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Seminario Tematicos 1
Seminario Tematicos 1
Edmar Valinhos
RESUMO:
O projeto baseia se no trabalho do educador Murray Schafer, que tem na sua metodologia um
olhar especial ao meio ambiente, este é o tema transversal desse projeto, também muito ligado
a educação musical em vários aspectos, como por exemplo o som e a acústica, neste trabalho
vamos desenvolver atividades multidisciplinares, onde o estudante deverá compor melodias,
aliando tais composições a elementos da natureza, praticar a escuta por meio de atividade de
apreciação musical, construção e criação de instrumentos musicais além da sonorização,
trabalhar e entender um pouco mais sobre a acústica do som, com isso trazendo o aluno para
um discussão sobre ecologia, preservação e meio ambiente, o professor se tornará o orientador
dos estudantes neste processo de construção alinhando sempre música e meio ambiente.
INTRODUÇÃO:
De modo geral, a paisagem sonora avaliará a percepção, positiva ou negativa, que as pessoas
possuem sob determinado ambiente acústico em um dado contexto. Imagine que você irá à
um parque ou praça para caminhar e praticar atividades físicas. Quais sons você espera ouvir
durante atividades ao ar livre? Quais sons você não espera ouvir durante atividades ao ar
livre? O design da paisagem sonora deve corresponder à expectativa do usuário daquele
ambiente, não somente em termos de Nível de Pressão Sonora, mas também com relação às
qualidades das fontes sonoras.
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Esse projeto é fundamentado nos ensinamentos de Murray Schafer que aborda por meio das
chamada paisagens sonoras, a possibilidade e a capacidade de criação no aprendizado
musical, não deixando o aluno nesta fase inicial limitado aos ensinamentos teóricos desde as
primeiras aulas os alunos devem ser estimulados a buscar os sons nas fontes mais
improváveis, valorizando especialmente os sons vindos da natureza.
O aluno nesta metodologia, sempre será estimulado a reconhecer alturas e elementos musicais
por meio dos diversos sons presentes no ambiente, onde utilizaremos os temas transversais
relacionados ao meio ambiente, como por exemplo o quanto a poluição sonora poderá afetar
nos sons ouvidos, e quão grandes serão os impactos para o futuro, levando assim os
estudantes a uma reflexão interdisciplinar.
A "paisagem sonora" que tem sido objeto de estudo de várias áreas que têm discutido esse
tema relacionado com a “Ecologia Acústica”, com a “Ecologia Sonora”, o que aponta para
muitas questões interdisciplinares relacionadas com a música, com a educação musical
e várias outras áreas do conhecimento como: geografia, ecologia, arquitetura,
antropologia, dentre outras. Aspectos levantados por essas áreas dão conta da complexidade
sonora do mundo em que vivemos e que merecem ser pensados em um contexto amplo
Desta maneira, esta metodologia também democratiza o ensino musical, tendo em vista que
não há necessidade de conhecimento prévio de leitura musical para a execução das primeiras
paisagens sonoras, acabando com a ideia de que a música não pode ser aprendida por pessoas
que ainda não desempenham uma boa leitura musical. podendo posteriormente o aluno ter um
grande desenvolvimento musical, chegando até a plena execução de um instrumento.
Pensa-se que a música não está desconectada com o seu tempo e é considerada prática social
(SOUZA,2004), quando a música é um objeto que não pode ser tratado descontextualizada de
sua produção sociocultural. Nessa perspectiva, está ligada ao seu tempo, “pode ser uma
ferramenta importante para se pensar para desenvolvimento de uma audição sensível,
construção de um ambiente sonoro mais equilibrado” (SILVA, 2008, p. 50). Portanto, diante
dessa afirmação, a música pode auxiliar na tomada de consciência ecológica educativa acerca
da paisagem sonora atual e dos efeitos sobre o ambiente. Com um olhar
interdisciplinar podemos investigar a poluição sonora através da música buscando
uma interface entre educação musical e educação ambiental (SILVA, 2008, p. 50).
O tema abordado neste trabalho trata da “paisagem sonora” escolar. Paisagem sonora aqui
refere-se ao termo traduzido do inglês soundscape, e consiste, para Schafer (2001, p.366),
“no ambiente sonoro. Tecnicamente, qualquer porção do ambiente sonoro vista como um
campo de estudos. O termo pode referir-se a ambientes reais ou a construções abstratas, como
composições musicais e montagens de fitas, em particular quando consideradas com
um ambiente”.
Muitas vezes, essa discussão está relacionada com a Ecologia quando se pensa no ambiente
sonoro. A ideia neste trabalho é destacar a importância de “refinar a audição” para se perceber
os sons que nos rodeiam e que estão presentes nos espaços em que vivemos e que passam
no qual está presente uma gama de sons que carregam consigo ideias de ensino/aprendizagem
associadas ao tempo e ao espaço desse ambiente.
Schafer acredita que a qualidade da audição é o centro de uma boa educação musical. Para
ele, é fundamental a relação equilibrada entre o homem, o ambiente e as diversas
possibilidades criativas do fazer musical, dando pouca importância ao ensino de teoria da
música. Ele é, por essa razão, considerado um compositor/educador “polêmico” por
compositores ou educadores musicais mais conservadores. Suas atividades sonoro-musicais
podem ser executadas dentro ou fora da sala de aula, quer como práticas incluídas dentro do
currículo específico de música, quer como atividades extraclasse, com grupos de qualquer
faixa etária e com ênfase em sons do ambiente. Ele não busca o ensino sistemático de música,
ao contrário, busca uma conscientização sonora que pode contribuir para a qualidade da vida
no planeta. Schafer também acredita na importância do fazer musical criativo e em uma aula
de música em que o aluno tenha espaço para expressar-se por meio dos sons e organizá-los
como “sua” música. Neste contexto, fica evidente a importância da improvisação, buscando
atingir a expressividade pessoal. Ele afirma que
“Na aula de música deve haver um lugar, no currículo, para a expressão individual; porém
currículos organizados previamente não concedem a oportunidade para isso, pelo fato de seu
objetivo ser o treinamento de virtuoses, e, nesse caso, geralmente falha. O principal objetivo
de meu trabalho tem sido o fazer musical criativo, e embora seja distinto das principais
vertentes da educação, concentrada sobretudo, no aperfeiçoamento das habilidades de
execução de jovens músicos, nenhuma dessas atividades pode ser considerada substituta da
outra. O que me interessa realmente é que os jovens façam a sua própria música, seguindo
suas inclinações, conforme acharem melhor.”
Ele fundamenta seu trabalho em objetivos claros e bem definidos, buscando que seus alunos
sejam capazes de ouvir mais e melhor, de criar mais e melhor e de superar a dicotomia que a
escola moderna estabeleceu para as linguagens artísticas. Ele explica que seu trabalho se
baseia principalmente em:
1. Procurar descobrir todo o potencial criativo das crianças, para que possam fazer música por
si mesmas;
2. Apresentar aos alunos de todas as idades os sons do ambiente e tratar a paisagem sonora do
mundo como uma grande composição musical, da qual o homem é o principal compositor; e
fazer julgamentos críticos que levem à melhoria de sua qualidade;
OBJETIVO GERAL
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Ensinar que podemos fazer música com todos os sons que nos cercam, trazendo a sua atenção
a preocupação com o cuidado e preservação do meio ambiente, um dos pilares do método de
trabalho de Murray Schafer.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A paisagem sonora tem como objetivo chamar a atenção dos alunos para o som, como por
exemplo o som do vento no campo, o rio, o som dos animais, ou de uma cidade com buzinas e
máquinas trabalhando, ruídos e assim por diante.
JUSTIFICATIVA
METODOLOGIA
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A ideia do trabalho e do uso da metodologia de Schafer com a sua paisagem sonora ou como
e tradicionalmente nomeada de soundscape, e trabalhar a criação a imaginação das crianças,
toda criança é curiosa por natureza e mostrar para ela todos os sons que nos cercam e tentar
sanar sua curiosidade e fascinante, e a partir dai trabalhar a imaginação dela fazendo musica e
digo mais fazendo ela criar o seu próprio cenário em sua mente a partir do som que ela ouve,
isso e muito interessante e também ensinando e estimulando ela a cuidar do meio ambiente e
do meio que ela vive.
Essa estratégia não apenas enriquece a experiência musical das crianças, mas também as
educa sobre a importância de preservar o meio ambiente, proporcionando uma abordagem
prática e envolvente para a conscientização ecológica desde os primeiros anos escolares.
ATIVIDADE
Duração: Livre
Sons feitos por alunos com instrumentos de percussão, flauta doce e sons corporais.
Era uma vez, em lugar distante tão, tão distante que quando o vento sobrava fazia um
som, “som de vento feito pelos alunos”
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Nesse lugar tão distante havia uma fazenda e nesta fazenda havia uma porteira e toda
vez que essa porteira abria fazia um som, “som feito por um aluno no reco-reco de
madeira”
Nessa fazenda havia vários animais, que se divertiam na fazenda, um desses animais era
uma vaquinha, e essa vaquinha tinha um sininho em seu pescoço, e quando ela andava
fazia um som,” som de sino feito por um aluno em um triangulo”.
Também havia cavalos nessa fazenda que corriam para lá e para cá e faziam sons assim,
“sons de galope dos cavalos feito por todos alunos som corporal das mãos nas pernas”.
Bem no meio dessa fazenda havia uma árvore muito grande, tão, tão grande que quando
o vento soprava “sons de vento feito por todos alunos com a boca”, as folhas se mexiam e
faziam um som assim, “som de folhas feito por um aluno com instrumento de
percussão”.
Nesta árvore habitava vários animais, um desses animais era um pássaro que fazia um
som, “som criado pelos alunos com a utilização da flauta pedagógica”, logo acima em
outro galho havia outro pássaro que fazia um som diferente do primeiro, “som de
pássaros feitos pelos alunos com a utilização da flauta pedagógica”.
Em outro galho dessa árvore havia um pássaro diferente que fazia um som diferente dos
outros,” aluno faz som com instrumento percussivo” parece um pica-pau.
Nessa árvore também havia um animal bem perigoso, que subia e descia da árvore
rastejando e ele fazia um som assim, “som de uma cobra cascavel feita por um aluno
com instrumento chocalho”.
Essa árvore também tinha frutos, e toda vez que o vento soprava, “som de vento feito
pelos alunos”, despencavam alguns frutos dessa árvore,” som feito por um aluno com
instrumento tambor”.
E assim essa linda fazendo tinha vários sons, “todos os sons da história ao mesmo
tempo”, e quando a noite chegava tudo ficava mais calmo então a lua aparecia havia
apenas as estrelinhas, “som feita por um aluno no xilofone’’.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As descrições sonoras que se apresentarão a partir disto, permitirão aguçar a escuta para o
ambiente sonoro da escola, e outros ambientes sociais do aluno abordando esse ambiente em
seus espaços pedagógicos. Todos esses espaços apresentam algumas sonoridades peculiares.
Enquanto músicos é fundamental estarmos atentos ao mundo que nos rodeia e aos ambientes
sonoros a que frequentamos.
REFERÊNCIAS
SILVA, Marco Aurélio A. da. Imagens sonoras do ambiente: educação ambiental e ensino
de música – relato de uma pesquisa participante no ensino superior de licenciatura em música.
Ensino, saúde e ambiente, v. 1, n. 1, p. 49-59, ago. 2008. Disponível em:
http://musica.ufma.br/prof/trab/p_mar_enec.pdf , Acesso em: 03 dez. 2022.
SOUZA, Jusamara. Educação musical e práticas sociais. Revista da Abem, n. 10, mar.
2004. Disponível em: http://abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/
revistaabem/article/view/
/>356/285. Acesso em: 03 dez 2022.
FRANÇA, Cecília Cavalieri. Ecos: Educação musical e meio ambiente, v.3, n.3,
setembro.2011. Disponível
em http://abemeducacaomusical.com.br/revista_musica/ed3/pdfs/artigo2_3.pdf , Acesso em:
06 dez. 2022.