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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

Domingos Elias Safrão

TRATAMENTO JURIDICO DE VIOLAÇÃO SEXUAL MENOR


DE 18 ANOS DE IDADE
Estudo de caso: Bairro de Matapue Distrito de Nacala-Porto, (2016-2018)

Nacala Porto

2019
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

Domingos Elias Safrão

TRATAMENTO JURIDICO DE VIOLAÇÃO SEXUAL MENOR DE 18


ANOS DE IDADE
Estudo do caso: Bairro de Matapue, Nacala-Porto, (2016-2018)

Monografia apresentada ao Departamento


de Ciências Jurídicas do Instituto Superior
de Ciências e Gestão em cumprimento
íntegro das exigências para obtenção do
Grau Académico de Licenciatura Ciencias
jurídicas.

Supervisor: dr: Alberto Muasinar

Nacala-Porto
2019
Índice
Lista de Tabelas ........................................................................................................................ V
Lista de Gráficos ......................................................................................................................VI
Lista de Abreviaturas ............................................................................................................. VII
DECLARACÃO ................................................................................................................... VIII
DEDICATÓRIA ......................................................................................................................IX
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. X
RESUMO .................................................................................................................................XI
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ................................................ Erro! Marcador não definido.
1.Introdução .............................................................................. Erro! Marcador não definido.
1.1Delimitacao do tema no tempo e espaco.............................. Erro! Marcador não definido.
1. 2. Problematizacao ................................................................ Erro! Marcador não definido.
1. 3 Justificativa ........................................................................ Erro! Marcador não definido.
1.4 Objectivo geral .................................................................... Erro! Marcador não definido.
1.4.1 Objectivos especificos ..................................................... Erro! Marcador não definido.
1.5 Hipóteses ............................................................................. Erro! Marcador não definido.
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................. Erro! Marcador não definido.
2. Aspectos Conceptuais ........................................................... Erro! Marcador não definido.
2.1. Violacao Sexual ................................................................. Erro! Marcador não definido.
2.1.1 Actos Sexuais com menores ............................................ Erro! Marcador não definido.
2.2 Assedio sexual .................................................................... Erro! Marcador não definido.
2.3 Abuso sexual ....................................................................... Erro! Marcador não definido.
2.4 Assalto sexual .................................................................................................................... 18
2.5 Exploracao Sexual ............................................................................................................. 18
2.6. Exploracao sexual de criancas .......................................................................................... 18
2.7 Prostituicao infantil ............................................................................................................ 18
2.8.Pornografia infantil ............................................................................................................ 18
2.9 Prostituicao forcada ........................................................................................................... 19
2.9.1. Formas de violacao sexual ............................................................................................. 19
2.9.2. Violacao sexual com contacto fisico.............................................................................. 19
2.9.3. Violacao sexual sem contacto fisico .............................................................................. 19
2.9.4. Causas da violacao sexual .............................................................................................. 19
2.9.4.1 Causas culturais ............................................................ Erro! Marcador não definido.
2.9.4.2 Causas sociais ............................................................... Erro! Marcador não definido.
2.9.4.3 Causas economicas ....................................................... Erro! Marcador não definido.
2.9.5 Tiposs de violacao sexual ................................................ Erro! Marcador não definido.
2.9.6 Consequencias da violacao sexual .................................................................................. 21
2.9.6.1 Consequencias fisicas ................................................... Erro! Marcador não definido.
2.9.6.2Consequencias psicologicas ........................................... Erro! Marcador não definido.
2.9.6.3 Consequencias comportamentais .................................. Erro! Marcador não definido.
2.9.7 Relevancia do consentimento de crimes .......................... Erro! Marcador não definido.
2.9.8 Conflitos na personalidade da abusada .......................................................................... 22
CAPITULO III PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ................................................... 23
Localizacao Geografica ........................................................................................................... 23
3.Metodologia .......................................................................................................................... 24
3.1. Tipo e Natureza da Pesquisa ............................................................................................. 24
3.1.1Tipos de Métodos…………………………………………………...…………………..24

3.2.Quanto a Abordagem ......................................................................................................... 24


3.2.1.Quanto aos Procedimentos…………………………………………………………….24

3.2.2.Quanto aos Objectivos…………………………………………………………………25

3.3.Universo e Amostra………………………………………………………………………25

3.3.1.Universo………………………………………………………………………………..25

3.3.2.Amostra.………………………………………………………………………………..25

3.4. Instrumentos e Técnica de colecta de dados…………………………………………….26

3.4.1. Dados Primários……………………………………………………………………….26

3.5.Procedimentos de Analise e interpretação de dados…………………………………..…26

3.6. Entrevista………………………………………………………………………………..27
3.6.1.Questionario...………………………………………………………………………….27

3.6.2. Consulta Bibliográfica...……………………………………………………………….27

3.7.Analise de dados………………………………………………………………………….27

CAPITULO IV ANALISE E DISCUSSAO DE RESULTADOS .......................................... 28


4.1.Dados Gerais do pessoal inquerido no Bairro Matapue...………………………………..28

4.2.Questionario Dirigido a Comunidade de Matapue……………………………………….28

4.3 Dados de Entrevista Dirigida a ao GAMCVVD e P. Distrital..………………………….33

4.4.Validacao das Hipóteses Frente ao Resultados…………………………………………..36

4.4.1.Validacao da Primeira Hipótese………………………………………………………..37

4.4.2.Validacao da Segunda Hipótese...……………………………………………………...37

4.4.3.Validacao da Terceira Hipótese…………………………………………………..……37

CAPITULO V CONCLUSAO E SUGESTOES ..................................................................... 38


Conclusão…...………………………………………………………………………………..38

Sugestões ...…………………………………………………………………………………..39

Bibliografia.…………………………………………………………………………………..40

APENDICE…………………………………………………………………………………….

ANEXOS .....................................................................................................................................
V

LISTA DE TABELAS

Tabela1. Distribuição da amostra de pesquisa..…...…..…………………………………….26

Tabela 2. Predominância da violação sexual…...……....…………………………………….29

Tabela 3. Razoes que condicionam a violação sexual…...…….……………………………..29

Tabela 4.Demostrativo da idade vulnerável a violação sexual...…………………………….31

Tabela 5.Medidas para desencorajar a violação sexual………………………………………32

Tabela 6.Queixas de violação sexual a criança………………………………………………33

Tabela 7.Dificuldadades na resolução de problemas de violação……..……………………..35

Tabela 8.Efeito da violação sexual………………………………...…………………………35

Tabela 9.Estrategias para desencorajar a violação sexual……………………………………36


VI

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Dados gerais dos inqueridos………..…………………………………………….28

Gráfico 2. Factores da violação sexual………………….…….…….………………………..30


VII

LISTA DE ABREVIATURAS

Art............................................................………………………………………………..Artigo

CDC……………………………………………………….Convenção dos Direitos da Criança

CP…………………………...……………………………………………………Código Penal

CRM………...…………………………………….Constituição da Republica de Moçambique

DTS…………………….……………………………………..Doenças de Transmissão Sexual

HIV-SIDA.......................Vírus de Imunodeficiência Humana-Sindrome de Imunodifiencia de


Doenças Adquiridas

CMCN ……………………………………………Conselho Municipal da Cidade de Nacala

GAMCVVD - Gabinete de Atendimento a Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica

VSM……………………………………………………………Violação Sexual de Menores

ISCG………………………..…………………………Instituto Superior de Ciências e Gestão

TJVS ……………………………………Tratamento Jurídico de Violação Sexual de Menores

BM …………………………………………..………………………………...Bairro Matapue

PIC…………………..……………………………………….Policia de Investigação Criminal

SARPCCO…………………………………………..Southern African Regional Police Chiefs


VIII

DECLARACÃO

Declaro que esta monografia científica é o resultado da minha investigação e das orientações
do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e bibliografia final.

Declaro ainda que esta monografia não foi apresentada em nenhuma outra Instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Nacala-Porto, aos ____ de ___________________ de 2019

O Autor

___________________________
/Domingos Elias Safrao/

O Supervisor

__________________________
/dr. Alberto Muasinar/
IX

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus …………., ao meu ……… pela forma amorosa, apoio moral,
material e encorajamento nos momentos mais difíceis e obscuro tornaram fonte de constante
inspiração.
X

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar pela vida e pela protecção durante os 4 anos de
formação. De seguida, agradeço também ao meu pai que mesmo tendo partido logo no início
do curso, foi o meu espelho para alcançar este sonho que hoje se torna realidade. Foi graças a
ele que surgiu o interesse de formar-me em ……... Obrigado por ter acreditado em mim.

Ao meu supervisor dr. Alberto Muasinar, pela orientação ao longo da elaboração do trabalho,
e por cada momento que teve de deixar seus afazeres para tirar-me as dúvidas que
preocupavam-me.

Em especial agradeço à minha mãe …. e ….tia, que não mediram esforços para que o meu
sonho se concretizasse, como também pela paciência e confiança que depositaram em mim,
sem esquecer-me das suas palavras sábias nos momentos certos.

Agradeço aos meus irmãos, em especial à…………., por apoiarem-me nos momentos mais
difíceis deste grande percurso e por terem sido meus exemplos de superação dos vários
obstáculos, como também pela ajuda moral dada.

O meu muito obrigado à todos aqueles que contribuíram em ideias, acções, dúvidas e críticas
para a obtenção desta monografia.
XI

RESUMO

O presente trabalho com o tema: Tratamento Jurídico de Violação Sexual Menor de 18 Anos de Idade. O
objectivo central da pesquisa é (i) Analisar o impacto do tratamento jurídico sobre a violação sexual a menor de
18 anos de idade, caso específico Bairro Matapue, Nacala-Porto (2016-2018); (ii) Identificar as causas que
contribuem para a violação sexual a menor de 18 anos de idade; (iii) Verificar as consequências da violação
sexual a menor 18 anos de idade; (iv) Caracterizar o impacto do deficiente tratamento jurídico de violação
sexual menor de 18 anos de idade e (v) Propor medidas previstas para ultrapassar o problema da violação sexual
a menor de 18 anos de idade, verificado no Bairro Matapue. Para o efeito, aplicou -se uma pesquisa mista
auxiliada por um questionário envolvendo uma amostra de 30 indivíduos num universo de 45 pessoas, sendo
que os dados recolhidos foram submetidos à análise estatística e de conteúdo. Desta pesquisa constatou-se que
existem problemas sérios de violação sexual a menores verificados naquela área, vários casos são registados
desde como no caso dos encarregados que proporcionam casamentos prematuros aos seus filhos, aliado ao
índice de pobreza, preferência sexual, pedofilia, factores culturais entre outros. Também nota-se a fraca difusão
das informações por parte das autoridades assim como o incumprimento das leis previamente colocadas em
acção. Há insatisfação na comunidade de Matapue, como resultado, o índice de violação sexual cresce cada dia,
o que pode acelerar o aspecto comportamental não só da vitima, mas também pode influenciar as condições de
vida da menor. Diante destas constatações, o presente trabalho apresenta como sugestão: que a comunidade
junto aos líderes comunitários procurem meios que possam contribuir para reduzir o problema da violação da
menor, para tal é importante que estes actores trabalhem e coordenem na identificação dos violadores para
posterior apresentação em instâncias judiciais. As famílias devem deixar de olhar a rapariga como uma fonte de
renda, pois o problemas de pobreza não serão ultrapassados por troca de certos dotes, pelo contrário aumentam
as dificuldades porque uma criança violada sexualmente aumenta as preocupações dado as condições que fora
deixada pelo outrem (violador).Sugere -se que criem comités ou grupos nas comunidades para difundirem
programas de apoio, repórter e denuncias para acabar com este mal que assola as comunidades de Nacala em
particular bairro Matapue. Julga -se que a Policia de Investigação Criminal em coordenação com o Gabinete de
Atendimento a Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica, os tribunais, ministério pública criem esforços
e coordenem de forma a acabar com este acto macabro.

Palavras – Chave: Violação sexual , Tratamento Jurídico, Comunidade.


12

CAPITUL I: INTRODUÇÃO
A presente Monografia tem como tema : Tratamento Jurídico de Violação Sexual Menor de
18 Anos de Idade. É o resultado de uma reflexão teórica e pratica dos problemas de violação
sexual a menor de 18 anos de idade no período de 2016-2018 no bairro de Matapue, distrito
de Nacala-Porto, Província de Nampula.

No caso vertente, a violação sexual não é um problema novo naquela comunidade, porque em
alguns estudos sobre a violação sexual a criança menor de 18 anos de idade, vem se
praticando desde as sociedades remotas, contudo, nessa altura este fenómeno, era mantido no
silencio, sendo considerado assunto intocável, assunto que não se podia revelar ao publico,
por varias razoes dentre as quais, o segredo aliado à vergonha. Deste modo, a criança
tornava-se involuntariamente cúmplice sendo obrigada a sofrer caladas derive e
consequências físicas, psicológicas e comportamentais devido ao abuso sexual.

De certo modo há maior numero de raparigas que abandonam a escola para iniciar uma vida
adulta, seja de forma forcada ou não devido ao abuso sexual da criança que envolvi a
violação sexual, assalto sexual, assedio sexual, exploração sexual que começam a surgir
como barreiras para acesso e permanência da rapariga na escola, através de envolvimento de
vários actores sociais como professores, directores das escolas pais e encarregados da
educação, policias e lideres comunitários.

Contudo a pesquisa compreende a seguinte estrutura: a introdução, onde de forma clara se faz
a caracterização da área de pesquisa. No capítulo I, identificação de tema e objectivos de
pesquisa, a justificativa, a problematização, definição dos objectivos, objectivos gerais e
específicos, e a delimitação do estudo, pesquisa quanto a forma de abordagem, pesquisa
quanto aos objectivos, pesquisa quanto ao procedimento e hipóteses.

No capitulo II: se faz menção de marco teórico, da violação sexual, de abuso sexual de
assalto sexual, da exploração sexual, das causas da violação sexual, das formas de violação
sexual, os efeitos duma violação sexual as pessoas que praticam a violação sexual e
relevância do consentimento nos crime contra a honestidade ou crimes sexuais, enquanto no
capitulo III, faz-se analise e interpretação de dados, e por fim a bibliografia usada na
elaboração da pesquisa e finalmente os apêndices.
13

1.1. Delimitação do tema no tempo e espaço


Segundo Vergara (1997, P 30) a delimitação do tema refere-se a moldura que o autor coloca
em seu Estudo. E o momento que se explica para o leitor que fica dentro de estudo e o que
fica fora já que a realidade e extremamente complexa, por um lado e a historia do outro, não
se pode canalizar em seu todo, logo, cuida-se apenas de parte dessa realidade.

A presente pesquisa, com tema tratamento jurídico de violação de menores de 18 anos de


idade, foi levado a cabo em Nacala-Porto, no bairro de Matapue, com intuito de compreender
as causas que levam a violação sexual e a resolução por parte das autoridades dos tribunais
comunitárias. Em relação a delimitação do tempo, o trabalho compreendera de 2016-2018 e o
estudo enquadra se na cadeira do direito criminal.

1.2. Problematização
O problema da violação sexual constitui um fenómeno preocupante nas comunidades
moçambicanas, em particular Nacala-Porto Aliado ao sucedido parte considerável das
crianças são sexualmente violadas cada dia que passa, o que dificulta as condições de vida
porque ela ve-se privada de certas oportunidades igualitárias.

Nesta perspectiva, as sanções para os autores da violação sexual, constata-se que no bairro de
Matapue há um elevado numero de crianças que são violados com uma idade inferior de 18
anos, o que tem indignado ao proponente do presente trabalho, pois, o numero este cada vês
mais galopante os pais e /ou encarregados de educação não denunciam as autoridades
policiais, Procuratória do Distrito, ou Gabinete de Atendimento da Mulher e Criança Vitima
de Violência Domestica, o que de certo modo preocupa tanto aos autoridades judiciais, que
na maioria dos casos na violação sexual envolve crianças. Faze a essas constatações surgem a
necessidade de fazer um estudo pormenorizado para melhor compreender as causas de
deficiente tratamento jurídico da violação sexual da criança menor de 18 anos de idade.

Partindo do pressuposto de que as entidades comunitárias e judiciais apresentam dificuldades


em resolver este mal, aliado ao défice ou deficiência do seu pessoal técnico, e sabendo que
as violações sexuais envolvem maioritariamente, crianças com idade inferior a 17 anos de
idade com indivíduos adultos e adolescentes de sexo masculino, surgiu a necessidade de
conceber esta pesquisa para compreender com exactidão o cenário de violação de menores
vivido no Bairro Matapue, assim sendo, como ponto de partida foi levantada a seguinte
14

questão: Será que a população do Bairro de Matapue tem conhecimento sobre o tratamento
jurídico de violação sexual a menor de 18 anos de idade?

1.3. Justificativa
O estudo do tema começa no ano 2016 onde vivi um caso prático de violação de uma criança
de 12 anos de idade que frequentava 4 classe turma A na escola primária completa Cristo é
Vida onde fui Encarregado de Educação.

Para tal logo no meu ingresso no INSCIG, naquele ano de 2016, no curso de ciências
jurídicas manuseei vários instrumentos legais relacionados a vários crimes e outros litígios
que apoquentam a sociedade, lembrei daquele facto que tratava-se dum crime contra a
honestidade avançada.

O estudo dá-se no caso em que um homem seduz uma mulher virgem e tem relação sexual
com ela. A sedução pode ser através de promessas casamentos, oferta de presentes e outras
formas. Estes actos levam a vítima aceitar manter relações sexuais com indivíduo, sendo a
vítima menor de 18 anos, o perpetrador não pode ser desculpado, simplesmente porque ele
aceitou, nesse caso consentimento da pessoa violada não é valido. A lei é clara e considera-se
que houve crime de violação sexual.

A eleição deste estudo encontra a sua relevância assente em duas vertentes, designadamente:
Académico e social.

Do ponto de vista académico, o estudo visa por um lado estimular a consciência científica,
sobretudo na área de investigação e por outro lado, a conciliação de conhecimentos
adquiridos ao longo da formação. No campo social, permitirá que os principais actores
(comunidade , representantes, entidades legais) reflictam sobre a necessidade de aprimorar e
consolidar as melhores estratégias para minimizar o problema da violação sexual a menores
verificado na pesquisa.

1.4. Objectivos do trabalho

1.4.1. Objectivo geral


 Analisar o impacto do tratamento jurídico sobre a violação sexual a menor de 18 anos
de idade, caso específico Bairro Matapue, Nacala-Porto (2016-2018)
15

1.4.2. Objectivos específicos.

 Identificar as causas que contribuem para a violação sexual a menor de 18 anos de


idade;
 Verificar as consequências da violação sexual a menor 18 anos de idade;
 Caracterizar o impacto do deficiente tratamento jurídico de violação sexual menor de
18 anos de idade
 Propor medidas previstas para ultrapassar o problema da violação sexual a menor de
18 anos de idade, verificado no Bairro Matapue.

1.5 Hipóteses

Para o enriquecimento do estudo sobre o Tratamento Jurídico da violação sexual a menor de


18 anos, concretamente no Bairro Matapue, Nacala-Porto, em ambas circunstâncias é crucial
que se faça um estudo detalhado do problema em causa, contudo para a pressuposta resposta
foi consumado na área em estudo conforme:

H1. Deficiente difusão de normas jurídicas nas comunidades, dificulta a compreensão do


tratamento da violação sexual a menor de 18 anos de idade;

HII. Fraco relacionamento entre autoridades, os pais das vítimas e outros autores sociais
fazem que as normas sejam mal compreendidas;

HIII. Falta de conhecimentos básicos das normas jurídicas por parte do autor da violação
sexual da criança.
16

CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA


Tratamento Jurídico de violação sexual contra a menor de 18 anos de idade

2. Aspectos conceptuais
Sob ponto de vista do pesquisador, tratamento jurídico é um processo de resolução de um
problema mediante a normas jurídicas e extra jurídicas.

2.1 Violação Sexual

Violação sexual é um acto ou efeito de violar ou de ser violado, profanação, estupro,


atentado, transgressão, (DULP,2000 pg 626). Violação sexual trata-se da relação sexual
intencional entre um homem e uma mulher em que uma das partes não dá o seu
consentimento, ou seja qualquer penetração sexual forcada ou coagida (SARPCCO apud
GAMCVVD, 1995).

"Aquele que tiver coito com qualquer pessoa, contra sua vontade, por meio de violência
física, de veemente intimidação, ou de qualquer fraude, que não constitua sedução, ou
achando-se a vitima privada do uso da razão ou dos sentidos, comete o crime de violação,
(Art.218 CPM:147)."

Na violação não se trata de alívio sexual mais sim do poder e do controle. Isto é evidente com
a violação de criança de 5 meses e de mulher de 85 anos.

2.1.1 Actos sexuais com menores

Quem praticar qualquer acto de natureza sexual, com menor de 16 anos, com ou sem
consentimento, que não implique cópula, é punido com a pena de prisão de 2 a 8 anos,
(Art.220 CPM: 147).

2.2 Assédio sexual

1. Aquele que constranger sexualmente alguém com promessa de benefício de qualquer


natureza, será punido com a pena de multa até dez salários mínimos.

2. Aquele que abusando da autoridade que lhe conferem as suas funções, assediar
sexualmente outra pessoa por ordens, ameaças ou coação, com finalidade de obter favores ou
benefícios de natureza sexual, será punido com a pena de multa até 20 salários mínimos.
17

3. Aquele que constranger alguém com intuito de obter vantagens ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerente ao
exercício de emprego, cargo ou função, por meio de ameaça ou coação será punido com a
pena de multa de 20 a 40 salários mínimos, ( Art. 224 do n° 1,2,3 CPM, pg 149 ambos do
Decreto Lei n° 35/2014 de 31 de Dezembro).

2.3. Abuso sexual


Segundo FALEIRO, (2000:48) abuso sexual é a situação de uso excessivo, de ultrapassagem
de limites: dos direitos humanos, legais, de puder, de papeis, de regras sociais e familiares e
de tabus de nível de desenvolvimento da vitima do que esta sabe, compreende, pode consentir
e fazer.

O autor acima enfatiza que todo abuso sexual seja ele violento ou não trás, consigo
consequências severas que podem ser dramáticas ou físicas, isto porque menor ainda não esta
preparada fisicamente e psicologicamente o estímulo sexual, portanto, o seu organismo ainda
não tem maturidade para a actividade sexual. O abuso sexual de menores corresponde a
qualquer acto, sexual abusivo prático contra uma criança ou adolescente. E uma forma de
abuso infantil embora geralmente o abusador seja uma pessoa adulta, pode acontecer de um
adolescente abusar sexualmente de uma criança, (Faleiro, 2000).

Num sentido estrito o termo abuso sexual corresponde ao acto sexual obtido por meio de
violência, com acção irresistível, chantagem ou como resultado de alguma condição
debilitante ou que prejudique razoavelmente a consciência, o estado de sono, uso de bebidas
alcoólicas, anestesias e outras drogas.

Neste caso de sexo com crianças pré-púberes ou adolescentes abaixo da idade de


consentimento (a qual varia com forme a legislação de cada pais). O abuso sexual e
legalmente presumido, independentemente se houve ou não violência sexual.

O abuso de menores pode designar, também, qualquer forma de exploração sexual de criança
e adolescente, incluindo o incentivo a prostituição a escravidão sexual, migração forcada para
fins sexuais crismo sexual pornografia infantil, assédio sexual.
18

2.4. Assalto sexual


Segundo manual de formação da SARPCCO de Moçambique de gabinete de atendimento da
mulher e criança vítima de violência doméstica que é o comando geral da polícia define como
assalto sexual a qualquer tipo de ameaça, injuria, ataque verbal, sexo oral, masturbação,
frequentemente o assalto sexual é mais dramático para a vítima do que a violação, embora a
pena legal não seja tão grave, os oficiais devem considerar estas com a mesmo gravidade.

2.5. Exploração Sexual


Podemos encontrar três elementos de exploração sexual:

 Exploração sexual de crianças.,


 Prostituição forcada de mulheres e
 Violência contra prostitutas.

2.6. Exploração sexual de crianças.

Exploração sexual de crianças é a utilização de criança com fins sociais em troca de dinheiro
ou favores. Segundo manual da formação da SARPCCO de Moçambique de gabinete de
atendimento da mulher e criança vítima de violência doméstica. Define criança como
qualquer pessoa de menor anos de idade.

2.7. Prostituição infantil

Prostituição infantil é acto de adquirir, ou de oferecer, os serviços de uma criança para ela
desempenhar actos sexuais, quer por dinheiro, quer por outra compensação.

2.8. Pornografia infantil

Pornografia infantil é todo material visual ou áudio que utiliza criança num contexto sexual.
Consiste na exposição visual das crianças a terem uma conduta explicitamente sexual quer
seja real ou simulada, ou a exposição genitais com a intenção gratificar sexualmente o
utilizador.
19

2.9. Prostituição forçada

Prostituição forcada é quando uma criança ou uma e de uma terceira parte isto inclui também
os casos em que a mulher é deslocada, ou traficada para fora da comunidade e depois forcada
para desempenhar actos sexuais com raptor ou terceiro, com a sua vontade.

2.9.1. Formas de violação sexual


Existem dois tipos de violação sexual que os adultos podem praticar entre crianças e
adolescentes, com contacto físico, e sem contacto físico. Nos dois casos, o adulto busca de
jovem para conseguir algum tipo de prazer ou satisfação interior.

2.9.2. Violação Sexual com contacto físico


Para a visão do autor, existem alguns parâmetros de violência contra a criança a saber:

 Violência sexual: forçar relações sexuais, usando violência física ou fazendo ameaças
verbais.
 Exploração sexual de menores: pedir ou brigar a criança ou jovem a participar de
actos sexuais em troca de dinheiro ou de outra forma de pagamento a também acaricia
que envolve a criança como uma brincadeira, se prolongando de um simples beijo a
intenções mares.

2.9.3.Violações sexuais, sem contacto físico


Num outro posicionamento o autor descreve a violação sexual a criança sem o devido
contacto físico, a saber:

 Assedio: falar sobre sexo de forma exageradamente vulgar.


 Hegemonismo: despir a roupa confrangimento: ficar de longe observado jovem ou
crianças sem roupa ou ficar olhando de maneira indemnizatória.

2.9.4.Causas de violação sexual


Segundo o sociólogo GADELHA (2008:23), consultora especialista na área infância avança
que existem três (3) principais causas de violação sexual: cultural, social e económica.
20

2.9.4.1. Causas Culturais


Tem peso importante quando fala de criança, este universo entra a questão em género, rituais
sobre iniciação sexual, tradições de grupo específico um forte apelo ao consumo, erotizarão
infantil. A mulher e vista como objecto de muitas propagandas com as de cerveja, reforçam a
estas dignas (é uma questão que esta inserida na cultura de muitos países forma de servir
homem e a mulher)

2.9.4.2. Causas Sociais


Para GADELHA (2008:25), exploração sexual pressupõe uma relação de mercantilização em
que o sexo e fruto de uma troca seja ela financeira, favor ou presente podendo este ser um
prato de comida muitas vezes o agressor agredida estar a ajudar a criança e o adolescente
(infelizmente ainda permanece divergências relacionadas a sobre vivencia que nos dão mais
elementos para dizer exploração tendo acontecer com mais frequência com os menos
favorecidos economicamente).

2.9.4.3. Causas económicas


Segundo o autor acima referenciado, especialista na área de infância, aponta que frutos
económicos são aspectos propiciadores e facilitadores de violação sexual de crianças, mais
não são determinantes (o abuso sexual não tem classe social).

2.9.5. Tipos de Violações Sexuais

Existem dois tipos de violações sexuais: violação sexual do tipo Intra-familiar e


Extra-familiar.

 Intra- familiar

Segundo MANGRASSE (2004:54), considera incesto como sendo o tipo de abuso sexual
mais comum existente em todas sociedades e é praticado por todos extractos sociais e raças
sem nenhuma distinção. Este tipo de abuso é definido na literatura como sendo qualquer
forma de actividade sexual envolvendo crianças e um membro da família (pai, mãe, irmã,
tios, avos, padrastos e outros parentes substitutos).

 Extra- familiar
21

Definido como qualquer forma de actividade entre uma criança e uma pessoa adulta que não
faz parte da família, geralmente na maioria dos casos, o adulto pedófilo é um conhecido da
criança, como vizinho, amigo, ou ate um desconhecido. Numa outra vertente, o abuso sexual
que ocorre dentro da família é que acarreta danos mais elevados na vitima, pois não permite a
formação de uma estrutura para o ajustamento psico-social do individuo.

2.9.6. Consequências da Violação Sexual

As consequências da violação sexual praticada contra a criança e adolescente podem ser


físicas, psicológicas e comportamentais.

2.9.6.1. Consequências físicas

 Dor constante na vagina ou no ânus;


 Corrimento vaginal;
 Inflamação e hemorragias;
 Gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança ou adolescente;
 Doenças sexualmente transmissíveis, como DTS, Hepatite B, aumenta a propagação
do HIV/SIDA.

2.9.6.2 Consequências Psicológicas

 Sentimento de culpa;
 Sentimento de isolamento de ser diferente;
 Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida;
 Depressão;
 Falta de amor- próprio (baixa auto- estima);
 Tentativa de suicídio;
 Medo de sair na rua.

2.9.6.3 Consequências ou efeitos comportamentais

 Dificuldades de expressar o sentimento de raiva;


 Queda do rendimento escolar;
 Atitudes auto destrutivas: uso excessivo de álcool, de drogas, distúrbios alimentares
(bulimia,anorexia, obesidade);
22

 Distorção e aversão a relacionamento afectivo e sexual com sexo oposto;


 Aumento do grau de provocação erótica;
 Tendência ao abuso das relações sexuais;
 Agressividade contra a família.

2.9.7. Relevância do consentimento nos crimes contra a honestidade ou crimes sexuais

O consentimento só é valido se a pessoa ofendida tiver mais de 12 anos ate esta idade há
uma incapacidade absoluta para consentir. Sendo cópula em qualquer circunstancias punida
como nos termos do Art.394 do CP. Entre 12 a 18 anos de idade, o consentimento é eficaz
apesar de ser dado para acção contrária aos bons costumes. Se este consentimento for obtido
por sedução estar-se - á na presença do crime de estupro nos termos do Art.392 do CP.

Se não haver sedução ate aos 16 anos da pessoa ofendida, tratar-se á do crime de atentado ao
pudor punível nos termos do Art.391 do Código Penal. Acima dos 16 anos a copula é livre,
não será punível se houver consentimento. Não existindo consentimento estar-se-á na
presença do crime de violação simples do art.393 do CP.

2. 9.8. Conflitos na personalidade da abusada entre os seus direitos e obrigações


como mulher.
No contexto politico, a violação sexual não e meramente uma imagem ou uma metáfora da
guerra mais sim uma realidade para as mulheres, enquanto vitimas de guerra segundo
Chinkin, [1993 de Davias, 1994]

Os problemas presentes nas sociedades em paz, a violação contra a mulher e a


criança verifica-se em todo lado, quer haja guerra querem não, com tudo, a existência
de conflito armado pode resultar em níveis mais elevados de sertãs formas de
violação sexual. A presença militar tornou-se sinonimo de violação sexual. Mesmo
os soldados das missões de PAZ da ONU, cujo objectivo e de proteger e apoiar
comunidades vulneráveis tem sido envolvidos em actividades de trafico e de abusos
de direito das mulheres e das raparigas nos campos de refugiados e noutros locais.
(Azevedo e Guerra, 2000).

A explicação mais amplamente aceite é de que a cultura hiper-masculina da policia e


do exercito cria uma cultura tolerância para com o uso de prostitutas e para com a
exploração sexual de mulheres e de raparigas (a desculpa é de os rapazes são
rapazes). Criança é um ser humano que ainda não chegou à fase da puberdade. É uma
pessoa que esta na infância e que tem ainda poucos anos de vida. Também se chama
criança de forma generalizada sem mencionar o sexo a um menino ou uma menina,
ou ainda ao filho ou filha de alguém. (Cervo, 1998). Para as crianças, o conflito
acarreta a grande probabilidade de se verem separadas das suas famílias ou
protectores. Isto deixa a criança vulnerável ao recrutamento como combatente a ser
forcada em escravatura sexual ou trabalhos árduos.
23

CAPITULO: III PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS


Na perspectiva de MINAYO (2000:16), a metodologia é o caminho de pensamento e a
pratica exercita na abordagem da realidade, ocupando sempre um lugar central no interior das
teorias e sempre a elas se referem.

Localização geográfica Nacala-Porto

Plano de estrutura município da cidade de Nacala

A cidade de Nacala situa se na Península do Oceano Indico, entre as Coordenadas


Geográficas de Latitude 14°27ʹ e 14°45ʹ S e 40°36ʹ E, e na posição Oriental em relação à
Republica de Moçambique e da África Austral. A cidade é limitada à Norte e Oeste pela Baia
de Nacala e Distrito de Nacala à Velha, à Sul pelo Distrito de Mossuril, e a Este pelo Oceano
Indico. A Cidade localiza-se na Província de Nampula e dista a cerca de 200km da cidade
Capital (Nampula) com 206.449 habitantes (dados do Censo 2007). Possui 2 Postos
Administrativos a saber: Posto Administrativo de Muanona e Mutiva.

Geograficamente o bairro de Mathapue situa-se, ao norte com o bairro Nauaia que se


encontra a estrada Aru Trading a estrada que liga ao cemitério ao norte finaliza no sul de
Ontupaia, a oeste de Mathapue é chamado de Massibone e por ultimo faz fronteira entre
Ontupaia e Mutuze. O número actualizado de habitante é de 5.708.
24

3.Metodologia

Nessa perspectiva, pode se dizer que metodologia consiste na explicação minuciosa


detalhada, rigorosa e exacta de toda a acção desenvolvida e de tudo aquilo que se utilizou no
trabalho de pesquisa. O tipo de pesquisa, o instrumento utilizado como questionário,
entrevistas entre outros, o tempo previsto, a divisão de trabalho as formas de tabulação e
tratamento de dados.

3.1.Tipo e natureza de Pesquisa


De acordo com FREITAS& PRODANOV (2013:13) metodologia é a aplicação de
procedimentos técnicos que devem ser observados para construção de conhecimentos, com
propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade. E o
método é um caminho para alcançar um determinado fim e que a finalidade da ciência é a
busca do conhecimento.

3.1.1. Tipos de Métodos

No presente trabalho privilegiou-se o método indutivo, uma vez que o estudo caminhou para
planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias
mais gerais.

3.2. Quanto a Abordagem

Em relação a abordagem, optou-se por uma pesquisa mista, onde foi feito um levantamento
de dados na comunidade de Matapue em causa por meio de um inquérito (questionário
dirigido ao Gabinete de Atendimento a Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica e a
Procuradoria do Distrito, assim como ao secretario e a população), o que permitiu analisar o
fenómeno de forma detalhada e consciente, analisando sempre a conformidade das respostas
às realidades vivenciadas e encontradas no ambiente em estudo.

3.2.1. Quanto aos Procedimentos

Privilegiou-se um estudo de caso, uma vez que consistiu num estudo exaustivo sobre o
Tratamento Jurídico de Violação Sexual a menor de 18 anos de idade.
25

3.2.2.Quanto aos Objectivos

No que refere aos objectivos, a pesquisa foi exploratória porque visa proporcionar maior
familiaridade com o problema com vista a torna-lo explícito ou construir hipóteses. Envolveu
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tem experiências práticas com o
problema pesquisado, analisando exemplos que estimularam a compreensão.

3.3. Universo e Amostra

3.3.1.Universo

Segundo DOMELLES (2007), é o conjunto total de elementos com pelo menos uma
característica em comum, cujo comportamento interessa estudar. Para o efeito, o universo do
presente estudo foi constituído por pais e encarregados de educação, Lideres comunitários,
Escolas, Gabinete de Atendimento da Mulher e criança Vitima de Violência Domestica e
Procuradoria do Distrito de Nacala-Porto, num total de 30 indivíduos.

3.3.2. Amostra

De acordo com LAKATOS & MARCONI (1992), amostra é uma parcela convenientemente
seleccionada do universo (população) é um subproduto de universo. Amostra aleatória
simples é aquela que consiste em atribuir cada elemento da população, um número único para
depois seleccionar alguns desses elementos de forma casual.

Isto quer dizer que para além de cada elemento da população ter a mesma probabilidade de
ser seleccionado, foi usada uma amostragem aleatória simples na comunidade de Matapue e
distribuiu-se um questionário contendo questões abertas e fechadas para (27) vinte e sete
pessoas, e realizou-se uma entrevista com questões abertas e fechadas para (2) dois Oficiais
de Diligencia do GAMCVVD e um questionário para (1) um Oficial de Diligencia da
Procuradoria distrital, de modo a obter-se a informação necessária para a compilação desta
pesquisa, validando-se ou não posteriormente as hipóteses colocadas no projecto.

NB: Não foi usado nenhum critério estatístico na selecção da amostra por conveniência.
26

Quadro 1. Distribuição da Amostra da Pesquisa

Amostra No. Técnica de colecta de dados

Pais e encarregados de educação 12 Questionário

Líderes comunitários de Matapue 03 Questionário

Escola Primaria do 1° Grau Cristo é Vida 06 Questionário

Escola Primaria Completa de Namicuto 2 06 Questionário

Gabinete de atendimento a Mulher e Criança 02 Entrevista


Vitima de Violência Domestica

Procuradoria Distrital de Nacala-Porto 01 Entrevista

Total 30

Fonte : Autor (2019)

3.4 Instrumentos e Técnicas de Colecta de Dados

3.4.1 Dados Primários


De modo a garantir a objectividade do estudo e evitar divagações no processo de colecta de
dados, produziu-se um questionário devidamente estruturado, um guião de entrevista e
apoiou-se com o método de observação directa.

3.5 Procedimento de análise e interpretação de dados

3.5.1 Dados Secundários

Depois da colecta, os dados foram agrupados e processados em computador, no pacote de


Microsoft Word que permitiu a produção do texto e Microsoft excel para a construção de
gráficos e tabelas. Os resultados foram apresentados em percentagem
27

3.6.Entrevista
Na presente pesquisa a autora utilizou esta técnica para a recolha de informação por parte dos
entrevistados como forma de obter melhor conhecimento acerca do tema em estudo no local
de estudo.

3.6.1 Questionário
Também o inquérito constitui uma técnica de colecta de dados caracterizado por uma série
ordenada de perguntas a serem respondidas por escrito sem a presença do inquiridor. Esta se
apresenta sob forma de questionário que, segundo GIL (1994:114), “pode-se definir
questionário como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos
elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas tendo por objectivo o conhecimento
de opiniões, crenças, sentimentos, situações vivenciadas”.

No presente trabalho usou – se o inquérito para a recolha de dados fornecidos pelos diversos
actores que fazem parte da amostra.

3.6.2. Consulta Bibliográfica


Nesta técnica foram usadas diversas fontes de modo a obter pressupostos teóricos para a
realização do trabalho. Em suma, as obras relacionadas ao tema mereceram uma especial
atenção, visando o aproveitamento das oportunidades que estas oferecem para a compreensão
do tema, assim como o aprofundamento do aspecto teórico relacionado com a importância da
responsabilidade social empresarial. Por isso, os manuais usados são apresentados nas
referências bibliográficas do trabalho.

3.7. Análise de Dados

A recolha dos dados foi feita mediante dois tipos de instrumentos: questionário e entrevista
que teve como alvos, os lideres comunitários, a comunidade e entidades competentes,
obedecendo a sequência organizacional: primeiro questionário foi dirigido aos líderes
comunitários e a comunidade do bairro em alusão, seguido de entrevista ao GAMCVVD e
Procuradoria distrital, estes dados foram sustentados com a técnica de observação directa no
local.
28

CAPITULO IV : ANÁLISE E DISCUSSAO DE RESULTADOS


4. Breve Historial do Bairro Matapue

4.1. Dados gerais do pessoal inquerido no Bairro Matapue

Num universo de 45 pessoas, retirou-se uma amostra de 30. Primeiramente a ideia era de
trabalhar com todos moradores e responsáveis do Bairro Matapue, localizado em
Nacala-Porto, mas pela natureza das questões (domínio da direcção) só foi possível trabalhar
com 30꞉ dos quais três chefes de Quarteirao incluindo uma mulher. Foram inqueridos 18
homens, correspondendo à 60% e 12 mulheres com 40%. Como ilustra o gráfico a baixo꞉

Gráfico 1: Dados gerais dos inqueridos

40%
HOMENS
MULHERES
60%

Fonte: Autor (2019)

O gráfico 1 demonstra que a maior partes dos entrevistados no bairro Matapue, relacionado
com o tratamento jurídico de violação a menor de 18 anos , são do sexo masculino e a
minoria são mulheres, com 60% e 40% respectivamente.

4.2. Questionário Dirigido a comunidade de Matapue

Para perceber se os moradores do bairro Matapue tem conhecimento dos casos de violação
sexual a menores, colocou-se a primeira questão:

Tem noção da existência de problemas relacionados com a violação sexual de menores de


idade neste bairro?
29

Tabela 2: Predominância de violação sexual

Descrição Frequência Possíveis respostas dos entrevistados


Sim % Não %
Chefes do Quarteirão 03 03 100% 0 0%
Pais Encarregados de educação 12 12 100% 0 0%
EPC 1° Grau Cristo é Vida 06 04 67% 02 33%
EPC de Namicuto 2 06 06 100% 0 0%
Fonte: Autor (2019)

Relativamente a questão acima colocada, os entrevistados responderam positivamente,


afirmaram que o Bairro de Matapue enfrenta problemas sérios de violação de menores.
Conforme o gráfico 2 é possível verificar a percentagem da seguinte forma: chefes de
quarteirão com 100% de resposta, Pais e encarregados de educação com 100%, para os
estudantes da EPC 1° Grau Cristo é vida 4 correspondente a 67% apresentam resposta Sim,
enquanto 2 com 33% tiveram como resposta Não, para a EPC de Namicuto 2, dos 6
entrevistados tiveram como resposta Sim com uma taxa percentual de 100%.

Porque razoes as crianças são violadas sexualmente

Para esta questão os entrevistados responderam que é através de uma conjuntura do próprio
pai, relacionada com problemas económicos, sociais, entre outros. Na verdade, as famílias
são tendenciosas porque entregam seus filhos e filhas para certas pessoas com intuito de se
verem livres de certas despesas. Por outro lado, as necessidades de obter algum benefício
acaba fazendo com que a criança envolva-se com outrem em troca de valores, o que aumenta
o nível da violação nas comunidades.

Tabela 3: Razoes que condicionam a violação sexual de menores

Descrição Frequência Possíveis respostas dos entrevistados


Económicas % Culturais %
Chefes do Quarteirão 03 03 100% 0 0%
P.Encarregados de educação 12 09 75% 03 25%
EPC 1° Grau Cristo é Vida 06 04 67% 02 33%
30

EPC de Namicuto 2 06 06 100% 0 0%


Fonte: Autor (2019)

Quais são os factores que motivam para a violação de menores de idade na comunidade
de Matapue

Em relação a questão colocada, tenciona-se como factor que motivam a ocorrência das
violações sexuais a menores de 18 anos, constatou orfandade, factores sócio económicos, por
outro lado preferência sexual com a criança pre-puberes, pedofilia também efebifilia.

Nesta ordem de ideias, dos 27 entrevistados, 8 moradores com 29% escolheram factor de
Orfandade como resultado da violação de menores, 11 inqueridos correspondendo a 41%
ficaram com os Factores Socioeconómicos, 5 moradores com 19% escolheram a Preferência
Sexual e 3 tiveram como preferência Pedofilia com 11%.

Como ilustra o gráfico a baixo representado

Gráfico 2: Factores da Violação sexual

11%
29% Orfandade
19% Factores Socioeconomicos
Preferencia Sexual
Pedofilia

41%

Fonte : Autor (2019)

De acordo com UNIC Moçambique (2008:9), em muitos casos são motivados por razoes de
ordem económica. Muitas vezes, a decisão da família é casar como uma estratégia de
sobrevivência para reduzir as responsabilidades de tomar conta da menor face a pobreza
aguda e as crianças mais vulneráveis são de 15 a 18 anos. Nos 20% da população mais pobre
31

tem mais probabilidade de se casar do que as raparigas em melhor situação embora a pratica
ocorra em todos níveis socioeconómicos da sociedade.

Em relação a questão sobre as idades mais vulneráveis da violação sexual, a distribuição


dos resultados ficou da seguinte forma:

Tabela:4 Demonstrativo de Idade Vulnerável a violação

Descrição Freq. Possíveis respostas


Idades 0 -5 anos % 6- 10 % 11-17anos %
anos
Chefe Quarteirão 3 0 0% 0 0% 3 100%
Pais encarregados 12 0 0% 4 20% 8 80%
EPC Cristo Vida 6 1 17% 2 33% 3 50%
EPC Namicuto 2 6 0 0% 3 50% 3 50%
Fonte: Autor (2019)

Relativamente a questão, que impacto traz para a criança sexualmente violada

Os inqueridos responderam que traz impactos negativos para a menor violada, uma vez que
ela sente-se desprezada na sociedade, colocando-a num futuro incerto. O que pode
proporcionar o casamento prematuro destruindo de certa forma o futuro da criança.

Para GIL (2002), afirma que uma criança violada depara-se com varias consequências
descritas a seguir:

Consequências físicas

 Dor constante na vagina ou no ânus;


 Corrimento vaginal;
 Inflamação e hemorragias;
 Gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança ou adolescente;
 Doenças sexualmente transmissíveis, como DTS, Hepatite B, aumenta a propagação
do HIV/SIDA.
32

Consequências Psicológicas

 Sentimento de culpa;
 Sentimento de isolamento de ser diferente;
 Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida;
 Depressão;
 Falta de amor- próprio (baixa auto- estima);
 Tentativa de suicídio;
 Medo de sair na rua.

Consequências ou efeitos comportamentais

 Dificuldades de expressar o sentimento de raiva;


 Queda do rendimento escolar;
 Atitudes auto destrutivas: uso excessivo de álcool, de drogas, distúrbios alimentares
(bulimia, anorexia, obesidade);
 Distorção e aversão a relacionamento afectivo e sexual com sexo oposto;
 Aumento do grau de provocação erótica;
 Tendência ao abuso das relações sexuais;
 Agressividade contra a família.

Que medicadas ou estratégias são tomadas para desencorajar aos violadores sexuais de
menores de 18 anos de idade.

Tabela 5: Medidas para desencorajar a violação de menores

Descrição Freq. Possíveis respostas dos entrevistados


Idades Repórter % Pena de % Programa %
e previsão Apoiado
denúncia
Chefe Quarteirão 3 1 33% 2 67% 0 0%
Pais encarregados 12 4 33% 3 25% 5 42%
EPC Cristo Vida 6 4 66% 1 17% 1 17%
EPC Namicuto 2 6 2 33% 1 17% 3 50%
Fonte: Autor (2019)
33

Na tabela 5, de um total de 27 pessoas questionadas no bairro Matapue, a distribuição das


respostas está representada da seguinte maneira: Chefe de Quarteirão, 1 escolheu como
estratégia Repórter e denuncia, 2 ficaram com a opção Pena de prisão com 33% e 67%
respectivamente. Pais e encarregados de educação: 4 com 33% escolheram Repórter e
denuncia como sendo a melhor forma para acabar com a violação de menores, 3 pais com
25% ficaram com a opção Pena de prisão, enquanto 5 pais entrevistados com 42%
escolheram o Programa apoiado como sendo ideal para a estratégia que se pretende para
redução da violação. Para a EPC Cristo Vida, 4 estudantes com 66% tiveram como opção
Repórter e denuncia, 1 escolheu Pena de prisão e 1 Programa apoiado com 17% e 17%
respectivamente. Para a EPC Namicuto 2, Dois estudantes com 33% escolheram como
estratégia Repórter e denuncia, 1 com 17% ficou com Pena de prisão e 3 estudantes
correspondente 50% escolheram Programa apoiado como sendo a estratégia viável para
travar esta onda de violação que o Bairro Matapue sofre cada dia que passa.

4.3. Dados de Entrevista dirigida ao Gabinete de Atendimento a Mulher e


Criança Vitima da Violência Domestica e Procuradoria do Distrito de
Nacala-Porto
Para esta entrevista, a autora pretendeu colher informações perante a instituição, para
investigar as causas relacionadas com o índice da violação sexual de menores, que se regista
no Bairro acima referenciado. Os dados dos entrevistados foram colectados através de um
questionário elaborado por meio de perguntas abertas e fechadas, que perfaz um total de seis
(6).

Há frequência de queixas relativas ao processo de violação sexual da criança

Tabela 6: Queixas de Violação sexual da criança

Amostra Frequência Respostas em Percentagem


Sim % Não %
Gab. Atendimento da Mulher e 2 2 100% 0 0%
Criança V.V. Domestica
Procuradoria Distrital 1 1 100% 0 0
Fonte: Autor (2019)

Quanto a este questionário, os agentes do Gabinete de Atendimento a Mulher e Criança


Vitima de Violência Domestica e da Procuradoria Distrital, responderam que há registo de
34

casos de violação sexual de menores uma vez que já foram denunciados vários casos que
deram entrada na Policia de Investigação Criminal (PIC) do Distrito de Nacala-Porto, num
total de 64 casos de violação sexual da criança, e variam entre 13-16 anos de idades.

Quais são as causas que motivam a ocorrência da Violação Sexual da Criança

Para esta pergunta, os oficiais entrevistados foram unânimes, afirmaram que são varias as
causas que provocam a violação desde a orfandade, factores socioeconómicos, culturais,
sociais, preferência sexual entre outros.

Na óptica do proponente desta pesquisa, as violações sexuais da criança em Nacala-Porto,


concretamente Bairro Matapue resultam da combinação de vários factores como costumes e
da conjuntura actual do pais. Apesar de não serem evocados directamente, são resultado de
ritos de iniciação em que as raparigas entre 10 a 13 anos são declaradas formalmente prontas
para assumir uma relação com outrem.

Por um lado, os problemas sociais e económicos do pais acabam por estimular os pais a casar
suas filhas e filhos o mais cedo possível para terem em troca benefícios financeiros da família
do marido. Levando assim ao casamento prematuro ou forcado. Por outro lado tem criado
grandes implicações para a saúde das raparigas.Com este trabalho, o pesquisador sugere a
necessidade de solidarização e estabelecendo compromisso entre os direitos da criança e a
cultura tradicional, tomando em conta a importância do n° 1 do art. 47 CRM de 2004, que
defende que as crianças tem direito a protecção e os cuidados necessários ao seu bem-estar.

Como são resolvidos os casos de Violação Sexual da menor de 18 anos de idade

Para esta questão foram envolvidos 3 oficiais, sendo 2 do Gabinete de Atendimento da


Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica e 1 da Procuradoria Distrital de Nacala. No
entanto para a pressuposta resposta 100% dos inqueridos afirmaram que resolvem este mal
colocando os malfeitores no banco dos réus, responsabilizando-os com penas que variam
entre ( ) a ( ) anos de prisão.

Nesta ordem de ideias, a preocupação com o bem-estar da criança, é um dever que deve ser
visto com muita responsabilidade, porque sob ponto de vista do autor desta pesquisa, a
violação sexual a criança condiciona o futuro desta, criando problemas sejam de integridade
35

física, mental, entre outros. Por um lado, a menor violada acaba sendo obrigada a crescer
antes do tempo, por outro lado ela sente-se rejeitada na sociedade.

No acto da resolução de problemas relacionados com a Violação Sexual da criança, a


entidade tem se deparado com algumas dificuldades

Tabela 7: dificuldades na resolução de problemas de violação sexual

Amostra Frequência Respostas em Percentagem


Falta de % Influencia %
responsabilidade de
da família tradições
culturais
Gab. Atendimento da Mulher e 2 2 100% 2 100%
Criança V.V. Domestica
Procuradoria Distrital 1 1 100% 1 100%
Fonte: Autor (2019)

A tabela 7 demonstra que sobre o questionário relativo as dificuldades na resolução de


problemas de violação sexual da menor, os inqueridos responderam de acordo com os dados
acima referenciados. Que avançam a falta de responsabilidade familiar e factores de
influência de tradições culturais. Em Moçambique, existe um rosto de centenas de mães e
crianças que vêm a sua infância roubada devido a moda, isto é a troca de dotes, em espécies
ou dinheiro, também são apontadas, a posição profissional ou não do autor da violação. Para
o efeito, as autoridades governamentais e de educação estão preocupadas com o elevado
índice de violação sexual a criança. No entanto, há deficiente difusão de normas jurídicas
para as comunidades.

Descreve os efeitos da violação sexual a menores de 18 anos de idade

Tabela 8 : Efeito da violação sexual

Amostra Frequência Respostas em Percentagem


Efeitos % Efeitos Efeitos
físicos Comportamentais psicológicos
Gab. Atendimento da 2 2 100% 2 100%
Mulher e Criança V.V.
Domestica
Procuradoria Distrital 1 1 100% 1 100%
Fonte: Autor (2019)
36

São vários os efeitos que a violação trás a criança violada desde a dor constante na vagina ou
no ânus; Corrimento vaginal; Inflamação e hemorragias; Gravidez precoce, colocando em
risco a vida da criança ou adolescente; Doenças sexualmente transmissíveis, como DTS,
Hepatite B, aumenta a propagação do HIV/SIDA. Sentimento de culpa; Sentimento de
isolamento de ser diferente; Sentimento de estar "marcado" para o resto da vida; Depressão;
Falta de amor- próprio (baixa auto- estima); Tentativa de suicídio; Medo de sair na rua.
Dificuldades de expressar o sentimento de raiva; Queda do rendimento escolar; Atitudes auto
destrutivas: uso excessivo de álcool, de drogas, distúrbios alimentares (bulimia, anorexia,
obesidade); Distorção e aversão a relacionamento afectivo e sexual com sexo oposto;
Aumento do grau de provocação erótica; Tendência ao abuso das relações sexuais;
Agressividade contra a família.

Quais são as estratégias levadas a cabo para desencorajar esta pratica de violação
sexual a menor de 18 anos.

Tabela 9: Estratégias para desencorajar a violação

Amostra Frequência Respostas em Percentagem


Repórter e % Programa %
denúncia apoiado
Gab. Atendimento da Mulher e 2 2 100% 2 100%
Criança V.V. Domestica
Procuradoria Distrital 1 1 100% 1 100%
Fonte: Autor (2019)

Para esta pergunta, os 3 oficiais entrevistados com 100% disseram que deve-se incentivar as
comunidades a reportar e denunciar os casos de violação sexual de criança as entidades
formais, tem que haver programa de apoio as vitima, deve-se tomar medidas mais pesadas,
como avança o art.393 e 394ambos do Código Penal. Para combater o crime de violação
sexual a criança e toda família que compactua em silencio com a violação sexual contra
menores. Assim, julga-se que são insuficientes as intervenções realizadas com objectivo de
desencorajar a violação sexual da criança, apesar da valiosa contribuição no estudo.

4.4 Validação das Hipóteses frente aos Resultados

Importa referir que foi feita uma comparação das hipóteses patentes no capítulo I, com os
resultados de modo a analisa-las.
37

4.4.1 Validação da Primeira Hipótese

H1. Deficiente difusão de normas jurídicas nas comunidades, dificulta a compreensão do


tratamento da violação sexual a menor de 18 anos de idade.

Valida -se a primeira hipótese, porque da análise feita no local da pesquisa, constatou-se que,
as normas jurídicas sobre violação da criança não são difundidas de uma forma flexível, na
comunidade de Matapue, aliado a falta de informação credível, parte considerável da
população daquela área pautam por aspectos e comportamentos inadequados perante a
criança. Por isso o índice de violação da menor cresce cada dia que passa, o que provoca
desequilíbrio nas famílias assim como condiciona o futuro da própria criança que almeja
prosperar.

4.4.2 Validação da segunda hipótese


HII. Fraco relacionamento entre autoridades, os pais das vítimas e outros autores sociais
fazem que as normas sejam mal compreendidas.

Valida -se a hipótese 2. Porque do trabalho empreendido no bairro Matapue, o proponente


constatou vários entraves entre as autoridades e famílias, uma vez que não há uma
coordenação viável entre as partes. Por um lado, as famílias usam as crianças como fonte de
rendimento, aliado ao índice de pobreza que se faz sentir naquela área. Por outro lado as
autoridades, não resolvem os problemas da violação de forma a satisfazer os lesados.

4.4.3 Validação da terceira hipótese


HIII. Falta de conhecimentos básicos das normas jurídicas por parte do autor da violação
sexual da criança.

Valida -se a hipótese 3. Porque da análise efectuada no Bairro Matapue, verificou-se que há
falta de conhecimentos básicos das normas jurídicas. Na verdade, o violador sexual não tem
noção daquilo que lhe espera em termos da pena que pode cumprir caso paute por este acto.
Como é sabido, este desconhecimento das normas alia-se a falta da sua própria difusão nas
comunidades, o que acelera índice de violação da menor.
38

CAPITULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Conclusão

Os problemas da violação sexual da criança aumentam drasticamente dentro das famílias


moçambicanas, por tanto, parte considerável de menores estão sujeitos a este mal que de certa
forma retrata o futuro promissor da própria criança, uma vez que vive uma vida condicionada
dado as circunstancias que são impostas a sua integridade.

Da análise e interpretação de dados ao questionário dirigido as entidades legais, associado ao


contacto havido perante a população de Matapue através da técnica de entrevista, verificou-se
que a violação contra a menor de 18 anos de idade vem-se praticando desde as sociedades
remotas, que este fenómeno era mantido em silêncio, um assunto intocável que a vítima não
podia revelar devido ao segredo.

Este fenómeno em Moçambique reflecte a estrutura social e familiar da população de Nacala,


que constitui como factores motivadores para a ocorrência da violação sexual da criança,
instabilidade social, factores aliados ao alto índice de pobreza entre a população rural e o
fraco acesso aos serviços sociais básicos.

Por um lado, a insuficiente sensibilização e formação de técnicos que lidam directamente


com esta técnica tem implicações na comunidade, na medida em que a difusão das
informações relativas a prevenção da violação sexual não abrange a comunidade de Matapue.

Por outro lado, os pais das vítimas, quer as autoridades dos tribunais comunitários não
denunciam ao Ministério Publico através da procuradoria distrital da cidade, muito menos ao
Gabinete de Atendimento da Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica, que tem
poder de criar soluções para o problema.

Contudo, esta pesquisa não constitui um trabalho acabado, pode ser desenvolvido pelas áreas
afins principalmente pelas entidades responsáveis para o efeito assim como pelas
comunidades.
39

Sugestões

O bairro de Matapue apresenta índices de violação de menores a uma proporção acima do


normal, com isso, o passado recente mostra que este problema de violação é condicionado a
vários factores dentre os quais: preferência sexual, factores socioeconómicos, culturais entre
outros.

Nesta ordem de ideias, julga-se que a coordenação com as entidades responsáveis


(GAMCVVD, tribunais etc) para a resolução deste mal representa uma acção crucial.

Sugere-se que a comunidade junto aos líderes comunitários procurem meios que possam
contribuir para reduzir o problema da violação da menor de 18 anos de idade, para tal é
importante que estes actores trabalhem e coordenem na identificação dos violadores para
posterior apresentação em instâncias judiciais.

As famílias devem deixar de olhar a rapariga como uma fonte de renda, pois o problemas de
pobreza não serão ultrapassados por troca de certos dotes, pelo contrário aumentam as
dificuldades porque uma criança violada sexualmente aumenta as preocupações dado as
condições que fora deixada pelo outrem (violador).

Sugere -se que criem comités ou grupos nas comunidades para difundirem programas de
apoio, repórter e denuncias para acabar com este mal que assola as comunidades de Nacala
em particular bairro Matapue.

Julga -se que a Policia de Investigação Criminal em coordenação com o Gabinete de


Atendimento a Mulher e Criança Vitima de Violência Domestica, os tribunais, ministério
pública criem esforços e coordenem de forma a acabar com este acto macabro.
40

Bibliografia
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crianças e adolescentes, Brasília: Thesaurus, 2000

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3. GRESSELER, L. A. pesquisa educacional. são Paulo: loyala, 1993

4. MINAYO, M,C,S, O conceito de metodologia de pesquisa. In, pesquisa social:


teórico, método e criatividade. 15ed. Petrópolis: vozes.

5. DULP, Língua portuguesa, 2 ed ,Maputo, 2000

6. TRIVINOS A.N.S. Introducao a pesquisa em ciências sociais, editora atlas são Paulo,

7. VERGARA (1997,P.30) http//pt wikipedia.org/w/índex phhtitle=abuso de menores de


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8. Sarpcco. www. interpol.int/…/Sarpcco.asp

9. GIL, A.C. método e técnica de pesquisa social ed atlas são Paulo.

10. CERVO, amanoluis e Bervian, Pedro aleine, metodologia cientifico edição são
Paulo.1998.

11. IVALA, Adelino Zacarias. O ensino da historia e as relação que o poder artotores e
moderno em Moçambique, são Paulo. ActionAid Manual de Campanha. Não ao
Abuso Sexual Contra a Rapariga na Educação., 2008

12. Action Aid (2005). Pesquisa sobre a Violência contra a Rapariga na Educação.
41

13. BARROS, João Gabriel de & Tajú, Gulamo (1999). Prostituição, Abuso Sexual e
Trabalho Infantil em Moçambique: O caso Específico das Províncias de Maputo, Tete
e Nampula. Campanha Contra o Abuso Sexual de Menores.

14. TERRE des Hommes. Mmas (2007-(2008-2012). Plano Nacional de Acção para a
Prevenção e Combate à Violência Contra a Mulher

15. MMAS & Onusida (2009). Mulheres, Raparigas em Moçambique. Análise da


Integração da Abordagem de Género na Prevenção . Maputo.

Legislações

CP- Código Penal Republica de Moçambique-2014

CRM- Constituição da Republica de Moçambique

Lei 7/2008 de 9 de Julho da Colectânea de Legislação de Família de Menores

CDC- Convenção dos Direitos da Criança

Site.
APÊNDICE
Apêndice I

Roteiro do Questionário Dirigido a comunidade de Matapue

A presente entrevista faz parte de um estudo de caso feito no Bairro Matapue, como
parte do trabalho de culminação do curso, os dados aqui adquiridos são exclusivamente
ao uso académico e a identidade do entrevistado será preservada, a pesquisa centra-se
basicamente em analisar o Tratamento jurídico de violação a menor de 18 anos de
idade. Por essa razão, a sua colaboração contribuirá bastante, não só para a elaboração
deste trabalho, como também, a percepção da importância do uso de estratégia de
combate a este mal que vem perigando os menores.

1. Dados gerais

1.1Identificação

a) Sexo:
 Masculino ( )
 Feminino ( )

1.Tem noção da existência de problemas relacionados com a violação sexual de menores de


idade neste bairro?

a) Sim

b) Não

c) Razoável

2. Porque razoes as crianças são violadas sexualmente?

3. Quais são os factores que motivam para a violação de menores de idade na comunidade de
Matapue?

4. Quais são as idades mais vulneráveis da violação sexual?

a) 0 - 5 anos de idade
b) 6 - 10 anos de idade

c) 11- 17 anos de idade

5. Que impacto traz para a criança sexualmente violada?

a) Positivo

b) Negativo

c) Nenhum impacto

6. Que medicadas são tomadas aos que violam sexualmente a menor de 18 anos de idade?

Obrigada pela atenção e por ter disponibilizado um pouco do seu tempo e ceder à esta
entrevista.
Apêndice II

Roteiro do Questionário dirigido ao Gabinete de Atendimento a Mulher e Criança


Vitima da Violência Domestica e Procuradoria do Distrito de Nacala-Porto

A presente entrevista faz parte de um estudo de caso feito no Bairro Matapue, como
parte do trabalho de culminação do curso, os dados aqui adquiridos são exclusivamente
ao uso académico e a identidade do entrevistado será preservada, a pesquisa centra-se
basicamente em analisar o Tratamento jurídico de violação a menor de 18 anos de
idade. Por essa razão, a sua colaboração contribuirá bastante, não só para a elaboração
deste trabalho, como também, a percepção da importância do uso de estratégia de
combate a este mal que vem perigando os menores.

1.Ha frequência de queixas relativas ao processo de violação sexual da criança?

a) Sim

b) Não

2.Quais são as causas que motivam a ocorrência da Violação Sexual da Criança?

3. Como são resolvidos os casos de Violação Sexual da menor de 18 anos de idade?

4. No acto da resolução de problemas relacionados com a Violação Sexual da criança, a


entidade tem se deparado com algumas dificuldades?

a) Sim

b) Não

5. Descreve os efeitos da violação sexual a menores de 18 anos de idade?

6. Quais são as estratégias levadas a cabo para desencorajar esta pratica de violação sexual a
menor de 18 anos?

Obrigada pela atenção e por ter disponibilizado um pouco do seu tempo para responder a este
questionário.
ANEXOS

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