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Psicopatologia Infantil

INTRODUÇÃO:

A psicopatologia infantil e de adolescente é uma área de conhecimento que


todo profissional em área de saúde mental deve conhecer.

Angola é um País de gente muito jovem. Quase mais de 50% da sua


população é menor de 18 anos. Múltiplos factores geram mal-estar e
sofrimento nesta população, entre eles: a desorganização familiar e social,
somando nelas as infecções, intoxicações, traumatismos e desidratação
como fenómenos quotidianos.

Situações que torna prioritária a atenção da saúde geral e mental das crianças
e adolescentes, pois evidenciam conductas de risco altamente significativas
tais como o consumo de álcool e drogas na idade precoce, o maltrato infantil –
relacionado ou não com os conflitos familiares entre outras situações.

Os estudos epidemiológicos nos países em subdesenvolvimento indicam que a


prevalência da patologia mental em período infanto-juvenil varia entre 3 à 5%.
Os escassos estudos epidemiológicos realizados em Peru, situam a
prevalência ao redor de 15%. A cifra possivelmente se aproxima a 25%,
assinalando para os países Latino-americanos.

Segundo Herrera, em 1938, a Organização dos serviços Psiquiátricos Infantil


não guarda relação explosiva da população. A enorme tarefa de atender aos
problemas da saúde Mental Infanto-juvenil consiste não somente em
diagnosticar e tratar para remediar seus danos, senão particularmente, em
preveni-los.

DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO INFANTO-ADOLESCENTE

A criança é um ser em evolução permanente, com grandes mudanças que se


operam em tempos certos. O desenvolvimento afectivo se realiza na inter-
relação da criança com o ambiente, especialmente humano (desde a vida intra-
uterina esta unida intimamente com a mãe, com que intercambia elementos
vitais), Pouco a pouco se estruturam, se incorporam e fazem próprias emoções
e sentimentos.
Pode existir dano por carência ou por excesso. O desenvolvimento infantil tem
sido objecto de diversos estudos com variadas orientações e segundo a
doutrina psicológica de cada autor. Tentaremos em um esquema descritivo em
concordância com as escolas psicológicas de cada autor mais conhecidos: a
de Piaget, H.Wallon e a psicanalítica de S.Freud.

1. ESTADOS DO DESENVOLVIMENTO SEGUNDO J. PIAGET.

Seu enfoque se centra no estudo da operação intelectual (estrutura


cognoscitiva). Não guarda ordem cronológica senão sequencial.

1.1 Primeiro Período, de 0 a 24 meses. Inteligência senso-motriz, anterior a


linguagem e ao pensamento. Em sua adaptação ao medo, a criança passa
por 6 estádios: sensório-motor, de reacções circulares primárias e
secundárias, de conducta inteligente, de reacções terciárias e de
representações mentais.
1.2 1.2 – Período pré-operatório, de 2 a 7 anos. Com a linguagem, o
desenvolvimento se acelera. Aparecem os actos simbólicos e se inicia o
pensamento intuitivo.

1.3 – Período das operações concretas, de 7 a 11 anos. Socialização e


objectivação do pensamento, operações simples.

1.4 Período das operações formais, Adolescência. Aparecimento do


pensamento formal com coordenação das operações lógicas hipotética-
deductivas.

2. ESTADOS DO DESENVOLVIMENTO SEGUNDO H.WALLON:

Este autor orienta seus estudos ao processo de socialização:

2.1 – Primeiro estádio: Impulsivo puro, de 0-6 meses. De actividade motora


reflexa, conducta reflexa ante os diferentes estímulos.

Segundo estádio: Emocional, de 6 a 12 meses. Aparece a simbiose afectiva,


há necessidade de afecto, de compartir emoções

2.3 – Terceiro estádio. Sensório motor, de 1 a 2 anos. Há orientação sobre os


objectos. A marcha e a linguagem contribuem para o desenvolvimento.
2.4. Quarto estádio, Projectivo, de 2 a 3 anos. A acção estimuladora leva a
criança a necessidade de projectar-se as coisas para perceber-se a si mesma.

2.5 – Quinto estádio. Personalismo, de 3 a 11 ou 12 anos. Se chega a


consciência do ego. Com a escolaridade entra em fase da personalidade
polivalente.

2.6 Valor funcional da adolescência. Donde prima a afectividade e há acesso


aos valores sociais.

3. Estádios do desenvolvimento libidinal segundo a Psicanálises de S.


Freud.

A Psicanálise valora o funcionamento psíquico, da importância ao inconsciente


e aos impulsos sexuais em forma dinâmica. Distingue os seguintes estádios ou
fases:

3.1 Fase oral, de 0 a 2 anos. A criança obtém o prazer através da excitação


bucal, succionando primeiro e mordendo depois.

3.2 Fase sádico-anal, de 2 a 3 anos. A organização da libido vai unida a


retenção e avaliação da urina e fezes, e a destruição dos objectos
ambivalentes.

3.3 Fase fálica, de 3 a 5 anos. As zonas erógenas são os órgãos genitais.


Nesta fase se desenvolve o complexo de Édipo, desejos amorosos e hostis da
criança sobre o pai do sexo oposto e do mesmo sexo respectivamente.

3.4 – Fase da latência, com diminuição da intensidade dos impulsos,


permitindo o passo a outros interesses culturais.

3.5 – Fase genital: O impulso sexual se central na zona genital. Reaparecem


as tendências. O jovem trata de desligar-se dos pais, convertendo-os
gradualmente em adultos.
4. INTEGRAÇÃO DOS TRÊS ENFOQUES.

Partindo de um ponto comum, o estudo ontogenético da personalidade, a


integração dos três enfoques organiza a observação clínica e permite observar
os seguintes passos evolutivos distribuídos em ciclo vital:

Na criança dos 0 a 12 meses, a afectividade consiste em reacções emocionais


como respostas de um psiquismo de controlo precário.

O bebé reaccional com ansiedade quando o meio o frustra. As emoções de


risos, satisfação, são indicadoras de segurança, como primeiro sorriso ante a
mãe ao 3º mês. A angústia ao 8º mês, ante a pessoa estranha, é um sinal de
insegurança.

Durante o primeiro ano, as reacções emocionais estão ligadas a presença da


mãe.

Entre o primeiro ao terceiro ano, se adquirem a linguagem e a marcha, que a


levam a explorar o mundo; as respostas emocionais se tornam mais adaptadas
e variadas.

Se fazem aquisições psicomotoras e se estruturam os laços afectivos. A


criança tende a independizar-se. Também neste período ocorre a
aprendizagem do controlo esfinteriano.

A conducta da criança dependerá em grande parte da actitude dos adultos

O Ego vai configurando-se dentro do mundo do qual a criança forma parte.

Entre os 3 a 6 anos, período pré-escolar, a relação se estabelece entre várias


pessoas: mãe-pai-irmãos-outros. A criança vai acedendo a sua própria
identidade, toma consciência das diferenças sexuais anatómicas e se inicia a
sociabilidade.
Ao redor dos 7 anos se alcança a lateralização definitiva dos olhos, mãos e pé
dominante. A criança pode ser destro ou surdo ou ambiestro, com lateralização
total cruzada. A relação com as outras crianças inicialmente de rivalidade, se
dirige progressivamente até ao companheirismo e a participação.

Entre os 6 aos 11 anos, a criança se orienta sobre o mundo que o rodeia (extra
familiar), se acelera o desenvolvimento da socialização e a disciplina. Na etapa
escolar que favorece a influência cultural facilitada pela acção pedagógica e os
contactos sociais. O pensamento vai se tornando mais lógico e racional.

Dos 11 aos 13 anos, período puberal, com as mudanças psicofísicas notáveis,


o carácter vai estruturando-se, adaptando-se ao comportamento da realidade.
Começa o controlo do mundo interior.

Ao 14º ano começa a adolescência. Os desenvolvimentos físicos, psicomotor,


intelectual e afectivo cursam paralelamente. As observações da evolução
somática e psicomotora são importantes que, particularmente ao princípio da
vida, podem ter valor prognóstico e diagnóstico.

A adolescência, é a etapa final da idade evolutiva, considerando como o lapso


compreendido entre o nascimento e a aquisição da estabilidade somática e
psicológicas próprias do adulto.

Dos processos que ocorrem nela, o crescimento da massa corporal com a


configuração sexual definitiva, e o desenvolvimento da personalidade; em
ambos intervém factores endógenos, genéticos e fisiológicos, e assim como
exógenos, provenientes da família, do meio e da cultura.

A antropologia nos diz que as culturas primitivas carecem de adolescentes,


pois quando o indivíduo alcança certa idade, passa a integrar o grupo de
adultos.
Muitos jovens, sobretudo dos países subdesenvolvidos e de estratos
socioeconómico inferior, devem afrontar, desde a adolescência, a
responsabilidade de adulto, bem seja por ausência destes lugar ou por
precariedade dos recursos, enfrentando um mundo agressivo e alienante e
sem elementos básicos formativos.

Na adolescência se distingue teoricamente três períodos: a adolescência


precoce, que compreende o promedio de 10 a 15 anos, a adolescência
intermédia, dos 13 aos 18 anos; e a adolescência avançada, dos 16 aos 21
anos, sendo sempre mais precoce nas mulheres. Cada um destes períodos
tem expressividades próprias nas áreas do pensamento, sexualidade,
socialização, esquema corporal e conducta

A adolescência continua sendo um tema de palpitante actualidade, pois a ela


cabe o término de um producto cultural, integrado por uma constante
psicodinâmica universal e com varáveis dimensões ecológicas e históricas.
Tudo se inicia na puberdade com uma verdadeira crise fisiológica. Nesta etapa
se desencadeiam os conflitos e os desajustes da conducta.

O adolescente começa a experimentar suas necessidades próprias, a sentir-se


dono dos seus direitos (situação lógica em um ser que completa sua evolução
para adquirir um estado definitivo; nascem as amizades, a integração com
grupos afins (afinidade muitas vezes imaginadas pela necessidade de
conseguir apoio para afirmar a própria personalidade), descobre a natureza, a
cultura, a sociedade, o sexo e o amor. Sua curiosidade infinita e seu instinto
exploratório o arrasta a todos os campos do conhecimento. Da qualidade e
quantidade dos seus contactos dependerá sua personalidade adulta.
Normalmente no adolescente encontramos: busca de si mesmo e da sua
identidade, sua tendência ao agrupar-se, a necessidade de intelectualizar e
fantasiar, a crise religiosa, vocacional e existencial, sua evolução sexual, sua
actividade social reivindicatória, as contradições sucessivas em todas as
manifestações da sua conducta, a separação progressiva dos seus
progenitores e as constantes flutuações da sua afectividade.

EXPLORAÇÃO DO SPIQUISMO:

Deve realizar-se por meio da entrevista, em primeiro lugar com os pais, logo
com a criança. Quando se trata de um adolescente pode preceder-se da
informação paterna (não sempre) com o propósito de obter a informação
pertinente.

A entrevista implica observação directa durante períodos variáveis.

Deve avaliar-se: as conductas problemas (queixas), o desenvolvimento global,


a história familiar, tanto em sua organização e dinâmica como em seus
indicadores de patologia; e especialmente, o que significa a conducta da
criança para os pais.

Na criança deve explorar-se a parte, tratando de romper as barreiras de


inibição. Uma boa técnica é através do jogo e do desenho livre, para depois
chegar ao diálogo directo quando a linguagem da criança permita. Se o
problema tem relação com a vida escolar, deve estabelecer-se a comunicação
com os professores; quando tenha relação com a saúde física, a comunicação
será com a pediatra.

Tudo isto com o conhecimento e consentimento dos pais. Se terá sempre em


conta o segredo profissional. O isolamento, silêncio, não interrupção, devem
ser normas a cumprir estritamente na consulta paido-psiquiátrica.

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CLASSIFICAÇÃO:

No capítulo V (F) de CIE-10 se evidenciam os resultados de um enorme


esforço para melhorar o diagnostico em psiquiatria infantis. Há uma versão
para a práctica psiquiátrica infantil, mas existem secções específicas para
transtornos que exclusivamente se encontram em crianças, por outras
categorias podem apresentar-se a qualquer idade, pelo que podem utilizar-se
em crianças e adolescentes.

Se descrevem com detalhes transtornos emocionais da infância; transtornos do


comportamento social que começam a expressar-se na infância. Por considerar
esta classificação adequada e necessária para o diagnóstico em
paidopsiquiatria, ao tomarmos em conta:

TRANSTORNO PSÍQUICOS INFANTO-JUVENIL MAIS FREQUENTES:

1. Transtorno do sono:

A psicopatologia do sono está em relação ao grau em que esta se afecte, seja


em quantidade, qualidade ou duração do mesmo.

1.1 Insónia do primeiro ano de vida, que quase sempre responde a uma
relação perturbada entre a criança e o meio.
1.2 Insónia precoce severo, que pode ser agitado ou tranquilo. Não cede a
mudança de actitudes, pode traduzir severa alteração, como autismo ou
outra psicose precoce.

1.3. Insónia inicial, normal e transitório entre 2 e 6 anos, ocorre quando as


condições externas são perturbadoras.
1.4 Rituais ao momento de dormir, frequentes entre 3 e 6 anos, como: uso de
frazadita de segurança ou algum joguete. Pode intensificar-se até chegar a ser
uma fobia para dormir; depende da atitude do entorno.

1.5 Terror ou pavor nocturno, constitui uma conducta alucinatória que se inicia
enquanto a criança está dormindo. Chora, grita atemorizado, não reconhece os
pais; depois de alguns minutos se calma, segue dormindo; há amnésia
posterior: Se relaciona com ansiedade severas, tensões e problemas orgânico-
cerebrais.

1.6 Pesadilhas; sonhos de angústia. São frequentes em crianças desde a idade


precoce e em qualquer tempo de vida infanto-juvenil. Depois do mal sonho, a
criança recorda o conteúdo penoso do sonho. Somente é importante se é muito
frequente.

1.7 Ritimias do sonho, são movimentos rítmicos de oscilação da cabeça,


membros de todo o tronco que precedem ao sonho. Desaparecem aos 3 anos
e não tem conotação patológica. Bruxismo (rechinar os dentes) e somniloquia)
falar dormido) podem indicar ansiedade.

1.8 Hipersomnia, geralmente de causa neurológica, tóxica, infecciosa ou


traumática.

A orientação terapêutica dos transtornos do sono, deve dirigir-se sobre as


melhores relações diante a criança.
2. TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM.

A PSICOPATOLOGIA da linguagem na infância revela alteração das pautas


normais da sua aquisição, tornando deficiente a capacidade para comunicar-se
através do seu uso.

2.1 Transtorno na articulação da linguagem: A pronunciação está por


debaixo do nível que se espera para idade mental da criança. Há omissões,
distorções, substituições de fonemas. Requerem de redução ortofónica

2.2 Atraso simples na aquisição da linguagem. Ocorre em crianças solitárias


ou com problemas intelectuais. Somente é importante se persiste mais além do
terceiro ano.

2.3 Tartamudez: Pode ser tónica, com bloqueio, ou clónica com repetição
explosiva da primeira sílaba. Pode acompanhar-se de movimentos ou de
manifestações emocionais. Requerem de redução ortofónica e de redução da
ansiedade concomitante. Na etiopatogenia intervêm factores hereditários,
emocionais, de lateralidade e de aprendizagem.

2.4. Mutismo electivo: Ausência da linguagem como meio de comunicação


em crianças capazes de falar. Pode ser de posição ou por impacto afectivo.
Requerem de psicoterapia.

3. TRANSTORNO DA CONDUCTA ALIMENTARIA NA ETAPA INFANTO-


JUVENIL.

Alteração da conducta alimentaria na infância. Negação da alimentação,


caprichos alimenta rios em crianças, púberes e adolescentes, são frequentes e
geram ansiedade na mãe.

3.1 Anorexia na infância, falta de apetite, negação dos alimentos. Vinculados a


perturbação mãe-filho.
3.2 Bulimia, apetite exagerado, que origina obesidade. Na etiopatologia se
encontra os mesmos factores que geral a anorexia.

3.3. Anorexia nervosa, transtorno caracterizado pela perda do apetite e peso


induzido ou mantido pelo próprio paciente. Mais frequente em mulheres jovens,
púberes e adolescente. Na etiopatologia se consideram factores socioculturais
e biológicos que interactuam, além das perturbações severas na relação pai-
filhos. Pode chegar-se a desnutrição e até a morte. Ocasionalmente ocorrem
períodos bulímicos alternados com anorexia, vómitos provocados, utilização de
laxantes que produzem severa alteração electrolítica. Se detêm o crescimento,
há transtornos endocrinológicos severos e uma persistência obsessiva da ideia
e temor ao engordar

Transtorno no controlo de esfíncteres.

Pode considera-se alteração psicopatológica quando a maduração para esta


adquisição está dada e não alcançado o controlo.

4.1 Enurese, emissão involuntária de urina, diurna ou nocturna. Primária,


quando nunca houve controlo. Secundaria, quando se perde o controlo já
adquirido. Somente se considera a enurese quando a criança tem 5 anos ou
mais.

4.2 – Encopreses, emissão ou não de matéria fecal em lugares não adequados


(roupa, cama, outros). De acordo as pautas socioculturais do grupo. Há
oposição ou resistência a aceitar normas sociais. Na etiopatogenia de ambos
transtornos, são importantes as tensões entre pais e filhos e a aprendizagem
do controlo perturbado por exigência ou negligência dos adultos. É necessário
fazer descarte de problemas orgânicos.
5. Transtorno das conductas motoras.

Na motilidade infantil há concordância entre a conducta motora e a actividade


psíquica. Piaget disse que em toda acção o motor e o energético são de
natureza afectiva.

5.1 Transtorno específico do desenvolvimento psicomotor, atraso do


desenvolvimento da coordenação dos movimentos, com bom CI e um bom
desenvolvimento neurológico. Há atropelos de movimentos com a visão motora
que em toda acção motora e energética são de natureza afectiva.

A coordenação fina e grossa pode estar alterada desde o inicio do


desenvolvimento.

5.2. Onicofagia, rino dactilomania, sucção do pulgar, masturbação excessiva e


tricotilomania são transtorno psicomotores que indicam a ansiedade, abandono
afectivo ou sofrimento ante situações de conflitos familiares.

5.3 Síndrome de deficit de atenção (síndrome hiperquinético), apresenta como


sintomas frequentes e persistentes: actividade motora intensa, distrabilidade
(atenção dispersa), impulsividade (conducta imprevisível), períodos de atenção
muito curtos, inestabilidade emocional, baixo rendimento escolar. Mais
frequente em homens. São processos a acidentes e apresentam problemas de
disciplinas. Sintomas similares se têm descrito como resposta a injúrias
cerebrais (síndromes de dano cerebral)

Quando o dano cerebral não é factível de ser evidenciado, estaria a falar-se de


disfunção cerebral mínima (em desuso actualmente). Agora se engloba o roubo
de deficit de atenção à síndrome hipercinético e a disfunção cerebral mínima.
Na estratégia assistencial terapêutica deve envolver-se a criança os pais e a
escola. O exame deve ser completo, físico, mental e social. De inicio precoce
entre 3 e 4 anos até a adolescência, donde se dilui e transforma. É importante
o apoio terapêutico. O psicofarmacos da elecção são psicoestimulantes que
melhoram a adaptação da criança a escola porque diminui a
hiperatividade.Aterapia educativa individual é útil quando se requer melhor as
destrezas de aprendizagem. Aos pais tem que se explicar adequadamente o
caso e o porquê das intervenções terapêuticas para evitar actitudes
equivocadas.

5.4 Transtornos de tics.Movimentos involuntários, absurdos, repetidos,


imperiosos, que desaparecem durante o sonho e se aumenta em situações de
tensão. Existem os motores e fonatorios: guiões, sacudidas, parpadeios,
protrussão de língua, movimentos de pescoço e tronco. Vai desde muito
simples e transitórios até muito severos como síndrome de Gilles da Tourett,
que é um transtorno crónico e incapacitante. Começa na infância ou
adolescência e pode ir até na idade adulta.

6. Transtorno específicos do desenvolvimento da aprendizagem


escolar.

Para a aprendizagem da leitura, escrita e cálculo se requer de integração de


estímulos visuais, auditivos e tácteis; orientação espacial norma, dominância
cerebral organizada e lateralidade estabelecida. A etiologia dos transtornos não
é conhecida; Se consideram factores biológicos e psicossociais. Ocorrem nos
primeiros anos da escolaridade e podem persistir risco do transtorno na
adolescência e na idade adulta. Há deficiência no rendimento escolar com bom
CI.

6.1 Transtorno específico da leitura. Deficit específico e significativo do


desenvolvimento da capacidade para ler que não tem outra explicação. Está
afectada a capacidade de compreensão de leitura e o reconhecimento das
palavras lidas. Também se chama de dislexia de evolução.

6.2 Transtorno específico da ortografia. Deficit específico e significativo do


desenvolvimento da capacidade de deletrear em voz alta e de escrever as
palavras correctamente, problema que não tem outra explicação.

6.3 Transtorno específico de cálculo. Alteração específica da capacidade de


aprendizagem da aritmética, dificuldade para conceptualizar os números e
operações matemáticas simples.Ascapacidades viso-espacial e viso-
perceptivas estão afectadas.

6.4 Transtorno mixto do desenvolvimento de aprendizagem escolar. Quando


estão alteradas significativamente as capacidades para aprendizagem de
leitura, escrita e ortografia e cálculo, com o CI normal. O diagnóstico destes
transtornos deve ser precoce; Os pais e professores devem conhecer a
dificuldade da criança para evitar pressões e exigências que geram o
sofrimento desnecessário. Requerem da terapia pedagógica especializada e de
apoio.

7. Problemas gerais do baixo rendimento escolar.

Crianças com CI normal e baixo rendimento escolar que pode chegaraté ao


fracasso.Énecessário identificarem os factores causais.

7.1 Por perturbações físicas ou sensoriais (alterações de audição ou visão).


Enfermidades crónicas de larga evolução (asma, nefritis crónica, leucemias,
desnutrição e anemias, de alta prevalência).

7.2 Por factores socioculturais e económicos, a cultura da pobreza e suas


implicações, falta de estímulos familiares, condições linguísticas limitadas,
familiasnumerosas, migração das regiões, problemas de adaptação, etc.

7.3 Por problemas emocionais, sintomas isolados perturbadores da


aprendizagem, ansiedade, agressividade, depressão, pobre imagem de si
mesmo, que se traduz em actitudes hostis e negativas.

7.4 Transtornos da conducta, hiperactividade, agressividade e outras, em


criança provenientes de zonas deprimidas donde a conducta sociais e imita por
gerações.

É importante avaliar cuidadosamente a criança que fracassa na escola. O


atraso mental leve não advertido na etapa pré-escolar pode ser causa do mal
rendimento. Deve também prestar-se atenção as crianças com consciente
intelectual limítrofe (CI:75-85) e aquelas com ritmo de aprendizagem lenta.

8.Ausentismo e negação a escola:


8.1 Por problemas menores.Enfermidadesfísicas crónicos. Por problemas
familiares e de trabalho dos pais em zonas marginais e do interior (migrações
choque cultural), em crianças abandonadas (crianças da rua).

8.2 Por problemas maiores:

a. Com vagância; acriança sai de casa até a escola e não assiste as aulas, ou
se entra se escapa. Usa o tempo escolar paravagar, jogar, formar parte de uma
banda antissocial.Geralmente os pais ses entram muito depois. O rendimento
escolar é pobre, livros e cadernos mal conservados. No tratamento deve incluir-
se acriança, os pais e o s professores.

b. Fobia escolar; criança de inteligência normal ou brilhante, com bom


rendimento escolar, livros e cadernos ordenados, de pronto se nega ir a escola
sem dar justificação real, apresenta nas manhãs dores abdominais, cefaleia,
náuseas, logo faz crises agudas de ansiedade, promete ir a escola e não
podefazer-lo. Os fins-de-semana são tensos, sintomatologia reaparece o
primeiro dia de semana, perde o apetite, há dificuldade no sono. Há dores
erráticos dos temores da criança, se denomina “fobia escolar”, mais problema
do fundo ansiedade de separação da mãe e da casa.Freuqentemenete se trata
de crianças sobreprotegidas e dependentes. Muitas mães destas crianças têm
tendências neuróticas. As idade de maior vulnerabilidade a fobia escolar são do
inicio de escolaridade, primeiro classe e no inicio da puberdade. Nas crianças
maiores os sintomas conformam um quadro depressivo, o inicio de uma
psicose ou uma tendência a personalidade anormal. O tratamento se orienta a
que a criança retorne a escola, para que se requer da colaboração dos pais e
professores. Pode usar-se psicofarmacos que aliviam a tensão emocionai. O
enfoque cognitivo contactual pode ser efectivo.

9. Transtorno generalizados do desenvolvimento.

São transtornos severos, caracterizados pela alteração na interacção social, na


comunicação (linguagem) e na presença de estereótipos. Geralmente se
iniciam muito cedo na infância, entre 0 e 5 anos.

9.1 Autismo infantil, síndrome de Kanner ou psicoses infantil precoce. É um


transtorno generalizado do desenvolvimento, que se reflexa em um
comportamento anormal desde os primeiros meses de vida, com negação ao
contacto físico, ausência de sorriso ao terceiro mês, ausência de temor ao
estranho ao 8º mês; a mãe pode não ser reconhecida pela criança; este não Vê
nos olhos, é indiferente, se interessa pelos objectos duros, sonoros ou por
rodas as que lhe faz girar incansavelmente. Não tem linguagem, a
comunicação não se estabelece. Mais frequente em rapazes do que nas
meninas. Há fala de resposta as emoções dos demais. Quando o quadro
começa depois de adquirido a linguagem, este não é usado para comunicar-se.
Há jogos estereotipados, a criança olfatea as coisas e as pessoas. Pode haver
transtornos do sono, alimentar, conducta auto agressiva. Leo Kanner, 1943
descreveu na primeira vez este síndrome, que tem uma prevalência de 1 a 4
por cada 10.000 pessoas.

9.2 Outras psicoses infantis algo mais tardios, se iniciam mais além do
segundo ano, com linguagem já adquirido e variedade semiológica: crises de
angústia, instabilidade motora, rituais defensivos, ambivalência afectiva,
regressão, incapacidade para tolerar frustrações, etc.

9.3.Psicoses da segunda infância; aparecem entre os 5 e anos, são mais raras


que as precoces e as vezes derivam das psicoses precoces. Evolucionam até a
deficiência severa na metade dos casos, outras vão ao autismo no qual se
instalam. Pode haver melhoria parcial com desenvolvimento irregular,
mantendo conductas psicóticas. Podem excepcionalmente alcançar um melhor
desenvolvimento global que permita a escolaridade quando o grupo familiar
colabora. No tratamento da psicose da infância deve enfatizar-se a estimulação
e a reeducação precoces e sustentável.

9.4 Outras patologias infantis, como síndrome de Ret em crianças e a síndrome


de Asperger em rapazes, caracterizados por autismos e perda de capacidade
de interação.Não são frequentes.

9.5. Psicoses de começo tardio ou “esquizofrenia infantil”, que se inicia depois


dos 6 anos. Muitas crianças são detectadas, depois de uma minuciosa história
clínica, em idade escolar. O quadro é insidioso, com conducta impredecivel,
ansiedade intensa, autismo, dificuldade na relação com os amigos de jogo. Há
movimentos repetitivos e rutineiros, que de ser interrompidos por alguém
ocasionam grandes moléstias; baixo rendimento escolar com dificuldade para
culminar as tarefas; presença de hábitos extranhos, como apego a certos
objectos, (telas, rodas, papeis, etc). Podem apresentar actitudes de
autodestruição (inferir-se para enganar ou feridas). Se diferenciam das
psicoses mais precoces pela presença de alucinações e delusõessemelhantes
aos adultos. A linguagem é ecolálico e disparatado

Pode haver obsessões ambivalências. A prevalência é de 2.5 em cada 10.000,


mais frequente em rapazes. Uma boa avaliação dará pautas para tratamento
médico-social e educativo. Pode usar-se drogas antipsicóticas de acordo a
intensidade do quadro clínico.

9.6 Psicose do adolescente, se iniciam geralmente com insonio, irritabilidade,


diminuição brusca no rendimento escolar, isolamento e depressão.muitas
vezes são mono sintomático. As mais frequentes são as esquizofrenias cujo
inicio na adolescência pode ser característico.

As psicoses são de pobre apartação em idades precoces, embora há informes


de casos que se iniciam na puberdade.

10. Transtorno de emoções do começo específico da infância.

A maioria dascriançaseadolescentes com estes problemas pode converter-se-


me adultos normais. Muitos dos transtornos das emoções se desenvolvem em
etapas críticas, donde o factor psicossocial pode estar presente.

10.1 Transtorno de ansiedade de separação, surge antes a separação real ou


ameaça da separação de um adulto significativo (mãe), o qual gera ansiedade
marcada. Se apresenta como preocupação injustificada a possíveis danos que
podem ocorrer aos adultos significativos. A criança não aceita ficar na escola,
apresenta temor ao dormir sozinha. Há pesadilhas frequentes sobre o tema da
separação, assim como também sintomas somáticos: náuseas, vómitos,
gastralgias, anorexia.

10.2 Transtorno de ansiedade fobia da infância, consistem em temores a


objectos, animais ou situações. São muito frequentes e se apresentam em
períodos evolutivos. Pode chegar ao terror ou pânico acompanhado de
sintomas neurovegetativos. É frequente registar medo intensos intervenções
médicas ou a lugares de atenção médica como hospitais ou consultórios, temor
as injecções ou a sala de dentistas; muitas vezes o temor é gerado e mantido
pela mãe muito ansiosa ou punitivas. As fobias sociais se iniciam na
adolescência e levam a evitar situações sociais determinadas.

10.3 Transtorno de hipersensibilidade social da infância, desconfiança intensa


ante estranhos, com persistente e ansiedade marcada ante situações novas,
estranhas ou ameaçantes e que ocorrem antes dos 6 anos: Há conductas de
evitação.

10.4 . Trantorno de rivalidade entre irmãos, ciúmes marcada com agressividade


acerca do irmão geralmente mais pequenos. A agressividade pode reaberta ou
vedada; começa depois ou pouca antes do nascimento do irmão. A criança
compete com irmão pela atenção dos pais. As vezes se observam pequenas
agressões ou perdas de capacidade já adquiridas como comportamento do
bebé.

10.5 Ansiedade em crianças maiores, podem apresentar estados de ansiedade


como resposta antes situações dissociativas ou histéricos. A ansiedade pode
fazer-secríticas e aparecer manifestações conversivas ou dossociativas.

10.6 Transtornos depressivos.

Klein, Spitz, Mahler y Bowlby tem demonstrado a existência da sintomatologia


depressiva na criança frente aa sepração da mãe. A sintomatologia infantil é
variável e diferente no adulto. Os sintomas mais frequentes podem ser:
inibição, desinteresse, busca do castigo, irritabilidade, conducta de oposição de
agressividade e fracasso escolar.

Depressão da criança menos de 2 anos, caracterizada por prostração,


abatimento, isolamento, auto-estima e atraso de desenvolvimento. São
frequentes a anorexia, os transtornos do sono, nas afecções dermatológicas e
respiratórias. O factor etiológico fundamental é ausência (carência afectiva).

11.2. Depressão em criançasmenores de 5 anos; Já a criança está mais


preparada para enfrentar as situações difíceis, protesta,luta e monstra
manifestções de agressividade e inestabilidade.As separações e perdas
afectivas podem gerar depressão quando ocorrementre os seis meses e os 5
anos. Quando o pai é depressivo e a mãe inacessível,a criança padecer um
episódio depressivo.

11.3. depressão emcrianças maiores de 6 anos; frequentemente o fundo


depressivo está oculto por sintomas somáticos ou conductuais. As crianças
apresentam reacções afectivas desproporcionais.

Podem ser síntomas frequentes:irritabilidade, choro fácil,lentidão nos


actos,pobre rendimento escolar,falta de energias,preocupação excessiva pelos
demais,falta de interesse por joogar com os seus companheiros,etc. Pode
haver agresividade que chega até ao vandalismo e que se expressa miséria e
vergonha.

Depressão na adolescencia. A depressão ésemelhante ao adulto. Suas


características de inicio podem ser: anorexia, hipersomnia, ansiedade e
desesperança. Se inicio a em forma insidiosa. O transtorno bipolar é raro no
aparecimento antes a adolescência e quando o faz podem ser com história
familiar clara.

12. Transtornos dissociais

Nos quais o comportamento dissocial, antissocial, agressivo; em casos


extremos podem chegar a violar as normas estabelecidas com a conhecida
rebeldia dos jovens podendo derivar em verdadeiros transtornos de
personalidade. Muitos destes casos facilitam a presença de um ambiente
psicossocial desfavorável, relações familiares insatisfatórias ou vinculação a
ambientes com conflitos abertos.

12.1.Podem limitar-se ao grupo familiar, desde os primeiros anos de vida, com


comportamento destructivo deliberado, rompendo objectos alheios ou com
actos de violência contra as pessoas. Se opõem activamente a autoridade e
tem baixa tolerância as frustrações. Em crianças mais grandes se pode
apreciar comportamento dissocial persistente e agressivo.

12.2. Crianças má integradas aos seus amigos, ou crianças bem integradas a


outros que já estame m actividades dissociais ou delictivas. O comum
denominador destas crianças é: más relações com alguns adultos; em sua
evolução pode encontrar-se: período de vigânça, com ausentismo escolar,
roubos, crueldade com os animais e pessoas. Muitos destes casos entram em
conflitos com o entorno e e no consumo de substâncias psicoactivas, incluindo
álcool, com ou sim abuso e dependência. Neste meio o consumo do álcool e
drogas é cada vez mais precoce em gente jovem.

Perales y Sogi han descrito que la edad media de inicio en el consumo de alcohol en
población
urbano-marginal es 12,2 años en el varón (DE:2,3), y 13,3 años en la mujer (DE:1,9)

TRATAMIENTO

1. En los niños, la psicofarmacología está restringida a algunas situaciones específicas y sólo


después de

haber realizado un estudio muy detenido y haber dado orientación a los padres antes
quienes se

insistirá por lograr un cambio de actitudes significativo. De usar ansiolíticos y antidepresivos,


que es lo

más frecuente, se hará a dosis bajas y por tiempo corto, con controles frecuentes.

2. La psicopedagogía es tratamiento indispensable en casos de trastornos del aprendizaje,


una de las

causas más frecuentes de consulta paidopsiquiátrica.

3. La ortofonía o terapia del lenguaje, es un tratamiento requerido por muchos niños que
consultan por

problemas en esta área.

4. Las psicoterapias son tratamientos de elección en muchos casos de niños y, muy


especialmente, de

adolescentes. La ludoterapia es muy importante; puede ir asociada o no a la orientación

psicoterapéutica de los padres. La Escuela para Padres, que da información a ambos padres y
permite la

discusión en grupo de los problemas infantiles, suele ser una buena experiencia y mejora la
relación de

familia.

Recordemos que los trastornos psíquicos de la infancia no siempre derivan en alteraciones


en la edad

adulta. Que muchos de los trastornos que se encuentran en la clínica, si son leves,
constituyen una

exageración de los estados emocionales y reactivos normales para la edad ante situaciones
difíciles a las

que son expuestos los niños. Que en el tratamiento de niños con trastornos psiquiátricos es

indispensable contar con un Equipo Terapéutico que los evalúe y ayude en las diferentes
áreas
afectadas.

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