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CAPITULO 1 6 Avaliacéo de Pés-ocupacéo Harvey Z, Rabinowitz Referénci SNYDER, J. C.; CATANESE, A. J. Introdugao a arquitetura. Rio de Janeiro: Campus, 1984 s5es codigos e a subsequente fluéncia no projeto de ediffcios. © uso, por exemplo, de amianto para tornar & prova de fogo, 0 projeto para conservagdo de energia, 0s sprinklers para protecdo de incéndio, 0 acesso para os deficientes e menores quantidades de luz artificial so algumas das caractersticas que agora esto sendo avaliadas em termos de modificagées do cédigo de obras, que por sua vez afetam 0 projeto de edificios Embora os cédigos de obras sejam um exemplo dbvio da influéncia da avaliacdo na arquitetura, outros tipos de avaliagdo séo comuns. Os proprietarios dos edificios muitas vezes tazem tais estudos, como o fazem 08 eriticos da arquitetura. Os usudrios de um edificio certamente avaliam seu ambiente. Contudo, o objetivo deste cap/tulo € 0 tipo de avaliacdo que produz cédigos — isto 6, aplicado, rigoroso, disseminado e, acima de tudo, itil para o proceso de projeto em termos de decis&es técnicas e funcionais @ na maneira como o prédio pode afetar 0 comportamento do usuario. Os edificios so avaliados pelas mesmas razSes importantes que os produtos também o sio — para impedir que falhem (o que em edificios pode resultar em acidentes, disfunc&es ou desajustes), para assegurar bom valor a0s usuérios do edificio, responsabilizar os encarregados de sua implementacdo e prover reais incrementos de progresso em termos de roduto, 395 struido esté sempre conosco e que os arquitetos so responsév is e respondem por uma larga parte do ambiente, a importncia da avaliagao dos edificios para a arquitetura nao pode ser ‘exagerada. Contudo, os arquitetos e outros responsave por projeto de edificios raramente examinam, de maneira formal e compreensiva, 0 ambiente que ajudaram a ci primérios de criar melhores edificagées. O DESENVOLVIMENTO DA AVALIAGAO, DE POS-OCUPACAO y- Como disse Oscar Wilde: “Experiéncia é uma palavra que usamos para descrever nossos erros.”” As técnicas de programaco arquitetdnica, primeiro desenvolvidas no fim dos anos 50 e inicio dos 60, evolurram consideravelmente nos anos 70. Diz-se que mudancas quantitativas eventualmente levam a mudancas qualitativas. Assim aconteceu com muitas técnicas de programaco: elas cresceram mais, do que seu rendimento e utilidade quando se tornaram excessivamente sistematicas e rigorosas. Evolufram para a avaliaco p6s-ocupacio, pesquisa mais formal baseada num campo analitico de investigaco. A primeira avalia¢o pés-ocupagio formal e compreensiva ocorreu na Grd-Bretanha, A Unidade de Pesquisa Pilkington, da Universidade de Liverpool, e a Unidade de Pesquisa do Desempenho de Edificios, da Universidade de Strathclyde, de Glasgow, estudaram edificios de escrit6rio e escolas,* 396 "mesmo que tal exame seja um dos métodos Esses estudos inclu (ram avaliagdo técnica, funcional e comportamental. Nos Estados Unidos, no Estudo de Edificios em Uso, da Universidade de Wisconsin, Milwaukee, 0 Departamento de Arquitetura avaliou quatro escolas primérias.? O denominador comum desses estudos foi um enfoque rigoroso do diagnéstico e uma compreensividade ao examiner numerosos fatores — técnico, de construc&o, material, funcional e comportamental. Esses estudos compreensivos s80 a excecdo. Mais numerosos so estudos que se concentram nuns poucos aspectos do espectro inteiro de varidveis, O Easter Hill Village, de Clare Cooper, e 0 Defensible Space, de Oscar Newman, estdo entre os mais aprofundados desses estudos.’ Ambos se concentram sobre a relacdo entre © projeto fisico e o comportamento. As avaliagdes pos-ocupagéo de edificios esto agora lentamente tornando-se institucionais e sendo reconhecidas. O Architect's Journal, uma revista inglesa sernanal, tem realizado e patrocinado tais avaliagdes de edificios desde o fim da década de 60.* [Ree roms | ee processo de construcao, O processo de construgio com avaliacao. i aeaape Progemaeto | —+[ Forte }_ [Gores] O American Institute of Architects Journal comegou em 1976 uma série de avaliagdes.* Isso pode assinalar © comeco de um ciclo que, como antes o fizera a programado, pode levar uma década ou mais para se tornar uma parte padrdo da pratica arquitetdnica, Tipos de Avaliagio A avaliagéo p6s-ocupacao focaliza principalmente trés fatores — avaliaco técnica, avaliaggo funcional @ avaliacéo comportamental. Elas se relacionam com © interesse que os arquitetos tém no projeto do edificio e com a classificacao da literatura de arquitetura, bem como com a percepoao do edificio tanto pelo cliente quanto pelos habitantes, Os fatores técnicos séo o ambiente de fundo dos edificios; 0 pano de fundo muitas vezes despercebido de nossas ages e comportamento, Quéo freqiientemente se nota com consciéncia as saidas de incéndio, as luminérias ou os difusores de ar condicionado? Embora esperemos um alto nivel de desempenho desse ambiente de fundo, 0 objeto de hassa atencao é mais freqiientemente o aspecto funcional do ambiente, Fatares funcionais apoiam as atividades dentro do edificio. A estante de livros, por exemplo, é um item principal numa biblioteca; a ‘culagdo de frequeses é uma considerago funcional priméria numa loja. Os fatores comportamentais: podem ter grande efeito sobre os usudrios de um prédio. A qualidade dos fatores comportamentais, tais como o moral, a seguranca e a comunicagdo pode ser afetada pelo projeto do prédio. AVALIACAO TECNICA Os edificios devem oferecer abrigo bésico e um ambiente de sustentacdo. Os primeiros abrigos criaram um “lado de dentro” para manter “fora” o que era de fora (elementos e animais). |sso continua a ser a mais alta prioridade do edificio — excluir 0 calor, o frio, @ chuva, a neve, os animais e os vermes, ‘Também esperamos que nossos edificios sejam sanitérios e seguros contra desabamento e contra incéndios. Esperamos que fornecam boa iluminagéo, controle de som e conforto térmico. Finalmente, esperamos que esses atributos durem o tempo de vida do edificio. Codigos de Obras Os atributos que esperamos do ambiente construfdo so contados como certos; representam um nivel minimo de expectativa. Que virtualmente todo 0 ambiente satisfaz a esses padres é o resultado de um excelente proceso de avaliaco e realimentagao, refletido em cédigos de obras que regulam a construgao, a sanidade, a ventilagdo, a satide e a seguranga contra fogo nos edificios. Além disso, ‘temos uma sociedade que pode construir para atender esses padres de cédigo. Embora algumas vezes possam parecer eternos, os cédigos de obras esto. sempre mudando para refletir avancos tecnolégicos, descobertas de pesquisas e necessidades socials. Por ‘rds dessas regras legais est4 um conjunto de muitas corganizagdes, incluindo o National Bureau of ‘Standards (uma agéncia do Governo Americano que Escala do Ambiente Fisico Equipamento | Quartose Espacos| Ed. Inteiro ‘Seguranca contra incéndio Estrutura ‘Acabamento interior Numinacdo Acustica Hvac. Técnica Fluxo do trabalho Fatores humanos ‘Armazenamento Flexibitidade @ mudanca Cireulagso. Categorias de Pesquise Funcional ‘Uso Proximidade Territério Privacidade Interaggo Imagem mportamental Matriz: tipos de avaliago 397 faz pesquisa basica em materiais de construcao & sistemas); a American Society for Testing and Materials (que prepara os testes e os padrdes para os produtos de construcgo) ; grupos regionais de codigo, como 0 Grupo de Cédigo de Obras do Sul (que desenvolve e promulga normas de construcio especialmente voltadas para caracter sticas regionais); ‘a Associacao Nacional de Protego contra Incéndio (uma organizaco patrocinada pelas companhias de seguros e que desenvolve normas referentes a aspectos de incéndio do cédigo de obras); e outr organizacées incluindo fabricantes, asso inddstrias, sindicatos, proprietérios de edifi arquitetos e empreiteiras. Algumas vezes até usuarios dos edificios, como os deficientes, podem exercer influéncia para mudar os cédigos. As alteracSes no cédigo de obras as vezes demoram porque a satide, 0 bem-estar e a seguranca muitas vezes S80 considerados jé existentes. Contudo, uma falha nessas 4reas pode ser catastr6fica. Particulas de amianto, por exemplo, usado para protecdo contra incéndio, tém sido encontradas no ar de alguns edificios; agora acredita-se que 0 amianto seja um cancerfgeno e pode ser maléfico para os ocupantes dessas estruturas. Regulamentos Fora do Codigo Alguns fatores técnicos ou ndo so regulamentos ou so pelo menos sujeitos a regulamentos. Problemas de falhas em paredes externas, tetos, acabamentos internos, iluminaco e aclstica podem tornar um edificio indesejavel, caro para operar e, dentro de alguns aspectos, desusado, mas n&o esto nas leis do cédigo de protepdo de individuo e da sociedade contra danos. Embora exista mais flexibilidade nessas reas, hd também muitas organizagdes promulgando normas, desenvolvendo testes e fazendo pesquisa e avaliacao. O Departamento de Habitacdo e Desenvolvimento Urbano (HUD), nos Estados Unidos, tem Padres Minimos de Propriedade que devem ser atendidos em habitacdes garantidas ou subsidiadas pelo governo; as financeiras que emprestam sob hipoteca muitas vezes tém padr&es nessas areas. OrganizacBes tais como a IES (Sociedade de Engenharia de !lurinacao) tam padrées de iluminagao que s80 comumente usados. Muitos desses fatores técnicos fora do Cédigo, embora néo obriguem legalmente, s80 monitorados através de humerosos mecanismos que tém quase a forga de um. cédigo de obras. AvaliaeS0 de Fatores Técnicos A maioria das avaliagées de desempenho de edificaces agora ocorrem na area técnica. Os fétores 398 técnicos so 0s mais féceis de avaliar com instrumentos e assim os resultados so mais objetivos; essa drea 6 a mais importante de avaliar por causa do potencial de os edificios tornarem-se menos do que tei e mesmo perigosos se ocorrerem problemas ou falhas. Além disso as solucdes técnicas so as menos vidveis de adaptago ou modificagdo no (o fisico: precisam de ser feitas certas desde a ra vez. Uma das principais preocupacées do arquiteto garantir adequado desempenho dos ‘componentes do edificio nessa rea muito bésica de responsabilidade. Muitos problemas comuns continuam a ocorrer por causa da quase completa falta de avaliagdo formal ou mesmo informal e de realimentac&o do processo de projeto. Fatores técnicos nos edificios se prestam facilmente a avalia¢o por instrumentos e exame rigorosos, uma vez que se referem diretamente aos materiais e métodos de construgo do ambiente de fundo e para os quais existem precedentes de medida, andlise e desempenho. Um exemplo & a maneira de avaliar a acistica. A acustica é principalmente medida ‘em cémodbs, e a transmissdo de som é medida entre cémodos. Quatro testes de actistica so feitos normalmente: n{vel de rufdo ambiente ou de fundo, reverberacdo, transmissao de som e ruidos de ‘equipamentos, Como a maioria dos testes so baseados om laboratério, desenvolvem- se versdes de testes de campo (embora em acistica exista alguns ensaios — padro de campo). Um medidor de nivel de som e analisador de faixa de oitava so usados para coletar dados, Finalmente, os resultados so ‘comparados com critérios-padréo e é feita uma avaliagSo. (0s fatores técnicos mais comumente avaliados sio paredes externas, tetos, seguranca contra incéndio, estrutura, acabamento interno, iluminacao, acistica e sistema de HVAC (aquecimento, ventilagao econdicionamento de ar). Paredes Externas. As paredes externas, com os telhados, constituem a parte do fechamento do edificio. As paredes devem nao s6 impedir 0 tempo de afetar o interior, mas devem também resistir & deteriorago por causa da temperatura, umidade, vento e vandalismo, Tipicamente, os pontos eriticos dessa avaliagdo sdo as juntas, tais como mudanca de materiais, portas e janelas, e juntas de expanséo. Alguns testes nessa érea incluem exposicdo ao tempo, penetracdo de umidade, infiltragao de vento e perda calor, A infiltragdo de vento e a transmissao de ‘temperatura, tradicionalmente ndo-regulamentadas, sfo agora encontradas na maioria dos cédigos por AMBIENTE FISGICO COmOoOS , ESPACOS PAE SALMS DE AULA 1, RUIDO AMBIENTAL— dba /ne- Z.ATENUAGKO = db. B. Raver scargho- Ry 4 COPEUML Pt. RESISTOR DE CARGA NECANICA ETE CATEGORIAS DE PESQUISA TecMIck pec. ACISTICA Intercessdo de Matrizes pe 3 7 zo 8 0 2 40 a 20 w 20 z 5 10 25 260 £20 1000 2000 FREQUENCIA (HL) QUARTO A———— Quaeto@—— ~~ RECOMENDADO—— Resultado ¢ critérios Testes accsticos causa dos esforcos dos organismos puiblicos & privados, fabricantes e individuos, para apolar ¢ desenvolver normas para responder a crise de energia. As pesquisas atuais de energia e a promulgacdo de normas so provavelmente o exemplo mais » expl{cito do uso de avaliacao técnica de pés-ocupacio. Avaliacdes do uso da energia esto sendo feitas — formal e informalmente — por um grande niéimero de Proprietarios de edificios. O edificio é geralmente medido como um todo, com a medida sendo a conta do combust/vel; 0 resultado é quase sempre 0 baixo desempenho, A quantidade de energia gasta pode ser determinada individualmente para a perda através das paredes ¢ do teto, aquecimento durante as horas fora de uso, uso de ar externo, efeitos de Instrumento de teste: medidor de nivel de som armazenamento de energia, iluminaco, aquecimento de agua etc. O papel do arquiteto na conservagao de energia 6 especialmente relevante. A forma do edificio; sua orientaco, os materiais e as superficies; 0 projeto de sua iluminagao, aquecimento, ar condicionado e ventilagio so todos afetados se se quiser conservar a energia. Essa area se presta especialmente a previsdes do uso da energia antes da construcio, feitas comparando as alternativas de projeto com as projepdes dos orcamentos de energia. A durabilidade, uma outra medida do desempenho, ¢ importante para avaliar paredes externas. Embora as paredes sejam projetadas para durar quarenta anos ou mais, os efeitos imediatos e 399 Pordes energéticas cumulativos da expans#o, contracdo, umidade e geada podem causar uma série de resultados indesejéveis, Rachaduras, lascas, empenos, tensdes e vasamentos so condicdes tipicas de problemas, A estética também tem que ser considerada porque as paredes externas fornecem a principal imagem do edificio. A sujeira, por exemplo, escorrendo dos parapeitos das janelas durante as chuvas, pode produzir o efeito indesejével de “barbas"’ nas janelas. Telhados. Embora bastante semelhantes as Paredes externas quanto a funcdo, os telhados tém alguns requisitos particulares. Os telhados oferecem uma superficie impenetravel, sem juntas e monolitica, semelhante a uma tenda, para manter a agua fora do edificio. So 0 componente mais exposto de todo 0 edificio, por causa de seu caréter horizontal, ou quase, e a natureza relativamente “‘macia"’ de seus materiais. Os telhados tém os problemas e as falhas mais freqiientes de todos os elementos do edificio por causa de sua vulnerabilidade, Assim, requerem, extremo cuidado no projeto e na construego, Embora Possam ocorrer problemas em quase qualquer ponto das superficies expostas, as penetracdes do telhado (respiradores, descargas @ luzes do teto) e as juntas com as paredes externas so especialmente susceptiveis. As atividades humanas nos telhados, por mais infreqiientes, podem também avariar as superficies frageis. 400 INEFICIENCIA Do AqueceDoe 30,3 % VENTILAchO. Mer 2 TeELHADO PaREDdES OPACAS 13.5 7/ MN WS SAMELAS € Portas 3%) Trump As falhas do telhado tornam-se evidentes pelas goteiras no interior; normalmente podem ser seguidas até 0 ponto de avaria. A deterioragéo do material do teto, como rachaduras, bolhas, descascados e semelhantes so facilmente visiveis a olho. O empo¢amento (quando hé bastante équa na super do telhado) também é claramente evidente, Todas essas condi¢6es, sem diivida, encurtam a vida do telhado. Lagos do teto AY Kees de Laos S A alta freqiiéncia com problemas de tethado, que so muitas vezes incdmodas e caras para reparar, 6 uma das areas técnicas-chave a serem consideradas pelos arquitetos, clientes e avaliadores, em termos de sua capacidade de prover um melhor desempenho. Freqiientemente néo se dé a esse fator a devida atencdo, Ja que as falhas podem acontecer (por causa de defeitos de construcdo e esforcos durante a vida do prédio), os telhados deveriam ser projetados para uma durabilidade acima dos padrées técnicos normais. Seguranga contra Incéndio. A seguranca contra incéndio nos edificios é avaliada por meio de cuidadoso exame do projeto do arquiteto (plantas) para determinar se o edificio atende as regras do cédigo de obras, A circulacdo, o tipo de construcdo @ 0s materiais deve atender aos padrdes para saidas de incéndio, resistividade ao fogo, propagacgo de chamas e quantidade de furnaga produzida. E raro ‘ocorrer falhas nessa area por causa da vigiléncia continua. Nao importa qudo bem os edificios sejam avaliados antes e durante a construc, 0 uso de alguns ediffcios pode mudar durante suas vidas Gteis. Sa(da de incéndio e corredores podem ser usados para depésito ou outras atividades e as paredes originais, mais seguras, podem ser cobertas com um alto propagador de chamas. Portas de incéndio muitas vvezes so fechadas e trancadas por razdes de seguranga, criando condigées de muito perigo. Outra coisa que pode tornar-se um problema é a superocupago. Mesmo o papel num escritério, exposto ¢ existente em grande quantidade, pode ser um sério risco. A avaliacdo pos-ocupagao nessas areas 6 bastante direta e envolve inspe¢des por peritos do Corpo de Bombeiros — mas isso nem sempre ocorre. A pesquisa de incéndio e as falhas dos edificios nessas reas esto agora tendo um efeito sobre os codigos de obras. Os cédigos inicialmente regulamentavam apenas a propagacdo das chamas, mas agora reconhecem que 0s ferimentos e mortes causados pela fumaca, por gases superaquecidos e por produtos t6xicos so ocorréncias mais freqientes. Também reconhecidos recentemente so 08 problemas de seguranga de incéndio causados pelo uso de mobiliério e acabamentos internos ngo-regulamentares. Essos itens ndo-regulamentares podem produzir grandes quantidades de gases toxicos e fumaca € ajudar a propagacao das chamas. As especificacdes de mobiliério comegam a incluir critérios relacionados ‘com incéndio, sendo especialmente importantes em hospitais e outras instituigSes. Estrutura, Tal como a seguranca contra incéndio, os assuntos estruturais sdo regulamentados com muito rigor pelos cédigos de obras, Conquanto uma falha ocasional possa ocorrer durante a construcao, falhas durante a ocupacdo s8o muito raras em condigées normais. Contudo, pode ocorrer um projeto estrutural inadequado e isso é compensado pelo uso de fatores de seguranca nos cédigos de obtas {num certo sentido, um sobreprojeto obrigatorio) Mesmo assim, podem ocorrer falhas. Por alguns anos na Inglaterra foi usado um alto teor de aluminio no conereto armado: isso eventualmente atacava deteriorava 0 reforco de aco, causando falha estrutural. Esse concreto pode ser encontrado em milhares de edificios na Inglaterra e, embora alguns tenham cafdo, no se sabe realmente se todos esto em perigo. Acabamentos Internos. Os acabamentos internos incluem 0s acabamentos de piso, tetos ¢ paredes internos. A avaliacdo desses acabamentos & importante, mais por causa do contato enitre essas superficies e os usudrios do que por causa de consideracdes de cédigo. O assoaiho deve ter grande resisténcia a indentago, arranhdo e uso, bem como resiliéncia para 0 bom conforto do usuario, Outros atributos necessérios do assoalho e, numa medida ‘menor, das paredes edo teto, incluem a capacidade de serem limpos, resistentes a manchas, antiderrapantes, resistentes 2 queima por cigarro, abrasdo, adesao, fixagdo de cor, auséncia de descarga estética, delaminacdo, absorcdo de agua, resistentes a arranho, quebradico, resiliéncia e resistentes ao impacto, As vezes durante a avaliacdo surgem condicSes que no tinham sido previstas. Um estudo que inclufa a avaliacdo da parede de uma escola primaria encontrou uma linha de sujeira cerca de 2 pés (60 cm) ‘acima do assoalho sobre uma parede toda branca. Em outra ala da mesma escola o mesmo fendmeno ocorria, mas algumas polegadas acima. Alunos de iferentes idades ocupavam essas duas alas e, enquanto caminhavam, passavam as mos na parede. Barras pintadas com cores brithantes nas alturas apropriadas foram recomendadas para aliviar @ condigao.” ‘A maioria dos testes nessa area ¢ feita por pequenas observag6es das condic&es existentes. Se possivel, amostras de materiais originais ndo usados so comparados com os que esto instalados. O cconceito por trés desta e de algumas outras éreas de fatores técnicos é de que o ambiente construdo jé foi totalmente testado. Por exemplo, os assoalhos foram testados pelos ocupantes durante anos sendo manchados, arranhados, friccionados e de todo modo usados; s6 temos que examinar os resultados deste teste, Esse método mais preciso do que os testes de 401 simulago em laboratério, embora leve um tempo maior. Huminagao. A avaliacdo da iluminacao em edificios deve ir bem além da medi¢do da quantidade e deve incluir medidas de ofuscamento direto e refletido, Hoje apenas padres minimos e quantitativos de iluminaedo so requeridos pelos cédigos de obras. Os padres quantitativos de iluminagao tém crescido hé anos; escritérios com bem mais de 100 footcandles de iluminaco ndo séo raros. Recentemente, contudo, por causa da preocupagdo com a energia, esses altos niveis tém sido seriamente questionados. Séo caros, em termos de energia, ¢ talvez sejam apenas marginalmente produtivos em termos de acuidade visual adicional. Fatores qualitativos tém-se provado tdo importantes quanto a Quantidade de iluminacao para prover conforto visual, e esté havendo uma mudanga para a iluminacdo de tarefa especifica, minimizando a iluminaco geral. A quantidade e a qualidade da iluminacao existente podem ser avaliadas com preciso por meio de instrumentos. Embora os critérios existam, eles também esto submetidos a mais estudo diante da crise energética e novas pesquisas no campo. Muitos edificios novos ndo fazem mais do que atender aos, Isolumens e distribuigso da luz critérios quantitativos recomendados. As medic&es quantitativas (em footcandles) ainda so feitas, mas so apenas um aspecto de uma avalia¢do que agora inclui fontes de ofuscamento direto (inclusive janelas), ofuscamento refletido e taxas de contraste. Acistica. Geralmente o assunto acustica nao é nem mencionado nos cédigos de obras, embora seja uma parte importante do projeto do edificio. 0 controle do som inclui regular os niveis de som de fundo e do ambiente, a transmisséo e absorgo do som entre éreas (para assegurar privacidade) qualquer reverberacdo de som, ou “eco”, que afete aclareza e a altura. A transmissdo do som das méquinas de construcéo, como motores, ventiladores, bombas e iluminacao, deve também ser considerada. Os problemas acuisticos so comuns e nenhum tipo parece predominar. Uma tendéncia de longo prazo por métodos de construco mais leves e 0 aumento do uso de grandes espacos abertos em escritérios ¢ escolas podem exacerbar alguns problemas de acustica, (Os métodos de ensaio e as solucdes so bem conhecidos e podem ser aplicados a comodos tradicionais. Para espacos amplos e fora do comum ha poucos precedentes e normas reconhecides. Avaliagdes de campo do rufdo de fundo, rufdo de equipamentos, transmissio de som e atenuacao podem ser feitas com um medidor de nivel de som e procedimentos existentes de provas no campo. Condic&es mais complexas, como reverberacdo, vibracdo vinda da estrutura, plantas abertas e acistica de audit6rios requerem consultoria profissional. Os clientes devem ser alertados da necessidade de um bom projeto actstico, em vista da freqdéncia e da persisténcia de deficiéncias nessa érea. Aquecimento, Ventilagdo e Condicionamento de Ar. Conquanto exista um grande nimero de fontes aquecedoras e resfriadoras, de meios de transporte € de aparethos terminais, seu objetivo comum 6 prover conforto térmico. Isso requer temperatura e umidade préprias, movimento do ar e efeitos radiativos. Os padres tipicos nessa drea so muito altos, de modo que os padrdes mais baixos trazidos pela atencdo com © uso da energia ainda esto dentro da faixa da aceitabilidade., De fato, taxas de ventilacéo mesmo mais baixas que as normas do cédigo no tém sido percebidas pelos usuarios de prédios indicando a existéncia de sobreprojeto nessa area. A avaliagdo se baseou nos resultados obtidos por instrumentos; existem bons critérios, contudo, e, como foi dito antes, as praticas existentes vdo além dessas normas em muitas situacdes. Mp, CALLS: Mi VIGA “a LAMINADA, iy BLOLO > BLOceS DE 6'-—— Auido pelo a AVALIAGAO FUNCIONAL 05 fatores funcionais so aqueles aspectos do edificio que diretamente apiam as atividades dos usuérios e 0 desempenho organizacional., Assoalhos, tetos € acuistica, por exemplo, ndo apéiam diretamente as atividades do usuario; eles constituem o ambiente de fundo. Entretanto, depésitos e a situagio de reas adjacentes para melhorar 0 fluxo do trabalho apoiam diretamente as atividades do usuério e o desempenho organizacional. As consideracdes funcionais so integrantes do sucesso global do edificio. Decisoes insatistatérias de projeto podem inibir funcBes & resultar em perda financeira ou ineficiéncia séria. Uma falha aqui, diferentemente da falha de fatores, técnicos, pode ser sutil ou produzir adaptacdes desvantajosas, 0 arquiteto, ao lidar com a funcdo, se preocups com interligago de reas e atividades dentro do edif{cio; acessos para usuarios; a provisdo de servicos, tais como 0 dos fornecedores; e a ajustagem dimensional correta do ambiente para grupos espectficos de usuarios. Além disso, edificios especificos requerem uma énfase de necessidades especiais, tais como seguranca, superviséo, flexibilidade, movimentac3o de materiais ¢ filas. Muitos tipos de edificios tém instrucdes para projeto ‘que enfatizam os fatores funcionais. Contudo, pouces so baseados em pesquisa e avaliacdo adequadas. Muitos séo por demais gerais para serem de uso suficiente em projetos arquitetdnicos, Algumas excecdes existem. Muitas companhias de supermercado, por.exemplo, tém livros de regras de projeto baseados em extensas avaliacdes de suas instalacBes, como também algumas lojas de alimentos rapidos ‘Antecedentes, provas oficiais, medidas e critérios no so tao prevalentes no mundo funcional. ‘Algumas medidas, como ajustagem dimensional, sé0 absolutamente diretas e tém critérios adequados; outras, como flexibilidade, nao tiveram o beneficio de bastante pesquisa ‘A faixa de técnicas de medicao varia muito. Aqui, comecamos a empregar a observacao direta das atividades do usuario. Para medir fluxo de trabalho e movimentos do ocupante, observam-se 05 usuarios do edificio durante algum tempo, registram-se suas atividades e analisam-se 0s dados para ver se ha ineficiéncias. Também sdo usadas medidas que ndo perturbem, ou senhas indiretas para as atividades dos Usuérios. A rede informal de caminhos abertos nos gramados dos campus universitérios pode ser um indicador silencioso de uma necessidade nfo-atendida de rotas de circulacdo. Dados registrados também so usados para medir fatores funcionais, Os registros de renovagdo de hospitais, por exemplo, podem ajudar ¢ determinar a necessidade de flexibilidade em futuros projetos hospitalares. Grupos de LocalizagSo. 0 fluxo de trabalho & um dos pontos importantes no funcionamento de qualquer instalacdo, Esse é 0 conceito para agrupar ou separar dreas no edificio a fim de influir na AVENIDA Do OESTE comunicaedo e no movimento de pessoas e de trabalho. As decisdes do arquiteto projetista podem afetar seriamente a entrega de bens ou servicos por uma organizacao. As turmas de salas de aula, por exemplo, préximas da biblioteca em muitas escolas primarias tendem a usar aquela instalacdo mais freqientemente que outras turmas, Do mesmo modo, espacos abertos de escritbrios usam a proximidade como ums técnica na arruma¢o das mesas em escritérios abertos, baseada no fluxo do trabalho e na necessidade de comunicacao. Um estudo profundo desses padres torna-se necessério antes que se possa desenvolver tal plano. Circulagdo. Assim como grupos funcionais, a circulagao é um fator importante no projeto do edificio, é um fator-chave na func&o do edificio. 0 projeto da circulacdo pode influenciar a utilizacdo de varias partes de um edificio, bem como a aglomera¢ao, 4 seguranca, a orientacdo e 0s custos operacionais. Uma circulagdo ineficiente de pessoal em hospitais, por exemplo, produz custos muito altos que poderiam ser reduzidos pelo projeto, Um estudo rigoroso da circulagao de um hospital, que construiu 118s configuracdes da planta para uma experiéncia, ‘mostrou que uma planta radial levava a menor ‘quantidade de circulagdo desnecesséria e melhor Circulacko de pedestres no interior. cuidado dos pacientes.* Nos supermercados, maximizar a circulago ou o fluxo de trabalho é ‘extremamente importante para gerar vendas adicionais. Inevitavelmente, os produtos de laticinios, vos e pies so colocados na parte mais remota do mercado, aumentando assim a quantidade de circulagao e expondo os frequeses a0 maior nimero possivel de artigos. A circulacdo eficiente é também, critica para os donos de edificios para conseguirem 0 méximo de area itil. Os padrdes industriais que pedem 85% do espaco alugavel em edificios de escritérios ou 90% de rendimento em edificios de apartamentos sao amplamente aceitos. Esses tipos de avaliagdes, tanto formais quanto intuitivos, tém produzido excelentes informacées para os arquitetos, mas s80 poucos os exemplos em contextos de edificios altamente estruturados. Precisa-se de mais avaliagdo em situagdes menos estruturadas com mais escolha de decisao. Muitos edificios maiores, por exemplo, tém entradas pela frente e pelos fundos, com a entrada dos fundos tendo menos importancia visual e menor numero de portas. Entretanto, em muitos casos, a porta de tras 6 tdo usada, ou mais, que a da frente. Charlesview Housing, um estudo de Zeisel e Griffin, documenta © fato de que os caminhos de circula¢o em muitos casos podem no ser congruentes com a inten¢o do arquiteto ce caminhos e espacos.” Fatores Humanos. 0 estudo de fatores humanos 6 uma disciplina relacionada com o desenvolvimento de normas e projetos que combinem as dimensées, as configuracBes e os materiais do ambiente com os usuérios. A maioria das avaliacdes dos fatores humanos se dé na érea de projetos de equipamentos, ‘mas algum trabalho importante est sendo desenvolvido em arquitetura. O trabalho rigoroso de Kiras sobre os banheiros é um exemplo cléssico.’” Mostra que os equipamentos tradicionais de banheiros sfo mal desenhados sob varios pontos de vista; novos Projetos, livres dos antecedentes, so apresentados. Embora a maioria dos usuarios de edificios Possa adaptar-se & dimensio e configurages que talvez no se conformem com critérios corretos de fatores humanos, hé usos e usuérios para quem essas tolerncias menores so criticas. Um estudo de avaliago de instalagdes para tratamento de cardfacos fez muitas recomendagées para melhorar o rendimento ¢ 0 desempenho durante procedimentos de emergéncias, quando o tempo e a preciso so 5." Igual mente a avaliacdo dos edificios para deficientes revela muitas deficiéncias desnecessarias; baseado nessas avaliages, a maioria dos codigos de obras exige agora que o projeto se acomode aos usudrios deficientes, Armazenamento. O depésito é importante para ‘quase todas as atividades de um edificio, nas ndo tém sido objeto de muita avaliacdo. Os estudos que tm inclufdo esse fator geralmente constataram que os recursos de armazenamento eram deficientes; geralmente o problema é insuficiente capacidade, ‘mas outras dificuldades incluem localizaco, alocacSo, e configuraedo. O armazenamento pode geralmente ser avaliado por meio de técnicas que no perturbem, Porque hé sinais de desempenho adequados nessa rea, Um estudo de escolas mostrou que alguns professores trazem suas préprias cmodas para 2 escola ou improvisam espago de depésito com ‘materiais existentes.'® As vezes 0 depésito despejava se para 0s corredores. Guarda-roupas foram usados para material escolar; e quase qualquer superficie horizontal estava carregada de diversos itens. Numa escola com amplos depésitos de material escolar, havia capacidade adequada para aquele uso. Entretanto, precisou-se de mais depésito para materiais do professor. Pode-se também categorizar 08 depésitos pelos tamanho dos objetos reunidos e pela freqiiéncia de seu uso. Tanto no estudo das escolas como no estudo habitacional de St. Francis Square, foram constatadas necessidades especificas do satisfei Depésito improvisado, Flexibilidade e Mudanga. A flexibilidade é uma considerago de importancia crescente no projeto arquitetonico. As mudancas previstas e potenci da fungdo, filosofia, tamanho ou érea devem todas ser acomodadas. As duas dltimas décadas viram significativas mudangas na estrutura organizacional © nos processos, e na atitude quanto 20 uso e reutilizaco de edificios mais velhos. Plantas abertas para escolas, por exemplo, e escritérios tornaram-se ‘comuns;os edificios mais antigos e compartimentados no podem acomodar os largos espagos requeridos. Mais recentemente houve uma tendéncia a subdividir 4s escolas abertas. Obviamente, a filosofia educacional muda mais depressa do que os edificios, que ‘comumente duram quarenta ou oitenta anos ou mais. projeto de hospitais e de laboratérios tém respondido & flexibilidade. Um estudo de avaliaco de hospitais mostrou que andares intersticiais de servigos entre os andares de atividades normais so menos caros para departamentos especializados, ‘como 0s de radiologia, por causa do grande potencial de necessidade de mudancas na infra-estrutura de servicos.’* Estudos como esse também apontam, contudo, que hé muitas funcdes que ndo deveriam ter um alto grau de flexibilidade. ‘A informacdo sobre fatores funcionais 6 primitiva, comparada com o que se sabe a respeito de fatores técnicos. Apenas certos usos préprios, como supermercados e hotéis, tiveram rigorosos continuos estudos. Outros tipos de edificios, como habitago para idosos e para fam{lias, instalagdes para deficientes e retardados, jardins de infancia, 405 BEecARIO CiRUREIA, RAIOS ~ Lasoraréei0 OBRAS MEeNORES —-—-— escolas primétias e playgrounds, estéo agora sendo formal e compreensivelmente avaliados. Enquanto 08 fatores funcionais s80 mais diretamente relacionados com os objetivos organizacionais, a avaliacio de fatores comportamentais tem uma estrutura conceitual focalizada mais sobre as respostas dos usuétios. AVALIACAO COMPORTAMENTAL Os fatores comportamentais enfatizam mais 0 relacignamento entre o comportamento e 0 meio ambiente fisico. Alguns dos pontos explorados nessa Grea so: Estd 0 edificio sendo usado como pretendido no projeto original? Como so os usudrios afetados pelo tamanho das instalacSes? Que é que a imagem do edificio implica para os usuarios ¢ a comunidade? Como a proximidade das dreas do edificio afeta a freqiiéncia de seus usos? A configurac3o dos quartos e materiais afeta o comportamento do usuério? Como outros fatores se combinam com o ambiente fisico para afetar 0 usuario? Pesquisas e avaliagSes indicam que o ambiente fisico pode afetar profundamente o comportamento, Esses esforcos de pesquisa estao crescendo rapidamente em universidades e no governo, mas as aplicacées sdo raras na pratica da arquitetura. Embora as decisdes tomadas pelos arquitetos afetem grandemente os usudrios e 0 sucesso ou fracasso econdmico do edificio, 0 arquiteto usa infreqientemente os dados do projeto comportamental. Quais as razSes para lapso? 406 Exemplos de mudancas em instalagdes hospitalares. Estamos realmente falando de um problema da profissio de arquiteto como um todo, e no de um determinado arquiteto que, néo obstante suas inteng&es e ideais, tem recursos limitados. A profisso no tem agora uma predisposicdo acerca de pesquisa, em recursos apropriados, nem pessoal suficiente envolvido nesses trabalhos. So comecaram recentemente algumas mudangas que podem corrigit esse estado de coisas, mas, mesmo com essas ‘mudangas, passard algum tempo antes que essas idéias ganhem suficiente penetraeo na profisséo. Um problema tem sido a pequena quantidade de informagao nessa érea aplicavel ao projeto. O cléssico estudo de 1948 de Festinger e outros que ligaram 0 projeto fisico aos relacionamentos sociais na habitaco ficou como um exemplo singular no campo até o fim dos anos 60.'° Esse importante trabalho ndo teve massa critica bastante para tirar a profisséo de arquiteto de sua base. Assim os problemas foram dois: a falta de pesquisa avaliativa compreensivel pelo arquiteto e aplicavel a seus projetos, e uma atitude da profissio que nao leva a pesquisa, ‘A primeira tendéncia de incluir a informacao ‘comportamental no projeto pode ser atribuida a Community and Privacy de Alexander e Chermayeft e muito do trabalho subseqiente de Alexander. Community and Privacy incluiu extensa lista de necessidades, requisitos e padres dos usuérios que ajudaram a preparar a estrutura para estudos de avaliago posteriores. Nos anos 70 tais estudos das necessidades dos usudrios eram elementos comuns de programacao na prética arquiteténica. Estudos “avaliativos"’ de fatores comportamentais comegaram a emergir no fim dos anos 60: Dorms at Berkeley de Sim Van Der Ryne Murray Silverstein, Personal Space de Robert Sommer ¢ Big School, Small Schoo! de Roger Barker e Paul Gump foram influentes.'® Na Inglaterra @ Unidade de Pesquisa Pilmington, da Universidade de Liverpool, ¢ a Unidade de Desempenho de Edificios, da Universidade de Strathclyde, Escécia, fizeram avaliages compreensivas de edifcios, que depois foram publicadas. John Zeisel da U. Columbia e Clare Cooper da U, California em Berkeley também participaram dos trabalhos essenciais.'” Agéncias do governo, como o National Bureau of Standards, sob John Eberhard, 0 Instituto Nacional de Saude Mental fe, na Inglaterra, 0 Ministério da Habitagdo e do Interior também financiaram significetivas pesquisas e publicacdes. Finalmente a Environmental Design Research Association (EDRA) foi formada em 1969 dando um reconhecimento mais formal ao campo € um “lar’” para muitos pesquisadores de arquitetura e abrindo um forum necessério para comunicacdes. Form Follows Fiasco (1970) e The Master Builders (1962), ambos de Peter Black (um importante arquiteto e escritor), juntos, representam um barometro de quanto mudaram as atitudes em arquitetura® With Men in Mind, de Constance Perin, Failure of Modern Architecture de Brent Brolin € Crisis in Architecture do Instituto Real dos Arquitetos Ingleses, escrito por Malcolm McEwan, todos reforgam ainda mais a necessidade de rever as prioridades na profisséo e, especialmente, a necessidade de avaliacdo do editicio eo uso de dados comportamentais no projeto do edificio.’” Um outro forte indicador institucional de uma mudanca de atitude para com a avaliacdo do ediicio é uma série ddesses estudos de caso comecada em 1977 no ‘American Institute of Architects Journal.” Essa foi ‘a primeira extensio do AIA nessa érea. A medida que aumenta 0 niimero de tais estudos e a prova dos beneficios tang(veis cresce, maior aplicacdo da arquitetura pode fazer da avaliaco um aspecto t80 comum dos servicos profissionais como hoje & programar. © Contexto dos Fatores Comportamentais Enquanto 0s fatores técnico e funcional produzem resultados que so freqiientemente correlagdes diretas de causa € efeito, ndo esto envolvidos com valores e filosofias, e se relacionam com objetivos e requisitos bem conhecidos, as avaliag&es comportamentais so mais ténues e fugidias em todas essas dreas. E dif/cil estabelecer e medir a correlago entre o ambiente fisico e comportamento resultante do usudrio naquele ambiente. Em muitas situacées outras variveis ndo-fisicas do ambiente podem ser mais importantes para o comportamento, {As teorias de Herzberg sobre os motivadores no ambiente de trabalho colocam o ambiente fisico baixo na lista dos motivadores “neutros’*."! Em. qualquer ambiente, as regras organizacionais, @ lideranga, a compensaco, as tarefas, o clima e outros fatores podem, todos, afetar 0 comportemento mais do que 0 ambiente fisico. ‘As correlagSes entre o ambiente eo comportamento sao também dificeis de estabelecer porque podem ser voluntérias. O ambiente em que © comportamento seja principalmente de procedimento e seqiiencial, como os portées de embarque dos aeroportos, déo respostas que sdo principalmente automaticas, embora haja uns poucos componentes de vontade. O comportamento volitivo predomina, contudo, se houver livre escolha. O comportamento ndo serd automatico, ou mesmo consistente; de fato, alguns ambientes podem produzir respostas infreaiientes, mas importantes, tornando as correlacdes ainda mais dificeis de detectar. Uma complicacdo final é 0 efeito reduzide dos estimulos ambientais sobre 0 comportamento através ~ do habito, Um parque de diversées pode ser absolutamente intrigante na primeira ou mesmo na segunda visita, mas 0 contato constante teré um efeito de saciedade. Nosso ambiente tipico é freqientemente menos estimulante que um parque de diversdes, e 0 efeito de saciedade pode vir muito mais rapido. O ambiente fisico, a mais persistente de todas as influéncias em termos de mudanca, precisa entdo ter um efeito sobre os atributos mais bésicos e duradouros. Objetos de Avaliagio A avaliacdo dos relacionamentos entre o ambiente f{sico e 0 comportamento requer a coleta e anélise de informag6es sobre que atividades ocorrem no ambiente, quem participa delas, as areas em que ‘ocorrem, a circulaedo e © equipamento usado naquele ambiente, Os métodos empregados para medir 0s fatores comportamentais normalmente consistem na observaco direta do comportamento, em entrevistas e questionérios. Medidas ndo-perturbadoras so também usadas aqui, especialmente para examinar as adaptaces que os usudrios fazem no ambiente, Uso do Edificio. A avaliacdo do uso do edificio emprega um método similar ao desenvolvido por Barker e Gump como cenérios de comportamento.”* Coletando e analisando cuidadosamente dados sobre as atividades, Barker e Gump puderam mostrar a 407 Uso: corredor como sala de aula, signiicativa influéneia do tamanho de uma organizacdo sobre o comportamento. Estudantes de Pequenos e grandes gindsios foram encontrados em quase todas as culturas diferentes, Um estudo mai orientado para a arquitetura, usando esta metodologia, foi 0 estudo Buildings in Use que examinou quatro escolas primérias.* Os resultados indicaram que varias areas dessas escolas tiveram diferentes ‘qufntidades de uso, tenham elas sido projetadas para es8e USO Ou ndo. Os corredores, por exemplo, contiveram uma grande quantidade de atividades do tipo sala-de-aula, Muitos outros estudos mostraram a mesma sindrome. Espacos que se destinavam a atividades no estavam sendo usados, enquanto ‘outros espacos relegados a servicos tinham uma surpreendente quantidade de uso, especialmente considerando a falta de amenidades ou equipamentos. Zeisel e Griffin em Charlesview Housing encontraram patios, localizados centralmente, n8o-utilizados, como estavam as salas dos estudantes em dormitorios de Berkeley.** Por outro lado, o St. Francis Square Study, de Cooper, achou os patios muito bem usados esse projeto habitacional. * O projeto dos edificios em uso, mencionado acima, também estudava uma area interna no distribuida em uma escola — o forum — que tinha um bocado de uso. Finalmente Willems, num estudo de hospital de reabilitaedo, relatou que alguns dos mais significativos comportamentos de pacientes (comportamento independente, considerado muito significativo para permitir que os pacientes se tornem produtivos no mundo exterior) realizaram-se nos corredores e no em salas de terapia.”* Como esses estudos indicam, hé muito trabalho a ser feito examinando mesmo esse mais bésico fendmeno comportamental Proximidade e Territorio. Dois fatores cruciais para determinar a utilizaco de areas dentro do edif{cio sdo 0s atributos de proximidade e territorialidade — aqui combinados porque a proximidade tantas vezes implica uma influéncia territorial. O forte efeito inerente de proximidade e territério € bem conhecido dos pais. Se vocé vive num bom bairro, seus filhos se encontrardo com outras boas criancas e fardo amizades. Entre para o clube correto e vocé vai encontrar-se com as pessoas corretas. O estudo cléssico de Festinger indicou o poder da proximidade em formar padres de amizade.?” Um estudo de Lee, também em escala urbana, demonstrou que as pessoas que vivern mais perto de instalac&es comunitérias tendem a usé-las mais.” As decisdes que se referem & proximidade e territorialidade s4o um interesse arquitetonico comportamental sempre presente. Nas escolas esse interesse pode envolver o necessério relacionamento entre uma area de ensino e um centro de recursos de instruco; num hospital, pode envolver a sala das enfermeiras e os pacientes; em ambiente de mercado, dita a maxima exposico dos bens. A importéncia desses fatores 6 apresentada por Oscar Newman em Defensible Space.”° Newman descobriu que nos projetos habitacionais de casas baixas em que os habitantes podem fiscalizar as dress publicas externas, @ a forma das casas define ossas areas, havia menores taxas de criminalidade. De fato, 0s moradores desses tipos de habitacdes sentiam que aquelas reas eram parte do territorio das casas e ndo num espago inteiramente publico. Pensar-se-ia que os agressores potenciais também pensavam assim, Privacidade e Interagdo. A privacidade e a interagdo entre os usuérios podem ser conceitos-chave para melhorar a produtividade e o moral em situagdes de escrit6rio, para satisfacdo em muitas situacdes de habitacdo e para o sucesso de escolas de planta aberts Até recentemente os padrdes de projeto de prisdes permitia celas de maltiplos ocupantes, resultando em sérios problemas de privacidade fisica. Os padres de dormitérios inclufam quartos compartilhados, e os estudantes tinham que fazer enormes esforcos para proteger sua privacidade nessas situagdes. Do mesmo ‘modo, as escolas abertas ndo tém sempre éreas com poucas distrag6es audio e visuais, para permitir 0 ‘COMPARTILHADO: ViciLhuaA soave AS ENTRADAS DO TERRITORIO 20HS sermipanrOOe- Proximidade e espa¢o defensével. estudo concentrado ou atividades especiais, Freqientemente, a falta de privacidade nos ambientes de escrit6rio aberto é citada como a maior causa isolada de insatisfagi A interacdo entre os usuarios é também fortemente influenciada pela proximidade nos grupamentos de casas unitérias e nos ambientes de escritério. A interacdo também pode surgir em espacos de uso especialmente alto, Os banheiros agrupados nos dormitorios so fortes reas sociépetas; eles congregam as pessoas, independente de sua localizagao. Outros exemplos incluem lavanderies, ‘salas de café e mesmo salas de estar de dormitérios se corretamente projetadas, Casa, como construfde por Le Corbusier, Imagem, O /mage of the City, de Lynch, deu impeto bésico para o desenvolvimento dessa area de avaliac&o comportamental.* A percepcao das pessoas sobre 0 ambiente fisico foi constatado ser o principal determinante do uso que se fazia dele e da satisfac: dai advinda, !ss0 foi especialmente bem determinado em habitacdes — 0 tipo de edificio mais proximamente relacionado com a vida de uma pessoa Um exemplo pungente 0 estudo de Boudon das habitagdes de Le Corbusier em Pessac, Franca, construfdas em 1926 no Estilo Internacional ¢ profundamente modificadas pelos proprietérios para se conformar com habitagdes tipicas™* Mais de metade das janelas tipo fita foram modificadas para janelas de proporcdes tipicas, e profundas modificagdes foram feitas & planta aberta de seus interiores. Muita decoracdo foi acrescentada a0 exterior das casas, Cooper e Becker, em dois estudos separados de projetos de habitacdes multifamiliares, encontraram idéias semelhantes expressas pelos residentes em termos de imagem.*? Manutencd ajardinamento e escala de construc (casas altas ou casas baixas) foram as mais fortes influéncias sobre a imagem que os residentes tinham das casas, Variag&es rna cor e na altura dos ediffcios também eram fortes determinantes. Especialmente interessante foi o fato de que certos atributos, valorizados pelos arquitetos — tais como diferencas em corrimlos e na cor do teto, até mesmo fachadas em varios planos — raramente eram notadas, Estudos de imagens como esses so relativamente poucos, mas esto ganhando maior atengo por causa dos sinais poderosos que apresentam ao publico e aos usuarios dos edificios. Os arquitetos, para quem 0s Gnicos dados para o projeto ‘A mesma casa depois de remodeled: externo de um edificio consistem das variéveis formais e estilisticas, deveriam achar os estudos de imagem um instrumento significativo para criar edificios baseados em dados mais humanisticos e racionais. Os arquitetos podem influenciar uma certa Quantidade de comportamento mediante o projeto fisico; € obvio pelos resultados de estudos recentes e or observacbes pessoais, que essa influéncia pode ser significativa, Muito do sucesso ou fracasso de muitos edificios depende do uso das dreas internas, das acomodagées para privacidade e para interaco social, © a provisdo de uma imagem de projeto que se ajuste a0 usudrio Diregdes Futuras A avaliacdo formal e compreensiva do edificio deveria ser uma parte rotineira da profissdo de arquiteto por cause de seu potencial de produzir um melhor ambiente. Como outras inovagées, entretanto, tem ue se tornar comercializével antes que seja aceitével Isso augura bem para a avaliaco nos proximos dez anos, porque as circunstancias profissionais tornaréo mandatério esse tipo de direco. A programacao arquiteténica, inicialmente feita como uma atividade exética por organizacdes de pesquisas e uns poucos arquitetos, agora ¢ um servico tradicional em muitas firmas. A pesquia e avaliacdo do edificio esté ainda em seus primeiros estagios. Clientes e usuarios, tendo que conviver com muitos problemas do edificio, esto percebendo que a avaliacdo dos edificios existentes tem reais vantagens, tanto nas remodelagSes como nas obras novas. A avaliaco, muitas vezes feita a relativamente baixos custos, pode produzir significativas economias para os clientes e usuérios, O prémio da avaliagdo no se limita a rea técnica, como economia nos custos de reparo ¢ resposicdo, mas também inclui a érea funcional, onde ineficiéncias de planejamento, comunicacdo e producdo podem custar tempo, dinheiro e esforco adicional, Mesmo na 4rea comportamental, os resultados da pesquisa tam demonstrado a correlagtio do projeto fisico com a sequranca, a privacidade, a sociabilidade e a utilizacio dos espacos. A avaliacdo de ediffcios, como a programagio, tornar-se-4 uma parte s6lida da pratica de arquitetura, A incluso de avaliaedo nos currfculos de arquitetura, a expanso das atividades de programacao nos escritorios de arquitetura, a nova conscientizagao dos proprietérios e usuarios de edificios e a exigéncia critica de edificios de melhor rendimento energético, tudo junto ajudaré a coneretizar a mudanga, —. ———— NOTAS * Peter Manning, ed., Office Design: A Study of Environment (Liverpool: Department of Building Science, Liverpool University, 1965); T. Markus, P, Whuman, et al, Building Performance (New York: Halstead Press, 1972), ? Harvey Rabinowitz, Buildings in Use Study, Vol. 1 Field Test Manual; Buildings in Use Study, Vol. 2 Technical Factors: Buildings in Use Study, Vol.3 Functional Factors (Milwaukee: Department of Architecture, University of Wisconsin, Milwaukee, 1976) ° Clare Cooper. 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Veja-se também réplicas nos numeros de 17.11,71,08.12.71 e 02.02.72, S American Institute of Architects Journal (Washington, D.C.: American Institute of Architects). ® Scott Geottrey, Building Disasters and Failures (Hornby Enaland: Construction Press, Ltd., 1976). 410 7 Rabinowitz, Buildings in Use, vol, 2 Technical Factors * David Trites, Franklin Galbraith, Jr., et al., “influence of Nursing - Unit Design on the Activites and ‘Subjective Feelings of Nursing Personel,” Environment and Behavior, 2:3 (dezembro de 1970). ° John Zeitel and Mary Griffin, Charlesview Housing, ‘2 Diagnostic Evaluation (Cambridge, Mass,: Architecture Research Office, Graduate School of Design, Harvard University, 1976). ° Alexander Kira, The Bathroom (New York: Viking Pross, 1976). "Colin Clipson and J. Weherer, Planning for Cardiac Care (Ann Arbor, Mich.: School of Public Health, University of Michigan, 1973). *? Rabinowitz, Buildings in Use, vol. 3 Functional Factors. 5 Clare Cooper, Resident Attitudes Towards the Environment at St. Francis Square, San Francisco: A ‘Summary of Initial Findings (Berkeley, Calf.: Center of Planning and Development Research, University of California, Berkeley, 1970). Herbert McLaughlin, John Kibre, ¢ Rephse! Mort, “Patterns of Physical Change in Six Existing Hospital,’ in Environmental Design: Research and Practice, W. Mitchell, ed. (Los Angeles: EDRA Conference, 1972), 5 L. Festinger etal, Social Pressures in Informal Groups (New York: Harper & Row, 1950), "6 Sim Van Der Ryn @ Murray Silverstein, Dorms at Berkeley (Berkeley, Calit.: Center for Planning and Development Research, University of California, 1967); Robert Sommer, Personal Space (Englewood Cliffs, N.d Prentice-Hall, 1969); Roger Barker and Paul Gump, Big ‘Schoo! (Stanford, Calit.: Stanford University Press, 1974) 7 Brent Brolin e John Zeisel, “Social Research and Design: Applications to Mass Housing,” in Emerging Methods ‘in Environmental Design and Planning, Gary Moore, ed, (Cambridge, Mass.: M.I.T. Press, 1970); Cooper, Resident Attitudes, 18 Petr Blake, Form Follows Fiasco: Why Modern Architectute Hasn’t Worked (Boston: Little, Brown, 1977), ** Constance Perin, With Man in Mind (Cambridge, ‘Mass. M.L.T. Pross, 1970); Brent C. Brolin, The Failure of ‘Modern Architecture (New York: Van Nostrand Reinhold, 1876); Malcolm Macewen, Crisis in Architecture (London: RIBA Publications, 1974), ® American Institute of Architects Journal (Um artigo Sobre avaliagdo aparece agora cada més). * Frederick Herzberg, Work and the Nature of Men (Cleveland: World Publishing Co., 1966). LEITURA ADICIONAL Alexander, C., e Chermayeff, S. Community and Privacy. New York: Doubleday, 1963, Barker, R., e Gump, P. Big School, Small School, Stan-Mass.:M.,T, Press, 1972 Boudon, Phillippe. Lived-in Architecture. Cambridge, Mass.: M.I.T. Press, 1972 in, Brent. The FAilure of Modern Architecture, New York: Van Nostrand Reinhold, 1976, Clipson, C., e Wehrer, J. Planning for Cardiac Care. Ann Arbor, Mich.: The Health Administration Press, ‘School of Public Health, University of Michigan, 1973, *? Barker and Gump, Big School, Small School. * Rebinowitz, Buildings in Use, vol. 3 Functionel Factors, 2 Zeisel e Griffin, Charlesview Housing: Van Der Ryn and Silverstein, Dorms at Berkeley. *S Cooper, Resident Attitudes. 26 Edwin P. Williams, “Place and Motivation: Independence and Complexity in Patient Behavior.” in Environmental Design, Research and Practice, W. Mitchell, 2. (Los Angeles, University of California, Los Angeles, nce, 1972) *7 Festinger et a., Social Pressures, ** Terence Lee, “Urban Neighborhood as a Socio - Spatial Schema,” in Environmental Psychology, H. Proshansky, W. Ittleson, and L. Rivlin, eds. (New York Holt, Rinehart and Winston, 1970), * Newman, Defensible Space. * Kevin Lynch, The Image of the City. (Cambridge, Mass.: M.LT. Press, 1960), *! Phillippe Boudon, Lived - in Architecture. (Cambridge, Mass.:M..T, Press, 19721, * Cooper, Residential Attitudes; Franklin C, Becker, Design for Living (Ithaca, N.Y.: Center for Urban Development Research, Cornell University, 1974) Cooper, Clare. Easter Hill Village: Some Social Aspects of Design. New York: The Free Press, 1975, Markus, T.: Whyman, P.; et al. Building Performance. New York: Halstead Press, 1972, Newman, Oscar. Defensible Space. New York: Collier Books, 1973, Perin, Constance, With Man in Mind. Cambridge, Mass.: MILT. Press, 1970, Scott, Geoffrey. Building Disasters and Failures. Hornby, England: Construction Press, Ltd., 1976, at

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