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ri feaheg oy ara Adocao | O ‘o de uma Nova Familia VERA LUCIA CARDOSO ANGELA BAIOCCHI Introducao O objetivo deste capitulo é olhar simultaneamente para dois lados. Primeiro, para as criancas e adolescentes afastados de suas familias de origem, com arquivos mneménicos repletos de hist6rias de amor, de angtstia ou de perdas associadas as lembrancas da familia de origem. No outro, para familias que querem adotar e precisam se organizar para desenvolver competéncias e seguranga para o proces- so de adocao. Sem a pretensio de esgotar estudos sobre aspectos ju- ridicos, ou propostas politicas que tratam da questao do direito das criangas e adolescentes a convivéncia familiar e comunitdria, este capitulo quer priorizar uma discussaéo sobre a importancia da preparacao das familias para a ado- Gao, focando a adogao tardia. Esta proposta pode ser adaptada para familias que desejam adotar criangas e ado- lescentes em qualquer fase da vida, assim como para outras familias: guardias, acolhedoras, ou padrinhos/madrinhas, que constituem uma rede social de apoio, com ou sem a finalidade de adogao. wi Sea nova cultura daadogao busca uma familia para uma crianga, e nao o inverso, algumas problematicas ee ser discutidas e respondidas. Existem critérios para de! d fa de construcao das na ay tornam-se mais comp mento dO Pe yaos ecriangas com proby : mara a adocao tardia, com avg pay ho na PEPE Pace o processo de guarda Drovsor Panta antes ladosa e principalmente Protetiva, is rea - Dia, cusreparat6ri0, avaliativo, terapéuticg non ado uma posta rate ora integracao "Prep. aracao trugdes de vinculos familiares ng, teresa Pender e cuidar dos direitos das bs _— Preparar, 7 a i, rote} sta i dora das Ted ie cdo, assim como Pp! ma proposta inova D les de at eas ae é6,na aa é constituido por diferentes = iras. Es familias brasileiras. Tessonancig s 3 js € 0s estatutos ndo conseguem, por si s6, Oferecer gM i quais os planos, a me das, nem as familias que buscam criangas Para aint lcs Meret iccm o trabalho de adlogao exige preparagig de td realidade do cotidiar des de atengo social, familias, instituicées pabjj i envolvidos: redes : ; deel Iturais Set sistemas sscolas e profissionais. O ponjuntode! valores culturais, Cent, ee a educacionais e institucionais Possibilitam e Orientam Process, Britian efetiva de grupos profissionais bem organizados e preparadoy os tema exige multiplos olhares. Por um lado, criangas e adolescentes tem up tempo de desenvolvimento biopsicossocial urgen te. Cada dia de ‘suas Vidas sadas longe da convivéncia familiar e comunitaria, Segregadas em abrigos oy alienadas de uma certeza de futuro, 6 Seguramente decisivo. Por Outro angulg ¢ adocao sem critérios e carente de informagées Pode vir a ser mais uma fonted Perda significativa, especialmente nas situagdes que envolvem Criangas maior: eadolescentes, y Leonardo Boff, citado Por Pereira!, diz que 0 cuidado “(...) Tepresenta umi atitude de ocupacao, Preocupacao, responsabi ‘440 e envolvimento comoouttt ae na natureza ena Constituicao do ser humano. 0 modo de ser cuidadoree: a or ei Como 6 0 ser humano”, Para Boff, o individuo que me uldado deixa de serhumano, Ele afirma que o cuidado deve ser gaan ‘ixa d is ‘5 ‘ ‘0 Nascimento até amorte, estendendo-se Pela linha da esséncia viel dade ele definha, perde o sentido e morte.A cuidado &sta possibili necessariamente fisic; a. er ‘01 ia eu eet Processo de desenvolvimento humano eminit ea ee on $40 € evolucao, ‘orna-se importante envolver® MO um processo de afirmacaio desse mesmo f iat gravidez bioldgica, mas com uma gestacao de cardte emocional. Seja na elaboracao da d no desconhecimento sobre os pro preconceitos e resisténcias de coda nao Ttente a descoberta da infertilidade, cedimentos juridicos, no enfrentamento de oe ne a Préximas, no medo do mito de que “tod ecessidade de se conscientizar a processos e especificidades da const cerca dos rucao da familia adotiva, Hay Agestacao do filho adotivo ¢ igualmente geradora de angustias e ansiedades, nt ainda mais ao se pensar que é uma gestagao sem prazo Pré-determinado, ou seja, is ofilho pode “nascer” em poucas semanas ou demorar varios anos. A sensagao de Nas desanimo ¢ frequente, questées especificas da adoga Me 4 4 £ ' f nha-russa, ora lé em cima, esperancosos e euféric esem saber 0 que fazer para realizar o sonho de 08, ora ld embaixo, desanimados construir uma familia. Grupos multifamiliares — preparacao para a nova familia Apreparacao em grupos multifamiliares pode gerar oportunidade aos participan- tes de se conectarem com situagdes semelhantes, e juntos descobrirem seus medos, anguistias, dificuldades, preconceitos e barreiras, assim como desejos € idealizagoes. Os participantes também descobrirao suas competéncias e saberes Sobre os mecanismos de superacao das problematicas espectficas da adocao. Neste capitulo, busca-se definir, principalmente, os significados reais e ima- Bindrios da constituigao de um universo familiar com filhos adotivos, além de orientagao sobre aspectos e limitagées psicojuridicas envolvidas. Luchi? aponta que é possivel obter, nos Grupos de Apoio a Adogao, atitudes de autorreflexao e mudangas de paradigmas, em rela¢do aos conceitos e preconceitos sobre adogao. Os grupos possibilitam o confronto com as realidades objetivas e subjetivas que €mergem nas dinamicas grupais e sdo discutidas o tempo todo. ie. Infancia e 4, Sobre F, imilia (NUG visdo do "abalho, jal, 9° soe reparagdo para a adocae imentos MOBilizados, construgao dos vin. sa aracao de familias, destaca, aa evita angas adore tes P' rep 0 relaciona-se com og Maxivos com a8 CTT partanteh Cao. A Moun fantasias, frustragdes ¢ ematicas mals TE rev Re nacientes Tae eos pulse mace dei i Tam recebidos textos aie ‘Me deixassem por escrito sua a aadogao. Compartilhar nossas duvidas, ange: ; BE iroafedanis fol enriquecedor e me promt ee apeniencias com roporci : PPoticitnsisconviceto.cm algumasnontee eee iva Neconfortante, ; es, tral i que hei de tomar. Eu, que achava que estava rear ae eee que a cada dia tenho que aprender mais e mais” | Saminho “Eu achei maravilhoso, me ajudou em muitos aspectos, medo de ver a crianga e nao simpatizar, ‘ evocés me ajudaram a tirar esse peso de dentro de mim. Tenho certe; com esses encontros, essas partilhas, vou ter mais harmonia com noseos filhos e maturidade para enfrentar ¢ solucionar os problemas que virdo. ‘Vocés, com certeza, estardo presentes na minha vi , : ‘a minha vida e nos mom. nossos filhos.” hae até mesmo aquele Porque eu achava isso um absurdo, Aparceria entre a sociedade civil e o poder piiblico é fundamental para ambos, e, quando harménica, promove avancos significativos para toda a sociedade. E foiassim que, em 2005, surgiu um novo projeto, integrando 0 Juizado da Infancia eda Juventude, 0 Grupo de Estudos e Apoio & Adogao e o Nticleo Goiano de Es- tudos sobre Famflia, e 0 Projeto “Anjo da Guarda”, tendo como principal objetivo o apadrinhamento afetivo na promogao do direito 4 convivencia familiar e comunitaria de adolescentes e de criangas que vivem nas instituigdes de aco- Ihimento de Goiania. ‘Adimensao deste projeto nos levou a concentragao de agdes para busca ativa por familias interessadas na adocao de criangas e adolescentes institucionalizados, que, por algum motivo, sao preteridos pelas familias do Cadastro Nacional de Adogao, conforme proposto pelo Plano Nacional de Promogao, Protecao e Defesa do Direito de Criancas e Adolescentes a Convivéncia Familiar e Comunitaria. S20 eles, adolescentes, criancas com mais de 5 anos de idade e grupos de irmaos, além daqueles que apresentam algum problema de satide, pequenos seres humanos com lembrancas de sua hist6ria de vida, muitas vezes pautada por negligencia, tejei¢do, violéncia e outros dramas. iv Usando nossa experiéncia nos grupos de preparagao para adogao, propusemos, como primeiro passo do projeto, criar um modelo de preparacao part familias interessadas em adocao tardia através do apadrinhamento afetivo. Besse trabalho vem influenciando e transformando nossas ideias, convicgdes e modo de atuagao. Logo observamos as diferengas entre preparar familias para adotar bebés e pre- paré-las para a adocao tardia. . . Para Rather compreensio desse texto, vamos chamar de’ ee oe aquele formado por familias que chegam a0 judiciario por a eine aie sea “grupo ativo” aquele formado por familias que nese aaa poss Se tardia, mobilizados através da m{dia, de palestras ou do proprio 'BruP' yr io S80 88 diferengas de oy aga motivacae para adocao, € esse o rdamos merecem destaque. No s que Mage ceparam COM a infe s jovens tr arernidade/ paternidade que pat jo eeia que ven desde tempos do Petes, filhos através da gravider gat com a simples tentativa de j Ce nine a complexida’ t ijia embalando um bebe. jéno Jano! 5 abordam, com mais frequéncia, s sobre go altruism0 ea cumprir um papel social a Helo, tanto no “grupo esponttned AuSniaagg ; ‘amiliares compostos $0as que ini, ealzada Pe ae ho Juizado da Infancia. A coonienseal : oe aay em cuple: tHe um voluntario do GEAAGO, que seja pai oun 1 ‘ede um técnico do judicidrio. A programacao composta por cinco ep r semana com duas horas de duragao cada, perfazendoy total de dez horas de trabalho. Entre um encontro & outro, os participantes receben Seriienes tarefas para serem feitas em casa, como, Por exemplo: uma redacip © Piive 0 porqué decidiu adotar; preenchimento de uma ficha de perfil de dais ‘sobre os adotantes e sobre 0 perfil da crianga desejada; leitura de um textone formato de perguntas e respostas, sobre as principais orientagGes juridicasus ‘exercicio de mapeamento das pessoas para quem cada um jé contou sobreade ‘cisao de adotar. Cada tarefa tem contetido proprio, de acordo com 0 grupa para adocao tardia ou para adogao de criangas pequenas. As tarefas sdo discus no inicio de cada encontro, fazendo uma ponte entre os temas, cujos tituloss#e das com a \gdio para a a 1. Por que adogao? 2. O papel de pai e mae adotivo. Com quem aprendi a amar? 3. Sehé tantas criangas abandonadas, por que ¢ tao dificil adotar? A realidalt da crianca abrigada | ee. dtividas sobre aspectos juridicos . Revelando a adocao e convivendo com a hist6ria da crianga. Me lontgomery*, ao falar da gestacao biolégica de um filho, considera aot estéem_ ‘ Bee, Aeon ens de mudangas sao perdas e ganhos. segundo ee " ciaantagonica dec arty et! 14 gravidez. como fase de transformagioe® iat niftos entre fans ane SeNsAGHES, e associa a motivacte parase situacao. 0 autor dis S, sonhos, tensdes, riscos € responsabili ngrandes emovo iscorre ainda que ter um filho é, nO s, em que, na maioria das vezes, PIe' vado para ela, tem um quarto preparado? coma chegada dela? Tem roupas? 0 q como vai ser? Que sentimento isso t precisam acontecer em sua rotinade todos, aos poucos, abram os olhos * Agiio: © coordenador coloca varios objetos no centro da sala: pequenos brinquedos, livros, sucatas (caixas vazias de remédios, reldgiog canetas borrachas, peda¢os de cordas e de cordoes). Ele solicita que cada partici pante, individualmente, escolha um objeto que simbolize o que acha que vai ganhar com a chegada da crianca, Depois que todos pegam um objeto, cada um mostra aquele que foi escolhido, diz 0 porqué da escolha e o que este objeto simboliza. Apés todos falarem de suas expectativas de ganhos com a chegada da crianga, 0 coordenador introduz.o termo eo conceito de “rentincia’, solicitando que agora peguem um objeto que simbolize a prin- cipal rentincia que terao de fazer com a chegada da crianca. Em seguida, cada um fala novamente sobre a escolha e seu significado * Comentérios: apés todos falarem sobre a rentincia ¢ 0 objeto escolhido, os comentarios ficam abertos. O coordenador anuncia prioridade para os as- Pectos que mais se repetiram, ou que tenham mais relacao com a adogao. ‘udo provoca em voce? Que d ? Que mudangas vida? Por fim, o coordenador pede que Em geral, sempre é mais facil e répido identificar os ganhos com a chegada da ctianga, eas principais palavras que surgem associam-se a ganhar: amor, felicida- de, alegria, companheirismo, familia, aprendizado. Jaa identificagao das rentincias égeralmente mais demorada, e algumas pessoas tem muita dificuldade, como se nao pudessem admitir que filhos também trazem consigo mudangas que nem Sempre gostarfamos que ocorressem. Nos grupos de preparagao para adogao de criangas pequenas, Nam casais mais jovens e sem filhos, fala-se muito em: renunciar viagens, bares e restaurantes, ou deixar de comprar coisas para si préprias para Para a crianca, sempre ressaltando que farao tudo isso com prazer. onde predomi- passeios comprar po Psicoloeie? N oo* Guia de Adosto | a ou de grupos de irmAos, ider ia of nadas COM LEMPO, Sac g grupos onde s€ vena. F interessante Obseryay palm jamelobre a descoberta” de gue ns adogao de bebes. Algumas ica-se princi dinhetro Cf eet aaipesse moment® SP yeaa sijaqa de crisis male 40 pare Aeerta ndependencia, nay pessoas se SUPREME Ong nga maior. Pam tomar banho € comer sey, sea jer tare es ou mesmo PAE a-se a incoerente pre cn gn maida a cm wy com uma empregads uposicae arenes Q oocos estattOs legais. a ela essa possibilidade quando a crian aridade da enanca adore chegan ia crianca maior, sem sombra de davidas Acolhet vie vempo, flexibilidade psicologica do grup, ‘0 disponivel e dinheiro de, is de 8 anos. Weed ade de ae além de espas ga tem m: i ais dispo' significa ter mais disp? ade di familiar, rede social de apo!o garanti adota um bebe. - ai ue as dinamicas de grupo propostas, as familias se a crianga pequeng rentemente Obvia idia, as maiores ficam mais tempo acorda- se surpreendem com tem longos periodos de sono durante 0 s dee solietando atencao. As pequenas exploram 205 PoUens espacos da casa e nao alcancam as gavetas, as prateleiras, os equipamentos eletronicos € outros objeto: curiosidade de criancas maiores as move para mexer em tudo, ou quase tudo, exigindo, portant, mais atengao. A crianga menor nao tem indepen. dénciae precisa de ajuda para tomar banho, escovar 0s dentes, pentear 0s cabelos, Osadultos imaginam as criangas maiores iguais as criangas Com quem j4 conviys sabendo fazer tudo sozinhas, mas esquecem que muitas das criangas iain nalizadas vieram de casas onde nao existia banheiro, tomavam banho de balde, EG GpreicleattlCatoeaton erfen'eTemateifcul lacie etn evartet rarest ae belos. Algumas nao conhecem os variados produtos de higiene di Pex wacice cag crian¢a pequena representa gastos com roupas, brint One poets Se a necessidades, a crianca maior, além dessas des tens quedos, pediatras e outras investimento na escolaridade. A crianga maior pede conscio rata ae ance exigéncias aos futuros pais, pois sao crian pede conscientizacao de outras Tarprometidos e defasados a0 serem m as com processos de aprendizagem idade, nao conseguem atriculadas em escolas d fazer as tarefas esc acompanhar as aulas, e precisa Parris se encaixam Eee Por mais simples que sejam iat eo eee Sear minutos de arenas de familias ocupadas, fn di pean aera ras a precisam de fees qualidade do que hore e 1zem que vale mais quinze No trabalho aqui eee 4 corpo” de atencao aes qualidade. Elas exigem € 10 especifico tanto da fe © processo de adogao qualidade, ilia quanto da crianga/ad a compreende o prepa ‘olescente. Apds os encontros que quando se Durante o debate que se Seg! descobertas apa multifamili , lares, 6 realiz, Zada a pr s #4 Preparacao dos Primeiros cont: da f. atos da familia com 4 ZF ae oF EF, & arse ET ae SPF &. liar ou prever a capacidade de uma 'ess0a co} 2 Até que ponto uma pessoa, xR mn atitudes maternais em especial as mulheres, sentem. ninadas para atender a demanda sociocultural, que afinme a ulng predrmaternidade é a mais significativa forma de at git typ quer ser pai ou o fez para agradar a esposat Come casey ninat oe determinam e agem no desejo de adogtio? Mescla-se a issoo medo de cnliden edendo ter com quem contar quando envelhecer. Mitos, crengas « preconcenn ichem o mundo imaginario do desejo de adotar filhos, Sao questionamen, tos que aparecem com mais frequéncia na preparagao e no acompanhamento da adocao tardia. Como exemplo: Joana, vitiva, sem filhos, idade entre 55 e 60 anos, participou do grupo de preparacao para adocdo com comentarios coerentes, elaborarlos demonstrando interesse e planejamento para acolher uma ctianca enue & g 10anosde idade, comeca a conviver com a crianga e nao muda seu ritmo de vida deprofissional de sucesso. Sem dispor de tempo, deixa a crianga aos cuidados de outra pessoa, convivendo com ela a noite e nos finais de semana, quando se preocupa prioritariamente em ajuda-la nas tarefas escolares, Certo dia, acrianca foge, indo parar na escola em que estudava e que fica proxima ao abrigo. A mulher, que pretendia ser mae, telefona para a coordenacao do Projeto Anjo da Guarda assustada, sem saber 0 que fazer. Demonstra preocupacao em se proteger das consequéncias legais que possam atingi-la, mas nao em buscar a crianca ¢ acolhé-la de volta. Apés receber orientagao, afirmando que ela havia assumido a maternagem ¢ a filha era dela, foi ao abrigo e solicitou uma funcionéria para acompanhé-la na busca da menina. Preocupada com os possiveis prejuizos e novas fugas, devolve a crianga ao abrigo e desiste da adocao. Teria sido possivel aos responsaveis pelo grupo de preparacao para adogao perceber a auséncia da capacidade de maternagem? Como supervisoras da equipe de Terapeutas de Familia voluntarios do GEAAGO/NUGEF, temos acompanhado situagdes que necessitam de preparacao individualizada das familias para lidarem com a ansiedade frente ao momento em queirdo conhecer a crianga. Alguns perguntam: “como devo me comportar?”, levar brinquedos?”, “e se ele nao gostar de mim?”, “posso visita-la todos os dias?”. Apés as primeiras visitas, iniciam-se os passeios com as criancas nos finais de semana e surgem novos aspectos de ansiedades e angiistias, as familias comegam @sentir dificuldades em lidar com a repetitiva despedida que acontece nos do- Mingos ou nos finais de feriados prolongados, quando levam as criangas de volta Pata o abrigo. Desejam rapidamente pedir a guarda e a adogao, esquecendo-se de que as criancas também precisam manifestar esse desejo. Muitas vezes, para uma rlanga aceitar morar na casa da nova familia, significa aceitar e elaborar a despe- aida, ainda que simbdlica, de sua familia de origem. E, em algumas situagées, lo irmaos bioldgicos no abrigo. A familia precisa ser preparada e orientada Para respeitar 0 tempo da crianga. ena Pasoilia no PaicolO@e? 2 peicbloyon extension da pr pdvlogia © ‘lomo umn € OT relacionais da fo para adoGan, 3% Larnthiay JGEF para se prey irs 5 ys pri to da terapia fa amen = guarda ¢ So eiormente Par Pea edo De eagad, Prowe se ingersifica quando sri ada nos abet” OT dolescentes, ambiente Po le pt aa €avalatva, Ore aty Pessoa re cic A funcho da eraPis i epam-se documentos (audos @ familias ica, Ao final. a Lode ys ido da ejuventude. 4 é realizado sob superyy. ° ento tere: uma especialista €m terapig 41a 0 neia el nso de acompanha j js simultane ment See ais oaido projeto de adocao tardia. Todos os psicé. Jora reinados pelo GEAAGO e Jecionados € t gislacéo do voluntariado. Essa pareceres) Pa Todo esse processo de aco" sdo semanal de duas prot o e a das coorde! de familia e uma or Jogos voluntarios 40 previamente ae adh ir er e compromisso > i lo volul d SA er eo psicologicos, terapeuticos € psicojuridicos, além de Hae eo ie eeos sobre a rede interinstitucional de protecao de criancas 40 as politicas publicas vigentes. Aun etal. °afirmam -ipacao do profissional no sistema repre. transmitir conhecime! eadolescentes uma introdug que no “contexto de atendimento, a part r al no sis senta também a participagao da instituigao e da equipe multidisciplinar da qual ele fez parte’. Consideramos os principais marcos legais para definir a entidade familiar, a Constituigao Brasileira, no Art. 226, § 4, ¢ a Lei n® 12.010/2009, que inclui no Esta. tuto da Crianca e do Adolescente, o Art. 25. Segundo a Constituig&o Brasileira entidade familiar ¢ a comunidade formada por qualquer dos pais ou seus descen. dentes. A Lei n® 12.010/2009 caracteriza com mais clareza 0 conceito de familii extensa ou ampliada, incluindo os parentes proximos com Os quais a crianca ; adolescente convive e mantém vinculos de afinidade e afetividade. F i see observar que a lei torna possivel que se assuma a co: lexi ae a complexidade de novas configu- los direitos de criangas e adolescentes, rag6es familiares sem perda de garantia d desde que se, lerados rizados os vine) eal al lade. due sejam considerados e valorizados os vi ulos de afinidade e afetividad Oantropol 6 ai. supae que se Mata dizque realizar uma reflexao mais critica d Sag as uma instituigai i s Mas const} Say 140 social capaz Sin Stat ‘ itui também e, Principalmente, em um valor th ener individualizada, , » Ele afirma: segundo Minucchin e Fishman’, a estrut ies fiaanee aes creme 4 maneira pelas quais sm. A familia é considerada, nas teorias a ee oer Fishman e Cerveny®, como um” sans bese ae Ren Bertalantys, partes inter-relacionadas € em constante roca com@emrerigy ne tillormacine peje influencias e modificagdes reciprocas nos dois contextost Nes familia € concebida nas ciéneias humanas pas wel pelo desenvolvimento psicossocial de seus. “ air a individualidade de seus membros, mas tambon pore abe ae implicitas estdo sempre acontecendo entre os membros da fanraee ot estate familiar deve ser capaz de se adaptar quando a familia mate Aconstrugao familiar se constitui por intermédio das normas interacionais, ou seja, a dinamica que donsiste em uma dialética entre o repetire dade da familia de criar novas formas de interacao e de valores é toe importante como a habilidade em conservé-las, porque sua “adaptabilidade” depenie wane interativo, € assim que se mantém a identidade de um sistema familie a acomodagao de uma crianca a sua familia e aos padraes inter-relacionais que constituem a estrutura familiar € 0 que Ihe da o sentido de pertencimento ¢ cag acomodacso pode ser mais tranquila se a familia se preparar para a chegade da crianga. Como afirma Montgomery. a maternidade ea paternidade aparecemn como fonte de energia, forca, criatividade e coragem para prosseguit lutando. Eo efor, co do sentimento de amor pela vida, mas dependendo de como pais e filhos interagem, esse amor pode vir a pesar vinte toneladas. ur: ia < familiar ¢ 6 conjunto invisivel de os membros da familia !t organizacao que parte de © mantém a organizacao familiar © criar, 0 manter eo mudar. A capaci- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. PEREIRA. T. S. O cuidado como valor juridico. In: MAIA, S. M. (org.). Por uma ética do: euidado. Rio de Janeiro: Garamond, 2009. p. 99. | - 2 LUCHI O. 1 Grupos de apoio & adogao: finalidades ¢ dinamicas. Disponivel em: www cg).es gov. br/ Internet /codigos /corregedoria/cejai/artigos/art2. ht. Acesso em: 15 jun. 2011 Paulo: Casa do Psicélogo, 2004. 3. PAIVA, LD Adogao. Significados e possibilidades, Sao Paul C el 4 MONTGOMERY, M. O Novo Pai. A dimensao da fraternidade. Sao Paulo: Saraiva, 1992. p 22-28. ine eat 5. AUN. J. 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