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© 2017 Editora Unesp Fundagdo Editora da Unesp (FEU) Praca da Sé, 108 0101-900 - Séo Paulo ~ SP Tol.: (Oxx1 1) 3242-7171 Fox: (Oxx1 1) 3242-7172 \nww.editoraunesp.com.br wwnw.livrariaunesp.com.br feu@editora.unesp.br Dados Internacionais de Catalogagao na Publicacéo (CIP) Vagner Rodolfo CRB-8/9410 — —— owe —_— $7629 Sposito, Eliseu Savério Glossério de geografia humana e econémica / organizagio Eliseu Savério Sposito. ~ So Paulo: Editora Unesp, 2017. ISBN 978-85-393-0700-5 1. Economia. 2. Geografia econémica. 3. Geografia urbana. 4, Glossério. |. Titulo. 2017-500 CDD: 330.91 CDU: 338.1 Editora afiliada: ‘Aswocagd rane de ‘iors Univers Scanné avec CamScanner Terceirizagao Marcio Rogério Silveira* Melson Fernandes Felipe Junior » (outsourcing) 6 um procedimento que pode ser rea- s privadas ¢ estatais, bem como pela administragao publica, delegandoa terceiros (Lanto pessoas fs 5 quanto juridicas) dife- rentes fungdes (Kon, 2004). Sio estabelecidas, portanto, relagées entre as empresas com objetivo de otimizar atividades e, por conseguinte, encur- taro processo circulatrio do capital. A fungio da terceirizagao, ampliada emtempos de mundializagiio do capital (Chesnais, 1996), € permitir quer, um determinado capitalista repasse algumas atividades para outro(s), capitalista(s) no intuito de re 1", HUM Menor tempo ¢ custo, a concre-\ tizagio da mercadoria (Marx, 1985) através do consumo. A terceirizagao | 6 adivisto do trabalho ampliada ¢ mobilizada para fora da fabrica sob | cuede ou capitalis aA légica ¢ a ampliagio e a reproducao do \ cxiemalin a 0 de tercei tag 0 representa, ao ere tempo, uma | Asnece fe ee que se fixae se mobiliza no territdrio para atender | lades do capital (mobilidade geografica do capital). O termo ° Atercel tiando por empre : ly Universidade F ‘ederal de Santa Cat ‘ederal de SC ~ Bra Brasil. Floriandpolis tgipe, So Crist6vilo, $1 Ao Scanné avec CamScanner rcio Rogério Silveira * Nelson Fernandes Felipe Junior terceirizagao advém da palavra terceiro (intermediario), representando uma técnica de administracdo que possui um terceiro atuando nas relacieg classicas de trabalho, ou seja, entre empregador c¢ empregado. Tais fun. gées e atividades transferidas a outras pessoas ¢ empresas podem repre. sentar etapas do processo de producao ou servigos de assisténcia, como ocorre na publicidade, na contabilidade, na limpeza, nos transportes, na manutengio, na alimentacao, na vigilancia, entre outros. A terceirizacao é um processo pelo qual determinada empresa, visando alcancar reduco de custos, assim como maior qualidade e produ- tividade, repassaa outraa funcdo de servico ou de producio de bens. Dessa maneira, a atividade deixa de ser realizada pela empresa “a” e é transfe- rida para outra empresa “b”, denominada de “terceira”. Isto 6, tem-se um processo de transferéncia de funcées e de atividades para uma empresa contratada. Tais fungdes podem incluir etapas do processo produtivo ou apenas servicos de apoio, tais como limpeza, manutengio, preparacio e distribuic¢do de alimentos para os funcionarios, telefonia, vigilancia, trans- porte de mercadorias e de trabalhadores, comercializagao etc. (Amato Neto, 1995). A terceirizacao representa uma parceria estabelecida entre diferentes pessoas juridicas, e 0 contrato firmado determina as respon- sabilidades, deveres e direitos cabiveis a cada uma das partes envolvidas. A necessidade de reestruturacdo e de mudangas levou muitas empre- sas (pequenas, médias e grandes) a adotarem a terceirizac&o como estra- tégia, visando incrementar a competitividade e a conquista de mercados. A primeira tentativa de mudanca nas grandes corporacoes consistia na reduco da hierarquia interna com o intuito de agilizar a tomada de deci- s6es, nao implicando, necessariamente, na diminuigao de funcionatios, ainda que tal fato seja comum (Kon, 2004). A prestagio de servi¢os, por sua vez, contribui para o aumento do lucro das empresas e determina novas relacGes entre diferentes instituicdes (formacao de redes corpora tivas). As inovacées organizacionais, no estilo schumpeteriano, atendem positivamente as reestruturages necessérias para a manutengao do modo de produgao capitalista, sendo que a ampliacao da terceirizacao é a ino- vacao capaz disso. Embora haja um aprimoramento tecnoldgico no ce) tro do sistema capitalista e, por conseguinte, algumas vezes ocorra um incidéncia de mudanga de hegemonia, ha um conjunto de transformagoes 420 Scanné avec CamScanner Terceirizagio pito das terceirizagdes atuando para a manutengao e para a sobre- o sistema capitalista de produco, como a possibilidade de maior jdade geografica do capital, das estratégias compctitivas, da tercia- etc. A amplitude que adquire a terceirizagao transforma as rela-| e ses de trabalho, modifica a classificagao das atividades e imprime um / ® no crescente as atividades terciarias, como a logistica de transportes, ac 9am enamento € as comunicagoes. armaze re A rerceitizagao— entendida como técnica administrativa—é resultado gem process de mudangas organizacionais na estrutura funcional das empresas e dos grupos, bem como do poder pitblico, com o escopo de des- sureratizacto, de flexibilidade, de maior produtividade, de competitivi- tude, de especiaizagdo e de modernizacao. A transferéncia de atividades ge uma empresa para terceiros, a cooperacao entre diferentes grupos e/ «jndividuos na produgao das manufaturas e a consequente modificagao nonimero das atividades desenvolvidas sempre fizeram parte, em maior ‘em menor escala, da forma de organizacao da producao. Algumas crias, mesmo nos seus primérdios, apresentavam 0 putting out sys- em, ou seja, uma estrutura que organizava a producao com base em uma nte rede de artesdos, principalmente na industria téxtil (Gomes; Nao obstante, a terceirizaco ganhou destaque nos Estados ‘os durante a Segunda Grande Guerra, ja que as indistrias bélicas r2ram exclusivamente para a produco de armamentos e, portanto, ceram 2 transferir outras funcGes e atividades as demais empresas :palmente servicos). Com 0 objetivo de manter um exército forte 2 guerra, as induistrias bélicas estadunidenses focaram-se em sua principal (a producdo strictu sensu) e, assim, deixaram as ativi uporte para outras empresas. ‘2, desde a década de 1970, varias empresas descentralizaram 0 de bens e expandiram suas relagdes contratuais e comerciais erende rede de outras empresas (em sua grande maioria de menor ticipecSo de trabalhadores externos (essas praticas geraram producdo em pequenas empresas que se tornou conhecido “ceire India). Houve, por conseguinte, uma elevacio do emprego ‘odutivas menores que prestam atividades para as grandes 421 Scanné avec CamScanner Marcio Rogério Silvira * Nelson Fernandes Felipe Junior corporagées. Fato similar também ocorreu no Japao, pois as Pequenas firmas, em decorréncia das possibilidades de mercado e da concorréncig ais foram estimuladas a investirem em novas tec. atelematica) e a se relacionarem com empresas g ou seja, as keiretsus. Estas tiltimas, diante da existente, cada vez m: nologias (énfase para induistrias de grande porte, us. Esta légica da reestruturagao interna e daacumulagao flexivel, passaram adele. gar diversas fungGes externas & producio. A partir da década de 1970, nos paises desenvolvidos e, mais recentemente, nos paises subdesenvolvidos (principalmente desde os anos de 1990), verifica-se uma maior flexibil dade dos sistemas organizacionais, com utilizagao de tecnologias ligadas 4 produgdo e a distribuigdo de bens e pessoas. A realizacao de todas as atividades pela propria empresa torna-se, em certos Casos, onerosa e ine- ficiente, repercutindo diretamente em seu desempenho no mercado e no setor em que atua. Dessa maneira, a horizontalizacao das atividades cada vez mais aparece em contraposicao & antiga verticalizagao, repercutindo em ganhos as empresas. Mas, na maioria das vezes, repercute também em perdas aos trabalhadores. Durante a Idade Moderna e, mais precisamente, a partir do Renas- cimento, tornou-se comum a participacao e a contratacao de determi- nados profissionais, artistas e intelectuais para realizarem interven¢oes pontuais e qualificadas, principalmente em atividades produtivas e em questées estratégicas do Estado. Desde os anos de 1970, muitas empre- sas, sobretudo na 4rea financeira e na rea de informatica, organizam-se sob a forma de empresas filiadas, subsididrias e até mesmo satélites, com destaque aos servicos avangados e especializados (Gomes; Vidal, 1995). © que marca mais efetivamente o atual processo de terceirizacao ¢ externalizagao das atividades, Trata-se de um novo foco, de uma nova ma- neira de se pensar sobre o processo de producio, ou seja, vé-lo nao mais como um corpo fechado, mas como uma rede interconectada e interdepe™ dente. Essa tendéncia representa a estratégia de foco e est ligada 4 cap cidade de 0 administrador em selecionar 0 que é principal na empres* consequentemente, externalizar (delegar a um terceiro) as atividades de 422 Scanné avec CamScanner cy e/ow de apoio, Como advento da economia fexive mum proceso de flexibili writen Go ede teentrntiragie interna, pectos administrativos ¢ decisdrios, nae onquiatade mer sate " -esas inicia re se nos aspectosaln er contratagio da niio de obra ¢ no aspeeto produtive, Hana neva organizagao intrafirma impoe, necessariamente, a constity arma de als ge redes interempresariais co fomento da prestagio de servig ati ciretamente associada a capacidade de desenvolvimento de una rede se serigos aUniiare, permitindo, assim, o ineremente da acta capital. Diante disso, as grandes indtistrias = pouco flexiveis e que con centravam tanto 0 poder decisério como diver caracteristicas do periodo fordista ~, apesar de ainda existirem, sobretude, em economias periféricas, foram sendo substituldas por empresas mais modernas (utilizagao de tecnologias de comunicagio e de produgio e das jnovagoes logisticas) e mais flexiveis. Muitas gra as atividades internamente, 8 transferent cles empt familiares, 2funcdo de producao a outras firmas menore A primeira mudang: que significa a reducio dos niveis hierérquicos ¢ a contratagao de tra » Muilas ver portante foi a implementagiio do downsizing palhadores polivalentes, permitindo reduzir tanto o ntimero de cargos como agilizar o processo produtivo. A introdu por conseguinte, a necessidade de se suprimir as atividade xé entdo realizadas internamente. Assim, surge 0 modelo do outsourcing 10 do downsizing gerou, secundaria (terceirizacao), implantado como estratégia para incremento da acumu- lacao e da reprodugao do capital. No Brasil, o fomento da terceirizaciio e da prestagao de servigos ganha Gao, principal as na Grande destaque com o processo de industrializacio ¢ de urbaniza mente a partir da instalagao das montadoras automobilisti Sao Paulo nos anos de 1950. Dessa mancira, podem ser alas as empres eR Sorias juridica e contabil, as transportadoras rodovi: autopecas e de acessérios para veiculos etc. A flexibilizagao é uma das principais caracteristicas do atu Produtivo, com destaque a adaptagio ao mercado, d contr Poriria da mao de obra ¢ a produgio de acordo com a demanda (Leitia, io Industrial, as tereeitizagoes ividades, I sistema aagdo (end 1g 7 ‘ 95). Ha uma ligagiio entre a reestrutut 4 redes de subcontratacoes, ji que a dele clo de diversi 423 Scanné avec CamScanner atiucio Rogério Silvoita * Nelson Fornandes Felipe Junjoy retuuto pelas grandes COMPOragoes Scondigao basilar PAELESCAS sem, sobr reado ent internacionallzagdio", Nogse terem competitivas No “Ie at Sentid, ganha destaque fo trabalhador potivatente (multitancional © Waliticgg , asinngdese partcipantodasdecisOesinternasdaseinyc exervendodiver ou conhecimento, MUILIS Vezes Wenico, sas (na medida em que explorado pelo capital), Amaioria dos pesquisacotes acerca do processo de tetweitizagy Pode sep : ye 0 das as tem destacado a importincia da concentracio nag atividades logisti centrais da empresa, despontando-s ssim, vestratégiad ‘do de atividades a um competén firma em direcdo A contratagio externa, A delegag terceiro permite que a firma use seus recursos de maneira mais etetiva no desenvolvimento de suas competéncias principais, com consequente aprimoramento das agdes para a satistagdio dos clientes. Tal motivacio, para o aumento da utilizacdo de prestadores de servigos, esti associada a um objetivo de foco do negécio, visando incremer acurto ou a medio prazo, a rentabilidade e 0 retorno sobre o pital investido. A terceiti: contribui cada vez mais para o desenvolvimento econdmico e increments que envolvem grandese Jo as relagdes interempresariais, sobretudo aquela pequenas empresas, gerando, em maior ou em menor intensidade, intera- Ges espaciais intra e inter-regionais. De acordo com Kon (2004), & con- siderada uma técnica moderna de administragao que se baseia em um processo de gestdo com critério de aplicagao, id est, possui inicio, meioe fim, tem uma visio temporal (curto, médio e longo prazo) e uma visio estratégica que busca alcangar determinadas metas estabelecidas pelo grupo de administradores que comandam a firma. A ampliagio da ter ceirizacdo nao é continua, ji que ela esta sujeita, como toda a econon’ aos movimentos ciclicos do capitalismo, isto &, amplia-se a externaliz- S40 das atividades nos momentos de maior divisio internacional do periodos balho e diminuem-se (¢ até se internalizam) as atividades no: de refluxo do capitalismo (teoria dos ciclos de acumulagio capitalist). A concentracio nas competéncias centrais permite que as firms melhorem os fluxos de produtos e de informagées e ainda red Custos associados & posse de ativos, ao monitoramento e 3 seg além da contratacao, do geren mn os urangas sssoal- uma mento e do treinamento de pe c Ademais, muitas empresas se voltam para a terceitizagio com? 424 Scanné avec CamScanner Hiveirteangive vecstrututaront sta “Eadtola de abastoc tment (upp ain) ASS enn vantagent commpetiiva, tevdietiile o tnvestinente en at any pinto o isco ada OPCEALA CONT OUT AY oHpHONAE (Athen thay awd) vecadeda logisticd (logis ido) S80UL, POTAIIG. A SEE THT ATIDILO Lindamental neaie ete de supritiento, de produgaa e co, Ad est, tommorrse tals Util ada na medida enn que pay xdeias produtivas complosas, convo a produgao de avioes ernket ° npley 2880 enecentores cttt diversas resides (Silvelta, 2009), Neaie cava, enta nfo da logisticn Conv OO4) revela que a elotivagio 6 a expansdo do proc ONC, nia dle Ler Kor C Lado NAS Cl pedo acesso a NOVOS conhecinentos @ novas techologlas, Dessa aupresas so decorrentes, dentre varios fatores, da trans: dex Ho ambiente social oprecesso de terceirizagdo gera repereus geconmtiod, pois surge a demanda por diversos negdelos ¢ pela constl> Jo de NOVAS CMpresas C de novos postos de trabalho (multas vezes « postos de trabalho ben equdetsimento dle outros), Brbora surjamt nove AO IMplica o surglmento remunerados, 1a maioria dos casos a terceltis de pequel as aptas d precarlzagho eA dey Isso se tort getrabalho, diminuigio de direitos trabathista nuigdo de salérios e outros). H diferentes tipos de tereelt aclagiio, as ede médias empr a mais evidente no tocante ds telagdes de trabalho (contrato , trabalho Informal, diml- casos de processos ligados ds atividades da empresa (produ. buigdo e operagiio), processos niio ligados atividade-fim, (ublicidade e limpeza), atividades de suporte A empresa (8 namento de funcionitios e pesquisas), substituigho de maodeok Pela indireta ou temporaria etc, (Kon, 2004), empr slegio e el- adirent nee ode mio de terceit ei ‘Jo de service Haciferenga entre ter obra. Na primeira, uma empresa "se servigosdetermninaddoseespecificos paraateniderd complenentagto _Sissatvdades, Nasegunds, nioexistea compradeatividact nas sin pais uo aluuel da fora de aba, psa sob condigies 4S sem garantias legais, A terceiti agdo oferece MuiLas VANLZEDs, los, spe compra, de fornecedore A25 Scanné avec CamScanner Marcio Rogério Sileira + Nelson Fernandes Felipe Junio, como a redugio do investimento em instalagdes, em CAipaMeno, tecnologias de informagao. Ela permite grande flexibilidade ar, ‘ Adany, «a0 is muudangas no mercado e acesso a tecnologias de pont, (Arka . Braga; Hijjar, 2004). Além disso, destaca-se a flexibilidade nq ler; de mao de obi Aquisicg 4 ct uma vez que a contrata¢ao de trabalhadores «ore: e MANA a sor Pelas indgs. ONSUMidores acordo com a demanda existente ou com a expectativa de de criada (caso da contratagao de funcionarios pelo comércio e trias para se potencializar a produgao ¢ o atendimento aos ¢ nos perfodos que antecedem as festas de final de ano). As empresas terceirizam grupos de atividades, consides estratégia permite, em muitos casos, elevar as habilidades potencializar os ativos fisicos, os Processos, etc., permitindo alcancar economias de escala. de terceitizar uma ou diversas atividades possi sejam: reducao de ativos e de investimentos, diminuicao do nimero de funcionarios, conquistade novos emaiores mercados, flexibilidade. Opera- ional, ineremento da producdo, reducao do tempo e otimizacao da distr- buigdo das mercadorias, integracdo da cadeia de suprimentos ¢ queda do custo (Arkader; Braga; Hijar, 2004). A estrutura verticalizada e concen- tradora de atividades em uma Unica empresa ou indtistria (aracteristica do regime de acumulacio fordista) é substituida Por formas de organiza S40 menos rigidas, com o incremento do regime de acumulacio flexivel. Algumas vantagens referentes 4 verticalizacao induziram as empresas 4 flexibilizacao, por exemplo: a disparidade de eficiéncia entre as diferentes atividades realizadas e as diversas ctapas de operacao (0 que pode resul- tar em escassez ou em excesso de produgado em relago 4 demanda); a ineficiéncia e a perda de qualidade da empresa; 0 atraso na entrega das encomendas aos centros atacadistas e varejistas etc. 5 A especializacao oferece vantagens as empresas, com destaque melhoria da qualidade das mercadorias produzidas. A otimizagio logis- tica, por sua vez, possibilita o ajuste répido aos niveis de procura dos bens 4,95 CoMtextos econdmicos, o aprimoramente da distribuigfo, o controle de estoques e uma administracoqualifieeta a logistica~entendidacom™ estratégias de Planejamento e Bestao (Silveira, 2009) -e a reestrut® arial permitem a redugio de custos, a maximizit tando que tal Peracionajs as tecnologias Utilizadas Nesse sentido, a decisig ui alguns objetivos, quais G40 da gestao empre: 426 Scanné avec CamScanner Hors mirinin fen acolents ao da reprodugin do capital, repercutiede, ¢ yore ie bra a pattie de Ube Ont atactes, de verceinizactes ¢ pai wee pati yale, De ace Kon (204 je punta Cab ACW V7 ui fran de terceiiza ate! an CINPLORA® CONLALAT pesseas au quttas empresa quando i ¥ an na venda de seus produtas. Lal fain ocerre au 0 PENT qtuun en nome di OUI, Uaanide sue toaren pare commercin we A franquia ten side una forinia de disserninagin da terce wat O* owinle fm UIA EMpresa Pernitir a umn terceit 0 use de sua we able endo diversas Condig6es teenicas, tis comn 0 padeio e acs m foria comercializada i erendtot pripo ‘ A imient HW jeconsldade ca feCAtTulUragio empresarial para o auenento da siividade cn Ainbito "global", Tal fato esth diretarnente relacio~ iieagio do proceso de internacionalizag’o da economia impor compe’ eatratégian loginticas © An decindes tomadas pelo capital privade nado dadinimica do mereado, A partir da década de 1990 intensifica- diante sea reestrunmagio Indusitial ¢ produtiva, a valorizagio das estracéy oitiens para ge elevar a competitividade das empresas, a oligopoliza- BelOres, W funiben ¢ aquisigées de empresas por grande oes de varias atividades, c cio de divers ina grupos, au tere m destaque aos trans- portes, entre outros. As tereeir “¢, sobretudo, a flexibilizagdo do trabalho sto mecani ara redugio de custos, Por conseguinte, tem- lifusio do trabalho temporatio ¢ sem g; M08 | arantias em todos 05 seto- ‘ pecial no tercidrio (Leiria, 1995). A intensificagao da competitividade em Ambito global gera a nece! tes da economia, Cm C idade de reestrutura- 5 mais flexiveis por parte » das relagdes de trabalho, 0 Lerceirizagoes de diversas atividad vigo otimizagao da pres- a seguranga ¢ a credibilidade na distribuigao de bens cimento de matérias-primas, a aqui ths 4 produgio © A comunicagtio (lelemitica), os investimentos visando 4 modernis controle de cio de tecnologias liga- ciamento € doe ao aprimoramento do s estoques ete, stema de g ®competitividad ho spectos determi ntes ra se conten Alte Hos mercado naclonale global, Muitas empr Selor terchirio slo especializad stay egurar aus que io de servigos a 427 Scanné avec CamScanner Marcio Rogério Silveira * Nelson Fernandes Felipe Junior i outras empresas ¢ indtistrias. Assim, ha uma tendéncia de intensificagio da terceitizagio no setor tercidrio. Segundo Chesnais (1996), as terce para a acumulacao de capitais, com énfa (1989), por sua vez, revela que a presta¢ tante para se clevar a competitividade das empresas no mercado mundial. ‘A demanda por trabalhadores qualificados e polivalentes, 0 processo de flexibilizagao da contratacao, bem como a nao absorcao da mao de obra pelas atividades industriais e econémicas formais resultam, consequen- temente, em um setor terciério nao moderno “inchado”, com destaque Ainformalidade. Esse quadro é caracteristico de economias periféricas e dificulta a distribuigao da renda e a reducao da pobreza. As terceirizaces esto relacionadas as estratégias marcadas pela flexibilidade e pela dele- gacdo de funges e de atividades a outras empresas. A transferéncia de atividades permite as empresas operacionalizarem com estruturas menos concentradas, resultando no aumento da produtividade, na reducao de custos e em ganhos de competitividade (Barboza; Carvalho; Goncalves, 2006). De acordo com Faria (1995), o sistema toyotista induz a reestru- * turacdo produtiva e é respons4vel por marcantes transformacées na légica de funcionamento do espa¢o intrafabril, bem como na identidade da classe operaria. A autora destaca, dentre varios aspectos, a crise do “fordismo periférico”, as iniciativas governamentais para disseminacdo da flexibi- lidade (politicas neoliberais e legislacao patronal) e as novas praticas de gestao adotadas pelos empresdrios no ambito do trabalho e da produgio. Nos anos 1990, 0 modelo japonés se desenvolveu rapidamente no Brasil, baseado nos programas de qualidade total e na terceirizacdo. Essas estratégias possuem um forte componente ideolégico (manipulagao do trabalhador) e gozam de um ambiente politico favoravel para serem apli- cadas, gerando, por conseguinte, resultados positivos para as empresas. pee a ae de desintegracao da forca de trabalho, sociais e de degradacao eee de suas identidadl® resultantes das formas flexivets oon a eco carac caer 40 desse novo modelo ae ao fee Eee ieepacaree aes centre estes ea gertncia, a Novas relagSes entre os trabalhadores ia, © como fins a otimizagao da qualidade € irizagdes tem um papel relevante se As grandes corporacoes. Porter Jo de servicos é um fator impor. 428 Scanné avec CamScanner Terceirizegio gone seinem dois pressupost envolvimento mani ipulatérioe acoo- wi" alémndisso, a (des) fordizasao das fébricas reforca aidentidade cor- mn contraposicao a identidade de classe, o que induz 0s sindicatos industrial” (Faria, 1995). 1 desverticalizacao das atividades € condicao para se garantir a sobre- «ia no mercado e a reprodugao acelerada do capital. A partir dessa yem-se o aumento do lucro e da capacidade de reinvestimentos no ie producdo. Ademais, é imprescindivel atentar para as inova- consigdo basilar para se maximizar a competitividade no mercado interno acional (Amato Neto, 1995). Em alguns casos € mais vantajoso a cna firma delegar fiungGes eatividades do que se encarregar de fazé-las.O cso do transporte ¢ um exemplo importante jé que sua prética aumenta as esponsabilidades da empresa: h4 um incremento das despesas com combustiveis (gasolina, éleo diesel, Alcool etc.) e com seguranca, torna- senecesséria a realizacdo de maiores investimentos em infraestruturas € os de transporte, contrataso de profissionais especializados, cus- tscom a manutencSo, pagamento de tributos ao Estado (IPVA e seguro cbrigatério), pedagios, entre outros. Adelegacao de ferentes funcGes a terceiros permite que a empresa sdirecione para uma ou para poucas atividades e que ainda disponibi- tke mais tempo ao planejamento e & gesto logistica, com o objetivo de apcimorar suas agdes. A prestagao de servico de produco e de transporte (edovigtio, ferroviério, aéreo e hidrovidrio) intensifica as inter-relacdes Snir as diferentes empresas a partir de parcerias estabelecidas. A tercei- “3380 um fator que fomenta a constituigao de redes entre firmas, per- : "0 aprimoramento de cada atividade desempenhada e ainda viabiliza, * ndendo das condicSes infraestruturais e da opcao de cada empresa, a ntermodalidade/multimodalidade no transporte de mercadorias e de eae Determinadas causas internas, e exdgenas, como também acdes wag ehadas & reducdo de custos e & permanéncia das empresas no mer- ee Considerado em suas diferentes escalas), so essenciais para a “minacao do processo de terceirizagao. Dentre elas, a criacao de um 429 Scanné avec CamScanner Mércio Rogério Silveira * Nelson Fernandes Felipe Junior ambiente estratégico (no qual se inclui diretamente a logistica) éde suma importancia, visto que muitas empresas € muitas inctatties reorgani- zam e passam a delimitar seus objetivos principais, suas diretrizes e poli- ticas, assim como suas metas de investimento e de crescimento. Sao necessarias algumas pré-condi¢6es para o plenodesenvolvimento do processo de terceirizagao: cria¢o de pequenas € de médias empresas, especializacao, sincronizagao da produgao e do sistema de fornecimentos, compartilhamento e acesso as informagées e ao conhecimento, qualidade no servico, cooperacao entre as empresas (redes), participacao efetiva do Estado através de uma politica macroeconémica consistente, investi- mentos em obras ptiblicas e em infraestruturas, além do fornecimento de assisténcia e de crédito as pequenas e as médias empresas. Oaprimoramento do sistema gerencial e logistico, assim como o esta- belecimento de um foco principal, foram aspectos que passaram cada vez mais a serem valorizados pela administragao privada. Assim, objetivos, decisdes gerais e setoriais, conhecimento profundo do mercado, de seus fornecedores e dos consumidores, bem como a modernizagao tecnolégica foram imprescindiveis para se expandir 0 processo de prestacao de ser- vicos. E 0 caso do transporte, do transbordo de cargas, da contabilidade, da limpeza, da manutengao e do conserto de maquinas e de equipamen- tos etc. (Kon, 2004). A parceria é a base da terceirizacdo e pressupde uma eficaz articulagao e integracao entre as partes envolvidas, ultrapassando a simples formalizacao contratual, uma vez que se pressupde que ambos tém interesses e preocupagées na lealdade bilateral, ou seja, no compro- metimento com o servico. Assim, aspectos como qualidade, reducao de Custos, aumento da produtividade, maior eficiéncia etc, so imprescindi- veis para se assegurar a competitividade, tanto da empresa contratante quanto da contratada (prestadora de servico). A reorganizacio intrafirmaea terceirizacao tornam-se aspectos fun- damentais para a permanéncia das empresas no mercado, gerandomudan- ¢as no espaco fisico e naestrutura: Verticalizada. Extingao de antigos cargos e criacao de novos, bem como mudanga nos critérios de contratagao de trabalhadores, também so comuns, com incremento da subcontratacio € da prestacao de servicos especializados e nao especializados. A reviséo dos custos ea busca pela: otimizagao de todas as atividades ganham énfase- 430 Scanné avec CamScanner Torevirisagen ac easug, Wontse a tedugao do mimero de funciondrios sy nll eww store COMM atVIALaddes toreeirizadas. Ade altth silos Aen gaa TOS ett eat dtiotantente telacionada ao arretecimento dos e: we jets we tris OL a yueda Nos cus ic dates 8 doumt-se tata que Hos Custos diate da fo sale contratagd temporaria (Ron, near wvistonteittins, possibilitado pela moditicagio do « ica da ter- 1004). Ao mes: as economias nacionais, 2 10 ntl we eantean old tt 18 : w put Lage proporcionan a diminuig shaisamenty penal dos salitios do do custo de vid. atlas , W ve attaves de bens de consumo simples ¢ de be uabeaTtanlte “sun ranatos (lodtavia, com qualidade inferior). Assim, a terce objetive, por dnt Lalo, dimtinuir os custos da mio de obra anais jn _ Mow bato,alo ploatate final, pata detinir os ganhadores ¢ os ‘onucnieia tntercapitalista © aumentar a lucratividade d Argotte Va vatiag formas de apti cevlostacat: a) desvetticalizagae finydes pant ut (ornecedor ou produtor exter; b) prestagdo de servi- gos founta mais Util ada, ocorve quando unt terceire intervem 2 avialade-neio, executando o trabalho geralimente em suas proprigs insca- Aades (aprestagdu de setvigus pode ser tealizada por empresa ou coogers- Wwaleservigus-e traballio)s ©) feanquia empresa concede a unt terceizo Wwodesta mat A.cnicondigdes pre-estabelecidas, ou comercial Halos ou servigos; a) compra de servigos Svesto com sta capa ecorre quando cidaule produtiva saturada e, part aumentar avidades, Lueseamt patcedtos especializados para que, mediante es Sates tenicas, conyplementent sua capacidade produtiva; e) nox derepresentantes ‘AWitadles de vendas savigy etipresa contrata outra para representa-le e: 1 concessio —6 a forma tipica de tercel bublico © ocotre quando o Es ado delega a uma empress conces- Nonttia ae i ; dong ee AW e/OU exccugdo de um servign publice; g) alocagk See SOM = aquisigao de trabathadores para dererminads 2 MO catactonis : Kla polo trabalho temporitio sem garantias legais, Asditorente Mssarany Stn Manga mess Haddon COHEMLES na atuatidlade, A pratica da tereeirizaydo we Motambent nose tal) instineias do poder puiblico (municipal, escadua “considerar a terceitiza Lor publico, consistindo em uma forma particulsr Scanné avec CamScanner éncin Rogtrio ilaira + Helton Fernandes Felipe Junior de "privatizagio ¢ concessio”, inserida no princ ipio da provisio priblieg de cervicns, isto 6, quando ha transferéncia parcia dades As empresas privadas mediante relagées contratuais (Kon, 2004). importante distinguir a terceirizagio dos servicas priblicos da concessq dos servicos. Nesta tiltima, a administracao publica se isenta da respon. sabilidade de prestar diretamente 0 servico ptiblico e a transfere para uma empresa concessiondria. Assim, esta recebe o titulo juridico de pessoa que realiza a interface entre o poder publico e a sociedade. O concessionsrio recebe a remuncracio dos servicos diretamente do usuario, ao contririo da terceirizagao, em que o poder publico paga pelos servicos prestados. As concessdes de servigos piiblicos & iniciativa privada sao de varios tipos, com destaque para os transportes publicos, rodoviario, ferroviadrio, aéreoe hidro- vidrio, sendo realizadas, muitas vezes, sob os moldes da politica “neolibe- ral”, ou seja, com um Estado fragilizado e impotente diante dos contratos de fungéies ¢ de ativi. estabelecidos. O poder ptiblico passou a considerar a terceirizagio como uma forma vidvel e necesséria de se gerar mudangas operacionais dentro das repartigoes ¢ dos érgios publicos. Consequentemente, surgem novos questionamentos e modificagdes no meio juridico e normativo (legal) em decorréncia da expansio do setor tercidrio (sobretudo informal) e das ter- ceirizagGes (Kon, 2004). O Estado é, muitas vezes, conivente com a sub- contratagaio e com as precarias condicées de trabalho e de seguranga, a0 mesmo tempo que é fragil diante das concessées realizadas. Para ler mais AMATO NETO, Joao. Reestruturagio industrial, terceirizagao e redes de sub- contratagio. Revista de Administrasdo de Empresas. S40 Paulo, v.35, 0.2, p.33- 42, 1995. ARKADER, Rebecca; BRAGA, Anisio R.; HIJAR, Maria F. Fatores de motivagdo paraa terceirizasdo logistica: estrutura e relagdes com as atividaces terceirizada por embarcadores brasileiros. 2004. Disponivel em: , Acesso em: abr,, 2008, BARBOZA, Maria de Fatima P. B.; CARVALHO, Karine L. de; GONCALY! Marilson A. Terceirizacdo ¢ estratégia competitiva: perspectivas para a logis- tica no Brasil. XXVIENEGEP. Fortaleza, 2006. 432 Scanné avec CamScanner Tercnivinagties Fi isco G. Informal: at eon Politica, Sto Pa 138 UAGLIA, Mariangela L. Tereirzay yeRC! Meconceituais, legais € pragrn: ee ‘Universidade Federal de cals. Francois. A mundializazdo da cap ESN aria da Graca D. de. Tecirizagan . petroquimico da Bahia. 1 ral plex do CO ie Filosofia e Ciéncias Hu instituto de Fi ; ron! José L- Brasil no espago- Petrépoli Goss. Lio. Terceirizagdo: uma abordagem estr GontS, José 0. VIDAL, Mario C. R. Contexe tivas como pratica social. Internat Pecociacdo Brasileira de Engenharia de Prod KON, Anita. Economia de servigos. Teoria ¢ evolucao no Brasil. Rio de Jansira: vier, 2004. LEIRIA, Jeronimo S. Terceirizagdo: uma alternative de fi ‘séo Paulo: Gente, 1995. MARX, Karl. O capital: critica da economia politica. 1985. (livros 1 € 2.) PORTER, Michael. Vantagem competitiva: criando e s superior. Rio de Janeiro: Campus,1989. SILVEIRA, Marcio R. As cinco revolugies e ev Marcio Rogério; LAMOSO, Lisandra P; MOIRAO, Pau! F.C. Questies eregionais do territério brasileiro. Séo Paulo: Expresséo Popular, 2008. 433 Scanné avec CamScanner Terciarizagdo Rogeto Silvwine* Belipe Junior? O termo terciarizagdo representa, na esséncia, 0 processo expausivo dosetor terciario (os servicos, 0 comércio, os transportes ¢ as comunica- (ies), ou seja, todos os setores da economia que nao estao relacionados a setor primario (extrativismo, mineracdo e agropecuatia) setor secundirio (transformacao industrial). A terciarizacdo ¢ ampliada con o desenvolvimento do capitalismo industrial, visto que este necesita Fao movimento circulatério do capital e encurtar sua realizagdo attanes doconsumo. Elacontribui, portanto, paraampliara reprodugaodocapital, _ Adlassificacao e a tipologia das “atividades e subatividades” econd- ima Sofrem modificagdes continuas, sobretudo devido aos momentos “Snjunturais da economia mundial (Quadro 1). Destaca-se a velocidadte anents tecnolégicas, principalmente na atualidade, baseada ta ca Sen oe histérica da técnica CPrimeira Revalusao Industrial), dacion- Inte fa Revolucao Industrial) e da informacao (Tereei al), _ niversidade niversidade acele- a Revoltigio Federal de Santa Catarina, FlorianSpolis, SC ~ Brasil. Federal de Sergipe, Sio Cristovio, SE - Brasil. 435 Scanné avec CamScanner + Nolson Fernandes Felipe Junior Marcio Rogirio Silveira * Nelson Fern ip idades econdmicas Quail 1: Drincipais tipologias das ati Autor base ite Tipologia classificagtes protagho + Drimatios agticuttura e mineraglo. eundatio: manufatura. + Teweditio: residue, + Primario: agricuttura, eriagio de gado © pesca, + Naopritnatios 1) transporte, mineragioe manufatura (alto uso apital ¢ qualificagses); 2) cométcio (baixo uso de capital ¢ qualiticagses); 3) financeitos (alto uso de qualificagses, baixo usode Pisher Clark (1935 100 Sabolo (1975) + Agricultura, + Andhistrias mineragdo, manufaturas, transportes, utilidades, comércio, empresariais, governo, : agticultura e mineragio. + Secundario: manufatura, mineragdo, construcio de servigos de Rane Mundial (1980) utitidadte paibtica compostos por servigos piiblicos de provisio dle gs, eletricidade e gua, Tewiatio: resid. + Tereiiri Hrehs (1968) Autor dasede classificagdo: fungdes Tipologia + Manufatura (processamento de matérias primas recursos naturais (agricultura, hort fonecimentode eletticidade, dgua, gis e mineragio);2) proces. mento de recursos naturals e manufatura de bens (prodiutes alimenticios, bebidas, furno, téxtil, vestuirio, madeira e mobi- liatio, papel, artes grificas, couros, calgados, quiimicos, plisti- os, borracha, prodlutos minerais no metiticos, metalurgia, miquinas e veiculos, materiais elétricas ¢ eletrdnicos e outras inulisttias manufacureinas), + Cieculagio (papel como Ww ) uso de ultura, silvicultura, pesca, ionofluxo fisicode pessoas, bem os fluxos de infirmagdes, de comunicagdes e finance 8 1) construgdo e engenharia civil; 2) fuxos fisicas, fluxos dle pessoas (comércio atacadista, corretagem ¢ transportes): Antoine Bailly-Denis 3) fhusos de comunicago ¢ de informagio (transmiissio ¢ pro Maillat (1986/1991) cessamento da informagdo); 4) luxos financeitos: bancati ‘gutos, compantiias financeiras, * Distribuigdo (omecimento de bens ¢ de servigos direramente 4 consuumidores finais): 1) saiide: 2) extucagto; 3) comércio vare- Hista: 4) hotés e restaurantes: 8) veparagio de itens de consume «ale veiculas: 6) servigas pesseatis 7) cultura 8) esportes: 9) Lae 266 10) servigus pessitis; U1) servigas domésticns ¢ outtos, * Regulagdo (assegura a operagio fluente global do sisters pto> dutivo, manutengdo, mostiticagdes, regulagdo ¢ monigoranten Ws 1) aduinistragses puibticas fedterais, estaduais, municipais as; 2) organizagdes privadas (organizagio de previder’ tetigiosas, socitise cults, servigas comunititios ¢ ge" pos de interesses comuns, trabalhos privados toxloviitios ¢ de sancamented; 4) organizagdes diplonitica Honte: Kon 2004, 9.40.1) 436 Scanné avec CamScanner Terciarizagio iro 1 sio expressas algunas classificagoes d Os principais autores que discutiram a tem No Quad jas atividades. nomicas- atica em suas cot ram Fisher (em 1933) € Clark (em 1940). Fisher foi o primeiro yma classificagao das atividades econémicas dividindo- apeas f as em pri- cecundarias ¢ tercidrias, destacando 0 fato do setor tercidirio nao nit pair bons tangiveis (mercadorias). Clark (1940), por sua vez, rea- us " ai fe yaas ideias de Fisher (1933) quanto a divisio das atividades de viva econmica em trés grandes setores; todavia, atribufa relevincia criar ;eferencial tedrico e sua importancia conjuntural. Dessa forma, na visio 2 Fisher-Clark (1935/1940) e do Banco Mundial (1980), 0 transporte sum ramo da atividade tercidria, ou seja, é um residuo, jé que a princi- zal atividade é a producdo (priméria e secundaria). Para Fuchs (1968), os transportes sao caracterizados como ramos pertencentes as ativida- cesindustriais. J4 para Sabolo (1975), o setor de transportes esta enqua- érado como uma atividade nao priméria, juntamente com a mineracio, 0 comércio, as ati idades financeiras e a manufatura, dando, portanto, uma importancia destacada para as atividades de transportes. Antoine Bailly «Denis Maillat (1986/1991) classificam os transportes, aproveitando-se ‘ocaréter da dindmica econémica recente, como uma atividade a parte £20 mesmo tempo capaz de assegurar a fluidez de bens, de pessoas, de ‘sformagSes e de capitais. De acordo com o referencial de cada pesqui- ‘40s, considera-se o cardter produtivo ou a funcio da atividade. Trazem “‘ona divergéncias basicas na classificagdo das atividades econdmicas, ‘sd2vig, para os transportes, a classificacdo mais comum é de “servigo” + de “tercigrio” de sery - O posicionamento dos transportes dentro das ativida- ISOs encontra-se abaixo. 437 Scanné avec CamScanner Mércio Rogério Silveira * Nelson Fernandes F olipe Junior ervigas Quadro 2: Tipologia dos ramos de § “Tipologte Trantes, hotdls, eepanayao © manutengte ¢ havandera, virios ttsportes, conmunleagses, connsiclo ¢ fhnacelion, hicagdo c reeteagle, foc allmentagie Autor : + Terelitio vor tate F Quate (1953) * Quinario: satide, © + Comércio, alojame + Transportes e comunteagies. ONU (1968) Atividades financelnas, bens Imidvels ¢ servigos de empresas, + Servigos comunitirios, sockais ¢ pests, pose > Servicos complementares: inanceltos, transports ¢ comérclo, Katouzian . Servigos novo: elo e entretenlmento, satide, edt domestic _ ransportes, comunicagies, 970) + Servigos antig i tae vatejis rowninge 7 SeT#G08 As empresas: fnanectos, Insobiliis, leas, de cont rrowning dade, engenharia ¢ outros servigos profisslonals Singleman . Servigos sociais stile, edueago, dele, corrlo, poverto ¢ outros a975) servigos sociais. + Servigos pessoais: domésticos, hotdis, restaurantes, | outros servigos pes néreloatacadi: ze, reparagao, Departamento, Transportes, comunicagdes ¢ utilidades priblicas, de Comércio dos aie : Tealos Unidos, * Comércio vareistae atacadistn. * Financeiros, seguros ¢ imobilidrios, (U.S.Census_ 1 Finaneeiros, seguros.¢ lino Burean) (1984) 7 SetViG0s pessoas eds empresas. : * Servicos ds empresas. Singer (1981) * De consumo coletivo. + Deconsumo individual, * Classe 1: servigos diretos, cot imiclos simultancamente con sia pro» dugio, como mécicos, cinema ¢ outros, Murdock - Classe 2: informagio ou energia estocadas (baterias, disquetes, papel) concepeio e depois comercializadas, cneePet? + Classe 3: 0s transportes sto una atividadle de apoio a prougio (eom- plementagiodasatividades econdmicasceum sistema produtivo, como residuo, ou as atividades que mio compen os setores da manulatera, da extragiio vegetal ¢ mineral ¢ 0 setor prinitio), + Servigos envolvidos na produgiio de bens. + Servicos envolvidos na circulagiio de bens: tran: ‘Walker (1985) trabalho, dinheiro ¢ informagiio, como servigos fi rénela de bens, aceitos, «le (rans: ~concepsio —_portes, comtnicagdes, telecomunteagiies, distribuigio atacadista, CO ‘marxiana, mércio varejista ¢ servigos relacionados & propriedade, * Servicos de trabalho, ado, * Servicos profissionais (consultoria ¢ engen tato direto com o cliente (fon ice) ¢ orlentados para o proc * Lojas (unidades) de servigos (hotéis, coméreto varejista, servigos bancirios ¢ imobilidrios); focalizagio mist * Servicos de massa (transportes ¢ outros): alto volume, pouci ou Ne —____tthunra personalizagii, predominantementeorientados para punta Fonte: Kon (2004, p.30-1), Jn): servigos de cons 0, Silvestro (1992) 438 Scanné avec CamScanner Torciarizagtio fy 4 Pressas n adro au ongnnizagto cas Nagbes Unidas (ONU), de 19 No Quadro 2, sao 968, € do Departa ao Ceanércio dos Estados Unidos, de 1984, Isso pelo fato eee jeans ofciais,internacionais e com fins préticos. © modelo dy ONU foi imposto a varios paises, JA que sua dotagao trazia diversas facilidades = 5 nagieSs sobretuclo 4s menos desenvolvidas, carentes de apoi a tos politicos. Esta Classificagao coloca os transportes na cate viggsdlistributivos, incluindo, assim, de serem orgae ios financei- ‘goria de ser- ,adistribuigao fisica de bens (comércio aacadista € varejista), a clistribuicao de pessoas e de cargas (transportes) eadistribuigao de informages. O governo estadunidense, por sua vez, rio tinha preocupacao em fazer comparacées, tanto que impés seu pr6- prio modelo de classificagao. Portanto, as tipologias das atividades econd- sieas € sttas subdivis6es esto associadas a conjuntura capitalista, ou seja, moflificatn-se para tentar explicar as transformacées nas relag6es de produ- Guede trabalho, bem como a reproducao do capital. Especificamente no caso do setor de servigos e sua subdivisio, Kon (2004, p.24) afirma que a contingéncia da mensuragéo dos servicos trouxe consigo a necessidade de formatagio de conceitos e classificagoes que permitissem, por um lado, a materializacio, em valores monetarios, da geracao do produto intangivel ¢, por outro, possibilitassern a compatibilizacio internacional desses concei- tes, para comparagio. Até a primeira metade do século XX a maior parte dos servicos era ‘*lizada corn base ern umn sistema fixo e rigido, caracterizado pelo contato = a ansforma- ‘ico entre prestador e contratante. Nao obstante, as grandes | trans uma significativaalte- 75 proporcionadas pela telemética tém produzido uma sign dernas "0 esse quadro, Os investimentos em atividades tercidrias mo Ul cen i 6 shore, como os call cen- tar nowas idades de operagoes offshore, a ovvas oportuni P am atendentes india- paixo da mao de obra. iro Mundo (India, por sa servicos de tecnolo- filiais locais de grandes “da Inglaterra e dos Estados Unidos que empreg “S,agrornitando-se da lingua (inglés) € do custo “r*2-5¢, ainda, o fato de que muitos paises do Terc Me, tl) se destacarn com exportagoes associada , infortnacio (T), geralmente realizados por oar ps 5 trarisnacionais. 439 . Scanné avec CamScanner Morel Rogério filveira # Melon Fernandes Felipe Junior © tenomeno da terclarizagio é cada vex, mais evidente na economia iynnaliate Tata-se, em parte, de uma extensiio das grandes transformagées pital ¢ pelas (ecnologias de informa. wo eace \0 de capitais siio is de servigos avangados e de di provoeaclas pola mundializagio do coe contnieagio (TIC), A concent tambern potencializada tribuigao de mereadorias, 1} 0 caso, por exemplo, daquelas que realizam polas empre o transporte maritime internacional de commodit ' c/ou de bens industriais, rio tem sido analisado de Rogyero 2003) revela que o setor tel Maneira conjunta com o desenvolvimento industrial e com o processo de urbanizagio das soctedades, A passagem da sociedade agraria e rural para Je industrial ¢ urbana representa a concentragio de pessoas e de atividades nas cidades, reorganizando 0 processo produtivo e de distribui- gio dos bens © servicos, O setor tercidrio ganha destaque em decorréncia do crescimento da indtistria e da construgao civil e, ao longo do século asoci XX e inicio do século XXI, com as inovagées ligadas 4 comunicacio e a informagio (internet), O desenvolvimento da indiistria, o advento da eco- alizagio do capital fomentaram a expansao dos servigos ¢ das terceitizagées, como é 0 caso das atividades financeiras, sessoria jurfdica, da assisténcia técnica em infor- muitica ete, visto que o capitalista industrial passou a delegar algumas fungdes complementares e residuais A produc&o. Além disso, os servigos com caniter pessoal também se expandiram em virtude, sobretudo, do processo de urbanizagio, criando novas demandas aos individuos e aos grupos sociais, Organismos internacionais, tais como a Organizago das Nagées Uni- s (ONU), 0 Banco Mundial e o Fundo Monetario Internacional (FMI), utilizam uma classificagio de carater industrial e pautada em uma visdo material da economia, Assim, as atividades de servigos muitas vezes s40 tratadas como uma categoria residual, isto é, como o resultado da dife- renga entre a quantia total produzida na economia de um pais eo mon- (ante das atividades industriais e agropecudrias. Neste sentido, segundo Silva ¢ Meirelles (2006), esta metodologia de classificagao, baseada em uum padrao genérico, conduz tesa nomia flexivel ea mund dos transportes, da dh a equivocos quanto as caracteristicas ineren- 's Servigos € quanto ao seu papel na dinamica econémica. 440 Scanné avec CamScanner

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