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E Monogra Safrao
E Monogra Safrao
Nacala Porto
2019
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO
Nacala-Porto
2019
Índice
Lista de Tabelas ........................................................................................................................ V
Lista de Gráficos ......................................................................................................................VI
Lista de Abreviaturas ............................................................................................................. VII
DECLARACÃO ................................................................................................................... VIII
DEDICATÓRIA ......................................................................................................................IX
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. X
RESUMO .................................................................................................................................XI
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ................................................ Erro! Marcador não definido.
1.Introdução .............................................................................. Erro! Marcador não definido.
1.1Delimitacao do tema no tempo e espaco.............................. Erro! Marcador não definido.
1. 2. Problematizacao ................................................................ Erro! Marcador não definido.
1. 3 Justificativa ........................................................................ Erro! Marcador não definido.
1.4 Objectivo geral .................................................................... Erro! Marcador não definido.
1.4.1 Objectivos especificos ..................................................... Erro! Marcador não definido.
1.5 Hipóteses ............................................................................. Erro! Marcador não definido.
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................. Erro! Marcador não definido.
2. Aspectos Conceptuais ........................................................... Erro! Marcador não definido.
2.1. Violacao Sexual ................................................................. Erro! Marcador não definido.
2.1.1 Actos Sexuais com menores ............................................ Erro! Marcador não definido.
2.2 Assedio sexual .................................................................... Erro! Marcador não definido.
2.3 Abuso sexual ....................................................................... Erro! Marcador não definido.
2.4 Assalto sexual .................................................................................................................... 18
2.5 Exploracao Sexual ............................................................................................................. 18
2.6. Exploracao sexual de criancas .......................................................................................... 18
2.7 Prostituicao infantil ............................................................................................................ 18
2.8.Pornografia infantil ............................................................................................................ 18
2.9 Prostituicao forcada ........................................................................................................... 19
2.9.1. Formas de violacao sexual ............................................................................................. 19
2.9.2. Violacao sexual com contacto fisico.............................................................................. 19
2.9.3. Violacao sexual sem contacto fisico .............................................................................. 19
2.9.4. Causas da violacao sexual .............................................................................................. 19
2.9.4.1 Causas culturais ............................................................ Erro! Marcador não definido.
2.9.4.2 Causas sociais ............................................................... Erro! Marcador não definido.
2.9.4.3 Causas economicas ....................................................... Erro! Marcador não definido.
2.9.5 Tiposs de violacao sexual ................................................ Erro! Marcador não definido.
2.9.6 Consequencias da violacao sexual .................................................................................. 21
2.9.6.1 Consequencias fisicas ................................................... Erro! Marcador não definido.
2.9.6.2Consequencias psicologicas ........................................... Erro! Marcador não definido.
2.9.6.3 Consequencias comportamentais .................................. Erro! Marcador não definido.
2.9.7 Relevancia do consentimento de crimes .......................... Erro! Marcador não definido.
2.9.8 Conflitos na personalidade da abusada .......................................................................... 22
CAPITULO III PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ................................................... 23
Localizacao Geografica ........................................................................................................... 23
3.Metodologia .......................................................................................................................... 24
3.1. Tipo e Natureza da Pesquisa ............................................................................................. 24
3.1.1Tipos de Métodos…………………………………………………...…………………..24
3.3.Universo e Amostra………………………………………………………………………25
3.3.1.Universo………………………………………………………………………………..25
3.3.2.Amostra.………………………………………………………………………………..25
3.6. Entrevista………………………………………………………………………………..27
3.6.1.Questionario...………………………………………………………………………….27
3.7.Analise de dados………………………………………………………………………….27
Sugestões ...…………………………………………………………………………………..39
Bibliografia.…………………………………………………………………………………..40
APENDICE…………………………………………………………………………………….
ANEXOS .....................................................................................................................................
V
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE ABREVIATURAS
Art............................................................………………………………………………..Artigo
CP…………………………...……………………………………………………Código Penal
BM …………………………………………..………………………………...Bairro Matapue
DECLARACÃO
Declaro que esta monografia científica é o resultado da minha investigação e das orientações
do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e bibliografia final.
Declaro ainda que esta monografia não foi apresentada em nenhuma outra Instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
O Autor
___________________________
/Domingos Elias Safrao/
O Supervisor
__________________________
/dr. Alberto Muasinar/
IX
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus …………., ao meu ……… pela forma amorosa, apoio moral,
material e encorajamento nos momentos mais difíceis e obscuro tornaram fonte de constante
inspiração.
X
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar pela vida e pela protecção durante os 4 anos de
formação. De seguida, agradeço também ao meu pai que mesmo tendo partido logo no início
do curso, foi o meu espelho para alcançar este sonho que hoje se torna realidade. Foi graças a
ele que surgiu o interesse de formar-me em ……... Obrigado por ter acreditado em mim.
Ao meu supervisor dr. Alberto Muasinar, pela orientação ao longo da elaboração do trabalho,
e por cada momento que teve de deixar seus afazeres para tirar-me as dúvidas que
preocupavam-me.
Em especial agradeço à minha mãe …. e ….tia, que não mediram esforços para que o meu
sonho se concretizasse, como também pela paciência e confiança que depositaram em mim,
sem esquecer-me das suas palavras sábias nos momentos certos.
Agradeço aos meus irmãos, em especial à…………., por apoiarem-me nos momentos mais
difíceis deste grande percurso e por terem sido meus exemplos de superação dos vários
obstáculos, como também pela ajuda moral dada.
O meu muito obrigado à todos aqueles que contribuíram em ideias, acções, dúvidas e críticas
para a obtenção desta monografia.
XI
RESUMO
O presente trabalho com o tema: Tratamento Jurídico de Violação Sexual Menor de 18 Anos de Idade. O
objectivo central da pesquisa é (i) Analisar o impacto do tratamento jurídico sobre a violação sexual a menor de
18 anos de idade, caso específico Bairro Matapue, Nacala-Porto (2016-2018); (ii) Identificar as causas que
contribuem para a violação sexual a menor de 18 anos de idade; (iii) Verificar as consequências da violação
sexual a menor 18 anos de idade; (iv) Caracterizar o impacto do deficiente tratamento jurídico de violação
sexual menor de 18 anos de idade e (v) Propor medidas previstas para ultrapassar o problema da violação sexual
a menor de 18 anos de idade, verificado no Bairro Matapue. Para o efeito, aplicou -se uma pesquisa mista
auxiliada por um questionário envolvendo uma amostra de 30 indivíduos num universo de 45 pessoas, sendo
que os dados recolhidos foram submetidos à análise estatística e de conteúdo. Desta pesquisa constatou-se que
existem problemas sérios de violação sexual a menores verificados naquela área, vários casos são registados
desde como no caso dos encarregados que proporcionam casamentos prematuros aos seus filhos, aliado ao
índice de pobreza, preferência sexual, pedofilia, factores culturais entre outros. Também nota-se a fraca difusão
das informações por parte das autoridades assim como o incumprimento das leis previamente colocadas em
acção. Há insatisfação na comunidade de Matapue, como resultado, o índice de violação sexual cresce cada dia,
o que pode acelerar o aspecto comportamental não só da vitima, mas também pode influenciar as condições de
vida da menor. Diante destas constatações, o presente trabalho apresenta como sugestão: que a comunidade
junto aos líderes comunitários procurem meios que possam contribuir para reduzir o problema da violação da
menor, para tal é importante que estes actores trabalhem e coordenem na identificação dos violadores para
posterior apresentação em instâncias judiciais. As famílias devem deixar de olhar a rapariga como uma fonte de
renda, pois o problemas de pobreza não serão ultrapassados por troca de certos dotes, pelo contrário aumentam
as dificuldades porque uma criança violada sexualmente aumenta as preocupações dado as condições que fora
deixada pelo outrem (violador).Sugere -se que criem comités ou grupos nas comunidades para difundirem
programas de apoio, repórter e denuncias para acabar com este mal que assola as comunidades de Nacala em
particular bairro Matapue. Julga -se que a Policia de Investigação Criminal em coordenação com o Gabinete de
Atendimento a Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica, os tribunais, ministério pública criem esforços
e coordenem de forma a acabar com este acto macabro.
CAPITUL I: INTRODUÇÃO
A presente Monografia tem como tema : Tratamento Jurídico de Violação Sexual Menor de
18 Anos de Idade. É o resultado de uma reflexão teórica e pratica dos problemas de violação
sexual a menor de 18 anos de idade no período de 2016-2018 no bairro de Matapue, distrito
de Nacala-Porto, Província de Nampula.
No caso vertente, a violação sexual não é um problema novo naquela comunidade, porque em
alguns estudos sobre a violação sexual a criança menor de 18 anos de idade, vem se
praticando desde as sociedades remotas, contudo, nessa altura este fenómeno, era mantido no
silencio, sendo considerado assunto intocável, assunto que não se podia revelar ao publico,
por varias razoes dentre as quais, o segredo aliado à vergonha. Deste modo, a criança
tornava-se involuntariamente cúmplice sendo obrigada a sofrer caladas derive e
consequências físicas, psicológicas e comportamentais devido ao abuso sexual.
De certo modo há maior numero de raparigas que abandonam a escola para iniciar uma vida
adulta, seja de forma forcada ou não devido ao abuso sexual da criança que envolvi a
violação sexual, assalto sexual, assedio sexual, exploração sexual que começam a surgir
como barreiras para acesso e permanência da rapariga na escola, através de envolvimento de
vários actores sociais como professores, directores das escolas pais e encarregados da
educação, policias e lideres comunitários.
Contudo a pesquisa compreende a seguinte estrutura: a introdução, onde de forma clara se faz
a caracterização da área de pesquisa. No capítulo I, identificação de tema e objectivos de
pesquisa, a justificativa, a problematização, definição dos objectivos, objectivos gerais e
específicos, e a delimitação do estudo, pesquisa quanto a forma de abordagem, pesquisa
quanto aos objectivos, pesquisa quanto ao procedimento e hipóteses.
No capitulo II: se faz menção de marco teórico, da violação sexual, de abuso sexual de
assalto sexual, da exploração sexual, das causas da violação sexual, das formas de violação
sexual, os efeitos duma violação sexual as pessoas que praticam a violação sexual e
relevância do consentimento nos crime contra a honestidade ou crimes sexuais, enquanto no
capitulo III, faz-se analise e interpretação de dados, e por fim a bibliografia usada na
elaboração da pesquisa e finalmente os apêndices.
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1.2. Problematização
O problema da violação sexual constitui um fenómeno preocupante nas comunidades
moçambicanas, em particular Nacala-Porto Aliado ao sucedido parte considerável das
crianças são sexualmente violadas cada dia que passa, o que dificulta as condições de vida
porque ela ve-se privada de certas oportunidades igualitárias.
Nesta perspectiva, as sanções para os autores da violação sexual, constata-se que no bairro de
Matapue há um elevado numero de crianças que são violados com uma idade inferior de 18
anos, o que tem indignado ao proponente do presente trabalho, pois, o numero este cada vês
mais galopante os pais e /ou encarregados de educação não denunciam as autoridades
policiais, Procuratória do Distrito, ou Gabinete de Atendimento da Mulher e Criança Vitima
de Violência Domestica, o que de certo modo preocupa tanto aos autoridades judiciais, que
na maioria dos casos na violação sexual envolve crianças. Faze a essas constatações surgem a
necessidade de fazer um estudo pormenorizado para melhor compreender as causas de
deficiente tratamento jurídico da violação sexual da criança menor de 18 anos de idade.
questão: Será que a população do Bairro de Matapue tem conhecimento sobre o tratamento
jurídico de violação sexual a menor de 18 anos de idade?
1.3. Justificativa
O estudo do tema começa no ano 2016 onde vivi um caso prático de violação de uma criança
de 12 anos de idade que frequentava 4 classe turma A na escola primária completa Cristo é
Vida onde fui Encarregado de Educação.
Para tal logo no meu ingresso no INSCIG, naquele ano de 2016, no curso de ciências
jurídicas manuseei vários instrumentos legais relacionados a vários crimes e outros litígios
que apoquentam a sociedade, lembrei daquele facto que tratava-se dum crime contra a
honestidade avançada.
O estudo dá-se no caso em que um homem seduz uma mulher virgem e tem relação sexual
com ela. A sedução pode ser através de promessas casamentos, oferta de presentes e outras
formas. Estes actos levam a vítima aceitar manter relações sexuais com indivíduo, sendo a
vítima menor de 18 anos, o perpetrador não pode ser desculpado, simplesmente porque ele
aceitou, nesse caso consentimento da pessoa violada não é valido. A lei é clara e considera-se
que houve crime de violação sexual.
A eleição deste estudo encontra a sua relevância assente em duas vertentes, designadamente:
Académico e social.
Do ponto de vista académico, o estudo visa por um lado estimular a consciência científica,
sobretudo na área de investigação e por outro lado, a conciliação de conhecimentos
adquiridos ao longo da formação. No campo social, permitirá que os principais actores
(comunidade , representantes, entidades legais) reflictam sobre a necessidade de aprimorar e
consolidar as melhores estratégias para minimizar o problema da violação sexual a menores
verificado na pesquisa.
1.5 Hipóteses
HII. Fraco relacionamento entre autoridades, os pais das vítimas e outros autores sociais
fazem que as normas sejam mal compreendidas;
HIII. Falta de conhecimentos básicos das normas jurídicas por parte do autor da violação
sexual da criança.
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2. Aspectos conceptuais
Sob ponto de vista do pesquisador, tratamento jurídico é um processo de resolução de um
problema mediante a normas jurídicas e extra jurídicas.
"Aquele que tiver coito com qualquer pessoa, contra sua vontade, por meio de violência
física, de veemente intimidação, ou de qualquer fraude, que não constitua sedução, ou
achando-se a vitima privada do uso da razão ou dos sentidos, comete o crime de violação,
(Art.218 CPM:147)."
Na violação não se trata de alívio sexual mais sim do poder e do controle. Isto é evidente com
a violação de criança de 5 meses e de mulher de 85 anos.
Quem praticar qualquer acto de natureza sexual, com menor de 16 anos, com ou sem
consentimento, que não implique cópula, é punido com a pena de prisão de 2 a 8 anos,
(Art.220 CPM: 147).
2. Aquele que abusando da autoridade que lhe conferem as suas funções, assediar
sexualmente outra pessoa por ordens, ameaças ou coação, com finalidade de obter favores ou
benefícios de natureza sexual, será punido com a pena de multa até 20 salários mínimos.
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3. Aquele que constranger alguém com intuito de obter vantagens ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerente ao
exercício de emprego, cargo ou função, por meio de ameaça ou coação será punido com a
pena de multa de 20 a 40 salários mínimos, ( Art. 224 do n° 1,2,3 CPM, pg 149 ambos do
Decreto Lei n° 35/2014 de 31 de Dezembro).
O autor acima enfatiza que todo abuso sexual seja ele violento ou não trás, consigo
consequências severas que podem ser dramáticas ou físicas, isto porque menor ainda não esta
preparada fisicamente e psicologicamente o estímulo sexual, portanto, o seu organismo ainda
não tem maturidade para a actividade sexual. O abuso sexual de menores corresponde a
qualquer acto, sexual abusivo prático contra uma criança ou adolescente. E uma forma de
abuso infantil embora geralmente o abusador seja uma pessoa adulta, pode acontecer de um
adolescente abusar sexualmente de uma criança, (Faleiro, 2000).
Num sentido estrito o termo abuso sexual corresponde ao acto sexual obtido por meio de
violência, com acção irresistível, chantagem ou como resultado de alguma condição
debilitante ou que prejudique razoavelmente a consciência, o estado de sono, uso de bebidas
alcoólicas, anestesias e outras drogas.
O abuso de menores pode designar, também, qualquer forma de exploração sexual de criança
e adolescente, incluindo o incentivo a prostituição a escravidão sexual, migração forcada para
fins sexuais crismo sexual pornografia infantil, assédio sexual.
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Exploração sexual de crianças é a utilização de criança com fins sociais em troca de dinheiro
ou favores. Segundo manual da formação da SARPCCO de Moçambique de gabinete de
atendimento da mulher e criança vítima de violência doméstica. Define criança como
qualquer pessoa de menor anos de idade.
Prostituição infantil é acto de adquirir, ou de oferecer, os serviços de uma criança para ela
desempenhar actos sexuais, quer por dinheiro, quer por outra compensação.
Pornografia infantil é todo material visual ou áudio que utiliza criança num contexto sexual.
Consiste na exposição visual das crianças a terem uma conduta explicitamente sexual quer
seja real ou simulada, ou a exposição genitais com a intenção gratificar sexualmente o
utilizador.
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Prostituição forcada é quando uma criança ou uma e de uma terceira parte isto inclui também
os casos em que a mulher é deslocada, ou traficada para fora da comunidade e depois forcada
para desempenhar actos sexuais com raptor ou terceiro, com a sua vontade.
Violência sexual: forçar relações sexuais, usando violência física ou fazendo ameaças
verbais.
Exploração sexual de menores: pedir ou brigar a criança ou jovem a participar de
actos sexuais em troca de dinheiro ou de outra forma de pagamento a também acaricia
que envolve a criança como uma brincadeira, se prolongando de um simples beijo a
intenções mares.
Intra- familiar
Segundo MANGRASSE (2004:54), considera incesto como sendo o tipo de abuso sexual
mais comum existente em todas sociedades e é praticado por todos extractos sociais e raças
sem nenhuma distinção. Este tipo de abuso é definido na literatura como sendo qualquer
forma de actividade sexual envolvendo crianças e um membro da família (pai, mãe, irmã,
tios, avos, padrastos e outros parentes substitutos).
Extra- familiar
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Definido como qualquer forma de actividade entre uma criança e uma pessoa adulta que não
faz parte da família, geralmente na maioria dos casos, o adulto pedófilo é um conhecido da
criança, como vizinho, amigo, ou ate um desconhecido. Numa outra vertente, o abuso sexual
que ocorre dentro da família é que acarreta danos mais elevados na vitima, pois não permite a
formação de uma estrutura para o ajustamento psico-social do individuo.
Sentimento de culpa;
Sentimento de isolamento de ser diferente;
Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida;
Depressão;
Falta de amor- próprio (baixa auto- estima);
Tentativa de suicídio;
Medo de sair na rua.
O consentimento só é valido se a pessoa ofendida tiver mais de 12 anos ate esta idade há
uma incapacidade absoluta para consentir. Sendo cópula em qualquer circunstancias punida
como nos termos do Art.394 do CP. Entre 12 a 18 anos de idade, o consentimento é eficaz
apesar de ser dado para acção contrária aos bons costumes. Se este consentimento for obtido
por sedução estar-se - á na presença do crime de estupro nos termos do Art.392 do CP.
Se não haver sedução ate aos 16 anos da pessoa ofendida, tratar-se á do crime de atentado ao
pudor punível nos termos do Art.391 do Código Penal. Acima dos 16 anos a copula é livre,
não será punível se houver consentimento. Não existindo consentimento estar-se-á na
presença do crime de violação simples do art.393 do CP.
3.Metodologia
No presente trabalho privilegiou-se o método indutivo, uma vez que o estudo caminhou para
planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias
mais gerais.
Em relação a abordagem, optou-se por uma pesquisa mista, onde foi feito um levantamento
de dados na comunidade de Matapue em causa por meio de um inquérito (questionário
dirigido ao Gabinete de Atendimento a Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica e a
Procuradoria do Distrito, assim como ao secretario e a população), o que permitiu analisar o
fenómeno de forma detalhada e consciente, analisando sempre a conformidade das respostas
às realidades vivenciadas e encontradas no ambiente em estudo.
Privilegiou-se um estudo de caso, uma vez que consistiu num estudo exaustivo sobre o
Tratamento Jurídico de Violação Sexual a menor de 18 anos de idade.
25
No que refere aos objectivos, a pesquisa foi exploratória porque visa proporcionar maior
familiaridade com o problema com vista a torna-lo explícito ou construir hipóteses. Envolveu
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tem experiências práticas com o
problema pesquisado, analisando exemplos que estimularam a compreensão.
3.3.1.Universo
Segundo DOMELLES (2007), é o conjunto total de elementos com pelo menos uma
característica em comum, cujo comportamento interessa estudar. Para o efeito, o universo do
presente estudo foi constituído por pais e encarregados de educação, Lideres comunitários,
Escolas, Gabinete de Atendimento da Mulher e criança Vitima de Violência Domestica e
Procuradoria do Distrito de Nacala-Porto, num total de 30 indivíduos.
3.3.2. Amostra
De acordo com LAKATOS & MARCONI (1992), amostra é uma parcela convenientemente
seleccionada do universo (população) é um subproduto de universo. Amostra aleatória
simples é aquela que consiste em atribuir cada elemento da população, um número único para
depois seleccionar alguns desses elementos de forma casual.
Isto quer dizer que para além de cada elemento da população ter a mesma probabilidade de
ser seleccionado, foi usada uma amostragem aleatória simples na comunidade de Matapue e
distribuiu-se um questionário contendo questões abertas e fechadas para (27) vinte e sete
pessoas, e realizou-se uma entrevista com questões abertas e fechadas para (2) dois Oficiais
de Diligencia do GAMCVVD e um questionário para (1) um Oficial de Diligencia da
Procuradoria distrital, de modo a obter-se a informação necessária para a compilação desta
pesquisa, validando-se ou não posteriormente as hipóteses colocadas no projecto.
NB: Não foi usado nenhum critério estatístico na selecção da amostra por conveniência.
26
Total 30
3.6.Entrevista
Na presente pesquisa a autora utilizou esta técnica para a recolha de informação por parte dos
entrevistados como forma de obter melhor conhecimento acerca do tema em estudo no local
de estudo.
3.6.1 Questionário
Também o inquérito constitui uma técnica de colecta de dados caracterizado por uma série
ordenada de perguntas a serem respondidas por escrito sem a presença do inquiridor. Esta se
apresenta sob forma de questionário que, segundo GIL (1994:114), “pode-se definir
questionário como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos
elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas tendo por objectivo o conhecimento
de opiniões, crenças, sentimentos, situações vivenciadas”.
No presente trabalho usou – se o inquérito para a recolha de dados fornecidos pelos diversos
actores que fazem parte da amostra.
A recolha dos dados foi feita mediante dois tipos de instrumentos: questionário e entrevista
que teve como alvos, os lideres comunitários, a comunidade e entidades competentes,
obedecendo a sequência organizacional: primeiro questionário foi dirigido aos líderes
comunitários e a comunidade do bairro em alusão, seguido de entrevista ao GAMCVVD e
Procuradoria distrital, estes dados foram sustentados com a técnica de observação directa no
local.
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Num universo de 45 pessoas, retirou-se uma amostra de 30. Primeiramente a ideia era de
trabalhar com todos moradores e responsáveis do Bairro Matapue, localizado em
Nacala-Porto, mas pela natureza das questões (domínio da direcção) só foi possível trabalhar
com 30꞉ dos quais três chefes de Quarteirao incluindo uma mulher. Foram inqueridos 18
homens, correspondendo à 60% e 12 mulheres com 40%. Como ilustra o gráfico a baixo꞉
40%
HOMENS
MULHERES
60%
O gráfico 1 demonstra que a maior partes dos entrevistados no bairro Matapue, relacionado
com o tratamento jurídico de violação a menor de 18 anos , são do sexo masculino e a
minoria são mulheres, com 60% e 40% respectivamente.
Para perceber se os moradores do bairro Matapue tem conhecimento dos casos de violação
sexual a menores, colocou-se a primeira questão:
Para esta questão os entrevistados responderam que é através de uma conjuntura do próprio
pai, relacionada com problemas económicos, sociais, entre outros. Na verdade, as famílias
são tendenciosas porque entregam seus filhos e filhas para certas pessoas com intuito de se
verem livres de certas despesas. Por outro lado, as necessidades de obter algum benefício
acaba fazendo com que a criança envolva-se com outrem em troca de valores, o que aumenta
o nível da violação nas comunidades.
Quais são os factores que motivam para a violação de menores de idade na comunidade
de Matapue
Em relação a questão colocada, tenciona-se como factor que motivam a ocorrência das
violações sexuais a menores de 18 anos, constatou orfandade, factores sócio económicos, por
outro lado preferência sexual com a criança pre-puberes, pedofilia também efebifilia.
Nesta ordem de ideias, dos 27 entrevistados, 8 moradores com 29% escolheram factor de
Orfandade como resultado da violação de menores, 11 inqueridos correspondendo a 41%
ficaram com os Factores Socioeconómicos, 5 moradores com 19% escolheram a Preferência
Sexual e 3 tiveram como preferência Pedofilia com 11%.
11%
29% Orfandade
19% Factores Socioeconomicos
Preferencia Sexual
Pedofilia
41%
De acordo com UNIC Moçambique (2008:9), em muitos casos são motivados por razoes de
ordem económica. Muitas vezes, a decisão da família é casar como uma estratégia de
sobrevivência para reduzir as responsabilidades de tomar conta da menor face a pobreza
aguda e as crianças mais vulneráveis são de 15 a 18 anos. Nos 20% da população mais pobre
31
tem mais probabilidade de se casar do que as raparigas em melhor situação embora a pratica
ocorra em todos níveis socioeconómicos da sociedade.
Os inqueridos responderam que traz impactos negativos para a menor violada, uma vez que
ela sente-se desprezada na sociedade, colocando-a num futuro incerto. O que pode
proporcionar o casamento prematuro destruindo de certa forma o futuro da criança.
Para GIL (2002), afirma que uma criança violada depara-se com varias consequências
descritas a seguir:
Consequências físicas
Consequências Psicológicas
Sentimento de culpa;
Sentimento de isolamento de ser diferente;
Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida;
Depressão;
Falta de amor- próprio (baixa auto- estima);
Tentativa de suicídio;
Medo de sair na rua.
Que medicadas ou estratégias são tomadas para desencorajar aos violadores sexuais de
menores de 18 anos de idade.
casos de violação sexual de menores uma vez que já foram denunciados vários casos que
deram entrada na Policia de Investigação Criminal (PIC) do Distrito de Nacala-Porto, num
total de 64 casos de violação sexual da criança, e variam entre 13-16 anos de idades.
Para esta pergunta, os oficiais entrevistados foram unânimes, afirmaram que são varias as
causas que provocam a violação desde a orfandade, factores socioeconómicos, culturais,
sociais, preferência sexual entre outros.
Por um lado, os problemas sociais e económicos do pais acabam por estimular os pais a casar
suas filhas e filhos o mais cedo possível para terem em troca benefícios financeiros da família
do marido. Levando assim ao casamento prematuro ou forcado. Por outro lado tem criado
grandes implicações para a saúde das raparigas.Com este trabalho, o pesquisador sugere a
necessidade de solidarização e estabelecendo compromisso entre os direitos da criança e a
cultura tradicional, tomando em conta a importância do n° 1 do art. 47 CRM de 2004, que
defende que as crianças tem direito a protecção e os cuidados necessários ao seu bem-estar.
Nesta ordem de ideias, a preocupação com o bem-estar da criança, é um dever que deve ser
visto com muita responsabilidade, porque sob ponto de vista do autor desta pesquisa, a
violação sexual a criança condiciona o futuro desta, criando problemas sejam de integridade
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física, mental, entre outros. Por um lado, a menor violada acaba sendo obrigada a crescer
antes do tempo, por outro lado ela sente-se rejeitada na sociedade.
São vários os efeitos que a violação trás a criança violada desde a dor constante na vagina ou
no ânus; Corrimento vaginal; Inflamação e hemorragias; Gravidez precoce, colocando em
risco a vida da criança ou adolescente; Doenças sexualmente transmissíveis, como DTS,
Hepatite B, aumenta a propagação do HIV/SIDA. Sentimento de culpa; Sentimento de
isolamento de ser diferente; Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida; Depressão;
Falta de amor- próprio (baixa auto- estima); Tentativa de suicídio; Medo de sair na rua.
Dificuldades de expressar o sentimento de raiva; Queda do rendimento escolar; Atitudes auto
destrutivas: uso excessivo de álcool, de drogas, distúrbios alimentares (bulimia, anorexia,
obesidade); Distorção e aversão a relacionamento afectivo e sexual com sexo oposto;
Aumento do grau de provocação erótica; Tendência ao abuso das relações sexuais;
Agressividade contra a família.
Quais são as estratégias levadas a cabo para desencorajar esta pratica de violação
sexual a menor de 18 anos.
Para esta pergunta, os 3 oficiais entrevistados com 100% disseram que deve-se incentivar as
comunidades a reportar e denunciar os casos de violação sexual de criança as entidades
formais, tem que haver programa de apoio as vitima, deve-se tomar medidas mais pesadas,
como avança o art.393 e 394ambos do Código Penal. Para combater o crime de violação
sexual a criança e toda família que compactua em silencio com a violação sexual contra
menores. Assim, julga-se que são insuficientes as intervenções realizadas com objectivo de
desencorajar a violação sexual da criança, apesar da valiosa contribuição no estudo.
Importa referir que foi feita uma comparação das hipóteses patentes no capítulo I, com os
resultados de modo a analisa-las.
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Valida -se a primeira hipótese, porque da análise feita no local da pesquisa, constatou-se que,
as normas jurídicas sobre violação da criança não são difundidas de uma forma flexível, na
comunidade de Matapue, aliado a falta de informação credível, parte considerável da
população daquela área pautam por aspectos e comportamentos inadequados perante a
criança. Por isso o índice de violação da menor cresce cada dia que passa, o que provoca
desequilíbrio nas famílias assim como condiciona o futuro da própria criança que almeja
prosperar.
Valida -se a hipótese 3. Porque da análise efectuada no Bairro Matapue, verificou-se que há
falta de conhecimentos básicos das normas jurídicas. Na verdade, o violador sexual não tem
noção daquilo que lhe espera em termos da pena que pode cumprir caso paute por este acto.
Como é sabido, este desconhecimento das normas alia-se a falta da sua própria difusão nas
comunidades, o que acelera índice de violação da menor.
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Conclusão
Por outro lado, os pais das vítimas, quer as autoridades dos tribunais comunitários não
denunciam ao Ministério Publico através da procuradoria distrital da cidade, muito menos ao
Gabinete de Atendimento da Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica, que tem
poder de criar soluções para o problema.
Contudo, esta pesquisa não constitui um trabalho acabado, pode ser desenvolvido pelas áreas
afins principalmente pelas entidades responsáveis para o efeito assim como pelas
comunidades.
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Sugestões
Sugere-se que a comunidade junto aos líderes comunitários procurem meios que possam
contribuir para reduzir o problema da violação da menor de 18 anos de idade, para tal é
importante que estes actores trabalhem e coordenem na identificação dos violadores para
posterior apresentação em instâncias judiciais.
As famílias devem deixar de olhar a rapariga como uma fonte de renda, pois o problemas de
pobreza não serão ultrapassados por troca de certos dotes, pelo contrário aumentam as
dificuldades porque uma criança violada sexualmente aumenta as preocupações dado as
condições que fora deixada pelo outrem (violador).
Sugere -se que criem comités ou grupos nas comunidades para difundirem programas de
apoio, repórter e denuncias para acabar com este mal que assola as comunidades de Nacala
em particular bairro Matapue.
Bibliografia
1. AZEVEDO e Guerra, os conceitos de violência, abuso e exploração sexual de
crianças e adolescentes, Brasília: Thesaurus, 2000
6. TRIVINOS A.N.S. Introducao a pesquisa em ciências sociais, editora atlas são Paulo,
10. CERVO, amanoluis e Bervian, Pedro aleine, metodologia cientifico edição são
Paulo.1998.
11. IVALA, Adelino Zacarias. O ensino da historia e as relação que o poder artotores e
moderno em Moçambique, são Paulo. ActionAid Manual de Campanha. Não ao
Abuso Sexual Contra a Rapariga na Educação., 2008
12. Action Aid (2005). Pesquisa sobre a Violência contra a Rapariga na Educação.
41
13. BARROS, João Gabriel de & Tajú, Gulamo (1999). Prostituição, Abuso Sexual e
Trabalho Infantil em Moçambique: O caso Específico das Províncias de Maputo, Tete
e Nampula. Campanha Contra o Abuso Sexual de Menores.
14. TERRE des Hommes. Mmas (2007-(2008-2012). Plano Nacional de Acção para a
Prevenção e Combate à Violência Contra a Mulher
Legislações
Site.
APÊNDICE
Apêndice I
A presente entrevista faz parte de um estudo de caso feito no Bairro Matapue, como
parte do trabalho de culminação do curso, os dados aqui adquiridos são exclusivamente
ao uso académico e a identidade do entrevistado será preservada, a pesquisa centra-se
basicamente em analisar o Tratamento jurídico de violação a menor de 18 anos de
idade. Por essa razão, a sua colaboração contribuirá bastante, não só para a elaboração
deste trabalho, como também, a percepção da importância do uso de estratégia de
combate a este mal que vem perigando os menores.
1. Dados gerais
1.1Identificação
a) Sexo:
Masculino ( )
Feminino ( )
a) Sim
b) Não
c) Razoável
3. Quais são os factores que motivam para a violação de menores de idade na comunidade de
Matapue?
a) 0 - 5 anos de idade
b) 6 - 10 anos de idade
a) Positivo
b) Negativo
c) Nenhum impacto
6. Que medicadas são tomadas aos que violam sexualmente a menor de 18 anos de idade?
Obrigada pela atenção e por ter disponibilizado um pouco do seu tempo e ceder à esta
entrevista.
Apêndice II
A presente entrevista faz parte de um estudo de caso feito no Bairro Matapue, como
parte do trabalho de culminação do curso, os dados aqui adquiridos são exclusivamente
ao uso académico e a identidade do entrevistado será preservada, a pesquisa centra-se
basicamente em analisar o Tratamento jurídico de violação a menor de 18 anos de
idade. Por essa razão, a sua colaboração contribuirá bastante, não só para a elaboração
deste trabalho, como também, a percepção da importância do uso de estratégia de
combate a este mal que vem perigando os menores.
a) Sim
b) Não
a) Sim
b) Não
6. Quais são as estratégias levadas a cabo para desencorajar esta pratica de violação sexual a
menor de 18 anos?
Obrigada pela atenção e por ter disponibilizado um pouco do seu tempo para responder a este
questionário.
ANEXOS