Metodologia de Trabalho 64

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Pesquisa-Desenvolvimento: método de pesquisa-acao pluridisciplinar, sistémico e dinamico Jaime A. Wiinsch, Pesquisador da Embrapa Clima Temperado! A constatagao da deterioragao da situagdo agricola ¢ alimentar de numerosos paises do Terceiro Mundo, 0 estud» dos impactos sociais e ambientais do acelerado processo de modernizagao da produgdo agricola nestes paises, promovidos pela Revolugiio Verde * de um lado: a reconsideragdio dos custos energéticos e financeiros do modelo tecnoldgico proposto ¢ a ineapacidade de atingir a grande maioria dos agricultores, em especial os mais pobres, de outro lado, provocou uma reflexo profianda sobre 0 modelo de cigncia © tecnologia a servigo do desenvolvimento agricola, (INRA-SAD, 1985; SIMMONDS, 1986; SANDS, 1986; HECHT, 1987; FAO, 1989; MAZOYER, 1991; SASSON, 1993). A. simples constatagiio. da resisténcia dos agricultores a penetragio das inovagdes tecnolégicas ¢ organizacionais elaboradas em outros contextos sociais, econdmicos e institucionais cra insuficiente para compreender os fracassos de inimeros projetos de desenvolvimento agricola incentivados e financiados sob a égide da Revolugto Verde (PELLECUER et alii, 1987). Na concepgao de desenvolvimento agricola, predominante até ent&o, os agricultores se dividiam entre os modemos, mais permeaveis as inovagdes técnicas € organizacionais, ¢ os agricultores tradicionais, que devido a sua mentalidade conservadora resistiam as melhorias propostas pelos téenicos e instituigdes de apoio a agricultura. O desenvolvimento consistiria em adaptar os agricultores a0 projeto téenico formulado pelos pesquisadores especialistas ¢ as instituigdes reconhecidas como responsaveis pelo desenvolvimento (KROLL, 1985). Predominava uma visdo tecnocriitica e normativa do progresso téenico, baseada na idéia de que haveria um modelo téenico tnico e em um julgamento da tecnicidade do homem pelos resultados técnicos alcangados independentemente das condigdes de sua obtengaio (SEBILLOTTE, 1979), KROLL (1985), nota que o discurso dominante socialmente em termos de desenvolvimento agricola nao se organiza em tomo de uma concepgio claramente definida do proceso, mas sobre os resultados presumidos do desenvolvimento. A pergunta formulada por BOURGEOIS (19832) ¢ precisa : se os resultados da evolugao das técnicas agricolas nfo silo de todo satisfatorios, nao seria também em razio das légicas e dos métodos que tem servido de base a sua claboragao e difustio? © modelo institucional de geragaio ¢ difusio de tecnologia predominante, era do tipo linear. Neste modelo os agricultores seriam meros receptores de conhecimentos ¢ informagdes gerados pelos pesquisadores em centros de experimentagdo e os extensionistas os intermediarios entre a adogao ¢ a gerag’io (GENTIL, 1984). Para LEFORT & PASQUIS (1982) e¢ LEFORT (1982) as relagdes entre a pesquisa e 0 desenvolvimento so fortemente marcadas por um esquema racionalista que se caracteriza : pela Este texto € parte da dissertagao de mestrado do autor, apresentada em margo de 1995 na ESALQ/USP cujo titulo é Diagndstico etipificagao de sistemas de produgio: procedimentos para agbes de desenvolvimento regional 2 A Revolugdo Verde consistiu essencialmente na difusto nos paises do Terceiro Mundo, de variedades de cereais de alto potencial genético, Selecionadas por seu potencial de rendimento fisico, estas variedades deveriam assegurar aos fgricultores um aumento imediato da produgdo. A expressio de todo seu potencial exige um conjunto de insumos de ratureza industrial € um manejo tal, que provocam uma modificagao completa dos sistemas técnicos de produgdo tradicionais. anterioridade das pesquisas em relagio a difustio de técnicas; por uma hierarquia da ciéneia ¢ pela especializagio de tarefas, deixando pesquisa 0 monopélio da inovacdo; pela linearidade das transferéncias téenicas, 0 que distancia cada vez mais os agricultores da reflexiio bem como da experimentagio. Este esquema relacional nao corresponde contudo a realidade social rural, pois a inovagao tecnolégica tal qual ocorre na pritica social, opera por vias complexas ¢ interativas. Os pesquisadores tem 0 conhecimento do procedimento cientifico assim como os extensionistas ¢ os produtores tem o conhecimento do meio rural e das préticas agricolas, porém nenhum deles tem o monopélio da inovagio, da experimentagéo € da melhoria das téenicas (LEFORT & PASQUIS, 1982) ‘A questo que se colocava era como tomar complementar as medidas da pesquisa ¢ do desenvolvimento agricola, como unificd-las em um mesmo objetivo ¢ método (TREBUIL & DUFUMIER, 1983) ? De outra parte, o progresso téenico que se verificou na agricultura como um todo provocou a emergéncia de questdes e problemas que nao podiam ser abordados por s6 algumas disciplinas cientificas isoladas ou s6 através da andlise da produgo. Questdes concernentes por exemplo, a adequada utilizagao de zonas marginais pois ndio adaptadas ao tipo de conhecimento produzido, a ‘margem de manobra entre as sofisticadas técnicas criadas, 0 crescimento dos custos de produglo, as exigéncias em trabalho, os limites de quantidade ¢ qualidade impostos as produgdes pelo mercado e a fragilidade crescente dos cultivos, passaram a interessar a pesquisa (INRA/SAD, 1985). debate cientifico ¢ a experiéncia de trabalho, em especial nos paises em desenvolvimento, permitiu que se alcangasse a partir da segunda metade dos anos 70 wm certo consenso entre os ‘organismos internacionais de pesquisa, planejamento e financiamento, sobre um conjunto de recomendagdes que deveriam orientar os novos métodos e abordagens do desenvolvimento agricola (SIMMONDS, 1985; JOUVE, 1986). JOUVE (1986) as sintetiza como segue: a) considerar mais profundamente as condigdes reais de produgao agricola, ow seja, observar ¢ levar em conta a diversidade de condigdes € modalidades de exploragao do meio pelas comunidacles rurais na definigao dos programas de pesquisa; b) compreender que mudangas técnicas esto em estreita imlerago com as mudangas sociais ¢ econdmicas, consequentemente para a ctiagio ¢ a difustio das inovagdes técnicas e organizacionais devem ser consideradas as condigdes sociais e econdmicas de sua apropriagao pelos produtores. Isto implica em substituir a idéia de uma ruptura na evolugiio das sociedades agrérias em proveito da busca de transformagdes progressivas de seu funcionamento; ©) reconhecer que toda as transformagdes das condigdes e modalidades de exploragao do meio rural necesita da adestio dos produtores que tealizam esta exploragao, isto é a participagao destes & indispensdvel na concepgao, execugao e avaliaglo dos programas € projetos de desenvolvimento. A concretizagao desta idgia implica que se propicie as condigdes para que os agricultores se organizem e assim possam efetivamente ter responsabilidades no processo de desenvolvimento reduzindo sua dependéncia e muitas vvezes sua resisténcia as proposigdes dos organismos de apoio a agricultura, ‘Trata-se, como frisou DUFUMIER (1985), de reconhecer a diversidade e complexidade dos sistemas de produgtio praticados pelos agricultores e de considerar a variedade de objetivos que os agricultores definem para a sua unidade produtiva, LANDAIS & DEFFONTAINES (1990), caracterizam esta abordagem como uma abordagem das téenicas agricolas que considera os agricultores € agricultoras como decididores € atores, ¢ que se interessa de maneira privilegiada pelas priticas agricolas, quer dizer sobre os modos com que as técnicas so concretamente realizadas no contexto do estabelecimento agricola, bem como no conjunto da sociedade local, marcadas por sua hist6ria, seu territorio, seu funcionamento. Para dar conta desta nova maneira de ver a relagdo da ciéncia e a tecnologia com o desenvolvimento agricola foi necessirio elaborar um conjunto coerente de conceitos ¢ conhecimentos ¢ uma metodologia flexivel que associasse a experimentagéo biotéenica e a observagao in sit. 0 esforgo de formalizagdo originou a Pesquisa-Desenvolvimento, denominagao francesa (Recherche Devellopement), ¢ a Pesquisa em Sistemas de Produgao (Farming Systems Research) denominagiio empregada nos paises anglofénicas (FRESCO, 1984; SIMMONDS, 1986; SANDS, 1986; PILLOT, 1987). Para analisar as condigdes e modalidades de exploragao agricola do meio pelas comunidades rurais em toda a sua diversidade e complexidade e adaptar as inovagdes a esta diversidade de situagdes, considerando as diferentes contribuigdes disciplinares fez-se necessério um conjunto de instrumentos e métodos construidos para esta finalidade. E precisamente a abordagem do meio e da produgdo rural fundamentada na andlise de sistemas que forneceré uma parte importante destes instrumentos ¢ métodos (JOUVE, 1986). A Pesquisa-Desenvolvimento distingue-se da anélise sistémica, A primeira é um modo de organizar a pesquisa aplicada a uma dada situagio. A abordagem sistémica aparece como fornecedora de instrumentos metodolégicos para a andlise da situagao, 0 diagndstico, ¢ como quadro dentro do qual se organiza um conjunto coerente de conceitos e conhecimentos espalhados em diferentes disciplinas favorecendo uma atividade de pesquisa pluridisciplinar (INRA/SAD, 1985), A. Pesquisa-Desenvolvimento € um procedimento aplicado de maneira sistemética na indistria ha muito tempo. Consiste em analisar diferentes etapas do processo de fabricagdo ¢ em experimentar as melhorias possiveis em fungao dos objetivos procurados pela diregio da empresa GOUVE, 1986) ‘A pesquisa com e para o desenvolvimento da agricultura, ¢ definida como a experimentagio em meio fisico e social real, em verdadeira escala, das possibilidades e condigdes de mudanga técnica e social do meio rural. A escala verdadeira onde 0 espago de intervengao, definidos os limites fisicos, é de fato determinado pelas condigdes institucionais que regulam a mobilidade dos fatores de produgio e a rigidez das relagdies de produgio (BILLAZ & DUFUMIER, 1980). A agricultura e seus atores deixam de ser apenas o destinatério das melhorias agronémicas claboradas nos laboratorios e estagdes experimentais, passando a ser fonte direta de problemas, de hipéteses cientificas e locais de realizagao e avaliagao das pesquisas. A unidade de produgio, lugar onde se toma as decisdes mais determinantes no que concerne a exploragaio do meio natural, associa-se como local de geragio ¢ difustio teenolégica a estagao experimental e aos laboratérios (SEBILLOTTE, 1974; MILLEVILLE,1987). O agricultor passa a ser um interlocutor do pesquisador na identificagao dos problemas e teste de solugdes (JOUVE, 1991). Em lugar da organizagdo linear e descendente das relagdes entre pesquisadores, extensionistas e agricultores, propde-se uma relacdo triangular reciproca entre os trés atores do desenvolvimento.(BILLAZ & TOURTE, 1982). Assim, se a pesquisa quiser facilitar a inovagio ea apropriagio das tecnologias propostas, ela deve se inserir em uma nova pritica, no € com o processo de desenvolvimento rural ( LEFORT & PASQUIS, 1982) 0 que implica em reconhecer que os agricultores ¢ extensionistas so também experimentadores. A participagao dos agricultores na geragtio de tecnologias, a criagao de inovagdes que respondem a problemas identificados nos sistemas de produgdo existentes e seu teste em condigdes reais facilitam sua aceitag@o pelos agricultores (GENTIL, 1984). © procedimento proposto fundamentalmente inverte 0 processo chissico de intervengio na agricultura, que vai da experimentag2o & unidade de produgto. Parte-se de um diagnéstico prévio das condigdes de produgio, deduzindo dai os eixos de pesquisa e ago mais adequados ds condigdes identificadas (CAPILLON, 1985; JOUVE, 1992). © postulado de atraso dos agricultores dé lugar a um novo postulado, 0 da coeréncia, Os agricultores tem um comportamento racional, quer dizer que hé coeréncia entre os objetivos que buscam aleangar ¢ 0s meios operacionalizados para atingi-los. Para BROSSIER (1973) os agricultores tem boas razdes de fazer o que fazem. © conceito de fato técnico revelou-se fecundo sob este ponto de vista. O fato téenico é definide como resultado da articulagio entre de uma parte 0s efeitos que as téenicas produzem sobre as produgdes e sobre a unidade de producao, ¢ de outra parte, as condigdes de sua efetivagao pelo agricultor e a coletividade que as operam em um territétio (INRA/SAD, 1985; OSTY, 1990). Assim, os fatos técnicos aparecem como um ponto de vista sobre as técnicas, que consiste em considerar estas como 0 resultado, a um momento dado, de uma evolugiio ¢ de um jogo de interagdes com um determinado meio tanto fisico como econdmico (GRASS et ali, 1989), Ao considerar, de um lado os efeitos das intervengdes técnicas ¢ de outro as condigdes de sua escolha ao nivel do estabelecimento, 0 engenheito agrénomo pode prever as adaptagdes téenicas necessirias para a diversidade de sitnagdes e desta mancira participar na elaboragtio de uma metodologia de desenvolvimento (OSTY, 1990). A aposta feita pelos pesquisadores foi que o fato técnico poderia ser objeto de uma andlise cientifiea, que nao era tratado nem pelas disciplinas biotécnicas, nem pelas ciéncias sociais {INRAVSAD, 1985; OSTY, 1990), SAUTTER (1985) nota que ha desta forma, um enriquecimento temético da agronomia? um alargamento de sua problemaitica, que repousa sobre a tomada em consideragio do meio rural, nio como um dado fechado a partir de uma maior ou menor niimero de pardmetros, mas enquanto uma organizagao dotada de uma dinimica, ¢ onde seu estado ¢ a todo o momento, fungiio da maneira com que € usado. PILLOT (1987) nota que mesmo havendo acordo quanto a necessidade de compreender os sistemas agricolas previamente a introdugdo da inovagdo tecnolégica, as finalidades objetivas das operagdes de Pesquisa-Desenvolvimento diferem. Estas difereneas esto relacionadas a natureza das stituigdes que as comandam. O autor distingue trés grupos de operagdes: i) operagdes nas quais se busca difundir téenicas ou variedades pré-claboradas, a partir da identificagdo de potenciais usuarios ¢ eventualmente adaptando os produtos para conseguir uma difusto mais extensa, ‘caracterizando operagées do tipo descendente de promogao técnica; ii) operagdes que tém por objeto o desenvolvimento da agricultura camponesa, em que procura-se observar ¢ analisar os sistemas agricolas antes do que qualquer intervengio, sem nenhum ‘a priori’ sobre as solugdes possiveis de aportar, caracterizando uma abordagem ascendente de promogao dos camponeses; ili) operagdes que tém a finalidade de compreender ¢ avaliar os condicionantes macroecondmicos & politicos do desenvolvimento © preparar quadros para atuar , ou seja, 0 interesse deste tipo de Pesquisa-Desenvolvimento ultrapassa a simples aproptiaglo de inovagdes, o autor denomina esta > Na literatura francesa hé duas acepgdes do termo agronomia, A agronomia sensu stricto ¢ definida como 0 estudo diacrénico e sincrénico das relagdes no interior do comjunto constituido pela populagao vegetal, o clima e 0 solo, submetido a ago do homem, com vistas a uma produglo (SEBILLOTTE, 1974). A agronomia lato sensu é 0 conjunto de disciplinas cientificas que estudam 0s problemas que se colocam a prética agricola, com excegdo daqueles tratados pela medicina veterindria. Quando sio empregados os termos agronomia ou agronomo esta se referindo a primeira acepgfo ¢ quando sto usados os termos engenharia agronémica esta se reportando a segunda acepgio. abordagem de desenvol LEFORT & PASQUIS (1982) fazem uma distingao semelhante. A Pesquisa- Desenvolvimento descendente tem a finalidade de engendrar solugGes pilotos que facilitariam uma mudanga na trajetéria potencial dos sistemas de exploragdo agricola. Este tipo de pesquisa & apropriado as inovagdes com menor dependéncia dos fatores naturais e humanos locais. Por outro Jado, as operagdes ascendentes so obrigatoriamente localizadas ¢ plenamente ligadas ao meio rural interessado e buscam apreender o conjunto do processo de desenvolvimento dos sistemas de produgdo e/ou dos sistemas ngririos existentes, analisando seus problemas, identificando Tapidamente as solugdes possiveis, experimentando-as diretamente nos sistemas estudados, Para LEFORT & PASQUIS (1982), distinguir © opor os dois tipos de Pesquisa- Desenvolvimento, ascendentes e descendentes, é limitar a ago dos agentes do desenvolvimento & restringir a gama de possibilidades de evolugao dos sistemas praticados pelos agricultores. Para estes autores é na integragio destes dois tipos de procedimentos que a Pesquisa-Desenvolvimento poderd ser ttl imento rural. Em sintese, 0 processo de geragilo e difusdo de tecnologias passa a ser concebido em uma. perspectiva de desenvolvimento (entando superar o viés setorial ¢ teenicista predominante na pesquisa agricola (INRA/SAD, 1985). Os engenheiros agronomos passam a se colocar o problema global da gestao técnica do estabelecimento agricola tal qual se coloca 0 agricultor (LANDAIS & DEFFONTAINES, 1990). De uma forma geral, 0 procedimento seguido no desenrolar de uma operagiio de Pesquisa- Desenvolviemnto pode ser dividido em tés fases (LEFORT & PASQUIS, 1982; LEFORT, 19825 JOUVE, 1986; PILOT, 1986) 1) © diagnéstico finalizado do meio rural, 0 que implica em aproximagdes sucessivas centre 0 modelo de hipéteses explicativas inicialmente formuladas ¢ as probleméticas evidenciadas; 2) a constituigo de um referencial adaptado, baseado sobre a experimentagao c/ou enquéte técnica e sécio-econdmica, e sustentado nas inovagdes introduzidas ou nas respostas parciais ja apresentadas; 3) avaliagdo, seguida da difusdo e apropriagao pelos agricultores destas inovagdes. E importante notar que estas wés fases, sfio muito interdependentes © nfo se separam cronologicamente. Um diagnéstico nao & nunca definitive e o acompanhamento da apropriagao das técnicas e tecnologias retroalimenta e precisa 0 diagnéstico (PILLOT, 1984; JOUVE, 1986). ‘A Pesquisa-Desenvolvimento na agricultura associa duas fungdes complementares, a de avaliagdio e a de experimentagdo (TREBUIL & DUFUMIER, 1983). A fungito de avaliagao cobre os ‘campos agro-ecoldgicos, agronémicos, sécio-econdmicos, combinando-se atividades de inventério ede acompanhamento. A fungtio de experimentagao, destinada a confirmar ou negar as hipdteses explicativas provindas da avaliaglo/diagnéstico, & a de identificar combinagées técnicas mais adaptadas e melhor dominadas. Em uma operagao de Pesquisa-Desenvolvimento tanto a inovagao como & apropriagao so objetos de pesquisa, Assim, os objetivos da Pesquisa-Desenvovimento no meio rural, stio (DUFUMIER, 1985; PILLOT, 1984): detectar os principais fatores © condigées limitantes da produgao agricola, hierarquizé-los, pesquisar e experimentar localmente as proposigdes de solugo: €, verificar as condigdes de apropriagdo das inovagdes propostas, condigdlo para difundi-las para um maior numero de agricultores. Finalmente, a Pesquisa-Desenvolvimento se configura como um método de conhecimento ¢ agio no meio rural, que se caracteriza por utilizar a abordagem sistémica para apreender os diferentes niveis de organizagio da produgdo agricola, ser pluridisciplinar, isto é, integra as an de diferentes disciplinas entorno de um objeto complexo comum e, se interessar pelas dinamicas contraditérias do desenvolvimento agricola, pelas evolugdes passadas e as possibilidades do futuro, Bibliografia citada BENOIT, M.; BROSSIER, J.; CHIA, E.; MARCHAGG,E.ROUX.M.; MORLON, P.; CHARDIN, B. B. Diagnostic global d'exploitation agricole — une proposition methodologique. Versailles. UR SAD, 1988, 47p. BONNEVIALLE, J. Ry IUSSIAU, Ry MARSHALL,E, Approche globale de exploitation agricole. Dijon, INRAP, 1989. 350 p. BOURGEOIS, A. Une crise des methodes. Agriscope, Angers, 1(1): 10-4, 19834 BOURGEOIS, A. Une application de la notion de systéme: exploitation agricole. Agriseope, Angers, 1(1): 15-31, 1983b, CAPILLON, A. 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