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Bimestre: 4º Série/Turma: 1º Data: /12 /2022

Disciplina: Língua Portuguesa


Professor: Danielly Lorrany
Aluno(a)

QUESTÃO 1

Disponível em: www.ricmais.com.br. Acesso em: 10 nov. 2011 (adaptado).


De acordo com as intenções comunicativas e os recursos linguísticos que se destacam,
determinadas funções são atribuídas à linguagem. A função que predomina nesse texto é
a conativa, uma vez que ele
a) atua sobre o interlocutor, procurando convencê-lo a realizar sua escolha de maneira
consciente.
b) coloca em evidência o canal de comunicação pelo uso das palavras “corrige” e
“confirma”.
c) privilegia o texto verbal, de base informativa, em detrimento do texto não verbal.
d) usa a imagem como único recurso para interagir com o público a que se destina.
e) evidencia as emoções do enunciador ao usar a imagem de uma criança.
QUESTÃO 2
Aprenda a chamar a polícia
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando
sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do
banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão
ali, espiando tranquilamente. Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu
endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar,
mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois liguei de
novo e disse com a voz calma: — Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu
quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta
calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago
danado no cara! Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da
polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos
direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles prenderam o
ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele
estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia. No meio do
tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse: — Pensei que tivesse dito que tinha
matado o ladrão. Eu respondi: — Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura
disponível.
Luis Fernando Veríssimo
Disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2020/07/cronica-aprenda-chamar-
policia-luis.html. Acesso em: 22 jul. 2021.
Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui
a) na organização da mensagem a partir de critérios estéticos que objetivam envolver os
leitores na narrativa.
b) no retrato das distintas condutas assumidas pelo referente em situações diversas.
c) no intento de se escrever uma crônica tendo como objeto referenciado a própria
crônica.
d) no uso de interjeições que destacam, no texto, o ato comunicacional.
e) no registro de uma experiência pessoal, sob uma visão parcial dos fatos.
QUESTÃO 3
Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em
maior intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo
Whatscine, recém-chegado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais iOS
(Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de cinemas e teatros,
o app sincroniza um áudio que descreve o que ocorre na tela ou no palco com o
espetáculo em andamento: o usuário, então, pode ouvir a narração em seu celular.
O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri.
“Na Espanha, 200 salas de cinema já oferecem o recurso e filmes de grandes estúdios já
são exibidos com o recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a
tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de
Dança para adaptar os espetáculos deles! Isso já é um avanço. Concorda?”
Disponível em: http//veja.abril.com.br.
Acesso em: 25 jun. 2014 (adaptado).
Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do emissor, a
linguagem apresenta funções diferentes. Nesse fragmento, predomina a função
referencial da linguagem, porque há a presença de elementos que
a) buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
b) definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora.
c) evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.
d) expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa.
e) objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma indagação.
QUESTÃO 4
“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar,
desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o
decidir.”
Cora Coralina
No texto, a função emotiva da linguagem pode ser identificada por meio da
característica indicada em
a) objetividade da informação transmitida, ausentando-se juízo de valor sobre o tema.
b) emprego de formas verbais no pretérito, mantendo uma relação comparativa entre o
eu passado e o eu presente.
c) evidência do código reproduzido por meio dele próprio, esclarecendo o assunto
principal.
d) mensagem centrada no emissor, deixando claros seus anseios e suas percepções sobre
a própria vida.
e) presença de marcas de interlocução, legitimando o canal de comunicação.
QUESTÃO 5
TEXTO I
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores,
em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque nela é
que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa, Rio de Janeiro José
Olympio, 1989
TEXTO II
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos
tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real
não tem para mim interesse de nenhuma espécie — nem sequer mental ou de sonho —,
transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de
outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand,
fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente
quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria
perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio
passivo de coisa movida.
PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986.
A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. A função que
predomina nos textos I e II
a) destaca o “como” se elabora a mensagem, considerando-se a seleção, combinação e
sonoridade do texto.
b) coloca o foco no “com o que” se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu
próprio objeto.
c) focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas
impressões pessoais.
d) orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, estimulando a mudança de seu
comportamento.
e) enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada com palavras precisas e
objetivas.
QUESTÃO 6
Diálogo de todo dia
— Alô, quem fala?
— Ninguém. Quem fala é você que está perguntando quem fala.
— Mas eu preciso saber com quem estou falando.
— E eu preciso saber antes a quem estou respondendo.
— Assim não dá. Me faz o obséquio de dizer quem fala?
— Todo mundo fala, meu amigo, desde que não seja mudo.
— Isso eu sei, não precisava me dizer como novidade. Eu queria saber é quem está no
aparelho.
— Ah, sim. No aparelho não está ninguém.
— Como não está, se você está me respondendo?
— Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe ninguém.
— Engraçadinho. Então, quem está fora do aparelho?
— Agora melhorou. Estou eu, para servi-lo.
— Não parece. Se fosse para me servir já teria dito quem está falando.
— Bem, nós dois estamos falando. Eu de cá, você de lá. E um não conhece o outro.
— Se eu conhecesse não estava perguntando.
— Você é muito perguntador. Pois se fui eu que telefonei.
— Não perguntei nem vou perguntar. Não estou interessado em conhecer outras
pessoas.
— Mas podia estar interessado pelo menos em responder a quem telefonou.
— Estou respondendo.
— Pela última vez, cavalheiro, e em nome de Deus: quem fala?
— Pela última vez, e em nome da segurança, por que eu sou obrigado a dar esta
informação a um desconhecido?
— Bolas!
— Bolas digo eu. Bolas e carambolas. Por acaso você não pode dizer com quem deseja
falar, para eu lhe responder se essa pessoa está ou não aqui, mora ou não mora neste
endereço? Vamos, diga de uma vez por todas: com quem deseja falar?
Silêncio.
— Vamos, diga: com quem deseja falar?
— Desculpe, a confusão é tanta que eu nem sei mais. Esqueci. Tchau.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Diálogo de todo dia. In: Para gostar de ler Júnior. v.
3. São Paulo: Ática, 2001. p. 21–22.
Na crônica de Carlos Drummond de Andrade, a confusão entre os falantes é
desencadeada por um trecho em que predomina a função da linguagem
a) conativa, pois pretende-se saber com quem se fala e, por isso, o emissor se direciona
ao receptor.
b) fática, pois a pergunta sobre quem fala inicia o diálogo ao abrir o canal de
comunicação.
c) poética, pois ressai a intenção de construir uma narrativa humorística a partir de um
jogo de linguagem.
d) fática, pois o autor vale-se de marcas de oralidade ao longo do diálogo, como “Ah,
sim”, “engraçadinho” e “bolas!”.
e) emotiva, pois emprega-se uma linguagem predominantemente figurativa, o que
atribui ao texto um caráter de intimidade.
QUESTÃO 7
Perder a tramontana
A expressão ideal para falar de desorientados e outras palavras de perder a cabeça
É perder o norte, desorientar-se. Ao pé da letra, “perder a tramontana” significa deixar
de ver a estrela polar, em italiano stella tramontana, situada do outro lado dos montes,
que guiava os marinheiros antigos em suas viagens desbravadoras.
Deixar de ver a tramontana era sinônimo de desorientação. Sim, porque, para eles, valia
mais o céu estrelado que a terra. O Sul era região desconhecida, imprevista; já o Norte
tinha como referência no firmamento um ponto luminoso conhecido como a estrela
Polar, uma espécie de farol para os navegantes do Mediterrâneo, sobretudo os
genoveses e os venezianos. Na linguagem deles, ela ficava transmontes, para além dos
montes, os Alpes. Perdê-la de vista era perder a tramontana, perder o Norte. No mundo
de hoje, sujeito a tantas pressões, muita gente não resiste a elas e entra em parafuso.
Além de perder as estribeiras, perde a tramontana...
COTRIM, M. Língua Portuguesa, n. 15, jan. 2007.
Nesse texto, o autor remonta às origens da expressão “perder a tramontana”. Ao tratar
do significado dessa expressão, utilizando a função referencial da linguagem, o autor
busca
a) apresentar seus indícios subjetivos.
b) convencer o leitor a utilizá-la.
c) expor dados reais de seu emprego.
d) explorar sua dimensão estética.
e) criticar sua origem conceitual.
QUESTÃO 8
Soneto da fidelidade
Vinícius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
Disponível em: <https://www.letras.mus.br/vinicius-de-moraes/86563/>. Acesso em: 22
jul. 2021.
No texto de Vinícius de Moraes, o poeta emprega figuras de linguagem como um
recurso de subjetividade da mensagem. Considerando essa característica, a função da
linguagem que predomina nesse poema é
a) emotiva, pois focaliza os sentimentos do emissor da mensagem e não depende de um
planejamento para a construção estrutural do texto.
b) conativa, pois direciona a mensagem ao receptor dela e busca tocá-lo
sentimentalmente.
c) fática, pois são recorrentes marcas de interlocução que revelam o caráter dialógico do
texto.
d) poética, pois a construção da mensagem tem como objetivo valorizar a estética
textual associada ao sentimentalismo do eu-lírico.
e) referencial, pois os verbos articulados na terceira pessoa permitem que o foco recaia
sobre o contexto de comunicação.
QUESTÃO 9
Vou-me embora p’ra Pasárgada foi o poema de mais longa gestação em toda a minha
obra. Vi pela primeira vez esse nome Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e
foi num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas” ou
“tesouro dos persas”, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de
delícias, como o de L’invitation au Voyage, de Baudelaire. Mais de vinte anos depois,
quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo
desânimo, da mais aguda sensação de tudo o que eu não tinha feito em minha vida por
motivo da doença, saltou-me de súbito do subconsciente este grito estapafúrdio: “Vou-
me embora p’ra Pasárgada!”. Senti na redondilha a primeira célula de um poema, e
tentei realizá-lo, mas fracassei. Alguns anos depois, em idênticas circunstâncias de
desalento e tédio, me ocorreu o mesmo desabafo de evasão da “vida besta”. Desta vez o
poema saiu sem esforço como se já estivesse pronto dentro de mim. Gosto desse poema
porque vejo nele, em escorço, toda a minha vida; [...] Não sou arquiteto, como meu pai
desejava, não fiz nenhuma casa, mas reconstruí e “não de uma forma imperfeita neste
mundo de aparências”, uma cidade ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de Ciro, e
sim a “minha” Pasárgada.
BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL,
1984.
Os processos de interação comunicativa preveem a presença ativa de múltiplos
elementos da comunicação, entre os quais se destacam as funções da linguagem. Nesse
fragmento, a função da linguagem predominante é a
a) emotiva, porque o poeta expõe os sentimentos de angústia que o levaram à criação
poética.
b) referencial, porque o texto informa sobre a origem do nome empregado em um
famoso poema de Bandeira.
c) metalinguística, porque o poeta tece comentários sobre a gênese e o processo de
escrita de um de seus poemas.
d) poética, porque o texto aborda os elementos estéticos de um dos poemas mais
conhecidos de Bandeira.
e) apelativa, porque o poeta tenta convencer os leitores sobre sua dificuldade de compor
um poema.
QUESTÃO 10

Disponível em: <https://www.comunique9.com.br/2008/09/coma-este-anncio_22.html>.


Acesso em 22 jul. 2021.
A agência Loducca criou um anúncio comestível para divulgar a pesquisa Dossiê
Universo Jovem da MTV. A proposta é ser um anúncio autossustentável, já que o tema
da pesquisa é sustentabilidade. Considerando suas finalidades comunicativas, pode-se
afirmar que o cartaz
a) alcança os interlocutores a partir de uma estratégia persuasiva centrada no modo
verbal.
b) utiliza o código como uma forma de estimular o consumo do produto divulgado na
publicidade.
c) foca nas intenções do emissor da mensagem para comunicar a importância da
sustentabilidade.
d) emprega a linguagem conotativa para despertar o interesse pelo assunto divulgado.
e) mantém o compromisso com o caráter informativo da mensagem com objetividade na
apresentação do tema.
QUESTÃO 11

DOEDERLEIN, J. O livro dos ressignificados. São Paulo: Parábola, 2017.


Nessa simulação de verbete de dicionário, não há a predominância da função
metalinguística da linguagem, como seria de se esperar. Identificam-se elementos que
subvertem o gênero por meio da incorporação marcante de características da função
a) conativa, como em “(valeu, galera)!”.
b) referencial, como em “é festejar o próprio ser.”
c) poética, como em “é a felicidade fazendo visita.”
d) emotiva, como em “é quando eu esqueço o que não importa.”
e) fática, como em “é o dia que recebo o maior número de ligações no meu celular.”

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