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Manejo Da Fertilidade Do Solo Sob Pastagem
Manejo Da Fertilidade Do Solo Sob Pastagem
A pastagem deve ser considerada como um ecossistema formado pela interação solo-
planta-animal-clima e o homem que a explora. O manejo da fertilidade do solo deste
ecossistema deve ser baseado no balanço entre entrada e saída de nutrientes. A
gramínea tropical em pastagens bem manejadas concentra em 1 tonelada de matéria seca
(MS) 15 kg de N; 1,5 kg de P; 15 kg de K; 1,5 kg de S; 5 kg de Ca; 2,5 kg de Mg e 30 g de
Zn. Estes nutrientes são extraídos basicamente do solo, que é o reservatório natural de
nutrientes para as plantas, mas os solos sob pastagens no Brasil são reconhecidamente
de baixa fertilidade natural, como são os dos Cerrados, onde hoje se explora mais de 60%
da pecuária brasileira. Estes solos apresentam pH abaixo de 5,5, quando se busca acima
de 6,0; fósforo abaixo de 1 mg/dm3, quando se busca acima de 30 mg/dm3; o K está
abaixo de 0,79 mmolc/dm3, quando se deseja acima de 3,0, sendo assim para outras
determinações.
Então, temos uma situação na qual a planta forrageira precisa extrair nutrientes que não
são encontrados nas proporções e quantidades adequadas. Para agravar ainda mais esta
situação, quando colocamos o animal no ecossistema, a reciclagem de nutrientes é
totalmente alterada. Os nutrientes contidos no solo são absorvidos e assimilados pela
pastagem, que depois é consumida pelos animais e, do total de nutrientes que foi extraído
do solo, entre 10% (produto carne) e 25% (produto leite) são exportados pelo animal e 75
a 90% são excretados. Esta informação sempre levou algumas pessoas a acreditar que
não é necessário adubar, ou então seria preciso adubar pouco, para manter a
sustentabilidade e persistência da pastagem, mas isso não ocorre, porque do total de
nutrientes excretados, 35 a até 85% podem ser perdidos ao final de um ano, por processos
como lixiviação, volatilização, fixação, erosão e nos malhadouros. Estas informações
explicam em parte a queda na produtividade das pastagens ao longo dos anos.
Depois das práticas corretivas adota-se a prática da adubação anual, que pode ser do tipo
química ou orgânica, ou a associação de ambos. O começo do manejo da fertilidade do
solo deve iniciar-se com um bom programa de amostragem de solo, dividindo a
propriedade em áreas homogêneas e amostrando 15 a 20 pontos em cada área
homogênea, nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm para implantação da pastagem; 0-5, 0-
10, 0-20 e 20-40 cm em pastagens já implantadas, até de 40-60 cm em pastagens
irrigadas. Na fase de interpretação dos resultados, observam-se os parâmetros de
avaliação da fertilidade do solo, classes de fertilidade e relação de cátions na CTC do solo.
Além destes parâmetros, o técnico deve considerar a produção de MS/ha, a composição
da planta, as perdas de forragem e a reciclagem de nutrientes. Quase sempre é preciso
fazer calagem na pastagem buscando faixa de pH próximo de 6,5. Só para se ter uma
idéia, nesta faixa de pH a assimilação dos nutrientes pela planta chega a 94%, enquanto
que na faixa de pH 4,5 a assimilação é de 27%.