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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS VENDA DO PINHEIRO

ESCOLA BÁSICA da VENDA DO PINHEIRO História - 9.º ano

Para o Teste Já Sei…! 1.ª Guerra Mundial: 1914-18


1. As principais potências coloniais do século XIX eram a Alemanha, a
França, a Inglaterra e a Bélgica.

2. A Europa detinha a supremacia relativamente ao resto do Mundo,


porque:
 ao nível político, a Europa controlava grande parte das áreas
coloniais, sobretudo em África, na Ásia e na Oceânia;
 ao nível demográfico, reunia as maiores e as mais densamente
povoadas cidades do Mundo, o que significava mão de obra em
abundância e um mercado aberto ao consumo;
 ao nível económico, produzia nas suas fábricas para o resto do
Mundo e reinvestia os capitais provenientes dos lucros nos
processos produtivos e nas colónias; dispunha de vias de
comunicação e meios de transporte, que lhe permitiam o
escoamento e comercialização da sua produção;
 do ponto de vista técnico, cultural e científico, a Europa
apresentava um desenvolvimento significativo (por exemplo, as
principais Universidades situavam-se neste continente), sendo as
línguas europeias as mais faladas e divulgadas no Mundo.

Razões

3. No final do século XIX, os países mais industrializados (França, Inglaterra


e Alemanha) sentiram necessidade de aumentar a produtividade mas
não queriam ver diminuir os seus lucros. A solução passou pela tentativa
de obter matérias-primas a preços mais reduzidos. Essas matérias-
primas encontravam-se, em grande parte, em territórios pouco
explorados (Ásia, África), pelo que a solução passava por dominar
(colonizar) esses territórios.

4. O domínio das potências industriais sob os territórios coloniais assumiu


duas formas:
 colonialismo – exercido através do reforço da permanência em
regiões já ocupadas, bem como na exploração de novas áreas e
na intensificação da presença militar nesses territórios;
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 imperialismo – domínio imposto aos países menos desenvolvidos,
sobre os quais exerciam a sua influência nos planos económico,
político e cultural, o que lhes permitia explorar livremente as suas
riquezas.

5. A Conferência de Berlim, realizada em 1885, tinha como objetivo que


os vários países ali presentes acordassem entre si a partilha de África.
Assim, nessa Conferência ficou estabelecido que o domínio territorial
passaria a basear-se no princípio de ocupação efetiva dos territórios,
alterando o direito histórico obtido por descoberta.

6. No final do século XIX, Portugal (parte 3) ocupava apenas as zonas


litorais de Angola e Moçambique. Em 1886, o governo português
apresentou um mapa (o mapa cor-de-rosa), reivindicando toda a faixa do
território que ia desde a costa de Angola à de Moçambique. O projeto
português colidia com os interesses ingleses que pretendiam juntar, sob
o seu domínio, os territórios que iam do Cabo (África do Sul) ao Cairo
(Egito). Os Ingleses, ao tomarem conhecimento do mapa cor-de-rosa,
fizeram um ultimato, em 1890, a Portugal, exigindo a retirada das tropas
portuguesas dos territórios entre Angola e Moçambique, ameaçando
ocupá-los, caso o governo português não cedesse.
Portugal, não podendo enfrentar a mais forte das potências coloniais da
época, acabou por ceder, o que veio a descredibilizar a monarquia.

7. A Europa no final do século XIX e início do século XX vivia um clima de


grande tensão, provocado pelas desigualdades económicas dos vários
países. Era no ocidente que se encontravam as grandes potências
industriais e financeiras, mas no centro e leste da Europa existiam outras
economias pouco desenvolvidas e que sobreviviam com uma economia
agrícola, muito rudimentar (Itália, Rússia, Áustria-Hungria).
O agravamento das tensões nacionalistas levou alguns países europeus
a formarem duas alianças militares:
 a Tríplice Aliança (designada mais tarde Potências Centrais) –
que integrava a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália;
 a Tríplice Entente (designada mais tarde Aliados) – constituída
pela Inglaterra, França e Rússia.

A constituição destas alianças colocou a Europa num clima instável,


o que implicou uma corrida ao armamento por parte das grandes
potências. Esta situação levou a que a Europa vivesse, no início do
século XX, um período de paz armada, isto é, apesar de a Europa
estar em paz, existia um clima de tensão que fazia prever uma
guerra.

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8. Se alguns países mais industrializados disputavam o domínio dos
mais ricos territórios mundiais, outros lutavam pela sua
independência. Ambas as situações provocaram a exaltação dos
nacionalismos:
 a Alemanha, a França e a Inglaterra competiam pelos territórios
coloniais mais ricos ou situados estrategicamente;
 a França queria recuperar a Alsácia-Lorena à Alemanha;
 a Alemanha sentia o aumento dos movimentos pangermânicos,
que defendiam a superioridade da raça alemã;
 a Itália reclamava territórios a norte da Península Itálica, que
estavam integrados no Império Austro-Húngaro, e desejava
ocupar terras no norte de África;
 a região dos Balcãs era constituída por povos que desejavam
tornar-se independentes dos Impérios Austro-Húngaro e Otomano
(Turco);
 a Polónia, dividida pela Áustria-Hungria, Rússia e Alemanha,
queria tornar-se unida e autónoma.

9. A ambição da Sérvia em dominar os Balcãs e a oposição da Áustria-


-Hungria a este plano deu origem a um incidente que motivou o início da
Primeira Grande Guerra: o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do
Império Austro-Húngaro foi assassinado, em 1914, em Sarajevo, na
Bósnia, por um estudante sérvio, o que foi entendido como tendo sido o
governo sérvio a preparar o atentado. A Áustria-Hungria (membro da
Tríplice Aliança), com o apoio da Alemanha, declarou guerra à Sérvia que,
por sua vez, era aliada da Rússia (membro da Tríplice Entente), pelo que a
Alemanha também lhe declarou guerra. Foi assim desencadeado
sucessivas declarações de guerra entre os países que integravam as duas
alianças.

9.1. Meios técnico-militares: canhões, gás (cloro), tanques, submarinos,


aviões.
9.2. Economia de Guerra: o recrutar homens ativos leva à utilização das
mulheres, mesmo das classes altas, e de prisioneiros; subida de impostos;
cartões de racionamento; propaganda política (rádio, cinema, jornais,
revistas, cartazes)
9.3. Blocos em confronto: Aliados (Ingl. Franç., Rússia, Hol., Japão, E.U.)
e Potências Centrais (Imp. Alem., Imp. Austro-Hung., Turquia, Bulgária).

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10. A Primeira Guerra Mundial desenvolveu-se em três frentes:

Frente ocidental do mar do Norte à fronteira da Suíça e desta ao mar


Adriático.

Frente oriental do mar Báltico ao mar Negro.

Frente balcânica do mar Adriático à Turquia.

e em três fases:

1.Guerra de 1914 - Rápido avanço alemão sobre a França,


movimentos ou com o objetivo de chegar a Paris.
relâmpago - Batalha do Marne (vitória dos Aliados). O
plano alemão fracassou, devido à
vantagem logística do exército aliado e à
utilização da metralhadora.
Entrada do Japão na guerra para defender
a sua posição no Pacífico.
2.Guerra das 1915/ Construção de trincheiras protegidas com
trincheiras ou guerra 1917 arame farpado que impediam o avanço
de posições das tropas.
Os dois blocos (Aliados e Potências
Centrais) estabilizaram as suas posições e
passaram a defender as regiões
ocupadas.
Nesta fase, as tropas de ambos os lados
enfrentaram duras condições de vida
(piolhos, ratos, frio, falta de condições de
higiene).
Desenvolvimento do armamento (canhões
de longo alcance, morteiros, granadas de
mão, metralhadoras, balas luminosas,
lança-chamas e gás de cloro);
aperfeiçoamento dos meios de combate
(dirigíveis, carros blindados, aviões,
tanques e submarinos).
Adesão de Portugal, China e Brasil aos
Aliados.

3.Mundialização do 1917/ Os EUA entram *no conflito ao lado dos


conflito 1918 Aliados, desequilibrando as forças em
confronto. **
A Rússia vê-se envolvida numa situação
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política interna que resulta na sua saída do
conflito.
A Alemanha acaba por capitular e, em
novembro de 1918, é assinado o
Armistício.

*ataques submarinos alemães; cobrar empréstimos à Europa

** reforço em homens, dinheiro, armamento, alimentos e medicamentos

11. Portugal (parte 3) enviou um contingente de cerca de 50 mil homens para a


Flandres para combater junto dos Aliados. O exército português estava mal
equipado, a vida nas trincheiras era muito difícil e a participação acabou por ser
extremamente desvantajosa para o País, porque, para além do elevado
número de mortos e feridos, confrontou-se com um elevado custo financeiro.
Apesar de tudo, a participação na guerra trouxe a Portugal o reconhecimento
internacional e a garantia de posse das colónias africanas.

Armistício 1918: o fim da Guerra

Consequências:

12. A Primeira Guerra Mundial trouxe um rasto de morte e destruição sem


precedentes. Nenhum setor de atividade ou grupo social foi poupado.
A guerra provocou:
 8 milhões de mortos (só na Europa);
 uma quebra acentuada da taxa de natalidade;
 um elevado número de pessoas inválidas (cerca de 6 milhões);
 elevadas perdas materiais: hospitais, escolas, vias de
comunicação, fábricas, casas, campos agrícolas, destruídos pelos
bombardeamentos;
 a agricultura, a indústria e os serviços ficaram arruinados;
 mudança na organização do trabalho: as mulheres foram
“obrigadas” a ocupar os lugares deixados pelos maridos, que
tinham partido para a guerra, nas fábricas e outros setores, o que
lhes permitiu ganhar alguma independência e ocupar lugares até
então associados só à figura masculina.
 Tratado de Versalhes: exigências à Alemanha*; criação S.D.N**.;
novo mapa político da Europa (fim de 3 Impérios).
*desarmamento, indemnizações, perda de territórios
** objetivos: paz, reconstrução económica, desarmamento,
respeito pelos novos países.

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