(corante ácido), permitindo a coloração simultânea do núcleo e citoplasma das células.
Enquanto o corante básico confere cor azul aos núcleos, grânulos basófilos e fracamente os grânulos dos
neutrófilos, a eosina confere cor laranja aos grânulos citoplasmáticos dos eosinófilos.
Corante básico → cora estruturas ácidas (ácido desoxirribonucleico - DNA - núcleo das células);
Corante ácido → cora estruturas básicas, chamadas acidófilas/eosinófilas.
Primeiro fixa-se a lâmina com metanol (frasco 1) por alguns segundos, logo após mergulha-se algumas vezes no
frasco de eosina (frasco 2) e depois no azul de metileno (frasco 3).
Enxague em água corrente e deixe secar.
A lâmina deve ser lida em objetiva de imersão (100 X) com uma gota de óleo, de acordo com as informações abaixo:
MICROSCOPIA
Contagem diferencial
Morfologia das hemácias
MICROSCÓPIO ÓPTICO
CONTADOR DE CÉLULAS
COAGULOGRAMA
É um conjunto de exames que visa uma análise geral da hemostasia sanguínea do paciente, ou seja, avaliar a
coagulação sanguínea, tanto dentro, quanto fora do vaso.
Muito utilizado e pré requisito em exames pré operatórios.
Ao acontecer um corte, o colágeno é liberado ativando as plaquetas.
HEMOSTASIA: Mecanismo que garante o equilíbrio entre a coagulação excessiva (trombose) e a hemorragia.
ELEMENTOS: Endotélio (camada interna dos vasos sanguíneos), Plaquetas, Proteínas (fatores de coagulação),
Anticoagulantes naturais (heparina) e Sistema fibrinolítico (coágulo de fibrina).
Quando nos cortamos, o tecido lesionado libera um dos fatores de coagulação, o colágeno que é encontrado
no epitélio para avisar que algo está acontecendo - Acorda!
A partir daí começa o processo de coagulação sanguínea com a participação das 3 fases da hemostasia.
Com a liberação do colágeno, as plaquetas são ativadas imediatamente para impedir o sangramento. E o
aglomerado delas, formam um tampão. Começa o processo de coagulação;
Entre as propriedades das plaquetas estão a manutenção da homeostasia, a adesão à superfície endotelial
danificada e a agregação;
Ocorre a vasoconstrição, o que torna menor o fluxo sanguíneo.
Quando se trata de hemorragias pequenas, o tampão de plaquetas pode ser suficiente para parar a
hemorragia. No entanto, por vezes ele apenas dá um contributo inicial e é necessário continuar o trabalho até parar
a hemorragia. É aqui que se inicia a cascata da coagulação.
A CASCATA DE COAGULAÇÃO
Seu objetivo é transformar o sangue num gel com consistência gelatinosa para parar uma hemorragia. O
termo cascata é utilizado porque existe uma sucessão de acontecimentos (reações químicas) até à formação do
coágulo final. Os principais mediadores na cascata da coagulação são os fatores de coagulação( proteínas presentes
no sangue).
Existem vários fatores de coagulação, sendo classificados numericamente através da numeração romana.
– Fator I (Fibrinogénio)
– Fator Ia (Fibrina)
– Fator II (Protrombina)
– Fator IIa (Trombina)
– Fator III (Fator tecidual)
– Fator IV (Cálcio)
– Fator V
– Fator VI
– Fator VII
– Fator VIII
– Fator IX
– Fator X
– Fator XI
– Fator XII
– Fator XIII
De uma forma muito simples o que acontece em cada etapa é que um fator na sua forma inativa é ativado e
convertido numa enzima capaz de atuar e permitir a passagem para o patamar seguinte. Ou seja, todos os fatores
são necessários para que a cascata chegue ao fim.
No final, depois de todos os fatores de coagulação terem sido ativados, vamos ter um coágulo sanguíneo
reforçado por uma substância chamada fibrina que tem o aspeto de uma rede. A fibrina permite fazer um reforço
bastante eficaz do coágulo sanguíneo impedindo que o sangue continue a sair para o exterior do vaso sanguíneo.
acontece quando os componentes do plasma chamados fatores de coagulação formam fios de fibrina, que
fortalecem o tampão plaquetário.
A via intrínseca ocorre no interior dos vasos sanguíneos. Inicia-se quando o sangue entra em contato com
regiões da parede do vaso em alguma lesão;
A via extrínseca ocorre quando o sangue extravasa dos vasos para os tecidos conjuntivos.
Independente se o processo de coagulação se dá através da via extrínseca ou intrínseca, o resultado será a
formação do coágulo.
Após a formação do trombo (coágulo), o mesmo deve ser removido para o reestabelecimento do fluxo
sanguíneo. Nessa etapa, há o processo que realiza gradualmente a remoção dos depósitos de fibrina através de
uma enzima chamada plasmina.
FIBRINOGÊNIO
É uma proteína do plasma sanguíneo produzida no fígado e é convertida em fibrina durante a coagulação.
Ele é um dos 13 fatores de coagulação responsáveis pela coagulação normal do sangue.
Sua dosagem é utilizada para determinar o nível de fibrinogênio no sangue, como parte da investigação de
um distúrbio hemorrágico, formação de coágulos ou para esclarecer alterações do TAP ou PTT.
Também pode ser usado para monitorar doença hepática. É um marcador de inflamação e de risco
coronariano, mas é pouco usado com essas finalidades.
É uma proteína de fase aguda. Seus níveis se elevam quando há inflamação ou lesão tecidual de qualquer
causa. Essas elevações são temporárias, e desaparecem após cessar a causa.
Quando a pessoa começa a sangrar, seu corpo inicia um processo chamado cascata da coagulação. Isso faz
com que os fatores de coagulação se combinem e produzam um coágulo que cessa o sangramento. Se a pessoa tiver
fibrinogênio insuficiente, haverá dificuldade para formação do coágulo. Isso pode provocar sangramento excessivo.
COAGULOPATIAS
Ocorrem quando os fatores de coagulação se perdem, estão danificados, ou quando o número ou função das
plaquetas está debilitado. As coagulopatias incluem distúrbios de coagulação e hemorragia. Nas hemorragias, o
sangue não coagula rápido o suficiente, resultando em um sangramento contínuo ou excessivo. Nos distúrbios de
coagulação, o sangue coagula muito rápido e pode resultar na formação de coágulos nas veias ou artérias.
Geralmente resultam de: algumas são herdadas (hemofilia), deficiência de vitamina K, trombocitopenias, maior
fragilidade da parede dos vasos; alteração dos fatores de coagulação (maioria produzida no fígado, associar com
hepatopatias) enquanto outras se desenvolvem devido a alguma doença ou tratamento com determinados
medicamentos.
Prova do laço;
Tempo de sangramento;
Tempo de coagulação;
Retração do coágulo;
Contagem de plaquetas (hemograma)
PROCEDIMENTO
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Desenhar um quadrado com 2,5 cm de altura e largura no braço do paciente e garroteá-lo durante cinco minutos nos
adultos e três minutos em crianças.
Contar o número de petéquias no quadrado. A prova do laço será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e 10
ou mais em crianças.
Se a prova do laço se apresentar positiva antes do tempo para adultos e crianças, ela pode ser interrompida.
TEMPO DE SANGRAMENTO (TS)
Este exame depende da elasticidade das paredes dos vasos e da capacidade funcional das plaquetas.
Tem a finalidade de estimar a resposta das plaquetas a uma lesão dos tecidos e a capacidade de
vasoconstrição e coagulação.
Normalmente se usa o método de Duke, onde, após a assepsia, é usado uma lanceta para perfurar a borda
do lóbulo da orelha ou a polpa digital.
A cada 30 segundos, com o auxílio de uma gaze, limpar o local sem tocar na incisão e sem comprimir, até a
parada do sangramento.
Valores normais ocorrem entre 1 a 3 minutos.
PROCEDIMENTO
PROCEDIMENTO:
PROCEDIMENTO
VALORES DE REFERÊNCIA
O tempo de protrombina aumentado indica que existe algum problema que está dificultando a coagulação do
sangue, ou seja, quanto maior for o TAP, menor será a concentração de protrombina. Como em casos de
deficiência de fibrinogênio, doenças hepáticas, pacientes que fazem uso de
anticoagulantes e deficiência de vitamina K.
TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL (PTT)
A tromboplastina é uma substância presente nos tecidos e no interior das plaquetas tendo um papel
fundamental no processo de coagulação.
É o exame para avaliação da via intrínseca (dentro do vaso), exceto as plaquetas.
A amostra deve ser centrifugada a 3.000 rpm por 10 minutos.
É usado para monitorar o uso de anticoagulantes, avaliação pré operatória e diagnóstico das coagulopatias.
Consiste na determinação do tempo de coagulação do plasma com citrato, após a adição de cálcio e fosfolipídio.
Um ativador plasmático (ácido elágico) é usado como substituto das plaquetas.
PROCEDIMENTO
Pré aquecer 100 ul das amostras do paciente e controle em tubos de ensaio a 37ºC por 2 minutos em banho
maria;
Pipetar 100 ul do reagente Nº 1 e incubá-lo a 37ºC de 2 a 3 minutos;
Pipetar 100 ul do reagente Nº 2 (pré aquecido a 37ºC), disparando simultaneamente o cronômetro;
Deixar os tubos no banho maria, agitando-o vagarosamente;
Remover os tubos, incliná-los e observar a formação de um coágulo. Parar imediatamente o cronômetro e
registrar o tempo.
VALORES DE REFERÊNCIA